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Medicina Legal Para Delegados

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MEDICINA LEGAL 
Para Delegados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO 
 
 
 
 
 
 
Livro Eletrônico 
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Conceitos, Importância e Divisões
MEDICINA LEGAL
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CONCEITOS, IMPORTÂNCIA E DIVISÕES
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
O delegado precisa estudar Medicina Legal (ML) porque muitas vezes ele vai 
se deparar com locais de crime onde ocorreu a morte de pessoas ou que envol-
vem ferimentos em pessoas, traumas que conduzem a procedimentos investiga-
tivos . 
O perito é aquele que auxilia a justiça, o delegado, o Ministério Público naque-
les assuntos que eles não entendem tão bem. O perito tem olhos da Justiça, mas 
é muito importante que a Justiça consiga enxergar o mínimo para não ficar ven-
dida quando for fazer o seu trabalho. 
É interessante que o delegado, ao se deslocar ao local de um crime, tenha 
percepções que o ajudem na interpretação dos achados que ali estão. Ele não 
deve depender exclusivamente do perito. Deve se assessorar do perito, mas 
também deve ter conhecimentos básicos de questões associadas a ML.
FONTE: Velho, J.; Costa, K.A.; Damasceno, C.T.M. Locais de Crime – Dos vestígios à dinâmica 
criminosa. Editora Millennium, 2013
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Conceitos, Importância e Divisões
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Este caso é trazido em um dos melhores livros sobre criminalística, escrito 
por três peritos criminais federais: J. Velho, K. A. Costa e Damasceno.
Os familiares tinham informado as autoridades que essa pessoa havia se sui-
cidado.
A primeira pergunta é: o que terá levado essa pessoa a se autoeliminar, ou a 
ser morta por terceiros ou a ser vítima de um acidente? É a denominada natu-
reza jurídica da morte. 
Mesmo naquele crime que pareça suicídio, o delegado e o perito devem 
sempre pensar que poderá ser um homicídio. O perito só tem uma oportunidade 
para processar o local do crime e igualmente o médico que, ao efetuar a necrop-
sia, apenas tem uma chance para tomar ciência de todas as informações. Se 
não conseguirem ver naquele primeiro momento, não haverá segunda chance.
O perito deve pensar sempre de forma abrangente, para depois afunilar o seu 
raciocínio, porque, se pensar de forma restritiva, muitas vezes não vai conseguir 
ampliar a sua linha de hipóteses.
Para a ML, a hipótese de suicídio será sempre por exclusão.
O perito entra em três análises distintas: materialidade, autoria e dinâmica.
A pessoa pendurada numa corda está associada a um tipo de asfixia denomi-
nada enforcamento, caso em que a asfixia se dá pela constrição do pescoço pela 
ação do peso da vítima. A morte se dá porque o peso da própria vítima promoveu 
a constrição do seu pescoço.
Terá o peso da vítima causado essa constrição ou a vítima foi morta e depois 
ali colocada?
Os pés da vítima estão flutuando.
Há alguma hipótese de a pessoa se matar e ficar flutuando na cadeira? 
Quando a pessoa morre, ela derruba a cadeira?
A cena é de suicídio forjado?
Às vezes, é necessário ter uma percepção para além do óbvio: o óbvio seria 
derrubar a cadeira.
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Conceitos, Importância e Divisões
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Foi utilizada uma corda para alçar a vítima e até se poderia imaginar uma 
pessoa colocando uma roldana e puxando.
Se a vítima foi ali colocada depois de morta, quantas pessoas seriam neces-
sárias para produzir esse levantamento da vítima? Uma pessoa sozinha conse-
guiria levantar a vítima? 
Se a vítima estivesse viva, ela se deixaria colocar ali pendurada? Natural-
mente a vítima tentaria se esquivar do seu agressor, o que formaria lesões de 
defesa.
A vítima não possuía marcas nas mãos, nos braços, antebraços ou pescoço.
A cabeça mais escura caracteriza a congestão facial, um acúmulo de sangue 
na região facial que é compatível, por exemplo, com o sangue subindo, e não 
descendo.
Se o sangue subiu, é porque estava circulando. Provavelmente a vítima esta-
ria viva. 
Esses são elementos facilmente identificáveis apenas pela visualização da 
cena.
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O laço está na região anterior e deixa um sulco perceptível mesmo depois de 
se retirar a corda do pescoço.
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Uma das teorias ligadas aos vestígios é chamada de Teoria da Troca ou 
Teoria de Locard: sempre existe uma troca entre o suspeito e o ambiente, entre 
as estruturas e objetos que estão no ambiente.
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O perito, de forma muito perspicaz, verificou que na cadeira havia uma marca 
de parede e na parede havia uma marca de cadeira. Havia também sujidades na 
cadeira associadas provavelmente pelo contato entre a cadeira e a parede.
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Olhando para o chuveiro, o perito detectou marcas de dedos e olhando para 
os dedos da vítima o perito descobriu marcas do chuveiro, da poeira que estava 
no chuveiro. 
O perito concluiu que aquilo que parecia um homicídio com suicídio forjado, 
na verdade tinha sido um suicídio. A vítima subiu na cadeira e se jogou.
A ML não pode apenas ser associada a morte.
No Instituto Médico Legal (IML) não se examinam apenas cadáveres. Proces-
sam-se mais exames em vivos do que em mortos para constatar lesões corpo-
rais, exames ad cautelam, exames para constatação de violência sexual ou de 
psiquiatria forense.
O exame não é para o morto. O bem jurídico que está ali protegido, a vida, a 
pessoa não possui mais. O objetivo é entender as circunstâncias da morte para 
que a mesma seja apurada. 
O médico emite um documento denominado declaração de óbito, que dará 
origem à certidão de óbito. Quando se trata de morte natural, é emitida pelo 
médico que acompanhava o falecido e no IML é emitida pelo médico titular do 
serviço.
Além da declaração de óbito, o médico do IML faz um laudo que responde a 
quesitos normalmente formulados pelo delegado e o primeiro quesito do laudo 
necroscópico é: Houve morte? 
Se o objeto do exame é o morto, é óbvio que houve morte. 
Para ter alguém processado pelo crime de homicídio (artigo 121 do Código 
Penal), por exemplo, o básico do Direito é que haja um morto, materialidade 
direta ou outro tipo de materialidade (indireta). 
O perito médico responde aos quesitos que constatarão a materialidade 
daquele crime e elucidarão alguns aspectos com relação à morte daquela pessoa. 
Na ML há dois caminhos: um da medicina apoiando a Justiça (não necessa-
riamente penal) e alguém da área jurídica apoiando o médico.
O médico auxilia o juiz na compreensão da área médica.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Palhares. 
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Conceitos, Importâncias e Divisões II
MEDICINA LEGAL
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CONCEITOS, IMPORTÂNCIAS E DIVISÕES II
DEFINIÇÕES PARA MEDICINA LEGAL 
Para muitos autores, a Medicina Legal (ML) não é considerada uma espe-
cialidade médica pelo fato de não ter um conjunto específico de conhecimentos. 
Uma necropsia ou um exame de lesão requerem conhecimentos específicos de 
Medicina Legal, mas para realizar esse trabalho o médico não recorre apenas 
aos conhecimentos de ML, e simaos conhecimentos de medicina.
O bom médico legista não é um bom médico no Instituto de Médico Legal 
(IML), ele é um bom médico generalista. 
A ML é a aplicação da medicina ao ramo do Direito. 
A ML é uma ciência, porque o que se pratica em medicina é cientificamente 
comprovado, não é nada empírico, embora possa começar de forma empírica. 
Outros autores classificam a ML como arte, porque não depende apenas de 
conhecimento, depende de uma qualidade que vai além: uma característica pes-
soal de querer investigar, de olhar além. O melhor perito é aquele que enxerga 
além do que as pessoas normalmente observam porque é mais perspicaz, é 
mais curioso. E isso é entendido como arte. 
Algumas definições para Medicina Legal 
“A arte de fazer relatórios em juízo” (Ambroise Paré)
“A arte de por os conceitos médicos a serviço da administração da justiça” 
(Lacassagne)
“A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execu-
ção das leis que deles carecem.” (Fávero, 1975)
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“O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao 
Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando 
na execução dos dispositivos legais, no campo de ação da medicina aplicada.” 
(Hélio Gomes, 1989)
“A medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais” .(França, 2015).
 Algumas sinonímias da Medicina Legal 
• Medicina Legal Judicial (Prunelle);
• Medicina Judiciária (Lacassagne);
• Antropologia Forense (Hebenstreit);
• Medicina Forense (Sydney Smith);
• Medicina Política e Social.
A Medicina Legal brasileira foi mais influenciada pela Medicina Legal francesa. 
Medicina Legal é sinônimo de Medicina Forense? 
Hoje se aplicam os diversos ramos das ciências para solução dos problemas 
no campo jurídico.
Quando se recorre à química para solucionar problemas jurídicos, é química 
forense; quando se recorre à biologia, é biologia forense. Quando se aglutinam 
todas as ciências, referimo-nos a ciências forenses.
A ML também pode ser chamada de Medicina Forense, um termo que é hoje 
praticamente utilizado como sinônimo. Contudo, o termo Legal está associado a 
leis e o termo Forense está associado a tribunais, que são mais restritos do que 
as leis. 
Medicina Legal é a aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na ela-
boração e execução das leis. A Medicina Forense está muito mais associada à 
execução das leis, e não à sua elaboração. 
A Medicina Legal não é feita no tribunal, é feita no campo acadêmico de pes-
quisa tanto na área médica quanto na área do direito.
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O entendimento é que, embora Medicina Legal e Medicina Forense sejam 
praticamente sinônimos, são termos diferentes, em que Medicina Forense é uma 
designação mais restritiva do que Medicina Legal. Medicina Legal é o termo mais 
adequado para se referir ao conjunto de conhecimentos médicos aplicados ao 
campo da Justiça.
O autor Genival Veloso França considera que o melhor termo para se referir à 
Medicina Legal é Medicina Política e Social, por se relacionar com vários campos.
Relações da Medicina legal com as demais Ciências Médicas e Jurídicas
MEDICINA
• Patologia;
• Psiquiatria;
• Traumatologia;
• Neurologia;
• Radiologia;
• Anatomia e fisiologia patológicas;
• Microbiologia e parasitologia;
• Obstetrícia e ginecologia;
• Outras.
CIÊNCIAS JURÍDICAS
• Direito Penal;
• Direito Civil;
• Direito Administrativo;
• Direito processual Penal e Civil;
• Direito Constitucional;
• Lei das Contravenções Penais;
• Direito Trabalhista;
• Direito Penitenciário;
• Direito dos Desportos;
• Outros.
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Classificação da Medicina Legal
A Medicina Legal, segundo Genival Veloso de França, classifica-se em:
• Histórica;
Aquela que diz respeito às fases evolutivas da ML, dividindo-a em quatro 
fases: administrativa/pericial, legislativa, doutrinária e filosófica. Tudo começa 
com a percepção de um problema a ser resolvido no campo legal ou no campo 
prático. A resolução desse problema normalmente no primeiro momento é empí-
rico: primeiro resolve-se a situação e a seguir formaliza-se num documento por 
meio de resoluções ou então por meio de leis. Muitas leis estão associadas 
à questão médica quando são redigidas, por exemplo, como no artigo 129 do 
Código Penal (CP).
A doutrinária refere-se à interpretação da lei. A filosófica não trata de ques-
tões objetivas, está mais ligada à ética e à bioética . 
 
• Profissional;
A Medicina Legal não é apenas exercida no IML Também é feita nos Institutos 
de Criminalística , nos Institutos de Identificação e até nos Institutos de Genética 
Forense, onde outros tipos de profissionais acessam o conhecimento de Medi-
cina Legal para realizar o seu trabalho. 
• Doutrinária;
É aquela que faz relação com os vários ramos do Direito ( penal, civil, admi-
nistrativo, constitucional, trabalhista, tributário, previdenciário e outros). 
• Didática.
A classificação didática divide a Medicina Legal em geral e especial. 
A geral remete à parte específica voltada para o médico e a especial é vol-
tada para os outros (quando o médico apoia algum outro campo, por exemplo, o 
delegado ou o juiz) .
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A Medicina Legal Geral (para o médico) é dividida em dois campos, deon-
tologia e diceologia, e praticamente trata do que é trazido no Código de Ética 
Médica. A deontologia está ligada aos deveres do médico e a diceologia estuda 
os direitos do médico. 
A Medicina Legal Especial (para os outros) é dividida em vários campos: 
• Antropologia;
• Psicologia;
• Traumatologia;
• Psiquiatria;
• Sexologia;
• Medicina Legal Desportiva;
• Tanatologia;
• Criminalística;
• Toxicologia;
• Criminologia;
• Asfixiologia;
• Infortunística;
• Genética;
• Vitimologia.
Não necessariamente integram a ML, mas são associados a ela. 
Antropologia (identificação humana), toxicologia, genética (ligado aos exames 
de DNA), psicologia, criminalística (ciência para entender os crimes), criminolo-
gia e vitimologia são campos que não estão dentro da ML, mas estão muito 
associados.
A infortunística está ligada ao Direito do Trabalho (doenças e acidentes).
Imagem: divulgação filme Morgue Story (2010)
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Código de Processo Penal:
TÍTULO VII
CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Palhares. 
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Exame de Corpo de Delito
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EXAME DE CORPO DE DELITO
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
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PERÍCIA E PERITOS
(DISCIPLINA LEGAL)
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP) – Arts. 155-184;
• CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL(CPC) – Arts. 156-158 e 464-480.
CPP:
TÍTULO VII
CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Imagem: divulgação filme Morgue Story (2010)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo aconfissão do acusado.
Os delegados, seja da Polícia Federal ou da Polícia Civil, não podem prescin-
dir dos exames de corpo de delito quando a infração deixa vestígios. Igualmente 
o juiz não pode prescindir. 
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Exame de Corpo de Delito
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O perito chega às suas conclusões mediante a análise de elementos mate-
riais, de elementos concretos que podem ser observados e medidos. Esses ele-
mentos são denominados vestígios. 
O vestígio é tão importante que se ele existir e não for analisado, se não 
houver o exame de corpo de delito por falta de iniciativa da autoridade ou do 
Estado, é causa de nulidade do processo. 
CPP
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o dis-
posto no Art. 167;
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapareci-
do os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
 
Exame de corpo de delito
Muita gente pensa que o exame de corpo de delito é aquele realizado no Ins-
tituto Médico Legal (IML), o exame realizado no corpo. Não necessariamente.
O exame do corpo da pessoa que chega ao IML, viva ou morta, é também 
considerado exame de corpo de delito. No entanto, o exame de corpo de delito 
não é considerado o exame apenas do corpo, e sim o exame de vestígios. 
Quando se analisa um vestígio, está sendo feito o exame de corpo de delito. 
No Direito, é considerado corpo de delito o conjunto de vestígios associados 
a algum fato delituoso. 
Por exemplo, quando se analisa uma pessoa em busca de lesão corporal, é 
um exame de corpo de delito. Quando se examina um cadáver que foi morto por 
morte violenta, é um exame de corpo de delito. Quando se examina um projétil 
que é retirado do corpo e esse projetil é comparado a outro projétil da arma ques-
tionada, é um exame balístico, que também é chamado de exame de corpo de 
delito. Da mesma forma que o exame de uma cédula falsa é exame de corpo de 
delito. Análise de uma substância também é exame de corpo de delito.
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Exame de Corpo de Delito
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Atenção!
Na criminalística, vestígio é diferente de prova que é diferente de indício que é 
diferente de evidência.
Relembrando que, para o Direito, para a doutrina jurídica, o exame de corpo 
de delito é a análise do conjunto de elementos materiais, o conjunto de vestígios. 
Vestígio
Por vestígios entende-se os elementos materiais associados aos crimes 
(análise objetiva). O exame do vestígio é o chamado exame de corpo de delito 
executado pelo perito. Perito e vestígio andam juntos. O perito elabora um docu-
mento que, para o Direito, é considerado prova técnica, o laudo. Essa prova téc-
nica também é chamada de objetiva, porque foi obtida por meio de elementos 
materiais (vestígios). Essa prova seguiu um rigor técnico, um rigor científico. 
O perito refere sempre no laudo a metodologia utilizada para chegar àquele 
resultado, para que outro perito que realize o mesmo tipo de exame possa seguir 
a mesma metodologia e chegar ao mesmo resultado. A prova técnica é, portanto, 
reprodutível. 
Prova
A confissão é um meio de prova, como o testemunho e a acareação. São 
meios de prova de caráter subjetivo. A reconstituição do crime também é um 
meio de prova, mas não um meio de prova técnica mesmo que conduzida por 
um perito. Em criminalística, a reconstituição do crime é denominada reprodução 
simulada dos fatos, sendo considerada uma prova do tipo mista. 
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Exame de Corpo de Delito
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É uma prova mista porque normalmente é feita para verificar uma prova sub-
jetiva à luz de informações técnicas. Na confrontação das informações subjeti-
vas com as objetivas, surge a prova do tipo mista. 
A prova, diferentemente do vestígio, não necessita ser material. A prova é ele-
mento formador da convicção do juiz. 
A prova técnica por ser obtida por meios científicos, reprodutível, é conside-
rada a prova mais confiável do que um testemunho, do que uma confissão. Não 
é a mais relevante nem a mais importante num processo, porque quem dá à 
prova o seu valor não é a prova por si só, mas o juiz, quando avalia o conjunto 
de provas.
CPP
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautela-
res, não repetíveis e antecipadas.
A prova técnica pode ser produzida em qualquer momento.
A perícia é utilizada de forma a perpetuar a materialidade do crime.
CPP
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo 
ou em parte. 
O perito considera o seu trabalho muito importante, mas esse trabalho se 
junta a outros elementos na formação da convicção do juiz. Não existe hierarquia 
entre as provas.
���Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Palhares.
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Exame de Corpo de Delito – Perícia e Peritos
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EXAME DE CORPO DE DELITO – PERÍCIA E PERITOS
EXAME DE CORPO DE DELITO
Vestígio
Por vestígios entendem-se os elementos materiais associados aos crimes 
(análise objetiva). O exame do vestígio é o chamado exame de corpo de delito 
executado pelo perito. Perito e vestígio andam juntos. O perito elabora um docu-
mento que para o Direito é considerado prova técnica, o laudo. Essa prova téc-
nica também é chamada de objetiva porque foi obtida por meio de elementos 
materiais (vestígios). Essa prova seguiu um rigor técnico, um rigor científico. 
O perito refere sempre no laudo a metodologia utilizada para chegar àquele 
resultado, para que outro perito que realize o mesmo tipo de exame possa seguir 
a mesma metodologia e chegar ao mesmo resultado. A prova técnica é, portanto, 
reprodutível. 
Prova
A confissão é um meio de prova, como o testemunho e a acareação. São 
meios de prova de caráter subjetivo. A reconstituição do crime também é um 
meio de prova, mas não um meio de prova técnica, mesmo que conduzida por 
um perito. 
Em criminalística a reconstituição do crime é denominada reprodução simu-
lada dos fatos e é considerada uma prova do tipo mista. 
É uma prova mista porque normalmente é feita para verificar uma prova sub-
jetiva à luz de informações técnicas. Na confrontação das informações subjeti-
vas com as objetivas, surge a prova do tipo mista. 
A prova, diferentemente do vestígio, não necessita ser material.
A prova é elemento formador da convicção do juiz. 
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Exame de Corpo de Delito – Perícia e Peritos
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A prova técnica por ser obtida por meios científicos, reprodutível, é consi-
derada a prova mais confiável do que um testemunho, do que uma confissão. 
Não é a mais relevante nem a mais importante num processo porque quem dá 
à prova o seu valor não é a prova por si só, mas o juiz quando avalia o conjunto 
de provas.
A prova técnica pode ser produzida em qualquer momento.
A perícia é utilizada de forma a perpetuar a materialidade do crime.
O perito considera o seu trabalho muito importante, mas esse trabalho se 
junta a outros elementos na formação da convicção do juiz. Não existe hierarquia 
entre as provas.
Indício
Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação 
com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de uma ou outra cir-
cunstância.
A boa investigação é aquela que consegue reunir provastécnicas para formar 
o “ batom na cueca”: faz com que a pessoa não consiga se justificar. 
O laudo balístico, o laudo genético, o laudo do local são muito importantes 
para a condenação, contudo uma simples vinculação entre sangue na roupa ser 
o sangue da vítima não permite concluir que aquela pessoa matou a outra. O 
socorrista, por exemplo, com certeza terá sangue da vítima na sua roupa.
A vinculação entre arma e o projétil que estava no corpo da vítima não sig-
nifica que houve crime, pode ter sido um tiro em legítima defesa. A pessoa que 
abandona correndo o local do crime, que chega a casa e lava as suas roupas, 
esse conjunto de informações permite que se chegue a uma conclusão.
Os indícios são os vestígios processados, transformados em prova técnica , 
e os outros meios de prova. 
Quesitos bem formulados amarram tecnicamente e dificultam que a pessoa 
mude a sua versão dos acontecimentos quando os indícios são robustos. 
Os indícios podem ser objetivos ou subjetivos.
Apenas os vestígios tem essa condição de apenas poderem ser materiais.
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Exame de Corpo de Delito – Perícia e Peritos
MEDICINA LEGAL
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Evidência
O termo evidência não é mencionado no Código de Processo Penal e, por 
não ser mencionado, não é muito levado em consideração. 
Na doutrina criminalística, a evidência é o vestígio que foi processado e trans-
formado em prova técnica.
Algumas vezes, o termo evidência é considerado como sinônimo de vestígio. 
O entendimento majoritário não considera a evidência simplesmente como um 
vestígio, mas sim como um vestígio que indica alguma coisa, um vestígio que 
depois de processado se tornou uma espécie de indício. 
Os tipos de exames de corpo de delito podem ser: 
• Direto – quando acessa diretamente o vestígio. Para a Medicina Legal, é 
considerado exame de corpo de delito direto aquele exame realizado dire-
tamente sobre a pessoa; 
• Indireto – quando acessa indiretamente o vestígio. Para a Medicina Legal, 
é considerado exame de corpo de delito indireto aquele exame realizado 
sobre documentos, por exemplo, prontuários .
Para a criminalística, por vezes, o documento quando analisado é o próprio 
corpo de delito.
QUEM REALIZARÁ A PERÍCIA EM ÂMBITO PENAL?
CPP
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito 
oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área es-
pecífica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do 
exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão compromisso de bem e fielmente desempe-
nhar o encargo. 
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Exame de Corpo de Delito – Perícia e Peritos
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No Código de Processo Civil (CPC), o perito é obrigado a ter curso superior e 
habilitação legal para ser nomeado.
O perito oficial é aquele que é concursado. No âmbito penal, em regra, quem 
realiza a perícia é um perito concursado, do qual é exigido o diploma de curso 
superior.
No âmbito civil não há perito concursado, está no rol dos auxiliares da justiça 
ou do juiz e é nomeado, caso a caso, conforme a necessidade.
Ao contrário do âmbito penal no qual o exame de corpo de delito é obrigatório 
se houver existência de vestígios, no civil não é obrigatório.
A habilitação técnica é diferente da habilitação legal. A habilitação técnica é 
o diploma de curso superior e a habilitação legal é o diploma mais o registro do 
diploma no conselho de classe. 
Tipos de peritos no processo penal 
• Peritos oficiais;
• Peritos nomeados (louvados ou ad hoc); 
• Assistentes técnicos.
LEI N. 12.030, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza cri-
minal.
Art. 2º No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegura-
do autonomia técnica, científica e funcional, exigido concurso público, com forma-
ção acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial. (...)
Art. 5º Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que o perito 
se encontra vinculado, são peritos de natureza criminal os peritos criminais, pe-
ritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação superior espe-
cífica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e 
por área de atuação profissional.
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Exame de Corpo de Delito – Perícia e Peritos
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O perito oficial é aquele que realiza o trabalho que, em condições normais, 
é acionado. Só será nomeado alguém se não houver perito oficial. Não apenas 
um, dois.
O perito oficial não é obrigado a prestar compromisso de bem desempenhar 
as suas funções porque ele já prestou esse compromisso quando assumiu o 
cargo público. 
O perito ad hoc, perito nomeado, também denominado perito louvado, também 
é considerado perito.
Atenção!
Os assistentes técnicos executam atividade pericial ,mas não são considerados 
peritos, porque, para ser perito, a pessoa deve ser imparcial, fazer o seu 
trabalho sem tender para um lado ou outro. 
O assistente técnico é contratado para acusar ou para defender.
Os assistentes técnicos não são peritos, apesar de desenvolverem atividades 
periciais.
����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Palhares.
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Documentos Médicos Legais – Introdução
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – INTRODUÇÃO
Os documentos médico-legais ou médico-judiciários são todas as informa-
ções de conteúdo médico, apresentadas por médico, verbalmente ou por escrito, 
que tenham interesse judicial.
OOss.:�
• Não basta que os documentos médico-legais tenham conteúdo médico, 
devem ser apresentados por médico. 
• Além disso, os dentistas também fazem documentos de conteúdo médico. 
Em termos gerais, o que se aplica a documentos médico-legais também se 
aplica a documentos odonto-legais. 
• Nem todo documento médico-legal é escrito: depoimento oral. 
• É necessário interesse judicial. Nesse sentido, o receituário, via de regra, 
não é considerado documento médico-legal, mas pode vir a sê-lo. 
Documentos Médicos de Interesse da Justiça 
I. Notificação (compulsória)
II. Atestado
III. Relatório médico-legal
IV. Parecer
V. Depoimento oral
Há ainda dois documentos que não são médico-legais, mas são trazidos por 
alguns autores:
• Consulta.: alguém pergunta algo para o médico. 
• Prontuário.: de interesse daqueles que fazem o acompanhamento do 
paciente. 
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Notificação Compulsória 
Comunicação obrigatória de um fato médico às autoridades competentes, por 
razões sociais ou sanitárias. 
Código de Ética Médica – Resolução CFM n. 1.319/2009
CAPÍTULO I 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
XI – O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conheci-
mento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei. 
Relembrando!
A medicina legal geral se divide em deontologia (deveres do médico) e diceologia 
(direitos do médico)
CAPÍTULO IX 
SIGILO PROFISSIONAL 
É vedado ao médico: 
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua 
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do pa-
ciente. 
A regra é guardar sigilo, mas uma de suas exceções é a notificação compul-
sória, que se relaciona às hipóteses de motivo justo e dever legal. Nesse sentido,temos duas situações: o dever do médico é guardar sigilo; o paciente tem direito 
ao sigilo. Por exemplo, um indivíduo vai ao médico apresentando sintomas que 
indicam ebola. Trata-se de uma doença infecto-contagiosa, muito agressiva e 
cujo contágio é muito rápido, colocando terceiros em risco. Nesse caso, é como 
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se fosse uma excludente de ilicitude, com a finalidade de proteger outra pessoa. 
Assim, o médico deverá quebrar o sigilo, comunicando o fato à autoridade com-
petente.
Atenção!
• Endemia: doença que ocorre em situações normais; trata-se da prevalên-
cia normal. 
OOss.:� prevalência é o número de casos que ocorrem em função do tempo. 
• Epidemia: prevalência aumentada em determinada localidade.
• Pandemia: epidemia global.
Outros exemplos em que o médico deve informar à autoridade competente: 
Nas imagens acima, há indícios de uma tentativa de homicídio; crime de ação 
pública incondicionada à representação do ofendido. Portanto, o fato deverá ser 
comunicado. 
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Nas imagens acima, uma mulher que sofria violência doméstica começou a 
postar as fotos de cada agressão que sofreu. 
A comunicação também deve ser feita em casos de agressão a pessoas vulne-
ráveis. No caso de uma criança, a comunicação deverá ser feita ao conselho tutelar.
Situações que Implicam na Notificação Compulsória 
• Doenças da Lista Nacional de Notificação Compulsória 
OOss.:� basicamente as doenças infecto-contagiosas. 
• Acidentes de trabalho 
• Ocorrência de morte encefálica 
• Violência contra a mulher e maus-tratos contra criança, adolescente ou idoso
• Tortura 
• Crime de ação penal pública incondicionada (art. 66, LCP) 
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O Ministério da Saúde periodicamente publica portarias com as doenças de 
notificação compulsória. 
PORTARIA N. 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e 
eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o 
território nacional, termos do anexo, e dá outras providências. 
OOss.:� além das doenças, a lista conta com agravos; p. ex.: maus-tratos. 
Arts 2° Para fins de notificação compulsória de importância nacional serão conside-
rados os seguintes conceitos: 
VI – notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, 
realizada pelos módicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabeleci-
mentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confir-
mação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, poden-
do ser imediata ou semanal: 
OOss.:� basta a suspeita do profissional de saúde acerca dos maus-tratos, do 
crime de ação penal pública incondicionada etc. 
Art. 3° A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissio-
nais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, 
que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8° da Lei n° 
6.259. de 30 de outubro de 1975. 
§ 1° A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação 
de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, 
também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS. 
§ 2° A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação 
compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos respon-
sáveis por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, 
além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa.
§ 3° A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação 
compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que 
deles tenha conhecimento. 
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Arts 4° A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de 
saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento 
ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais 
rápido disponível. 
Crime de não notificação compulsória 
Trata-se de um crime próprio, somente os médicos podem praticá-lo. Se 
outros profissionais cometerem-no, configura-se infração ética. 
Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notifica-
ção é compulsória. 
Pena: detenção, de seis meses a dois anos, e multa. (CP) 
PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016
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Situações que Implicam na Notificação Compulsória 
• Caso de saúde pública
 – Doenças da Lista Nacional de Notificação Compulsória.
• Situações estatísticas
 – Acidentes de trabalho;
 – Ocorrência de morte encefálica. 
• Casos de Segurança Pública – o delegado receberá a comunicação, com 
exceção dos casos de violência contra criança, que serão comunicados ao 
conselho tutelar. 
 – Violência contra a mulher e maus-tratos contra criança, adolescente ou 
idoso;
 – Tortura;
 – Crime de ação penal pública incondicionada (art. 66, LCP).
Contravenções Referentes à Administração Pública (LCP) 
Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente: 
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função públi-
ca, desde que a ação penal não dependa de representação; 
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou 
de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representa-
ção e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal:
���Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – ATESTADO
ATESTADO MÉDICO
Declaração escrita de um fato médico e suas possíveis consequências. 
Temas Relevantes para Concursos 
• Conceito 
• Atestado vs. Declaração 
•	 Classificação	dos	atestados	
• Formalidades mínimas 
• Atestado falso 
• Exigibilidade do CID (código internacional de doenças)
ATESTADO vs. DECLARAÇÃO
• Atestado é um documento médico-legal, devendo conter informação de 
conteúdo médico e ser emitido por médico.
OOs..:� além do médico, o dentista também pode emitir atestados. 
• Declaração não é documento médico-legal; mesmo contendo informação 
médica, ela não precisa necessariamente ser emitida por médico; p. ex.: decla-
ração de comparecimento a uma consulta médica. Além disso, a declaração 
não deve trazer informações sobre diagnóstico e afastamento da pessoa.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATESTADOS	(quanto	à	finalidade):
• Judiciário: quando a justiça solicita o atestado. 
• Administrativo: quando o serviço público o solicita. 
• Oficioso:	finalidade	diversa	da	judiciária	e	administrativa;	p.	ex.:	para	fins	
estudantis.
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OOs..:� há	outras	classificações	como:
• quanto à origem: 
 – oficial:	emitido	pela	repartição	pública.	
 – oficioso:	emitido	por	particular.	
• quanto ao conteúdo: 
 – verdadeiro: informações verdadeiras.
 – falso: aquele que contém informações dolosamente falsas. 
O pulo do gato
Nos	concursos	para	delegado,	a	classificação	mais	importanteé	a	referente	à	
finalidade.	
FORMALIDADES MÍNIMAS 
O atestado não conta com muitas formalidades, bastando o fato médico e suas 
consequências, bem como ser emitido por médico, ter data, assinatura e carimbo. 
Ademais, é importante conter o RG da pessoa para discriminá-lo dos homônimos.
OOs..:� além do RG, também são válidas informações únicas como o CPF. 
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No carimbo, deve ter o nome do médico, especialidade (caso ele tenha) e 
o número do CRM. O diploma e o registro no conselho de classe representam 
a	habilitação	legal,	que	confere	à	pessoa	o	direito	de	exercer	a	profissão	legal-
mente.	O	registro	deve	ser	feito	no	local	de	trabalho	do	profissional.	
ATESTADO FALSO 
OOs..:� classificação	quanto	ao	conteúdo.	
Falsidade de Atestado Médico (CP) 
Art. 302. Dar o médico,	no	exercício	da	sua	profissão,	atestado	falso:	
Pena – detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único.	se	o	crime	é	cometido	com	o	fim	de	lucro,	aplica-se	também	multa.	
Falsidade Ideológica (CP) 
Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia 
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita,	com	fim	de	prejudicar	direito,	criar	obrigação	ou	alterar	a	verdade	sobre	fato	
juridicamente relevante: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos e multa, se o documento é público e de 
1 (um) a 3 (três) anos e multa, se o documento é particular 
Atenção!
Falsidade de atestado médico é um crime próprio de médico, segundo o Código 
Penal. Nesse sentido, o dentista que faz um atestado com informações falsas 
pratica crime de falsidade ideológica, e não de falsidade de atestado médico. 
EXIGIBILIDADE DE CID
O CID não é oOrigatório,	a	não	ser	em	atestados	especiais	(p.	ex.:	para	fins	
trabalhistas no âmbito do INSS). A informação sobre o CID é protegida pelo sigilo.
Indicar o CID, via de regra, pode ser considerado como quebra de sigilo, que 
pode ser revelado com o consentimento do paciente.
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aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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Documentos Médicos Legais – Relatório
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – RELATÓRIO
Relembrando!
Documento médico-legal: documento de conteúdo médico, emitido por 
médico, verbalmente ou por escrito, que tenha interesse jurídico.
Documentos médico-legais:
• Notificação (compulsória)
• Atestado
• Relatório médico-legal
• Parecer
• Depoimento oral
RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL 
Trata-se do principal documento pericial. 
Conceitos
• Descrição pormenorizada de uma perícia médica/odontológica a fim de 
responder à solicitação da autoridade policial ou judiciária (França, 2015). 
• Registro de fatos de natureza científica e caráter permanente por peritos 
oficiais ou não oficiais compromissados (Croce, 2010). 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito 
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei n. 11.690, 
de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idône-
as, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, 
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
(Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008) (Código de Processo Penal)
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O perito transforma o vestígio em prova técnica, que é apresentada na forma 
de um documento: laudo.
Tipos de relatório médico-legais
• Auto: ditado pelo perito diretamente ao escrivão e na presença de teste-
munhas. 
• Laudo: redigido pelos peritos após suas investigações. 
Atenção!
Laudo e relatório não são termos sinônimos. Todo laudo é um relatório, mas 
nem todo relatório é um laudo. 
PARTES DO RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL 
Essas partes seguem um encadeamento lógico; portanto, é necessário saber 
sua ordem. 
I. Preâmbulo
II. (Quesitos) → facultativo
III. Histórico
IV. Descrição
V. Discussão
VI. Conclusão
VII. Respostas aos quesitos
O pulo do gato
Mnemônico
Para quem veio hoje dedico resposta 
Preâmbulo
Quesitos
Histórico
Descrição
Discussão
Conclusão
Respostas aos quesitos
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I. Preâmbulo 
• É a introdução do laudo; 
• Certidão de nascimento do laudo
• Informações de caráter administrativo
• Deve constar:
 – data
 – local
 – órgão de perícia
 – nome do perito relator (signatário)
 – quem designou o perito
 – quem solicitou o exame (delegado, MP, juiz)
 – IPL associado
 – n. do memorando ou ofício
 – registro no sistema
Obs.:� de acordo com o art. 159 do CPP, o exame de corpo de delito e outras 
perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso 
superior, e não mais por dois peritos. 
II. Quesitos
Constata-se a materialidade dos crimes por meio dos quesitos; por exemplo, 
nos quesitos quanto a homicídio, temos: 
• Houve morte?
• Qual a causa da morte?
• Qual o meio ou instrumento que o produziu?
• Foi produzido por meio de tortura, asfixia, fogo, explosivo ou outro meio 
insidioso ou cruel? 
Se a resposta para esse último quesito for afirmativa, o crime de homicídio 
será qualificado. 
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Os quesitos podem ser:
• oficiais: padrão pré-definido.
• complementares (oficiosos ou não oficiais): formulados caso a caso 
pela autoridade policial, juiz, MP, partes etc. 
Atenção!
Os quesitos são facultativos. 
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aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – RELATÓRIO II
Atenção!
O relatório é o principal documento médico-legal de caráter pericial, e pode ser 
o auto ou laudo. Laudo é o documento redigido pelo próprio perito; quando o 
perito redige perante testemunhas, chama-se auto.
A doutrina médico legal dispõe de sete capítulos para os laudos periciais:
• Preâmbulo
• Quesito
• Histórico
• Descrição
• Discussão 
• Conclusão 
• Resposta aos quesitos
Atentar-se ao mnemônico
PARA QUEM VEIO HOJE DEDICO RESPOSTA
I II III
Histórico
Normalmente, a pessoa que vai ser atendida pode ser acompanhada, princi-
palmente no caso de menores de idade, desde que a realização do exame não 
seja prejudicada. 
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Em casos de aparente violência doméstica, o companheiro não pode acom-
panhar a vítima na realização do exame, uma vez que o perito percebe que sua 
presença pode desencorajar a vítima a falar a verdade. Mesmo apresentando 
marcas e escoriações no corpo que demonstram violência e que são percebidas 
pelo perito, a vítima pode alegar que caiu da escada, por exemplo. Ainda que 
perceba que não foi uma simples queda e que a vítima está mentindo, o perito 
não deve apresentar suas conclusões pessoais no histórico.
Obs.:� o histórico também é apresentado na literatura como uma parte chamada 
de comemorativos ou antecedentes. 
O que deve ser expostono histórico é o que foi apresentado e da forma que 
foi apresentado ao perito. Quando um cadáver chega ao IML, por exemplo, é 
acompanhado com uma Guia de Remoção de Cadáver, documento considerado 
o antecedente do cadáver.
O histórico deve conter relato do periciando, seja verdadeiro ou falso.
Atenção!
O médico-legista pode apresentar uma informação falsa, porém não atestará 
a informação, apenas relatará, mas de forma que a vítima possa entrar em 
contradição e confirmar as suspeitas da prática de violência. 
O histórico é uma parte do laudo que é de natureza subjetiva, ou seja, na pri-
meira fase do exame médico, há informações que não podem ser comprovadas 
de forma objetiva. 
No exame clínico, a primeira ação do médico é perguntar o que está levando 
o paciente até ele. Essa primeira parte do exame é chamada anamnese (sub-
jetiva), e é nessa fase que são coletadas informações denominadas sintomas. 
A segunda parte é quando o médico tenta transformar a informação subjetiva 
em objetiva, como, por exemplo, verificar com o estetoscópio se o coração está 
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batendo corretamente. Essa fase é denominada exame físico (objetivo). Após 
os sintomas e sinais, é estabelecido o diagnóstico e o plano de tratamento após 
prováveis exames complementares (sangue, imagens etc.).
No histórico, será levantada a informação que seja confrontada com uma outra 
parte do exame denominada descrição, chamada de parte objetiva do exame. 
Se o histórico se equipara à anamnese, a descrição se equipara ao exame físico. 
EXERCÍCIOS
1. O laudo é uma peça eminentemente imparcial, objetiva e impessoal.
Comentário
Em regra, são essas as características do laudo. 
2. O laudo não pode conter informações de caráter subjetivo.
Comentário
A natureza do histórico é subjetiva. 
3. Caso os dados do histórico não sejam confirmados, não devem ser transcri-
tos para o histórico.
Comentário
O histórico deve conter as informações recebidas dos antecedentes, sejam 
verdadeiros ou não. 
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Descrição
É considerada a parte mais importante do laudo, de acordo com a doutrina 
médico-legal, pois é nesse momento que se confirma o perito bom e o ruim. O 
perito deve ter mais perspicácia e curiosidade do que as outras pessoas, ou seja, 
ele será um perito melhor se puder melhor enxergar: visum et repertum. 
A descrição deve ser:
• minuciosa em relação ao que está sendo visto;
• não deve trazer opinião do perito;
• impessoal;
• objetiva;
• não deve trazer diagnóstico.
Atenção!
Se uma pessoa chega com uma lesão na região frontal, o perito pode saber 
que se trata de um orifício de entrada, mas na descrição ele deverá contar que 
“foi observada uma lesão produzida por um instrumento pérfuro-contundente 
na região frontal direita, próxima ao terço lateral da sobrancelha, com forma 
circunferencial, contendo uma orla equimótica...”.
Discussão
É a parte do laudo em que é comparada a descrição com o histórico e, pos-
teriormente, com a literatura.
Histórico Descrição Literatura
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Atenção!
Na comparação com a literatura, observa-se que há lesões de diferentes 
colorações. De acordo com Genival Veloso de França, as equimoses passam 
por uma modificação cromática com o passar do tempo, chamada “espectro 
equimótico de legran du saulle”; em primeiro momento, as equimoses se 
apresentam com coloração arroxeada e, em um segundo momento, se 
apresentam com coloração amarelada e esverdeada. De acordo com a literatura, 
essas lesões não são compatíveis com lesões produzidas no mesmo dia. 
Conclusões
Normalmente, traz a síntese da conclusão à luz do que foi perguntado. O ideal 
é que o perito, ao fazer o seu laudo, tenha uma noção básica do que ele deve 
constatar de materialidade e qual crime está associado ao exame que está sendo 
realizado e que, na conclusão, traga as informações que de fato estão associadas. 
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Atenção!
Os quesitos oficiais foram formulados por uma comissão montada no ano de 
1941, por Miguel Sales, Antenor Costa e Roberto Lira. 
Obs.:� o médico-legista não afirmará se se tratou de suicídio, homicídio ou aci-
dente, mas vai responder aos quesitos e, no meio da discussão, trazer 
indicativos para o delegado perceber se o crime parece ser doloso ou não. 
GABARITO
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2. E
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����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – DEPOIMENTO ORAL
Muitas vezes, o delegado pode fazer uma pergunta que o perito não saberá 
responder, pois, quando se trata de lesão corporal, não é possível identificar o 
instrumento exato que o produziu, mas a natureza do instrumento. 
Atenção!
Os traumas produzidos por energia de ordem mecânica podem ser classificados 
quanto ao modo de atuação do instrumento, que pode causar uma vasta gama 
de leões e agir por ação contundente, atuando por pressão, descompressão, 
impacto, torção etc.
O art. 129, CP, trata da lesão corporal. 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II – perigo de vida; 
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV – aceleração de parto: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos. 
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Muitas vezes, uma pessoa sofre uma lesão e faz a perícia antes de decorrer o 
lapso de trinta dias, e o quesito que o perito deve responder é: resultou em incapa-
cidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias? Para responder a essa 
pergunta, o perito deve esperar recorrer o prazo de trinta dias a partir da lesão. Caso 
o perito atenda o periciando com dez dias, ele deve responder “aguardar”.
A resposta “prejudicado” é quando o perito não consegue responder porque 
a pergunta não tem lógica. 
Ex.: lembrando dos quesitos do laudo necroscópico, o primeiro é se houver 
morte e o segundo é qual a causa da morte. Caso uma pessoa seja conside-
rada morta e ao chegar ao necrotério o perito constata que a pessoa está viva, 
a demanda pericial já foi recebida e deverá responder o laudo necroscópio e 
reportará que não houve morte, por isso não haverá causa da morte, portanto a 
resposta é considerada prejudicada.
Atenção!
A resposta prejudicada deve ser conferida quando o quesito depende de uma 
resposta ao quesito anterior que não ocorreu.
Partes do Relatório Médico-Legal (Revisão)
I. Preâmbulo
II. Quesitos
III. Histórico
IV. Descrição
V. Discussão
VI. Conclusão
VII. Respostas aos quesitos
O pulo do gato
Lembrar do mnemônico: Para quem veio hoje dedico resposta.
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OOs..:� o parecer não é elaborado pelo perito, pois este elabora somente o laudo. 
Atenção!
Normalmente, as bancas utilizam indicativos de que a pessoa que faz o parecer 
é uma autoridade, alguém que sabe muito sobre o assunto, ou seja, irá sobre-
-estimar a pessoa.É importante lembrar da frase: “Não basta ser, tem que 
parecer”, pois o parecer deverá ter um valor associado ao peso do nome de 
quem assina, ou seja, se a pessoa tem o currículo robusto e sabe o que está 
falando, o parecer terá valor. Caso o currículo da pessoa não seja robusto, 
pode ser exatamente o mesmo documento que o valor será diferente.
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Atenção!
A consulta médico-legal não é um documento médico-legal. 
Atenção!
O prontuário não é considerado documento médico-legal porque o interesse 
do prontuário não é da justiça, mas do médico, da instituição de saúde e do 
paciente.
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�����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS – EXERCÍCIOS
1. (ACAFE/PC–SC/DELEGADO DE POLÍCIA/2014) Segundo a melhor doutri-
na, pode-se considerar que “Documento é toda anotação escrita que tem a 
finalidade de reproduzir e representar uma manifestação de pensamento”.
Dentre os documentos médicos legais temos as seguintes descrições: 
 – É declaração simples, por escrito, de um fato médico e de suas possí-
veis consequências, feitas por qualquer médico que esteja no exercício 
regular de sua profissão e que tem o propósito de sugerir um estado de 
doença, para fim de licença, dispensa ou justificativa de falta de serviço.
 – Comunicações compulsórias feitas às autoridades competentes, pelo 
médico, de um fato profissional, por necessidade sanitária e social sobre 
moléstia infectocontagiosa, doença de trabalho e a morte encefálica.
 – Intercessão no decurso de um processo, por estudioso médico legal, 
nomeado para intervir na qualidade de perito, para emitir suas impres-
sões e responder aos quesitos formulados pelas partes.
 – Descrição minuciosa de uma perícia médica, feita por peritos oficiais, requi-
sitada por autoridade policial ou judiciária frente a um inquérito policial.
 – É constituído de preâmbulo, quesitos, histórico ou comemorativo, descri-
ção, discussão conclusão e resposta dos quesitos.
As definições acima se referem, respectivamente, a:
a. atestado, notificação, parecer médico-legal e relatoria médico-legal. 
b. parecer médico-legal, notificação, atestado e relatoria médico-legal. 
c. atestado, parecer médico-legal, relatoria médico-legal e notificação.
d. relatoria médico-legal, notificação, relatoria médico-legal e atestado.
e. atestado, relatoria médico-legal, parecer médico-legal e notificação. 
2. (FCC/MPE–PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Nos casos em que atuar, o 
Promotor de Justiça poderá
a. avaliar documentos médico–legais, quer sejam: notificações, atestados, 
relatórios e pareceres. 
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b. solicitar parecer-médico legal, documento em que o médico perito não de-
verá expor suas convicções científicas e doutrinárias. 
c. analisar se o laudo médico-legal foi corretamente ditado ao escrivão de polícia.
d. apreciar se o relatório médico-legal apresenta a descrição correta, visto que 
a mesma deve conter revisão de literatura metódica, minuciosa e objetiva.
e. verificar no preâmbulo do relatório médico-legal se existe a análise sumá-
ria daquilo que os peritos puderam concluir após exame minucioso. 
Comentário
b. O parecer é uma opinião, porém qualificada, em que expõe suas opiniões. 
c. Relatório ditado ao escrivão não é laudo, é auto.
d. O relatório médico-legal não traz nada de revisão de literatura, ele é o vi-
sum et repertum.
e. O preâmbulo não traz informação sobre conclusão, apenas informações 
sobre o nascimento do documento.
45. (FAEPOL/PCERJ/PERITO ODONTOLÓGISTA/2001) De acordo com o Códi-
go Penal, ao firmar atestado falso, um cirurgião-dentista cometerá o crime de:
a. falsidade de atestado médico;
b. falsidade ideológica;
c. falsidade de atestado médico-odontológico;
d. falsidade de atestado odontológico;
e. perjúrio.
Comentário
a. A falsidade de atestado médico é própria de médico, ou seja, apenas os 
médicos podem praticar, de acordo com o Código Penal. 
42. (FAEPOL/PCERJ/PERITO ODONTOLOGISTA/2001) As partes que com-
põem genericamente os laudos, de acordo com a ordem de elaboração dos 
referidos documentos, são:
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a. preâmbulo, quesitos, histórico e antecedentes, descrição, discussão, con-
clusões, respostas aos quesitos, data e assinatura;
b. histórico e antecedentes, preâmbulo, quesitos, descrição, discussão, con-
clusões, respostas aos quesitos, data e assinatura;
c. preâmbulo, quesitos, histórico e antecedentes, discussão, descrição, con-
clusões, respostas aos quesitos, data e assinatura;
d. data, histórico e antecedentes, preâmbulo, quesitos, discussão, descrição, 
conclusões, respostas aos quesitos e assinatura;
e. data, preâmbulo, quesitos, histórico e antecedentes, discussão, descrição, 
conclusões, respostas aos quesitos, data e assinatura.
Comentário
A banca considera “antecedentes” como parte do histórico. 
37. (FAEPOL/PCERJ/PERITO ODONTOLOGISTA/2001) A parte do laudo peri-
cial onde os dados do histórico são comparados com os achados do exame 
objetivo, denomina-se:
a. preâmbulo;
b. discussão;
c. descrição;
d. conclusão;
e. resposta aos quesitos.
3. (FCC/POLITEC–AP/PERITO MÉDICO-LEGISTA/2017) No seu campo de 
atuação, o Perito Médico Legista está diretamente envolvido na elaboração 
e análise de documentos médico-legais, sendo que
a. a descrição é a parte mais eloquente e importante do laudo médico-legal.
b. a notificação é a comunicação compulsória que o médico deve fazer à au-
toridade sanitária ao atender embriagados ou drogadictos.
c. o atestado gracioso pode ser concedido pelo Perito Médico Legista em 
caso de violência sexual.
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d. o histórico não é parte integrante do laudo médico-legal por ter sido relata-
do por uma das partes envolvidas.
e. o principal trecho do parecer médico-legal é a resposta aos quesitos, visto 
que contém todo o conteúdo do documento de forma objetiva.
Comentário
c. Aparentemente, a informação sobre o atestado afirma se é verdadeiro ou 
falso quanto ao conteúdo, porém, em seu livro, Genival Veloso França 
diferencia os tipos de atestados falsos, aqueles que são feitos com dolo e 
aqueles que são feitos de forma “graciosa” (possui motivo humanitário).
d. O histórico é parte do laudo e é subjetivo.
e. De acordo com Flamínio Fávero, o parecer não apresenta resposta aos 
quesitos, por isso não pode ser considerado como principal. 
38. (FAEPOL/PCERJ/PERITO ODONTOLOGISTA/2001) Uma consulta é formu-
lada a pessoa, comissões ou mesmo entidades especializadas em determi-
nados assuntos. O esclarecimento é dos consultantes, refletindo uma deter-
minada opinião. Sem dúvida, esta opinião está abalizada, é merecedora de 
crédito, visto conter as explanações, argumentos e pontos de vista altamente 
capacitados, de competência indiscutível. A resposta a esta consulta recebe 
a denominação de:
a. parecer;
b. laudo;
c. auto;
d. relatório;
e. atestado.
4. (CESPE/DPF/PERITO CRIMINAL/2013) medicina legal é o campo da ciên-
cia médica que faz a interface entre a medicina e o direito, razão por que é 
necessária a observância de protocolorígidos tanto a realização de perícias 
quanto na confecção dos respectivos laudos, pois estes são utilizados nas 
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áreas penal, cível, trabalhista, administrativa e securitária, e informalidades 
poderiam levar o laudo à perda de confiabilidade e serventia. Com relação a 
esse assunto, julgue o item que se segue.
O laudo pericial, na classificação de documentos médico-legais, se enquadra 
como atestado.
Comentário
Laudo é um documento e atestado é outro. 
5. (CESPE/PC–BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Acerca da perícia mé-
dico-legal, dos documentos legais relacionados a essa perícia e da imputabi-
lidade penal, julgue o item a seguir:
Quando solicitado por autoridade competente, o relatório do médico-legista 
acerca de exame feito em vestígio relacionado a ato delituoso recebe a de-
nominação de atestado médico.
Comentário
Relatório é um documento e atestado é outro. 
6. (FUNCAB/PC–ESP/MÉDICO LEGISTA/2013) Em relação aos atos e docu-
mentos médico-legais, é correto afirmar:
a. Consulta médico-legal é o atendimento realizado pelo perito no setor de 
necrópsias.
b. Os atestados judiciários são os únicos que têm importância administrativa.
c. A etapa do relatório conhecida como “Descrição” é a parte mais importante 
do relatório médico-legal.
d. Os legistas devem afirmar a causa jurídica da morte no atesto de óbito.
e. A consulta médica é a respostas a um parecer médico-legal.
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a. A consulta é realizada pela autoridade para que o perito responda algo.
d. Causa jurídica da morte é homicídio, suicídio ou acidente.
e. A consulta médica é a pergunta feita ao médico. 
7. (FUNCAB/PC–RJ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) Os documentos médico-
-legais são mecanismos de comunicação com as autoridades e, portanto, 
devem ser elaborados com metodologia, de forma a obedecer uma configu-
ração preestabelecida. Constituem parte comum ao relatório ou laudo e ao 
parecer, EXCETO:
a. descrição.
b. discussão.
c. conclusão;
d. preâmbulo
e. quesitos.
8. (FUNCAB/PC–RJ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) Com relação aos docu-
mentos médico-legais, assinale a opção correta:
a. Os laudos criminais realizados nos IMLs precisam ser assinados por dois 
peritos oficiais.
b. Para ser válido, o atestado médico precisa incluir a Classificação Interna-
cional de Doenças (CID)
c. O laudo é um documento eminentemente objetivo e impessoal.
d. O depoimento oral do perito, perante o juiz, não é considerado um docu-
mento médico-legal.
e. Os peritos, segundo o Código de Processo Penal brasileiro, têm 10 dias, 
improrrogáveis, para concluir seu laudo.
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Comentário
a. Apenas um perito precisa assinar o laudo criminal. 
d. O depoimento oral do perito é considerado documento médico-legal.
e. Os peritos têm 10 dias prorrogáveis para concluir seu laudo. 
9. (CESPE/PERÍCIA–PB/PERITO ODONTOLOGISTA/2009/ADAPTADA) Com 
relação aos relatórios médico-legal, também denominado laudo, assinale a 
opção correta:
a. No preâmbulo, a parte inicial do laudo, coloca-se o relato do periciando, se 
verdadeiro ou falso.
b. Fotografias, esquemas e ilustrações devem ser utilizados sempre que possível.
c. A descrição deve, sempre que possível, transmitir a impressão pessoal do 
perito.
d. A conclusão deve esclarecer todas as dúvidas da autoridade, como por 
exemplo a data do óbito.
e. A discussão aparece no laudo quando não há consenso entre os dois pe-
ritos. 
Comentário
a. Coloca-se no histórico o relato do periciando.
c. A descrição não tem impressão pessoal.
d. A conclusão deve esclarecer aquilo que o perito tiver condições de responder.
10. (CESPE/RR/2002) Um cadáver humano na fase gasosa da putrefação foi en-
contrado boiando nas margens de uma lagoa. Encaminho ao IML, observam-se 
várias marcas de mordida nas pernas e a ausência da mão direita. A guia de re-
moção de cadáveres apontava que o cadáver haveria sido atacado por jacarés.
Em face dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir:
115) Hipóteses trazidas na guia de recolhimento do cadáver, caso não sejam 
confirmados pelo exame, não devem ser incluídas no histórico do laudo. 
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Todas as hipóteses trazidas na guia de recolhimento do cadáver devem ser 
incluídas, pois o histórico é parte subjetiva.
90. A resposta a uma consulta formulada a uma determinada pessoa ou entidade 
esclarecendo uma opinião é denominada de
a. laudo
b. auto
c. parecer
d. relatório
e. atestado
GABARITO
1. a
2. a
 45. b
 42. a
 37. b
3. a
 38. a
4. E
5. E
6. c
7. a
8. c
9. b
10. E
90. c
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aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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Identificação – Conceitos Básicos, Importância e Tipos de Identificação
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IDENTIFICAÇÃO – CONCEITOS BÁSICOS, IMPORTÂNCIA
E TIPOS DE IDENTIFICAÇÃO
Uma boa parte da atividade que é feita dentro dos IMLs, especialmente 
quando se fala de exame em indivíduos mortos, é a atividade de identificação. 
O exame necroscópico é o que dará origem ao laudo pericial. Uma das finali-
dades desse exame é a definição da causa da morte, o que origina o documento 
chamado declaração de óbito. 
Essa declaração deve ser feita em nome de alguém. Para saber quem é essa 
pessoa, é necessário fazer um processo de identificação. 
Apreensão de drogas 
Para se constatar a materialidade desse crime, alguém deve falar que é real-
mente droga, e o responsável por isso é o perito. 
No caso da apreensão de drogas, existe o laudo preliminar, que no final se 
torna um laudo definitivo. 
O cromatógrafo analisa a subs-
tância apreendida e gera um croma-
tograma, comparando com várias 
substâncias padrão para chegar à 
identificação de qual tipo de droga é 
ou se realmente é droga. 
 
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Identificação – Conceitos Básicos, Importância e Tipos de Identificação
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Em relação ao projétil, o instituto de criminalística o guarda até que sejam 
encontradas armas suspeitas para serem utilizadas como padrão para a produ-
ção de projéteis. Assim é feita a comparação do projétil que estava no crime com 
o desenho do projétil padrão e a perícia faz a identificação do cano. 
Para identificar se é sangue, se é humano e de quem é, usa-se o processo 
de identificação. 
O exame grafotécnico compara a escrita que sabidamente é da pessoa, cha-
mada escrita padrão, com a escrita questionada. Esse processo ocorre pela 
identificação. 
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A análise da legitimidade de um documento 
também ocorre por meio da identificação. 
Identificação é, portanto, um processo com-
parativo, técnico e objetivo para saber se uma 
coisa é igual a outra. 
Antropologia Forense
“Campo da Medicina Legal que estuda a identidade e a identificação médico-
-legal e judiciária.” França, 2015
“É a aplicação prática ao Direito de um conjunto de conhecimentos da Antro-
pologia Geral visando principalmente às questões relativas à identidade médico 
– legal e à identidade judiciária ou policial.” Croce, 2012
Identificação
“Processo ou um conjunto de diligências cuja finalidade é determinar a iden-tidade de uma pessoa ou de uma coisa.” França, 2015
“Identificação é a determinação da identidade, ou seja, da individualidade. É 
a demarcação da individualidade. E, para fazê-la, ela se serve de um conjunto 
de diligências, numa sucessão de atos sobre o vivo, o morto, animais e coisas.” 
Croce, 2015
Identidade
“Conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou uma coisa, fazendo-
-a distinta das demais. É um elenco de atributos que torna alguém ou alguma 
coisa igual apenas a si próprio.” França, 2015
“A identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos das pessoas, 
dos animais, das coisas e dos objetos.” Croce, 2012
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Identificação – Conceitos Básicos, Importância e Tipos de Identificação
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Exemplo:
Dispositivos de telecomunicações desenhados para transmitir 
sons à distância por meio de sinais elétricos. (Descrição da identi-
dade de um aparelho de telefone).
Aparelho eletroacústico que permite a trans-
formação, no ponto transmissor, de energia acústica em ener-
gia elétrica e, no ponto receptor, teremos a transformação da 
energia elétrica em acústica, permitindo desta forma a troca de 
informações (falada e ouvida) entre dois ou mais assinantes.
Identidade
Conjunto de informações ou características que 
individualizam algo ou alguém. 
Individualizar é tornar único = tornar diferente 
de todos os outros. 
O que, de fato, identifica na identidade? 
A impressão digital. 
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Identificação – Reconhecimento, Identificação Civil e Criminal
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IDENTIFICAÇÃO – RECONHECIMENTO, IDENTIFICAÇÃO
CIVIL E CRIMINAL
Reconhecimento
“Ato de certificar-se, conhecer de novo, admitir como certo ou afirmar conhe-
cer. É pois uma afirmação laica, de um parente ou conhecido, sobre alguém que 
se diz conhecer ou de sua convivência..” França, 2015
Reconhecimento vs. Identificação
“A identificação difere do simples reconhecimento, tanto por empregar pro-
cessos especializados, de base objetiva, como por alcançar resultados seguros. 
Dela pode-se dizer que é um ‘reconhecimento técnico’”. Favero, 2012
Identificação
• Pessoas vs. Coisas
• Vivo vs. Morto
• Criminal vs. Civil
• Médico Legal vs. Policial/Judiciária
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Identificação – Reconhecimento, Identificação Civil e Criminal
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• Vivo vs. Morto
Via de regra, a identificação humana é feita com a pessoa viva. A todo 
momento, as pessoas passam por processos de identificação. 
A identificação biométrica, utilizada em muito estabelecimentos, como bancos e 
academias, é reconhecida como um tipo de identificação por processo automatizado. 
A identificação é um processo técnico. 
No IML, a identificação pode ser no vivo ou no morto, todo exame que a 
pessoa chega para fazer tem o processo de identificação. 
Mesmo que o morto esteja com o documento de identidade, é fundamental 
que se passe por um procedimento técnico de vinculação de uma informação do 
corpo com uma biografia.
• Identificação Criminal
No contexto constitucional, é o registro, guarda e recuperação de todos os 
dados e informações que são necessários para que se estabeleça a identidade 
do acusado.
CPP/1941, Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-
toridade policial deverá: 
[...] 
III – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
• Identificação Civil
Processo de individualizar cada cidadão através de um documento que lhe 
confirme características físicas, sociais e legais.
Furtado, V. Tecnologia e gestão da informação na Segurança Pública. Ed Gara-
mond. 2002
CF, Art. 5º 
[...]
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei;
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Identificação – Reconhecimento, Identificação Civil e Criminal
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Lei n. 12.037, de 1º de outubro de 2009.
Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o 
art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de 
identificação civis os documentos de identificação militares.
• Identificação Criminal
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que 
serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito 
policial ou outra forma de investigação. 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá 
incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído 
pela Lei n. 12.654, de 2012)
Via de regra, a identificação criminal envolve o processo dactiloscópico/papi-
loscópico e o processo fotográfico.
OOs..:� na medicina legal, a fotografia não é considerada, via de regra, como um 
elemento individualizador ou um método clássico de identificação médi-
co-legal, mas é um método de identificação policial/judiciário. 
A Lei n. 12.654, de 2012, alterou a Lei de Execução Penal, tornando OBRI-
GATÓRIA a identificação genética para condenados por crime praticado dolosa-
mente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por crimes hediondos 
(art. 1º da Lei n. 8.072/1990).
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Identificação – Reconhecimento, Identificação Civil e Criminal
MEDICINA LEGAL
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Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identifica-
ção criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações confli-
tantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo des-
pacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante re-
presentação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedi-
ção do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracte-
res essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas 
aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas 
insuficientes para identificar o indiciado
��������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Palhares Machado. 
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Identificação Medico-Legal vs. Policial Judiciária – Banco de Perfis
MEDICINA LEGAL
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IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL VS. POLICIAL JUDICIÁRIA, 
BANCO DE PERFIS
Banco de Perfis Genéticos
Lei n. 12.037, de 1º de outubro de 2009 (alterada pela Lei n. 12.654, de 2012) 
Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o 
art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal.
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser arma-
zenados

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