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Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco
Curso de graduação em Administração
Economia I
OFERTA, DEMANDA
E POLÍTICAS DE GOVERNO
Recife
2017
Sumário 
1- Problemática ...............................................................................................3
2- Controle de preços.......................................................................................4
2.1- Como os preços máximos afetam os resultados do mercado)....................5
(Luana Coutinho)
2.2- Como os preços mínimos afetam os resultados do mercado......................7
(Laís Luz)
2.3- Avaliando o controle de preços (Ana Cecília)...........................................9
3- Impostos .....................................................................................................10
3.1- Como os impostos cobrados dos compradores afetam os resultados de mercado
(Eurico Muniz).................................................................................................11
3.2- Como os impostos cobrados dos vendedores afetam os resultados de mercado	
(Antônio Andrade)............................................................................................12
3.3- Elasticidade e incidência tributária (Emanuel Miguel)..............................14
4- Conclusão ...................................................................................................17
5- Referências .................................................................................................18
Problemática 
O trabalho a seguir traz conceitos e situações ligadas à problemática econômica da oferta, demanda e políticas de governo, buscando analisar os diversos tipos de medidas governamentais utilizadas na oferta e na demanda sob a óptica de uma economia de mercado. Também conhecida como economia livre, a economia de mercado é um sistema econômico em que seus agentes (oferta e demanda) atuam com pouca interferência governamental, baseando-se no liberalismo econômico. Algumas características deste sistema são a liberdade para definir preços, sendo definidos pela interação entre compradores e vendedores e pela livre concorrência no mercado, além da inserção das empresas no mundo globalizado. Nesse modelo, adotado principalmente pelos Estados Unidos, o Estado tem como função fiscalizar e regular a economia para promover o bom funcionamento do mercado. O contexto de mercado livre será melhor explorado através do subtema por nós escolhido, que foi Produção e Preços, possibilitando assim exemplificar na prática como o modelo teórico funciona, além de uma descrição mais completa de seus efeitos. Essa análise possibilitará conclusões a respeito dos efeitos positivos e negativos da influência governamental no mercado acerca do controle de preços, que são aplicados quando se acredita que o preço de mercado é injusto para compradores ou vendedores e dos impostos são usados para fins públicos e influir nos resultados do mercado. 
 
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Controle de preços
Sabe-se que um bem vendido num mercado livre e competitivo tende a ter seu preço ajustado de modo a equilibrar a oferta e a demanda: preço de equilíbrio. Entretanto, nem todos ficam satisfeitos com esse resultado, o que pode gerar uma competição de interesses acerca do preço de mercado do produto. É uma estratégia usada pelo governo para suprir necessidades sociais que não são plenamente contempladas no mercado pela oferta e demanda. Assim, grupos divergentes fazem um lobby para pressionar o governo para a aprovação de leis que alterem o resultado do mercado a seu favor, levando o a imposição de preços máximos, limite máximo legal de preço que um bem pode ser vendido, ou preços mínimos, limite mínimo legal que um bem pode ser vendido. Dessa forma, temos um conflito, tendo em vista que o interesse dos compradores se opõe ao interesse dos vendedores.
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Como os preços máximos afetam os resultados do mercado
Preço máximo é uma política econômica imposta pelo governo para que haja uma satisfação dos compradores, permitindo assim que a quantidade de compradores aumente com a redução do preço, segundo a lei da demanda. Segundo essa regulamentação governamental, é estipulado um limite máximo de preço ao qual o preço pode ser comercializado em um mercado específico. A adoção dessa medida pode acontecer em duas ocasiões diferentes:
· Quando o preço máximo não é obrigatório, ou seja, fica a critério do vendedor utilizar esta prática ou não, o que não interfere no equilíbrio do mercado em questão;
· Quando o preço máximo é obrigatório, ou seja, o vendedor não tem outra alternativa a não ser fazer uso do preço estipulado, o que impossibilita o alcance do equilíbrio. Nesse caso, a conseqüência principal é a escassez de oferta, pois com o preço determinado torna-se impossível produzir a quantidade demandada. Essa escassez de oferta, por sua vez, leva ao desenvolvimento de algum mecanismo de racionamento, que é indesejável para os compradores. 
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Em contraposição com o mercado livre, ao usarmos medidas como racionamento, diferentemente do preço máximo obrigatório, a prática terá resultados positivos, pois nesse modelo, os bens são racionados pelos preços, sendo assim, o equilíbrio é alcançado por meio do racionamento e qualquer comprador disposto a pagar o preço poderá obter o produto, ou seja, não haverá escassez de oferta.
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Como os preços mínimos afetam os resultados do mercado
Quando o governo exerce uma política de preços mínimoscomo uma tentativa de manter os preços em níveis que não são o de equilíbrio, se estabelece um preço mínimo legal. Nessa situação, podem-se ocorrer duas situações: 
a) Preço de equilíbrio acima do preço mínimo:
Quando as forças de mercado movem naturalmente a economia para o equilíbrio por meio da lei da oferta e da demanda, o preço mínimo não surte efeito no mercado e esse alcança o equilíbrio normalmente.
b) Preço de equilíbrio abaixo do preço mínimo:
Essa situação faz com que o preço mínimo passe a ser obrigatório, atuando como uma restrição no mercado, impedindo que esse alcance o equilíbrio, o que faz a quantidade ofertada superar a demandada, causando um excedente de oferta, conhecido como superávit, do produto no mercado ou uma escassez da demanda. Nesses casos, os vendedores podem recorrer a preferências pessoais dos compradores para tentar vender os bens produzidos.
No Brasil, a política de implantação de preços mínimos é bastante utilizada na regulamentação dos preços de produtos agrícolas para tentar conter a oscilação do mercado e a queda dos preços, ajudando a aumentar a renda dos produtores e a competitividade de seus produtos. Contudo, essa política pode gerar prejuízos ao consumidor, pois este é levado a pagar mais pela mercadoria, reduzindo seu excedente total.
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Um exemplo muito comum de preço mínimo é o salário mínimo, que determina o menor preço que pode ser pago a um trabalhador. O mercado de trabalho está sujeito as leis da oferta, em que trabalhadores determinam a oferta e os empregadores a demanda e quando livre de influências, o salário tende a se ajustar a um preço de equilíbrio. Entretanto, se o salário mínimo está acima do preço de equilíbrio há um excesso de oferta de mão de obra, resultando em desemprego. 
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Avaliando o Controle de Preços
Um dos Princípios Econômicos é de que os mercados são, normalmente, um bom meio de organizar a atividade econômica. Assim, pode-se dizer que os mercados por si só se organizam, por meio dos preços dos produtos que envolvem as decisões dos inúmeros compradores e vendedores que neles atuam. Em suma, quando o Estado interfere nessa dinâmica econômica fixando preços, os impactos nem sempre são favoráveis. É preciso entender que o mercado funciona como uma balança: de um lado vendedores e do outro, compradores. Se fixar preços trará benefícios para um lado, a balança desequilibra, assim, o lado desfavorecido tende a afetar o outro lado, desfavorecendo no fim os dois lados. Um exemplo disso foi o que aconteceu no PlanoCruzado de Sarney em 1986 na tentativa de salvar o Brasil do “Dragão da inflação”. Nesse período, além da mudança da moeda e do aumento dos salários, entre outras medidas surgia o tabelamento dos preços. A chamada Tabela da SUNAB que continha o valor exato que cada produto deveria custar, foi publicada e distribuída entre as pessoas. Para a população, inicialmente, tudo favoreceu. Antes com a altíssima inflação, os preços variavam constantemente e impediam a chegada de produtos indispensáveis à casa de famílias brasileiras. Com a Tabela e os preços mais acessíveis e estáveis as famílias podiam comprá-los. Mas o que acabou acontecendo foi um estoque de produtos dados pela falta deles nas prateleiras dos supermercados. Os produtores, desestimulados, acabavam não produzindo, causando escassez dos produtos e, mais tarde, a decadência do Plano Cruzado. 
	Como se pode ver, o Controle de Preços é uma tentativa do Governo de ajudar uma parcela da população, já que o Governo pode, muitas vezes, melhorar os resultados do mercado. Mas, na verdade, esses controles podem prejudicar, justamente, quem se estava tentando ajudar. O que se indica, na verdade, é que a ajuda governamental venha sem a utilização desse controle, dando subsídios sem interferir na quantidade ofertada. A saber: bolsas ou auxílios periódicos, como ocorre atualmente no Brasil com o Bolsa Família. Vale ressaltar que tais auxílios não devem ser perpetuados, e sim devem servir como um impulsionador. Além disso, mesmo sendo melhores para a dinâmica dos mercados do que o controle de preços, esses subsídios não são perfeitos, pois eles aumentam o gasto publico e, consequentemente, os impostos.
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Impostos 
Impostos trata-se de um tributo não vinculado (não decorre de uma atividade estatal específica) e o seu valor arrecadado não pode estar afetado a um fundo, órgão, despesa específica (devido ao Princípio Orçamentário da Não Afetação - art. 167 Inc IV CF). Existem dois tipos de impostos:
1. Imposto Direto: Ele é registrado diretamente ao contribuinte, ou seja, ele não repercute além dele, são impostos sobre propriedade. Exemplos disso são oIPTU, IPVA, ITR. 
2. Imposto Indireto: Representa além do contribuinte, está embutido, na maioria das vezes, no preço. Sendo assim, ele é um impostoque vai passando do fornecedor, para o produtor, até o cliente final que, finalmente, será o contribuinte. Exemplos disso são oICMS, II e IPI. 
Quando o governo institui imposto sobre algum bem, grupos lobistas com interesses antagônicos entram em conflito sobre quem deve pagar os impostos de um determinado produto, os agentes governamentais fazem acordos com esses lobistas para definir quem pagará esses impostos. Assim, analisaremos quem arca com o ônus e o poder que o governo exerce sobre ele.
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Como os impostos cobrados dos compradores afetam os resultados de mercado
O impacto inicial do imposto sobre um bem comprado recai primeiramente sobre a demanda desse produto. Como o imposto é diretamente sobre a compra, e não pela produção, a curva de oferta não é afetada, já que o incentivo para a oferta ainda é o mesmo, porém o valor obtido nas vendas caiu. 
	Nota-se também, que ao subir o preço (devido a aplicação do imposto) a compra do produto se torna menos atraente aos consumidores, causando uma diminuição da demanda (deslocando a curva para esquerda).
	Diante os fatos apresentados, agora podemos avaliar os efeitos do imposto comparando o equilíbrio inicial ao novo equilíbrio (que caí obedecendo a lei da demanda, quanto maior o preço menor a quantidade demandada).
	Ou seja, quando um imposto é cobrado aos compradores ele não somente afeta os consumidores, mas os vendedores também. Os vendedores obtêm um preço menor pelo produto e os compradores pagam um preço menor aos vendedores em relação ao que pagavam anteriormente, mas o preço efetivo (incluindo o imposto) sobe.
	Concluindo esse estudo, podemos perceber que os impostos cobrados de compradores e impostos cobrados de vendedores são equivalentes. A única diferença entre eles é quem será o responsável pelo envio do dinheiro ao governo.
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Como os impostos cobrados dos vendedores afetam os resultados de mercado
· ESTE PROCESSO SE DIVIDE EM 3 ETAPAS:
1ª ETAPA: Quando o governo estabelece uma lei a qual exige dos vendedores certa quantia a cada produto vendido, os primeiros a sentir o impacto dessa são os próprios vendedores, pois como essa taxa não é cobrada dos compradores, a quantidade demandada não se altera, ou seja, a curva de demanda é inalterada. Contudo, o imposto sobre as vendas causa um menor lucro para os vendedores.
2ª ETAPA: Graças ao imposto, o preço de produção aumenta, assim, reduzindo a quantidade ofertada, ou seja, a curva de oferta se desloca para a esquerda. Desse modo, para incentivar os vendedores a venderem tal produto o preço de mercado terá de ter acrescentado a ele o valor do determinado imposto.
3ª ETAPA: Com os deslocamentos das curvas completos agora pode-se comparar o equilíbrio inicial com o final. No qual se observa um aumento no preço de equilíbrio inicial para o final e uma diminuição quanto a quantidade comercializada, reduzindo o tamanho do mercado. E quanto ao ônus do imposto, será dividido entre os vendedores e compradores.
Desse modo, se chega à conclusão que não importa de quem seja cobrado os impostos, seja aos vendedores ou compradores, os resultados serão equivalentes, as curvas de oferta e demanda sofrem relativas alterações, há introdução de uma cunha entre o preço na qual os vendedores pagam e os compradores recebem e também há a divisão do ônus do imposto no novo ponto de equilíbrio.
· EXEMPLO EM FORMA DE GRÁFICO:
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· IMPOSTO SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO
Quando ocorre carga tributária sobre o salário ocorre diversos fatores, o principal é o da criação de uma cunha entre o salário recebido pelos trabalhadores e o salário pago pelas empresas, o primeiro é vítima de redução, já o segundo sofre um aumento (como se representa no gráfico abaixo). E é nesse caso onde se observa as diferenças entre o índice tributário em diversificadas ocasiões. 
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Elasticidade e incidência tributária
Na tributação de um bem, tanto os compradores, quanto os vendedores arcam com parte do valor (ônus). Mas na maioria dos casos essa divisão é igualitária. Ao observarmos os gráficos A e B podemos ver que existe uma diferença na elasticidade da oferta e da demanda de cada um.
No gráfico A está representada uma situação em que as mudanças de preço e o acréscimo de impostos não provocam muitos efeitos no valor recebido pelos vendedores, que acabam arcando com uma pequena parte do imposto cobrado, no entanto, o preço pago pelos compradores sobe significativamente.
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Já no gráfico B ocorre a situação contrária, em que as mudanças no preço e o acréscimo de impostos não provocam muitos efeitos no valor pago pelos compradores, mas reduz bastante o valor recebido pelos vendedores, que nesse caso pagam a maior parte dos impostos cobrados. De modo geral, a divisão do ônus de um imposto recai mais pesadamente sobre o lado menos elástico do mercado, sejam a oferta ou a demanda.
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As situações 1 e 2 representam, respectivamente, o comportamento da demanda dos compradores (no momento em que pagam mais tributos), e o comportamento da oferta dos vendedores (no momento em que pagam mais tributos).Um exemplo de acréscimo de impostos que resultou a mudanças no comportamento de um mercado foi o que aconteceu em 1990 nos Estados Unidos, quando o congresso aprovou um imposto sobre bens de luxo, para aumentar a receita proveniente dos mais ricos. Porém quando as forças de oferta e demanda começaram a atuar, o prejuízo caiu sobre os produtores de iates que possuíam uma oferta mais inelástica, o contrário dos ricos que poderiam recorrer a viagens, casas maiores e outros itens que substituíssem a “necessidade de um iate”.
COM DEMANDA ELÁSTICA E OFERTA INELÁSTICA, O ÔNUS DO IMPOSTO RECAI EM GRANDE MEDIDA SOBRE OS FORNECEDORES.16
Conclusão
	Por fim, os atos do governo quando interfere alguma parte de uma Economia de Mercado tem como objetivo tornar mais justo o funcionamento de um mercado (no qual está interferindo). As interferências do governo vem principalmente através de impostos e do controle de preços. O controle de preços tende a favorecer um dos lados do mercado (oferta ou demanda) para que este não possa ser explorado ou fortemente prejudicado pelo funcionamento natural da Lei da Oferta e da Demanda. Os impostos geralmente buscam garantir recursos financeiros para o governo, mas em contra partida aumenta o valor de compra dos produtos afetados pelos impostos. Tanto o controle de preços quanto a taxação de impostos tendem a combater a ocorrência de crises, e prevenir os problemas para superar futuras crises econômicas, onde o governo é o principal agente de organização e superação delas. 
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Referências
https://pt.slideshare.net/LucianoPires/mercados-e-polticas-do-governo
http://www2.camara.leg.br/publicacoes-e-acervos/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tema2/2015-7842-politica-de-garantia-de-precos-minimos-leonardo-costa
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/103955
http://.s6709.minhateca.com.br/File.aspx?e=ZUVla-71m3gudd9Yc4OT7Ng0_9Jj3mByGJXCbcQlAuR_LJ5JuT6Yp1L79tX30U0eWHd3MkBDH_-_krDX_1d1Mwm6Iu2OJnyp2TV2KCuNxR3TF-c20P7-Qj0kcl2V94wwaI8NyrzYN0FzA9GFZ6J9NpXZZcjgUut_u9yK8PD4HuSlcJ9-zd3-vOE2zZJ2P2YjEqwfN_NgDwDNJn81XwFxjRKi546fL_moPcGlFwE2dKUQagmFZ36imlMntWvc5mYW&pv=2
http://www.cursoaprovacao.com.br/scasat/arquivos/20090828075540_Cesar_Rissete_RF_Financas_Aula_02.pdf
http://mayerle.deps.prof.ufsc.br/private/eps5222/EPS5222%20-%20Cap02.pdf
http://www.suapesquisa.com/economia/economia_mercado.htm
https://outrafacedamoeda.wordpress.com/2009/05/06/impostos-e-elasticidade-preco-da-demanda/
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