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Moléstias Infecciosas

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Moléstias Infecciosas
Carbúnculo Hemático
O carbúnculo hemático, também conhecido como antraz, anthrax e febre esplênica, afeta animais e seres humanos, sendo geralmente mortal.
Muito provavelmente, esta enfermidade já era conhecida na antiguidade. Aproximadamente no ano de 1490 a.C., a epidemia descrita por Moisés foi identificada como sendo carbúnculo hemático, por diversos autores. No fim do século XVI, aumento a suspeita de que essa doença era transmissível aos humanos. No ano de 1613, morreram cerca de 60.000 pessoas no sul da Europa devido à esta doença. Mas foi apenas em 1769 que a bibliografia científica sobre o carbúnculo começou a ser descrita.
As espécies de animais mais sensíveis à esta doença são os bovinos, ovinos e eqüinos, no entanto, esta última é menos afetada do que os ruminantes citados. Já suínos, aves, caprinos, caninos e felinos, raramente são afetados.
É uma doença cosmopolita, em especial nos países onde há falhas no controle das zoonoses. No ano de 2001, o carbúnculo hemático foi usado como arma biológica nos Estados Unidos, sendo enviado pelo correio, contaminando 23 pessoas, sendo que destas três vieram à óbito.
Seu agente etiológico é a bactéria Bacillus anthracis, uma bactéria anaeróbica, imóvel e capsulada, gram-positiva, que é encontrado nos solos, principalmente de onde já ocorreu a doença, pois sobrevive por vários anos. Quando em meio aeróbico, os bacilos originam pequenos corpúsculos, conhecidos como esporos. Esta bactéria produz toxinas, destacando-se um “fator edema” e um “fator letal”.
Sua forma vegetativa é muito sensível, sendo destruída através da pasteurização, por agentes químicos e durante a putrefação de cadáveres. No entanto, os esporos são altamente resistentes, sobrevivendo à dessecação por anos, agentes químicos e calor.
Geralmente, a via de infecção é a oral, através da mucosa da faringe e do intestino, podendo os esporos ser ingerido através da água, rações e pastos contaminados.
Os sinais clínicos apresentados pelos animais variam, e em certas ocasiões, podem até passar despercebidos em casos curtos. Esta enfermidade é conhecida como moléstia febril, aparecendo sintomas de depressão, debilidade, corrimentos hemorrágicos em diferentes orifícios do corpo e presença de tumefações subcutâneas edematosas. Já em cães, eqüinos e suínos, a infecção se restringe à faringe, havendo o crescimento de linfonodos cervicais, ou então, leva à uma gastrenterite hemorrágica ou aguda.
A necropsia não é muito indicada devido ao risco de contaminação, sendo realizada apenas quando se pretende realizar um diagnóstico laboratorial, que pode ser um esfregaço sanguíneo de animais que morreram recentemente ou ainda estão agonizando; outro material que pode ser utilizado neste exame é o osso da canela.
Na necropsia pode observar-se edemas gelatinosos no ponto de inoculação, congestão generalizada do peritônio e dos órgãos da cavidade abdominal, baço aumentado (esplenomegalia), com uma coloração escura.
Para o tratamento utiliza-se soro anticarbunculoso para neutralizar a toxina liberada pelo bacilo, geralmente combinado com antibióticos como penicilina, por exemplo, que é eficaz no combate ao bacilo, inibindo a multiplicação do agente.
Embora sejam recomendadas medidas como: notificação de casos às autoridades, cremação dos cadáveres, isolamento dos pastos contaminados, desinfecção energética e queima dos utensílios contaminados, drenagem e saneamento de áreas pantanosas, a única medida segura e eficaz é a imunização dos animais contra o agente.
Febre Maculosa
A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos do gênero Amblyomma, tendo como principal agente etiológico a bactéria Rickettsia rickettsii, manifestando-se por um quadro febril agudo. 
O primeiro relato de riquetsiose no Brasil foi em 1900, no Instituto Bacteriológico de São Paulo, pelo Dr. Adolfo Lutz. A doença reemergiu e se tornou um importante problema de saúde pública no Brasil a partir da década de 1980. 
Desde então, observou-se aumento no número de casos, expansão das áreas de transmissão, transmissão em áreas urbanas e, em especial, elevadas taxas de letalidade. As rickettsias são bactérias intracelulares obrigatórias, com predisposição ao parasitismo de células endoteliais, que estão classicamente divididas em três grupos: o grupo tifo, composto por Rickettsia prowazekii e Rickettsia typhi; o grupo da febre maculosa, que inclui mais de 20 espécies válidas, principalmente associadas aos carrapatos (por exemplo, R. rickettsii e R. parkeri); e um grupo mais basal, em que estão incluídas R. bellii, R. monteiroi e R. canadensis. 
No Brasil, a transmissão da FMB está associada aos carrapatos do gênero Amblyomma, e as espécies de maior importância na transmissão da doença são A. sculptum (antigo A. cajennense) e A. aureolatum. A doença se caracteriza por febre, mialgia e cefaleia intensa, exantema, edema nas mãos e nos pés, sendo que em alguns casos apresenta-se de maneira generalizada. 
A doença causa sepse com comprometimento pulmonar, podendo ocasionar insuficiência respiratória aguda, problemas renais, como insuficiência renal aguda, diátese hemorrágica, lesões neurológicas com meningite, encefalite e icterícia. 
Os casos clínicos que evoluem para óbito, devido a diagnóstico e tratamento tardios, normalmente ocorrem entre o 5° e o 15° dias após o início dos sintomas. 
O diagnóstico da doença é feito com o emprego da reação de imunofluorescência indireta (RIFI), reação em cadeia da polimerase (PCR) e isolamento em cultivo celular. 
Após início das manifestações clínicas, o tratamento deve ser iniciado precocemente, interrompendo a administração após dois ou três dias do desaparecimento da febre. 
As medidas de vigilância e controle devem focar ações educativas e divulgar a doença para a população e os profissionais da saúde, repassando conhecimentos sobre sua existência, sobre medidas preventivas e sobre a importância do enviar carrapatos coletados nos pacientes ou encontrados no ambiente para identificá-los. 
Brucelose
“A Brucelose é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria Brucella spp.que acomete diversas espécies domésticas, silvestres e o homem. Causa perdas econômicas e sociais ao sistema produtivo, além de ocasionar agravos à saúde a população.” (Gomes, 2014).
Sendo o agente etiológico Brucellaspp, são coco bacilos, gram negativos, intracelulares facultativos, imóveis, não esporulada, não capsulada. Todas as espécies do gênero são geneticamente iguais.
Classificam em:
· Lisa:
Brucella abortus: bovinos;
Brucella suis: suínos, renas e roedores;
Brucella melitensis: caprinos, ovinos e camelideos.
· Rugosas:
Brucella canis: canídeos;
Brucella ovis: ovinos;
Brucella microti: roedores;
Brucella neotomae: roedores;
Brucella pinnipedialis: focídeos;
Brucella ceti: cetáceos;
Brucella inopinata: humanos.
As espécies de Brucelose comportam bactérias Gram negativas, aeróbicas imóveis e não formadoras de esporos. Apresentam formato de bacilo curto. São patógenos intracelulares facultativos, propriedade que os mantém protegidos da ação dos antibióticos, isso justifica a natureza crônica da infecção e que são capazes de aderir, penetrar e se multiplicar em uma grande variedade de células. Quando a bactéria entra no organismo elas podem ser fagocitadas por células polimorfonucleares e macrófagos, como parte da imunidade inata. Se não são eliminadas chegam por vias linfáticas até os gânglios, que invadem a corrente sanguínea onde são fagocitadas por macrófagos e células polimorfonucleares circulantes e transportados para diversos órgãos onde podem sobreviver e multiplicar-se no interior de vacúolos.
Resistem bem à inativação no meio ambiente se as condições de pH, temperatura e luz forem favoráveis. Quando em baixa concentração, é facilmente destruída pelo calor. A pasteurização, a fervura, métodos de esterilização em alta temperatura, raios ultravioletas e ionizantes também eliminam as brucelas.
A transmissão entre animais normalmente ocorre por contatodireto com animais infectados ou venéreos. A infecção pode ocorrer pela ingestão ou através de aerossóis de tecidos placentários; de fetos abortados; de neonatos; ingestão da água contaminada pelo parto ou aborto. Outros meios e transmissão são por inalação, contato através de ferida ou abrasões, ingestão de leite contaminado e inseminação artificial.
De forma geral, os animais podem eliminar o agente no ambiente pela urina, por ejaculados, secreções vaginais, por fetos abortados e pelas fezes. Animais e humanos também podem se infectar pela ingestão de produtos de origem in natura, por contato ou ingestão de tecidos animais, restos placentários ou de fetos abortados contaminados.
Em humanos, as vias de transmissão incluem o contato direto com animais (60% dos casos ) ou por contato com suas secreções, soluções de continuidade cutâneas, aerossóis contaminados, inoculação no saco conjuntival ou ingestão de produtos não pasteurizados. A transmissão inter-humana é rara, mas já houve identificação de casos de transmissão sexual, intra-uterina e por aleitamento materno.
Tuberculose
A tuberculose é uma patologia com grande impacto econômico e social devido a incapacitação do ser humano e dos animais.
É causada por um bacilo Mycobacterium que em suas diferentes formas afetam humanos e animais.
A tuberculose causada pelo Mycobacterium tuberculosis, acomete os humanos, com transmissão principalmente através de via aérea, com grande evolução da doença desde o seu primeiro caso em 1549 no Brasil com a colonização. A organização mundial de saúde (OMS) preconiza a atividade na saúde pública de identificação precoce de pessoas sintomáticas em todos os serviços de saúde assim como seu diagnóstico e tratamento para o controle da doença. 
Medidas como imunização e busca ativa dos sintomáticos respiratórios (SR) são estratégias recomendadas internacionalmente.
A tuberculose causada pelo mycobacterium bovis, afeta principalmente bovinos e búfalos, podendo acometer outras espécies, incluindo o homem, transmitida através de contato direto entre os animais (via aérea), sendo necessário a implantação de medidas de controle conforme normatização do programa nacional de controle de erradicação da brucelose e tuberculose animal.
O primeiro caso de tuberculose ocorreu em 1897 no Rio de Janeiro e em 1898 em São Paulo, promovendo assim o serviço sanitário efetivar as medidas de controle da doença através de identificação de acordo com os sintomas apresentados e aplicação de prova tuberculina em vacas leiteiras evitando assim as grandes perdas econômicas já sofridas pelos produtores de leite.
Quanto a patogenia da enfermidade tuberculose, esta é uma doença que não necessita de vetores, é transmitida das seguintes formas: de pessoa a pessoa animal a pessoa; pessoa a animal; animal a animal, e por último, através da ingestão de carnes contaminadas e/ou leite cru e derivados.
De acordo com CAMPOS (2006), o Mycobacterium tuberculosis é bacilo reto ou ligeiramente curvo em forma de bastonete, imóvel, não esporulado e sem capsula de crescimento lento, e medem de 1 a 10 µm de comprimento por 0,2 a 0,6 µm de largura, é um patógeno intracelular aeróbico estrito e um parasita intracelular facultativo de virulência variável (capacidade que um agente biológico tem em produzir efeitos graves ou fatais, relacionado com sua capacidade de multiplicação no organismo infectado) que infectam e se proliferam no interior de células fagocitárias e se diferenciam das demais por reterem fucsina básica em sua parede celular depois de coradas a quente e resistem a descoloração por de álcool e ácido por isso são chamados de BAAR ( bacilos álcool – ácido resistente), seu tempo de geração é longo ( varia de 14 a 20h), são mesófilas e consideradas GRAM + pela forma de sua parede celular. São resistentes a agentes químicos, mas sensíveis a agentes físicos como calor e radiação ultravioleta.
Em geral, os sintomas da tuberculose bovina não são bem evidenciados e os animais infectados geralmente permanecem assintomáticos até o estágio terminal da doença, adoecendo apenas em situações como o estresse, idade avançada ou quando desenvolvem alguma outra uma doença crônica, debilitante e fatal (CFSPH, 2007). “Entretanto, podem tornar-se infecciosos muito antes de exibirem qualquer sinal ou lesões típicas” (DE LA RUA-DOMENECH et al., 2006), constituindo um risco para a saúde de outros animais e do homem. 
“Os sintomas dependem dos órgãos acometidos” (ABRAHÃO, 1999), em geral, os bovinos apresentam perda de peso duradoura, apetite variável e febres inconstantes, que podem ser realçadas após o parto. 
Doença de Aujeszky
A Doença de Aujeszky ou pseudoraiva é uma doença infecto-contagiosa causada por um herpes vírus que provoca graves prejuízos econômicos nas explorações infectadas devido à elevada mortalidade dos leitões, imunodepressão e atraso no crescimento dos porcos de engorda e perdas reprodutivas das porcas em gestação. É uma doença amplamente disseminada nos países de suinocultura industrial. As perdas causadas pela doença são decorrentes da queda da produtividade em matrizes, mortalidade e morbidade elevadas em leitões, e redução no desenvolvimento dos animais em crescimento e terminação.
O vírus está presente nas secreções nasais e saliva dos animais doentes e a transmissão ocorre via contato direto entre animais, água e alimentos contaminados. A vacinação não impede a infecção, porém, porcas vacinadas transferem anticorpos pelo colostro aos leitões.
Nos suínos caracteriza-se por sinais clínicos nervosos e respiratórios, por alto índice de mortalidade em leitões não imunes e por graves transtornos reprodutivos em porcas gestantes. Em leitões de uma semana, são comuns sinais como: hipotermia, inapetência, depressão, pelos eriçados, salivação espumosa e morte. Já em leitões de 8 a 35 dias predominam os sinais nervosos como convulsões, movimentos de pedalagem, andar sem rumo, tremores musculares, entre outros. Em animais de recria, terminação e reposição observa-se hipotermia, anorexia, abatimento e constipação. O mesmo ocorre em porcas em lactação.
Já as porcas em gestação apresentam os sinais reprodutivos da doença como: reabsorção fetal, retornos ao cio, mumificação, abortos e malformação dos fetos.
A Doença de Aujeszky é considerada de notificação obrigatória as autoridades sanitárias conforme a legislação brasileira. É também uma das doenças mais importantes que afetam os suínos, pelas restrições ao comércio interestadual e internacional de reprodutores e produtos suínos.
Peste Suína Clássica
A Peste Suína Clássica é uma doença altamente infecciosa, tem elevada taxa de contaminação e é, com frequência, fatal aos suínos. Conhecida também como febre suína ou cólera suína, ela afeta suínos domésticos e selvagens. A enfermidade é causada por um vírus RNA envelopado que pertence à família Flaviviridae.
A PSC foi identificada pela primeira vez no século XIX, mas sua característica viral foi estabelecida apenas no início do século seguinte.
Apesar de não oferecer riscos à saúde humana ou afetar outras espécies animais, é uma das doenças mais relevantes entre as que acometem os suínos domésticos. Ela faz parte da lista A da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), cujas doenças são de notificação compulsória.
Essa lista A inclui doenças transmissíveis que apresentam o potencial para disseminação rápida e séria, independentemente de fronteiras nacionais. Também compreende as enfermidades que têm consequências socioeconômicas ou de saúde pública sérias e que são de grande importância para a exportação de animais e produtos de origem animal.
Atualmente, algumas das áreas ou países mais importantes na produção de suínos são livres de PSC. No entanto, apesar dos esforços para sua erradicação, a doença permanece endêmica ou recorrente em outras áreas.
A contaminação da Peste Suína Clássica normalmente acontece pela via oronasal. Fatores como a elevada densidade populacional, assim como a presença de porcos silvestres, favorecem a propagação da doença.Isso acontece porque eles são reservatórios do vírus. Além disso, o período de incubação tem variação de 7 a 10 dias — em casos de infecção experimental, o prazo é menor.
O vírus ataca células como:
· endoteliais;
· linforreticulares;
· macrófagos;
· epiteliais específicas.
Também é importante citar que, nos casos de infecção pré-natal, durante a gestação de suínos, o vírus afeta a diferenciação dos órgãos e leva a uma série de malformações, a exemplo de aborto, de natimortos e de mumificação fetal. Já em casos em que a infecção é pós-natal, os efeitos aparecem em danos sofridos pelas células endoteliais e trombose.
Os sinais clínicos apresentados pelos suínos afetados com PSC dependem tanto da idade do animal quanto da virulência da cepa envolvida. Inicialmente, é possível identificar nesses animais:
· depressão;
· febre alta (41 °C);
· amontoamento;
· conjuntivite;
· leucopenia severa;
· hemorragia e necrose das tonsilas;
· eritemas;
· hemorragia;
· cianose em animais de pele branca.
Além dos sintomas citados, petéquias e hemorragia também são vistas nas mucosas e alguns órgãos, como baço, pulmões e rins. Também é possível perceber que os animais com sobrevida de 10 dias ou mais após o início dos sinais clínicos têm chances de desenvolver sintomas que venham a afetar o trato respiratório e intestinal — constipação seguida por diarreia.
Nos casos de infecção crônica, após o animal apresentar febre, ele apresenta recuperação transitória seguida de recorrência com febre, anorexia e depressão.
Em animais jovens, a taxa de mortalidade é significativa — ao contrário de animais mais velhos, em que a enfermidade pode se manifestar discretamente ou até mesmo ser subclínica.
O diagnóstico para a Peste Suína Clássica é feito com o isolamento do vírus em cultivo celular. Para isso, é utilizado o sangue, ou suspensão de órgãos do sistema linfoide.
A identificação desse vírus, que não é citopatogênico, é feita por meio do cultivo celular. São utilizados anticorpos específicos para tal. No entanto, é uma técnica lenta — podendo demorar até 7 dias para se chegar a uma resposta após o envio das amostras ao laboratório.
Salmonella 
Salmonella é um gênero de bacilos (bactérias com forma de bastonete) gram-negativos, anaeróbios facultativos (utilizam o oxigênio no processo de obtenção de energia, no entanto, em sua ausência, podem realizar processos anaeróbios, como a fermentação), geralmente móveis e pertencentes à família Enterobacteriaceae. Essas bactérias são encontradas no trato intestinal de diversos animais, inclusive no homem.
Como estão presentes no intestino de animais, essas bactérias são liberadas nas fezes e apresentam grande resistência nesse ambiente, podendo permanecer viáveis por anos nas fezes secas. Ao ser lançadas no ambiente, podem contaminar o solo e a água. Essas bactérias também podem resistir a longos períodos de congelamento. No entanto, é importante destacar que são pouco resistentes ao calor, não suportando temperaturas maiores que 70 ºC.
No gênero Salmonella, estão presentes duas espécies, a Salmonella bongori e a Salmonella enterica. A Salmonella bongori raramente está associada a doenças no homem. Já a espécie Salmonella enterica é uma das principais causadoras de infecções alimentares em humanos, como veremos a seguir.
Salmonelose é a zoonose mais comum em todo o mundo, sendo assim, um problema de saúde pública. A contaminação ocorre geralmente por meio da ingestão de alimentos crus ou malcozidos contaminados, principalmente alimentos de origem animal. Entre seus sintomas, estão febre, dor de cabeça, falta de apetite, náuseas e vômitos, diarreia com ou sem presença de sangue e dor abdominal. O tratamento consiste em hidratação e alívio dos sintomas. O uso de antibióticos só ocorre em alguns casos, conforme necessidade e indicação médica.
Leptospirose
É uma zoonose com alto poder destrutivo no organismo dos animais, e que possui ação sistêmica, ou seja, pode causar problemas e falências em vários órgãos. Os sinais clínicos se manifestam em alta intensidade, e em poucos dias o quadro de saúde do animal pode se agravar de maneira abrupta.
No verão, o cuidado e a atenção com a leptospirose deve aumentar. Devido às fortes chuvas típicas da época, muitos rios e bueiros transbordam, fazendo com que a água contaminada com a Leptospira – a bactéria da leptospirose – possa entrar em contato de maneira mais fácil com humanos, caninos, bovinos, suínos e equinos, entre outros mamíferos silvestres.
A leptospirose é uma doença bacteriana, sendo a Leptospira o agente infeccioso. Ela se desenvolve no organismo dos ratos de bueiro, que constantemente estão em contato com sujeira, fossas e esgotos. A leptospirose atinge principalmente o fígado e os rins, trazendo aspectos típicos da doença, como a cor amarelada das mucosas
A transmissão normalmente acontece por meio da urina do rato, que pode ser propagada pela água de rios, córregos e relacionados. Quem mora em casas deve ter atenção redobrada: os ratos podem entrar nos quintais de casa e, assim como os próprios cães, podem urinar para marcar território. Um dos grandes problemas nesse sentido é que a ração do seu cachorro pode ser o destino de um rato esfomeado, que marcará seu território diretamente na comida do pet. Nesses casos, o risco de infecção é alto, pois a doença é contraída através da penetração da bactéria nas mucosas –  boca, língua, olhos e ferimentos abertos.
Por ser uma doença sistêmica, os sinais clínicos apresentados pelo pet podem ser variados e, em um primeiro momento, associados a problemas específicos e pontuais do seu companheiro. Por isso, ressaltamos a necessidade de um olhar clínico e observador nos sintomas e hábitos do animal.
Os principais sintomas da doença, são:
· Vômitos e diarreia;
· Perda de apetite;
· Febre;
· Urina escura (cor de coca-cola) ;
· Ulceras bucais;
· Cor amarelada nas mucosas dos olhos e da boca;
· Debilitação geral do animal.
Toxoplasmose
A Toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário chamado toxoplasma gondii, que vive em tecidos (músculos) animais da qual o gato é o hospedeiro definitivo, eliminando os oocitos nas fezes. O Toxoplasma é amplamente encontrado na natureza e pode infectar aves, roedores e grande variedade de mamíferos, incluindo o homem. Em todas essas espécies o oocisto ingerido migra para os tecidos. Somente no gato ele vai para o intestino onde se reproduz e elimina os oocistos nas fezes. Os gatos contraem a toxoplasmose comendo carne crua infectada com cistos teciduais ou ingerindo “oocistos esporulados” em fezes, água ou outro alimento contaminado.
Gatos infectados podem ou não “mostrarem-se doentes”. Eles normalmente desenvolvem imunidade à toxoplasmose após infecção inicial e raramente voltam a eliminar oocistos nas fezes. Outros animais e pessoas tornam-se infectadas ingerindo os oocistos esporulados presentes em verduras e frutas mal lavadas ou carne crua ou mal cozidas contendo cistos teciduais.
Ter um gato de estimação não aumenta o risco de uma pessoa contrair toxoplasmose, aliás é a maneira mais improvável de se adquirir a doença. Confira as formas mais comuns de contágio da toxoplasmose pelo ser humano:
· consumo de alimentos infectados, como carnes cruas, saladas e leite não pasteurizado;
· consumo de água sem o tratamento adequado;
· transfusão sanguínea;
· transmissão mãe-filho, quando as mães grávidas estão infectadas.
Assim como nos gatos, na maioria das pessoas a toxoplasmose é assintomática. No entanto, alguns sintomas podem surgir, como:
· febre;
· ínguas pelo corpo;
· cansaço;
· dor muscular e nas articulações;
· dor de cabeça e de garganta;
· dificuldade para enxergar;
· manchas avermelhadas pelo corpo.
Os sintomas surgem geralmente em pessoas com o sistema imunológico debilitado, como os HIV positivos, os que fazem quimioterapia, os transplantados e em mulheres que contraem o parasita durante a gravidez.
No entanto, existem os casos mais graves, cujos sintomas são: sonolência, cansaço forte, delírios, diminuição da força e dos movimentos do corpo.A toxoplasmose mais grave pode afetar alguns órgãos, como coração, pulmões, fígado e cérebro.
Alguns cuidados podem evitar que seu gato contraia o parasita Toxoplasma gondii. Confira:
· cuide de sua alimentação. O ideal é alimentar seu gato com ração ou refeições caseiras;
· evite oferecer ao seu bichano carne crua;
· mantenha seu gato dentro de casa. Esse cuidado é essencial, já que além dessa doença, você estará o protegendo de diversos outros males que podem ocorrer quando ele tem acesso à rua;
· leve seu gato para consultas regulares ao veterinário. Dessa forma, cuidará para que suas vacinas estejam sempre em dia, bem como outros controles importantes.
Como você viu neste artigo, a toxoplasmose pode ser transmitida tanto ao ser humano quanto aos animais. Em relação ao gato, é só mantê-lo dentro de casa e dar refeições apropriadas para felinos. Assim, o tutor preservará seu bichano dessa doença e de tantos outros perigos que os gatos correm quando dão suas voltinhas.

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