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FACULDADE DE ANICUNS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO Mônica Custodio dos Santos Ronan Bernardes Correia da Silva Neto Vinicius Rosa Camilo “DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÕES” ANICUNS 2021 FACULDADE DE ANICUNS Mônica Custodio dos Santos Ronan Bernardes Correia da Silva Neto Vinicius Rosa Camilo “DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÕES” Trabalho apresentado para a composição da nota MB1 da Matéria de Direito Processual Civil IV- Professor: Roberto ANICUNS 2021 Resumo: Fala-se em execução, quando for imposta uma obrigação e seu responsável não a cumprir espontaneamente, o processo civil brasileiro estruturou as diversas espécies de execução de acordo com o tipo de obrigação cujo adimplemento se reclama. E iremos dissertar sobre cada um deles execução de obrigação de fazer e não fazer, execução de entrega da coisa. Assim, pode-se falar em vários processos de execução. O art. 612 do CPC que há uma autonomia do credor propor a execução contra o devedor, exceto quando o devedor é declarado insolvente. Palavras-chave: Execução, Espécies, Obrigação. INTRODUÇÃO As diversas espécies de execução abordam as formas de cobrar o devedor qual sejam pagar, entregar coisa, fazer ou não fazer e as subespécies da execução de prestação alimentícia, da execução contra a fazenda pública e da execução fiscal. A própria lei exige que o credor aponte o título executivo à petição inicial, exceto se for judicial. A execução de obrigação de fazer e não fazer consiste em ser determinado ao devedor construir um muro ou não construir um muro, por exemplo, sendo uma obrigação positiva e outra negativa. Execução de entrega da coisa, pode ser certa ou incerta, a coisa certa consiste em entrega de uma pintura de um pintor celebre, a coisa incerta será indicada, ao menos, por gênero e quantidade exemplo entregar sacas de soja. Execução de pagar quantia certa incide nas circunstâncias em que há uma obrigação do devedor em pagar a seu credor quantia certa em dinheiro, através de título executivo judicial ou extrajudicial. As execuções especiais são elas: a execução contra a fazenda pública, execução de prestação alimentícia e a execução fiscal. Onde pode fundar-se em título judicial ou extrajudicial; no primeiro caso trata-se do chamado cumprimento sentença instituído pela reforma do processo executivo através da lei 11.232/2006. Há que se fazer referência, ainda, ao procedimento de execução por quantia certa contra devedor insolvente, este de caráter coletivo, e guardadas as devidas peculiaridades, mais parecido como procedimento de falência da pessoa jurídica. A escolha do tema está ligada as formas de execução que não é somente de pagar um determinado valor fixado na sentença, e que se caso o devedor não adimplir com a sentença será obrigado a cumprir deveres e assim satisfazer o crédito do credor lesado. O nosso objetivo é mostrar as espécies de execução e como cada uma funciona, de acordo com o tipo de obrigação cujo adimplemento se reclama. O problema das espécies de execução são as sanções sofridas pelo devedor obrigação deve ser equivalente a condição financeira tanto do devedor insolvente quanto do devedor solvente. A metodologia utilizada será de doutrinas e outros artigos jurídicos. DISPOSIÇÕES GERAIS ÀS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO CONCEITO A execução pode ser conceituada como o meio pelo qual o cumprimento de uma obrigação é, voluntária ou involuntariamente, satisfeita. Quando a obrigação não é cumprida espontaneamente, faz-se necessária a prática de atos executivos pelo Estado, com o objetivo de satisfazê-la. A execução será classificada de acordo com a natureza da obrigação cuja satisfação se pretende, sendo assim, haverá a execução de obrigação de fazer, de não fazer, de pagar quantia certa e de dar coisa, conforme será visto em detalhes adiante. Cumpre mencionar ainda que, no processo de execução, as partes são denominadas “exequente” (o credor) e “executado” (o devedor). ESPÉCIES DE EXECUÇÃO A execução pressupõe a existência de um título executivo judicial ou extrajudicial, que materializa a obrigação exigível. Este título poderá ser: Título executivo judicial: é aquele que decorre de uma decisão judicial. É importante ressaltar que a execução do título executivo judicial prosseguirá nos próprios autos do processo onde foi constituída a obrigação. Assim, não se trata de um processo autônomo, mas de um processo sincrético. Ao título judicial aplicam-se as regras do cumprimento de sentença previstas nos artigos 513-519 do Código de Processo Civil. Título executivo extrajudicial: os títulos executivos extrajudiciais são aqueles a que a lei confere a força de título executivo. Diversamente do que ocorre com o título executivo judicial, execução de título executivo extrajudicial constitui processo autônomo. Ao título extrajudicial aplicam-se as regras previstas no Título II do Código de Processo Civil, que trata “Das Diversas Espécies de Execução”. Procedimentos executivos O procedimento executivo pode ser dividido, ainda, em comum e especial. Procedimento executivo comum é aquele cabível nos créditos em geral, enquanto o procedimento executivo especial é utilizado para a execução de alguns créditos específicos como, por exemplo, a execução de alimentos e a execução fiscal. Esta distinção é importante para os casos em que se pretende cumular execuções, conforme previsto na Súmula 27 do Superior Tribunal de Justiça, a qual diz: “Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio.” Contudo, para que os procedimentos sejam cumuláveis, é necessário, antes, que sejam compatíveis entre si, de acordo com o artigo 327, § 1°, inciso III do Código de Processo Civil. Assim, não é possível cumular as execuções de um título sujeito a procedimento comum com a de outro título sujeito a procedimento especial. Além disso, para que as demandas executivas sejam cumuláveis, é necessário que haja identidade de partes e que o juízo competente para apreciação delas seja o mesmo, nos termos do artigo 780 do Código de Processo Civil. Outra distinção importante também deve ser feita: a execução, no caso dos títulos executivos extrajudiciais, é sempre definitiva. Todavia, admite-se execução provisória no cumprimento de sentença judicial, haja vista a sentença pode não ter ainda transitado em julgado, por exemplo. Assim, em determinados casos, não é necessário aguardar o trânsito em julgado da sentença para que a obrigação seja satisfeita, sendo esta cumprida provisoriamente. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL A execução de um título extrajudicial tem início com o ajuizamento de uma ação pela parte interessada. Deverão ser atendidos os requisitos gerais de uma petição inicial, previstos no artigo 319 do Código de Processo Civil, assim como observadas as particularidades do caso concreto. Será sempre desta maneira porque, reforça-se, a execução de título executivo extrajudicial se dá sempre através de processo autônomo. No que diz respeito à causa de pedir, deverá ser demonstrada a existência do direito à satisfação de uma obrigação certa, líquida e exigível, materializada no título executivo, bem como o inadimplemento do devedor. Considera-se líquido o título executivo que determina, de forma clara e precisa, a existência da dívida, do credor e devedor, do objeto da prestação e, quando for possível, do quantum devido. Já a certeza de que se fala diz respeito à ausência de dúvidas quanto à existência obrigação. Assim, da simples leitura do título executivo deve ser possível identificar a veracidade da existência da obrigação, quem é o credor, o devedor e qual o objeto daprestação. Finalmente, é necessário que o título seja exigível. Deste modo, não deve a obrigação estar sujeita a termo ou condição suspensiva, assim como não deve estar pendente de prazo para cumprimento. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA O cumprimento de sentença tem início através de petição simples, juntada aos autos do processo onde foi constituída a obrigação. Não é necessário que esta petição atenda a todos os requisitos de uma petição inicial, mas que apresente de forma compreensível a pretensão deduzida. Tal como no título executivo extrajudicial, deverá ser demonstrada a existência do direito à satisfação de uma obrigação certa, líquida e exigível, materializada no título executivo, bem como o inadimplemento do devedor. DIREITO DE PREFERÊNCIA GERADO PELA PENHORA A penhora, ato típico e fundamental da execução por quantia certa, tem como objetivo imediato destacar um ou alguns bens do devedor para sobre eles fazer concentrar e atuar a responsabilidade patrimonial. A partir da penhora, portanto, começa-se o procedimento expropriatório por meio do qual o órgão judicial obterá os recursos necessários ao pagamento forçado do crédito do exequente. O art. 797 do Código atual atribui, ainda, à penhora um especial efeito, que é o de conferir ao promovente da execução “o direito de preferência sobre os bens penhorados”. Erigiu-se a penhora, portanto, em nosso atual direito processual civil, à posição de autêntico direito real. Por isso mesmo, “recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de preferência” (art. 797, parágrafo único), o credor com segunda penhora só exercitará seu direito sobre o saldo que porventura sobrar após a satisfação do credor da primeira penhora. Não haverá concurso de rateio entre eles, mas apenas de preferência (art. 908 e § 2º). Em nosso atual processo, portanto, a penhora confere ao exequente uma preferência, colocando-o na situação de um verdadeiro credor pignoratício. Adquire ele com a penhora “a mesma posição jurídica que adquiriria com um direito pignoratício contratual”. Essa posição do credor penhorante tem efeitos tanto perante o devedor como perante outros credores, permitindo a extração de duas importantes ilações: (a) a alienação pelo devedor, dos bens penhorados é ineficaz em relação ao exequente; (b) as sucessivas penhoras sobre o mesmo objeto não afetam o direito de preferência dos que anteriormente constringiram os bens do devedor comum. Ressalte-se, porém, que a preferência da penhora é plena apenas entre os credores quirografários e enquanto dure o estado de solvência do devedor. Não afeta nem prejudica em nada os direitos reais e preferências de direito material constituídos anteriormente à execução e desaparece quando os bens penhorados são arrecadados no processo de insolvência. A prelação de um credor hipotecário ou pignoratício, sobre os bens gravados do devedor, não é atingida pela penhora de terceiro, nem mesmo no caso de insolvência. “O credor privilegiado participará do concurso universal em sua verdadeira posição, independentemente da penhora, que poderá nem se ter verificado, se a execução (dele credor com garantia de direito real) não tiver sido movida”. O novo Código de Processo Civil dispensa aos privilégios da penhora, adquiridos nos termos do art. 797, tutela equivalente à dos direitos reais de garantia. Assim: (a) assegura ao exequente, a partir da penhora, preferência no pagamento a ser realizado com o produto da alienação judicial sobre todos os demais credores que estejam em posição inferior na gradação das penhoras; e (b) garante ao exequente com penhora averbada no Registro Público o direito a intimação relacionada com penhoras supervenientes sobre o mesmo bem, a ser realizada antes da adjudicação ou alienação promovidas por outro credor (NCPC, art. 889, V), tal como se passa com os credores que contam com garantia real. Tudo se passa, portanto, exatamente como na tutela processual aos credores titulares de garantia real. A PETIÇÃO INICIAL A execução é um processo e se subordina ao princípio geral da provocação da parte interessada. Não existe execução ex officio no processo civil. O credor deverá sempre requerer a execução para estabelecer-se a relação processual (título executivo extrajudicial), ou para prosseguir nos atos de cumprimento da sentença, dentro da própria relação em que ela foi proferida (título executivo judicial). A execução será iniciada, destarte, por meio de uma petição inicial que, além de preencher os requisitos do art. 319, deverá indicar (art. 798, II, do NCPC): (a) espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; (b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro nacional da Pessoa Jurídica; e (c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA A execução para a entrega de coisa corresponde às obrigações de dar em geral. Compreende, pois, prestações que costumam ser classificadas em dar, prestar e restituir. Diz-se que a prestação é de dar quando incumbe ao devedor entregar o que não é seu, embora estivesse agindo como dono; de prestar, quando a entrega é de coisa feita pelo devedor, após a respectiva conclusão; e de restituir, quando o devedor tem a obrigação de devolver ao credor algo que recebeu deste para posse ou detenção temporária. Em qualquer caso, será indiferente a natureza do direito a efetivar, que tanto pode ser real como pessoal. Por exemplo, no feito – contra o alienante (possuidor direto) – baseado numa escritura pública de aquisição de imóvel, com constituto possessório, devidamente assentada no Registro Imobiliário, o adquirente (possuidor indireto) que reclama a posse direta do bem retido injustamente pelo primeiro, tem-se uma execução lastreada em direito real. Já no caso de o comprador da coisa móvel que o vendedor não lhe entregou, a execução do contrato se referirá a um direito pessoal, já que o domínio só será adquirido pelo credor após a tradição. Ambas as hipóteses, no entanto, ensejarão oportunidade ao exercício da execução para entrega de coisa. Ocorre, porém, que a coisa a ser entregue pode não estar completamente individuada. Se estiver, fala-se em entrega de coisa certa. Do contrário, a entrega será de coisa incerta. O novo Código separou essas duas situações em seções distintas, a entrega de coisa certa (arts. 806 a 810) e a de coisa incerta (art. 811 a 813), já que, no último caso, deve-se passar, preliminarmente, por uma fase de individualização das coisas indicadas no título executivo apenas pelo gênero e quantidade. EXECUÇÃO DE ENTREGA DA COISA CERTA E INCERTA A execução de entrega de coisa prevista em processo civil brasileiro dispôs ao Poder Judiciário para que pudesse ter a realização de implantação do direito aplicado ao mundo dos fatos, havendo então divisões sobre: Execução por expropriação a execução por quantia certa Execução por desapossamento e execução para entrega da coisa Execução por transformação e execução de obrigações de fazer e não fazer A execução para entrega de coisa corresponde às obrigações de dar em geral, sendo indiferente a natureza do direito a efetivar, que tanto pode ser real como pessoal. No feito contra o alienante (possuidor direto) baseado numa escritura pública de aquisição de imóvel, com constituído possessório, devidamente assentado no registro imobiliário, o adquirente possuidor indireto que reclama a posse direta do bem retido injustamente pelo primeiro, ter-se a uma execução lastreada em direito real, já no caso de o comprador de coisa móvel que o vendedor não lhe entregou, a execução do contrato se referirá a um direito pessoal, já que o domínio só será adquiridopelo credor após a tradição. Ambas as hipóteses, no entanto, ensejarão oportunidade ao exercício da execução para a entrega da coisa. Compreende essa modalidade de execução forçada prestações que costumam ser classificadas em dar, prestar e restituir. Diz-se a prestação e de dar quando incumbe ao devedor entregar o que não é seu, embora estivesse agindo como dono; de prestar quando a entrega é de coisa feita pelo devedor após a respectiva conclusão; e de restituir, quando o devedor tem a obrigação de devolver ao credor algo, que recebeu deste para posse ou detenção temporária. O objeto da prestação, em tais obrigações nem sempre vem completamente individuado, por isso, o código separou em seções distintas a execução da entrega de coisa certa (art. 621) e a de coisa incerta (art. 629), já que no último caso deve-se passar, preliminarmente, por uma fase de individualização das coisas indicadas no título executivo apenas pelo gênero e quantidade. A área de abrangência da execução forçada para entrega de coisa certa passou nos últimos tempos por marcantes modificações legais, sucessivamente adotada, ao mesmo tempo em que o respectivo procedimento, antes único se adaptou ao propósito da busca da maior utilidade e eficácia, graças ao recurso de opções modernas recomendadas pela técnica das tutelas diferenciadas. Tal como a definia o art. 621, em sua redação primitiva, a execução para entrega de coisa certa tinha cabimento contra ‘’quem for condenado a entregar coisa certa’’. Sendo prevista no artigo 681 do CPC, essas diferentes execuções foram feitas para que haja uma obrigação adequada e que possa dar também satisfações ao credor, estruturando essas espécies e tenha uma execução ao que o adimplemento que se reclama. Com essas execuções existem vários procedimentos para cada tipo de obrigação, nas obrigações personalíssimas apenas o devedor que pode adimplir, existe também a obrigação alimentícia que é solicitada até mesmo a prisão civil do devedor, dentre outras obrigações, a execução de entregar coisa certa nada mais é que deve pagar quantia certa, sendo possível até expropriação de bens do devedor, onde o juiz solicita a chamada “sentença executiva’’ dando início ao processo, para garantir ao credor o cumprimento da obrigação. No direito nada mais é que um processo de conhecimento, sentença executiva mencionada, esclarecendo, é que posso impor ao devedor uma obrigação, pois existe um inadimplemento e o juiz sentenciado determina providências necessárias à garantia do cumprimento ao título que o credor solicitou, o juiz pode fixar multa, dando prazo de 10 dias e se caso houver um atraso do cumprimento imposto, e ressalto também que pode ser que haja busca e apreensões dos bens do devedor. Tratando de execução da obrigação, pois é interposto ao de entregar a coisa certa, o juiz que atribui o menor poder de atuação, é que a prioridade é que o próprio devedor cumpra a obrigação e assim que é estabelecido esse cumprimento o juiz defere a tutela especifica da obrigação e enquanto ao credor é sempre possível a reparação dos danos causados por inadimplementos e se houver descumprimento ensejará perdas e danos, causando uma medida executiva, pois coercitivamente há um modo para ser feito e que cumpra sendo possíveis multas diárias ou até mesmo prisão civil dependendo da obrigação interposta ao caso. Sendo conveniente e após a entrega feita pelo réu, antes do juiz extinguir o feito, procede à constatação em ação de pagamento de consignação o qual o devedor procura vencer, não haveria medida executiva e sim cognitiva, devido ao devedor ter a consciência e teve o conhecimento por ter a percepção e bom senso de efetuar o pagamento dando ao credor, a coisa certa. EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA CERTA A execução para a entrega de coisa tem por objetivo a entrega de um objeto, que poderá ser, inclusive, um bem imóvel. Ela divide-se em entrega de coisa certa e incerta. A execução para a entrega de coisa certa trata da entrega de algo que já está individualizado. Ela está prevista nos artigos 806 a 810 do Código de Processo Civil. Após o ajuizamento da ação autônoma para a execução do título extrajudicial, o executado será citado para cumprir a obrigação no prazo de 15 dias, sob pena de imissão na posse (caso se trate de um bem imóvel) ou de busca e apreensão (se for um bem móvel). Além disso, é possível a aplicação de multa diária no caso de descumprimento da obrigação. Pode o executado, ainda, depositar a coisa em juízo, e, posteriormente, apresentar sua defesa através dos embargos à execução. O prazo para apresentação dos embargos à execução é de 15 dias, contados a partir da juntada do mandado citatório nos autos, conforme disposto no artigo 915, § 1° do Código de Processo Civil. Os embargos à execução, em regra, não possuem efeito suspensivo, o qual entretanto poderá ser concedido desde que presentes os requisitos para a concessão da tutela provisória e o depósito da coisa. Pode ocorrer, ainda, de a coisa ter sido alienada a terceiro após a propositura da execução. Nesta hipótese, resta caracterizada a fraude à execução e a coisa sofrerá constrição judicial. Será expedido mandado executivo contra o terceiro adquirente, que deverá depositar a coisa litigiosa a fim de apresentar sua defesa. A defesa do terceiro adquirente é realizada através dos embargos de terceiro, previstos no artigo 792, § 4° do Código de Processo Civil. É uma faculdade do exequente buscar a coisa que está em poder de terceiros, assim, ele pode optar por somente receber do executado o correspondente ao valor da coisa, além de perdas e danos. Deve-se observar que, no caso do terceiro adquirente, sua responsabilidade é limitada à entrega da coisa, ou seja, se o bem não estiver mais em seu poder, ele não terá a obrigação de indenizar o exequente. Somente o executado possui a obrigação de indenizar o exequente pela perda da coisa. Havendo benfeitorias indenizáveis, seu valor deverá ser apurado por liquidação. Execução para a entrega de coisa incerta A coisa incerta será determinada pelo gênero e pela quantidade, nos termos do artigo 811 do Código de Processo Civil. A escolha da coisa pode caber ao exequente ou ao executado. Caso a escolha da coisa caiba ao exequente, ele individualizará, desde logo, em sua petição inicial, aquilo que pretende receber. Note-se que a quantia em dinheiro não é abrangida pela execução para a entrega de coisa incerta, visto que esta consiste em outra obrigação específica, a pagar quantia certa. Por outro lado, se a escolha couber ao executado, este será citado para entregar a coisa já individualizada a seu critério. Cabe destacar que, de acordo com o artigo 244 do Código Civil, o devedor “não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. No prazo de 15 dias, a escolha poderá ser impugnada pela parte interessada. Caso seja necessário, o juiz poderá ouvir um perito de sua nomeação para decidir a impugnação. EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER Conforme já se viu no Capítulo que trata do cumprimento de sentença relativa às obrigações de fazer e não fazer, a primeira é positiva e tem por objeto a realização de um ato do devedor, já a segunda é negativa e importa no dever de abstenção do obrigado, isto é, em não praticar determinado ato. O objeto da relação jurídica, portanto, é um comportamento do devedor. Já, nas obrigações de dar, a prestação incide sobre coisas, sendo objeto realizáveis de execução específica, mesmo quando o devedor se torna inadimplente, pois a interferência do Estado é quase sempre capaz de atingir o bem devido para entregá-lo ao credor. Ocorre que, nas obrigações de fazer acontece o contrário, visto que raramente se conseguirá a atuação compulsória do devedor faltoso para realizar a prestação a que pessoalmente se obrigou.Há, no caso, razões de ordem prática e ordem jurídica criando obstáculos à execução forçada específica. Subordinado o cumprimento da obrigação a uma atividade ou abstenção do devedor, na ordem prática, fica a prestação na dependência de sua vontade, contra a qual o Estado nem sempre dispõe de meio adequado para exigir o implemento específico. Na ordem jurídica, encontra-se o tradicional repúdio ao emprego da força contra a pessoa para constrangê-la ao cumprimento de qualquer obrigação, retratado no princípio geral de que nemo potest cogi ad factum. Daí o motivo pelo qual o Direito Romano proclamava que o inadimplemento das obrigações de fazer ou não fazer resolver-se-ia sempre em indenização, princípio conservado, em toda pureza, pelo direito medieval e que foi contemplado no Código de Napoleão (art. 1.142). Com o correr dos tempos, todavia, tornou-se forçosa uma distinção, que veio abrandar o rigor da impossibilidade da execução específica dessas obrigações. Estabeleceu-se, então, a diferença entre as obrigações só exequíveis pelo devedor e aquelas cujo resultado também pode ser produzido por terceiros. Criou-se, destarte, o conceito de obrigações de fazer fungíveis e infungíveis, com soluções diversas para cada espécie no processo de execução. EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER Vem tratando no art. 814NCPC, as obrigações de fazer são aquelas em que o devedor se compromete a realizar uma prestação, consiste em atos ou serviços de natureza material ou imaterial. Distingue-se das obrigações de dar porque nestas o interesse do credor não está no facere propriamente dito, mas na coisa. O que interessa credor é a restituição da coisa, não a conduta do devedor. Já nas obrigações de fazer, o interesse concentra-se na atividade dele, e suas qualidades pessoais podem adquirir grande importância. (Proferido o juiz de admissibilidade da petição inicial (que observará as regras do art. 798), o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o magistrado designar, salvo se outro constar do título executivo art. 815). A determinação do magistrado poderá ser – e na pratica o é – fortalecida pela cominação de multa nos moldes do art. 814 ou de outra medida de cunho coercitivo que se justifique diante do caso concreto. Se não satisfeita a obrigação, o exequente pode buscar seu cumprimento à custa do executado ou, desde logo, requerer sua reversão em perdas e danos, a serem liquidadas no mesmo processo, que converter-se-á em execução por quantia certa (art. 816). Em se tratando de obrigação que possa ser cumprida por terceiro, o exequente poderá requerer ao magistrado que ele satisfaça a obrigação à custa do executado (art. 817, caput). Nesse caso, o exequente adiantará as quantias previstas na proposta do terceiro que, após a oitiva das partes, o juiz houver aprovado (art. 817, parágrafo único). Cumprida a prestação, as partes serão intimadas para se manifestarem no prazo de dez dias. Não havendo impugnação, a obrigação será considerada satisfeita (art. 818, caput), o que, na perspectiva do direito material, não exclui o prosseguimento de eventuais perdas e danos em favor do exequente (art. 249, caput, do CC). Se houver qualquer questionamento, o juiz decidirá (art. 818, parágrafo único). Na hipótese de a obrigação ser infungível, isto é, nos casos em que foi convencionado que o executado deve satisfazê-la pessoalmente, o exequente poderá requerer ao magistrado que fixe prazo para cumpri-la (art. 821, caput). Na hipótese de haver recusa ou mora do executado, a obrigação converter-se-á em perdas e danos (art. 247 do CC). Após eventual liquidação, o processo prossegue como execução por quantia certa (art. 821, parágrafo único). EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER A obrigação de fazer consiste na realização de um ato pelo devedor, enquanto que a obrigação de não fazer trata de uma abstenção. Em ambos os casos, o juiz aplicará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação. Note-se que, nos casos das obrigações de fazer ou de não fazer, sempre será aplicada multa pelo descumprimento, ao contrário da execução para entrega, na qual a aplicação de multa é uma faculdade do juiz. O prazo para o cumprimento da obrigação é determinado pelo juiz no próprio título executivo, não havendo prazo legal determinado. A obrigação de não fazer implica uma abstenção. É interessante observar que, nas obrigações negativas, não há mora. Assim, a prática do ato o qual o devedor deveria se abster caracteriza, por si só, a inexecução da obrigação. Se o executado praticar o ato do qual deva se abster, o exequente poderá pedir que o ato seja desfeito por terceiros, às custas do executado. O art. 822, pressupondo a descrição do inadimplemento tal qual o do precipitado art. 251 do C.C, na petição inicial autoriza o magistrado a assinar o prazo ao executado para desfazer o que não deveria, por força de lei ou de contrato, ter feito. Também aqui é plenamente justificável a cominação de multa coercitiva do art. 814, que poderá ser adotado em combinação e sem prejuízo de outras medidas de apoio. Se houver recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa do próprio executado, que responderá por perdas e danos (art. 823, caput). Se o desfazimento não for possível, a obrigação resolve-se em perdas e danos a serem apurados (liquidados) no mesmo processo, que prosseguirá como execução por quantia certa (art. 823, parágrafo único). Na impossibilidade de desfazimento, o ato será convertido em perdas e danos. Na execução de obrigação de fazer, é exigida uma obrigação positiva, ou seja, a realização de um ato. Tal qual na execução da obrigação de não fazer, será determinado o prazo para cumprimento da obrigação, que não é determinado. Prestações fungíveis e infungíveis A obrigação de fazer poderá ser fungível ou infungível. Entende-se por obrigação fungível aquela que pode ser satisfeita por terceiros, quando o devedor não a cumprir. Já a obrigação infungível não pode ser satisfeita por terceiros, tendo em vista que foram contraídas em razão das aptidões ou qualidades pessoais do devedor. Pode-se citar como exemplo a contratação de um renomado arquiteto para elaboração de um projeto arquitetônico. A elaboração de tal projeto por outro arquiteto não calharia no cumprimento da obrigação desejada. Após o decurso do prazo para o cumprimento da obrigação, caso o executado não a satisfaça, sendo a obrigação fungível, o exequente poderá exigir a satisfação da obrigação por um terceiro às custas do executado. Se a obrigação for cumprida por terceiro, então, deverá ser apresentada proposta de valor. Aprovada a proposta pelo juiz, o exequente realizará o adiantamento. É importante observar que, embora a obrigação seja cumprida às custas do executado, é o exequente quem irá realizar o adiantamento dos valores necessários ao seu cumprimento. É possível, ainda, que o exequente opte por executar por si mesmo a obrigação, ou sob sua supervisão, às custas do executado. Neste caso, o exequente não poderá cobrar mais caro do que as outras propostas que foram apresentadas por terceiros. O executado poderá optar, também, pela conversão da obrigação em perdas e danos. Neste caso, o valor será apurado por liquidação e, após, a execução prosseguirá por cobrança de quantia certa. A obrigação pessoal, isto é, aquela que não pode ser executada por terceiros, será sempre convertida em perdas e danos quando o executado não a cumprir no prazo estipulado. A conversão em perdas e danos faz com que seja aplicado o procedimento de execução por quantia certa. Após a prestação da obrigação, as partes têm 10 dias para apresentar a impugnação. Se não houver a impugnação, a obrigação será considerada satisfeita. CONCLUSÃO As diversas espécies de execução abordam asformas de cobrar o devedor qual sejam pagar, entregar coisa, fazer ou não fazer e as subespécies da execução de prestação alimentícia, da execução contra a fazenda pública e da execução fiscal. A própria lei exige que o credor aponte o título executivo à petição inicial, exceto se for judicial. A execução de obrigação de fazer e não fazer consiste em ser determinado ao devedor construir um muro ou não construir um muro, por exemplo, sendo uma obrigação positiva e outra negativa. Execução de entrega da coisa, pode ser certa ou incerta, a coisa certa consiste em entrega de uma pintura de um pintor celebre, a coisa incerta será indicada, ao menos, por gênero e quantidade exemplo entregar sacas de soja. Execução de pagar quantia certa incide nas circunstâncias em que há uma obrigação do devedor em pagar a seu credor quantia certa em dinheiro, através de título executivo judicial ou extrajudicial. A escolha do tema está ligada as formas de execução que não é somente de pagar um determinado valor fixado na sentença, e que se caso o devedor não adimplir com a sentença será obrigado a cumprir deveres e assim satisfazer o crédito do credor lesado. O nosso objetivo foi mostrar as espécies de execução e como cada uma funciona, de acordo com o tipo de obrigação cujo adimplemento se reclama. O problema das espécies de execução são as sanções sofridas pelo devedor obrigação deve ser equivalente a condição financeira tanto do devedor insolvente quanto do devedor solvente. REFERENCIAS https://trilhante.com.br/trilha/direito-processual-civil/curso/especies-de- execucao/aula/processo-de-execucao-especies-2 https://jus.com.br/artigos/52778/diversas-especies-de-execucao Curso de Direito Processual Civil – Volume III, 47.ª edição https://www.even3.com.br/anais/ectfaro/69335-das-diversas-especies-de- execucao/ https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-797-a-805-do-novo-cpc/ https://jus.com.br/artigos/52778/diversas-especies-de-execucao https://www.even3.com.br/anais/ectfaro/69335-das-diversas-especies-de-execucao/ https://www.even3.com.br/anais/ectfaro/69335-das-diversas-especies-de-execucao/
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