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UC 01 GESTÃO DE RECURSOS MATERIAIS

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Prévia do material em texto

Gestão de 
Recursos Materiais
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI
Departamento Nacional
José Manuel de Aguiar Martins
Diretor Geral
Regina Maria de Fátima Torres
Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Gestão de 
Recursos Materiais
 
Brasília 
2010
Ricardo Caporossi Silva
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio 
consentimento do editor. 
Equipe técnica que participou da elaboração desta obra
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C 
Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF 
Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 
http://www.senai.br
Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs
Luciano Mattiazzi Baumgartner - Departamento 
Regional do SENAI/SC
Coordenador de EaD - SENAI/MT em Cuiabá
Ricardo Caporossi Silva - SENAI/MT
Coordenador de EaD – SENAI/SC em Florianópolis
Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em 
Florianópolis
Design Gráfico 
Equipe de Desenvolvimento de Recursos 
Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis
Design Educacional, Diagramação, 
Ilustrações e Revisão Textual 
FabriCO 
 
 
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 –
 
SENAI/SC Florianópolis
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 S586g 
Silva , Ricardo Caporossi 
 Gestão de recursos materiais / Ricardo Caporossi Silva . Brasília: 
SENAI/DN, 2010. 
 138 p. : il. color ; 30 cm . 
 
Inclui bibliografias. 
 
 1. Administração de materiais . 2. Controle de estoque . 3. Logística 
empresarial . 4. Almoxarifado. I. SENAI. Departamento Nacional. II. 
Título. 
 
 CDU 658.7 
Apresentação do curso ............................................................................. 07
Plano de Curso ............................................................................................. 09
Unidade 1: Fundamentos da Gestão de Recursos Materiais ........ 11
Unidade 2: Identificação de Materiais .................................................. 21
Unidade 3: Gestão de Estoque ................................................................ 45
Unidade 4: Aquisição/Compra de Material......................................... 65
Unidade 5: Armazenagem/Almoxarifado ............................................ 89
Unidade 6: Movimentação de Material ................................................ 103
Unidade 7: Inspeção e Recebimento de Materiais ........................... 117
Unidade 8: Cadastro ................................................................................... 125
Sobre o autor ................................................................................................ 135
Referências ...................................................................................................... 137
Sumário
7
Caro aluno:
Seja bem-vindo ao curso Gestão de Recursos Materiais! 5
A administração de materiais é uma função admi-
nistrativa semelhante a outras funções de admi-
nistração de recursos, tais como os recursos patri-
moniais, humanos, financeiros e tecnológicos. Sua 
finalidade é dar garantia de existência contínua de 
um estoque, organizado de modo a nunca faltar ne-
nhum dos itens que o compõem, sem tornar exces-
sivo o investimento total. 
Para tanto, é necessário que o gestor conheça e apli-
que os meios necessários ao suprimento de materiais 
imprescindíveis ao funcionamento da organização, 
no tempo oportuno, na quantidade necessária, na 
qualidade requerida e pelo menor custo, garantindo 
a otimização de recursos operacionais para que seus 
produtos se tornem mais competitivos.
1 Os conteúdos abordados neste curso foram parcialmente 
extraídos do site http://www.fortium.com.br/faculdadefortium.
com.br/paulo%20_cesar/material/4245.pdf, que é utilizado por 
profissionais que atuam nesta área, como fonte de informação e 
atualização de dados.
Apresentação 
do Curso
9
Carga horária 
40 horas
 
Ementa
Fundamentos da Gestão de Recursos Materiais: 
estudo da gestão de recursos materiais e de seus 
subsistemas. Identificação de Materiais: explicita-
ção de item de material; identificação de itens e 
especificação de materiais; considerações acerca de 
padronização e normalização. Gestão de Estoques: 
estudo do controle de estoque; estudo das políticas 
de estoque. Aquisição/compra de material: busca de 
compreensão do processo aquisição/compra; descri-
ção de procedimentos operacionais. Armazenagem/
Almoxarifado: busca de compreensão da importância 
da atividade de armazenagem. Análise da movimen-
tação de materiais. Inspeção e recebimento de Mate-
riais: descrição do processo inspeção e recebimento. 
Cadastro: introdução a sistemas de informação.
Objetivos
Objetivo Geral
Capacitar profissionais para atuar em processos 
de compra, armazenagem e movimentação de 
matérias-primas, materiais indiretos e equipamen-
tos em empresas, em conformidade com as normas 
técnicas, ambientais, de qualidade e de segurança e 
saúde no trabalho.
Plano de Curso
10
Objetivos Específicos
 ‡ Minimizar o investimento em estoques.
 ‡ Prever necessidades e disponibilidades de materiais.
 ‡ Prever as condições de mercado.
 ‡ Manter contato permanente com fornecedores, tanto atuais como em po-
tencial, verificando preços, qualidade e outros fatores que tenham influência 
no material e nas condições de fornecimento.
 ‡ Pesquisar continuamente novos materiais, novas técnicas administrativas, 
novos equipamentos e novos fornecedores.
 ‡ Padronizar materiais, embalagens e fornecedores.
 ‡ Controlar disponibilidades de materiais e situação dos pedidos, tanto em 
relação a fornecedores como em relação à produção da empresa.
 ‡ Obter segurança de fornecimento.
 ‡ Armazenar matérias primas, ferramentas e produtos acabados e semi-acabados.
 ‡ Movimentar os materiais, entregando-os nos locais onde forem necessários.
 ‡ Organizar a disposição de móveis, máquinas e equipamentos para facilitar a 
estocagem e a movimentação.
 ‡ Obter preços mínimos de compra.
 ‡ Dar suporte à otimização do processo produtivo.
 ‡ Dar suporte à otimização de vendas.
 ‡ Melhorar a competitividade da empresa.
11
Objetivos
Ao final desta unidade, você será capaz de 
compreender as principais atribuições do 
gestor de recursos materiais e os meios 
necessários ao suprimento de materiais im-
prescindíveis para o funcionamento da or-
ganização, no tempo oportuno, na quanti-
dade necessária, na qualidade requerida e 
pelo menor custo.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das 
aulas seguintes:
Aula 1: Gestão de Recursos Materiais
Aula 2: Subsistemas
 
1Fundamentos da Gestão 
de Recursos 
Materiais
12
Para Iniciar
Visando à garantia da existência contínua de um estoque, pautada no 
controle das aquisições no momento oportuno, a administração de 
recursos materiais tem como um de seus principais objetivos a ma-
nutenção dos itens necessários para a movimentação e a manufatura 
de produtos nas organizações. 
Aula 1: 
Gestão de Recursos 
Materiais
Nesta aula, você vai aprender o que é Gestão de Recursos Materiais, vai entender quais 
são as responsabilidades e atribuições do gestor de materiais, os principais objetivos da 
administração de materiais e da área de administração de recursos materiais.
A Gestão de Recursos Materiais é definida como um conjunto de atividades desen-
volvidas dentro de uma empresa,de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as 
diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respecti-
vas atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, in-
clusive compras, recebimento, armazenagem dos materiais, fornecimento dos materiais 
aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.
Pergunta
Quais são as responsabilidade e atribuições do gestor de materiais?
 ‡ Suprir a empresa por meio de compras de todos os materiais necessários ao 
seu funcionamento.
 ‡ Avaliar outras empresas como possíveis fornecedores.
 ‡ Supervisionar os almoxarifados da empresa.
 ‡ Controlar os estoques.
13Unidade 1
Gestão de Recursos Materiais
 ‡ Aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado, fixando estoques mí-
nimos, lotes econômicos e outros índices necessários ao gerenciamento dos 
estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empresa.
 ‡ Manter contato com as gerências de produção, de controle de qualidade, de 
engenharia de produto, financeira etc.
 ‡ Estabelecer sistema de estocagem adequado.
 ‡ Coordenar os inventários rotativos.
A administração de materiais
A administração de materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo 
abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de 
atender aos serviços executados pela empresa.
As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus 
produtos possam ser competitivos no mercado.
Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar 
a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na 
data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa 
ser competitivo e, assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital investido.
Pergunta
Quais são os principais objetivos da área de administração de materiais?
 ‡ Preço baixo – esse é o objetivo mais óbvio e, certamente, um dos mais impor-
tantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os lucros, se mantida a 
mesma qualidade.
 ‡ Alto giro de estoques – implica em melhorar a utilização do capital, aumen-
tando o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro.
 ‡ Baixo custo de aquisição e posse – dependem fundamentalmente da eficá-
cia das áreas de controle de estoques, armazenamento e compras.
 ‡ Continuidade de fornecimento – é resultado de uma análise criteriosa 
quanto aos fornecedores. Os custos de produção, expedição e transportes são 
afetados diretamente por esse item.
14
 ‡ Consistência de qualidade – a área de materiais é responsável apenas pela 
qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. 
Em algumas empresas, a qualidade dos produtos e/ou serviços constituem-
se o único objetivo da gerência de materiais.
 ‡ Despesas com pessoal – obtenção de melhores resultados com a mesma despesa 
ou mesmo resultado com menor despesa – em ambos os casos, o objetivo é obter 
maior lucro final. Às vezes compensa investir mais em pessoal porque pode-se alcan-
çar, com isso, outros objetivos, propiciando maior benefício com relação aos custos.
 ‡ Relações favoráveis com fornecedores – a posição de uma empresa no 
mundo dos negócios é, em alto grau, determinada pela maneira como ne-
gocia com seus fornecedores.
 ‡ Aperfeiçoamento de pessoal – toda unidade deve estar interessada em 
aumentar a aptidão de seu pessoal.
 ‡ Bons registros – são considerados como o objetivo primário, pois contribuem 
para o papel da administração de material na sobrevivência e nos lucros da 
empresa, de forma indireta. 
 
Veja, na figura a seguir, o fluxo de atividades da gestão de materiais.
Figura 1– Fluxo de atividades da gestão de materiais
15Unidade 1
Gestão de Recursos Materiais
 ‡ Análise econômico - financeira: é por meio dela que se analisa a capacida-
de empresarial, as despesas e a lucratividade, visualizando, assim, as possibi-
lidades de investimento.
 ‡ Programação e controle de estoque - consiste em definir o estoque ideal para 
as necessidades da empresa, e o controle visa a rapidez no atendimento, menor 
aplicação do capital de giro, possibilidades de rotatividade do estoque etc.
 ‡ Compras - a função de compras é um segmento essencial do departamen-
to de materiais ou suprimentos, que tem por finalidade suprir as necessida-
des de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las 
no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetiva-
mente o que foi comprado e providenciar armazenamento.
Nesta aula, você aprendeu o que é Gestão de Recursos Materiais, quais são as 
responsabilidades e atribuições do gestor de materiais e os principais objetivos 
da área de administração de recursos materiais.
Na próxima aula, você vai conhecer as subfunções típicas e específicas da admi-
nistração de materiais que são uma decomposição desta e propiciam a conse-
cução de condições para uma boa administração de materiais. 
Aula 2: 
Subsistemas
Os subsistemas da gestão de materiais, integrados de forma sistêmica, forne-
cem os meios necessários à consecução das quatro condições básicas para uma 
boa administração de material:
1 tempo oportuno;
2 quantidade necessária;
3 qualidade requerida; 
4 menor custo.
Decompondo-se essa atividade em seus elementos componentes, encontram-se 
as seguintes subfunções típicas da administração de materiais, além de outras 
mais específicas de organizações mais complexas:
16
Subfunções típicas:
 ‡ Classificação de material – subsistema responsável pela identificação (espe-
cificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de material.
 ‡ Controle de estoque – subsistema responsável pela gestão econômica dos 
estoques, por meio do planejamento e da programação de material, com-
preendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de material. 
O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da empresa 
opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques 
podem ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. 
O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e 
o investimento financeiro envolvido.
 ‡ Aquisição/Compra de material – subsistema responsável pela gestão, 
negociação e contratação de compras de material por meio do processo de 
licitação. O setor de compras preocupa-se sobremaneira com o estoque de 
matéria-prima. É responsabilidade de compras assegurar que as matérias-
primas exigida pela produção estejam à disposição nas quantidades certas, 
nos períodos desejados. Compras não é somente responsável pela quan-
tidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra com o preço 
mais favorável possível, já que o custo da matéria-prima é um componente 
fundamental no custo do produto.
 ‡ Armazenagem/Almoxarifado – subsistema responsável pela gestão física 
dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação, emba-
lagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas normas e 
métodos de armazenamento. O almoxarifado é o responsável pela guarda 
física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É 
o local onde ficam armazenados os produtos para atender a produção e os 
materiais entregues pelos fornecedores.
 ‡ Movimentação de material – subsistema encarregado do controle e 
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções, 
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de 
entrada e de saída de material.
 ‡ Inspeção de recebimento – subsistema responsável pela verificação física 
e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da 
verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de qualidade.
 ‡ Cadastro – subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores, 
pesquisa de mercado e compras. 
17Unidade 1
Gestão de Recursos Materiais
Subfunções específicas
 ‡ Inspeção de suprimentos– subsistema de apoio responsável pela verifi-
cação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos para o 
funcionamento da administração de materiais em toda a organização, ana-
lisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração e 
proporcionando soluções.
 ‡ Padronização e normalização – subsistema de apoio, ao qual cabe a ob-
tenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo de 
material, por meio de sua unificação e especificação, propondo medidas de 
redução de estoques.
 ‡ Transporte de material – subsistema de apoio que se responsabiliza pela 
política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de 
material. A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das 
matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do setor de transportes e 
distribuição. É nesse setor que se executa a administração da frota de veí-
culos da empresa e onde também são contratadas as transportadoras que 
prestam serviços de entrega e coleta.
A integração dessas subfunções funciona como um sistema de engrenagens 
que aciona a administração de material e permite a interface com outros sis-
temas da organização. Assim, quando um item de material é recebido do for-
necedor, houve, antes, todo um conjunto de ações inter-relacionadas para esse 
fim: o subsistema de controle de estoque aciona o subsistema de compras, que 
recorre ao subsistema de cadastro.
Quando do recebimento do material pelo almoxarifado, o subsistema de ins-
peção é acionado, de modo que os itens aceitos pela inspeção física e docu-
mental são encaminhados ao subsistema de armazenagem para guarda nas 
unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo tempo 
em que o subsistema de controle de estoque é informado para proceder aos 
registros físicos e contábeis da movimentação de entrada. O subsistema de 
cadastro também é informado, para encerrar o dossiê de compras e proces-
sar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento. Os materiais recusa-
dos pelo subsistema de inspeção são devolvidos ao fornecedor. A devolução 
é providenciada pelo subsistema de aquisição, que aciona o fornecedor para 
essa providência após ser informado, pela inspeção, de que o material não 
foi aceito. Igualmente, o subsistema de cadastro é informado do evento para 
providenciar o encerramento do processo de compra e processar, no cadastro 
de fornecedores, os registros pertinentes.
18
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao sub-
sistema de controle de estoque pelo subsistema de armazenagem, que procede à 
baixa física e contábil, podendo gerar com isso uma ação de ressuprimento. Nes-
se caso, é emitida pelo subsistema de controle de estoques uma ordem ao sub-
sistema de compras, para que o material seja comprado de um dos fornecedores 
cadastrados e habilitados junto à organização pelo subsistema de cadastro. Após 
a concretização da compra, o subsistema de cadastro também fica responsável 
por providenciar, junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega 
contratual, iniciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento de material.
Todos esses subsistemas não aparecem configurados na administração de ma-
teriais de qualquer organização. As partes componentes dessa função depen-
dem do tamanho, do tipo e da complexidade da organização, da natureza e de 
sua atividade-fim, e do número de itens do inventário.
Colocando em Prática
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade 1. Agora, chegou a hora de 
colocar em prática o conteúdo que você estudou. Acesse o AVA para 
realizar as atividades de aprendizagem desta unidade. Se você estiver 
com dúvidas, procure seu tutor.
Relembrando
A Gestão de Recursos Materiais é o conjunto de atividades que 
abrangem o planejamento, a operação e o controle da aquisição, 
estocagem e movimentação de matéria-prima, componentes e pro-
dutos, tanto semiacabados como acabados, desde o fornecedor, pas-
sando pelas fases intermediárias, até o consumidor final. Seu objetivo 
básico é suprir os diversos setores da empresa com os materiais de 
que necessitam, com a qualidade requerida, na quantidade correta, 
no instante adequado, no local apropriado, ao mínimo custo e otimi-
zando o resultado da organização.
A administração de materiais é uma função administrativa seme-
lhante a outras funções de administração de recursos, tais como os 
recursos patrimoniais, humanos, financeiros e tecnológicos. É de fun-
damental importância para a gestão do negócio. É composta, basica-
mente, pelas atividades de compras, estocagem e movimentação, 
interligadas pela atividade de planejamento e controle.
19Unidade 1
Gestão de Recursos Materiais
Alongue-se
Aproveite que você terminou esta unidade para relaxar um pouco. 
Levante-se, beba alguma coisa, alimente-se com algo leve, se achar ne-
cessário, e, antes de partir para as próximas atividades, alongue-se um 
pouco para garantir a concentração na próxima etapa dos estudos.
21
Objetivo
Ao final desta unidade, o aluno será capaz de 
compreender a importância de codificar os 
artefatos ou objetos como itens de materiais 
para melhor identificação destes durante os 
fluxos de entrada, armazenagem e saída.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das 
aulas seguintes:
Aula 1: Item de material 
Aula 2: Identificação de itens e especifica-
ção de materiais
Aula 3: Padronização e normalização
2Identificação de Materiais
22
Para Iniciar
Ao conjunto de objetos (materiais) que possuem as mesmas carac-
terísticas, damos o nome de item de material, cujo objetivo é iden-
tificar/especificar suas propriedades de acordo com as normativas 
adotadas pelas instituições. 
Aula 1: 
Item de material2
Nesta aula, você vai aprender o que é um item de material e suas formas de identificação.
Item de material é o nome dado ao conjunto de objetos (materiais) que possuem 
as mesmas características. Seu objetivo é identificar/especificar as propriedades 
desses objetos de acordo com as normativas adotadas pelas instituições.
Um item de material em uma organização pode ser identificado de diversas for-
mas, de acordo com sua utilização: código interno, número de desenho, código 
do fabricante, código do fornecedor, número de catálogo, amostra, protótipo, 
 
modelo, aplicação, nome, descrição, norma técnica, especificação, código inter-
nacional de produtos (código de barras), código eletrônico de produto (EPC) etc.
Como exemplo, consideremos uma lata de cerveja de 350 mililitros de uma 
determinada marca em uma prateleira de um supermercado. Apesar de po-
der haver diferença entre uma lata e outra (pequenas diferenças dimensio-
nais, de peso etc.), para o cliente que adquire uma lata, essas diferenças não 
têm praticamente interesse algum.
A lata de cerveja do exemplo acima é um item de material (o código de barras 
que identifica o produto é o mesmo para as diversas latas). As características 
que definem essa lata (volume líquido, composição, tipo de lata, marca, tipo de 
cerveja etc.) são as mesmas para as diversas latas.
2 O conteúdo abordado nesta aula foi parcialmente extraído do site http://www. www.eanbrasil.org.
br, que é utilizado por profissionais que atuam nesta área, como fonte de informação e atualização 
de modelos de documentos e normativas.
23Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Uma caixa de latas de cerveja também pode ser considerada um item de mate-
rial. Nesse caso, poderíamos ter a mesma lata de cerveja do exemplo anterior, 
porém, agora, em forma de caixa com 24 latas. Esse novo item identifica o mes-
mo produto básico, porém, em embalagem diferente.
Estocar duas caixas de 24 latas significa estocar 48 latas. A unidade de estoca-
gem em caixas de 24 latas é diferente da unidade de estocagem em latas. O 
termo SKU (Stock Keeping Unit) é, muitas vezes, utilizado para designar um item 
de estoque, geralmente por meio de um código de barras.
Um item pode especificar, também, um produto vendido a granel. Quando colo-
camos combustívelem um posto, o álcool comum é um item. O mesmo álcool 
em uma embalagem de 1 litro é outro item.
Um item pode se referir, ainda, a um conjunto de peças iguais em uma embala-
gem (uma caixa de borracha escolar com várias borrachas) ou a um conjunto de 
peças diferentes (um “kit” de ferramentas, por exemplo).
A embalagem com que o material é comercializado, por ser uma característica 
que pode ser importante para o cliente, pode determinar a existência de itens 
diferentes para o mesmo material básico.
 
Como exemplo, álcool em embalagens de 1 litro é um item diferente de 
álcool em embalagens de ½ litro.
Como exemplo, álcool em embalagens de 1 litro é um item diferente de álcool 
em embalagens de ½ litro.
A marca do produto é uma característica importante para o cliente em um 
supermercado, devido ao preço, à confiança na marca, à forma da embalagem, 
etc. Em um supermercado, para cada marca, tem-se um item diferente.
Em um setor de manutenção de uma empresa, a marca do álcool utilizado para 
a limpeza não é importante, desde que o produto tenha a qualidade requerida. 
Nesse caso, para as várias marcas, pode-se ter um só item.
 
Pergunta
Você sabe o que são itens de estoque e itens não de estoque?
24
Nome do Curso
Numa empresa, existem itens que são estocados 
e itens que são utilizados imediatamente após a 
aquisição (ou que se comportam, para fins con-
tábeis, como se fossem utilizados imediatamente 
após a aquisição). Geralmente, são denominados, 
respectivamente, itens de estoque e itens não de 
estoque.
As formas usuais de identificação de um item, atu-
almente, são:
 ‡ código de barras;
 ‡ código impresso em etiquetas.
Normalmente, o código de barras vem acompa-
nhado do código impresso.
 
Uma forma moderna de identificação é o código 
eletrônico de produto (Electronic Product Code – 
EPC), que consiste em uma etiqueta com um circui-
to eletrônico, contendo o código de identificação, 
capaz de transmitir esse código por radiofrequência 
quando ativado por um aparelho leitor. O padrão 
EPC permite a identificação do produto com um 
número de parte e também com o número de série.
Dica
Você ainda não sabe o que é número 
de parte e número de série? Isso você 
aprenderá na próxima aula.
No endereço 
<www.eanbrasil.org.br>, 
você encontra detalhes 
sobre os vários tipos de 
códigos de barras.
25Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Figura 2 – Modelo de EPC
Fonte: <http://www.eanbrasil.org.br>
Os códigos de barras para itens comerciais são normalizados, atualmente, pelas 
organizações GS1 mundiais. No Brasil, temos a GS1 Brasil (Associação Brasileira 
de Automação), encarregada de administrar e disseminar, em todo o território 
brasileiro, o Código Nacional de Produtos, Sistema GS1.
Os códigos de barras são também utilizados, na área de logística, para identifi-
cação de unidades logísticas.
Dica
Unidade logística, segundo a GS1, é a unidade física determinada para 
transporte e estocagem de mercadorias de qualquer tipo que necessite 
ser gerenciada e rastreada individualmente na cadeia de suprimentos 
(caixa, tambor, fardo, palete e contêiner). 
Figura 3: Figura 3 – Identificação de unidade logística por meio de número global de item comercial
Fonte: GS1 Brasil (2006)
 
26
Figura 4: Figura 4 – Identificação de unidade logística usando número global de localização
Fonte: GS1 Brasil (2006) 
Figura 5: Identificação de unidade logística por código serial
Fonte: GS1 Brasil (2006)
Nesta aula, você aprendeu o que é um item de material e viu suas formas de 
identificação. Na próxima aula, você vai aprender o que é número de parte e 
número de série, o que são itens serializados, o que é um lote e como identifi-
cá-lo, a importância da rastreabilidade, o que é a identificação por atributos, a 
especificação e a classificação de materiais.
27Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Aula 2: 
Identificação de itens e 
especificação de materiais
Nesta aula, você vai aprender o que é número de parte e número de série, o 
que são itens serializados, o que é um lote e como identificá-lo, a importância 
da rastreabilidade, o que é a identificação por atributos, a especificação e a 
classificação de materiais.
Número de parte e número de série
Os códigos de identificação de itens de material são, geralmente, conhecidos 
na indústria como número de parte. No comércio, costuma-se dar a denomi-
nação de código do produto ou código de item. Às vezes, são denominados 
número de peça, o que nem sempre é adequado, principalmente para mate-
riais vendidos a granel (exemplo: mangueira vendida em metros) ou vendidos 
em caixas com várias peças (exemplo: caixa com quatro velas para um motor de 
automóvel) ou, ainda, quando se tem um conjunto ou um kit de peças.
Um número de parte identifica um tipo (classe) de objeto, ou seja, um conjunto 
de objetos com as mesmas características.
Dica
Se, na prateleira de um almoxarifado, houver um estoque de 15 parafusos 
com determinadas características (tipo de material, tipo de rosca, tipo de 
cabeça, tipo de acabamento, dimensões etc.), todos eles têm o mesmo 
número de parte e um parafuso não se distingue do outro. Igualmente, 
se tivermos um estoque de oito televisores de um determinado modelo 
de um fabricante, todos eles possuem o mesmo número de parte.
Há, porém, uma diferença importante entre um parafuso e um televisor. No 
caso do parafuso, não existe interesse em se identificar cada um dos 15 parafu-
sos individualmente, ao passo que, no caso do televisor, principalmente devido 
aos controles de garantia, há necessidade de identificação individual de cada 
um dos oito televisores. Essa identificação é feita por um código denominado 
28
número de série (às vezes, não é propriamente um número, pois pode conter 
caracteres alfabéticos e outros). O número de série é, portanto, uma espécie de 
detalhamento do número de parte.
Os itens para os quais há necessidade de utilização de número de série são co-
nhecidos, habitualmente, como itens serializados.
Dica
O número do chassi de um automóvel é um número de série típico. Na 
fabricação de automóveis, todos os chassis com as mesmas características 
correspondem ao mesmo item, tendo o mesmo número de parte, porém 
possuem números de série diferentes. Cada chassi possui um número de 
série que o individualiza.
O número de série de produtos industriais geralmente é estampado no chassi 
ou no componente mais volumoso do produto e, preferivelmente, não deve ser 
colocado em forma de etiqueta com fácil remoção.
Em produtos importados o número de parte e o número de série são denomi-
nados, geralmente, “part number” (PN) e “serial number” (SN).
Em algumas atividades de manutenção, é fundamental a serialização de com-
ponentes, como, por exemplo, na aviação, onde cada peça importante deve ter 
uma ficha de controle de manutenção.
Veja um exemplo na imagem a seguir.
Figura 6: Itens como notebooks possuem números de parte e de série
Acima, temos vários notebooks iguais. Na consulta ao estoque, usamos o número 
de parte (empregado normalmente no código de barras da etiqueta colada ao 
produto ou na própria caixa de sua embalagem), que poderia ser algo como: P/N 
345678. No exemplo da figura acima, teríamos um estoque de seis unidades.
29Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Cada notebook possui um número de série próprio. No exemplo acima podería-
mos ter, para os seis notebooks, os respectivos números de série: S/N 23489421, 
S/N 23489658, S/N 23489766, S/N 23489816, S/N 23489832 e S/N 23489854. 
Ao se vender um notebook, é necessário especificar, na nota fiscal, seu modelo, por 
meio do número de parte (eventualmente, pode-se colocar, também, o número de 
série na nota fiscal). No documento de garantia, a identificação do notebook entre-
gue ao cliente é feita pelo número de parte mais o número de série.
Identificação de lotes
Certos materiais, tanto por necessidade legal como por interesse de controle de 
qualidade, devem ser identificados por lotes de fabricação. Essa identificaçãopode ser feita no próprio produto ou em sua embalagem e visa a localizar todos 
os produtos (peças, remédios, produtos metalúrgicos, alimentos etc.) com algum 
tipo de problema detectado tanto pelos clientes como pela própria empresa.
Pergunta
O que é um lote de fabricação?
Um lote de fabricação é um conjunto de produtos obtidos com o mesmo pro-
cesso de fabricação, as mesmas matérias-primas e, eventualmente, os mesmos 
operadores do processo.
Atenção
Uma empresa que fabrica parafusos, por exemplo, pode detectar 
uma incidência muito grande de refugos no processo de fabricação. É 
importante, nesse caso, que o controle de produção permita rastrear o 
processo de fabricação até a identificação do lote da matéria-prima utilizada 
no processo, para poder pesquisar as possíveis causas do problema.
 
Essa característica de “rastreabilidade” é muito importante no processo de fa-
bricação para se poder ter garantia de qualidade do processo.
A identificação por lotes é uma espécie de intermediário entre o número de 
série e o número de parte. Nos produtos serializados, o lote fica facilmente 
30
identificado pela faixa de números de série desde o início da série de fabricação 
até o final. Uma variante de identificação por lotes é a data de fabricação, com a 
ressalva de que nem sempre serve para identificar exatamente um lote.
Identificação pelos atributos
A descrição de um item por meio de suas características (atributos, proprieda-
des), conhecida por nome, nomenclatura, descrição, denominação, designa-
ção, especificação etc., é uma das formas de identificação de materiais.
Pergunta
O que é a nomenclatura de materiais e como ela ocorre numa empresa?
O conjunto de descrições de materiais forma a nomenclatura de materiais da 
empresa. É altamente interessante a padronização da nomenclatura. Uma no-
menclatura padronizada é formada por uma estrutura de nomes ou palavras-
chave (nome básico e nomes modificadores), dimensões, características físicas 
em geral (tensão, cor etc.), embalagem, aplicação, características químicas etc. É 
conhecida, também, como nomenclatura estruturada.
Pergunta
Qual é a diferença entre nome básico e nome modificador?
O nome básico é a denominação inicial da descrição (exemplo: arruela, para-
fuso etc.), enquanto o nome modificador é um complemento do nome básico 
(exemplo para arruela: pressão, lisa, de cobre etc.). Um nome básico pode estar 
associado a vários modificadores. Exemplo: arruela lisa de cobre, espessura 0,5 
mm, diâmetro interno 6 mm, diâmetro externo 14 mm.
 ‡ nome básico: arruela;
 ‡ modificadores: lisa, de cobre etc.
31Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
A nomenclatura deve ser apresentada em catálogos em diversas ordens para 
que haja facilidade de se encontrar o código de identificação a partir do 
nome ou vice-versa, ou então para se encontrar o material pretendido a par-
tir de características conhecidas.
Especificação de materiais
O termo especificação é, em geral, empregado com o significado de identificar 
precisamente o material, de modo a torná-lo inconfundível (ou seja, específico), 
principalmente para fins de aquisição.
Atenção
Descrição, nome, nomenclatura e designação são termos que não devem 
ser confundidos com especificação.
A especificação de um material pode ser feita separando-se as características de 
composição das características de dimensões e de embalagem. Assim, uma es-
pecificação de composição pode servir para itens com dimensões e embalagens 
diferentes. Por exemplo, a especificação de um plástico para bacias pode ser a 
mesma para bacias de dimensões diferentes. Analogamente, a especificação de 
um líquido (por exemplo, álcool hidratado) pode ser a mesma tanto para emba-
lagens plásticas de 1 litro como para embalagens plásticas de 0,5 litro. Por esse 
motivo, as especificações de composição podem ter uma codificação indepen-
dente da codificação de itens de material.
Classificação de materiais
A classificação tem a finalidade de separar um conjunto de itens em classes. É 
importante distinguir-se bem a diferença entre identificação e classificação.
Atenção
A identificação busca uma identidade do material, ou seja, busca 
torná-lo único. Um item só pode estar associado a um único código 
de identificação, ao passo que pode estar associado a várias classes 
simultaneamente.
32
 
É recomendável que o sistema de classificação permita que um mesmo item 
possa ser classificado em tantas classes quantas forem necessárias. Assim, o 
produto álcool pode ser classificado, por função, como solvente, como combus-
tível e como produto de limpeza.
A seguir, você pode ver exemplos dos diversos tipos de classificação que podem 
ser feitas com os itens de uma empresa.
 
Natureza: características físico-químicas
 ‡ Produtos de aço: barras, chapas etc.
 ‡ Produtos de petróleo: combustíveis,, graxas, óleos etc.
 ‡ Madeiras: compensados, tábuas, toras etc.
 ‡ Produtos químicos: ácidos, acetatos, nitratos etc.
Função: o que o material faz
 ‡ Combustíveis: gasolina, álcool etc.
 ‡ Materiais de fixação e ligação: pregos, parafusos, porcas etc.
 ‡ Produtos de limpeza: álcool, detergente etc.
 ‡ Solventes: álcool, querosene, aguarrás etc.
 ‡ Rolamentos: de esfera, de rolos cônicos, de agulhas etc.
Aplicação por equipamento
 ‡ Peças para bombas centrífugas.
 ‡ Peças para motores a gasolina.
Aplicação por setor genérico
 ‡ Materiais para escritório
 ‡ Materiais para laboratório
33Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Aplicação por setor específico
 ‡ Materiais para o CPD.
 ‡ Materiais para a seção de forjaria.
Aplicação por projeto
 ‡ Materiais para ampliação da ala de produção número 3.
 ‡ Materiais para o protótipo xh5.
Criticidade: grau de imprescindibilidade
 ‡ Grau 1: paralisa setores importantes, acarreta riscos de vida, não há mate-
riais alternativos.
 ‡ Grau 2: paralisa setores importantes, acarreta riscos de vida, há materiais alternativos.
 ‡ Grau 3: paralisa setores importantes, não acarreta riscos de vida, não há 
materiais alternativos.
 ‡ Grau 4.
 ‡ Etc.
Origem: onde é obtido
 ‡ Internamente fabricado.
 ‡ Produzido no mercado nacional.
 ‡ Produzido no exterior e adquirido no mercado nacional.
 ‡ Importado.
 ‡ Recuperado.
Fiscal: para fins de tributação
 ‡ Produto acabado.
 ‡ Matéria-prima.
 ‡ Produto em processo.
 ‡ Insumos para produção.
34
 ‡ Materiais para embalagem.
 ‡ Materiais para manutenção.
 ‡ Materiais para obras em andamento.
 ‡ Materiais para revenda.
 ‡ Materiais para alienação.
 ‡ Materiais de consumo.
Valor de utilização: curva ABC
 ‡ A: materiais de alto valor de utilização.
 ‡ B: materiais de médio valor de utilização.
 ‡ C: materiais de baixo valor de utilização.
Valor de estoque: método ABC
 ‡ A: materiais com alto valor de estoque.
 ‡ B: materiais com médio valor de estoque.
 ‡ C: materiais com baixo valor de estoque.
Dificuldade de aquisição
 ‡ Sazonalidade de mercado.
 ‡ Greves no setor.
 ‡ Regulamentados: cotas de fornecimento, explosivos etc.
 ‡ Transporte difícil.
 ‡ Monopólio/tecnologia exclusiva/cartéis.
 ‡ Padrão de mercado, fabricação por encomenda.
 ‡ Padrão de mercado, fabricação normal: parafusos, pregos etc.
 ‡ Não padrão de mercado, fabricação sob especificação.
 ‡ Importado.
 ‡ Alta tecnologia.
35Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Frequência de demanda
 ‡ Consumo regular.
 ‡ Consumo irregular.
 ‡ Consumo eventual.
Dificuldade de armazenagem
 ‡ Umidade.
 ‡ Inflamáveis.
 ‡ Explosivos.
 ‡ Peso muito grande.
 ‡ Volume muito grande.
 ‡ Temperatura.
 ‡ Manuseio especial.
 ‡ Voláteis.
 ‡ Oxidáveis.
 ‡ Tóxicos.
 ‡ Radiativos.
 ‡ Corrosivos.
 ‡ Forma irregular.
 ‡ Combustíveis.
Periculosidade
 ‡ Norma NBR 7502 da ABNT.
Recuperação
 ‡ Reparáveis.
 ‡ Reprocessamento.
 ‡ Reutilização: embalagens, paletes.
 ‡ Irrecuperáveis.
36
Perecimento
 ‡ Tempo de estocagem.
 ‡ Data limite.
 ‡ Contaminação.
 ‡ Higroscopia.
 ‡ Instabilidade química.
 ‡ Magnetização/desmagnetização.‡ Fragilidade.
 ‡ Volatilidade.
 ‡ Ação de seres vivos.
 ‡ Deposição.
 ‡ Ação da luz.
 ‡ Mudança de temperatura.
 ‡ Ação da gravidade.
 ‡ Corrosão.
 ‡ Pressão (empilhamento).
Linha de produtos de fornecedores
 ‡ Materiais de escritório.
 ‡ Materiais de construção.
 ‡ Tecidos.
 ‡ Tintas e vernizes.
 ‡ Produtos eletrônicos.
 ‡ Materiais elétricos.
Métodos de ressuprimento
 ‡ Ponto de ressuprimento.
 ‡ Calendário.
 ‡ Estoque base.
 ‡ MRP.
37Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Quem compra
 ‡ Adquiridos pelo departamento de compra.
 ‡ Adquiridos por fundo fixo.
Estoque/não de estoque
 ‡ Estoque normal: parafusos, porcas, tintas etc.
 ‡ Estoque eventual: cimento, cal, areia etc.
 ‡ Não de estoque: pincel atômico, corretor de datilografia etc.
Previsão
 ‡ Previsão feita por computador.
 ‡ Previsão manual pelo setor de suprimentos.
 ‡ Previsão feita pelos setores usuários.
Controle de estoques
 ‡ Controle central pelo sistema de computação.
 ‡ Controle manual pelo usuário.
Controle de qualidade
 ‡ Controle visual pelo almoxarifado recebedor.
 ‡ Controle pelo laboratório da empresa.
 ‡ Controle no IPT.
Localização de estoques
 ‡ Só no almoxarifado central.
 ‡ Só nos almoxarifados locais.
 ‡ Em qualquer almoxarifado.
38
Nesta aula, você aprendeu o que é número de parte e número de série, o que 
são itens serializados, o que é um lote e como identificá-lo, a importância da 
rastreabilidade, o que é a identificação por atributos, a especificação e a classi-
ficação de materiais. Na próxima aula, você vai aprender o que é padronização 
e normalização, seus objetivos, vantagens e desvantagens, o que são normas 
técnicas, o que é a ABNT e como consultar as normas. 
Aula 3: 
Padronização e 
normalização3
Nesta aula, você vai aprender o que é padronização, o que é normalização, seus 
objetivos, suas vantagens e desvantagens, o que são normas técnicas, o que é a 
ABNT e como consultar as normas.
A excessiva variedade de itens em uma empresa causa um aumento de custo, 
tanto devido ao excesso de estoques como devido à necessidade de controlar 
muitos itens. É importante que uma organização se preocupe em reduzir a va-
riedade de itens ao estritamente necessário.
A utilização de itens que não são típicos do mercado fornecedor também é 
fator de custos para a empresa, pois esses materiais, geralmente, acabam sendo 
mais caros por falta de economia de escala. 
Padronização
A padronização de materiais busca reduzir a variedade de itens e, ao mesmo tem-
po, a utilização de materiais que são facilmente encontrados no mercado forne-
cedor, desde que, naturalmente, atendam às exigências de qualidade da empresa.
3 O conteúdo abordado nesta aula foi parcialmente extraído do site http://www.abnt.org.br, que é 
utilizado por profissionais que atuam nesta área, como fonte de informação e atualização de mode-
los de documentos e normativas.
39Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
No estudo de padrões, deve-se atentar para os organismos de padronização em 
geral (ABNT, ISO, DIN, ASTM, NEMA, ANSI etc.), procurando-se normas impos-
tas por legislação e de maior uso no mercado fornecedor.
Dica
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o organismo oficial de 
normalização no Brasil, representando-o nos organismos internacionais.
Normalização
Pergunta
O que é normalização?
É o processo de formulação e aplicação de regras para um tratamento ordena-
do de uma atividade específica, para o benefício e com a cooperação de todos 
os interessados e em particular para a promoção da economia global ótima, 
levando na devida conta condições funcionais e requisitos de segurança.
A normalização contribui fortemente para a padronização. É um fator de redu-
ção de custos em nível macroeconômico, pois facilita o intercâmbio de produ-
tos, tende a reduzir o desperdício, facilita o treinamento, melhora a qualidade 
dos produtos e aumenta a produtividade.
Pergunta
O que são normas técnicas?4
Normas técnicas são, basicamente, um conjunto de diretrizes que garantem a 
qualidade de um produto ou serviço. A ABNT é o fórum nacional da normali-
zação. As normas brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos comitês 
brasileiros (CB) e dos organismos de normalização setorial (ONS), são elabo-
radas por comissões de estudo (CE), formadas por representantes dos setores 
4 http://www.abnt.org.br/normal_oque_body.htm
40
envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universi-
dades, laboratórios e outros).
A norma técnica tem o caráter de lei, pois ela serve de base para analisar se um 
produto ou serviço está dentro dos critérios de qualidade exigidos. O Código 
de Defesa do Consumidor, criado pela Lei nº 8078, em seu artigo 39, inciso VIII, 
deixa isso bem claro (BRASIL, 1990):
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços: [...] colocar, no 
mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo 
com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se 
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Commetro).
Pergunta
Quais são os objetivos da normalização?
 ‡ Simplificação: redução da crescente variedade de procedimentos e tipos 
de produtos.
 ‡ Comunicação: proporciona meios mais eficientes para a troca de informa-
ção entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações 
comerciais e de serviços.
 ‡ Economia: visa à economia global, tanto do lado do produtor como do consumidor.
 ‡ Segurança: a proteção da vida humana e da saúde é considerada como um 
dos principais objetivos da normalização.
 ‡ Proteção ao consumidor: a norma traz à comunidade a possibilidade da 
aferir a qualidade dos produtos.
 ‡ Eliminação das barreiras comerciais: a normalização evita a existência de 
regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, 
facilitando assim o intercâmbio comercial.
Pergunta
Quais são as vantagens da normalização?
41Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Vantagens qualitativas:
1 Utiliza adequadamente os recursos – equipamentos, materiais e mão de obra.
2 Disciplina a produção e as atividades, uniformizando o trabalho.
3 Facilita o treinamento e melhora o nível técnico da mão de obra.
4 Registra o conhecimento tecnológico.
5 Facilita a contratação ou venda de tecnologia.
Vantagens quantitativas:
1 Reduz o consumo e o desperdício (gestão de materiais).
2 Especifica matérias-primas.
3 Padroniza componentes e equipamentos.
4 Reduz as variedades de produtos.
5 Fornece procedimentos para cálculos e projetos.
6 Aumenta a produtividade.
7 Melhora a qualidade de produtos e serviços.
8 Controla produtos e processos.
Pergunta
Como consultar as normas?
Você pode consultar as normas técnicas brasileiras e da Associação Mercosul de 
Normalização disponíveis para as diversas áreas de atividade no site da ABNT: 
<http://www.abntcatalogo.com.br/>.
42
A ABNT
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão 
responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao 
desenvolvimento tecnológico brasileiro. A ABNT é membro fundador da ISSO 
(International Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Pan-
americana de Normas Técnicas) e do CMN (Comitê Mercosul de Normalização).
Objetivos da ABNT
 ‡ Promover a elaboração de normas técnicas e fomentar seu uso nos campos 
científico, técnico, industrial, comercial, agrícola e correlatos, mantendo-as 
atualizadas, apoiando-se, para tanto, na melhor experiência técnica e em 
trabalhos de laboratório.
 ‡ Incentivar e promover a participação das comunidades técnicas na pesquisa, 
no desenvolvimento e na difusão da normalização técnica do País.
 ‡ Representar o Brasil nas entidades internacionais de normalização técnica.
 ‡ Colaborar com organizações similares estrangeiras, intercambiando normas 
e informações técnicas.‡ Colaborar com o Estado no estudo e na solução dos problemas que se rela-
cionem com a normalização técnica em geral.
 ‡ Conceder marca de conformidade e outros certificados referentes à adoção 
de normas ou documentos técnicos.
 ‡ Prestar serviços no campo de normalização técnica.
 ‡ Intermediar junto aos poderes públicos os interesses da sociedade civil no 
tocante aos assuntos de normalização técnica.
A ABNT é a única representante no Brasil das entidades de normalização inter-
nacional ISO e IEC (International Electro technical Commission) e das entidades 
de normalização regional COPANT (Comissão Pan-americana de Normas Técni-
cas) e CMN (Comitê Mercosul de Normalização).
43Unidade 2
Gestão de Recursos Materiais
Exemplo
Association Francaise de Normalisation (AFNOR)
American Concrete Institute (ACI)
American National Standards Institute (ANSI)
American Society of Mechanical Engineers (ASME)
American Society for Testing and Materials (ASTM)
British Standards Institution (BSI)
Canadian Standards Association (CSA)
Dansk Standard (DS)
Deutsches Institut fuer Normung – German Institute for Standardization (DIN)
Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc. (IEEE)
Japanese Industrial Standards (JIS)
National Electrical Manufacturers Association (NEMA)
Nederlands Normalisatie-instituut (NNI)
Norges Standardiseringsforbund (NSF)
International Standards Organization (ISO)
Standards Australia (SAA)
Society of Automotive Engineers (SAE)
Standards Association of New Zealand (SANZ)
Ente Nazionale Italiano di Unificazione (UNI)
Etc.
Nesta aula, você aprendeu o que é padronização, o que é normalização, seus 
objetivos, suas vantagens e desvantagens, o que são normas técnicas, o que é a 
ABNT e como consultar as normas.
44
Colocando em Prática
Parabéns! Você chegou ao final da unidade 2. Agora, chegou a hora de 
colocar em prática o conteúdo que você estudou. Acesse o AVA para 
realizar as atividades de aprendizagem desta unidade. Se você estiver 
com dúvidas, procure seu tutor.
Relembrando
Nesta unidade, você aprendeu o que é um item de material e viu suas 
formas de identificação. Aprendeu o que é número de parte e nú-
mero de série, o que são itens serializados, o que é um lote e como 
identificá-lo, a importância da rastreabilidade, o que é a identificação 
por atributos, a especificação e a classificação de materiais. Além disso, 
aprendeu o que é padronização e normalização, seus objetivos, van-
tagens e desvantagens, o que são normas técnicas, o que é a ABNT e 
como consultar as normas.
Saiba Mais
Para saber mais sobre os vários tipos de códigos de barras, acesse: 
<http://www.eanbrasil.org.br>.
Para saber mais sobre sistema GS1, acesse: 
<http://www.gs1br.org/main.jsp?lumPageId=480F89A821868A2A01218
8E875875EBC>.
Para saber mais sobre normas técnicas da ABNT, consulte: 
<http://www.abnt.org.br>.
Alongue-se
Agora que você terminou a Unidade 2, descanse um pouco. Levante-
se, beba alguma coisa, alimente-se com algo leve, se achar necessário. 
Depois, inspire lentamente, pelo nariz, contando até cinco. Solte o 
ar, assoprando-o pela boca, também contando até cinco. Repita essa 
respiração dez vezes ou mais, se desejar. Quando se sentir descansado, 
retome seus estudos.
45
Objetivo
Ao final desta unidade, você será capaz de defi-
nir uma gestão estratégia de estoque eficiente 
para atender ao consumidor final sem incorrer 
em custos desnecessários de inventário.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das 
aulas seguintes:
Aula 1: Controle de estoque
Aula 2: Políticas de estoque
3Gestão de Estoques
46
Para Iniciar
O desafio de uma gestão de estoque eficiente é atender ao consumidor 
final sem incorrer em custos desnecessários de inventário. 
Para tanto, o gestor deve implantar uma política de estoque, visando a esta-
belecer certos padrões que sirvam de guias aos programadores e controla-
dores e também de critérios para medir a performance do departamento. 
Aula 1: 
Controle de estoque
Nesta aula, você vai aprender o que é o controle de estoque, os objetivos da ges-
tão e controle de estoque e os princípios básicos para o controle de estoques.
Controle de estoque é o subsistema responsável pela gestão econômica dos 
estoques, através do planejamento e da programação de material, compreen-
dendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento desses estoques.
Atenção
O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da 
empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis.
O desafio de uma gestão de estoque eficiente é atender ao consumidor final 
sem incorrer em custos desnecessários de inventário. 
E é por meio da reposição eficiente que os compradores podem contribuir me-
lhor para o crescimento dos negócios da empresa.
Os objetivos da gestão e controle de estoque são:
 ‡ Disponibilizar produtos para venda: produto que não há em estoque não 
pode ser vendido.
 ‡ Obter melhores preços: melhores negociações com fornecedores.
47Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
 ‡ Equilibrar demanda e oferta: preparar para promoção ou período sazonal. 
Ex.: dia das mães, dia dos namorados, chegada do inverno etc.
 ‡ Proteger contra incertezas: maior previsibilidade, variações na demanda, 
atrasos do fornecedor, ocorrências na viagem etc. 
 ‡ Fracionar produtos para as lojas: guardar produtos que não podem ir dire-
to para as lojas, principalmente por falta de espaço no ponto de venda.
Princípios básicos para o controle de estoques
Para organizar um setor de controle de estoques, é preciso, inicialmente, des-
crever as suas funções principais:
 ‡ determinar os itens que devem permanecer em estoque;
 ‡ determinar a periodicidade com que deve ser reabastecido o estoque;
 ‡ determinar o volume necessário de estoque para um determinado período;
 ‡ acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque;
 ‡ receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades;
 ‡ controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer infor-
mações sobre a posição do estoque;
 ‡ manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estado dos 
materiais estocados;
 ‡ identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
Após determinar essas funções, devem-se separar os materiais estocados, de 
acordo com as suas características.
Dica
Os principais tipos de estoques encontrados dentro de uma empresa são: 
matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e peças de 
manutenção.
48
Matérias-primas
São os materiais básicos e necessários para produção do produto acabado, sen-
do que seu consumo é proporcional ao volume de produção. Em algumas em-
presas que fabricam produtos mais complexos com inúmeras partes, o estoque 
de matérias-primas pode consistir em itens já processados, que foram compra-
dos de outra companhias ou transferidos de outra divisão da empresa. O volu-
me real de cada matéria-prima depende do tempo de reposição que a empresa 
leva para receber seus pedidos, da frequência do uso, do investimento exigido 
e das características físicas do estoque. Outros fatores que afetam o nível das 
matérias-primas são certas características físicas como tamanho e durabilidade.
Produtos em processo
Deve ser tomar uma especial atenção para o nível de produtos em processo, 
pois quanto maior ele for maiores serão os custos. Uma gestão de estoques efi-
ciente deverá reduzir o estoque dos produtos em processo, o que deve acelerar 
a rotatividade do estoque e diminuir a necessidade de caixa.
O estoque de produtos em processo consiste em todos os materiais que estão 
sendo usados no processo fabril. Eles são, em geral, produtos parcialmente 
acabados que estão em algum estágio intermediário da produção. É conside-
rado produto em processo qualquer peça ou componente que já foi de alguma 
forma processada, mas que adquire outras características no fim do processo 
produtivo. O nível de estoques de produtos em processos depende em grandeparte da extensão e complexidade do processo produtivo. Quanto maior for o 
ciclo de produção, maior o nível esperado de produtos em processo.
Produtos acabados
Os estoques de produtos acabados são formados por itens que já foram produzi-
dos, mas ainda não foram vendidos. Nas empresas que produzem por encomen-
da o estoque é muito baixo, tendendo a zero, pois teoricamente todos os itens já 
foram vendidos antes de serem produzidos. Já no caso das empresas que produ-
zem para estoque, onde os produtos são fabricados antes da venda, o nível de 
produtos acabados é determinado na maioria das vezes pela previsão de vendas.
Para adequar o estoque da empresa ao nível de demanda exigido, deve haver 
uma grande harmonia entre a programação da produção e a gestão de esto-
ques e o departamento de vendas, para que a produção forneça uma quanti-
dade suficiente de produtos acabados para satisfazer as previsões de vendas 
sem criar estoques em excesso.
49Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
Um fator importante quanto aos produtos acabados é o seu grau de liquidez. 
Uma empresa que vende um produto de consumo popular pode estar mais 
segura se mantiver níveis altos de estoques do que outra que produz produtos 
relativamente especializados. Quanto mais líquidos e menos sujeitos a obsoles-
cência forem os produtos acabados de uma empresa, maiores serão os níveis de 
estoque que ela poderá suportar.
Peças de manutenção
As peças de manutenção são tão importantes quanto a matéria-prima, pois a 
interrupção da produção por um equipamento ocioso pode levar ao adiamento 
de um prazo de entrega ao cliente ou a perda ocasional da encomenda quando 
não do cliente. Assim atualmente as empresas tem dado uma maior atenção às 
peças de reposição.
Conflitos interdepartamentais
Uma das principais dificuldades dentro da gestão/controle de estoque está em 
buscar conciliar da melhor maneira possível os diferentes objetivos de cada 
departamento da empresa, sem prejudicar sua operacionalidade.
50
Exemplo
 
Tabela 1: Impacto do estoque de matéria-prima alta nos setores da empresa
Matéria-prima
(Alto estoque)
DEPTO. DE COMPRAS
Desconto sobre as quanti-
dades a serem compradas.
DEPTO. FINANCEIRO
Capital investido.
Perda financeira.
Matéria-prima
(Alto estoque)
DEPTO. PRODUÇÃO
Nenhum risco de falta de 
material.
DEPTO. FINANCEIRO
Maior custo de armazena-
gem e perdas por obsoles-
cência.
Matéria-prima
(Alto estoque)
DEPTO. VENDAS
Entregas rápidas, boa ima-
gem, melhores vendas.
DEPTO. FINANCEIRO
Capital investido.
Maior custo de armazena-
gem.
Dica
Portanto, a gestão dos estoques não deve se preocupar apenas com o 
fluxo diário de materiais entre vendas e compras, mas com a relação 
lógica entre cada integrante desse fluxo, trazendo uma mudança na 
forma tradicional de encarar o estoque.
Deficiências no controle de estoque
Segundo Neushel e Fueler (1993), as deficiências do controle de estoque nor-
malmente são mostradas por reclamações contra sintomas específicos, entre os 
quais podem-se citar:
51Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
 ‡ Periódicas e grandes dilatações dos prazos de entregas para os produtos 
acabados e dos tempos de reposição de matéria –prima.
 ‡ Quantidades maiores de estoque, enquanto a produção permanece constante.
 ‡ Elevação do número de cancelamento de pedidos ou mesmo devoluções de 
produtos acabados.
 ‡ Variação excessiva da quantidade a ser produzida.
 ‡ Produção parada frequentemente por falta de material.
 ‡ Falta de espaço para armazenamento.
 ‡ Baixa rotação de estoques.
Todas essas deficiências devem chamar a atenção da empresa para que ela rea-
valie a sua política estoques, pois todas elas resultam numa perda de capital.
Nesta aula, você aprendeu o que é o controle de estoque, os objetivos da gestão 
e controle de estoque e os princípios básicos para o controle de estoques. Na 
próxima aula, você vai aprender o que é política de estoque, grau de atendimento, 
dimensionamento de estoques, previsão de estoques e os fatores que podem alte-
rar o comportamento do consumo, além de maneiras de se estimar o consumo. 
Aula 2: 
Políticas de estoque5
Nesta aula, você vai aprender o que é política de estoque, grau de atendimento, 
dimensionamento de estoques, previsão de estoques e os fatores que podem al-
terar o comportamento do consumo, além de maneiras de se estimar o consumo.
A política de estoque visa a estabelecer certos padrões que sirvam de guias aos 
programadores e controladores e também de critérios para medir a performance do 
departamento de gestão de estoques.
Veja, a seguir, quais são esses padrões e critérios:
5 O conteúdo abordado nesta aula foi parcialmente extraído do site: www.eps.ufsc.br/labs/grad/dis-
ciplinas/GerenciaDeMateirais/99.1/GestaoDeEstoques.doc
52
 ‡ Definir metas da empresa quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente.
 ‡ Definir o número de depósitos e/ou almoxarifes e da lista de materiais a 
serem estocados neles.
 ‡ Definir o nível de flutuação dos estoques para atender uma alto ou baixa nas vendas.
 ‡ Definir o grau de especulação dos estoques a ser utilizado.
 ‡ Definir a rotatividade dos estoques.
Pergunta
Você sabe o que é grau de atendimento?
Existe uma relação entre o capital investido e a previsão de consumo, indicada 
como grau de atendimento (em %), que indica quanto da parcela de consumo ou 
das vendas deverá ser fornecida pelo almoxarifado. Por exemplo: se quisermos ter 
um grau de atendimento de 95% e temos um consumo ou venda mensal de 600 
unidades, devemos ter disponíveis para fornecimento 570 unidades (600 x 0.95 ).
Gráfico 1: Grau de atendimento resulta da relação entre capital investido e previsão de consumo 
Dimensionamento de estoques
Manter estoques significa assumir alguns riscos: capital imobilizado, obsoles-
cência, deterioração. Nos últimos vinte anos, a filosofia just-in-time6 vem com-
batendo todos os desperdícios nas empresas, principalmente estes gerados pela 
existência de estoques. Mas, em alguns casos, não há como escapar deles.
6 Fonte: http://www.apostilasgratuitas.info/component/content/article/62-administracao/123-apos-
tila-de-curso-de-administracao
53Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
Dica
Just-in-time é um sistema de administração da produção que determina 
que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora 
exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques 
e os custos decorrentes. (KOHLER, 2008)
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no 
tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em 
regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por outro 
lado, a providência do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma-
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da administração.
Do mesmo modo, o tamanho do lote de compra acarreta as mesmas consequ-
ências: quantidades além do necessário representam inversões em estoques 
ociosos, assim como, quantidades aquém do necessário podem levar à insufici-
ência de estoque, o que é prejudicial à eficiência operacional da organização.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se 
mal planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fato-
res esses decorrentes de quaisquer das situações assinaladas. Da mesma forma, 
a obtenção de material sem os atributos da qualidade requerida para o uso a 
que se destina acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de capital 
e oportunidades de lucro não realizadas. Isso porque materiais, nessas condi-
ções, podem implicar paradas de máquinas, defeitos na fabricação ou no servi-
ço, inutilização de material, compras adicionais etc.
O principal problema de um dimensionamento de estoques reside na relação entre:
 
capital investido ------------------- disponibilidade de estoques
custos incorridos ------------------- consumo ou demanda
 
A otimizaçãoestá na análise do problema sobre o enfoque financeiro. Para isso, 
pode-se usar a seguinte fórmula:
54
RC = Lucro x Vendas
 Vendas Capital
ou seja,
RC = rentabilidade das vendas x giro de capital
Assim, para aumentarmos o retorno sobre o capital, é preciso aumentar a renta-
bilidade das vendas e/ou o giro de capital. A gestão de estoques tem influencia 
sobre o giro de capital, logo para aumentarmos o giro de capital, supondo-se 
que as vendas permaneçam constantes devemos diminuir o capital investido 
em estoques, pois desta forma estamos diminuindo o ativo que está diretamen-
te ligado ao giro de capital. 
Previsão de estoques
Todo o início de estudo de estoques está baseado em previsões de consumo de mate-
rial. Essa previsão de demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados 
comercializados pela empresa. Ainda definem quais, quantos e quando determinados 
produtos serão comprados pelos clientes. Algumas características da previsão são:
 ‡ ponto de partida de todo planejamento de estoques;
 ‡ eficácia dos métodos empregados;
 ‡ qualidade das hipóteses que se utilizou no raciocínio.
As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a 
distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classifi-
cadas em qualitativas e quantitativas:
55Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
Quantitativas
 ‡ Evolução das vendas no passado;
 ‡ Variáveis com evolução e explicação baseada nas vendas. Exemplo: criação e 
vendas de produtos infantis;
 ‡ Variáveis de fácil previsão, também relacionadas a vendas (população, renda, PIB);
 ‡ Influência da propaganda.
Qualitativas
 ‡ Opinião dos gerentes;
 ‡ Opinião dos vendedores;
 ‡ Opinião dos compradores;
 ‡ Pesquisas de mercado.
Veja, a seguir, uma forma esquemática de representação do comportamento 
dinâmico do processo de previsão.
Figura 7: Representação do comportamento dinâmico do processo de previsão
56
As técnicas de previsão podem ser classificadas em três grupos:
 ‡ Projeção: admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas 
evoluirão no tempo. Técnica de natureza essencialmente quantitativa.
 ‡ Explicação: procura relacionar vendas do passado com outras variáveis cuja 
evolução é conhecida ou previsível. Basicamente aplicações de técnicas de 
regressão e correlação.
 ‡ Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes 
nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.
Pode-se representar as formas de evolução de consumo pelas seguintes formas:
a) Método de evolução horizontal de consumo: de tendência invariável 
ou constante.
 Gráfico 2: Método de evolução hoizontal de consumo
b) Modelo de evolução de consumo sujeito a tendência: o consumo mé-
dio aumenta ou diminui com o correr do tempo.
 Gráfico 3: Método de evolução de consumo sujeito a tendência
c) Modelo de evolução sazonal de consumo: o consumo possui oscilações 
regulares, que tanto podem ser positivas quanto negativas, ele é sazonal 
quando o desvio é no mínimo de 25% do consumo médio e quando apare-
cer condicionado a determinadas causas.
57Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
 Gráfico 4: Método de evolução sazonal de consumo
Na prática, podem ocorrer combinações dos diversos modelos de evolução de 
consumo. Isso pode ser verificado de maneira mais evidente quando se analisa 
a linha de vida de um produto. Essa linha deve apresentar uma tendência posi-
tiva e acelerada (positivamente) de consumo nos primeiros períodos. Consolida-
do o produto no mercado, o incremento na tendência diminuirá gradativamente 
até a fase em que a obsolescência do produto provocará sua retirada do merca-
do, fazendo com que a linha caia abruptamente.
O conhecimento sobre a evolução do consumo no passado possibilita uma 
previsão da sua evolução futura. Esta previsão somente estará correta se o com-
portamento do consumo permanecer inalterável. Os seguintes fatores podem 
alterar o comportamento do consumo:
 ‡ Influências políticas.
 ‡ Influências conjunturais.
 ‡ Influências sazonais.
 ‡ Alterações no comportamento dos clientes.
 ‡ Inovações técnicas.
 ‡ Produtos retirados da linha de produção.
 ‡ Alteração da produção.
 ‡ Preços competitivos dos concorrentes.
Veja duas maneiras de se estimar o consumo:
 ‡ Após a entrada do pedido. Somente possível nos casos de prazo de forneci-
mento suficientemente longo.
 ‡ Através de métodos estatísticos. É o método mais utilizado. Calculam-se as 
previsões através de valores históricos. 
58
Técnicas quantitativas para calcular a previsão de consumo
 
Método do último período: é um método simples e sem embasamento 
matemático. Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor 
ocorrido no período anterior.
Método da média móvel: neste método, a previsão para o próximo período é ob-
tida calculando-se a média dos valores de consumo nos “n” períodos anteriores.
A previsão gerada por este modelo é geralmente menor que os valores ocor-
ridos se a tendência de consumo for crescente. Inversamente, será maior se o 
padrão de consumo for decrescente.
Se o número de períodos for grande, a reação da previsão diante dos valores 
atuais será muito lenta. Inversamente, se o número for pequeno, a reação será 
muito rápida. A escolha do número de períodos é arbitrária e experimental.
Desvantagens
 ‡ As médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza 
não existente nos dados originais.
 ‡ As médias móveis são afetadas pelos valores extremos; isso pode ser supe-
rado utilizando-se a média móvel ponderada com pesos apropriados.
 ‡ As observações mais antigas têm o mesmo peso que as atuais.
 ‡ Exige a manutenção de um número muito grande de dados.
Vantagens 
 ‡ Simplicidade e facilidade de implantação.
 ‡ Admite processamento manual.
Método da média móvel ponderada: este método é uma variação do modelo 
anterior, em que os valores dos períodos mais próximos recebem peso maior 
que os valores correspondentes aos períodos menos atuais.
Método da média com ponderação exponencial: esse método elimina mui-
tas desvantagens dos métodos da média móvel e da média móvel ponderada. 
Além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de in-
formações passadas. Apenas três fatores são necessários para gerar a previsão 
para o próximo período:
59Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
 ‡ a previsão do último período;
 ‡ o consumo ocorrido no último período;
 ‡ uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores 
mais recentes.
Esse modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, eli-
minando a reação exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença 
Entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência e o restante a 
causas aleatórias.
 
Suponhamos que, para determinado produto, havíamos previsto um consu-
mo de 100 unidades. Verificou-se, posteriormente, que o valor real ocorrido 
foi de 95 unidades. Precisamos prever agora o consumo para o próximo 
mês. A questão básica é a seguinte: quanto da diferença entre 100 e 95 uni-
dades pode ser atribuída a uma mudança no padrão de consumo e quanto 
pode ser atribuído a causas puramente aleatórias
Se a nossa previsão seguinte for de 100 unidades, estaremos assumindo que 
toda a diferença foi devida a causas aleatórias e que o padrão de consumo 
não mudou absolutamente nada. Se for de 95 unidades, estaremos assu-
mindo que toda a diferença deve ser atribuída a uma alteração no padrão 
de consumo (método de último período). Nesse método, apenas parte da 
variação é considerada como mudança no padrão de consumo.
Método dos mínimos quadrados: este método é usado para determinar a melhor 
linha de ajuste que passa mais perto de todos dados coletados, ou seja, é a linha de 
melhor ajuste que minimiza as distâncias entre cada ponto de consumo levantado.
Método de classificação ABC ou curva ABC: o princípio da classificação ABC 
ou curva 80 – 20é atribuído a Vilfredo Paretto, um renascentista italiano do 
século XIX, que em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Por 
meio desse estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de 
maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de 
uma pequena parcela da população (20%).
A partir de então, tal princípio de análise tem sido estendido a outras áreas e 
atividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplica-
do a partir da segunda metade do século XX.
60
Dica
O desenvolvimento e a utilização de computadores cada vez mais baratos 
e potentes tem possibilitado o surgimento de “softwares mais amigáveis” 
que conduzem ao rápido e fácil processamento do grande volume de 
dados, muitas vezes requerido por este tipo de análise, principalmente 
em ambientes industriais.
A curva ABC tem sido bastante utilizada para a administração de estoques, para 
a definição de políticas de vendas, para o planejamento da distribuição, para a 
programação da produção e uma série de problemas usuais de empresas, quer 
sejam estas de características industriais, comerciais ou de prestação de servi-
ços. Trata-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais itens 
justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa.
Link
Fontes de pesquisa: 
<http://www.ivansantos.com.br/ousoABC.pdf> 
<http://www.faccamp.br/apoio/MauroGebran/GestEst/COMO_SE_OBTeM_
UMA_CURVA_ABC.doc>
A técnica ABC
Classicamente, uma análise ABC consiste da separação dos itens de estoque em 
três grupos de acordo com o valor de demanda anual, em se tratando de pro-
dutos acabados, ou valor de consumo anual quando se tratarem de produtos 
em processo ou matérias-primas e insumos. O valor de consumo anual ou valor 
de demanda anual é determinado multiplicando-se o preço ou custo unitário de 
cada item pelo seu consumo ou sua demanda anual.
Assim sendo, como resultado de uma típica classificação ABC, surgirão grupos 
divididos em três classes, como segue:
 ‡ Classe A: itens que possuem alto valor de demanda ou consumo anual. 
 ‡ Classe B: itens que possuem um valor de demanda ou consumo anual intermediário. 
 ‡ Classe C: itens que possuem um valor de demanda ou consumo anual baixo.
 
61Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
Gráfico 5: Representação da Curva ABC
Obtém-se a curva ABC por meio da ordenação dos itens que serão analisados, 
conforme sua importância relativa no grupo. 
A montagem dos grupos pode parecer um pouco trabalhosa, mas pode ser que ela 
seja feita uma única vez, ou mesmo muito esporadicamente. Os itens de cada gru-
po permanecem enquanto permanecerem as condições que possam afetar os itens 
(consumo; vendas; preços etc.). A montagem dos grupos pode ser feita em duas 
etapas (vamos continuar com o exemplo de um controle de estoques): 
1ª etapa
 ‡ relacionam-se todos os itens que foram consumidos em determinado período (1);
 ‡ para cada item registra-se o preço unitário (2) e o consumo (3) no período 
considerado (se a análise fosse sobre vendas, ou sobre transporte, ao invés de 
consumo seria usada a quantidade vendida, ou a quantidade transportada etc.);
 ‡ para cada item calcula-se o valor do consumo (4), que é igual ao preço uni-
tário x consumo;
 ‡ registra-se a classificação (5) do valor do consumo (1 para o maior valor, 2 
para o segundo maior valor, e assim por diante). 
A seguir, veja um exemplo que considera um controle de estoque composto 
de dez itens.
Tabela 2: Controle de estoque composto por dez itens
Material 
(1)
Preço 
unitário (2)
Consumo 
(3)
Valor do Consumo 
(4)
Classificação 
(5)
Mat1 1,21 123 148,83 4 
Mat2 11,90 15 178,50 3
Mat3 3,64 89 323,96 2 
Mat4 5,98 12 71,76 5 
Mat5 11,20 75 840,00 1 
Mat6 11,98 6 71,88 7 
62
Mat7 1,60 22 35,20 10 
Mat8 0,38 84 31,92 9 
Mat9 5,12 19 97,28 6 
Mat10 21,60 3 64,80 8 
2ª etapa
 ‡ ordenam-se os itens de acordo com a classificação (5);
 ‡ para cada item, lança-se o valor de consumo acumulado (6), que é igual ao seu 
valor de consumo somado ao valor de consumo acumulado da linha anterior;
 ‡ para cada item, calcula-se o percentual sobre o valor total acumulado (7), 
que é igual ao seu valor de consumo acumulado dividido pelo valor de con-
sumo acumulado do último item. 
Veja um exemplo:
Tabela 3: Ordenação de itens pela classificação
Material 
(1)
Preço 
unitário (2)
Consumo 
(3)
Valor do Consumo 
(4)
Classificação 
(5)
Mat5 840,00 840,00 45,06 1
Mat3 323,96 1.163,96 62,44 2
Mat2 178,50 1.342,46 72,02 3
Mat1 148,83 1.491,29 80,00 4
Mat4 71,76 1.563,05 83,85 5
Mat9 97,28 1.660,33 89,07 6
Mat6 71,88 1.732,21 92,92 7
Mat10 64,80 1.797,01 96,40 8
Mat8 31,92 1.828,93 98,11 9
Mat7 35,20 1.864,13 100,00 10
Para a definição das classes A, B e C, adota-se o critério de que A = 20%; B = 
30% e C = 50% dos itens. No exemplo de 10 itens, 20% são os dois primeiros 
itens, 30% os três itens seguintes e 50% os cinco últimos itens, resultando, as-
sim, os seguintes valores:
 ‡ classe A (2 primeiros itens) = 62,44%. 
 ‡ classe B (3 itens seguintes) = (83,85% – 62,44%) = 21,41%.
 ‡ classe C (5 itens restantes) = (100% – 83,85%) = 16,15%. 
63Unidade 3
Gestão de Recursos Materiais
Obs.: se tivéssemos, por exemplo, 73 itens em vez de 10, para A = 20%, seriam os 15 
primeiros itens; B = 30%, seriam os 22 itens seguintes; e C = 50%, os 36 restantes.
Para o exemplo acima, se quiséssemos controlar, digamos, 80% do valor do 
estoque, teríamos que controlar apenas os quatro primeiros itens ( já que eles 
representam 80,00%).
O estoque (ou as compras, ou o transporte etc.) dos itens da classe A, tendo em 
vista seu valor, devem ser mais rigorosamente controlados, e também devem 
ter estoque de segurança bem pequenos. O estoque e a encomenda dos itens 
de classe C devem ter controles simples, podendo até ter estoque de segurança 
maiores. Já os itens da classe B deverão estar em situação intermediária.
Nesta aula, você aprendeu o que é política de estoque, grau de atendimento, 
dimensionamento de estoques, previsão de estoques e os fatores que podem al-
terar o comportamento do consumo, além de maneiras de se estimar o consumo.
Colocando em Prática
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade 3. Agora, chegou a hora de 
colocar em prática o conteúdo que você estudou. Acesse o AVA para 
realizar as atividades de aprendizagem desta unidade. Se você estiver 
com dúvidas, procure seu tutor.
Relembrando
A gestão de estoques requer uma completa harmonia entre os diversos 
departamentos de uma empresa de forma a assegurar que o estoque 
esteja sendo bem dimensionado para atender as necessidades de cada 
um deles, sem imobilizar de forma desnecessária o capital da empre-
sa ou prejudicar a operacionalidade de seus departamentos. Para um 
correto dimensionamento dos estoques, é preciso fazer uma previsão 
confiável, na qual podem ser aplicadas técnicas qualitativas ou quanti-
tativas, sendo as quantitativas as mais usuais.
Alongue-se
Antes de você seguir para a próxima etapa de seus estudos, descanse 
um pouco. Mude de posição, caminhe um pouco, respire profundamen-
te. Quando estiver descansado, retome seus estudos.
64
65
Objetivo
Ao final desta unidade, você será capaz de 
elaborar um plano de ação para o processo 
de aquisição de forma eficaz, nos padrões 
formais e no momento certo.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das 
aulas seguintes:
Aula 1: O processo aquisição / compra
Aula 2: Procedimentos operacionais
4Aquisição/Compra de Material
66
Para Iniciar
“A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e 
cada vez menos um jogo de sorte”. “Em muitos casos não é o custo 
que determina o preço de venda, mas o inverso. O preço de venda 
necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, 
resultando em redução de custo de compra, que é uma parte de 
despesa de operação de uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das 
compras são líquidos.” HENRY FORD
O valor total gasto nas compras de

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