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APRESENTEÇÃO KANT

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APRESENTEÇÃO KANT
1- Problemas a serem atacados em Metafísica dos Costumes:
a) O imperativo jurídico é categórico ou hipotético?
b) O Direito é natural ou positivo?
c) Os deveres jurídicos são externos ou internos?
Ainda: Kant coloca o problema do que é o Direito do mesmo modo que o juízo moral?
- Há separação entre Direito e Moral?
- Kant reduz o direito ao imperativo moral?
- Kant relaciona o imperativo categórico com o Direito?
Pois bem. Tendo em mente as perguntas formuladas ao longo da leitura do texto, é necessário então contextualizar a posição do autor em relação às perguntas formuladas.
Em análise de Metafísica dos Costumes, é possível, inicialmente, verificar que Kant separa o que é Direito do que é moral. Nesta Perspectiva, o Direito, para o autor, é senão o conjunto das condições sob as quais o arbítrio de cada um pode conciliar-se com o arbítrio de outrem segundo uma lei universal de liberdade, ou seja, a liberdade de um indivíduo termina onde começa a liberdade de outrem. 
É importante salientar que a liberdade é único direito natural do homem, sobre o qual derivam todos os outros, diferentemente dos jusnaturalistas. 
Importante ainda destacar que há separação entre a norma moral e a norma jurídica, pois a segunda é externa, porquanto deve ser cumprida pois assim o diz o ordenamento jurídico, sem a necessidade de se colocar juízo de valor sobre ela, se é justa ou injusta, por exemplo. Já a norma moral é interna, pois quem o cumpre acredita que isso seja o correto a ser feito. No entanto, é mister ressaltar que, para Kant, é a moral que legitima o Direito, pois segundo o autor, um ordenamento jurídico bom é aquele que deve ser justo e moral, em consonância com os valores sociais, destacando ainda que o que legitima esse ordenamento é o compromisso com a liberdade individual das pessoas.
Para Kant, o que legitima a atividade do legislador é senão a obediência ao direito natural do homem que é a liberdade.
É importante frisar que o pensamento de Kant se distancia do pensamento dos positivistas, pois para ele, o que é jurídico é apenas o que está em conformidade com a norma positivada, não podendo chegar ao que é justo ou injusto através das normas jurídicas de um ordenamento, pois somente através da razão isso seria possível. 
A moralidade seria a ação dirigida em pleno respeito ao dever, enquanto a legalidade se mistura aos estímulos sensíveis obtendo seu cumprimento na mera conformidade do dever, não importando o móbil que deu origem à conduta.
Imperativo categórico: age de tal modo, como se a máxima de sua ação devesse tornar-se pela sua vontade lei universal da natureza. 
Assim, a característica que confere maior substancialidade ao conceito é a universalidade, pois consiste em máximas universalizáveis.
O imperativo hipotético, por sua vez, é aquele que formula uma ação que visa uma certa finalidade, sendo, portanto, uma ordem imperativa que prescreve uma ação boa para alcançar um certo resultado. “se não queres ser visto como um mentiroso, então não mintas”. Está sempre ligado a algo sensível. Kant enfatiza que o imperativo hipotético está sempre condicionado, ou porque deseja um objeto ou porque tem vontade de algo, porquanto ele nunca pode comandar moralmente, de maneira categórica. 
Assim, as leis jurídicas podem ser entendidas como parte dos imperativos hipotéticos, pois são dotados de heteronomia.

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