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Penal - Roteiro 06 - Teoria Geral da Norma Penal - Conflito Aparente de Normas

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NOME DO ALUNO
	Camila Fragozo Vargas e
 Radharani Bertazzo da Silva 
	08/04/2020
	ESTUDO DIRIGIDO
	DIREITO 
PENAL
1
	
TEORIA GERAL DA NORMA PENAL
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
	ORIENTAÇÕES:
1. Preencha os tópicos abaixo, utilizando ao menos TRÊS autores diferentes, fazendo as devidas citações dos mesmos em notas de rodapé, e referindo exemplos esclarecedores.
2. Ao final, CRIE UMA questão objetiva, que abranja todo o conteúdo do presente estudo, e UMA questão objetiva sobre um conteúdo específico, destacando-as com a resposta correta. O critério para avaliação deste item será a ORIGINALIDADE (o não envolvimento do nome do Professor.)
3. O trabalho deverá ser entregue em formato PDF, com o corpo do texto em fonte Calibri, tamanho 12, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e recuo de 1,25cm na primeira linha. As notas de rodapé em fonte Calibri, tamanho 9, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e Hanging de 0,5cm. O documento deverá ter margem direita em 1,5cm e as demais em 2,0cm. 
Bom trabalho!!
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (“LEX SPECIALIS DEROGAT LEGI GENERALI”)
Conforme as palavras de Bitencourt:[footnoteRef:1] “significa que o extraditado não poderá ser julgado por fato diverso daquele que motivou a extradição. Esse é um compromisso político que o Estado requerido, isto é, aquele que concede a extradição, normalmente, tem dificuldade de controlar, na medida em que não tem ingerência na soberania interna do país requerente.” [1: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2018. P 348.] 
Conforme as palavras de Carlos Roberto Bacila: [footnoteRef:2]“A norma especial predomina sobre a geral; a norma especial é a norma geral com detalhes. Por exemplo: o infanticídio - que é a conduta de matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após (CP, art. 123) - é especial em relação ao homicídio - que é o tipo de matar alguém (CP, art. 121). Outro exemplo é o roubo, que é especial em relação ao furto.” [2: BACI LA. Carlos Roberto. Introdução ao direito penal e à criminologia. 1.ª. ed. Curitiba: InterSaberes. 2016. P 73.] 
Conforme as palavras de Fernando Capez: [footnoteRef:3]“Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes, que trazem um minus ou um plus de severidade. É como se tivéssemos duas caixas praticamente iguais, em que uma se diferenciasse da outra em razão de um laço, uma fita ou qualquer outro detalhe que a torne especial. Entre uma e outra, o fato se enquadra naquela que tem o algo a mais.” [3: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 173.] 
Ao meu entender, princípio da especialidade é a lei especial, que possuí todos os requisitos da lei geral, e mais alguns complementos, que são denominado de especializantes.
Exemplo esclarecedor: 
Conforme o exemplo de Fernando Capez: [footnoteRef:4]“O infanticídio tem tudo o que o homicídio tem, e mais alguns elementos especializantes: a vítima não pode ser qualquer “alguém”, mas o próprio filho da autora + o momento do crime deve se dar durante o parto ou logo após + a autora deve estar sob influência do estado puerperal.” [4: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 173.] 
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE (“LEX PRIMARIA DEROGAT LEGI SUBSIDIARIAE”)
Conforme as palavras de Fernando Capez: [footnoteRef:5]“Subsidiária é aquela que descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como delito autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase normal de execução de crime mais grave. Define, portanto, como delito independente conduta que funciona como parte de um crime maior. Dessa forma, se for cometido o fato mais amplo, duas normas aparentemente incidirão: aquela que define esse fato e a outra que descreve apenas uma parte ou fase dele. A norma que descreve o “todo”, isto é, o fato mais abrangente, é conhecida como primária e, por força do princípio da subsidiariedade, absorverá a menos ampla, que é a norma subsidiária, justamente porque esta última cabe dentro dela. A norma primária não é especial, é mais ampla.” [5: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 176 e 177.] 
Conforme as palavras de Bitencourt: [footnoteRef:6]“Há relação de primariedade e subsidiariedade entre duas normas quando descrevem graus de violação de um mesmo bem jurídico, de forma que a norma subsidiária é afastada pela aplicabilidade da norma principal. Frequentemente se estabelece a punibilidade de determinado comportamento para aplicar ou reforçar a proteção jurídico-penal de certo bem jurídico, sancionando-se com graduações menos intensas diferentes níveis de desenvolvimento de uma mesma ação delitiva. A rigor, a figura típica subsidiária está contida na principal. Para se constatar a relação primariedade subsidiariedade deve-se analisar o fato in concreto. [6: BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 543.] 
Conforme as palavras de Bacila: [footnoteRef:7] “Segundo o princípio da subsidiariedade da proteção de bens jurídicos, o direito penal funciona como a ultima ratio do ordenamento jurídico e da política social, que atua somente quando falham outros meios de solução dos problemas das comunidades (Roxin, 1997, p. 65). Assim, v.g., a ausência de um empregado ao trabalho ou a falta de pagamento de aluguéis são questões que podem ser resolvidas, no plano jurídico, respectivamente, mediante sanção trabalhista (desconto de salário) ou sanção civil (despejo ou execução da dívida), não sendo preciso que o direito penal tipifique tais condutas. Claus Roxin, para trazer um exemplo de desnecessidade de tutela penal, invoca a possibilidade de regulamentações policiais em alguns casos*.” [7: BACI LA. Carlos Roberto. Introdução: ao direito penal e à criminologia. Curitiba: lnterSaberes. 2016. P 42 e 43.] 
Ao meu entender o princípio da subsidiariedade é quando o cometimento da conduta inicial, faz surgir uma norma incriminadora, que pela gravidade do acontecimento o sujeito passa a caracterizar um outro crime. Na utilização do principio da subsidiariedade deve-se analisar o grau de violação cometido pelo sujeito.
Exemplo esclarecedor: 
Conforme temos o exemplo esclarecedor de Princípio da Subsidiariedade: [footnoteRef:8]“Imagine que A, sabendo estar contaminado por uma doença venérea, mantém relações sexuais com B. A princípio, A responderá pelo crime do art. 130 do CP - perigo de contágio venéreo, já que o agente expôs a vítima a contágio da moléstia. Entretanto, se dessa ação sobrevier a morte de B, é totalmente possível que A responda por homicídio, ou até mesmo lesão corporal seguida de morte. O juiz deverá analisar no caso concreto a intenção do agente no momento do crime e se o mesmo assumiu o risco de produzir o resultado. [8: Disponível em: https://aylamacedo.jusbrasil.com.br/, acesso: 07/04/2020.] 
Daí, mostra-se a subsidiariedade do art. 130 em relação aos arts. 121 e 129. Em suma, houve uma ação ou omissão que caracterizou dois ou mais tipos penais. A norma mais ampla, mais gravosa, denominada norma principal, afastará a aplicação da norma subsidiária.”
 Perigo de contágio venéreo
       Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 2º - Somente se procede mediante representação.
Art. 121. Matar alguem:Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
  Lesão corporal
  Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
(...)
 Lesão corporal seguida de morte
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Expressa
Conforme as palavras de Bitencourt: [footnoteRef:9]“Será expressa quando a norma em seu próprio texto condiciona a sua aplicação à não aplicação de outra norma mais grave.” [9: BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 544.] 
Conforme as palavras de Gomes: [footnoteRef:10]“é expressa (ou explícita) quando o legislador explicita que determinado tipo legal só tem aplicação se o fato não constitui crime mais grave. Exemplo*: art. 10, § 1.°, III, da Lei 9.437197 (Lei das Armas de Fogo): “disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que o fato não constitua crime mais grave”. O dispositivo que acaba de ser transcrito é subsidiário (expresso), leia se, se o fato (disparo) constituir crime mais grave (homicídio, por exemplo), ele não terá incidência. O maior (homicídio) absorve o menor (disparo). Outro exemplo: art. 132 do CP: perigo para a vida ou saúde de outrem. O delito de perigo só tem incidência se o fato não constituir crime mais grave. Leia-se: se houver lesão, afasta-se o perigo.” [10: GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 201.] 
Conforme as palavras de Toledo:[footnoteRef:11] “A subsidiariedade e expressa quando a própria lei ressalva a possibilidade de ocorrência de punição por fato mais grave, como ocorre no art. 132, citado. São exemplos de tipos expressamente subsidiários: o do art. 177, § 1.°, I, do Código Penal, em relação ao do art. 3.°, X, da Lei n. 1.521/51; o do art. 132 em relação ao do art. 133 do Código Penal; o do art. 29, § 3.°, em relação ao do art. 121 do Código Penal etc. Nem sempre, porém, a subsidiariedade vem expressa na lei.” [11: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal: de acordo com a Lei n. 7 .2 0 9, de 1 1 -7-1 984 e com a Constituição Federal de 1988. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. P 64.] 
Ao meu entender, sobre princípio da subsidiariedade é quando o legislador manifesta que determinado tipo legal só tem aplicação se o fato não consiste em um crime mais grave.
Exemplo esclarecedor: 
Perigo para a vida ou saúde de outrem
        Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Conforme o preceito secundário do artigo citado, somente se o fato não equivaler a um crime de maior relevância, é que a pena correspondente a infração citada acima no art. 132, do CP.
Tácita
Conforme as palavras de Bitencourt: [footnoteRef:12]“A subsidiariedade será tácita quando determinada figura típica funcionar como elemento constitutivo, majorante ou meio prático de execução de outra figura mais grave.” [12: BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 544.] 
Conforme as palavras de Gomes: [footnoteRef:13]“Há subsidiariedade tácita (ou implícita) quando um delito (menor) integra a descrição típica de outro (mais grave). Exemplo: o furto é crime subsidiário diante do roubo. Nesse caso há uma relação de espécie e espécie (e não de gênero e espécie, como se passa no princípio da especialidade).” [13: GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 201] 
Conforme as palavras de Toledo: [footnoteRef:14]“Ha subsidiariedade tácita nos tipos delitivos que descrevem fase previa, de passagem necessária para a realização do delito mais grave cuja punição abrange todas as etapas anteriores de execução. Assim ocorre com a tentativa em relação ao crime consumado, com as lesões corporais em relação ao homicídio etc.” [14: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal: de acordo com a Lei n. 7 .2 0 9, de 1 1 -7-1 984 e com a Constituição Federal de 1988. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. P 64.] 
Ao meu entender, o princípio da subsidiariedade só se aplica no caso de não ocorrência de um crime mais grave. 
Exemplo esclarecedor: 
Conforme o exemplo esclarecedor de Fernando Capez:[footnoteRef:15] “Exemplo: mediante emprego de violência, a vítima é constrangida a entregar a sua carteira ao autor. Incidem aparentemente o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do constrangimento ilegal (norma subsidiária). Da mera comparação entre os tipos, sem que a lei nada diga, resulta, porém, a prevalência do art. 157 sobre o art. 146. Assim, também, no caso da ameaça em relação ao constrangimento ilegal.” [15: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 179. ] 
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO (“LEX CONSUMENS DEROGAT LEGI CONSUMPTAE”)
Conforme as palavras de Bacila: [footnoteRef:16]“Ocorre quando um tipo penal é meio para a realização de outro tipo (fim) ou quando a realização de um tipo mais grave inclui a realização de um tipo menos grave. Por exemplo: para a realização do tipo de homicídio, exige-se, necessariamente, a passagem pelo tipo (meio) de lesões corporais; assim, o tipo de homicídio absorve o de lesões corporais.” [16: BACI LA. Carlos Roberto. Introdução ao direito penal e à criminologia. Curitiba: lnterSaberes. 2016. P 74.] 
Conforme as palavras de Fernando Capez: [footnoteRef:17]“É o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave consome, isto é, absorve, outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento. Costuma-se dizer: “o peixão (fato mais abrangente) engole os peixinhos (fatos que integram aquele como sua parte)”.” [17: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 180.] 
Conforme as palavras de Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo:[footnoteRef:18] “Ocorre a absorção de um delito por outro, tornando-se uma unidade complexa. Para que um delito seja absorvido por outro, entende-se que deve haver uma relação de meio e fim, ou um dos crimes deve se mostrar como fase necessária para a realização-do outro. Em regra, o crime menos grave (crime consunto) é absorvido por outro mais grave (crime consuntivo). No entanto, tanto a doutrina quanto a jurisprudência admitem que um crime mais grave (considerando a pena abstrata) seja absorvido por outro menos grave. Por exemplo, pode-se citar o crime de falsidade material de documento público (art. 297) ser absorvido pelo crime de estelionato (art. 171) nos termos da Súmula 17 do STJ.” [18: SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal: parte geral. 7ª. Ed. vol. 1. Salvador/BA: Juspodivm. 2017. P117.] 
Ao meu entender, sobre princípio da consunção é quando se tem um crime de menor gravidade que é cometido, tão somente para atingir um objetivo de se cometer um crime de maior gravidade, nesse caso o crime mais grave vai absorver o crime de menor gravidade e o sujeito responderá, somente pelo crime mais grave. 
Exemplo esclarecedor: 
Em pleno sábado, Carlos vai almoçar, em um restaurante próximo a sua casa. Logo depois do almoço, Carlos pede a conta ao garçom. Quando Carlos vai pagar a conta, ele achou que o garçom cobrou a mais do que deveria. (Trocaram palavras de ofensas). No outro dia, Carlos compra uma arma ilícita e resolvematar o garçom. Carlos vai até o restaurante e mata o sujeito. 
Carlos pratica dois crimes, a compra da arma ilícita com o objetivo de matar o garçom e o homicídio. Mas Carlos irá responder só pelo homicídio, pois o crime de compra de arma ilícita é menos grave que o homicídio. 
Crime Progressivo
Conforme as sábias palavras de Damásio de Jesus: [footnoteRef:19]“Existe crime progressivo quando o sujeito, para alcançar um resultado, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave que aquele. O autor desenvolve fases sucessivas, cada um constituindo um tipo de infração. Num crime, o comportamento descrito pelo núcleo do tipo é o resultado de condutas que se realizam através de uma figura criminal menos grave para de maior gravidade.” [19: JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 155.] 
Conforme as palavras de Fernando Capez:[footnoteRef:20] “O crime progressivo ocorre quando o agente, objetivando, desde o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. Há uma única conduta comandada por uma só vontade, mas compreendida por diversos atos (crime plurissubsistente). O último ato, causador do resultado inicialmente pretendido, absorve todos os anteriores, que acarretaram violações em menor grau.” [20: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 182.] 
Conforme as palavras de André Estefam:[footnoteRef:21] “No crime progressivo, o agente possui, desde o princípio, o mesmo escopo e o persegue até o final, ou seja, pretendendo um resultado determinado de maior lesividade (v.g., a morte de alguém), pratica outros fatos de menor intensidade (v.g., sucessivas lesões corporais) para atingi-lo.” [21: ESTEFAM. André. Direito penal: parte geral (arts. 1º a 120). 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. P 201.] 
Ao meu entender, o crime progressivo é o sujeito, que desde o inicio tem o mesmo intuito, e segue até o fim, com o objetivo de alcançar um resultado final.
Exemplo esclarecedor:
Conforme temos o exemplo esclarecedor,[footnoteRef:22] de Fernando Capez: “Por exemplo, revoltado porque sua esposa lhe serviu sopa fria, após um longo e cansativo dia de trabalho, o marido arma-se de um pedaço de pau e, desde logo, decidido a cometer o homicídio (uma única vontade), desfere inúmeros golpes contra a cabeça da vítima até matá-la (vários atos). Como se nota, há uma única ação, isto é, um único crime (um homicídio), comandado por uma única vontade (a de matar), mas constituído por vários atos, progressivamente mais graves. Aplicando-se o princípio da consunção, temos que o último golpe, causador do resultado letal, absorve os anteriores (peixão engole peixinhos), respondendo o agente somente pelo homicídio (as lesões corporais são absorvidas). Em suma, o agente só responde pelo resultado mais grave, ficando absorvidas as lesões anteriores ao bem jurídico.” [22: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 182.
] 
Crime Complexo
Conforme as palavras de Fernando Capez: [footnoteRef:23]“A segunda hipótese se dá no crime complexo, sendo este o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo. Dessa forma, o fato complexo absorve os fatos autônomos que o integram, prevalecendo o tipo resultante da reunião daqueles. Exemplo, latrocínio (constituído pelo roubo + homicídio). Aplica-se o princípio da consunção, porque os fatos componentes do tipo complexo ficam absorvidos pelo crime resultante de sua fusão (o autor somente responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos).” [23: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 183.] 
Conforme as palavras de Capez: [footnoteRef:24]“é o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo. Consequência: o fato complexo absorve os fatos autônomos que o integram, prevalecendo o tipo resultante da reunião daqueles. Exemplo: latrocínio (constituído pelo roubo + homicídio). Aplica-se o princípio da consunção, porque os fatos componentes do tipo complexo ficam absorvidos pelo crime resultante de sua fusão (o autor somente responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos).” [24: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 15ª. Ed. vol. 1. São Paulo : Saraiva, 2011. P 97.] 
Conforme as palavras de André Estefam: [footnoteRef:25]“Entende-se por crimes complexos aqueles que possuem dois objetos jurídicos, como o roubo (CP, art. 157), que tutela o patrimônio e a integridade psíquica ou física da vítima. Também se considera crime complexo a extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), cujo tipo tutela o patrimônio e a liberdade de locomoção do agente; outro exemplo costumeiramente lembrado de crime complexo é o latrocínio (CP, art. 157, § 3º), cujos bens jurídicos são o patrimônio e a vida. Também são chamados de crimes pluriofensivos. É necessário registrar que alguns doutrinadores definem como crimes complexos aqueles resultantes da fusão de dois ou mais tipos penais. Mesmo com essa definição, os exemplos acima citados continuariam sendo de crimes complexos, mas com outras explicações. O roubo seria a fusão do furto (CP, art. 155) com a lesão corporal (CP, art. 129) ou com a ameaça (CP, art. 147); a extorsão mediante sequestro, do sequestro (CP, art. 148) com a extorsão (CP, art. 158); o latrocínio, do roubo com o homicídio. A controvérsia, entretanto, não é irrelevante. Há crimes que serão complexos somente sob um dos critérios. É o caso do estupro. Este somente será delito complexo se considerarmos como tal aquele que contém dois objetos jurídicos (nesse caso, a integridade corporal ou psíquica e a liberdade sexual). É interessante lembrar que, no caso de crimes complexos, a extinção da punibilidade de crime que é seu elemento constitutivo não se estende a este (CP, art. 108). Vale dizer, no crime de extorsão mediante sequestro, o fato de ter ocorrido eventual prescrição da pretensão punitiva com referência ao sequestro, que o integra, não faz com que a extorsão mediante sequestro seja, só por isso, atingida pela prescrição.” [25: ESTEFAM. André. Direito penal: parte geral (arts. 1º a 120). 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. P 103.] 
Conforme as palavras de Nucci:[footnoteRef:26] “Crime complexo é aquele composto de dois ou mais tipos penais. Ex.: roubo = furto + lesões corporais ou ameaça. Diz o art. 101 que, quando um dos elementos ou [26: NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: arts. 1º a 120 do Código Penal. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. P 1269.] 
das circunstâncias do crime constituir delito autônomo, pelo qual admite-se ação pública incondicionada, caberá esta também para o crime complexo. Assim, tomando o mesmo exemplo suprarreferido do roubo, pode-se dizer que, se para o furto cabe ação pública incondicionada e para as lesões leves, condicionada, segundo a regra do art. 101, para o roubo a ação será sempre incondicionada.”
Ao meu entender, o crime complexo é o crime que junta dois ou mais tipos penais, exemplo.: o latrocínio, constituído de roubo e homicídio.
Exemplo esclarecedor: 
Roubo + Homicídio= Latrocínio (matar para roubar)
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 3º  Se da violência resulta:  
(...)               
  II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.                  
Progressão Criminosa
A concepção de Rogério Grego, a respeito da Progressão criminosa é “Na progressão criminosa,ao contrário, o dolo inicial do agente era dirigido e determinado resultado e, durante os atos de execução, resolve ir além, e produzir um resultado mais grave.”[footnoteRef:27] [27: GREGO, Rogério. Curso de Direito Penal: ´parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2017. 983p.] 
Ao concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Progressão criminosa é “A progressão criminosa necessariamente desdobra-se em dois atos (em dois momentos). Primeiro o agente quer praticar o crime menor e pratica; depois resolve consumar a afetação jurídica mais gravosa.”[footnoteRef:28] [28: GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p.] 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Progressão criminosa é “Na progressão criminosa a intenção inicial é praticar o delito menor, e só depois é que, no mesmo iter criminis, resolve ele cometer a infração mais grave.”[footnoteRef:29] [29: JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p.] 
Ao nosso entender a Progressão Criminosa é aplicada, quando o agente é dirigido a cometer determinado crime e obtém seu resultado e, durante o crime de execução, resolve ir além, e produzir um crime com um resultado mais grave. O mesmo por sua vez será julgado somente pelo crime mais grave. Ex: Paulo, inicia a conduta criminosa com o a intenção de lesionar Ricardo, porém, enquanto pratica a ação, resolve matá-lo, e assim o faz. Nesse caso, Paulo não responderá por lesão corporal , mesmo se tratando de duas condutas distintas, mas somente por homicídio, em virtude do "Princípio da Consunção" ou como é conhecido, "Princípio da Absorção" que diz que o crime fim, absorve o crime meio.
Progressão Criminoso em Sentido Estrito
A concepção de Fernando Capez, a respeito da Progressão criminosa em Sentido Estrito é “Elementos da progressão criminosa em sentido estrito: a) Pluralidade de desígnios (o agente inicialmente deseja praticar um crime e, após cometê-lo, resolve praticar outro de maior gravidade, o que demonstra existirem duas ou mais vontades). b) Pluralidade de fatos (ao contrário do crime progressivo, em que há um único fato delituoso composto de diversos atos, na progressão criminosa existe mais de um crime, correspondente a mais de uma vontade). c) Progressividade na lesão ao bem jurídico (o primeiro crime, isto é, a primeira sequência voluntária de atos, provoca uma lesão menos grave do que o último e, por essa razão, acaba por ele absorvido)”[footnoteRef:30] [30: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120) — 15. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011.] 
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Progressão criminosa em Sentido Estrito é “Progressão criminosa em sentido estrito. Ocorre quando o agente após atingir o resultado desejado inicialmente, pratica novo fato (novo crime e não ato) produzindo um resultado mais grave. Solução o agente respondera apenas pelo crime final, em razão do principio da consunção. Ha pluralidade de fatos e pluralidade de elementos objetivos são requisitos da progressão criminosa em sentido estrito -pluralidade de elementos subjetivos -pluralidade de fatos.”[footnoteRef:31] [31: BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81] 
A concepção de site JusBrasil, a respeito da Progressão criminosa em Sentido Estrito é “A progressão criminosa ocorre em sentido estrito quando a suposição que seria um crime progressivo se desvincula no tempo. Um exemplo: Uma quer, a princípio, apenas ferir, e, logo após lesar a integridade física da vítima, resolve matar e o faz. Com isso homicídio absorve a lesão corporal.”[footnoteRef:32] [32: Disponível em https://deborah81.jusbrasil.com.br/artigos/459129851/progressao-criminosa. Acessado em 07/04/2020 às 17h: 30min.] 
	Entendemos assim por Progressão Criminosa de Sentido Estrito, quando o indivíduo tem o intuito de praticar um crime, considerado de menor gravidade e após efetuar o crime, decide cometer outro que por sua vez é considerado de maior gravidade. O mesmo através desse procedimento será julgado somente pelo segundo crime que é considerado de maior gravidade, assim abstendo-se do primeiro crime por ser analisado como insignificante. Ex: Luiz arromba uma casa para roubar uma arma valiosíssima, porém quando está saindo da residência vê o proprietário da arma, e com o intuito de não deixar rastros Luiz acaba matando o mesmo. Neste caso Luiz respondera somente pelo crime de homicídio e nós autos do processo constará a arma que foi utilizada para praticar o crime cometido.
Ante Factum impunível
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Ante Factum Impunível “É o fato menos grave praticado pelo agente antes de um mais grave, como meio necessário à realização deste. A pratica delituosa, que serviu como meio necessário para a realização do crime, fica por este absorvida por se tratar de crime-meio. O crime anterior integra a fase de preparação ou execução do crime posterior e, por isso, não e punível.” [footnoteRef:33] [33: BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81] 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Ante Factum Impunível “... o Ante Factum não punível quando uma conduta menos grave precede a uma mais grave como meio necessário ou normal de realização.”[footnoteRef:34] [34: JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p.] 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Ante Factum Impunível é “ Ante Factum impunível: também é resolvido pelo princípio da consunção. O fato precedente que se coloca necessariamente na linha de desdobramento da afetação (principal) do bem jurídico fica (por ele) absorvido.”[footnoteRef:35] [35: GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p.] 
Compreendemos por assim dizer que Ante Factum Impunível é um dos cernes que rege o princípio da consunção no que refere-se a progressão criminosa, porque é através dele que conseguimos identificar que não se deve punir quando este é ação de passagem necessária à realização final e quando a atividade anterior está compreendida na ulterior, quando o fato anterior é meio em relação ao crime fim. Ex: O agente falsifica a assinatura de um fólio de cheque e o passa a um comerciante, só responderia pelo estelionato, pois não poderia usar aquela folha falsa em nenhuma outra fraude. Aplica-se, então a progressão criminosa, na modalidade fato de Ante Factum Impunível .
Post Factum impunível
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Post Factum Impunível é “o fato menos grave praticado contra o mesmo bem jurídico da mesma vitima, apos a consumação de um primeiro crime. Embora constitua aquele um novo delito, e considerado como impunível, por ser menos grave que o anterior. Nesse caso se aplica a consunção e o agente responde pelo crime anterior (mais grave praticado).”[footnoteRef:36] [36: BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81] 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Post Factum Impunível é “ O post factum impunível quando um fato posterior menos grave é praticado contra o mesmo bem jurídico e do mesmo sujeito, para a utilização de um fato antecedente e mais grave, e disso para deste tirar proveito, mas sem causar outra ofensa.”[footnoteRef:37] [37: JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p.] 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Post Factum Impunível é “Post factum impunível: ocorre quando o agente incrementa uma lesão precedente ao mesmo bem jurídico (já lesado ou posto em perigo).”[footnoteRef:38] [38: GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p.] 
Percebemos por assim dizer Post Factum Impunível é um dos cernes que rege o princípio da consunção no que refere-se a progressãocriminosa, porque é através dele que conseguimos identificar que quando ocorre a conduta do agente, após realizada, o mesmo pratica novo ataque contra o mesmo bem jurídico, visando apenas tirar proveito da prática anterior. O fato posterior é esgotado. Ex: O agente invade uma residência para furtar alguns bens e após o crime cometido o ladrão, resolve destruir o imóvel para não ser descoberto. 
Princípio da Alternatividade
 A concepção de Rogério Grego, a respeito do Princípio da Alternatividade é “Tal princípio terá aplicação	quando	estivermos	diante	de crimes tidos	como	de	ação múltipla ou	de conteúdo	variado, ou seja, crimes	plurinucleares,	nos	quais	o	tipo penal	prevê	mais	de	uma conduta	em	seus	vários	núcleos.”[footnoteRef:39] [39: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol.1. 19. ed.–Niterói,RJ:	Impetus,	2017. 983p.] 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito do Princípio da Alternatividade é “o princípio da alternatividade, a norma penal que prevê vários fatos alternativamente, como modalidades de um mesmo crime, só é aplicável uma vez, ainda quando os ditos fatos são praticados, pelo mesmo sujeito, sucessivamente.”[footnoteRef:40] [40: JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p.] 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito do Princípio da Alternatividade é “o princípio da alternatividade tem validade e aplicação prática nos chamados crimes de conteúdo múltiplo ou variado, que são os que contam com vários verbos como núcleos do tipo (cf. art. 12 da Lei de Tóxicos - Lei 6.368/76, art. 10 da Lei das Armas de Fogo - Lei 9.437/97 etc.). Seu significado prático: quando o sujeito, no mesmo contexto fático, realiza condutas correspondentes a vários verbos, comete um só crime, não vários. É que os verbos nucleares do delito, quando estamos diante de um único contexto fático, devem ser entendidos como alternativos (o tipo, portanto, é alternativo).[footnoteRef:41] [41: GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p.] 
Depreendemos por assim dizer Princípio da Alternatividade é aquele que se volta à solução de conflitos surgidos em face de crimes de ação múltipla, que são aqueles em que o tipo penal expõe vários núcleos, correspondendo cada um desses núcleos a uma conduta. O agente será punido apenas por uma das modalidades. Caso contrário, haverá tantos crimes quantas forem as condutas praticadas. Ex: se o agente importa heroína, transporta maconha e vende, cometeu três crimes e responderá por eles em concurso material, pois um não tem relação com o outro. Não há necessidade de se discutir alternatividade, pois não há nexo de causalidade entre as condutas. Do contrário, se houver causalidade entre as condutas, haverá um único crime, por aplicação do principio da consunção e não da alternatividade.
QUESTÕES
Questão sobre TODO o conteúdo
O _______________ ocorre quando o agente, objetivando, desde o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. Há uma única conduta comandada por uma só vontade, mas compreendida por diversos atos (crime plurissubsistente).
a) Princípio da consução ( )
b) Crime Progressivo (x)
c) Princípio da Subsidiariedade ( )
d) Princípio da Especialidade ( )
e) Crime Complexo ( )
Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO
Para se vingar de uma agressão, Paula, maior de idade, com vontade livre e consciente de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra Zanardi. Tendo se certificado de que apenas um projétil havia atingido Zanardi, em local não letal, e de que ela ainda estava viva, Paula, então, efetuou mais dois disparos. Esse dois disparos foram letais, e o homicídio se consumou. Paula possuía o porte e a posse legal da arma utilizada. 
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta. 
a) Em razão do princípio da consunção, neste caso, Paula responderá unicamente por homicídio
b) Em razão do princípio da consunção, neste caso, Paula responderá unicamente por lesão corporal.
c) Em razão do princípio da alternatividade, neste caso, Paula responderá, tanto por lesão corporal quanto por homicídio.
d) Em razão do princípio da alternatividade, neste caso, Pula responderá unicamente por lesão corporal.
e) Nenhuma das alternativas está correta. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOUT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Parte Geral. 17ª ed. Revista, ampliada e atualizada. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2012. Total de páginas 2.153.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 5ª ed. Vol.1. São Paulo: Saraiva, 1994. Total de páginas 374.
JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Geral. 32ª ed. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 2011. Total de páginas 802.
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal Parte Geral. 2ª ed. Vol. 1São Paulo: Revista dos tribunais. Total de páginas 307.
SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo Andre de. Direito Penal Parte Geral. 7.ed. Vol.1. Salvador: Juspodivm, 2017. Total de páginas 619.
ESTEFAM, André. Direito Penal Parte Geral (art. 1º ao 120). 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Total de páginas 667.
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: Parte Geral. Vol. 1. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Forence. 2019. Total de Páginas 1397.
GRECO, Rogério. Curdo de Direito Penal: “: ´parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2017. 983p.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120) — 15. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011.
BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81
Disponível em https://deborah81.jusbrasil.com.br/artigos/459129851/progressao-criminosa. Acessado em 07/04/2020 às 17h: 30min.
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