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Penal - Roteiro 08 - Teoria Geral da Norma Penal - Lei Penal no Espaço

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Prévia do material em texto

NOME DO ALUNO
	Camila Fragozo Vargas e
 Radharani Bertazzo da Silva
	13/04/2020
	ESTUDO DIRIGIDO
	DIREITO 
PENAL
1
	
TEORIA GERAL DA NORMA PENAL
LEI PENAL NO ESPAÇO
	ORIENTAÇÕES:
1. Preencha os tópicos abaixo, utilizando ao menos TRÊS autores diferentes, fazendo as devidas citações dos mesmos em notas de rodapé, e referindo exemplos esclarecedores.
2. Ao final, CRIE UMA questão objetiva, que abranja todo o conteúdo do presente estudo, e UMA questão objetiva sobre um conteúdo específico, destacando-as com a resposta correta. O critério para avaliação deste item será a ORIGINALIDADE (o não envolvimento do nome do Professor.)
3. O trabalho deverá ser entregue em formato PDF, com o corpo do texto em fonte Calibri, tamanho 12, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e recuo de 1,25cm na primeira linha. As notas de rodapé em fonte Calibri, tamanho 9, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e Hanging de 0,5cm. O documento deverá ter margem direita em 1,5cm e as demais em 2,0cm. 
Bom trabalho!!
LUGAR DO CRIME
Conforme o que diz o Código Penal brasileiro: Art. 6.°: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”[footnoteRef:1] [1: CÉSPEDES, Lívia e ROCHA, Fabiana Dias da. Vade Mecum tradicional. 29. Ed- São Paulo: Saraiva Educação,2020. 2568p. ] 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci: “A questão relativa ao lugar do crime também é relevante, pois, conforme a infração penal, a sua execução pode dar-se em determinado ponto, enquanto o resultado alcança lugar diverso. Por isso, evitando-se controvérsia, adota-se, em lei, uma das três teorias. São elas: a) atividade: considera-se local do delito aquele onde foi praticada a conduta (atos executórios); b) resultado: o lugar do crime é aquele onde ocorreu o resultado (consumação); c) mista ou da ubiquidade: é lugar do crime tanto onde houve a conduta quanto o local onde se deu o resultado.”[footnoteRef:2] [2: NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro:Forense,2017. 1164p.] 
Conforme as palavras de Luiz Flávio Gomes: “No que concerne ao lugar do crime (para o efeito de aplicação ou não da lei penal brasileira), vê-se que nosso Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade ou mista (não acolhendo as teorias da atividade ou do resultado secamente). Do exposto conclui-se que se o crime “tocar” o território nacional incide a lei penal brasileira. O tocar o território nacional, entretanto, exige ato de execução ou de consumação. ”[footnoteRef:3] [3: GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 307.] 
Deste modo compreendemos que, em território nacional brasileiro o local do crime pode ser definido de maneira geral, como a área aonde aconteceu execução e a consumação de um crime. O Brasil adota em seu regime de normas a teoria mista que alega que se o crime de qualquer modo “tocar” o seu território, o mesmo será julgado pela lei penal brasileira. Ex: Clóvis de nacionalidade italiana, morador da cidade de São Paulo no Brasil, acordou uma bela manha e foi trabalhar, quando chegou ao estacionamento, o mesmo teve um desentendimento com seu chefe, muito irritado ele pega sua faca e mata seu chefe. Após ser preso, Clóvis será julgado pelas leis nacionais brasileiras, pois o local do crime em questão é território brasileiro deste modo estando sobre sua jurisdição. 
Pena Cumprida no estrangeiro
Conforme o que diz o Código Penal brasileiro: Art. 8°- “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. ”[footnoteRef:4] [4: CÉSPEDES, Lívia e ROCHA, Fabiana Dias da. Vade Mecum tradicional. 29. Ed- São Paulo: Saraiva Educação,2020. 2568p.] 
Conforme as palavras de Luiz Flávio Gomes: “Por força do princípio do ne bis in idem penal (material) ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime. Essa regra, entretanto, não é absoluta. É relativa. A exceção está precisamente na hipótese de extraterritorialidade da lei penal 
brasileira: nesse caso pode o país onde se deu o crime condenar o agente e o Brasil também. São duas condenações pelo mesmo fato.”[footnoteRef:5] [5: GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 307.] 
Conforme as palavras de Celso Delmanto: “A atenuação, em caso de diversidade qualitativa da pena imposta, é obrigatória, ficando a quantidade da redução ao critério prudente do magistrado. Já na hipótese de a pena cumprida no estrangeiro ser da mesma qualidade, ela é, simplesmente, abatida da pena a ser executada no Brasil.”[footnoteRef:6] [6: DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado... [et al]. — 6. ed. atual. e ampl. — Rio de Janeiro: Renovar, 2002. 1114p.] 
Concluímos assim que dois fatores devem ser considerados: a quantidade e a qualidade das penas. Se a pena for da mesma qualidade (duas penas privativas de liberdade, por exemplo), da sanção aplicada no Brasil será abatida a pena cumprida no exterior; Se a pena de qualidade diversa (privativa de liberdade e pecuniária), o julgador deverá atenuar a pena aqui imposta considerando a pena lá cumprida. EX: O agente que praticou um crime no estrangeiro e outro no Brasil, sendo condenado à pena de mesma natureza, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro será descontada no Brasil. Assim, caso a pena cumprida pelo agente seja maior do que a pena a ser cumprida no Brasil, nada restará a cumprir. Caso as penas sejam de natureza diversa, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro atenua, a critério do juiz, a pena que deve ser cumprida no Brasil. A doutrina costuma denominar a pena cumprida no estrangeiro como “detração da pena cumprida no estrangeiro”.
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “Segundo o princípio territorial, a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico lesado. É também denominado princípio territorial exclusivo ou absoluto, pois exclui a aplicação da lei penal de um país fora de seu território, segundo a regra leges non obligant extra territorium. Tem por fundamento tríplice aspecto: processual, repressivo e internacional. Sob o prisma processual, enorme seria a dificuldade em processar-se um cidadão em país que não aquele em que foi praticado o delito. Por outro lado, a aplicação da sanção penal em lugar outro que não o do locus delicti commissi excluiria uma das funções da pena: a intimidativa. Por último, a função punitiva do Estado é legítima emanação de sua própria soberania.”[footnoteRef:7] [7: JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 802.] 
Conforme o que diz o Código Penal brasileiro: Art. 5°- “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
        § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
        § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.”[footnoteRef:8] [8: CÉSPEDES, Lívia e ROCHA, Fabiana Dias da. Vade Mecum tradicional. 29. Ed- São Paulo: Saraiva Educação,2020. 2568p.] 
Conforme as palavras de Heleno Taveira Tôrres: “Os limites territoriais entre os Estados são estabelecidos juridicamente.Sem a ordem jurídica o território não existiria, e muito menos o efeito da “territorialidade”. Por isso que só é possível falarmos em “território” como espaço físico juridicamente qualificado e delimitado, e, por conseguinte, imprescindível à noção de Estado de Direito, como elemento basilar deste. A territorialidade, como conceito dogmático, encontra-se ligada aos efeitos da norma tributária, quanto à respectiva vigência no espaço, e também ao próprio conceito de soberania.”[footnoteRef:9] [9: TÔRRES, Heleno Taveira. Direito Internacional Aplicado. 2003, p.77.] 
Ao ler tais citações percebemos que o conceito de princípio da territorialidade decorre do pressuposto que conduz o alcance geográfico das leis tributárias sobre as relações tributárias pertencentes a um dado ordenamento jurídico sobre seus eventos descritos nas leis pertencentes a este mesmo Estado. Dessa maneira, não se trata apenas de um “conceito geográfico”, mas, sim, político: território é todo espaço onde se exerce a soberania do Estado, deste modo todos os crimes cometidos no Brasil serão julgados pela lei nacional Brasileira. EX: Em um navio mercante sueco atracado no porto de Rio Grande, um tripulante mata outro, ambos naturais do país da embarcação, os indivíduos serão presos e julgados pela lei penal brasileira. Por que, apesar deles serem estrangeiro, o crime cometido foi em território brasileiro, desde modo sendo julgados pela lei nacional do país em questão. 
Solo ocupado pela Nação
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “Solo ocupado pela corporação política, sem solução de continuidade e com limites reconhecidos. Quando os limites são fixados por montanhas, dois critérios são determinados: o da linha das cumeadas e o do divisor das águas.”[footnoteRef:10] [10: JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 802.] 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci: “Território é todo espaço onde o brasil exerce a sua soberania, seja ele terrestre, aéreo, marítimo ou fluvial. São elementos do território nacional: a) o solo ocupado pela nação; b)os rios, os lagos e os mares interiores; c) os golfos, as baías e os portos; d) a faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar territorial; e) a parte que o direito atribuí a cada Estado sobre os rios, lagos e mares contíguos; f) os navios nacionais; g)o espaço aéreo correspondente ao território; h) as aeronaves nacionais.”[footnoteRef:11] [11: NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro:Forense,2017. 1164p.] 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O conceito de território nacional, em sentido jurídico, deve ser entendido como âmbito espacial sujeito ao poder soberano do Estado. “O território nacional — efetivo ou real — compreende: a superfície terrestre (solo e subsolo), as águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas) e o espaço aéreo correspondente.” Entende-se, ainda, como sendo território nacional — por extensão ou flutuante — as embarcações e as aeronaves, por força de uma ficção jurídica”6. Em sentido estrito, território abrange solo (e subsolo) contínuo e com limites reconhecidos, águas interiores, mar territorial (plataforma continental) e respectivo espaço aéreo.”[footnoteRef:12] [12: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2018. P 351.] 
Deste modo faz se entender que solo ocupado pela nação, é o espaço territorial pelo qual o Estado tem uma área delimitada por fronteiras a partir de uma relação de posse ou propriedade, trazendo consigo sua jurisdição. EX: O Brasil abrange um solo ocupado pela sua nação de 8.511.000 km² em área terrestre, já a França um solo de 643.801 km².
Mar territorial
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O mar territorial constitui-se da faixa ao longo da costa, incluindo o leito e o subsolo, respectivos, que formam a plataforma continental. Os governos militares, ignorando os limites do alcance de seu arbítrio, estabeleceram os limites do mar territorial brasileiro em 200 milhas, a partir da baixa-mar do litoral continental e insular (Decreto-lei n. 1.098/70). De um modo geral os demais países nunca chegaram a admitir as duzentas milhas, limitando-se a reconhecer o domínio sobre as 12 milhas marítimas. Aliás, as 12 milhas acabaram sendo, finalmente, fixadas pela Lei n. 8.617, de 4 de janeiro de 1993.”[footnoteRef:13] [13: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2018. P 351.] 
Conforme as palavras de Artur de Brito Gueiros Souza e Carlos Eduardo Adriano Japiassú “Os limites do mar territorial estão estabelecidos pelo art. 1º, da Lei nº 8.617/1993, em 12 milhas marítimas, medidas a partir da linha da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, adotada como referência nas cartas náuticas brasileiras. A soberania brasileira se estende ao leito e ao subsolo do mar territorial (art. 2º, da Lei nº 8.617/1993). Esta mesma lei estabelece a zona contígua, delimitada em até 24 milhas marítimas (onde podem ser adotadas medidas de prevenção de infrações à lei e de repressão daquelas ocorridas no território ou no mar territorial), e a zona econômica exclusiva, delimitadas em até 200 milhas (para efeitos da exploração de recursos naturais), ambas contadas a partir da linha da baixa-mar. ”[footnoteRef:14] [14: SOUZA, Artur de Brito Gueiros e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. Direito penal: volume. São Paulo: Atlas, 2018. 1159p.] 
Conforme as palavras de Fernando Capez: “Mar territorial: é a faixa de mar exterior ao longo da costa, que se estende por 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, de acordo com o disposto no art. 1º da Lei n. 8.617, de 4 de janeiro de 1993. Nesse espaço territorial, o Brasil exerce sua soberania plena, excepcionada apenas pelo chamado “direito de passagem inocente”, pelo qual navios mercantes ou militares de qualquer Estado podem passar livremente pelo mar territorial, embora sujeitos ao poder de polícia do Estado costeiro.”[footnoteRef:15] [15: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2011. P 173.] 
Ao ler tais citações percebemos que o conceito de mar territorial consiste na faixa de água salgada que percorre toda costa do litoral brasileiro, se estendendo em uma largura de 12 milhas marítimas a contar da baixa-mar do litoral. O Brasil por sua vez exerce sua soberania em determinada área marítima, permitindo somente a passagem de navios mercantes e militares, mas este estará sujeito à legislação do Estado de soberania vigente. Ex: Um navio mercantil da África do sul poderá trafegar em águas marítimas brasileiras se não apresentar nenhum risco a população do país pelo qual esta passando. 
Espaço Aéreo
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O espaço aéreo, que também integra o conceito de território nacional, é definido por três teorias: a) absoluta liberdade do ar — nenhum Estado domina o ar, sendo permitido a qualquer Estado utilizar o espaço aéreo, sem restrições; b) soberania limitada ao alcance das baterias antiaéreas — representaria, concretamente, os limites do domínio do Estado; c) soberania sobre a coluna atmosférica — o país subjacente teria domínio total sobre seu espaço aéreo, limitado por linhas imaginárias perpendiculares, incluindo o mar territorial.”[footnoteRef:16] [16: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2018. P 351.] 
Conforme as palavras de Fernando Capez: “Espaço aéreo: trata-se da dimensão estatal da altitude. O art. 11 da Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986, estatui que “o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial”. Portanto, a camada atmosférica que cobre o território é considerada parte integrante deste, sendo certo que a soberaniaque o Estado exerce sobre o espaço aéreo é ditada por imperativos de segurança nacional. Assim, o nosso sistema adota a teoria da soberania sobre a coluna atmosférica.”[footnoteRef:17] [17: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2011. P 173.] 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci: “Espaço aéreo compreende toda a extensão acima do território, inclusive do mar territorial, até o limite da atmosfera.”[footnoteRef:18] [18: NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro:Forense,2017. 1164p.] 
Compreendemos por assim dizer que espaço aéreo é de responsabilidade absoluta do Estado, o mesmo estende-se além de suas fronteiras. Ultrapassando a área sobre seu território e alcançando uma significativa parte do Oceano, no caso do Brasil o espaço aéreo é de um total de 22 milhões de km2, sobre terra e mar, acordados em tratados internacionais. Ex: O Estado brasileiro está fadado a sua responsabilidade de vigiar e cuidar um espaço aéreo de 22milhões de km², deste modo se um avião de atentado ao presidente invadir o espaço aéreo brasileiro o mesmo será obrigado a combatê-lo antes do mesmo atingir seu alvo. 
Plataformas Continentais
A CNUDM define que: “A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância." (CNUDM, art. 76, par. 1).”[footnoteRef:19] [19: Disponível em : www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8617.htm, acesso: 12/04/2020.] 
O site significados define que: “A plataforma continental é uma expressão do âmbito da geologia, que remete para a orla dos continentes que começa na linha de costa e que se prolonga até 
o mar. A extensão da plataforma continental vai depender da evolução geológica do país ou continente em questão, porque são áreas submersas pelo mar. As plataformas continentais têm em média uma extensão de 70 a 90 km (mas podem atingir centenas de quilômetros) e uma profundidade de 200 metros. A plataforma continental apresenta um declive suave e termina com o talude continental, onde o declive é maior.”[footnoteRef:20] [20: Disponível em: https://www.significados.com.br/plataforma-continental/,acesso: 12/04/2020.] 
Faz-se entender que plataforma continental de um país com costas litorâneas é à porção dos fundos marinhos que começa na linha da costa e desce com através de um declive suave até o talude continental. Em média, a plataforma continental desce até uma profundidade de 200 metros, atingindo as bacias oceânicas. Ex: Quando vamos à praia percebemos só o inicio do Oceano Atlântico, ao entrar dele com um barco nota-se que o mesmo só consegue se locomover, por que a profundidade do mar aumenta, esta profundidade que vai se esvaindo gradativamente é o que chamamos de plataforma continental. 
Embaixadas
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “De acordo com a teoria da extraterritorialidade absoluta, a sede da embaixada é considerada território estrangeiro. Nos termos da teoria da territorialidade relativa, a embaixada é considerada parte do território do País do sujeito ativo do delito. Hoje, entretanto, essas doutrinas se encontram superadas. A sede da representação não é considerada extensão do território estrangeiro. Os lugares em que se exercem os serviços da embaixada são invioláveis, não no sentido do princípio da extraterritorialidade, mas em função da imunidade dos representantes.”[footnoteRef:21] [21: JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 802.] 
Conforme as palavras de André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalvez: “O território de embaixadas estrangeiras, bem como de edifícios consulares, no Brasil, fazem parte do nosso território. Os crimes ali cometidos serão, portanto, regidos pela nossa lei penal, salvo se os sujeitos ativos possuírem imunidade diplomática. De há muito, não se aceita a tese da extraterritorialidade destes locais, não só no Brasil, mas também no plano mundial.”[footnoteRef:22] [22: ESTEFAM, André ; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado – parte geral– Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza - 9. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 832 p.] 
Conforme as palavras de Luiz Flávio Gomes: “Embaixadas estrangeiras: se situadas no Brasil são também território brasileiro (para fins penais). Logo, a qualquer crime ocorrido dentro de uma embaixada aplica-se a lei penal brasileira, salvo se o autor do crime goza de imunidade diplomática. Os atos processuais que devam ser praticados dentro da embaixada dependem de prévia autorização do embaixador. Como se trata de embaixada estrangeira, pode ser que a lei desse país também tenha incidência (extraterrito- rialidade). E nesse caso o agente pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime (tudo dependendo da legislação e do interesse do país titular da embaixada).”[footnoteRef:23] [23: GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 307.] 
Em nossa concepção embaixada é a representação oficial de um governo dentro do território de outra nação e configura-se como um território estrangeiro em um solo nacional. Não se refere apenas ao espaço físico em si, mas sim ao que ele representa. Esse órgão do governo de autoridade máxima instalado no exterior tem por objetivo assegurar e proteger os interesses do seu país e de cada cidadão. É a primeira instância a mediar as relações entre os dois Estados. As embaixadas são instaladas nas capitais de cada país. Ex: O Brasil possui mais ou menos 132 embaixadas estrangeiras em seu território. As mesmas servem para auxiliar os cidadãos de suas origens a se manterem no país, dando a eles um suporte necessário caso preciso e para estabelecer de forma mais direta suas relações com o governo brasileiro. 
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
Conforme o que diz o Código Penal brasileiro: Art. 7º - “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
        I - os crimes: 
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
        II - os crimes:  
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
        b) praticados por brasileiro; 
        c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
        § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
        § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
        a) entrar o agente no território nacional; 
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
        § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição;b) houve requisição do Ministro da Justiça.”[footnoteRef:24] [24: CÉSPEDES, Lívia e ROCHA, Fabiana Dias da. Vade Mecum tradicional. 29. Ed- São Paulo: Saraiva Educação,2020. 2568p.] 
Conforme as palavras de Paulo de Barros Carvalho: “Trata-se da norma tributária em sentido estrito, que prescreve a incidência tributária. Referida regra-matriz é formada pelos critérios material (núcleo da incidência), temporal (coordenada de tempo), espacial (coordenada de espaço), pessoal (sujeitos ativo e passivo) e quantitativo (base de cálculo e alíquota).”[footnoteRef:25] [25: “Na regra matriz de incidência tributária, vale dizer, aquela responsável pelo impacto da exação, quando reduzida à sua estrutura formal, no mínimo irredutível que é o ponto de confluência das indagações lógicas, vamos encontrar o pressuposto ou antecedente representado simbolicamente da maneira supramencionada. Sabemos, contudo, que a interpretação não se esgota no plano formal, havendo necessidade de investigarmos os conteúdos de significação que a linguagem do direito positivo carrega e, ainda, os modos como os utentes dessa linguagem empregam seus signos. O passo subsequente, então, será preencher as variáveis daquela fórmula lógica com as constantes do direito posto.” CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método, pp. 153-154.] 
Conforme o que compreendemos este princípio é regido pelo princípio da territorialidade e permite a aplicação de Lei Penal de outro país quando o delito for praticado total ou parcialmente em nossa extensão territorial, quando houver tratados ou convenções entre o Brasil e outro Estado, respeitando também as regras do direito internacional. Ex: A extraterritorialidade consiste na incidência, de determinado tributo, em área mais abrangente do que aquela que coincide com o território da pessoa política que detém a competência para a instituição da citada exação.
Incondicionada
Conforme as palavras de Bitencourt:[footnoteRef:26] “Aplica-se a lei brasileira sem qualquer condicionante (art. 7º, I, do CP), na hipótese de crimes praticados fora do território nacional, ainda que o agente tenha sido julgado no estrangeiro (art. 7º, I, do CP), com fundamento nos princípios de defesa (art. 7º, I, a, b e c, do CP) e da universalidade (art. 7º, I, d, do CP). Os casos de extraterritorialidade incondicional referem-se a crimes: 1) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 2) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, Território, Município, [26: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 24ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2018. P 336 e 337.] 
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 3) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 4) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. A importância dos bens jurídicos, objeto da proteção penal, justifica, em tese, essa incondicional aplicação da lei brasileira. Nesses crimes, o Poder Jurisdicional brasileiro é exercido independentemente da concordância do país onde o crime ocorreu. É desnecessário, inclusive, o ingresso do agente no território brasileiro, podendo, no caso, ser julgado à revelia. A circunstância de o fato ser lícito no país onde foi praticado ou se encontrar extinta a punibilidade será irrelevante. A excessiva preocupação do direito brasileiro com a punição das infrações relacionadas no inciso I do art. 7º levou à consagração de um injustificável e odioso bis in idem, nos termos do § 1º do mesmo dispositivo, que dispõe: “Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro” 568 . Nenhum Estado Democrático de Direito pode ignorar o provimento jurisdicional de outro Estado Democrático de Direito, devendo, no mínimo, compensar a sanção aplicada no estrangeiro, mesmo que de natureza diversa. Menos mal que o disposto no art. 8º corrige, de certa forma, essa anomalia, prevendo a compensação da pena cumprida no estrangeiro.”
Conforme as palavras de Alexandre Salim e Marcelo Andre Azevedo: [footnoteRef:27]“Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, independentemente de qualquer condição, ainda que o acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro. São os seguintes crimes (CP, art. Yo, 1): [27: SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. ed. vol. 1. Salvador/ BA: Juspodivm. 2017. P 127. ] 
a)contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; . d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.”
Conforme as palavras de Artur Gueiros e Carlos Eduardo Japiassú: [footnoteRef:28]“As hipóteses de extraterritorialidade irrestrita estão catalogadas no inc. I, do art. 7º, do CP, e vinculam-se à alta relevância dos interesses atingidos. Em tais hipóteses, não se exige qualquer condição para a incidência da nossa lei penal. Portanto, os fatos serão processados e julgados no Brasil, independentemente do seu autor ser brasileiro, estrangeiro ou apátrida. Pouco importa se a conduta tiver sido praticada em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente, ou ainda no território de outro Estado. Na mesma esteira, é igualmente irrelevante o fato de o autor do delito ter sido julgado, absolvido ou condenado no estrangeiro, ou que lá o fato esteja alcançado pela prescrição ou que sequer seja previsto como crime (cf. art. 7º, § 1º, do CP).” [28: GUEIROS, Artur e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito Penal. Vol. Único. São Paulo: Atlas. 2018. P 160.] 
Entende- se a respeito da extraterritorialidade incondicional, aplica - se a lei brasileira, sem nenhuma condição. O sujeito mesmo já punido no exterior, vai ser punido da mesma maneira no Brasil. Exemplo esclarecedor: 
Exemplo de crimes que não tem condições, o sujeito vai ser punido de qualquer forma: 
  Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:  
        I - os crimes:  
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;  
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;  
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Definição
De acordo com as palavras de Alexandre Salim e Marcelo Andre Azevedo:[footnoteRef:29] “Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, independentemente de qualquer condição, ainda que o acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro.” [29: SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. ed. vol. 1. Salvador/ BA: Juspodivm. 2017. P 127.] 
De acordo com as palavras de Cleber Masson:[footnoteRef:30] “Não está sujeita a nenhuma condição. A mera prática do crime em território estrangeiro autoriza a incidência da lei penal brasileira, independente de qualquer outro requisito.” [30: MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Geral (esquematizado). 11ª. Ed. vol. 1. Rio de Janeiro: Forence; São Paulo: Método. 2017. P 172. ] 
De acordo com as palavras de Rogério Sanches Cunha: [footnoteRef:31]“A extraterritorialidade incondicionada está prevista no artigo 7°, § 1°, do Código Penal, alcançando os crimes descritos no art. 7°, inc. I. Nesses casos, alei brasileira, para ser aplicada, não depende do preenchimento de qualquer requisito.” [31: CUNHA, Rogério Sanches. Manual do Direito Penal: Parte Geral. 4ª. Ed. Vol. Único. Salvador/BA: Juspodivm. 2016. P 124.] 
Observa-se que a definição de extraterritorialidade incondicionada é que aplica - se as leis nacionais, para determinados crimes cometidos forado território brasileiro. Na parte incondicional, o sujeito pode já ter condenado ou absorvido, mas quando chegar em território nacional, vai ser punido da mesma maneira. Exemplo esclarecedor: Um coreano, deu uma facada, no Presidente da República do Brasil, em uma viagem a França. 
Princípio da defesa
Conforme as palavras de Estefam: [footnoteRef:32]“Justifica a aplicação da lei penal brasileira sempre que no exterior se der a ofensa a um bem jurídico nacional de origem pública. Cerezo Mir obtempera que este princípio costuma ser introduzido nas legislações como complemento da territorialidade, com [32: ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2018. P 190.] 
vistas à punição de delitos cometidos no estrangeiro quando lesionem interesses do Estado, assim considerados essenciais 216. O Código Penal os adotou nas letras a, b e c do inciso I do art. 7º, a saber: crime contra a vida ou liberdade do Presidente da República, crime contra o patrimônio ou contra a fé pública de pessoa jurídica de direito público brasileira, da administração direta ou indireta, no plano federal, estadual ou municipal e crime contra a administração pública brasileira, por quem está a seu serviço.”
Conforme as palavras de Artur Gueiros e Carlos Eduardo Japiassú: [footnoteRef:33]“A lei penal deve incidir tutelando determinados bens jurídicos de suma relevância para o Estado (vida, liberdade, patrimônio, fé pública etc.), onde quer que eles se encontrem, independentemente da nacionalidade do sujeito ativo da ameaça ou lesão de tais bens jurídicos. Por este princípio pune-se, por exemplo, o falsificador de moeda que opere no estrangeiro ou o estelionatário que acarrete um dano material nas finanças públicas fora do território nacional. [33: GUEIROS, Artur e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito Penal. Vol. Único. São Paulo: Atlas. 2018. P 157.] 
Conforme as palavras de Toledo:[footnoteRef:34] “Este princípio tem em vista a titularidade ou a nacionalidade do bem jurídico lesado ou exposto a perigo de lesão pelo crime cometido. £ assim que o art. 7.°, 1, a a c, sujeita à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República, contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Municípios etc.” [34: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva. 1994. P 47 e 48] 
Observa-se que por Princípio da Defesa é o princípio que protege, em regra a nacionalidade do bem jurídico tutelado. Aplica-se a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito, exceto algumas situações presentes no inc, I, § 3°, do artigo 7°, do CP. Exemplo esclarecedor: Conforme o exemplo de Artur Gueiros e Carlos Eduardo Japiassú: [footnoteRef:35]“. Por este princípio pune-se, por exemplo, o falsificador de moeda que opere no estrangeiro ou o estelionatário que acarrete um dano material nas finanças públicas fora do território nacional.” [35: GUEIROS, Artur e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito Penal. Vol. Único. São Paulo: Atlas. 2018. P 157.] 
Condicionada
Conforme as palavras de Estefam: [footnoteRef:36]“Nas hipóteses de extraterritorialidade condicionada, a aplicação de nossa lei depende do concurso de diversas condições (art. 7º, II e §§ 2º e 3º).” [36: ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2018. P 189.] 
Conforme as palavras de Artur Gueiros e Carlos Eduardo Japiassú: [footnoteRef:37]“Ao lado da aplicação irrestrita da nossa lei penal (territorialidade e extraterritorialidade incondicionada), há situações nas quais, de forma excepcional, pode ocorrer a incidência extraterritorial da lei penal, desde que atendidas certas condições. Cuidam-se, efetivamente, de hipóteses residuais, mas necessárias para que determinados fatos não se quedem sob o selo da impunidade.” [37: GUEIROS, Artur e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito Penal. Vol. Único. São Paulo: Atlas. 2018. P 162.] 
Conforme as palavras de Alexandre Salim e Marcelo Andre de Azevedo: [footnoteRef:38]“Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, desde que haja o concurso de algumas condições (art 7°, lI, e §~ 2° e 30, do CP). São os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiros; e) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercante ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Nestes crimes, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.” [38: SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. ed. vol. 1. Salvador/ BA: Juspodivm. 2017. P 128.] 
A respeito da extraterritorialidade condicionada, entende- se que se aplica a lei nacional em determinados crimes cometidos fora do território. Desde que tenha concurso de algumas situações. 
Exemplo esclarecedor: 
Um francês que mata um italiano, numa aeronave privada brasileira que está parada na França.
O Frances só vai ser punido, respeitadas as condições do §2º do mesmo art. 7º, do CP.
Definição
De acordo com as palavras de Cleber Masson:[footnoteRef:39] “Tratando -se de extraterritorialidade condicionada, a lei brasileira é subsidiária em relação aos crimes praticados fora do território nacional, elencados pelo art.7.°, II, e § 3. °, do Código Penal.” [39: MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Geral (esquematizado). 11ª. Ed. vol. 1. Rio de Janeiro: Forence; São Paulo: Método. 2017. P 173. ] 
De acordo com as palavras de Rogério Sanches Cunha:[footnoteRef:40] “A extraterritorialidade condicionada alcançada os crimes trazidos pelo inc. II. Nesses casos, para que a nossa lei possa ser aplicada, faz-se necessário o concurso das seguintes condições (art. 7°, §2°, CP).” [40: CUNHA, Rogério Sanches. Manual do Direito Penal: Parte Geral. 4ª. Ed. Vol. Único. Salvador/BA: Juspodivm. 2016. P 124.] 
De acordo com as palavras de Bitencourt:[footnoteRef:41] “Aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos certos requisitos (art. 7º, II e §§ 2º E 3º, do CP), com base nos princípios da universalidade (art. 7º, II, a, do CP), da personalidade (art. 7º, II, b, do CP), da bandeira (art. 7º, II, c, do CP) e da defesa (art. 7º, §3º, do CP). As hipóteses de extraterritorialidade condicionada referem-se a crimes: 1) que, por tratado ou convenção, o Brasil obrigou-se a reprimir; 2) praticados por brasileiros; 3) praticados em aeronaves ou em embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados; 4) praticados por estrangeiros contra brasileiro, fora do Brasil. [41: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 24ª. Ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2018. P 337.] 
Entende-se que a extraterritorialidade condicionada é quando aplica-se a lei nacional, em território estrangeiro. Nesses casos, a algumas condições, previstas no art. 7º, II e §§2º e 3º, do CP.
Exemplo esclarecedor:
Um escocês, roubou um chinês, em uma embarcação privada brasileira, que está ancorada no litoral da Colômbia. 
O escocês, vai ser punido, respeitadas as condições do §2º do mesmo art. 7º, do CP.
Princípio da Justiça Universal
Conforme as palavras de Fernando Capez:[footnoteRef:42] “Justiça universal (CP, art. 7º, I, d, e II, a): (Também conhecido como princípio da universalidade, da justiça cosmopolita, da jurisdição universal, da jurisdição mundial, da repressão universal ou da universalidade do direito de punir.) Todo Estado tem o direito de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinquentee da vítima ou o local de sua prática, 114 desde que o criminoso esteja dentro de seu território. É como se o planeta se constituísse em um só território para efeitos de repressão criminal.” [42: CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Pena: Parte Geral. 15ª. Ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 113 e 114.] 
Conforme as palavras de Toledo: [footnoteRef:43]“À luz do princípio da universalidade, os Estados, em estreita cooperação na luta contra o crime, deveriam obrigar-se a punir o criminoso que se encontra em seu território, seja qual for a nacionalidade do agente ou o lugar da prática do crime. Este princípio não pode, obviamente, ter aplicação senão secundária, em casos restritos, dada a diversidade dos sistemas penais existentes e os problemas resultantes dos denominados crimes políticos. Nossa legislação, contudo, o adota restritamente no art. 7.°, II, a (crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir), sendo exemplos mais freqüentes: o tráfico internacional de drogas, a falsificação de moeda, o tráfico de mulheres e outros. O Supremo Tribunal, contudo, tem afirmado o caráter subsidiário desse princípio, dando prevalência ao da territorialidade, em matéria de extradição (cf. Extradição 415).” [43: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos do direito penal. 5ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 1994. P 48.] 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci:[footnoteRef:44] “Princípio da justiça universal ou cosmopolita (significa que o bem jurídico é de interesse internacional): são os delitos previstos em tratados ou convenções que o Brasil subscreveu, obrigando-se a punir, como o tráfico ilícito de drogas, a pirataria, a destruição ou danificação de cabos submarinos, o tráfico de mulheres, a tortura, entre outros (situação de extraterritorialidade condicionada); genocídio, extermínio, no todo ou em parte, de grupo nacional, étnico, racial ou religioso, matando ou causando lesão grave à integridade física ou mental de seus membros; submetendo o grupo, deliberadamente, a condições de existência capazes de proporcionar-lhe a destruição física, integral ou parcial; adotando medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo, bem como efetuando a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo (extraterritorialidade incondicionada). Quanto à tortura, vige atualmente a Lei 9.455/97, que estabeleceu a possibilidade de se aplicar a lei brasileira ao torturador, onde quer que o delito seja cometido, desde que a vítima seja brasileira ou esteja o autor da infração penal sob jurisdição brasileira (art. 2.º). Como se trata de lei especial, que não fixou condições para se dar o interesse do Brasil na punição do torturador, é caso de extraterritorialidade incondicionada.” [44: NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 3º. Ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: Forence. P 349 e 350.] 
Entende - se que o princípio da justiça universal é o princípio responsável por punir, qualquer crime, de qualquer pessoa, desde que se encontre em seu território. O praticante do crime, fica a sujeito das leis do país, onde ele se encontra. 
Exemplo esclarecedor da nossa Jurisprudência: 
PENAL. PROCESSO PENAL. GENOCÍDIO E ASSOCIAÇÃO PARA O GENOCÍDIO. ARTS. 1º E 2º DA LEI 2.889/56. POVOS INDÍGENAS YANOMAMIS. ALDEIA HAXIMU. LOCALIZAÇÃO. APLICABILIDADE DA LEI BRASILEIRA. COMPETÊNCIA DO JUIZ FEDERAL SINGULAR. AUTORIA E MATERIALIDADE. COMPROVAÇÃO. CRIME DE DANO. OCULTAÇÃO DE CADÁVER. LAVRA GARIMPEIRA E CONTRABANDO. QUADRILHA OU BANDO. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA. 1. A competência para processar e julgar acusados da prática do crime de genocídio contra etnia indígena, quando não houver denúncia também pela prática do crime de homicídio, é do juízo federal singular, e não do Tribunal do Júri Federal, porquanto o objeto jurídico tutelado nesse delito não é a vida em si mesma, mas, sim, a sobrevivência, no todo ou em parte, de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. 2. Independentemente de os fatos terem ocorrido em território brasileiro ou venezuelano, não está afastada a jurisdição da Justiça brasileira para julgar o crime de genocídio, consoante preceitua a letra d do inc. I do art. 7º do Código Penal, uma vez que os acusados são brasileiros e domiciliados no Brasil. Trata-se de caso especial de extraterritorialidade incondicionada pelo princípio da justiça universal. Há aplicação da lei brasileira ainda que o agente seja absolvido ou condenado no estrangeiro, segundo dispõe o § 1º do art. 72 do Código Penal. 3. Não sendo possível a realização do exame cadavérico, tendo em vista que os índios, não se afastando dos seus costumes, queimaram os corpos de seus entes, pilaram-nos, transformando-os em cinza, guardando-os em cabaças, a comprovação da morte se dá pelos depoimentos das testemunhas que viram os corpos estraçalhados à bala e a facão, o que supre o exame de corpo de delito, consoante disposto no art. 167 do Código de Processo Penal. 4. Prova testemunhal uniforme, precisa, categórica, constante dos autos, não deixa dúvidas da ocorrência dos fatos, bem como de que os acusados Pedro Erniliano Garcia, vulgo Pedro Prancheta; Eliézio Monteiro Nero, vulgo Eliezer; Juvenal Silva, vulgo Curupuru; Francisco Alves Rodrigues, vulgo Chico Ceará; e João Pereira de Morais, vulgo João Neto; foram os autores do crime de genocídio tipificado no art. 1º, letras a, b e c da Lei 2.889/56. 5. Inexistindo prova suficiente da participação dos acusados Wilson Alves dos Santos, vulgo Neguinho, e Waldinéia Silva Almeida, conhecida por Ouriçada, deve ser mantida a sentença que os absolveu da prática de tais delitos. 6. Diante de exame pericial, nas duas malocas e três acampamentos (tapiris) utilizados pelos índios, na região de Haximu, o qual constatou que as cabanas e os tapiris foram destruídos pelo fogo e por bala e que foram encontrados panelas com perfurações de projéteis de arma de fogo, cartuchos de arma de fogo deflagrados, cabelo humano, fragamentos de projéteis encravados em árvores e no cercado da maloca, caracterizado está o crime de dano, previsto no art. 163, incisos I, II, e IV, do Código Penal. 7. A prova testemunhal confirma que os acusados praticaram o genocídio e ocultaram os cadáveres dos índios mortos na chacina, enterrando-os para que não fossem descobertos, o que caracteriza o crime de ocultação de cadáver. 8. Inexistindo prova dos crimes de associação para o genocídio, de lavra garimpeira, de contrabando e de formação de quadrilha ou bando, deve ser mantida a sentença na parte em que absolveu os acusados da prática de tais delitos. 9. Fixação do regime inicialmente fechado para cumprimento da pena de reclusão. A vedação à progressão do regime de cumprimento da pena para os crimes hediondos é inconstitucional. Fere o inciso XLVI do art. 5º da Constituição Federal. Essa vedação é tão hedionda como o próprio crime. A inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90 foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar o HC 82.959-SP. 10. Não sendo conhecido o recurso de alguns dos acusados, estende-se a estes os efeitos benéficos da apelação conhecida, a teor do art. 580 do Código de Processo Penal.
(TRF-1 - ACR: 17140 RR 1997.01.00.017140-0, Relator: JUIZ TOURINHO NETO, Data de Julgamento: 01/09/2009, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 11/09/2009 e-DJF1 p.256) Grifo nosso. 
Princípio da Personalidade
Conforme as palavras de André Estefam:[footnoteRef:45] “Como cada país tem interesse em punir seus nacionais, a lei pátria se aplica aos brasileiros, em qualquer lugar que o crime tenha sido praticado. “A base do sistema é o conceito de que o cidadão está sempre ligado à lei do seu país e lhe deve obediência, ainda que se encontre no estrangeiro: quilibet est subditus legibus patriae suoe et extra territorium” 217. O Brasil acolheu tanto o princípio da nacionalidade ativa, que se refere aos delitos praticados por brasileiro no exterior, quanto a nacionalidade passiva, relativa àqueles fatos praticados por estrangeiro contra brasileiro, fora do nosso país (CP, art.7º, § 3º). Deve-se ponderar que, diversamente do que propugnam alguns doutrinadores, não se deve confundir o princípio da personalidade passiva com o princípio real, justamente porque este se refere à lesão a bens de interesse do Estado, considerados fundamentais.” [45: ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2018. P 191.] 
Conforme as palavras de Artur Gueiros e Carlos Eduardo Japiassú:[footnoteRef:46] “A lei penal nacional pode ser aplicada ao cidadão onde quer que se encontre, devendo ser considerada apenas a nacionalidade do agente ou da vítima. Segundo tal princípio, a lei penal aplica-se aos fatos praticados pelo ou contra nacional de um Estado, independentemente do local da ocorrência do fato ou da procedência do bem jurídico lesado por tal conduta. O princípio da personalidade se subdivide em ativo, referente, exatamente, ao autor do delito, e passivo, que também leva em consideração a nacionalidade da vítima. 53 Ressalte-se que os nacionais têm deveres para com o seu país, não sendo, portanto, aceitável, que, no estrangeiro, perpetrem fatos delituosos e contem com a impunidade ao retornarem à terra natal. Ademais, como a maioria dos Estados não concede extradição de seus nacionais, justifica-se plenamente a existência desse princípio.” [46: GUEIROS, Artur e JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito Penal. Vol. Único. São Paulo: Atlas. 2018. P 156.] 
Conforme as palavras de Toledo a respeito do princípio da personalidade é: “O Brasil não concede extradição de nacionais, exceto o naturalizado quando se tratar de crime comum (CF, art. 5.°, LI, e Lei n. 6.815, de 19-8-1980, art. 77, I). Conseqüência disso é submeter à lei brasileira os nacionais que tenham cometido crime no estrangeiro (CP, art. 7°, II, b), desde que ingressem no território nacional e se cumpram os demais requisitos do § 2.° do art. 7.° do Código Penal. Esse é hoje o principal fundamento do denominado princípio da nacionalidade, que portanto é subsidiário do princípio da territorialidade 3. Tanto é assim que um dos requisitos para aplicação do princípio em exame é o de que o agente já não tenha cumprido pena ou sido absolvido no país onde praticou o crime (§ 2.°, d).”
Entende- se por princípio da personalidade é que a lei penal nacional pode ser aplicada ao cidadão onde ele estiver. O cidadão deve obediência ao seu país, mesmo que esteja no estrangeiro. O princípio da personalidade leva em consideração a nacionalidade da vítima. 
Exemplo da nossa Jurisprudência: 
EXTRADIÇÃO INSTRUTÓRIA - TRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES - PRESSUPOSTOS DE EXTRADITABILIDADE ATENDIDOS - CONDIÇÕES LEGAIS PREENCHIDAS - APLICAÇÃO EXTRATERRITORIAL DA LEI PENAL AUSTRÍACA AOS FATOS ENSEJADORES DA EXTRADIÇÃO (IMPORTAÇÃO DE COCAÍNA DA COLÔMBIA PARA O BRASIL, COM O OBJETIVO DE INTRODUZI-LA EM TERRITÓRIO AUSTRÍACO) - POSSIBILIDADE - INCIDÊNCIA, NO CASO, DO PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE ATIVA (A NACIONALIDADE AUSTRÍACA DO EXTRADITANDO COMO ELEMENTO DE CONEXÃO) - AUSÊNCIA, NO BRASIL, DE PROCEDIMENTO DE PERSECUÇÃO PENAL INSTAURADO, CONTRA O EXTRADITANDO, EM RAZÃO DOS MESMOS FATOS - AFASTAMENTO, EM TAL HIPÓTESE, DO CARÁTER PREVALENTE DA JURISDIÇÃO PENAL BRASILEIRA - CONSEQÜENTE INEXISTÊNCIA DE CONCURSO DE JURISDIÇÕES PENAIS ENTRE O BRASIL E A ÁUSTRIA - VIABILIDADE DE ACOLHIMENTO, EM TAL SITUAÇÃO, DO PLEITO EXTRADICIONAL - CONVENÇÃO ÚNICA DE NOVA YORK, NA VERSÃO DO PROTOCOLO DE REVISÃO DE GENÉBRA (1972) - LEGITIMIDADE DE SUA INVOCAÇÃO PELO ESTADO AUSTRÍACO - PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL - A NECESSIDADE DE EFETIVA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA REPRESSÃO AO CRIME DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES - MODELO EXTRADICIONAL VIGENTE NO BRASIL - SISTEMA DE CONTENCIOSIDADE LIMITADA - IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO OU DE REAPRECIAÇÃO DO MÉRITO DA ACUSAÇÃO PENAL OU DA CONDENAÇÃO CRIMINAL EMANADAS DO ESTADO ESTRANGEIRO - EXTRADIÇÃO DEFERIDA.
(STF - Ext: 658, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 27/06/1996, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-216 DIVULG 13-11-2008 PUBLIC 14-11-2008 EMENT VOL-02341-01 PP-00015)Grifo nosso.
Princípio da Representação.
Conforme as palavras de Nucci a respeito do princípio da representação é: [footnoteRef:47]“Princípio da representação, da bandeira ou do pavilhão (significa que, na falta de outro critério, prevalece o da bandeira brasileira): é uma hipótese criada pela Reforma Penal de 1984 para solucionar uma lacuna anteriormente existente.” [47: NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 3ª. Ed. vol. 1. Rio de Janeiro: Forence. 2019. P 350.] 
Conforme as palavras de Bitencourt:[footnoteRef:48] “Trata-se de um princípio subsidiário, e, quando houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem deveria reprimir, aplica-se a lei do Estado em que está registrada a embarcação ou a aeronave ou cuja bandeira ostenta aos delitos praticados em seu interior (art. 7º, II, c, do CP).” [48: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 24ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2018. P 331. ] 
Conforme as palavras de André Estefam: [footnoteRef:49]“Cuida-se de levar em conta, para efeito de aplicação da lei penal brasileira, a bandeira da embarcação ou aeronave no interior da qual o fato foi praticado. Esse princípio foi adotado com respeito à extraterritorialidade, com referência a fatos praticados a bordo de embarcações ou aeronaves brasileiras privadas, quando ocorridos no exterior (caso contrário, o fato considerar-se-ia cometido dentro do território nacional). Exige-se, todavia, que o fato não tenha sido julgado no estrangeiro para efeito de se aplicar nossa lei, a qual, portanto, assume caráter subsidiário. “ [49: ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte Geral. 7ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2018. P 191.] 
Entende- se que o princípio da representação é um princípio subsidiário, que na falta de um método ou desapreço, de quem deve proibir, aplica-se a legislação do Estado, que está registrada a aeronave ou embarcação, da qual a bandeira expõe os crimes praticados em seu interior.
Exemplo esclarecedor: 
Conforme o exemplo de Nucci: [footnoteRef:50]“se uma aeronave privada brasileira estiver sobrevoando território estrangeiro e um crime for cometido a bordo, por um estrangeiro contra outro, o interesse brasileiro pode ser, simplesmente, entregar o autor do delito às autoridades locais. No entanto, é possível que, pelas leis do país alienígena, não haja previsão para tal hipótese. Assim sendo, o foro competente é o da bandeira da aeronave, ou seja, o Brasil. Frise-se: somente aplica-se a lei penal [50: NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 3ª. Ed. vol. 1. Rio de Janeiro: Forence. 2019 P 350.] 
brasileira caso o governo estrangeiro não tenha interesse em punir o criminoso. Trata-se de situação de extraterritorialidade 5.3. condicionada.”
QUESTÕES
Questão sobre TODO o conteúdo
De acordo com a Lei Penal no Espaço, assinale a alternativa incorreta: 
a) Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio o da fé pública da União, do Distrito Federal, do Estado, do Município, Empresa Pública, Sociedade mista. Etc ( )
b) Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, o crime somente contra a vida (x) 
c) As embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada, onde quer que se encontrem. ( )
d) Na extraterritorialidade incondicionada, aplica - se a lei brasileira, sem nenhuma condição. O sujeito mesmo já punido no exterior, vai ser punido da mesma maneira no Brasil. ( )
e) Na extraterritorialidade, aplica-se a lei nacional em determinados crimes cometidos fora do território. Desde que tenha concurso de algumas situações. ( )
Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO
De acordo com a extraterritorialidade condicionada, assinale a alternativa que melhor preenche a lacunas abaixo: 
A extraterritorialidade condicionada aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos _______________________, desde que haja algumas situações, descritas no ___________________.
a) Dentro do território– art. 6°, II, do CP. ( )
b) Dentro e fora do território – art. 121, do CP. ( )
c) Fora do território – art. 7°, II, e §§2° 3 °, do CP. (x)
d) Em nenhum território – art. 33, §1°, c, do CP. ( )
e) Nenhuma das alternativas acima preenche as lacunas. ( )
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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