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Geografia - resumo sobre PROBLEMAS SOCIAIS E URBANOS E A AÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

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PROBLEMAS SOCIAIS E URBANOS
E A AÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Disciplina: Geografia
Segregação espacial
A segregação espacial (ou urbana) é a concentração de determinadas populações com faixas de
renda equivalentes habitando uma determinada região da cidade de forma homogênea. É a separação
espacial das pessoas pela renda em uma cidade. Essa segregação ocorre em locais onde há uma grande
diferença de renda dentre os grupos.
Pode-se dizer que a segregação urbana é a representação ou reprodução espacial e geográfica da
segregação social, estando quase sempre relacionada com o processo de divisão e luta de classes, em que
a população mais pobre tende a residir em áreas mais afastadas e menos acessíveis aos grandes centros
econômicos. Esses espaços segregados, além do mais, costumam apresentar uma baixa disponibilidade de
infraestruturas, como pavimentação, saneamento básico, espaços de lazer, entre outros. Essas
características são provocadas simplesmente pelo fato das desigualdades sociais estarem presentes na
maioria dos países capitalistas, quanto maiores as disparidades socioeconômicas entre as classes sociais,
maiores são as diferenças nas moradias, nos serviços públicos e na qualidade de vida. Aspectos:
- Distribuição Espacial Desigual da Renda
- Desigualdade de Amenidades e Infraestrutura entre Bairros
- Desigualdade entre Regiões Central e Região Periférica
- Grande Distância do Centro
- Concentração
-Renda
- Amenidades
- Qualidades
- Obstáculos à Livre Circulação
A criação de condomínios fechados é o exemplo mais frequente de segregação no espaço
urbano. Impulsionada pelo medo da violência e pela busca de segurança e tranquilidade, esse
fenômeno resulta em redução dos espaços públicos, ao restringir o acesso a determinadas áreas da
cidade. Um outro exemplo, mais recente, é a construção de muros em torno de áreas consideradas
inseguras ou perigosas, na cidade do Rio de Janeiro, que segrega comunidades inteiras.
Além de ser obrigada a morar em lugares distantes, a população ainda sofre com a dificuldade de
acesso a equipamentos públicos de lazer ou administrativos, tais como parques ou áreas verdes, hospitais,
escolas, creches, praças, etc.
Favelamento
A Favelização é o processo de surgimento e crescimento do número de favelas em uma dada
cidade ou local.
A favelização e a segregação urbana são dois processos que estão diretamente ligados. Tais
fenômenos são decorrentes das desigualdades socioeconômicas e dos problemas de planejamento e
gestão urbanos. Trata-se de um problema social, pois tais moradias constituem-se a partir das
contradições econômicas, históricas e sociais, o que resulta na formação de casas sem planejamento
mínimo, oriundas de invasões e ocupações irregulares.
A problemática da formação de favelas no espaço da cidade está diretamente ligada a dois
principais fatores: a urbanização e a industrialização.
A relação entre a industrialização e a formação de favelas situa-se, principalmente, a partir da
constituição do êxodo rural, que é a migração em massa da população do campo para a cidade, com a
industrialização do campo, o homem foi substituído pela máquina e passou a residir e buscar emprego em
áreas urbanas. Além disso, a industrialização das grandes cidades também está diretamente ligada a tal
ocorrência. Isso porque as pessoas – e isso é muito evidente no Brasil – passaram a buscar moradia e
melhores condições de vida nas principais cidades do país, aquelas com maior industrialização,
contribuindo para a sua rápida urbanização e para a ocorrência da macrocefalia urbana.
Conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
Brasil já ultrapassou a marca de 11 milhões de pessoas morando em favelas, o que é equivalente a cerca
de 6% da população total, um número superior à população total de Portugal. Desse contingente de
pessoas, 80% delas são de regiões metropolitanas, o que nos ajuda a perceber como a urbanização está
diretamente associada ao surgimento das favelas.
A origem das favelas, além de estar associada à industrialização e à urbanização das sociedades,
também é uma consequência histórica do processo de escravismo que marcou a história do Brasil.
Segundo uma pesquisa realizada pelo professor doutor em Geografia, Andrelino Campos, o final do
tráfico negreiro e da escravidão estão diretamente associados à formação das primeiras ocupações
irregulares nos morros cariocas. Segundo aponta o pesquisador, os ex-escravos, além da população mais
pobre, passaram a habitar os morros por estes ficarem mais próximos de zonas que ofereciam vagas no
mercado de trabalho.
Portanto, podemos dizer que o processo de favelização revela as consequências das
desigualdades socioeconômicas que marcam a produção do espaço e contribuem para a segregação
urbana e cultural das classes menos abastadas da sociedade.
Falta de acesso à moradia
A falta de moradia é um grave problema vivenciado nas cidades do Brasil e de vários outros
lugares do mundo. Trata-se da falta de acesso a lugares com condições mínimas para serem utilizados
como habitação. Há muitas pessoas em situação de rua ou habitando casas inadequadas para se viver,
como favelas e barracos improvisados.
Segundo estimativas recentemente realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais
de 100 milhões de pessoas em todo o mundo não possuem um lugar para viver, enquanto mais de 1 bilhão
reside em moradias inadequadas. Esse problema é uma reprodução das desigualdades sociais e de renda
existentes nas sociedades.
Os problemas de moradia no mundo manifestam-se de maneira mais intensa nos países
subdesenvolvidos, aqueles que possuem mais limitações sociais, um maior nível de pobreza e
desigualdade acentuada. Nesses países, o processo de urbanização vem ocorrendo de maneira muito
rápida, formando cidades muito grandes, mas sem as infraestruturas (água, esgoto e outras) necessárias
para o recebimento dessa população. Assim, nesses países, com destaque para o Brasil, é comum a
manifestação do processo de favelização.
O Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) é um movimento social brasileiro. Foi
criado em julho de 1990, no primeiro Encontro Nacional dos Movimentos de Moradia, com
representação de 14 estados. Materializou-se depois das grandes ocupações de áreas e conjuntos
habitacionais nos centros urbanos, deflagradas principalmente na década de 1980 e busca acabar com o
déficit habitacional, através do estímulo à organização e articulação nacional dos movimentos de luta pela
moradia, desenvolvidos por sem-tetos, inquilinos, mutuários e ocupantes, unificando suas lutas pela
conquista da moradia e o direito fundamental à cidade. O debate da reforma urbana compreende não
apenas a questão da casa, mas todo o seu contexto: educação, saúde, economia, trabalho, comunicação,
meio ambiente, mobilidade urbana, relações humanas, etc. O movimento está organizado em 14 estados
(Pará, Acre, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe, Bahia,
Rio de Janeiro, Tocantins, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal.
Falta de saneamento básico
Saneamento é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água
pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de
pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. É o conjunto de
procedimentos adotados numa determinada região visando a proporcionar uma situação higiênica
saudável para os habitantes.
A falta de saneamento básico, aliada a fatores socioeconômicos e culturais, é determinante para
o surgimento de infecções por parasitas, sendo as crianças o grupo que apresenta maior susceptibilidade
às doenças infectocontagiosas. Nos países mais pobres ou em regiões mais carentes, as doenças
decorrentes da falta de saneamento básico (viróticas, bacterianas e outras parasitoses) tendem a ocorrer
de forma endêmica. No Brasil, figuram entre os principais problemas de saúde públicae ambiental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal objetivo do saneamento é a
promoção da saúde do homem, visto que muitas doenças podem proliferar devido a ausências desse
serviço. Má qualidade da água, destino inadequado do lixo, má deposição de dejetos e ambientes
poluídos são decorrências da falta de saneamento e fatores cruciais para proliferação de doenças.
As habitações em áreas irregulares, os vazios urbanos e o rápido crescimento populacional
dificultam o acesso aos serviços básico. A falta de planejamento atinge diversas camadas da
população. Porém, estudos apontam que as classes de baixa renda são as mais afetadas.
Problemas nos sistema de transporte, trânsito e na mobilidade urbana;
- Mobilidade urbana e transporte Mobilidade urbana é a forma e os meios utilizados pela
população para se deslocar dentro do espaço urbano. Para avaliar a mobilidade urbana é preciso levar
em conta fatores como:
● a organização do território;
● fluxo de transporte de pessoas e mercadorias;
● os meios de transportes utilizados.
Devido ao grande índice populacional, em algumas cidades brasileiras a mobilidade urbana é
considerada um dos principais desafios de gestão das cidades na atualidade. O tema é alvo de debates e
críticas devido à opção pelo transporte motorizado individual, que os especialistas chamam de "paradigma
do automóvel". O paradigma do automóvel influenciou diretamente o traçado das cidades que surgiram
nas décadas de 50 e 60. O exemplo mais notório, no país, é a construção de Brasília cujo deslocamento foi
inteiramente pensado para ser feito em automóvel. Entre os fatores que demonstram o fracasso do
privilégio ao transporte motorizado individual estão os engarrafamentos e a poluição do meio ambiente.
Hoje, esses fatores são comuns nas principais cidades brasileiras. A frota de automóveis brasileira cresceu
400% em dez anos, conforme dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), numa pesquisa realizada em
2016. Já a construção de transportes alternativos e coletivos, como o metrô de superfície, não apresentou
o mesmo índice de aumento no mesmo período.
Tendo em conta a opção pelo transporte motorizado individual no nosso país, os principais
problemas encontrados são:
● Sobrecarregamento do espaço;
● Limitação do fluxo;
● Aumento do índice de acidentes, tendo como consequência mutilações graves ou mortes;
● Pequena oferta de alternativa de mobilidade para atender o excesso de passageiros que
dependem de transportes públicos;
● Poluição do ambiente.
A ausência de políticas específicas para aumentar a oferta de meios de transporte viáveis e
eficientes resulta diretamente na busca pelo transporte individual.
A situação é impulsionada pela pressão da indústria automobilística que, além de dividendos,
gera empregos no Brasil.
Mais automóveis nas ruas, porém, elevam a quantidade de acidentes de trânsito, onde a
maioria das vítimas está em plena capacidade produtiva. Há, ainda, o aumento da pressão sobre a
Previdência, em casos de mortes ou invalidez permanente.
Quanto ao meio ambiente, o aumento de gás carbônico na atmosfera é a consequência mais
visível devido aos resíduos dos combustíveis fósseis.
Igualmente devemos levar em conta a poluição sonora gerada pelo barulho dos motores dos
carros. O ruído provoca estresse no corpo, irritabilidade e cansaço.
Além disso, há os materiais que não são mais utilizados. Todos os anos, o Brasil descarta
milhares de pneus e peças em desuso, poluindo rios e áreas de preservação.
- Trânsito e transporte
A circulação de veículos em metrópoles - como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Salvador, ou qualquer uma das grandes cidades brasileiras - é um problema muito difícil de ser
resolvido a curto prazo.
De acordo com levantamentos realizados por empresas governamentais ligadas ao setor, a
capital paulista tem batido recordes diários de congestionamento. A cada dia, oitocentos novos
veículos ingressam na frota da cidade - o que representa, todos os anos, aproximadamente 280 mil
veículos a mais.
Sob determinadas condições - greve de transporte coletivo, dias de chuva, véspera de feriado,
datas festivas, etc. -, essa frota de mais de cinco milhões de veículos, com previsão de chegar à marca
dos seis milhões, pode entrar em circulação imediata, gerando um verdadeiro caos no trânsito.
Os congestionamentos só não param de vez a cidade por conta de ações operacionais e da
implantação de tecnologias de controle do trânsito realizadas pela CET (Companhia de Engenharia de
Tráfego), sem descartar o rodízio municipal, medida que restringe a circulação de veículos nos horários
de pico, ainda que não produza o mesmo alívio de quando foi implantado, há mais de dez anos.
Em São Paulo, cada veículo particular transporta, em média, uma pessoa e meia, o que significa
que os automóveis transportam, diariamente, um contingente de mais de 7 milhões de habitantes. Nos
últimos anos, a adoção do rodízio de veículos, que retira diariamente 20% dos automóveis das ruas, tem
levado uma grande parcela da população a utilizar ônibus, trens, metrô ou, em último caso, os táxis. Resta
saber, no entanto, se essas formas de transporte coletivo estão capacitadas para atender a essa enorme
demanda.
Nas cidades brasileiras, as linhas de trens de subúrbio e de metrô continuam, praticamente, do
mesmo tamanho que tinham na década de 1990, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, onde
investimentos constantes fizeram a rede crescer de modo um pouco mais tangível.
Contudo, os sistemas dessas duas cidades estão trabalhando sem folga operacional, uma vez que a
extensão das linhas é reconhecidamente pequena, não podendo ser a opção dominante para quem
necessita se deslocar para vários locais.
Os trens suburbanos de São Paulo estão em péssimo estado e também apresentam trajetos
bastante restritos. Os quinze mil ônibus e os mais de trinta e dois mil táxis da cidade são as alternativas
que sobram.
Calcula-se que, em média, cerca de 70% dos usuários de transporte público utilizam o ônibus,
variando esse índice de acordo com a qualidade do transporte oferecido pela cidade e, também, em
função da renda média da população.
O predomínio do ônibus em quase todas as grandes cidades brasileiras traz várias
consequências, entre elas os freqüentes congestionamentos nas ruas, avenidas e até mesmo nos
corredores exclusivos implantados em alguns centros urbanos, como São Paulo, por exemplo.
Portanto, é evidente que a melhoria do transporte público é uma questão-chave para se resolver,
ao mesmo tempo, três questões: a redução do tempo gasto pelas pessoas em sua locomoção diária; a
conseqüente melhoria da qualidade de vida de toda a população, em especial dos mais desfavorecidos;
e a constante ampliação do uso do transporte privado individual.
Diversas pesquisas já demonstraram que a falta de acessibilidade no transporte público (baixa
oferta na periferia, más condições dos veículos, tarifas altas, etc.) é uma das causas da opção pelos
automóveis na classe média e nos setores de melhor renda per capita da chamada classe D. O tempo
médio gasto em uma viagem de ônibus (49,7 minutos) é 2,3 vezes maior do que a realizada com
automóvel (21,2 minutos).
O atraso no tempo de viagem dos ônibus obriga as empresas a colocar mais veículos nas ruas,
inclusive para diminuir o tempo de espera dos passageiros. Com isso, aumentam os congestionamentos,
diminui a velocidade média dos ônibus e as empresas passam a ter menos passageiros por quilômetro
rodado por veículo, o que resulta na elevação dos custos e na diminuição dos lucros. No fim, todos esses
fatores produzem a baixa qualidade do transporte coletivo.
Não faltam no país projetos e iniciativas que buscam sanar os problemas causados pelo trânsito e
melhorar a qualidade do transporte público nas grandes cidades. Espera-se apenas que todos esses
projetos sejam implantados rapidamente.
Violência urbana
A violência urbana é caracterizada pela desobediência à lei, vandalismo aos bens públicos e
atentado à vida no âmbito dascidades. Esse tipo de violência origina-se na infraestrutura precária,
exclusão socioeconômica, desemprego ou oferta de emprego de baixa qualidade.
A violência, ao ser abordada pela sociologia, é considerada como um aspecto inerente a qualquer
tipo de sociedade. Dentro dessa perspectiva, a violência é a manifestação do conflito de desejos, vontades
e exercício de poder entre os sujeitos que vivem uma realidade assimétrica, em que a divisão desse poder
é inerentemente desigual. Dentro dos motivos para essa assimetria, encontram-se os fatores que
determinam as posições sociais dos indivíduos – economia, influência política etc – e ainda o poder que o
Estado detém na legitimidade do uso da violência como mecanismo de coerção, como é o caso da polícia.
A violência, embora exista em todos os meios, apresenta-se de forma mais frequente nos meios
urbanos. Portanto, as ciências sociais têm se encarregado de tentar compreender melhor esse fenômeno e
contribuir na luta pela diminuição da incidência da violência urbana. O desafio está na complexidade das
relações do meio urbano e das infinitas motivações para a violência que, como dito antes, pode vir do
contato entre indivíduos ou mesmo ser institucionalizada.
Dentre os fatores que motivam a violência no meio urbano, alguns se destacam pelo grau de
influência que exercem sobre a vida cotidiana do indivíduo social. Entre elas estão a pobreza, a
segregação étnica ou o racismo, o nível de criminalidade e a insegurança, que não se resume apenas na
estruturação ou na existência da segurança pública apoiada nos órgãos de policiamento, mas tem mais
relação com a situação de não seguridade do bem-estar próprio daqueles que não possuem meios para
isso.
Nesse sentido, a violência urbana está estreitamente ligada ao enfraquecimento do Estado, que
não consegue assegurar uma condição de vida digna àqueles que governa. Esse fato é particularmente
sentido pelas pessoas em condição de pobreza, que se veem desamparadas em suas necessidades básicas
sem ter a quem recorrer e sem nenhum meio de reparação para sua situação. Neste caso, a exclusão social
pode ser claramente percebida como fator contribuinte.
- Causas da Violência Urbana
Cada zona urbana tem sua especificidade histórica e geográfica. No entanto, podemos destacar
alguns pontos comuns que favorecem o aumento da violência como a desigualdade social, a
invisibilidade, o tráfico de drogas e as diferenças entre a periferia e o centro.
A população de moradores de rua é uma realidade de todos os grandes centros como a cidade de
Nova York
Há uma confusão ideológica que destaca a pobreza como a causa principal da violência
urbana. Se isso fosse correto, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, teriam índices menores de
violência que Maceió (AL) ou Natal (RN).
O que gera a violência urbana é a desigualdade social a que estão submetidos os cidadãos das
urbes em países em subdesenvolvimento.
Combinados com a infraestrutura deficitária do equipamento público, os elevados índices de
violência refletem o descumprimento da garantia de direitos.
Outro fato que contribui para os altos índices de violência está na invisibilidade dos moradores da
cidade. Ao contrário da zona rural, as pessoas numa urbe estão próximas fisicamente, porém distantes em
termos de relações sociais.
Nas zonas urbanas há pouco espaço para a solidariedade e a criação de elos entre os indivíduos e
assim, o sentimento de invisibilidade é mais acentuado.
Isso gera uma sensação de revolta que muitas vezes é externalizada através da violência contra
outros indivíduos e o patrimônio público e privado.
Nas grandes cidades há uma distinção palpável entre os distintos bairros que a compõem. A
diferença entre os bairros centrais, mais bem aparelhados, com opções de ócio e trabalho, e a
periferia é gritante, pois estas não possuem a mesma infraestrutura.
Desta maneira, os habitantes de certas zonas tornam-se estigmatizados dificultando sua
inserção social.
A compra e venda de entorpecentes eleva os índices de violência nas urbes de todo o planeta. Os
narcotraficantes dividem a cidade de acordo com seus interesses e muitas vezes as autoridades são
coniventes com esses contraventores.
Para garantir o território, os traficantes de drogas costumam lançar mão de assassinatos,
ameaças físicas e toques de recolher, dentre outras práticas ilegais.
- No Brasil
A violência urbana no Brasil deriva da desigualdade social e econômica. Se tomarmos apenas
como exemplo os homicídios, a violência urbana no Brasil atinge principalmente pessoas negras e os
jovens.
Origem da Violência Urbana no Brasil
Herdeira de um modelo escravista e autoritário, a sociedade brasileira formou-se através da
desigualdade racial e econômica.
Mesmo com a abolição da escravatura, os negros escravizados não tiveram oportunidade de se
qualificar e continuaram a exercer as funções mais pesadas e mal remuneradas. Os governos republicanos
só aumentaram esta segregação entre classes e raças.
As sucessivas crises econômicas, as acentuadas diferenças de classe e a falta de investimento
em infraestrutura básica estão entre os fatores que resultam nos elevados índices de violência nas
cidades brasileiras.
Desde os anos 80, observa-se o crescimento da delinquência nas urbes do Brasil em
decorrência do crescimento desordenado das cidades.
Foi registrado um aumento de crimes contra o patrimônio, roubos, extorsão mediante
sequestro, homicídios dolosos (quando o causador tinha a intenção de matar), tráfico de drogas e
aperfeiçoamento do crime organizado.
Para piorar o cenário, os criminosos atuam mesmo quando estão presos, pois o sistema
carcerário no Brasil não cumpre seu papel de ressocialização.
⇒ Referências bibliográficas
https://pt.wikibooks.org/wiki/Manual_de_urbanismo/Segrega%C3%A7%C3%A3o_espacial
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/segregacao-urbana.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segrega%C3%A7%C3%A3o_espacial
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/favelizacao.htm
https://escolakids.uol.com.br/geografia/problema-da-falta-de-moradia.htm
https://alunosonline.uol.com.br/geografia/transporte-publico-no-mundo.html
https://www.todamateria.com.br/mobilidade-urbana/
https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/violencia-urbana.html

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