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Ana Beatriz Freitas 1 Farmacologia Absorção * Fármacos que agem de forma local (ex: pomadas) não passam por esse processo de farmacocinética. − A farmacocinética estuda como a droga sai do local que foi administrada e como cairá na circulação. − Para o fármaco sair do trato gastrointestinal ele tem que passar pela membrana plasmática. Polaridade do fármaco − Fármacos que passam diretamente pela membrana (sem auxílio de proteínas de membrana ou poros), possuem uma absorção mais rápida. − O meio da membrana é totalmente apolar, então para que o fármaco passe com facilidade pela membrana, ele deve ser apolar. * Tanto fármaco polar como apolar passam pela membrana, porem apolar passa com maior facilidade. Coeficiente óleo água (C o/a) − É a relação das concentrações de uma substância em óleo e em água. Fármaco neutro − O C o/a não se altera independente do meio em que está inserido. Eletrólitos − C o/a se altera dependendo do meio em que a molécula está inserida. * A droga é mais bem absorvida quando o C o/a é maior. → Drogas ácidas em meio ácido geralmente fica com um C o/a maior do que em um meio básico. → Já uma droga básica será mais bem absorvida em meio básico. Exemplo: droga ácida é mais bem absorvida no estomago e droga básica é mais bem absorvida no intestino. Fatores que influenciam a absorção DROGA − Lipossol/Hidrossol (Co/a) – características relacionadas a polaridade do fármaco. − Forma farmacêutica – ex: ingerir uma pomada não ira realizar o efeito que deveria. − Concentração – quanto maior a quantidade ingerida, maior quantidade será absorvida. LOCAL − Fluxo sanguíneo – o intestino é o maior órgão absortivo por possuir um fluxo sanguíneo muito elevado, além de possuir uma área muito grande. − Uma droga ácida pode ser melhor absorvida no estomago mas ainda sim maior parte será absorvida no intestino (pH). Vias de administração Vias de ação sistêmica − Precisam cair na circulação para exercer seu efeito, ou seja, precisam ser absorvidas para atingir o local de ação dela. − Via Oral − Via Sublingual − Via Retal − Via Parenteral ou Injetável Intravenosa: atinge uma concentração rapidamente e será eliminado de forma rápida. Intramuscular: efeito médio. Subcutânea: fica um pouco mais de tempo. Via oral: é a via que o fármaco fica por mais tempo no nosso organismo. Vias de ação local − A substância é aplicada diretamente onde deseja-se sua ação. − Peles e mucosas → Sobre a pele: pomadas anestésicas; teste de alergia; etc. → Vias aéreas superiores: descongestionante nasal; sprays; etc. → Olhos: antibióticos (conjuntivite); colírios; etc. → Orelhas: antibióticos (otite); analgésicos; etc Biodisponibilidade − Fração da droga (não modificada) que atinge a circulação sistêmica após administração por qualquer via. − Intravenosa = 1 (100%) → Pula o processo de absorção. − Outras vias: entre 0 e 1 Farmacologia - Farmacocinética Ana Beatriz Freitas Via Oral − Sofre ação de alterações do trato gastrointestinal − Fatores que afetam a absorção gastrointestinal: (motilidade, fluxo sanguíneo esplâncnico, tamanho da partícula e formulação, fatores físico-químicos. Vantagens: − Via fácil e satisfatória (sem dor, realiza um efeito satisfatório, o próprio paciente pode administrar). Desvantagens: − Estímulo a automedicação por ser fácil. − Pode causar desconfortos no TGI − Impossível administrar em pacientes inconscientes. − Pode ter interação do medicamento com a alimentação, enzimas digestivas etc. − Perda de parte do medicamento por conta do efeito de primeira passagem. → Quando tomamos algo que é absorvido pelo intestino, não cai diretamente na circulação sistêmica. → Antes de cair na circulação, chega no fígado, onde será metabolizado, podendo sofrer alguma alteração e diminuição na biodisponibilidade, sendo assim, a via oral sempre será a que possui a menor biodisponibilidade. Via sublingual Vantagens: − Não tem efeito de primeira passagem. − Nossa mucosa sublingual é drenada diretamente para o coração (altamente vascularizada), ou seja, vai direto para circulação. Desvantagens: − Incômoda, gosto ruim. − Doses baixas: Demoraria muito para ser absorvido um comprimido grande por essa via, ou seja, as doses de fármacos sublinguais sempre possuem doses baixas. Via retal * A maioria dos fármacos que podem ser aplicados via oral, podem ser aplicados via retal. Vantagens: − Utilizada como opção quando a ingestão oral está impossibilitada; − Possibilidade de administrar em pacientes inconscientes ou com vômitos; − Cerca de 50% dos fármacos absorvidos é desviada para o fígado com redução do efeito de primeira passagem. Desvantagens: − Via de administração considerada impopular. − Pode ser desconfortável. − Fármacos de ação local podem desencadear respostas sistêmicas. Via parental ou injetável − É a via através da qual os medicamentos são introduzidos nos tecidos ou compartimentos do corpo por meio de uma agulha. − Endovenosa, intramuscular, subcutânea, intradérmica Vantagens: − Rápida absorção. − Não apresenta efeito de primeira passagem. − Possibilidade de administrar em pacientes inconscientes. − Pode-se administrar em doses com grandes volumes. Desvantagens: − Dolorosa − Requer prática (não é qualquer um que pode aplicar). − Impossibilidade de reversão em caso de superdosagem ou erro de medicação. Distribuição − É o processo seguinte da absorção. − Os fármacos atingem mais rápido os locais que possuem maior fluxo sanguíneo. − Muitas vezes a droga não passa por todas as et − Uma droga hidrossolúvel tem a tendencia a permanecer no sangue. → Ex: anticoagulante são muito hidrossolúveis pois tem que ficar no sangue. − A droga lipossolúvel, consegue passar pelas membranas e até entrar nas células. Ligação a proteínas plasmáticas − Tem Drogas que caminham livres no sangue e drogas que se ligam a proteínas. − Se uma droga anda ligada a uma proteína plasmática vai ter uma distribuição mais lenta (a proteína funciona como se fosse um ônibus, vai entregando pouco em pouco para cada tecido). → O efeito é menor, não tão potente, porém ela dura mais na circulação. * Uma droga livre chega mais rápido nos tecidos e possui um efeito potente. − Drogas que se ligam a proteínas podem competir caso sejam tomadas no mesmo horário (as drogas irão competir pela proteína, então terá mais delas livres na circulação fazendo com que ela seja eliminada e tenha seu efeito diminuído mais rapidamente), então, a solução é tomar em horários diferentes. Barreira hematoencefálica − As barreiras são formadas por células − Possuem capilares cobertos por células da glia. − Para uma droga atravessar essa barreira: Farmacologia - Farmacocinética Ana Beatriz Freitas → Drogas lipossolúveis vencem a barreira. → Drogas hidrossolúveis não conseguem atravessar. Reservatórios − Locais onde a concentração da droga é maior do que a concentração no plasma. 4 tipos * Sangue pode ser um dos reservatórios. − Tecido adiposo: quanto mais apolar for a droga, mais coisas apolares ela vai gostar (gordura é apolar), então elas ficam reservadas em tecido adiposo. → A droga fia ali reservada e vai sendo liberada aos poucos. → Se uma droga possui um reservatório significa que ela fica mais tempo no nosso organismo. − Diferença de ph − Ligação − Transporte ativo Outros fatores que alteram a distribuição − Peso e altura corporal (pessoa mais alta distribuição é maior, as vezes precisa até de doses mais altas). − Patologias − Idade – por conta da água. Metabolismo e excreção Metabolismo − Conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior do organismo. − Pode ser chamado de biotransformação. − O fígado é o principal órgão que realiza esse processo. − Nosso metabolismo serve para aumentar a hidrossolubilidade do fármaco e auxiliar na preparaçãopara excreção. Droga ativa Metabolização Metabólito inativo Droga ativa Metabolização Metabólito ativo (igual atividade) Droga ativa Metabolização Metabólito ativo (menor atividade) Droga ativa Metabolização Metabólito ativo (maior atividade) Droga inativa (Pró droga) Metabolização Metabólito ativo Exemplos: DOIS TIPOS DE REAÇÕES QUE ACONTECEM NO FÍGADO Reações não sintéticas de fase I: − Acrescenta-se um grupo funcional molécula ao fármaco para deixá-lo mais solúvel. − Todos os fármacos que passam por metabolização, passam por reação de fase I. − O fármaco pode passar mais de uma vez pela reação de fase I. − Enzimas: citocromo P450 (CYP). → Metaboliza os fármacos. → Cada CYP atua em diferentes fármacos. → Podem ter drogas ou até alimentos que aumentam a capacidade das CYPS. Indução e inibição enzimática: − Indutor: aumenta a velocidade e quantidade da CYP (tomar a droga com o indutor aumenta a velocidade e metabolização daquela droga). − Inibidor: diminui a quantidade de CYP (droga vai ser metabolizada mais lentamente e consequentemente fica acumulada no organismo podendo gerar toxicidade). → Cafeína é inibidora de algumas CYPs que metabolizam alguns fármacos, então muitas vezes ela é adicionada na composição para aumentar o tempo que o fármaco fica na circulação. Reações de fase II: → Pegam um metabólito de fase I, e vai unir o fármaco a outra molécula para aumentar mais ainda a solubilidade, além de encaminhar uma sinalização para que aquilo seja encaminhado para bile (pode ir para urina também). → Geralmente as drogas que passam por essa reação são moléculas maiores. Excreção − Retirada do fármaco inalterado e/ou seus metabólitos do organismo. − Vias de excreção: urina ou bile Mecanismos − Urina → Excreção renal. → Para sair pela urina, precisa ser hidrossolúvel (as lipossolúveis sofrem a biotransformação que as deixam hidrossolúveis). → Chega no glomérulo, passa pelo néfron e pode sofrer reabsorção ou ser excretadas. → Se é lipossolúvel pode acabar sendo reabsorvida. → Alcalinização (favorece excreção de drogas ácidas) ou acidificação (favorece excreção de drogas básicas) pode alterar a excreção. − Fezes → Excreção biliar. → Tem que passar pela fase II. → Geralmente saem nas fezes, as moléculas que não conseguem sair pela urina (moléculas grandes). − Ar exalado − Saliva e suor − Leite no caso de mulheres lactantes.
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