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Aula 14
Direito Administrativo p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autor:
Rodolfo Breciani Penna
Aula 14
30 de Janeiro de 2021
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784/99) ........................................................................................... 3 
1 – Introdução ................................................................................................................................................ 3 
1.1 – Abrangência e aplicação ............................................................................................................................................. 4 
1.2 – Princípios expressos na lei 9.784/99 .......................................................................................................................... 5 
2 – Direitos e Deveres dos Particulares .......................................................................................................... 6 
2.1 – Direitos do Administrado ............................................................................................................................................ 6 
2.2 – Direito a regime de tramitação prioritária ................................................................................................................. 7 
2.3 – Deveres do Administrado ........................................................................................................................................... 7 
3 – Início do Processo Administrativo ............................................................................................................ 8 
3.1 – Dos interessados no processo administrativo federal ............................................................................................... 9 
4 – Competência Administrativa .................................................................................................................. 10 
4.1 – Alteração de competência (delegação e avocação) ................................................................................................. 11 
4.2 – Impedimento e suspeição......................................................................................................................................... 14 
5 – Atos Processuais ..................................................................................................................................... 14 
5.1 – Forma, tempo e lugar dos atos processuais ............................................................................................................. 15 
5.2 – Comunicação dos atos processuais .......................................................................................................................... 15 
6 – Fases do Processo Administrativo .......................................................................................................... 16 
6.1 – Instauração ............................................................................................................................................................... 17 
6.2 – Instrução processual ................................................................................................................................................. 17 
6.3 – Decisão ...................................................................................................................................................................... 20 
7 – Motivação dos Atos Processuais ............................................................................................................ 20 
7.1 – Motivação aliunde .................................................................................................................................................... 21 
8 – Extinção do Processo .............................................................................................................................. 21 
Rodolfo Breciani Penna
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Direito Administrativo p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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 2 
9 – Anulação, Revogação e Convalidação.................................................................................................... 22 
9.1 – Anulação.................................................................................................................................................................... 22 
9.2 – Revogação ................................................................................................................................................................. 24 
9.3 – Convalidação ou sanatória ....................................................................................................................................... 25 
10 – Recursos Administrativos e Revisão Administrativa ............................................................................ 26 
10.1 – Legitimidade para interposição de recurso ............................................................................................................ 28 
10.2 – Decisão do recurso administrativo ......................................................................................................................... 28 
10.2.1 – Violação de súmula vinculante ............................................................................................................................ 29 
10.3 – Revisão administrativa ............................................................................................................................................ 30 
11 – Contagem de Prazos ............................................................................................................................. 30 
Resumo ............................................................................................................................................................. 31 
Jurisprudência citada ....................................................................................................................................... 39 
Legislação pertinente ....................................................................................................................................... 40 
Lei 9.784/99 ....................................................................................................................................................................... 40 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 47 
Questões CESPE Comentadas .......................................................................................................................... 48 
Demais Questões Comentadas ........................................................................................................................ 55 
Lista de Questões CESPE .................................................................................................................................. 86 
Lista de Demais Questões ................................................................................................................................ 88 
Gabarito............................................................................................................................................................ 98 
 
 
Rodolfo Breciani Penna
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 3 
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL 
(LEI Nº 9.784/99) 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Prezado aluno, na aula de hoje estudaremos essa importante lei e a teoria a ela relacionada. 
É importante verificar de maneira apurada a incidência de questões dessa matéria no concurso buscado. 
Apesar de se tratar de uma lei federal, alguns concursos de PGMse alguns concursos estaduais costumam 
cobrar este assunto. Fique atento! 
Vale lembrar ainda que já estudamos os aspectos do processo administrativo em geral na aula sobre Controle 
da Administração Pública. Por outro lado, o processo administrativo disciplinar foi estudado na aula acerca 
do regime jurídico disciplinar dos agentes públicos. Por estes motivos, veremos nesta aula apenas as 
especificidades do processo administrativo federal. 
Sem perdermos tempo, vamos à nossa aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL (LEI Nº 9.784/99) 
1 – INTRODUÇÃO 
De início, é importante distinguir processo administrativo de procedimento administrativo: 
a) Processo administrativo: é uma relação jurídica marcada por uma série de atos administrativos 
concatenados, que observam uma ordem estabelecida na lei, estabelecem direitos, obrigações, 
deveres, ônus, encargos e objetivam a prática de um ato final ou a prolação de uma decisão; 
b) Procedimento administrativo: é a forma pela qual os atos processuais são praticados. É o rito 
respeitado no processo. São os atos praticados de forma interligada e sequenciada de acordo com a 
lei. 
O processo administrativo federal é regulamentado pela lei 9.784/99, que estabelece as disposições gerais 
sobre a matéria. No entanto, a referida lei não se limita a dispor apenas acerca do processo administrativo. 
A lei contém importantes normas aplicáveis aos atos administrativos federais em geral. 
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Neste mesmo sentido, os princípios expressamente aplicáveis ao processo administrativo também se 
aplicam à Administração Pública em geral, sendo considerados princípios implícitos do Direito 
Administrativo. 
1.1 – Abrangência e aplicação 
A lei 9.784/99 é uma lei federal, isto é, não se trata de uma lei nacional e, por este motivo, 
obriga apenas os órgãos da Administração Pública direta e os órgãos e entidades da 
Administração indireta, aplicando-se a todos os Poderes da União. A lei não obriga os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, que devem editar suas próprias leis para regulamentar os seus 
respectivos processos administrativos. 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da 
União, quando no desempenho de função administrativa. 
No entanto, o STJ editou a súmula 633 da sua jurisprudência estabelecendo que a lei nº 9.784/99 pode ser 
aplicada subsidiariamente aos Estados e Municípios, se inexistente norma local que regule a material, 
especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial de cinco ano para anulação de atos administrativos 
que importem em benefícios aos Administrados: 
 
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial 
para a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode 
ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e 
específica que regule a matéria. 
Quanto à sua aplicação, possui caráter supletivo ou subsidiário. Os processos administrativos 
específicos da União, que já eram regidos por leis específicas ou venham a ser regulamentados 
especificamente por outra lei, continuam sendo por elas regidos, sofrendo a incidência 
subsidiária da lei 9.784/99. 
É o caso do processo administrativo disciplinar, por exemplo, que é regido pela lei 8.112/90, devendo-se 
aplicar as disposições da lei 9.784/99 apenas quando aquela for omissa. 
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, 
aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. 
Por outro lado, quando não existir uma lei específica, será observada a lei 9.784/99 de forma integral. 
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1.2 – Princípios expressos na lei 9.784/99 
O art. 2º da lei do processo administrativo federal (LPAF) dispõe expressamente sobre a aplicação de 
determinados princípios a estes processos, sem prejuízo de outros princípios constitucionais expressos e 
implícitos: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Ressalte-se que referidos princípios são aplicáveis não apenas aos processos administrativos, mas possuem 
incidência, em maior ou menor medida, sobre toda a atuação da Administração Pública. 
Há ainda outros princípios implícitos apontados pela doutrina como característicos dos processos 
administrativos em geral, já estudados na aula de controle da Administração Pública. São eles: 
a) Informalidade/informalismo; 
b) Oficialidade; 
c) Verdade material; 
d) Gratuidade; 
e) Instrumentalidade das formas. 
Por outro lado, o parágrafo único do art. 2º estabelece as diretrizes e os critérios a serem seguidos tanto pela 
Administração Pública quanto pelo particular interessado no processo administrativo federal, os quais 
reproduzimos aqui, tendo em vista a suficiência da leitura da literalidade da lei neste caso: 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei; 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes 
ou autoridades; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição; 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados; 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas 
e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de 
litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
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XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
2 – DIREITOS E DEVERES DOS PARTICULARES 
Os arts. 3º e 4º estabelecem os direitos e deveres dos administrados sujeitos ao processo administrativo 
federal. Trata-se de rol meramente exemplificativo, existindo ainda inúmeros outros direitos e deveres 
decorrentes do ordenamento jurídico em geral. Neste tópico, basta a leitura da literalidade da lei e dos 
rápidos apontamentos realizados sobre os pontos mais importantes. 
2.1 – Direitos do Administrado 
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração,sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de 
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente; 
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, 
por força de lei. 
Os incisos II e III tratam dos aspectos relacionados ao contraditório e à ampla defesa. Destaque-se que não 
basta a mera ciência dos atos pelo interessado, deve ser dada oportunidade efetiva para sua manifestação. 
Além disso, para que o contraditório seja respeitado, suas alegações devem ser objeto de consideração na 
decisão tomada ou no ato praticado pela autoridade, que demonstrará na motivação as razões do 
acolhimento ou rejeição da manifestação do interessado. 
Já o inciso IV está em harmonia com a súmula vinculante nº 5 do STF, no sentido de que a ausência de defesa 
técnica por advogado não implica nulidade do processo, tendo em vista que não ofende a Constituição 
Federal: 
Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição. 
Vale ressaltar, no entanto, que a dispensa da defesa técnica não implica na vedação à defesa técnica, 
cabendo ao particular decidir se contrata ou não advogado. Além disso, a lei pode exigir expressamente a 
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presença de advogado, situação na qual a defesa técnica será obrigatória e a sua ausência implicará a 
nulidade do processo. 
2.2 – Direito a regime de tramitação prioritária 
A lei 12.008/2009 incluiu o art. 69-A na lei 9.784/99, estabelecendo um regime de tramitação prioritária dos 
processos administrativos para determinado grupo de pessoas em situação de vulnerabilidade, aplicando-se 
a tramitação prioritária a qualquer órgão ou instância da Administração Pública Federal, direta e indireta. 
De acordo com a lei, são beneficiárias da tramitação prioritária: 
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos 
administrativos em que figure como parte ou interessado: 
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 
III – Vetado. 
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget 
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou 
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 
tenha sido contraída após o início do processo. 
 
“§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua 
condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que 
determinará as providências a serem cumpridas.” 
O benefício não é conferido de ofício ou de forma automática, deve ser requerido 
pelo interessado, que deverá comprovar a sua condição compatível com os incisos 
do art. 69-A. 
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação 
prioritária. 
2.3 – Deveres do Administrado 
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos 
em ato normativo: 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
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III - não agir de modo temerário; 
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
3 – INÍCIO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
Em primeiro lugar, ao contrário do processo judicial, que somente é iniciado por provocação da 
parte interessada, o processo administrativo pode ter início a requerimento do particular ou de 
ofício, por iniciativa da própria Administração Pública (art. 5º). 
O início por meio de requerimento do interessado deve obedecer a alguns requisitos. Em regra, deverá ser 
formulado por escrito e dirigido à autoridade competente para sua instauração. Excepcionalmente, o 
requerimento poderá ser oral, desde que seja admitido expressamente pela lei ou por ato normativo 
regulamentador. 
Além disso, deve apresentar os seguintes dados (art. 6º): 
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
II - identificação do interessado ou de quem o represente; 
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; 
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
O requerimento de instauração do processo administrativo é um direito do particular interessado, previsto 
como corolário do direito fundamental de petição aos Poderes Públicos previsto no art. 5º, XXXIV, alínea “a”, 
da CF. 
Por este motivo, é vedado à Administração recusar imotivadamente o recebimento de documentos, 
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas (art. 6º, parágrafo 
único). Isto é, se o requerimento não contiver os requisitos necessários, o administrador não poderá recusá-
lo de forma imediata, deverá abrir prazo para correção dos defeitos e informar ao interessado quais defeitos 
devem ser sanados. 
Por outro lado, a lei dispõe que os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou 
formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes (art. 7º), com a finalidade 
de facilitar e promover o exercício do direito de petição pelo particular. 
Por fim, dispõe o art. 8º acerca dos pedidos realizados por uma pluralidade de interessados: 
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Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos 
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. 
Logo, a possibilidade de requerimentos feitos por mais de uma pessoa em um único documento é a regra 
geral do sistema. 
3.1 – Dos interessados no processo administrativo federal 
O art. 9º da lei 9.784/94 estabelece um elenco amplo de interessados no processo administrativo federal, 
quais sejam: 
Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: 
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais 
ou no exercício do direito de representação; 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser 
afetados pela decisão a ser adotada; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. 
O interessado pode ser qualquer pessoa física ou jurídica que possa ter os seus interesses 
afetados por uma decisão ou ato administrativo. 
Importante destacar que a legitimidade para figurar como interessado no processo das organizações e 
associações representativas é limitada, sendo interessados apenas quanto aos direitos e interesses coletivos 
ou difusos a que se destina a sua atuação. 
Além disso, de acordo com o inciso I, é possível pleitear administrativamente, em processo administrativo, 
por meio de representação, situaçãona qual o representante possuirá legitimidade extraordinária, para 
buscar no processo direito de terceiro. 
Quanto à capacidade processual, a lei é taxativa, admitindo, no entanto, exceções expressamente previstas 
em lei: 
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada 
previsão especial em ato normativo próprio. 
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Por outro lado, o art. 31, §2º dispõe que o “comparecimento à consulta pública não 
confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da 
Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações 
substancialmente iguais.” 
4 – COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 
Quanto à competência, já estudamos este aspecto relativamente aos atos administrativos. No entanto, cabe 
repetir as informações mais importantes sobre este tópico na presente aula, tendo em vista similaridade do 
assunto quando se trata de processos administrativos. 
Competência: a atribuição legal conferida ao agente público para o desempenho das funções 
específicas relacionados ao seu cargo público. A competência é definida pela lei ou diretamente 
pela própria constituição e não pode ser alterada pela vontade das partes. 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi 
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
É possível que, para órgãos de menor hierarquia, a competência seja definida por ato normativo da 
Administração com função de organizar internamente o serviço, mas esse ato normativo terá sua base 
originária da lei. Essa forma de atribuição de competência é denominada “competência administrativa 
secundária”. 
 
Por outro lado, em âmbito federal, inexistindo competência legal específica, o processo 
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para 
decidir (art. 17). 
A competência é atribuída pela legislação mediante alguns critérios. São eles: 
a) Em razão da matéria: atribuições distribuídas entre os órgãos de acordo com a matéria a ser tratada, 
garantindo maior especialização (ex.: Ministério da Saúde, Ministério da Educação etc.); 
b) Em razão da hierarquia (ou grau): atribuições distribuídas a partir da posição hierárquica dos órgãos; 
c) Em razão do território: atribuições distribuídas pela localização do órgão (ex.: subprefeituras); 
d) Em razão do tempo: determinadas funções somente poderão ser desempenhadas em um tempo 
específico (ex.: exercício da função durante o mandato). 
A competência é de exercício obrigatório, razão pela qual o agente público, diante da situação prevista na 
lei, deve adotar a conduta nela prevista. Por este motivo, o elemento competência será sempre vinculado. 
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A doutrina ainda aponta as seguintes características da competência: 
a) Exercício obrigatório; 
b) Irrenunciável, podendo, entretanto, o seu exercício ser parcial e temporariamente delegado (o que 
não importa em renúncia, uma vez que o agente delegante poderá continuar exercendo a atribuição 
delegada); 
c) Intransferível (a delegação não transfere a titularidade, mas apenas o exercício); 
d) Imodificável pela vontade das partes; 
e) Imprescritível, pois o não exercício não importa na extinção do direito de exercer a competência; 
f) Limitada. 
Embora a titularidade da competência seja intransferível, pode haver a delegação e a avocação do seu 
exercício. Estudamos este instituto na aula acerca dos Poderes Administrativos, mas vamos relembrá-lo de 
forma resumida, especialmente em relação aos dispositivos da lei 9.784/99. 
Se você já estudou este tema na aula de poderes administrativos, pode passar para o próximo. 
4.1 – Alteração de competência (delegação e avocação) 
A delegação de competência consiste na atribuição, por um agente público, do exercício temporário de 
algumas competências, originalmente pertencentes a seu cargo, a um outro agente público, subordinado 
ou não. 
Lei 9.784/99 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar 
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
A regra geral é a possibilidade de delegação de competências. Neste sentido, apenas quando a lei proibir 
expressamente é que será vedada a delegação. 
De acordo com a lei 9.784/99, é vedada a delegação de competência nas seguintes hipóteses: 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Quanto às matérias de competência exclusiva, é possível destacar os atos políticos, pelo que apenas os atos 
administrativos podem ser delegados. Ademais, não são passíveis de delegação a função típica dos Poderes 
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de República (Executivo, Legislativo e Judiciário), salvo expressa ressalva constitucional (ex.: Leis delegadas 
do art. 68, CF). 
É necessário destacar que a competência atribuída a um agente público por lei é irrenunciável (art. 11). A 
delegação dessa competência a agente subordinado não implica renúncia da competência. O agente 
delegante mantém consigo a atribuição para a prática do ato, podendo dizer que a atribuição passa a ser 
concorrente, pois tanto o agente delegante quanto o agente delegado podem exercer a respectiva 
competência. Além disso, a delegação ocorre simplesmente quanto ao exercício, pois o agente delegante 
mantém a sua titularidade. 
Por outro lado, o agente público delegante pode retomar o exercício da competência a qualquer tempo, 
sendo a delegação um ato precário (art. 14, §2º). Além disso, a delegação é ato discricionário da autoridade 
pública, da mesma forma que a sua revogação. 
A delegação será sempre parcial, devendo o ato de delegação especificar as matérias e os poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, 
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada (art. 14, §1º). Além disso, deverá ser publicada 
em meio oficial, sob pena de não produzirem efeitos os atos praticados com base na delegação (art. 14, 
caput). 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do 
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de 
exercício da atribuição delegada. 
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e 
considerar-se-ão editadas pelo delegado. 
Outro destaque importante é que a delegação, ao contrário do que ocorre com a avocação, pode ocorrer 
entre órgãos ou autoridades de mesmo nível hierárquico, não necessitando ocorrer entre superiores e 
subordinados (art. 12). 
Com isto, podemos resumir as características da delegação de competências da seguinte forma: 
a) Ato discricionário; 
b) Precário; 
c) Parcial (não é absoluta, pois delega apenas parcela das atribuições); 
d) Temporário; 
e) Limitado (art. 13, lei 9.784/99); 
f) Pode ocorrer entre órgãos de mesmo nível hierárquico; 
g) Delega apenas o exercício da atribuição. 
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Quanto à responsabilidade pelos atos praticados com base na delegação de competência, o STF firmou 
entendimento de que é o agente que praticou o ato, no exercício da competência delegada, que deve 
responder em caso de lesão ou ameaça de lesão a terceiros. Vejamos: 
Súmula 510-STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra 
ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 
➢ Avocação 
A avocação, por outro lado, consiste no ato discricionário no qual o superior hierárquico toma para si o 
exercício temporário de determinada competência atribuída por lei a um subordinado. 
A doutrina defende que a avocação seja uma medida excepcional e devidamente fundamentada. Esse 
entendimento foi consagrado na lei 9.784/99, vejamos: 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Além disso, é vedada a avocação de competência exclusiva de um subordinado atribuída por lei. A avocação 
é parcial e temporária, a exemplo da delegação. 
 
Vale destacar que a avocação de competência não se confunde com a revogação da 
delegação de competência. No primeiro caso, o agente que avoca a competência não a 
possuía originalmente, pois ela pertencia a um subordinado. No segundo caso, a competência 
pertence a autoridade delegante, que, após a delegar a um outro agente público, decide pela 
revogação do ato de delegação, voltando a exercê-la de forma exclusiva. 
Por fim, a avocação só é possível em relação a competências atribuídas a agentes públicos subordinados, ao 
contrário da delegação, em que não há essa exigência. 
 
Delegação Avocação 
Atribuição, por um agente público, do exercício 
temporário de algumas competências, 
originalmente pertencentes a seu cargo, a um outro 
agente público, subordinado ou não. 
Ato discricionário no qual o superior hierárquico 
toma para si o exercício temporário de determinada 
competência atribuída por lei a um subordinado. 
Pode ocorrer entre agentes públicos subordinados 
ou não. 
Só ocorre entre agente público superior e 
subordinado. 
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4.2 – Impedimento e suspeição 
Embora tenha competência para o processo administrativo, determinado agente público não poderá atuar 
no caso de se verificar uma das hipóteses de impedimento ou suspeição prevista na lei. De acordo com o 
normativo legal: 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais 
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou 
companheiro. 
Busca-se conferir objetividade, impessoalidade e moralidade à condução do processo e a decisão ou ato 
administrativo a ser praticado ao final. 
O art. 19 estabelece que a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à 
autoridade competente, abstendo-se de atuar, sob pena responder disciplinarmente por falta grave em 
caso de omissão em seu dever de comunicar. 
A suspeição, por sua vez, decorre da “amizade íntima ou inimizade notória” da autoridade ou servidor com 
alguns dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. 
 
A lei estabelece o dever de a autoridade comunicar apenas o impedimento. Não há 
disposição legal que obrigue a autoridade a comunicar a suspeição. 
Embora essa informação deva ser levada para provas objetivas, é importante destacar que 
o princípio da moralidade e da impessoalidade exigem a comunicação ainda que se trate 
de suspeição do agente competente. 
Por fim, a lei estabelece que o indeferimento da alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem 
efeito suspensivo (art. 21). Neste sentido, a autoridade continua atuando no processo, ainda que contra ela 
esteja pendente a alegação da existência de suspeição. 
5 – ATOS PROCESSUAIS 
O processo administrativo tem o seu curso regular por meio da prática de diversos atos concatenados, 
previstos na lei, e praticados de forma lógica, para que seja alcançada a finalidade do processo, qual seja, a 
prolação de uma decisão ou a prática de um ato administrativo. 
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5.1 – Forma, tempo e lugar dos atos processuais 
Os atos processuais, no processo administrativo federal, seguem o princípio do informalismo ou seja, não 
dependem, em regra, de forma definida para serem praticados. Excepcionalmente, deverá seguir uma forma 
predefinida se a lei exigir expressamente (art. 22). 
No entanto, embora não exija uma forma determinada, os atos processuais devem ser produzidos por 
escrito, em língua portuguesa, assinalando-se a data e o local da sua realização e com a aposição de 
assinatura da autoridade responsável (art. 22, §1º). 
A lei dispõe ainda que, salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando 
houver dúvida de autenticidade e que a autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo 
órgão administrativo (art. 22, §§ 2º e 3º). 
Quanto ao tempo da realização dos atos no processo administrativo, a lei determina que sejam realizados 
em dias úteis e em horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo (art. 23). 
No entanto, serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o 
curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. 
Além disso, os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o 
interessado se outro for o local de realização (art. 25). 
Quanto aos prazos, a lei define um prazo geral, qual seja, 5 (cinco) dias. Assim, inexistindo disposição 
específica, os atos deverão ser praticados neste prazo. Havendo, por outro lado, disposição expressa 
instituindo outro prazo, este deverá ser observado. Além disso, o prazo geral poderá ser dilatado até o dobro, 
mediante justificação. 
 
Prazo geral: 5 dias, podendo ser dilatado até o dobro mediante comprovada justificação. 
Prazo específico: estabelecido pela lei. 
5.2 – Comunicação dos atos processuais 
A comunicação dos atos processuais é o meio pelo qual se dá ciência ao interessado da prática de um ato no 
processo e o notifica para adotar determinada conduta. De acordo com a lei, deverá ocorrer a intimação do 
interessado para ciência de decisão ou para que efetive alguma diligência. Trata-se da garantia do 
contraditório e da ampla defesa, que não se limita à comunicação dos atos processuais, mas abrange a 
garantia de possibilidade de manifestação do interessado e que os seus argumentos sejam considerados na 
tomada de decisão. 
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em 
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos 
de outra natureza, de seu interesse. 
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A lei estabelece as informações que devem conter na intimação: 
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; 
II - finalidade da intimação; 
III - data, hora e local em que deve comparecer; 
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; 
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; 
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 
As intimações que nãoobedecerem às prescrições legais serão nulas. No entanto, o comparecimento 
espontâneo do interessado supre a falta ou a irregularidade da intimação (art. 26, §5º). 
Além disso, a intimação deve observar a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de 
comparecimento, ou seja, o interessado somente será obrigado a comparecer para determinado ato 
processual se intimado, ao menos, três dias úteis antes do ato. 
Quanto às formas de intimação, o art. 26, §3º, estabelece que são as seguintes: 
a) Ciência no processo; 
b) Via postal com aviso de recebimento; 
c) Telegrama; 
d) Outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. 
No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser 
efetuada por meio de publicação oficial e não por edital. 
No processo administrativo, em decorrência do princípio da verdade material, o desatendimento da 
intimação não importa em reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado 
faltante. Ainda que seja desatendida a intimação, o interessado continuará tendo a garantia de ampla defesa 
no processo, podendo se manifestar livremente. 
6 – FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
O processo administrativo comum, igualmente ao processo administrativo disciplinar, possui três principais 
fases: 
a) Instauração; 
b) Instrução processual, incluindo a defesa do interessado e o relatório da comissão; 
c) Decisão final. 
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6.1 – Instauração 
O processo administrativo é instaurado mediante portaria editada pela autoridade competente ou pelo 
órgão responsável que, conforme estudamos, pode ocorrer de ofício, por iniciativa da própria autoridade ou 
órgão ou a requerimento do interessado. 
Os aspectos relacionados ao início do processo foram estudados no tópico 3 desta aula, para o qual 
remetemos o aluno. 
6.2 – Instrução processual 
A instrução processual é a parte em que são produzidas as provas, determinadas diligências e apresentada 
a defesa do interessado, colhendo-se os elementos necessários para a tomada de decisão. Além disso, a 
comissão ainda elabora um relatório fundamentado para subsidiar a decisão da autoridade competente. 
De acordo com o princípio da oficialidade, ainda que o processo tenha sido iniciado por iniciativa do 
particular interessado, a própria Administração Pública deve impulsionar o procedimento para realização 
das fases necessárias ao atingimento da sua finalidade. Assim, as provas podem ser produzidas e as 
diligências determinadas de ofício, independentemente da provocação do particular. 
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à 
tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo 
processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. 
Por outro lado, embora esteja sob a influência do princípio da verdade material, o processo administrativo 
não admite provas ilícitas, obtidas por meios ilícitos ou delas decorrentes (art. 30). Além disso, os atos de 
instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes (art. 
29, §2º). 
➢ Consulta pública (art. 31): poderá ser realizada, mediante despacho motivado, quando a matéria 
envolver assunto de interesse geral, desde que não enseje prejuízos para a parte interessada. 
A consulta pública deverá ocorrer antes da decisão do pedido e consiste na apresentação, por pessoas físicas 
ou jurídicas de alegações escritas, sendo-lhes garantido, para tanto, acesso para examinar os autos do 
processo. 
A abertura da consulta pública deverá ser publicada em meios oficiais, estabelecendo o prazo para 
apresentação das alegações escritas pelas partes. 
Conforme já estudado, o comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado 
do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser 
comum a todas as alegações substancialmente iguais. 
➢ Audiência Pública (art. 32): antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância 
da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. 
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A diferença da consulta para a audiência pública é que, na primeira, há a apresentação apenas 
de manifestações escritas, enquanto na segunda, é marcada uma audiência para que sejam 
ouvidas as pessoas que desejarem se manifestar. 
 
A realização de consulta pública e/ou de audiência pública é decisão discricionária da 
Administração Pública. 
Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão 
ser apresentados com a indicação do procedimento adotado (art. 34). 
➢ Outros meios de participação popular 
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer 
outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e 
associações legalmente reconhecidas. 
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades 
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou 
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. 
➢ Instrução probatória 
O ônus da prova pertence a quem alegar o fato que deva ser provado. Se o particular pleiteia uma decisão 
fundamentada nos fatos por si alegados, cabe a ele a prova desses eventos. Por outro lado, quando o 
interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria 
Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a 
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. 
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar 
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes 
à matéria objeto do processo. 
 
Conforme o dispositivo acima, ao contrário do processo civil, no processo administrativo o 
interessado poderá produzir provas até a tomada de decisões e não apenas em um momento 
específico do processo. Essa possibilidade decorre do princípio da verdade material. 
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Em regra, a possibilidade da produção de provas deve ser a mais ampla possível, no entanto, 
poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados 
somente quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. 
Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias 
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização (art. 41). 
Em determinados casos, pode ser necessária a prestação de informações ou apresentação de provas pelos 
interessados ou terceiros. Nesta situação, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, 
prazo, forma e condições de atendimento e, caso não atendida ou se entender relevante a matéria, o órgão 
competente poderá suprir de ofício a omissão. 
O interessado possui o ônus de apresentar dados, praticar atos e entregar documentos sempre que solicitado 
por serem necessários à apreciação do pedido formulado. O não atendimento pelo interessado da 
solicitação no prazo fixado implicará arquivamento do processo. 
Pelo princípio do contraditório, é obrigatório que os elementos probatórios deverão ser considerados na 
motivação do relatório e da decisão (art. 38, §1º). 
➢ Parecer e laudo técnico 
Em alguns casos deverá ser ouvido oórgão consultivo, que terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar 
parecer, salvo norma especial ou comprovada necessidade de prazo maior (art. 42). No caso de não 
apresentação do parecer, a conduta a ser tomada dependerá da sua natureza: 
Consequências da ausência do parecer 
Parecer obrigatório e vinculante Processo não terá seguimento, responsabilizando-se quem der 
causa ao atraso. 
Parecer obrigatório e não vinculante Processo poderá ter seguimento e ser decidido com sua 
dispensa, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos 
de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão 
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação 
e capacidade técnica equivalentes. 
➢ Alegações finais: encerrada a instrução, o interessado tem o direito de se manifestar no prazo de 10 
(dez) dias, salvo se a lei dispuser expressamente estabelecendo outro prazo (art. 44). 
➢ Medidas acauteladoras: em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente 
adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado (art. 45). 
➢ Relatório: o órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório 
indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, 
objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente (art. 47). 
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6.3 – Decisão 
A Administração Pública tem o dever de decidir explicitamente sobre qualquer solicitação ou reclamação do 
interessado, mediante o processo administrativo, em matéria de sua competência. 
A decisão deverá ser proferida no prazo de 30 (trinta) dias, salvo prorrogação por igual período 
expressamente motivada. 
7 – MOTIVAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
O art. 50 trata do dever de motivação dos atos e decisões administrativas. O dispositivo elenca diversas 
situações em que a motivação será obrigatória: 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, 
laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
No entanto, a maioria da doutrina entende que o princípio da motivação deve ser observado por toda a 
atuação da Administração Pública, se justificando pelo fato de que o poder emana do povo, que deve ser 
informado dos motivos que justificam a atuação administrativa. 
Neste sentido, entende-se que as hipóteses do art. 50 são meramente exemplificativas, sendo a 
motivação a regra da atuação Administrativa, somente sendo dispensada quando a lei ou a 
Constituição assim dispuserem expressamente. 
Além disso, a motivação deve ser sempre explícita, clara e congruente, constando em documento escrito. 
Desta forma, a lei dispõe que a motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões 
orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. 
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7.1 – Motivação aliunde 
O art. 51, §1º estabelece ainda a possibilidade da motivação aliunde ou motivação per relatione, que 
consiste na declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que passam a ser parte integrante da decisão ou do ato. 
Neste caso, a autoridade, ao decidir, declara expressamente que está adotando a motivação constante de 
um outro documento constante do processo, que será parte da decisão, sendo desnecessário que a 
autoridade repita esses fundamentos expressamente. 
Além disso, na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que 
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados (art. 
50, §2º). 
8 – EXTINÇÃO DO PROCESSO 
A extinção do processo pode ocorrer a pedido do interessado ou de ofício. 
A extinção do processo a pedido, decorre da desistência total ou parcial dos pedidos formulados pelo 
interessado, que deverá ocorrer de forma escrita. Além disso, o interessado pode ainda renunciar a direitos 
disponíveis. 
Há diferença entre desistência do processo e renúncia de direito. Na desistência, o interessado 
apenas desiste, total ou parcialmente, de buscar o seu direito na via administrativa e por meio 
daquele processo em específico, podendo pleitear o mesmo direito em novo processo 
administrativo ou pela via Judicial. 
Já na renúncia de direito, o particular renuncia ao próprio direito material, sacrificando o seu 
direito com caráter de definitividade, não podendo mais, em regra, rediscutir a matéria ou 
pleitear o direito novamente. 
Por outro lado, se houver vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha 
formulado. 
 
Não obstante o direito à desistência e a renúncia pelo interessado, se a Administração 
Pública considerar que há interesse público na continuação do processo, poderá 
determinar o seu prosseguimento sem a participação do interessado (art. 51, §2º). 
Por fim, a extinção do processo de ofício ocorre quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se 
tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente, devendo ser declarada pelo órgão 
competente. 
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9 – ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
Esses assuntos foram estudados de forma detalhada na aula sobre atos administrativos, se você 
já estudou este tema naquela aula, pode pular este capítulo. 
9.1 – Anulação 
A anulação do ato administrativo tem lugar quando verificado algum vício de legalidade ou legitimidade (ou 
juridicidade) – a ofensa ao ordenamento jurídico como um todo. É sempre um controle de legalidade. Por 
este motivo, pode-se anular tanto um ato vinculado quanto um ato discricionário, tendo em vista que todos 
eles devem estar em harmonia com o ordenamento jurídico. 
O vício poderá ser sanável ou não. Em caso de vício insanável, a anulação é obrigatória, não cabendo à 
administração fazer qualquer ponderação em relação à extinção do ato. Tomando conhecimento do vício, 
deve realizar a sua anulação. 
Por outro lado, em caso de vícios sanáveis o ato poderá ser convalidado, desde que não acarrete prejuízo a 
terceiros ou lesão ao interesse público. 
A anulação do ato administrativo, seja qual for a espécie do vício verificado (sanável ou insanável), retroage 
os seus efeitos à data da prática do ato, daí ser correto dizer que a anulação produz efeitos ex tunc ou 
retroativos. Assim, todos os efeitos produzidos pelo ato anulado serão desconstituídos, resguardados os 
efeitos individuais produzidos que beneficiaram terceiros de boa-fé. 
Se a anulação produzir efeitos na esfera de interesse dos particulares, deve ser precedida de procedimento 
que oportunize o contraditório e a ampla defesa pelos interessados. Esse entendimento encontra-se 
consolidado no STF. 
Além disso, em regra, a anulação do ato administrativo gera direito de indenização aos particulares que 
sofrerem prejuízos, salvo se contribuíram para a existência da ilegalidade. 
Por outro lado, a anulação pode ocorrer por parte da AdministraçãoPública, de ofício ou mediante 
provocação, por parte do Poder Judiciário apenas se provocado e pelo Poder Legislativo, com o auxílio do 
Tribunal de Contas, nas hipóteses previstas na Constituição Federal. 
 
Vale ainda destacar os dispositivos inseridos na LINDB pela lei 13.655/2018, determinando que, na anulação 
de ato administrativo, devem ser levadas em conta as suas consequências jurídicas: 
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Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou 
da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das 
possíveis alternativas. 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo 
expresso suas consequências jurídicas e administrativas. 
Em âmbito federal, a lei 9.784/99 prevê o prazo decadencial de 05 anos para a anulação de atos dos quais 
resultem efeitos favoráveis ao Administrado, salvo comprovada má-fé. A doutrina é controvertida quanto ao 
prazo para anulação de atos administrativos praticado com má-fé do administrado, prevalecendo o 
entendimento que, neste caso, não haveria prazo decadencial para anulação do ato. 
Vale destacar que este prazo de 5 anos é aplicável em âmbito federal, mas cada Estado ou Município pode 
editar suas leis estabelecendo prazo para anulação de atos com efeitos favoráveis aos particulares. Como 
exemplo, no Estado de São Paulo, o prazo é de 10 anos (Lei Estadual 10.177/98, art. 10). 
 
Por outro lado, o STF possui jurisprudência pacífica no sentido de que os atos administrativos 
flagrantemente inconstitucionais podem ser anulados a qualquer tempo, resguardado o 
direito à ampla defesa e contraditório. Exemplo claro é a investidura em cargo público sem 
submissão a concurso público. Nesta hipótese, tanto o STF quanto o STJ entendem válida a 
anulação do ato de investidura em razão de flagrante violação do princípio do concurso 
público (MS 28279). 
 
➢ Modulação dos efeitos da anulação do ato administrativo 
De acordo com parcela da doutrina, na anulação de um ato administrativo, a Administração pode modular 
os efeitos da invalidação do ato ilegal em defesa da segurança jurídica e do interesse público, nos mesmos 
moldes do controle de constitucionalidade (art. 27, lei 9.868/99). 
Para esta doutrina, a lei 13.655/2018, ao inserir os arts. 23 e 24 na LINDB, reforçou esse entendimento, tendo 
em vista que o dispositivo citado prevê a vedação a que se declarem inválidas situações plenamente 
constituídas com base em mudança posterior de orientação geral. 
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9.2 – Revogação 
A revogação é a retirada de um ato administrativo válido do mundo jurídico por critério de conveniência e 
oportunidade do administrador. O ato não possui qualquer irregularidade, está em perfeita harmonia com 
o ordenamento jurídico, mas a administração decide revogá-lo por entender ser a medida que melhor atende 
ao interesse público. 
A revogação somente se aplica aos atos discricionários. É vedada a revogação de ato administrativo 
vinculado. Além disso, a revogação em si é um ato discricionário, pois decorre exclusivamente da escolha do 
administrador após ponderação dos critérios da conveniência e oportunidade. 
A revogação, ao contrário da anulação, somente produz efeitos a partir do momento em que o ato foi 
revogado, ou seja, produz efeitos prospectivos (ex nunc). Além disso, deverão ser respeitados os direitos 
adquiridos pelos interessados. 
Somente a Administração Pública pode revogar os seus próprios atos, não cabendo revogação por parte do 
Poder Judiciário, que apenas anula atos administrativos, quando provocado, por vício de legalidade ou 
legitimidade. 
A revogação ainda depende de prévio procedimento que permita o contraditório e a ampla defesa do 
interessado. 
Além disso, a revogação, em regra, não gera direito a indenização dos particulares, tendo em vista que 
somente se revoga um ato precário, em que o particular possui mera expectativa de direito. Entretanto, em 
determinados casos excepcionais pode ser reconhecido o direito a indenização do particular, especialmente 
quando violados princípios jurídicos e houver prejuízo ao particular. 
A doutrina aponta ainda alguns atos que não podem ser revogados: 
a) Atos consumados: aqueles que já exauriram seus efeitos ou com prazo expirado; 
b) Atos vinculados; 
c) Atos que já geraram direito adquirido (art. 5º, XXXVI, CF); 
d) Atos preclusos no processo administrativo: o processo administrativo é um procedimento com uma 
sucessão ordenada de atos administrativos, sendo que o ato anterior é pressuposto para a prática do 
posterior. Neste sentido, ao editar um novo ato dentro do procedimento, ocorre a preclusão 
administrativa quanto à etapa anterior; 
e) Atos declaratórios (“meros atos administrativos”): tendo em vista que se limitam a declarar a 
existência ou não de uma situação e a sua forma jurídica, sendo impossível a revogação da realidade; 
f) Atos opinativos (enunciativos): tendo em vista que não produzem efeitos por si só. A revogação tem 
a finalidade de impedir que um ato continue a produzir efeitos. 
 
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Anulação Revogação 
Anula um ato inválido; Revoga um ato válido; 
Anula atos vinculados ou discricionários; Revoga apenas atos discricionário; 
Em regra, é ato vinculado (será discricionários se 
houver possibilidade de convalidação); 
É um ato discricionário em si; 
Produz efeitos retroativos (ex tunc); Produz efeitos prospectivos (ex nunc); 
Administração Pública, Poder Judiciário e Poder 
Legislativo; 
Apenas a Administração Pública; 
Em regra, gera direito a indenização. Em regra, não há direito a indenização. 
9.3 – Convalidação ou sanatória 
A convalidação do ato administrativo é a correção ou regularização de ato que contenha defeito sanável, 
desde a sua origem (ex tunc), fazendo com que os efeitos já produzidos permaneçam válidos e que o ato 
continue no mundo jurídico de forma válida. 
A convalidação é um ato discricionário da Administração Pública, que poderá optar, diante de um defeito 
sanável, entre anular o ato administrativo ou convalidá-lo. Vale destacar ainda que o ato somente poderá 
ser convalidado se não acarretar lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros. 
Em âmbito federal, a convalidação é regulamentada no art. 55 da lei 9.784/99: 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
Os requisitos, portanto, podem ser esquematizados da seguinte forma: 
a) Ato sanável; 
b) Não acarretar lesão ao interesse público; 
c) Não acarretar prejuízo ao erário; 
d) Decisão discricionária da administração de acordo com a conveniência e oportunidade. 
A convalidação, conforme visto, possui efeitos retroativos (ex tunc), tornando o ato válido desde a sua 
produção. Além disso, a convalidação pode incidir sobre atos vinculados ou discricionários. 
Vale lembrar que apenas dois elementos do ato administrativo podem conter vícios sanáveis: 
a) Competência, desde que não seja competência exclusiva ou em relação à matéria; 
b) Forma, desde que a lei não considere a forma como essencial à prática do ato. 
Os vícios nos demais elementos do ato administrativo (finalidade,motivo e objeto) serão sempre insanáveis, 
tornando o ato insuscetível de convalidação. 
➢ Convalidação involuntária ou tácita 
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Por fim, é importante destacar que parcela da doutrina entende que o decurso do prazo de cinco anos (ou 
outro prazo estabelecido na lei do Ente Público) para a anulação do ato administrativo, configurando a 
decadência do direito de anular o ato, é uma espécie de convalidação involuntária ou convalidação por 
omissão. 
A lei 9.784/99 prevê o prazo decadencial de 05 anos para a anulação de atos dos quais resultem efeitos 
favoráveis ao Administrado, salvo comprovada má-fé. Transcorrido este prazo, a Administração não mais 
poderá anular o ato ilegal, que permanecerá no mundo jurídico indefinidamente. Neste caso, parcela da 
doutrina entende que houve convalidação involuntária ou tácita. 
Por outro lado, os juristas que não admitem denominar esta hipótese de convalidação no caso de vícios 
insanáveis, entendem que houve estabilização ou consolidação do ato administrativo. 
 
(CESPE / PGM-CAMPO GRANDE-MS / 2019) Acerca de atos administrativos, julgue o item que se 
segue. 
Ato administrativo vinculado que tenha vício de competência poderá ser convalidado por meio de 
ratificação, desde que não seja de competência exclusiva. 
Comentários 
A assertiva está CORRETA. A convalidação do ato administrativo é a correção ou regularização de ato 
que contenha defeito sanável, desde a sua origem (ex tunc), fazendo com que os efeitos já produzidos 
permaneçam válidos e que o ato continue no mundo jurídico de forma válida. 
Vale lembrar que apenas dois elementos do ato administrativo podem conter vícios sanáveis: 
Competência, desde que não seja competência exclusiva ou em relação à matéria; 
Forma, desde que a lei não considere a forma como essencial à prática do ato. 
10 – RECURSOS ADMINISTRATIVOS E REVISÃO ADMINISTRATIVA 
O interessado pode interpor recurso das decisões para submeter a matéria à apreciação da autoridade 
hierarquicamente superior ou a outra designada por lei. Além disso, é possível que a própria Administração 
interponha recurso de suas decisões, no que se denomina “recurso de ofício”. Essa hipótese, em regra, exige 
autorização legal. 
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Os recursos administrativos, regra geral, possuem apenas efeito devolutivo, pelo que é possível 
a execução imediata das decisões em processo administrativo. No entanto, é possível conferir 
efeito suspensivo ao recurso, desde que expressamente autorizado em lei. 
Existem duas espécies de recursos administrativos: 
➢ Recurso hierárquico: é o recurso a ser julgado pela autoridade ou órgão imediatamente superior 
àquela que proferiu a decisão, sendo ambos pertencentes à mesma pessoa jurídica; 
➢ Recurso hierárquico impróprio: é o recurso julgado por uma pessoa jurídica diferente daquela em 
que está inserido a autoridade que proferiu a decisão, podendo ser um órgão especializado ou o 
próprio órgão supervisor. O recurso é denominado de hierárquico impróprio exatamente por inexistir 
hierarquia entre a autoridade julgadora e a revisora. Por este motivo, parcela da doutrina sustenta 
que o recurso não poderia ter a expressão “hierárquico” na sua denominação, tendo em vista a 
inexistência de hierarquia. 
Por sua vez, ao estudar os recursos administrativos, é necessário relembrar o teor da súmula vinculante 21 
do STF: 
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
Com isso, está superado o art. 56, §2º da lei 9.784/99, que estabelecia a possibilidade de exigência de caução 
para apresentação de recurso administrativo quando houvesse exigência legal. 
A lei dispõe que, das decisões administrativas, cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito 
(art. 56). 
 
 Prazo geral (art. 59): 10 dias, contado da ciência ou divulgação oficial da decisão, salvo 
disposição expressa da lei estabelecendo outro prazo; 
 Prorrogação do prazo: poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita; 
 Endereçamento: o recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se 
não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior; 
 Limite de tramitação: o recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias 
administrativas, salvo disposição legal diversa (art. 57); 
 Efeitos do recurso: não possui efeito suspensivo, podendo, em regra, ser executada a 
decisão de imediato, ainda que pendente o julgamento do recurso; 
 Efeito suspensivo excepcional: se houver justo receio de prejuízo de difícil ou incerta 
reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior 
poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. 
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Após o recurso tramitar por três instâncias, ocorrerá o que a doutrina denomina de coisa julgada 
administrativa, não cabendo mais a rediscussão da matéria em âmbito administrativo, o que não impede a 
discussão por meio de ação judicial. 
Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para 
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. 
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: 
I - fora do prazo; 
II - perante órgão incompetente; 
III - por quem não seja legitimado; 
IV - após exaurida a esfera administrativa. 
 
No entanto, relativamente ao inciso II acima, quando o recurso for interposto em órgão 
incompetente, será indicado ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe 
devolvido o prazo para recurso (art. 63, §1º). 
Além disso, o não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de 
ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa (art. 63, §2º). 
10.1 – Legitimidade para interposição de recurso 
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: 
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
O que é importante perceber quanto aos legitimados para interposição de recurso no processo 
administrativo é que, mesmo quem não tenha ingressado como interessado, ou seja, quem não tenha feito 
o requerimento inicial e não tenha ainda participado do processo, poderá interpor recurso se estiver 
abrangido por uma das hipóteses do art. 58. 
10.2 – Decisão do recurso administrativo 
Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de 
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. 
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Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou 
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. 
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do 
recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 
 
No processo administrativo, ao contrário do processo judicial, é possível haver 
reformatio in pejus no julgamento do recurso interposto exclusivamente pelo 
interessado. Isto é, ainda que apenas o interessado tenha recorrido da decisão,o 
julgamento do recurso pode agravar a sua situação jurídica, trazendo uma condição 
menos benéfica que a estabelecida pela decisão de origem. 
10.2.1 – Violação de súmula vinculante 
A lei 11.417/2006 estabeleceu diversas condutas a serem adotadas quando a decisão recorrida envolver 
súmula vinculante, buscando dar efetividade à segurança jurídica. 
Art. 56 § 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula 
vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, 
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou 
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. 
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão 
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da 
súmula, conforme o caso. 
Duas situações surgem da alegação de violação de súmula vinculante, de acordo com a tramitação do 
recurso: 
Autoridade prolatora da 
decisão 
 Pode reconsiderar a sua própria decisão, proferindo outra de acordo com 
a súmula vinculante; 
 Se não reconsiderar, deve explicitar as razões de aplicabilidade ou 
inaplicabilidade da súmula ao caso concreto e encaminhar o processo ao 
órgão competente. 
Órgão competente para 
julgar o recurso 
 Deve explicitar as razões de aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula 
vinculante no caso concreto. 
Por fim, caso a tese de violação de súmula vinculante do interessado não seja acolhida na via administrativa 
e os recursos administrativos se esgotarem, ele poderá interpor reclamação constitucional diretamente no 
STF (art. 7º, caput e §§ 1º e 2º, lei 11.417/2006). Neste caso, se o STF julgar a reclamação procedente, anulará 
o ato ou a decisão administrativa e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula 
vinculante, conforme o caso. 
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Nesta hipótese de acolhimento da reclamação pelo STF, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão 
competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em 
casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal (art. 64-
B, lei 9,784/99). 
10.3 – Revisão administrativa 
Das decisões administrativas, será possível ainda requerer a revisão, que consiste em um processo 
administrativo que busca reformar a decisão, mesmo após a formação da coisa julgada administrativa. 
De acordo com a lei 9.784/99, os “processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, 
a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes 
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada (art. 65). Além disso, da revisão do processo não 
poderá resultar agravamento da sanção (art. 65, parágrafo único), sendo vedada, portanto, a reformatio in 
pejus no âmbito da revisão administrativa. 
Revisão Administrativa 
 
 Apenas em processos dos quais resultem sanções; 
 Pode ocorrer a qualquer tempo (não há prazo para requerer a revisão); 
 Requisitos: 
a) Fatos novos; ou 
b) Circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção. 
 Início: a requerimento ou de ofício; 
 Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade. Na revisão, 
portanto, vigora o princípio non reformatio in pejus. 
11 – CONTAGEM DE PRAZOS 
A lei 9.784/99 define ainda a forma de contagem dos prazos nos processos administrativos federais. 
O início dos prazos ocorre a partir da cientificação oficial, ou seja, quando é disponibilizada ao interessado a 
intimação/notificação e não da sua efetiva ciência do ato. Já a contagem do prazo se inicia não do dia da 
cientificação, mas a partir do dia seguinte: 
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da 
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. 
Quanto às demais disposições, basta a leitura da literalidade da lei, a qual reproduzo a seguir: 
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§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em 
dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. 
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. 
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento 
não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. 
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se 
suspendem. 
Vale destacar que, ao contrário do processo civil, em que os prazos são contados em dias úteis, no processo 
administrativo os prazos são contados em dias contínuos. 
RESUMO 
 INTRODUÇÃO 
 Abrangência e princípios 
A lei 9.784/99 é uma lei federal, isto é, não se trata de uma lei nacional e, por este motivo, obriga apenas 
os órgãos da Administração Pública direta e os órgãos e entidades da Administração indireta, aplicando-se a 
todos os Poderes da União. 
Quanto à sua aplicação, possui caráter supletivo ou subsidiário. 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Há ainda outros princípios implícitos apontados pela doutrina como característicos dos processos 
administrativos em geral, já estudados na aula de controle da Administração Pública. São eles: 
a) Informalidade/informalismo; 
b) Oficialidade; 
c) Verdade material; 
d) Gratuidade; 
e) Instrumentalidade das formas. 
 DIREITOS E DEVERES DOS PARTICULARES 
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
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I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de 
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente; 
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, 
por força de lei. 
(...) 
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos 
administrativos em que figure como parte ou interessado: 
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 
III – Vetado. 
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget 
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou 
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 
tenha sido contraída após o início do processo. 
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá 
requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem 
cumpridas. 
(...) 
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos 
em ato normativo:

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