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MANUAL DE CLIMATOGEOGRAFIA ISCED

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Prévia do material em texto

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
Geografia 
 
 
1º Ano 
Disciplina: Climatogeografia 
Código: 
Total Horas/1o Semestre: 
Créditos (SNATCA): 
Número de Temas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância 
(ISCED), e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução 
parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios 
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de 
entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 823055839 
Fax:23323501 
E-mail:isced@isced.ac.mz 
Website:www.isced.ac.mz 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente 
manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na 
elaboração deste manual: 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direção Académica do ISCED 
Direção de Qualidade e Avaliação do 
ISCED 
Financiamento e Logística 
 
Pela Revisão 
Instituto Africano de Promoção da 
Educação a Distancia (IAPED) 
 
Elaborado Por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
iii 
 
Contends 
Visão geral 1 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Climatogeografia ........................................................ 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 
Avaliação ........................................................................................................................... 7 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. 9 
UNIDADE Temática 1.1.Climatologia: Conceito, Objecto de Estudo e Métodos ............ 9 
Sumario ........................................................................................................................... 19 
Execicios de AUTO-AVALIACAO ...................................................................................... 19 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 20 
Exercicios ........................................................................................................................ 20 
TEMA – II: Características gerais da atmosfera terrestre ............................................... 21 
UNIDADE Temática 2.1. Estrutura e Composição da Atmosfera .................................... 22 
Resumo ........................................................................................................................... 33 
Exercícios de AUTO-AVALIACAO ..................................................................................... 33 
Exercícios de AVALIACAO ................................................................................................ 33 
Exercícios ........................................................................................................................ 34 
TEMA – III: Radiacao Solar .............................................................................................. 36 
Unidade Temática 3.1. Radiação Solar ........................................................................... 36 
1.1.1. Mecanismos de transferência de calor ............................................... 40 
1.1.2. Transferência de Energia no Seio da Atmosfera ................................. 42 
1.1.3. Balanço Energético do Sistema Terra - Atmosfera .............................. 42 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
iv 
 
Sumario ........................................................................................................................... 48 
Exercícios de AUTO-AVALIACAO ..................................................................................... 48 
Exercícios de AVALIACAO ................................................................................................ 48 
UNIDADE Temática 3.2. Factores que influenciam a radiação solar .............................. 49 
3.2.1. Latitude ................................................................................................ 50 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
v 
 
Sumario ........................................................................................................................... 51 
Exercícios de AUTO-AVALIACAO ..................................................................................... 51 
Exercícios de AVALIACAO ................................................................................................ 51 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
TEMA – III: Circulacao Geral da Atmosfera (CGA) .......................................................... 53 
UNIDADE Temática 3.1.Distribuição dos ventos e da pressão a superfície ................... 53 
Introdução ........................................................................ Erro! Marcador não definido. 
Sumario ........................................................................................................................... 65 
Exercicios de Auto-avaliacao .......................................................................................... 65 
Exercicios de Avaliacao ................................................................................................... 66 
UNIDADE Temática 3.2. Massas de Ar ............................................................................ 68 
Sumário ........................................................................................................................... 73 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 73 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 74 
TEMA – IV: Elementos e Factores Climaticos ................................................................. 76 
Introdução ....................................................................................................................... 76 
Sumário ........................................................................................................................... 82 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................82 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 82 
Exercicios ........................................................................................................................ 83 
UNIDADE Temática 4.2 . Humidade ................................................................................ 85 
Sumario ........................................................................................................................... 88 
Exercícios de AUTO- avaliação ........................................................................................ 88 
Exercícios de Avaliação ................................................................................................... 88 
Bibliografia ...................................................................................................................... 89 
UNIDADE Temática 4.3. Pressão Atmosférica ................................................................ 90 
Sumario ........................................................................................................................... 93 
Exercicios de AUTO-avaliacao ......................................................................................... 93 
Exercícios de Avaliação ................................................................................................... 94 
Bilbiografia ..................................................................................................................... 95 
UNIDADE Tematica 4.4 - Ventos .................................................................................... 96 
Sumario ......................................................................................................................... 100 
Exercicios de Auto-avaliacao ........................................................................................ 101 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
vi 
 
Exercícios de Avaliação ................................................................................................. 101 
Unidade Temática 4.5– Nebulosidade .......................................................................... 102 
Sumário ......................................................................................................................... 109 
Exercícios de Auto - avaliação ....................................................................................... 109 
Exercicios de Avaliacao ................................................................................................. 110 
Unidade Temática 4.6 - Precipitação ............................................................................ 111 
Sumário ......................................................................................................................... 119 
Exercícios de Auto-avaliação ........................................................................................ 120 
Exercícios ...................................................................................................................... 120 
Exercícios ...................................................................................................................... 120 
Bilbiografia ................................................................................................................... 121 
TEMA IV – Factores do Clima ........................................................................................ 122 
Sumário ......................................................................................................................... 130 
UNIDADE Temática 5.2.Fenómenos Atmosféricos produtores do tempo ................... 131 
Sumario ......................................................................................................................... 143 
Exercícios de Auto – Avaliação ..................................................................................... 143 
Exercícios de Avaliação ................................................................................................. 143 
Exercicios ...................................................................................................................... 145 
Bilbiografia ................................................................................................................... 145 
TEMA VI : Classificação Climática 147 
Unidade Tematica 6.1 – Sistemas Climáticos do Globo ............................................... 148 
Sumario ......................................................................................................................... 157 
Exercícios de Auto - Avaliação ...................................................................................... 157 
Unidade Tematica 6.2 – Classificação Climática ........................................................... 158 
Sumario ......................................................................................................................... 163 
Exercicios de Auto-Avaliacao ........................................................................................ 163 
Bilbiografia ................................................................................................................... 163 
TEMA VII : Mudancas Climaticas .................................................................................. 165 
Introdução ..................................................................................................................... 165 
UNIDADE Temática 7.1 Variacoes e Oscilacoes climaticas ........................................... 166 
Sumario ......................................................................................................................... 168 
Exercicios ...................................................................................................................... 169 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
vii 
 
UNIDADE Temática 7.2 Mudanças climáticas antropogênicas ..................................... 169 
Sumário ......................................................................................................................... 172 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 173 
Bilbiografia ................................................................................................................... 173 
Exercicios ...................................................................................................................... 174 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
1 
 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Climatogeografia 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Climatogeografia 
deverá ser capaz de: Conhecer o âmbito de estudo da 
climatologia, destacando seus objectivos, sua utilidade, 
descrever os fenômenos meteorológicos e climáticos ao 
longo da superfície do globo terrestre, sua distribuição e 
causas desta distribuição e as causas de mudanças 
climáticas. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 Definir Climatologia 
 Caracterizar a atmosfera terrestre 
 Conhecer os Elementos e Factores Climáticos 
 Descrever a Circulação Geral da Atmosfera 
 Descrever os sistemas meteorológicos que actuam na formação 
do tempo 
 Conhecer os tipos climáticos ao longo da superfície do globo 
 Descrever as causas das mudanças climáticas 
 Compreender a influencia do clima da vida do homem 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do 
curso de Geografia do ISCED e outra como Gestão de 
Recursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia2 
 
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e 
consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão 
bem vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas 
poderá adquirir o manual. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Climatogeografia, para estudantes do 1º 
ano do curso de licenciatura em Geografia, à semelhança 
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por 
sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou 
simplesmente unidades. Cada unidade temática se 
caracteriza por conter uma introdução, objectivos, 
conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, 
só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: 
Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não 
resolvidos e actividades práticas algumas incluído estudo de 
caso. 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
3 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando 
em si, num cantinho, recóndito deste nosso vasto 
Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu 
processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos 
didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. 
Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de 
recursos mais material de estudos relacionado com o seu 
curso como: Livros e/ou módulos,CD, CD-ROOM, DVD. Para 
além deste material físico ou electrónico disponível na 
biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para 
alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. 
 
Auto - avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se 
no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas 
dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas 
características: primeiro apresentam exercícios resolvidos 
com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas 
respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-
avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o 
grau crescente de dificuldades do processo de 
aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de 
avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem 
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e 
subsequentemente nota. Também constará do exame do 
fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre 
determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de 
natureza diadáctico-Pedagógica, etc, sobre como deveriam 
ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas 
observações que, em gozo de confiança, classificamo-las de 
úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones 
nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
4 
 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem 
indicar uma parcela específica de texto, uma nova 
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, 
para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores 
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no 
estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com 
estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber 
como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas 
sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa 
rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo 
como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio 
de leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a 
sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com 
o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades 
práticas ou as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-
tempo, respectivamente como, onde e quando...estudar 
como foi referido no início deste item, antes de organizar os 
seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de 
estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em 
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de 
manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só 
ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
5 
 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que 
puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a 
melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com 
profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente 
por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma 
hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de 
descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou 
seja, que durante o intervalo não se continuar a tratar dos 
mesmos assuntos das actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o 
rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula 
um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em 
pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, 
perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda 
tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e 
desespero, por se achar injustamente incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer 
alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele 
que estuda sistematicamente), não estudar apenas para 
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude 
para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade 
como futuro profissional, na área em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas 
e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao 
tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar 
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao 
estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, 
pois será uma necessidade para o estudo das diversas 
matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas 
margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que 
seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode 
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, 
datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar 
comentários seus relacionados com o que está a ler; a 
melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à 
compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo 
significado não conhece ou não lhe é familiar; 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia6 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra 
razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar 
algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de 
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, 
fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). 
Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio 
ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a 
sua aprendizagem com qualidade e sucesso.Dai a relevância 
da comunicação no Ensino a Distância (EAD), ondeo recurso 
as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – 
Tutor, estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com 
staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central 
do ISCED indigetada para acompanhar as sua sessões 
presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar 
assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 
30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, 
na medida em que permite lhe situar, em termos do grau de 
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta 
maneira ficara, a saber, se precisa de apoio ou precisa apoiar 
aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos 
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes 
nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, 
actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão 
ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As 
tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões 
presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o 
não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não 
classificação do estudante. Tenha sempre presente que a 
nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser 
admitido ao exame final da disciplina/módulo. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
7 
 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos 
(CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de 
pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente 
referenciados, respeitando os direitos do autor. 
O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor 
(es).Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do 
testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A 
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos 
autoriais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu 
autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à 
distância, estando eles fisicamente separados e muito 
distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito 
possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que 
contam com um mínimo de 90% do total de tempo que 
precisa estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o 
tempo de contacto presencial conta com um máximo de 
10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante 
consta detalhada do regulamentada de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota 
de frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou 
modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os 
exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da 
média de frequência, determinam a nota final com a qual o 
estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 
(dois) trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão 
utilizados como ferramentas de avaliação formativa. 
 
1Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, 
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
8 
 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter 
em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau 
de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências 
bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, 
entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do 
Regulamento de Avaliação. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
9 
 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. 
UNIDADE Temática 1.1.Climatologia: Conceito, objecto de Estudo e 
Métodos 
UNIDADE Temática 1.1.Climatologia: Conceito, Objecto de Estudo e Métodos 
Introdução 
Uma das maiores preocupações do século XXI é a 
disponibilidade de água e alimentos para o consumo humano, a 
geração de energia e a preservação do meio ambiente. Por este 
motivo o estudo dos climas e a previsão meteorológica têm 
grande importância chegando a ter valor estratégico para a 
humanidade. A Meteorologia, ciência que estuda os fenômenos 
atmosféricos, vem cada vez mais fazendo parte do dia-a-dia das 
pessoas. 
A climatologia é um ramo das Ciências naturais que é estudado 
tanto pela geografia, quanto pela meteorologia. A meteorologia 
(do grego meteoros, que significa elevado no ar, e logos, que 
significa estudo) é a ciência que estuda a atmosfera terrestre. 
Seus aspectos mais tradicionais e conhecidos são a previsão do 
tempo e a climatologia. Esses estudos são importantes para a 
planificação das actividades antropogênicas. 
 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 Conhecer: as diferenças entre climatologia e meteorologia e entre 
tempo e clima 
 Conhecer: o objecto e os métodos da estudo da Climatologia 
 Conhecer: os instrumentos meteorológicos 
 Conhecer: as divisões da climatologia 
 Conhecer: A evolução da ciênciaclimatológica 
 Explicar:a importância do conhecimento do clima para a vida do 
homem 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
10 
 
 Saber:como são feitas as observações meteorológicas 
 Conhecer: a composição da rede mundial de vigilância do tempo 
 
1.1.1 Conceito de Climatologia 
A climatologia é um ramo importante da Geografia e parte 
integrante da Meteorologia, embora seja abordada de maneira 
diversa por essas duas ciências. A base de dados meteorológicos 
é a mesma, entretanto a Climatologia Geográfica analisa o 
comportamento da atmosfera e suas repercussões na 
caracterização das paisagens e organização espacial da 
superfície da Terra, enquanto a Climatologia, enquanto ramo da 
Meteorologia, busca a compreensão, principalmente da física, 
dos fenômenos atmosféricos e sua dinâmica. 
Os estudos climatológicos aplicam-se a um período de tempo 
longo. Por sua vez, à meteorologia compete o estudo dos 
fenómenos físicos da atmosfera, a que se convencionou chamar 
de tempo, que se manifestam num lugar preciso e num período 
de tempo relativamente curto. 
A metodologia desenvolvida pela meteorologia permite 
actualmente a realização de previsões fiáveis do estado do 
tempo a curto prazo, fundamentais para a organização de 
inúmeras actividades humanas. 
O estudo dos fenômenos atmosféricos é realizado pela 
Metereologia e pela climatologia. A Climatologia nasce baseada 
nos estudos da Meteorologia, que estuda a atmosfera e seus 
fenômenos preocupando-se com o registo e a medição destes 
fenômenos cuja finalidade seria determinar as condiçõesfísicas 
sob as quais foram produzidos. 
1.1.2. Conceitos de tempo e clima 
As definições do conceito clima têm evoluído juntamente com a 
Climatologia, durante o século XX. 
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) (1972) define 
Clima como “o conjunto flutuante das condições atmosféricas, 
caracterizado pelos estados e evoluções do tempo numa dada 
área”. (Retallack 1976; Pag. 1). 
Entre as definições mais tradicionais destacam-se as concebidas 
por Julius Hann que define clima como "um conjunto de 
fenômenos meteorológicos que caracterizam o estado médio da 
atmosfera em um ponto da superfície terrestre; Wilhelm 
Köppen, que considera clima como "o estado médio e a 
evolução habitual do tempo de um 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
11 
 
determinado lugar e Max. Sorre, que entende que clima é "a 
série de estados da atmosfera acima de um lugar da Terra, em 
sua sucessão habitual" (Maitelli s/d, Publicações UFTM, Brasil). 
É uma abordagem que evidencia a influência do clima sobre a 
superfície terrestre e dos factores geográficos sobre o clima sem 
levar em consideração que ambos podem ser modificados tanto 
por forças da natureza como pelas ações humanas. São 
definições que ressaltam mais condições estáticas do que 
dinâmicas do clima onde dados são mais importantes do que os 
processos que os originam. 
Quando falamos de Clima de uma determinada região referimo-
nos ao conjunto de condições meteorológicas, característico 
desse local e que pode sofrer certas modificações. Às condições 
meteorológicas ou atmosféricas que são o estado de expressão 
de um conjunto de elementos meteorológicos num dado 
período ou local e que variam constantemente dá-se o nome de 
tempo meteorológico ou atmosférico. Por exemplo, as 
condições meteorológicas da cidade da Beira variam ao longo 
do dia e de um dia para o outro. O céu pode estar nublado de 
manhã e apresentar-se limpo a tarde. Pode estar frio hoje e 
quente amanha. É por isso que as estações televisivas e outra 
mídia dão informações sobre a previsão do tempo de dia para 
dia 
Em resumo, o clima e o tempo atmosférico são duas formas 
complementares de descrever o ambiente atmosférico, 
utilizando essencialmente os mesmos elementos (pressão 
atmosférica, temperatura, humidade, precipitação, radiação, 
etc.), mas fazendo referência a diferentes escalas de tempo. 
1.1.3. Divisões da Climatologia 
A duração e o período de dados utilizados nos estudos de Tempo 
e Clima dependem dos objetivos e da escala climática que se 
pretende adotar, ou seja, as observações podem ser de séculos 
quando relacionadas as eras geológicas, de várias décadas para 
fazer caracterização climática, ou de períodos de menor duração 
como meses, semanas ou horas, para analisar interações mais 
específicas entre superfície e atmosfera. 
Estes estudos atendem as escalas climáticas, ou seja, 
macroclima, mesoclima, clima local e de microclima. 
Na escala macroclimática destacam-se as interações em nível 
global, capazes de modificar o clima da Terra. Trata-se da 
circulação geral da atmosfera e do funcionamento das massas 
de ar no planeta podendo abranger áreas da terra com mais de 
10 000 km de largura (ex: el ninõ e la ninã); na escala 
mesoclimática destacam-se as interações que ocorrem em áreas 
menores, entre 100 e 500 km de 
 
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12 
 
largura (ex: clima regional); na escala de clima local destacam-
se as interações que ocorrem em áreas pequenas, entre 10 e 
100 km de extensão horizontal (ex: clima urbano, tornados, 
temporais etc) e na escala microclimática destacam-se as 
interações que ocorrem em áreas muito pequenas, de 100 
metros até 1 km de extensão horizontal e poucos metros acima 
da superfície considerada. 
Os estudos climáticos nas várias escalas permitem avaliar as 
mudanças climáticas ocasionadas pelos diversos processos que 
regulam o clima no planeta. 
O campo da climatologia é bastante amplo e pode ter 
subdivisões, com base nos tópicos enfatizados ou na escala de 
fenômenos atmosféricos que são ressaltados. Assim podemos 
ter, além de outras, as seguintes subdivisões: 
Climatologia regional – refere-se a estudos climáticos em áreas 
selecionadas da terra. 
Climatologia sinóptica – é o estudo do tempo e clima em uma 
área com relação ao padrão de circulação atmosférica 
predominante (abordagem de climatologia regional) 
Climatologia física – trata da investigação do comportamento 
dos atributos climáticos ou processos atmosféricos em termos 
de princípios físicos da atmosfera com ênfase na energia global 
e nos regimes de balanço hídrico da terra e das trocas desses 
com a atmosfera. 
Climatologia dinâmica – enfatiza os movimentos atmosféricos 
em várias escalas, principalmente da circulação geral da 
atmosfera 
Climatologia aplicada – aplicação do conhecimento 
climatológico na solução dos problemas práticos que afectam a 
humanidade; 
Climatologia histórica – é o estudo do desenvolvimento dos 
climas através dos tempos. 
Climatologia urbana- enfatiza as interações entre a superfície 
urbana e a atmosfera. 
1.1.4 Desenvolvimento da climatologia 
O interesse do homem pelas condições de tempo e clima é 
antigo. A compreensão dos fenômenos relacionados ao clima 
era pouco abrangente até por volta do quinto século antes de 
Cristo, quando os gregos começaram a fazer observações 
meteorológicas, utilizando observações visuais. Entretanto a 
ciência atmosférica teve uma evolução mais significativa o 
período do Renascentismo. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
13 
 
Em 1593, Galileu inventou o termômetro e em 1643 o princípio 
do barômetro de mercúrio foi descoberto por Torricelli, um dos 
discípulos de Galileu. Em 1832, foi inventado o telégrafo e os 
dados de tempo puderam ser reunidos rapidamente a partir de 
uma rede de postos meteorológicos localizados em vários 
pontos da superfície terrestre. Atualmente as observações 
climatológicas e a instrumentação utilizada permitem estudos 
mais avançados de tempo e clima. 
1.1.5 Os Métodos da Climatologia 
Climatologia Tradicional - A climatologia tradicional está 
fundamentada nas descrições dos padrões de distribuição 
temporal e espacial dos elementos do clima. 
O método de descrição é cartográfico, consistindo 
principalmente de mapas de médias ou gráficas que mostram 
variações diurnas e sazonais e diferenças espaciais nos valores 
dos elementos climáticos, tais como a temperatura, a 
precipitação, a pressão, a umidade, a velocidade e a direção dos 
ventos, a quantidade de nuvens etc. 
A classificação climática é também feita com base na 
distribuição espacial e temporal dos elementos climáticos com 
uma conotação mais da influência do clima sobre a superfície 
terrestre do que sobre as interações que ocorrem entre 
superfície e atmosfera capazes de modificar os climas da terra. 
Essa abordagem essencialmente descritiva do estudo do tempo 
e do clima apresenta várias deficiências e tem propiciado o 
surgimento de concepções errôneas sobre a maneira pela qual 
funcionam os processos atmosféricos. Entre as deficiências 
discutidas por Atkinson (1972) destacam-se: a climatologia 
tradicional é descritiva com mapas de médias dos elementos 
sem dar ideia sobre os processos que originam sua distribuição; 
a abordagem tradicional no estudo do tempo e do clima tende 
a dar a impressão de uma atmosfera estática, enquanto a 
atmosfera é dinâmica e está em constante turbulência. 
As características atmosféricas em um dado lugar podem mudar 
nas escalas de tempo, variando desde os microssegundos até 
centenas de anos; a utilização de períodos de 30-35 anos para 
cálculos de valores médios dos elementos climáticos, sob a 
perspectiva da climatologia tradicional, não leva em conta as 
mudanças contínuas que ocorrem dentro da atmosfera; o 
método tradicionaldo estudo do tempo e do clima tende a 
negligenciar as interações, isto é, os mecanismos de feedback 
que operam na atmosfera sem considerar que os processos 
interagem e se afectam mutuamente e frequentemente os 
efeitos retomam reagindo para provocar mudanças ou 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
14 
 
modificações em suas causas. Tais mecanismos de feedback são 
vitais na luta constante da atmosfera para amenizar a ação dos 
eventos extremos e para alcançar um estado de equilíbrio. 
Os métodos da climatologia tradicional relacionam-se com a 
classificação climática. 
As linhas traçadas nos mapas climáticos dão a impressão 
errônea de mudanças abruptas do clima em tais linhas 
demarcatórias; naturalmente, isso não ocorre. O que existe é 
uma alteração gradativa das características a partir de um tipo 
climático para outro. Da mesma forma, os climas das áreas assim 
definidos são frequentemente considerados como entidades 
climáticas separadas e explicadas como tais, usualmente com 
referência apenas aos fenômenos de superfície. Essa 
abordagem é errada na medida em que ela ignora o fato de que 
o clima tem uma terceira dimensão (na vertical), e que as 
características atmosféricas em determinado local somente 
podem ser explicadas de maneira significativa quando 
consideradas no contexto das atividades da atmosfera como um 
todo. 
1.1.6 Climatologia Moderna 
A climatologia moderna procura eliminar as deficiências 
descritas para a climatologia tradicional. A ênfase atualmente 
incide na explicação dos fenômenos atmosféricos, além de 
descrevê-los. 
A atmosfera é dinâmica e é necessário compreender os 
processos e interações que ocorrem na atmosfera e na interação 
atmosfera - superfície da Terra. 
O aparecimento da moderna climatologia pode estar ligado a 
factores, como aos desafios colocados pelas necessidades da 
sociedade e pela melhoria na coleta e análise dos dados. A 
climatologia tradicional é de pouca utilidade prática para o 
homem. 
O homem moderno é afectado pelo tempo e pelo clima, da 
mesma forma que seus antepassados. Mas, ao contrário dos 
antigos, o homem moderno almeja controlo as condições 
meteorológicas. Para essa finalidade, o homem necessita 
capacitar-se a entender os fenômenos atmosféricos de modo 
que possa prevê-los, modificá-los ou controlá-los quando 
possível. Daí a necessidade de enfatizar a explicação dos 
processos atmosféricos, que é a base da moderna meteorologia. 
Para predizer ou prever o tempo temos que entender as ações 
da atmosfera. No principio, os desafios colocados aos 
meteorologistas e climatologistas estavam situados 
principalmente na agricultura (na 
 
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15 
 
escolha de culturas apropriadas para o tipo de clima, 
conhecimento da época das sementeiras e das colheitas, do tipo 
de pragas, etc) e na navegação (aérea e marítima). Os desafios 
também surgem com a necessidade de proteger o homem e sua 
propriedade contra os efeitos dos eventos climáticos extremos. 
Actualmente reconhece-se o valor do conhecimento do tempo 
em todas as esferas da vida humana: saúde, desporto, turismo, 
indústria, cozinha etc. 
1.1.7 Observações Meteorológicas 
Os dados meteorológicos podem ser obtidos mediante leituras 
ou registos contínuos, que podem ser obtidos por instrumentos. 
A reunião desses instrumentos em um mesmo local, 
tecnicamente escolhido e preparado é denominada estação 
meteorológica. E o conjunto dessas estações distribuídas por 
uma região, é denominado rede de estações meteorológicas. 
Estas podem ser: 
Estação Meteorológica de Superfície (EMS) 
A observação da superfície consiste de procedimentos 
sistemáticos e padronizados, visando à obtenção de 
informações qualitativas e quantitativas referentes aos 
parâmetros meteorológicos, capazes de caracterizar 
plenamente o estado instantâneo da atmosfera. A padronização 
foi determinada pela OMM, incluindo tipos de equipamentos 
usados, técnicas de calibração, aferição, ajuste, manuseio e 
procedimentos observacionais. Além disso, os horários das 
observações, o tratamento dos dados observados, as correções 
efetuadas indiretas de outros parâmetros derivados, a 
transmissão e o uso operacional são igualmente realizados 
segundo padrões rígidos. 
Estação Meteorológica de Altitude (EMA) 
 
 As Estações Meteorológicas de Altitude têm por finalidade 
coletar, através de Radiossodagem, dados de pressão, 
temperatura, humidade, direção e velocidade do vento, nos 
diversos níveis da atmosfera. 
 
Estação de Radar Meteorológico (ERM) 
 
As Estações de Radares Meteorológicos têm por finalidade fazer 
vigilância constante na área de cobertura dos radares e divulgar 
as informações obtidas por meio rápido e confiável aos Centros 
Meteorológicos de Vigilância. 
Além dos balões, na actualidade são igualmente utilizados para 
observações, helicópteros e aeronaves, até foguetes e satélites. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
16 
 
Houve aperfeiçoamento muito expressivo no tipo e na precisão 
dos instrumentos meteorológicos criados para as estações 
meteorológicas convencionais. 
Um avanço espetacular para a observação do tempo foi o 
desenvolvimento de satélites meteorológicos. Os satélites 
fornecem uma cobertura objectiva, abrangendo grandes áreas 
dos sistemas de tempo e tornam possível medidas da radiação 
proveniente de uma posição situada fora da atmosfera 
terrestre. 
Os satélites meteorológicos desempenham três importantes 
papéis: observam os sistemas terrestres e sua atmosfera; 
funcionam como plataformas para a recolha de dados; servem 
de elos de comunicação entre as estações terrestres muito 
distanciadas, que necessitam permutar dados climáticos 
diariamente. Os satélites meteorológicos actualmente 
constituem importante recurso de informações climatológicas 
para os cientistas da atmosfera, aperfeiçoando grandemente a 
cobertura de dados da Terra, oferecendo informações (em 
tempo real) sobre o tempo em áreas remotas, como os oceanos 
e os desertos, assim como dos trópicos e das áreas polares, que 
não são bem servidas por estações meteorológicas 
convencionais. 
Os dados colectados por instrumentos simples ganham 
fundamental importância quando adicionados a outros dados, 
obtidos por sistemas mais complexos como os radares, balões e 
satélites meteorológicos. 
As previsões meteorológicas actuais são feitas por 
computadores de alta velocidade que analisam um enorme 
volume de dados históricos e medições recentes, colectadas por 
milhares de estações espalhadas por todo o mundo, além de 
dados recebidos via satélites. 
 
Ainda de acordo com a finalidade das observações, as Estações 
Meteorológicas, podendo ser: 
 
Estações sinópticas: são as que realizam observações em 
horários padronizados internacionalmente, para fins de 
previsão do tempo. O horário padrão usado é o Tempo Médio 
de Greenwich – TMG. Sendo assim, todas as observações são 
efetuadas ao mesmo tempo, independente da localização 
geográfica da estação. Quando são reunidas em um mapa, todas 
as observações efetuadas no mesmo TMG denominam-se Carta 
Sinóptica, que constitui um “flash” do estado atmosférico para 
toda a área coberta pelas estações. 
Estações climatológicas: para fins climatológicos Medem os 
elementos meteorológicos necessários aos estudos climáticos. 
 
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17 
 
As instalações são padronizadas em níveis detalhados, a fim de 
evitar influências anômalas nas medições. 
Estações agrometeorológicas: fornecem informações 
relacionadas aos elementos meteorológicos e às atividades 
agrícolas. 
Estações meteorológicas aeronáuticas: destinam-se à coleta de 
informações necessárias à segurança de aeronaves. Instaladas 
nos grandes aeroportos, fazem inúmeras observaçõesdiárias. 
 
Estações especiais: todas as demais estações com qualidades 
distintas. 
1.1.8 Instrumentos Meteorológicos 
Anemógrafo - Registra continuamente a direção (em graus) e a 
velocidade instantânea do vento (em m/s), a distância total (em 
km) percorrida pelo vento com relação ao instrumento e as 
rajadas (em m/s). 
 
Anemômetro - Mede a velocidade do vento (em m/s) e, em 
alguns tipos, também a direção (em graus). 
 
Barógrafo - Registra continuamente a pressão atmosférica em 
milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em milibares (mb). 
 
Barômetro de Mercúrio - Mede a pressão atmosférica em 
coluna de milímetros de mercúrio (mm Hg) e em hectopascal 
(hPa). 
 
Evaporímetro de Piche - Mede a evaporação - em mililitro (ml) 
ou em milímetros de água evaporada - a partir de uma superfície 
porosa, mantida permanentemente umedecida por água. 
 
Heliógrafo - Regista a insolação ou a duração do brilho solar, em 
horas e décimos. 
 
Higrógrafo - Regista a humidade do ar, em valores relativos, 
expressos em porcentagem (%). 
 
Microbarógrafo - Regista continuamente a pressão atmosférica 
- em milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em hectopascal (hPa), 
numa escala maior que a do Barógrafo, registrando as menores 
variações de pressão, o que lhe confere maior precisão. 
 
Piranógrafo - Regista continuamente as variações da 
intensidade da radiação solar global, em cal.cm².mm. 
 
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
 
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18 
 
Piranômetro - Mede a radiação solar global ou difusa, em 
cal.cm².mm. 
 
Pluviógrafo - Regista a quantidade de precipitação pluvial 
(chuva), em milímetros (mm). 
 
Pluviômetro - Mede a quantidade de precipitação pluvial 
(chuva), em milímetros (mm). 
 
Psicrômetro - Mede a humidade relativa do ar - de modo 
indireto - em porcentagem (%). Compõe-se de dois 
termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo 
seco, e outro com o bulbo envolvido em gaze ou cadarço de 
algodão mantido constantemente molhado, denominado 
termômetro de bulbo húmido. 
 
Tanque Evaporimétrico Classe A - Mede a evaporação - em 
milímetros (mm) - numa superfície livre de água. 
 
Termógrafo - Regista a temperatura do ar, em graus Celsius (°C). 
 
Termohigrógrafo - Registra, simultaneamente, a temperatura 
(°C) e a umidade relativa do ar (%). 
 
Termômetros de Máxima e Mínima - Indicam as temperaturas 
máxima e mínima do ar (°C), ocorridas no dia. 
 
Termômetros de Solo - Indicam as temperaturas do solo, a 
diversas profundidades, em graus Celsius (°C). 
 
1.1.9 Sistema Mundial de Vigilância do Tempo 
(WWW) 
Em 1951 foi criada a Organização Meteorológica Mundial – 
OMM (WMO), que tem sua sede em Genebra (Suíça) e tem 
como finalidade coordenar e estimular o desenvolvimento da 
Meteorologia no mundo. É um organismo da Organização das 
Nações Unidas (ONU). Em 23 de Março de 1950, foi assinado o 
convênio com a ONU e a referida data passou a ser comemorada 
como o “Dia Meteorológico Mundial” a partir de 1961. A partir 
do convênio com a ONU foi necessária a criação de um sistema 
mundial muito eficaz de observação e controlo da atmosfera. 
Trata-se da Vigilância Meteorológica Mundial (VMM), que tem 
como finalidade três grandes articulações: 
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/
 
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19 
 
1. Um sistema Mundial de Observação – compreendendo 
estações meteorológicas terrestres, marítimas, automáticas e 
satélites meteorológicos. 
2. Um sistema Mundial de Telecomunicações – compreendendo 
um complexo de comunicações, destinado a veicular as 
informações meteorológicas. 
3. Um sistema Mundial de Processamento de Dados. 
Sumario 
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos 
fundamentalmente o seguinte: 
1. Conceito de climatogeografia e climatologia e meteorologia, 
tempo e clima 
2. Objecto, objectivos e métodos da Climatologia 
3. Evolução da Climatologia 
4. Observações e Instrumentos de observação meteorológica 
5. Rede mundial de observação do tempo 
 
Execicios de AUTO-AVALIACAO 
1. Defina a Climatogeografia 
2. O que é Climatologia? 
3. O que e a Meteorologia? 
4. De 4 exemplos concretos de áreas de actividade do homem em 
que e necessário ter conhecimentos sobre o clima. 
5. O que e o tempo? 
6. O que e o clima? 
7. Como são feitas as Observações Meteorológicas? 
8. O que são estações meteorológicas? 
9. O que são observações sinópticas? 
10. Quais são os componentes da rede mundial de vigilância do 
tempo? 
Respostas: 
1. Rever página 10 
2. Rever página 10 
3. Rever página10 
4. Rever página 14; 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
20 
 
5. Rever página 10; 
6. Rever página 10; 
7. Rever da página 14 
8. Rever página 14 
9. Página 16 
10. Página 17 (últimos parágrafos) 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
Considere as frases abaixo: 
1. Fará muito calor hoje na Beira. No Chimoio, as temperaturas 
serão mais amenas. 
2. As temperaturas em todo o mundo estão cada vez maiores e 
vêm causando preocupações entre os cientistas. 
3. Costuma chover muito em Lichinga nesta época do ano, é 
melhor estarmos preparados! 
4. Li no jornal que esta semana será de muita chuva no Maputo. 
Com base nas afirmações acima, é possível afirmar que: 
a) Todas fazem referência ao clima 
b) 1, 2 e 3 fazem referência ao clima e 4 faz referência ao tempo. 
c) 2 e 3 fazem referência ao clima e 1 e 4 fazem referência ao 
tempo. 
d) 2 faz referência ao clima e 1, 3 e 4 fazem referência ao tempo. 
Exercicios 
1. O clima e o tempo atmosférico são duas formas 
complementares de descrever o ambiente atmosférico, 
utilizando os mesmos elementos. Comente esta afirmação. 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
21 
 
TEMA – II: Características gerais da 
atmosfera terrestre 
O tempo que conhecemos forma-se na atmosfera também 
conhecida como o oceano de ar que envolve o planeta e o 
acompanha nos seus movimentos (de translação e de rotação). 
As condições atmosféricas estão em mudança constante e o 
clima é o resultado de um padrão de variações contínuas. 
Portanto, para se prosseguir com o estudo do clima torna-se 
necessário entender o funcionamento da atmosfera, que é 
descrita como uma camada relativamente fina de gases e 
material particulado (aerossóis) que envolve a Terra. Esta 
camada é essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos 
processos físicos e biológicos sobre a Terra. A atmosfera protege 
os organismos da exposição a níveis arriscados de radiação 
ultravioleta, contém os gases necessáriospara os processos 
vitais de respiração celular e fotossíntese e fornece a água 
necessária para a vida. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Conhecer: a origem e formação da atmosfera 
 Descrever: a estrutura e composição da atmosfera terrestre 
 Explicar: a importância da atmosfera na formação dos fenômenos 
meteorológicos e climáticos 
 Demonstrar: a importância da atmosfera para a vida na superfície do 
globo terrestre 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
22 
 
UNIDADE Temática 2.1. Estrutura e Composição da 
Atmosfera 
A atmosfera não e uniforme na sua composição e por isso sujeita a uma 
estratificação em altitude. Sua estrutura sofre igualmente uma 
influencia da latitude. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Descrever: a composição e estrutura da atmosfera 
Conhecer: a origem e formação da atmosfera terrestre 
Conhecer: a importância da atmosfera 
 
2.1.1. O que é a atmosfera terrestre? 
A atmosfera, palco dos eventos meteorológicos pode ser 
definida como uma camada fina de gases, sem cheiro, sem cor e 
sem gosto, que envolve e acompanha a Terra em todos os seus 
movimentos. Ela é composta de gases que se encontram junto à 
superfície terrestre, tornando-se rarefeitos e desaparecendo 
com a altitude. A atmosfera alcança uma altura (espessura) de 
cerca de 800 a 1.000 km, ligando-se à Terra pela Força da 
Gravidade. Caracteriza-se ainda por apresentar uma espessura 
menor na região equatorial e maior sobre os pólos, em função 
da forma característica do planeta (Geóide) (AYOADE, 2003) 
como citado em Torres e Machado (2008, P. 8) 
 
2.1.2. Origem da atmosfera 
A formação da atmosfera terrestre está intrinsecamente ligada 
as origens do planeta Terra. Diz a teoria do Big Bang que há cerca 
de 4,6 bilhões de anos houve a contração de uma gigante nuvem 
de gás e poeira. Essa matéria formou o Sol e os planetas. O alto 
grau de radioatividade das rochas teria feito com que a Terra 
derretesse e que a sua superfície fosse tomada de matéria 
incandescente. Através da fundição de ferro e níquel se formou 
o núcleo do nosso planeta. Há 4 milhões de anos a Terra 
começou a ganhar forma com a criação de placas sólidas que 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo:Climatogeografia 
23 
 
flutuavam sobre a rocha incandescente. 
Milhões de anos depois a crosta terrestre já estava bem mais 
espessa e houve a formação, entre outras coisas, dos vulcões. 
Ao entrarem em erupção esses vulcões expeliam gases e vapor 
de água para o espaço. Esta actividade vulcânica permitiu 
igualmente a ruptura de ligações que «prendiam» outros gases 
a rochas e minerais, que assim também escaparam para o 
exterior da crosta terrestre. Estes gases libertados 
constituíram a atmosfera primitiva da Terra. 
À medida que a Terra foi arrefecendo e os gases foram-se 
libertando, a atmosfera primitiva começou a ficar saturada de 
vapor de água. 
A água começou a cair sob a forma de chuva, originando os 
mares e os oceanos, arrastando consigo grande parte de 
Dióxido de Carbono da atmosfera, e este reagiu com as rochas 
existentes, formando os carbonatos, componentes das rochas 
sedimentares. 
Na atmosfera, ficou o Azoto, vestígios de Dióxido de Carbono, 
vapor de água, Metano e Amoníaco. 
Por acção da radiação solar, as moléculas de Metano e de 
Amoníaco foram em grande parte destruídas, originando o 
hidrogénio, assim como outras moléculas mais complexas. 
Estas terão sido arrastadas pelas chuvas e, mais tarde, terão 
participado na formação dos primeiros organismos vivos. 
Da atmosfera primitiva à atmosfera actual 
Nesta época da história da Terra, o oxigénio ainda não existia 
na Terra. Apesar disso, vários factores contribuíram para o 
desenvolvimento progressivo deste. Nesta altura, as radiações 
ultravioletas solares atingiam a superfície terrestre, 
interatuando com as moléculas aí existentes. Crê-se que um 
dos efeitos dessas radiações foi a “ruptura” de algumas 
moléculas de água, com formação de Hidrogénio e Oxigénio: 
 As moléculas de Hidrogénio escaparam para o espaço. Quanto 
ao Oxigénio, foi fixado inicialmente pelo Ferro e outros metais, 
formando os respectivos dióxidos e só mais tarde, há cerca de 
2100 a 2300 milhões de anos, começou a ser libertado para a 
atmosfera. 
2.1.3. Composição média da atmosfera actual 
De acordo com Soares e Batista (2004) como citado em Torres e 
Machado (2008; P. 8) a atmosfera é constituída por uma 
combinação de diversos gases, como o Nitrogênio, o Oxigênio, 
os chamados gases raros (Argônio, Neônio, Criptônio e 
Xenônio), o Dióxido de carbono, o Ozônio, o Vapor de água, o 
 
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Hélio, o Metano, o Hidrogênio, etc. A concentração do vapor de 
água e o dióxido de carbono flutua de acordo com as condições. 
O vapor de água vária de 0 a 4% em volume. Alem destes, 
Monóxido de carbono (CO), o Ozono (O3), o dióxido de enxofre 
e o dióxido de nitrogênio (NO2) também variam na sua 
concentração. 
Além desses gases, encontram-se na atmosfera partículas de pó, 
cinzas vulcânicas, fumaça, matéria orgânica e resíduos 
industriais em suspensão, os quais são denominados de 
“aerossóis”, de acordo com Vianello e Alves (1991), como citado 
em Torres e Machado (2008, P. 8) termo usualmente reservado 
para partículas materiais que não sejam água ou gelo. Os 
aerossóis são importantes na atmosfera como núcleos de 
condensação de cristalização, como absorvedores e difusores de 
radiação e também como participantes de vários ciclos 
químicos. Ayoade (2003) como citado em Torres e Machado 
(2008; P. 8) destaca que os aerossóis produzidos pelo homem 
são avaliados actualmente como sendo responsáveis por 30% 
dos aerossóis contidos na atmosfera. Contudo, destacam-se, 
especialmente nas camadas mais baixas o nitrogênio (N2) e o 
Oxigênio (O2), embora todos os demais desempenhem 
importante papel no balanço atmosférico, pois absorvem, 
refletem e/ou difundem tanto a radiação solar quanto a 
radiação terrestre. 
Gás Volume em % 
Argônio (Ar) 0,93 
Criptônio (Kr) 0,0001 
Dióxido de carbono (CO2) 0,036 
Hélio (He) 0,0005 
Hidrogênio (H2) 0,00005 
Neônio (Ne) 0,0018 
Nitrogênio (N2) 78,08 
Metano (CH4) 0,00017 
Óxido nitroso (N2O) 0,00003 
Oxigênio (O2) 20,95 
Ozono (O3) 0,000004 
Xenônio (Xe) 0,000001 
Tabela 1. Alguns gases que compõem o ar seco 
Fonte: Adaptado de Torres e Machado (2008) 
 
 
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2.1.4. Importância dos gases atmosféricos 
Oxigénio (O2): 
O Oxigénio é importante na atmosfera para os seres vivos e na 
formação camada de ozono.Com uma atmosfera mais pobre 
em oxigénio a vida tal como a conhecemos não se teria 
desenvolvido. 
No entanto, uma atmosfera demasiado rica em oxigénio 
tornaria também a vida impossível. 
A libertação do oxigénio para a atmosfera permitiu, também, 
a formação da camada de ozono, que absorve as radiações 
ultravioletas solares mais energéticas, mortais para os seres 
vivos. 
Assim se tornou possível a evolução da vida na Terra para 
formas cada vez mais complexas. 
O azoto atmosférico ou Nitrogénio (N2) 
O Azoto atmosférico é um “moderador” da acção química do oxigénio, 
pois as suas moléculas são muito pouco reactivas. 
Uma boa parte das substâncias orgânicas que constituem os seres 
vivos inclui átomos de azoto. 
Estes átomos são incorporados na matéria orgânica por 
absorção do azoto da atmosfera, tarefa que é desempenhada, 
naturalmente, por microrganismos existentes nas raízes de 
algumas plantas, que o transformam em compostos azotados. 
Estes são absorvidos pelas plantas, que estes compostos usam, 
para o seu crescimento. Em seguida, os animais digerem as 
plantas, conseguindoassim obter o azoto necessário ao seu 
organismo. 
O azoto desempenha um papel muito importante na vida 
deste planeta, na medida em que: 
É um moderador doa acção do oxigénio, pois é uma substância 
bastante inerte. 
É essencial para o crescimento dos seres vivos, pois este entra 
na constituição dos aminoácidos, unidades estruturais das 
proteínas. 
A indústria também retira o azoto da atmosfera para produzir 
adubos azotados que tornam o solo mais fértil. O azoto passa de 
novo para a atmosfera quando a matéria orgânica se decompõe. 
O vapor de água e o dióxido de carbono atmosféricos 
O vapor de água e o dióxido de carbono, apesar de existirem 
em quantidades mínimas na atmosfera, são importantes para 
a vida na Terra. 
 
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Para além de participarem nos processos biológicos que dão 
vida aos organismos, exercem um papel fundamental na 
regulação do clima na Terra. 
O vapor de água existente na atmosfera provém da evaporação 
da água dos oceanos, mares, rios e lagos. Em contacto com as 
camadas mais frias da atmosfera o vapor condensa podendo 
solidificar formando nuvens. A precipitação (na forma de chuva 
neve ou granizo) devolve a água aos locais originais. Tudo isto 
constitui o ciclo da água que permite a transferência de energia 
entre a superfície da Terra e a camada mais baixa da atmosfera. 
O dióxido de carbono atmosférico é essencial à vida, pois é a 
matéria-prima para a fotossíntese das plantas, e é reposto na 
atmosfera através da respiração dos seres vivos. 
O dióxido de carbono e o vapor de água têm um papel muito 
importante como reguladores do clima. As moléculas destas 
substâncias absorvem as radiações IV emitidas pela superfície 
terrestre, impedindo que se escapem para o espaço. Assim, a 
temperatura do ar aumenta, originando o que se chama – Efeito 
de estufa. Existe também o dióxido de carbono com uma 
concentração de apenas 0,0335% mas que tem um efeito muito 
importante no balanço térmico da atmosfera porque deixa 
passar a radiação solar para o globo terrestre mas absorve a 
radiação emitida pelo mesmo garantido o aquecimento da 
atmosfera 
O Ozono (O3) 
 
O ozono é um gás instável, uma molécula constituída por 3 
átomos de oxigênio e é um dos gases minoritários da atmosfera 
terrestre, que encontra-se concentrado entre os 20 e os 30 km 
de altitude, sendo possível encontrar concentrações até cerca 
de 10 ppm (partes por milhão).O ozono está presente na 
troposfera e na estratosfera. O ozono troposférico é um gás 
poluente e na baixa estratosfera é considerado um filtro natural 
para o planeta, já que faz a interceptação dos raios ultravioleta 
prejudiciais aos seres vivos. 
Nesta região (estratosfera), a temperatura começa a aumentar 
com a altura porque, ao absorver radiação ultravioleta, o ozono 
liberta energia na forma de calor. Isso influencia decisivamente 
na estrutura da atmosfera na medida em que determina a 
inversão do perfil de temperatura na Tropopausa (limite entre a 
Troposfera e a Estratosfera). 
A presença do ozono é vital devido a sua capacidade de absorver 
a radiação ultravioleta do sol na reação de fotodissociação. Na 
estratosfera, a energia da radiação UV é suficientemente 
intensa para produzir a dissociação do oxigênio molecular (O2), 
 
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que posteriormente, através da associação de um terceiro 
corpo, forma o ozono (O3) estratosférico. Por sua vez, o 
processo de dissociação do ozono (destruição), absorve 
radiação UV. Assim, tanto na formação de ozônio como na sua 
destruição há absorção de energia hv correspondente à 
radiação UV, sendo o processo de destruição de ozônio o mais 
efectivo na absorção da radiação UVB. Conforme o modelo de 
Chapman, os processos ocorrem segundo as reações: 
FORMAÇÃO: 1 - O2 + hv = O + O; 2 - O + O2 + M = O3 + M 
 
 DESTRUIÇÃO: 3 - O3 + hv = O + O2 4 - O + O3 = O2 + O2 
 
A distribuição do ozono na atmosfera vária com a latitude, 
estação do ano, horário e padrões de tempo. 
Na ausência de qualquer outro factor, poderia pensar-se que 
níveis da coluna total de ozônio seriam mais altos em cima dos 
trópicos e correspondentemente baixaria nas regiões polares, 
isso tudo, por causa da maior intensidade de radiação 
ultravioleta solar nas regiões equatoriais tendo em vista as 
reações do ciclo de produção e perda de ozono. Porém, 
distribuição de ozono simplesmente não é um equilíbrio entre 
produção e perda. Ventos podem transportar ozono para longe 
da região de produção, alterando a distribuição básica do ozono 
na atmosfera. Para uma média anual, a concentração total de 
ozônio possui um mínimo nas latitudes equatoriais e aumenta 
em ambos os hemisférios para um máximo nas latitudes de 
subpolar. A máxima densidade do ozônio ocorre nas altas 
latitudes devido o resultado de transporte do ozônio da região 
de produção primária que se dá em latitudes equatoriais e na 
estratosfera superior para a baixa estratosfera em regiões 
polares, onde tem um tempo de relaxamento fotoquímico 
relativamente longo. As variações da concentração de ozono 
estratosférico estão igualmente relacionadas com os sistemas 
de pressão actuantes na troposfera. Assim, as baixas 
concentrações do ozônio estratosférico estão relacionadas com 
centros de alta pressão e as altas concentrações de ozono estão 
associadas a centros de baixa pressão. 
Os maiores valores da concentração do ozônio são encontrados 
na faixa de baixa pressão das frentes polares, denominado de 
cinturão das altas concentrações de ozônio. Contudo, após a 
dissipação e ruptura do vórtice, este cinturão, localizado nas 
baixas subpolares, invade a região polar, sendo que no final de 
novembro o Pólo Sul é totalmente ocupado por altas 
concentrações de ozono. 
 
O meteorologista G. M. B. Dobson descobriu, na década de 
1920, as relações entre a concentração de ozônio estratosférico 
 
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e os sistemas atmosféricos. Esse pesquisador conseguiu avaliar 
as variações do ozono atmosférico em diversas localidades do 
planeta e comprovar uma correlação negativa entre os sistemas 
de pressão e a concentração de ozônio (a concentração do 
ozono é menor nos centros de alta pressão e maior nos centros 
de baixa pressão). Este pesquisador conseguiu aperfeiçoar um 
instrumento capaz de determinar com muita precisão a 
concentração do ozônio. Assim, em sua homenagem, a unidade 
de medição de ozono é denominada Unidade de Dobson (UD). 
(Andre & Zavattini; s/d; P. 28) 
 
O buraco do Ozono 
A libertação de compostos químicos artificiais (CFCs – 
clorofluorcarbonetos) despertou a comunidade científica para a 
possibilidade da redução na concentração do ozono 
estratosférico desde a década de 1970, segundo Molina e 
Rowland, 1974 como citado em (Andre & Zavattini; s/d; Pag.28) 
Farman et al. (1985) analisaram a série de dados registados na 
estação de Halley (75°S, 26°W) e afirmaram haver uma redução 
da concentração do ozono sobre a Antártida no período da 
primavera. Esta diminuição sazonal foi denominada de buraco 
na camada de ozono. 
 
O buraco na camada de ozônio pode ser definido como a região 
estratosférica antártica, no período da primavera, que 
apresenta valores de concentração de ozônio abaixo de 200 UD, 
ou ainda, que apresenta reduções em 2/3 dos valores da 
concentração habitual. (Andre & Zavattini; s/d; P. 29) 
Factores naturais como erupções vulcânicas e variações no ciclo 
solar são relevantes na redução da camada de ozono, porém é 
comprovado que a ação antropogénica pode potencializar a 
redução desta camada, já que os compostos químicos são 
utilizados em grande escala pelas indústrias. De uma maneira 
natural, a cada primavera acontece o buraco da camada de 
ozônio na Antártida como resultado do aquecimento gradativodo pólo, após a chegada dos primeiros raios solares que fa-
vorece as reações químicas destruidoras do ozônio. Este buraco 
volta a fechar-se no verão, e, quando o vórtice polar se se 
aquece e dissipa-se. Durante o inverno no Hemisfério Sul, a 
presença do vórtice polar com ventos fortes oriundos de oeste 
no continente antártico, não possibilita a troca de massas de ar 
e, consequentemente isola o ar com baixa temperatura e pouca 
concentração de ozônio. Para Dobson (1968b) a concentração 
do ozono estratosférico e a temperatura aumentam 
consideravelmente quando o vórtice polar antártico perde 
repentinamente sua intensidade no mês de novembro. (Andre 
& Zavattini; s/d; P. 31) 
 
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2.1.5. Estrutura vertical da Atmosfera 
A estrutura e composição da atmosfera não e uniforme a 
medida que a altitude aumenta. Por vezes a temperatura 
diminui à medida que a altitude aumenta e, outras vezes, a 
temperatura aumenta com a altitude. A pressão, densidade e 
temperatura variam com a altitude formando camadas de 
temperatura distintas, cada uma separada por uma superfície 
ou pausa. E o comportamento da atmosfera na camada mais 
baixa que determina o tempo que conhecemos no dia-a-dia. 
Para Grimm (999) o ar é compressível, isto é, seu volume e sua 
densidade são variáveis. A força da gravidade comprime a 
atmosfera de modo que a máxima densidade do ar (massa por 
unidade de volume) ocorre na superfície da Terra. O decréscimo 
da densidade do ar com a altura é bastante rápido (decréscimo 
exponencial) de modo que na altitude de aproximadamente 5,6 
km a densidade já é a metade da densidade ao nível do mar e 
em aproximadamente 16 km já é de apenas 10% deste valor e 
em aproximadamente 32 km apenas de 1%.O rápido decréscimo 
da densidade do ar significa também um rápido declínio da 
pressão do ar com a altitude. A pressão da atmosfera numa 
determinada altitude é simplesmente o peso da coluna de ar 
com área de seção reta unitária, situada acima daquela altitude. 
No nível do mar a pressão média é 1013,25 mb o que 
corresponde a um peso de 1kg de ar em cada cm2. 
Os cientistas dividem a atmosfera em cinco camadas 
concêntricas, baseando-se nas suas variações de temperatura 
características: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera 
e exosfera. Os seus limites correspondem aos valores máximos 
e mínimos de temperatura. 
 
 
Figura 1. Perfil vertical da Pressão (Grimm; 1999) 
 
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Troposfera 
A troposfera é a camada mais importante em termos 
meteorológicos. É a camada adjacente a superfície terrestre 
onde se concentram cerca de ¾ da massa total da atmosfera e 
quase todo o vapor de água, e onde ocorrem nuvens e sistemas 
meteorológicos. Geralmente a temperatura decresce com a 
altitude na troposfera cerca de 6,5°c /Km (Ayoade, 1996, Pag 
20). A parte superior da troposfera e chamada tropopausa e é 
caracterizada por uma inversão da temperatura limitando a 
convecção e outras actividades do tempo atmosférico. A 
altitude da tropopausa não e uniforme. Ela varia de lugar para 
lugar e de estação para estação. Regra geral, a altitude da 
tropopausa pode alcançar os 18 Km na zona intertropical (nas 
latitudes baixas) as temperaturas são elevadas e existe 
turbulência convectiva vertical (sendo a atmosfera um corpo 
gasoso estes elementos afectam o seu volume). A altitude da 
tropopausa vai diminuindo a medida que caminhamos para as 
altitudes altas chegando a alcançar os 8 Km nos pólos. 
Nas latitudes médias ocorrem tropopausas múltiplas que se 
sobrepõem parcialmente devido a influência das correntes de 
jacto. 
Além disso, podem ocorrer num dado local, rápidas alterações 
na temperatura e na altitude da tropopausa. Os sistemas 
meteorológicos em deslocação e as nuvens que lhes estão 
associadas e que afectam a nossa vida diária confinam-se quase 
inteiramente a troposfera. À medida que estes sistemas mudam 
de posição as características da tropopausa variam no tempo e 
no espaço. 
A troposfera e aquecida pelo calor irradiado pela superfície 
terrestre. 
Estratosfera 
E a região situada acima da troposfera. Estende-se desde a 
tropopausa até altitudes entre 50 e 55 Km. Em qualquer 
localidade a temperatura da estratosfera mantem-se 
praticamente constante até cerca dos 20Km e esta camada 
chama-se isotérmica. A partir desse nível a temperatura sobe 
lentamente ate cerca de 32 km, aumentando depois 
rapidamente. 
Na parte superior da estratosfera as temperaturas são quase tão 
elevadas como as que se verificam junto a superfície terrestre, 
como resultado da absorção da radiação solar ultravioleta pelo 
ozono atmosférico que conhece a sua concentração máxima 
nesta região “em torno da altitude de 22 Km acima da superfície 
terrestre”(Ayoade, 1996, P. 21) a chamada camada de ozono. 
 
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O calor aqui produzido e transferido para a parte inferior da 
estratosfera por subsidência e radiação. Assim a estratosfera e 
aquecida por cima e é mais fria em baixo, possui pouco ou quase 
nenhum vapor de água resultando em pouca convecção nesta 
camada, tornando-a pouco activa em termos meteorológicos 
embora se observem algumas nuvens. (Retallack, 1970; P. 9). 
Acontecem mudanças sazonais marcantes nas características da 
atmosfera. Visto que a densidade do ar e muito baixa nesta 
camada uma pequena absorção da radiação solar pelos 
constituintes atmosféricos, principalmente o ozono como já 
referido antes, produz um grande aumento da temperatura. 
O limite superior da estratosfera e marcado por uma zona 
isotérmica denominada estratopausa. 
A troposfera e a estratosfera constituem a atmosfera inferior. 
Mesosfera 
A atmosfera superior e geralmente considerada como 
começando a partir da estratopausa e termina onde a atmosfera 
se funde com o espaço exterior. 
Na mesosfera, a temperatura decresce com a altitude ate 
alcançar um mínimo de -90°C ou menos a cerca de 80Km de 
altitude. Este e o limite superior da Mesosfera e toma o nome 
de mesopausa. Nesta camada a pressão atmosférica e muito 
baixa diminuindo de aproximadamente de 1 mb na base ate 0.01 
mb na mesopausa. A composição do ar e constante 
exceptuando as concentrações de ozono e vapor de água que 
variam. E nesta camada que ocorrem as temperaturas mais 
baixas da atmosfera. Nas latitudes elevadas observam-se 
ocasionalmente, a este nível, nuvens noctilucentes que se 
pressupõe que sejam constituídas por partículas de poeira 
cobertas de gelo. (Retallack, 1970; Pag 9) 
 
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 Figura 2. Estrutura vertical da Atmosfera 
Termosfera 
É a região acima da mesopausa caracterizada por uma 
atmosfera muito rarefeita e uma subida regular da temperatura 
devido a absorção da radiação ultravioleta pelo oxigênio 
atômico. Aqui, a composição da atmosfera altera-se 
consideravelmente devido a separação de moléculas de muitos 
dos gases em átomos isolados por acção dos raios X e 
ultravioleta vindos do sol, que igualmente provocam um 
fenômeno chamado ionização ou carregamento elétrico 
levando a que esta camada também receba o nome de ionosfera 
que tem particular importância por ser capaz de de reflectir 
ondas de radio. Esta camada estende-se ate os cerca de 400 Km 
ou 500 Km de altitude (quando a actividade solar e muito 
intensa) onde se situa a termopausa. 
Exosfera 
Estende-se de uma altitude de 500 Km para cima. Os átomos de 
oxigênio, hidrogênio e Helio formam uma atmosfera tênue e a 
lei dos gases deixa de ser válidas. A atmosfera não tem um limite 
superior definido, porem a densidade do ar baixa progressiva e 
rapidamente ate confundir-se com o espaço exterior. Aqui 
ocorrem as auroras boreais.

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