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Livro Eletrônico
Aula 07
Gabaritando Provas de Direito Eleitoral - Com Videoaulas - 2020
Fabiano Pereira
07473743414 - Joselly
 
 
 
 
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Sumário 
Apresentação ......................................................................................................................................... 3 
1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ............................................................................................................... 4 
2. DO FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA .................................................................. 5 
2.1. Critérios de distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral ........................................................................... 7 
3. DA ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS .............................................................................. 10 
3.1. Da responsabilidade pela administração financeira de campanha .......................................................... 11 
3.2. Da obrigatoriedade de abertura de conta bancária ................................................................................. 12 
3.3. Da inscrição no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas - CNPJ ............................................................. 14 
3.4. Do financiamento coletivo de campanhas ................................................................................................ 14 
3.5. Doações de pessoas físicas para campanhas eleitorais ............................................................................ 16 
3.5.1. Apuração e fiscalização do limite de doação ................................................................................................... 18 
3.5.2. Formalidades exigidas no momento da doação ............................................................................................... 20 
3.5.3. Recurso de origem não identificada - RONI ...................................................................................................... 21 
3.6. Dos gastos eleitorais ................................................................................................................................. 21 
3.6.1. Despesas de natureza pessoal .......................................................................................................................... 23 
3.6.2. Despesas individuais do próprio eleitor ............................................................................................................ 23 
4. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS............................................................................................................... 25 
4.1. Divulgação das informações pela internet ................................................................................................ 26 
4.2. Sistema simplificado de prestação de contas ........................................................................................... 26 
4.3. Assunção dos débitos de campanha ......................................................................................................... 27 
4.4. Do julgamento das contas......................................................................................................................... 28 
4.4.1. Erros formais ou materiais ............................................................................................................................... 28 
4.4.2. Dos recursos ...................................................................................................................................................... 29 
4.5. Ação de investigação judicial eleitoral ...................................................................................................... 29 
4.6. Da sobra de recursos financeiros .............................................................................................................. 30 
4.7. Das sanções ............................................................................................................................................... 31 
Lista de Questões de Concursos Anteriores ........................................................................................... 32 
Gabarito ............................................................................................................................................... 47 
Questões de Concursos Anteriores Resolvidas e Comentadas ................................................................ 48 
Resumo direcionado ............................................................................................................................. 74 
 
 
Fabiano Pereira
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APRESENTAÇÃO 
Olá! 
 
Como o nosso objetivo é GABARITAR as provas de Direito Eleitoral, hoje continuaremos 
estudando a Lei 9.504/1997, ingressando em tema que possui muitos detalhes, apesar de não ser 
exigido com frequência em provas de concursos públicos: regras sobre a arrecadação e aplicação 
de recursos, bem como prestação de contas em campanhas eleitorais. 
A finalidade da aula é permitir que você compreenda o trâmite que deve ser observado, por 
partidos políticos e candidatos, para obter recursos financeiros para aplicar nas campanhas 
eleitorais, bem como entender as normas sobre a prestação de contas referentes à utilização desse 
dinheiro. 
Mantendo o compromisso de ser objetivo e direto, focando apenas naquilo que é realmente 
importante para as provas de concursos públicos, optei por manter a sequência de informações 
prevista em lei, facilitando, assim, o planejamento e o controle dos tópicos estudados. 
 
No mais, precisando de qualquer auxílio, lembre-se de que estou à disposição! 
Até a próxima aula! 
 
Prof. Fabiano Pereira 
 
Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à 
vontade para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno: 
 
 https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw 
 
 https://www.instagram.com/professorfp 
Fabiano Pereira
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1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Há tempos a corrupção e o abuso de poder econômico tem influenciado direta e 
indiretamente no resultado das eleições brasileiras. Isso ficou mais claro nos últimos anos, com o 
advento da Operação Lava Jato, que revelou que grandes empreiteiras financiavam campanhas 
eleitorais de partidos políticos e candidatos em troca de favores empresariais - a exemplo do 
direcionamento de licitações em grandes obras pública -, o que garantia o recebimento de bilhões e 
bilhões de reais originários dos cofres públicos. 
 Não é fácil combater esses esquemas de corrupção, pois estão em funcionamento há 
décadas, atuando de forma ampla e organizada. Ademais, o enfrentamento depende da aprovação 
de leis realmente eficazes, que permitam a fiscalização dos recursos públicos desde a sua 
arrecadação até a aplicação. 
Um dos grandes desafios a ser superado é que muitos dos envolvidos em esquemas de 
desvios de recursos públicos – conforme demonstrado na Operação Lava Jato – também ocupam 
cargos no Poder Legislativo e atuam no intuito de dificultar a aprovação de projetos de lei com essa 
finalidade, patrocinados por pessoas físicas e jurídicas que insistem em continuar ditando as regras 
governamentais e dilapidando o patrimônio público. 
Apesar da morosidade e dos grandes obstáculos, o fato é que a legislação eleitoral tem 
conseguido evoluir no combate ao abuso do poder econômico e da corrupção eleitoral. Não há 
dúvidas de que o poder econômico ainda é preponderante para a eleição da maioria dos titulares de 
cargos eletivos. Entretanto,com o advento das restrições legais impostas nos últimos anos, esse 
fator vem perdendo força, principalmente em razão da grande influência exercida pelas redes 
sociais. 
Nas eleições presidenciais de 2014, por exemplo, os dois candidatos que disputaram o 
segundo turno gastaram juntos o montante de R$ 573.900.000,00 (quinhentos e setenta e três 
milhões e novecentos mil reais) em suas campanhas eleitorais. Todavia, nas eleições de 2018 o 
candidato eleito declarou gastos de apenas R$ 2.812.442,36 (dois milhões, oitocentos e doze mil, 
quatrocentos e quarenta e dois reais e trinta e seis centavos). Para se ter uma ideia ainda mais 
abrangente, todos os candidatos ao cargo de Presidente da República, juntos, gastaram o montante 
aproximado de R$ 140.000.000,00 (cento e quarenta milhões) de reais. 
É claro que não podemos deixar de lado o fato de que as redes sociais tiveram papel decisivo 
nas eleições presidenciais de 2018, mas, ainda que levemos em consideração essa variável, a 
diferença de gastos nas campanhas eleitorais de 2014 e 2018 é assustadora, mesmo considerando 
as despesas dos candidatos que não foram eleitos. 
Em grande parte, essa redução drástica de gastos foi consequência da decisão proferida pelo 
Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.650/DF - cujo 
julgamento ocorreu em 17/09/2015 -, e que proibiu a doação de pessoas jurídicas para candidatos 
e partidos políticos. Desde as eleições de 2016 apenas pessoas físicas podem realizar doações de 
recursos para campanhas eleitorais, observando-se obrigatoriamente os limites e trâmites legais. 
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Além disso, é importante destacar também a alteração promovida pela Lei 13.488/2017 no 
art. 18 da Lei 9.504/1997, que passou a dispor que “os limites de gastos de campanha serão 
definidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral”, garantindo-se, assim, maior 
equilíbrio e igualdade de oportunidades nas campanhas eleitorais. 
Em suma, penso que estamos no caminho certo, apesar de o cenário ideal ainda se encontrar 
muito distante da nossa realidade. De qualquer forma, não podemos ficar de braços cruzados, 
esperando que os nossos representantes executem as atividades para as quais foram eleitos. Temos 
que fazer a nossa parte, fiscalizando e exigindo que os ocupantes de cargos eletivos, no exercício de 
seus respectivos mandatos, atuem de forma coerente com as propostas defendidas durante as 
companhas eleitorais, pois, somente assim, teremos a oportunidade de viver em um país melhor, 
com igualdade de oportunidades para todos. 
 
2. DO FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA 
Em razão da expressiva diminuição de doações de recursos financeiros em favor dos partidos 
políticos e candidatos - motivadas pelos casos de corrupção divulgados pela Operação Lava Jato e 
pela proibição de doações de pessoas jurídicas-, os partidos políticos se mobilizaram e aprovaram o 
Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que, como o próprio nome diz, caracteriza-se 
como uma fonte pública de recursos financeiros para financiar campanhas eleitorais dos partidos e 
candidatos. 
 
Cuidado para não confundir o Fundo Partidário com o Fundo Especial de Financiamento de 
Campanha (também chamado de Fundo Eleitoral). O primeiro está disciplinado na Lei 
9.096/1995 e tem por finalidade custear as despesas gerais de manutenção dos partidos 
políticos. O segundo consta na Lei 9.504/1997 e tem o propósito de financiar as campanhas 
eleitorais de partidos e candidatos. 
As regras sobre a distribuição dos recursos também são distintas e, justamente por isso, são 
grandes as chances de você encontrar em prova alguma questão tratando sobre o tema! 
 
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Disponível em https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,entenda-o-que-sao-e-quais-as-diferencas-entre-
o-fundo-eleitoral-e-o-fundo-partidario,70002362544. Acesso em 24/05/2019. 
 
O art. 16-C da Lei 9.504/1997 dispõe que o Fundo Especial de Financiamento de Campanha 
(FEFC) é constituído por dotações orçamentárias da União em ano eleitoral, em valor ao menos 
equivalente: 
I - ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros definidos 
em lei; 
II - ao percentual do montante total dos recursos da reserva específica a programações decorrentes 
de emendas de bancada estadual impositiva, que será encaminhado no projeto de lei orçamentária 
anual. 
 
A propósito, é importante esclarecer que a Lei 13.473/2017 trata das diretrizes para a 
elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2018, dispondo da seguinte maneira sobre as 
reservas específicas: 
§ 3º O Projeto de Lei Orçamentária de 2018 conterá reservas específicas para atendimento de: 
I - programações decorrentes de emendas individuais estabelecidas no § 2º do art. 59 ; e 
II - programações decorrentes de emendas de bancada estadual de execução obrigatória e de 
despesas necessárias ao custeio de campanhas eleitorais. 
§ 4º Os valores das reservas previstas nos incisos I e II do § 3º deste artigo serão equivalentes, 
respectivamente, ao montante da execução obrigatória de emendas individuais de 2017, calculado 
nos termos do § 11 do art. 166 da Constituição , e ao montante de execução obrigatória de emendas 
de bancada estadual de 2017, corrigidos de acordo com o inciso II do § 1º do art. 107 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias. 
 
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Emendas parlamentares são propostas de alteração, apresentadas pelos parlamentares, no 
orçamento anual sugerido pelo Governo. Atualmente, cada membro do Senado e da Câmara 
dos Deputados possui uma cota individual de aproximadamente R$ 15.000.000,00 (quinze 
milhões de reais) para direcionar para os fins que entender conveniente, valendo-se, no 
máximo, de 25 emendas individuais distintas. Ademais, as bancadas estaduais também 
possuem a prerrogativa de apresentar emendas ao orçamento anual apresentado pela União, 
direcionando recursos para projetos em seus respectivos Estados. 
O Tesouro Nacional depositará os recursos do FEFC no Banco do Brasil, em conta especial à 
disposição do Tribunal Superior Eleitoral, até o primeiro dia útil do mês de junho do ano do pleito. 
No dia 1º de junho de 2018, por exemplo, foi depositado na conta do TSE o montante de R$ 
1.716.209.431,00 (um bilhão, setecentos e dezesseis milhões, duzentos e nove mil e quatrocentos 
e trinta e um reais) para ser gasto pelos partidos políticos e candidatos nas eleições para os cargos 
de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado, Senador, 
Deputado Federal e Deputado Distrital. 
Nos quinze dias subsequentes ao depósito, o Tribunal Superior Eleitoral divulgará o montante 
de recursos disponíveis no Fundo Eleitoral, permitindo, assim, o controle e fiscalização por parte dos 
interessados. 
 
2.1. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO ELEITORAL 
Os recursos do Fundo Eleitoral ficarão à disposição do partido político somente após a 
definição de critérios para a sua distribuição, os quais, aprovados pela maioria absoluta dos 
membros do órgão de direção executiva nacional do partido, serão divulgados publicamente. 
É importante destacar que os próprios partidos políticos serão responsáveis pela definição 
dos critérios internos para a distribuição dos recursos recebidos, sendo vedado à Justiça Eleitoral 
interferir ou realizar qualquer tipo de análise prévia, por se tratar de matéria interna corporis. 
Entretanto,deve ficar claro que a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral analisará o cumprimento 
dos requisitos para distribuição do FEFC e, caso sejam necessários, poderá solicitar esclarecimentos 
adicionais ao diretório nacional do partido. 
A Resolução TSE nº 23.568/2018, em seu art. 6º, assim dispõe: 
Art. 6º Os recursos do FEFC ficarão à disposição do partido político somente após a definição dos 
critérios para a sua distribuição, os quais devem ser aprovados pela maioria absoluta dos 
membros do órgão de direção executiva nacional do partido (Lei nº 9.504/1997, art. 16-C, § 7º). 
 
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§ 1º Os critérios a serem fixados pela direção executiva nacional do partido devem prever a 
obrigação de aplicação mínima de 30% (trinta por cento) do total recebido do FEFC, destinado 
ao custeio da campanha eleitoral das candidatas do partido ou da coligação (STF: ADI nº 5.617/DF, 
julgada em 15 de março de 2018 e TSE: Consulta nº 0600252-18, julgada em 22 de maio de 2018). 
§ 2º Os diretórios nacionais dos partidos políticos devem promover ampla divulgação dos critérios 
fixados, preferencialmente em sua página na Internet. 
§ 3º Após a reunião da executiva nacional que deliberar sobre os critérios de distribuição do FEFC, 
os diretórios nacionais dos partidos políticos devem encaminhar ofício à Presidência do TSE, 
indicando os critérios fixados para distribuição do FEFC, acompanhado de: 
I - ata da reunião, subscrita pelos membros da executiva nacional do partido, com reconhecimento 
de firma em Cartório; 
II - prova material de ampla divulgação dos critérios de distribuição do FEFC; e 
III - indicação dos dados bancários de uma única conta corrente, aberta exclusivamente em nome 
do diretório nacional do partido político para movimentação dos recursos do FEFC. 
 
Os recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não forem 
utilizados nas campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, 
integralmente, no momento da apresentação da respectiva prestação de contas. 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 16-D, afirma que os recursos do Fundo Especial de 
Financiamento de Campanha (FEFC), para o primeiro turno das eleições, serão distribuídos entre os 
partidos políticos, obedecidos os seguintes critérios: 
I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados 
no Tribunal Superior Eleitoral; 
II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um 
representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na 
última eleição geral para a Câmara dos Deputados; 
III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de 
representantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares. É importante 
esclarecer que o § 3º do art. 16-D, acrescentado pela Lei 13.877/19, dispõe que “a distribuição dos 
recursos entre os partidos terá por base o número de representantes eleitos para a Câmara dos 
Deputados na última eleição geral, ressalvados os casos dos detentores de mandato que migraram 
em razão de o partido pelo qual foram eleitos não ter cumprido os requisitos previstos no § 3º do art. 
17 da Constituição Federal. 
IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes 
no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares. O § 4º do art. 16-D, acrescentado pela 
Lei 13.877/19, dispõe que Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a distribuição dos 
recursos entre os partidos terá por base o número de representantes eleitos para o Senado Federal na 
última eleição geral, bem como os Senadores filiados ao partido que, na data da última eleição geral, 
encontravam-se no 1º (primeiro) quadriênio de seus mandatos. 
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 Apenas para exemplificar, eis o montante de dinheiro recebido pelos partidos políticos em 
2018, para financiamento das campanhas eleitorais: 
PARTIDO VALOR TOTAL DO FEFC 
MDB (PMDB) R$ 230.974.290,08 
PT R$ 212.244.045,51 
PSDB R$ 185.868.511,77 
PP R$ 131.026.927,86 
PSB R$ 118.783.048,51 
PR R$ 113.165.144,99 
PSD R$ 112.013.278,78 
DEM R$ 87.503.080,78 
PRB R$ 66.983.248,93 
PTB R$ 62.260.585,97 
PDT R$ 61.475.696,42 
SOLIDARIEDADE R$ 40.127.359,42 
PODEMOS (PTN) R$ 36.112.917,34 
PSC R$ 35.913.889,78 
PCdoB R$ 30.544.605,53 
PPS R$ 29.203.202,71 
PV R$ 24.640.976,04 
PSOL R$ 21.430.444,90 
PROS R$ 26.124.350,14 
PHS R$ 18.064.589,71 
AVANTE (PTdoB) R$ 12.438.144,67 
REDE R$ 10.662.556,58 
PATRIOTAS (PEN) R$ 9.936.929,10 
PSL R$ 9.203.060,51 
PTC R$ 6.334.282,12 
PRP R$ 5.471.690,91 
DC (PSDC) R$ 4.140.243,38 
PMN R$ 3.883.339,54 
PRTB R$ 3.794.842,38 
PSTU R$ 980.691,10 
PPL R$ 980.691,10 
PCB R$ 980.691,10 
PCO R$ 980.691,10 
PMB R$ 980.691,10 
NOVO R$ 980.691,10 
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Para que o candidato tenha acesso aos recursos do Fundo Eleitoral deverá fazer requerimento por 
escrito ao órgão partidário respectivo. Levando-se em consideração que os critérios de distribuição dos 
recursos são definidos pelas próprias agremiações, a simples apresentação de requerimento pelo 
candidato, por si só, não assegura o direito ao recebimento de parte do recurso. 
A propósito, destaca-se que a Lei 13.877/2019 inseriu o § 16 no art. 16-C da Lei 9.504/1997, dispondo 
que “os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1º (primeiro) dia útil do mês de 
junho a renúncia ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos demais partidos. 
 
3. DA ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 18, dispõe que os limites de gastos de campanha serão definidos 
em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral em cada pleito. Nas eleições de 2018, por 
exemplo, foi fixado o limite de gastos de R$ 70.000.000,00 (setenta milhões de reais) no primeiro 
turno, para a disputa do cargo de Presidente da República. Para o segundo turno, foi fixado o 
montante de R$ 35.000.000,00 (trinta e cinco milhões de reais), o que totalizou R$ 105.000.000,00 
(cento e cinco milhões de reais) para cada candidato que disputou o segundo turno das eleições 
presidenciais. 
Em relação aos demais cargos eletivos em disputa, o valor máximo de gastos foi fixado de 
forma variável, levando-se em consideração a quantidade de eleitores existente em cada Estado, 
no dia 31 de maio de 2018. No estado de São Paulo, por exemplo, o limite de gastos para o cargo de 
Governador foi de R$ 21.000.000,00 (vinte e um milhões de reais), enquanto no estado do Acre foi 
de R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais). 
A fim de garantir que o limite de gastos seja efetivamente observado, tratou o art. 18-B da Lei 
9.504/1997 de dispor que “o descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha 
acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que 
ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder 
econômico”. 
 
Suponhamos que, no Estado do Acre, Doquinha tenha apresentado prestação de contas de 
campanha declarando gastos no montante de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), na 
disputa para o cargo de Governador. Nesse caso, sujeitar-se-á ao pagamento de multa de R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais), que corresponde a 100% (cem por cento) da quantia que 
ultrapassou o limite fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral. 
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Ficam vedadas quaisquer doações em dinheiro, bem como de troféus, prêmios ou ajudas de 
qualquer espécie feitas por candidato, entre o registro e a eleição, a pessoas físicas ou jurídicas. 
A Lei 13.877/2019 inseriu o parágrafo único no art. 18-A da Lei 9.504/1997, que passou a 
dispor que os gastos advocatícios e de contabilidade referentes a consultoria, assessoria e 
honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor destas, bem 
como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não 
estão sujeitos a limites de gastos ou a limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla 
defesa. 
 
Ademais, a mencionada lei também fixou o limite de gastos nas campanhas para prefeito e vereador, 
nos seguintes termos: 
Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e vereador, 
na respectiva circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos nas eleições de 
2016, atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pela 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir. 
(Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019) 
Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde houver, o 
limite de gastos de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite previsto no caput 
deste artigo. 
 
3.1. DA RESPONSABILIDADE PELA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CAMPANHA 
O art. 17 da Lei 9.504/1997 é expresso ao afirmar que as despesas da campanha eleitoral 
serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma 
prevista na legislação eleitoral. Em outras palavras, pode-se afirmar que o partido político tem a 
prerrogativa de assumir o gerenciamento financeiro da campanha eleitoral do candidato, porém, 
essa assunção não isenta o candidato das responsabilidades civis, penais e administrativas 
decorrentes de eventuais irregularidades, o que o obriga a acompanhar de perto todo o processo. 
 
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Levando-se em consideração que o candidato geralmente fica muito atarefado durante a 
campanha eleitoral, principalmente em relação aos cargos em disputa nas eleições gerais, o art. 20 
da Lei 9.504/1997 permite a designação de um terceiro para realizar a administração financeira de 
sua campanha usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo 
Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas. Entretanto, lembre-se sempre de que o 
candidato é solidariamente responsável com a pessoa designada pela veracidade das informações 
financeiras e contábeis de sua campanha, devendo ambos assinar a respectiva prestação de contas. 
 
Cuidados com as “pegadinhas” de prova, pois a banca pode afirmar que o candidato é 
subsidiariamente responsável com a pessoa designada pela veracidade das informações, o que 
não é verdade! A responsabilidade será sempre solidária. 
3.2. DA OBRIGATORIEDADE DE ABERTURA DE CONTA BANCÁRIA 
 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 22, dispõe que “é obrigatório para o partido e para os 
candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da 
campanha”. Trata-se de mecanismo essencial para evitar o famoso “Caixa 2”, que é a utilização de 
recursos financeiros sem o devido registro contábil na prestação de contas de campanha. 
Entretanto, destaca-se que essa obrigatoriedade não se aplica aos casos de candidatura para 
Prefeito e Vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento 
bancário. 
 
A resolução do TSE nº 23.553/2017, em seu art. 4º, § 2º, proíbe o pagamento de gastos 
eleitorais com moedas virtuais, a exemplo do Bitcoin. 
Todo e qualquer recurso financeiro utilizado pelo candidato ou partido político durante a 
campanha deve obrigatoriamente transitar pela conta bancária. A exigência de abertura de conta 
corrente permanece ainda que o candidato ou partido político não tenham qualquer tipo de 
movimentação financeira (não tenham recebido qualquer doação ou realizado qualquer gasto). 
 
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O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não provenham da 
conta corrente especialmente aberta para utilização durante a campanha eleitoral implicará a 
desaprovação da prestação de contas do partido ou candidato; comprovado abuso de poder 
econômico, será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já houver sido 
outorgado. Ocorrendo a desaprovação das contas, a Justiça Eleitoral remeterá cópia de todo o 
processo ao Ministério Público Eleitoral para os fins previstos no art. 22 da Lei Complementar no 
64, de 18 de maio de 1990. 
 
Ainda que o candidato ou partido político estejam dispensados da abertura de conta corrente - 
como no caso de inexistência de agência bancária ou posto de atendimento no município -, 
permanece a obrigatoriedade de prestação das contas de campanha. 
Em seu § 1º, o art. 22 afirma que os bancos são obrigados a: 
I - acatar, em até três dias, o pedido de abertura de conta de qualquer candidato escolhido em 
convenção, sendo-lhes vedado condicioná-la a depósito mínimo e à cobrança de taxas ou de outras 
despesas de manutenção – ainda que o candidato possua conta corrente bancária ativa, em nome 
de sua pessoa física, deverá providenciar a abertura de nova conta corrente, com o único propósito 
de movimentar os recursos arrecadados e gastos durante a campanha eleitoral. Trata-se de conta 
corrente temporária, pois, ao término do período eleitoral, deve ser obrigatoriamente encerrada. 
A propósito, destaca-se que a conta corrente será aberta em nome da pessoa jurídica do candidato, 
utilizando-se o número do CNPJ obtido no momento da formalização do requerimento de registro 
de candidatura. 
II - identificar, nos extratos bancários das contas correntes a que se refere o caput, o CPF ou o 
CNPJ do doador – é importante esclarecer que a ausência do cadastro do CPF do doador, no 
momento do depósito/transferência, impossibilita a identificação da origem do recurso e, 
consequentemente, obriga o partido político ou candidato recolher o montante para o Tesouro 
Nacional. Apesar de o dispositivo referir-se a CNPJ, lembre-se de que as pessoas jurídicas estão 
proibidas de realizar doações para campanhas eleitorais de candidatos e partidos políticos. 
III - encerrar a conta bancária no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo 
existente para a conta bancária do órgão de direção indicado pelo partido, na forma prevista no 
art. 31, e informar o fato à Justiça Eleitoral – a conta corrente aberta com o único propósito de 
disputa das eleições deve ser obrigatoriamente encerrada após o período eleitoral. Nesse caso, se 
estivermos diante de uma eleição municipal, por exemplo, eventual saldo positivo existente deve 
ser transferido para a conta bancária do órgão partidário municipal. Tratando-se de eleição de 
âmbito estadual ou nacional (Presidente da República), a transferência deve ser realizada para os 
diretórios regional e nacional, respectivamente. 
 
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3.3. DA INSCRIÇÃO NO CADASTRO NACIONAL DAS PESSOAS JURÍDICAS - CNPJ 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 22-A, dispõe que “os candidatos estão obrigados à inscriçãono 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ”, que será fornecido, pela Justiça Eleitoral, em até 3 
(três) dias úteis após o recebimento do pedido de registro da candidatura. 
A abertura de conta corrente bancária dos candidatos será realizada com a utilização do 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ e não com o Cadastro de Pessoa Física – CPF. Ademais, 
logo após o encerramento do período eleitoral o CNPJ perde a sua eficácia, pois é criado com o único 
propósito de gerenciamento das atividades de campanha eleitoral. 
 
O candidato apenas poderá promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as 
despesas necessárias à campanha eleitoral depois de obtida a inscrição no Cadastro Nacional 
da Pessoa Jurídica – CNPJ e aberta a respectiva conta bancária. 
 
3.4. DO FINANCIAMENTO COLETIVO DE CAMPANHAS 
 
A Lei 13.488/2017 introduziu, no art. 22-A, § 3º, da Lei 9.504/1997, importante mecanismo 
de arrecadação de recursos para o financiamento coletivo das campanhas eleitorais: o 
crowdfunding, que nada mais é do que uma “vaquinha virtual” coordenada por sites especializados 
nesse tipo de atividade. 
Desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, é facultada aos pré-candidatos a arrecadação prévia 
de recursos por meio do crowdfunding, mas a liberação de recursos por parte das entidades 
arrecadadoras fica condicionada ao registro da candidatura, e a realização de despesas de 
campanha deverá observar o calendário eleitoral. Caso não seja efetivado o registro da candidatura, 
as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos doadores. 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 23, § 3º, IV, afirma que as instituições que promovam técnicas 
e serviços de financiamento coletivo por meio de sítios na internet, aplicativos eletrônicos e outros 
recursos similares, deverão atender aos seguintes requisitos: 
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a) cadastro prévio na Justiça Eleitoral, que estabelecerá regulamentação para prestação de 
contas, fiscalização instantânea das doações, contas intermediárias, se houver, e repasses aos 
candidatos; 
b) identificação obrigatória, com o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas (CPF) de cada um dos doadores e das quantias doadas; 
c) disponibilização em sítio eletrônico de lista com identificação dos doadores e das 
respectivas quantias doadas, a ser atualizada instantaneamente a cada nova doação; 
d) emissão obrigatória de recibo para o doador, relativo a cada doação realizada, sob a 
responsabilidade da entidade arrecadadora, com envio imediato para a Justiça Eleitoral e 
para o candidato de todas as informações relativas à doação; 
e) ampla ciência a candidatos e eleitores acerca das taxas administrativas a serem cobradas 
pela realização do serviço; 
f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta Lei (vedação à doação 
realizada por pessoas jurídicas); 
g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respeito ao início do período 
de arrecadação financeira, nos termos dispostos no § 2º do art. 22-A; 
 h) observância dos dispositivos desta Lei relacionados à pro/paganda na internet. 
 
Em 08 de maio de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral respondeu à consulta nº 11.551, 
formulada pelo Senador Paulo Renato Paim, e que tinha por finalidade o esclarecimento de 
algumas dúvidas sobre a utilização do serviço de financiamento coletivo em campanhas 
eleitorais. 
O Senador apresentou as seguintes perguntas em sua consulta: 
- Como será feita a propaganda de divulgação para arrecadação de recursos na modalidade 
financiamento coletivo pelos pré-candidatos? 
- A partir de que data será possível fazer a divulgação da arrecadação na modalidade 
financiamento coletivo pelos pré-candidatos? 
- Será possível utilizar as redes sociais e aplicativos eletrônicos como, por exemplo, o whatsapp 
para divulgar a arrecadação de financiamento coletivo pelos pré-candidatos? 
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- Será possível utilizar imagens, banners, folders eletrônicos para divulgação do financiamento 
coletivo pelos pré-candidatos? 
Após analisar cada uma das perguntas, eis a resposta fornecida pelo Tribunal Superior 
Eleitoral à consulta nº 11.551, que ficou sob a relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso: 
Consulta. Financiamento coletivo de campanha. Arrecadação prévia. Termo inicial e forma de 
divulgação. Observância das regras relacionadas à propaganda na internet. 
1. Consulta formulada por Senador da República sobre a forma de divulgação por pré-
candidatos do serviço de financiamento coletivo de campanha eleitoral. 
2. O Crowdfunding é o termo utilizado para designar o apoio de uma iniciativa por meio da 
contribuição financeira de um grupo de pessoas. A Lei nº 9.504/1997, com as alterações 
promovidas pela Lei nº 13.488/2017, passou a admitir essa modalidade de arrecadação para 
as campanhas eleitorais. 
3. O art. 22-A, § 3º, da Lei nº 9.504/1997 e o art. 23, § 4º, da Resolução TSE nº 23.553/2017 
estabelecem que “desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, é facultada aos pré-candidatos a 
arrecadação prévia de recursos na modalidade” de financiamento coletivo. 
4. Por decorrência lógica, a data em que se autoriza o início de arrecadação constitui o marco 
para início da divulgação do serviço de crowdfunding eleitoral. Afinal, por sua própria natureza, 
trata-se de mecanismo de arrecadação que pressupõe a prévia divulgação. A campanha de 
arrecadação, no entanto, não pode envolver pedido de voto (Lei nº 9.504/1997, art. 36-A, VII). 
5. Além dessa limitação de conteúdo, nos termos do art. 23, § 4º, IV, h, da Lei nº 9.504/1997, 
as estratégias e meios de divulgação devem observar as regras da propaganda eleitoral na 
internet. 
6. Consulta respondida nos seguintes termos: “A divulgação do serviço de financiamento 
coletivo de campanha (crowdfunding eleitoral) por pré-candidatos pode se iniciar em 15 de 
maio do ano eleitoral observando-se: (i) a vedação a pedido de voto; e (ii) as regras relativas 
à propaganda eleitoral na internet”. 
3.5. DOAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS PARA CAMPANHAS ELEITORAIS 
 O art. 23 da Lei 9.504/1997 dispõe que pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou 
estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais, desde que observadas as disposições e limites 
legais. 
Professor, o que seria uma doação estimável em dinheiro? 
Doação estimável em dinheiro é aquela que não é feita por meio de pecúnia (dinheiro), mas 
por um bem que possui valor financeiro, devendo ser feitas mediante recibo, devidamente assinado 
pelo doador, exceto nas seguintes hipóteses: 
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I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa 
cedente – é possível a cessão de um ponto comercial, por exemplo, cujo valor estimado do 
aluguel não ultrapasse o montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso 
comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser 
registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa. 
III - a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até 
o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha – se Coxinha está disputando o 
cargo eletivo de vereador, por exemplo, e recebe a título de cessão (“empréstimo”) o carro da 
esposa para utilizar durante a campanha eleitoral, não se exigirá o preenchimentodo 
respectivo recibo de doação. 
 
Eis um exemplo de doação estimável em dinheiro para você entender melhor! Suponhamos 
que Doquinha tenha o interesse em realizar uma doação para a campanha de seu amigo 
Coxinha - que disputa o cargo eletivo de vereador -, mas não tenha recurso em dinheiro 
disponível. Nesse caso, como possui um veículo Fiat UNO 2010/2010, pode doá-lo para 
utilização provisória na campanha de Coxinha (transporte de cabos eleitorais, por exemplo). 
No momento do preenchimento da prestação de contas, Coxinha deverá informar para a Justiça 
Eleitoral essa doação do veículo, estimando o valor aproximado que teria gastado caso tivesse 
que alugar um carro semelhante para realizar o transporte de eleitores. 
As doações e contribuições de pessoas físicas ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos 
rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. A doação de quantia 
acima desse limite sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de até 100% (cem por 
cento) da quantia em excesso. 
 
Suponhamos que durante todo o ano de 2017, Aristóteles tenha recebido rendimentos brutos 
no valor total de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Nesse caso, por simples operação 
matemática, poderia se concluir que estaria autorizado a doar o valor de até R$ 12.000,00 (doze 
mil reais) para campanhas eleitorais. Todavia, imaginemos que Aristóteles tenha realizado 
doações no montante de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), seja por desconhecimento do limite 
legal ou por descuido no momento de efetivar os cálculos sobre a sua renda. 
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Ora, não restam dúvida de que Aristóteles extrapolou, em R$ 3.000,00 (três mil reais), o limite 
legal que poderia realizar a título de doações para campanhas eleitorais. Diante disso, estará 
sujeito ao pagamento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso, 
isto é, a multa a ser aplicada por ser de até R$ 3.000,00 (três mil reais), devendo o órgão da 
justiça eleitoral levar em consideração, no caso em concreto, os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade. 
 
O limite de 10% (dez por cento) não se aplica a doações estimáveis em dinheiro relativas à 
utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços 
próprios, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por 
doador. Se Coxinha é motorista profissional, por exemplo, pode doar o seu serviço próprio de 
motorista para qualquer candidato, ainda que, na prática, o valor estimado do serviço seja 
superior a 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição (desde que não 
ultrapasse o valor de R$ 40.000,00 - quarenta mil reais). Por sua vez, Coxinha não pode doar 
o serviço de locução e narração, pois essa não é a sua atividade profissional. 
Ademais, destaca-se que o art. 28, § 12, da Lei 9.504/1997, dispõe que os valores transferidos 
pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de contas dos 
candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos partidos, como 
transferência aos candidatos. 
Por fim, deve ficar claro que a Lei 13.878/2019 inseriu o § 2º-A no art. 23 da Lei 9.504/1997, 
dispondo que “o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez 
por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. 
 
3.5.1. Apuração e fiscalização do limite de doação 
A própria Lei 9.504/1997, em seu art. 24-C, afirma que o limite de doação imposto à pessoa 
física será apurado anualmente pelo Tribunal Superior Eleitoral e pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil. 
A fim de possibilitar o efetivo conhecimento dos valores doados por cada pessoa física, o 
Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar as informações sobre as doações registradas até 31 de 
dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando: 
I - as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até 30 
de abril do ano subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei no 9.096, de 19 de 
setembro de 1995 (é importante esclarecer que a menção ao dia 30/04 ainda conta no texto 
original da Lei 9.504/1997, não tendo sido modificado pela Lei 13.877/2019). 
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II - as prestações de contas dos candidatos às eleições ordinárias ou suplementares que 
tenham ocorrido no exercício financeiro a ser apurado. 
Para possibilitar a memorização do trâmite relativo ao cruzamento de informações para a 
identificação de pessoas físicas que realizam doações acima do limite estabelecido legalmente, 
apresentarei o conteúdo no formato de passo a passo: 
1º - Após a apuração de todos os valores que foram doados a partidos políticos e candidatos 
no ano eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral encaminhará o respectivo relatório, até o dia 30 
de maio do ano seguinte ao da eleição, para a Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
2º - De posse do relatório, a Secretaria da Receita Federal do Brasil realizará o cruzamento 
dos valores doados com os rendimentos da pessoa física. Pode acontecer, por exemplo, de 
uma pessoa física realizar doação de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a determinado candidato, 
mas, no momento de enviar a declaração de imposto de renda para a RFB, apresentar-se como 
isento de cumprir essa obrigação. 
Nesse caso, não há dúvidas de que há grande indício de excesso, pois, referente ao exercício 
2018, apenas estavam isentos de entregar a declaração do imposto de renda pessoas que 
tiveram rendimentos anuais de até R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos se cinquenta e 
nove reais e setenta centavos). Se o doador realmente era isento de apresentar a declaração 
do imposto de renda, na prática, poderia ter doado, no máximo, o valor de R$ 2.855,97 (dois 
mil, oitocentos e cinquenta e cinco reais e noventa e sete centavos). 
3º - Constatado o indício de excesso, a Secretaria da Receita Federal do Brasil comunicará o 
fato, até 30 de julho do ano seguinte ao da apuração/eleição, ao Ministério Público 
Eleitoral, para a adoção das medidas cabíveis. 
4º - De posse das informações e documentos probatórios, o Ministério Público Eleitoral 
poderá, até o final do exercício financeiro (até o dia 31 de dezembro do ano seguindo ao da 
apuração/eleição), apresentar representação com vistas à aplicação da penalidade prevista 
no art. 23 da Lei 9.504/1997 (multa de até 100% sobre o valor excedente) e de outras sanções 
que julgar cabíveis. 
 
A Lei 13.877/2019 inseriu o parágrafo § 10 no art. 23 da Lei 9.504/1997, passando a dispor 
que “o pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de 
honorários de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços 
em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como em processo judicial decorrente de 
defesa de interesses de candidato ou partido político, não será considerado para a aferição 
do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços estimáveis 
em dinheiro. 
 
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3.5.2. Formalidades exigidas no momento da doação 
As doações de recursos financeiros deverão, obrigatoriamente, transitar pela conta corrente 
do candidato ou partido político, sob pena de desaprovação das respectivas contas. Ademais, apenas 
poderão ser realizadas por meio de: 
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos; 
II - depósitos em espécie, devidamente identificados,respeitando-se o limite de 10% 
dos rendimentos auferidos pela pessoa física; 
III - mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, 
permitindo inclusive o uso de cartão de crédito (crowdfunding). 
V - comercialização de bens e/ou serviços, ou promoção de eventos de arrecadação 
realizados diretamente pelo candidato ou pelo partido político. 
 
Na hipótese de doações realizadas por meio do crowdfunding ou em eventos de arrecadação 
realizados pelo candidato ou partidos políticos, fraudes ou erros cometidos pelo doador sem 
conhecimento dos candidatos, partidos ou coligações não ensejarão a responsabilidade destes 
nem a rejeição de suas contas eleitorais. 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 24, afirma que é vedado a partido e candidato, receber direta 
ou indiretamente, doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade 
de qualquer espécie, procedente de: 
I - entidade ou governo estrangeiro; 
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos 
provenientes do Poder Público; 
III - concessionário ou permissionário de serviço público; 
IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória 
em virtude de disposição legal; 
V - entidade de utilidade pública; 
VI - entidade de classe ou sindical; 
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior. 
VIII - entidades beneficentes e religiosas; 
X - entidades esportivas; 
X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos; 
XI - organizações da sociedade civil de interesse público. 
 
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Perceba que todas as entidades mencionadas no art. 24 podem ser classificadas como 
pessoas jurídicas, portanto, de qualquer forma estariam proibidas de realizar doações para 
campanhas eleitorais de candidatos e partidos políticos, por força na decisão do Supremo Tribunal 
Federal proferida no julgamento da ADI 4650/DF. 
 
3.5.3. Recurso de origem não identificada - RONI 
 Todos os recursos financeiros creditados em conta corrente de partido político ou coligação, 
durante as campanhas eleitorais, devem possuir a identificação do respectivo doador. A exigência 
se justifica a fim de que a Justiça Eleitoral possa verificar, por exemplo, se a doação realmente foi 
realizada por pessoa física e se os limites legais foram observados. 
 Ademais, se fosse possível realizar doações anônimas, criar-se-ia um grande leque para 
fraudes, já que pessoas jurídicas poderiam continuar realizando doações, porém, sem a respectiva 
identificação, o que seria ainda mais prejudicial ao processo eleitoral. 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 24, § 4º, dispõe que o partido ou candidato que receber 
recursos provenientes de fontes vedadas (a exemplo de pessoas jurídicas) ou de origem não 
identificada (doação anônima que não possibilitou a identificação do doador, por exemplo) deverá 
proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte, 
transferi-los para a conta única do Tesouro Nacional, por meio de Guia de Recolhimento da União 
– GRU, a ser paga em qualquer agência do Banco do Brasil. 
O comprovante de devolução ou de recolhimento, conforme o caso, poderá ser apresentado 
em qualquer fase da prestação de contas ou até 5 (cinco) dias após o trânsito em julgado da 
decisão que julgar as contas de campanha, sob pena de encaminhamento das informações à 
representação estadual ou municipal da Advocacia-Geral da União, para fins de cobrança. 
 
3.6. DOS GASTOS ELEITORAIS 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 26, afirma que são considerados gastos eleitorais, sujeitos a 
registro e aos limites fixados nesta Lei: 
I - confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto no § 3o 
do art. 38 desta Lei; 
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a 
conquistar votos; 
III - aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral; 
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das 
candidaturas, observadas as exceções previstas no § 3º deste artigo. 
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V - correspondência e despesas postais; 
VI - despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários às 
eleições; 
VII - remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às 
candidaturas ou aos comitês eleitorais; 
VIII - montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados; 
IX - a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura; 
X - produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda 
gratuita; 
XI - (Revogado); 
XII - realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais; 
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de conteúdos 
contratados diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País; 
Por sua vez, o § 1º, do mesmo dispositivo, estabelece os seguintes limites com relação ao 
total do gasto da campanha: 
I - alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% 
(dez por cento); 
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento). 
 
Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados 
mediante a apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o 
caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de 
apresentação de qualquer outro documento para esse fim. 
 
A Lei 13.877/2019 acrescentou o § 4º no art. 26 da Lei 9.504/1997, passando a dispor que “as 
despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da 
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão 
consideradas gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite de gastos de campanha. Os recursos 
originados do FEFC utilizados para pagamento das despesas de consultoria, assessoria e de 
honorários realizadas em decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade serão 
informados em anexo à prestação de contas dos candidatos. 
 
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3.6.1. Despesas de natureza pessoal 
 O art. 26, § 3º, da Lei 9.504/1997, dispõe que não são consideradas gastos eleitorais nem se 
sujeitam a prestação de contas as seguintes despesas de natureza pessoal do candidato: 
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha – 
se o candidato possui um veículo particular e decide utilizá-lo durante a campanha eleitoral 
para viajar e se deslocar entre os diversos eventos políticos, por exemplo, não é necessário 
inserir as despesas com manutenção e combustível desse veículo na prestação de contas a ser 
entregue perante a justiça eleitoral. 
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a alínea 
a deste parágrafo – se o candidato está disputando o cargo de Deputado Federal ou 
Governador de Estado, por exemplo, precisará se deslocar por vário/s cidades diferentes para 
participar de comícios, reuniões e outros eventos relacionados à campanha eleitoral. Em 
alguns casos, pode ser que não possua Carteira Nacional de Habilitação; em outros, 
simplesmente que opte por contratar um motoristapara dirigir o veículo e garantir um maior 
conforto e oportunidades de descanso entre as várias viagens. Em quaisquer dessas hipóteses, 
as despesas referentes à contração desse motorista não precisarão ser contabilizadas na 
prestação de contas de campanha, o que acaba sendo um grande diferencial, pois não 
interfere no limite de gastos fixados pelo Tribunal Superior Eleitoral. 
c) alimentação e hospedagem própria; 
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três 
linhas – é importante esclarecer que apenas as despesas com linhas telefônicas registradas 
na pessoa física do candidato não precisarão ser contabilizadas na prestação de contas de 
campanha. Se o candidato registra alguma linha telefônica no CNPJ de campanha, por 
exemplo, ainda que a utilize apenas para fins particulares, as despesas deverão ser 
regularmente contabilizadas nas contas apresentadas perante a justiça eleitoral. 
 
3.6.2. Despesas individuais do próprio eleitor 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 27, afirma que “qualquer eleitor poderá realizar gastos, em 
apoio a candidato de sua preferência, até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a 
contabilização, desde que não reembolsados”. 
Em outras palavras, significa que o eleitor pode realizar gastos em favor do seu candidato de 
preferência, com ou sem o respectivo conhecimento deste, até o limite de R$ 1.064,10 (um mil, 
sessenta e quatro reais e dez centavos), sem a necessidade de contabilização das despesas. 
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Suponhamos que Doquinha decida disputar o cargo eletivo de Presidente da República. Nesse 
caso, qualquer eleitor brasileiro poderá investir, do próprio bolso, o valor de até R$ 1.064,10 
(um mil, sessenta e quatro reais e dez centavos) para a divulgação da campanha de Doquinha, 
ainda que não exista qualquer vínculo entre as partes. Trata-se de uma decisão pessoal, 
embasada, principalmente, em convicções políticas. 
Diante disso, imaginemos que Coxinha, amparado na autorização legal, decida confeccionar 10 
(dez) bandeiras com a imagem e número do candidato Doquinha, ao custo total de R$ 1.000,00 
(mil reais), e utilizá-las para realizar propaganda eleitoral em alguns pontos da cidade. Essa 
despesa de R$ 1.000,00 (mil reais) não precisará sem contabilizada na prestação de contas de 
Doquinha, pois, na maioria das vezes, ele nem sabe que ocorreu. Não restam dúvidas de que 
foi uma decisão pessoal do eleitor e, portanto, dispensa qualquer tipo de contabilização na 
prestação de contas do candidato, sendo o respectivo recibo da prestação do serviço emitido 
em nome do próprio eleitor. 
 
Se o eleitor efetuar o pagamento de despesa em favor de campanha - com recursos do próprio 
bolso - e, posteriormente, for reembolsado pelo candidato, esse valor deve ser 
obrigatoriamente contabilizado na prestação de contas entregue para a Justiça Eleitoral, sob 
pena de desaprovação. 
 
O art. 27, § 1º, da Lei 9.504/1997, atualizado pela Lei 13.877/2019, afirma que fica excluído do limite 
de um mil UFIR o pagamento de honorários decorrentes da prestação de serviços advocatícios e de 
contabilidade, relacionados às campanhas eleitorais e em favor destas. Ademais, o pagamento 
efetuado por terceiro não compreende doação eleitoral. 
 
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4. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 
Todos os partidos político e candidatos que participarem do pleito eleitoral estão obrigados 
a encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das eleições, o conjunto 
das prestações de contas. Caso ocorra segundo turno, o encaminhamento da prestação de contas, 
referente aos 2 (dois) turnos, deverá ser feito até o vigésimo dia posterior à sua realização. 
A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a 
diplomação dos eleitos, enquanto perdurar. Além disso, a falta da prestação de contas ensejará 
ainda a ausência de quitação eleitoral, que impedirá o candidato de disputar cargos eletivos, realizar 
matrícula em estabelecimento de ensino oficial, obter empréstimos em bancos públicos, tomar 
posse em concursos públicos, dentre outras consequências previstas no art. 7º do Código Eleitoral. 
As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias e proporcionais serão feitas 
pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à 
movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, 
com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes. 
 
As contribuições, doações e as receitas obtidas durante as campanhas eleitorais serão 
convertidas em UFIR, pelo valor desta no mês em que ocorrerem. A propósito, lembre-se de 
que a UFIR atualmente encontra-se “congelada” no valor de R$ 1,0641. 
Para realizar a efetiva análise das contas apresentadas por partidos políticos e candidatos, a 
Justiça Eleitoral poderá requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios, pelo tempo que for necessário. A propósito, é importante destacar que 
a prestação de contas possui natureza jurisdicional, isto é, devem ser asseguradas todas as 
prerrogativas inerentes aos processos judiciais. 
Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar 
do candidato as informações adicionais necessárias, bem como determinar diligências para a 
complementação dos dados ou o saneamento das falhas, sob pena de desaprovação das respectivas 
contas. 
 
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Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a 
documentação concernente a suas contas. Entretanto, estando pendente de julgamento 
qualquer processo judicial relativo às contas, a documentação a elas concernente deverá ser 
conservada até a decisão final. 
 
4.1. DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES PELA INTERNET 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 29, § 4º, afirma que os partidos políticos, as coligações e os 
candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça 
Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (internet): 
I - os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 
72 (setenta e duas) horas de seu recebimento; 
II - no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os 
recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados. 
 
As informações sobre os recursos recebidos deverão ser divulgadas com a indicação dos nomes, 
do CPF ou CNPJ dos doadores e dos respectivos valores doados. 
 
4.2. SISTEMA SIMPLIFICADO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS 
O art. 29, § 9º, da Lei 9.504/1997, dispõe que a Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado 
de prestação de contas para candidatos que apresentarem movimentação financeira 
correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada 
eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística - IBGE ou por índice que o substituir. 
Além disso, a prestação de contas será feita sempre pelo sistema simplificado nas eleições 
para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil eleitores. 
 O sistema simplificado deverá conter, pelo menos: 
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I - identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os 
respectivos valores recebidos; 
II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de 
material e dos prestadores dos serviços realizados; 
III - registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha. 
 
Ao responder às questões de prova, lembre-se de que todos os candidatos e partidos políticos 
estão obrigados a prestar contas das receitas obtidas e despesas realizadas durante a 
campanha eleitoral. Todavia, em situações especiais, adotar-se-á um procedimento 
simplificado para facilitar e agilizar não apenas a prestação de contas, mas também a própria 
análise por parte da Justiça Eleitoral. 
 
4.3. ASSUNÇÃO DOS DÉBITOS DE CAMPANHA 
 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 29, § 3º, afirma que eventuais débitos de campanha não 
quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido 
político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária. Nesse caso, o órgão partidário da 
respectiva circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas solidariamente com o 
candidato, hipótese em que a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a 
rejeição das contas. 
 
Suponhamos que Doquinha, candidato a Prefeito, tenha apresentado as contas de campanha 
para a Justiça Eleitoral com um débito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), pois as despesas 
foram maiores do que as receitas obtidas com recursos próprios e doações. A princípio, a 
existência do débito ensejaria a desaprovação das contas de campanha pela Justiça Eleitoral, 
porém, existe a possibilidade de o órgão municipal assumir as dívidas solidariamente com 
Doquinha, apresentando um planejamento de quitação dos débitos, o que impediria a 
respectiva desaprovação. 
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4.4. DO JULGAMENTO DAS CONTAS 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 30, dispõe que a Justiça Eleitoral verificará a regularidade das 
contas de campanha, decidindo: 
I - pela aprovação, quando estiverem regulares – se todos os documentos exigidos 
em lei foram apresentados, bem como lançadas as respectivas informações., as contas 
devem ser aprovadas sem ressalvas e posteriormente enviadas para arquivo. 
II - pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes 
comprometam a regularidade – a lei estabelece que as contas de campanha devem 
ser apresentadas em até trinta dias após as eleições, na hipótese de realização de apenas 
um turno. Diante disso, se o candidato apresenta as suas contas para a Justiça Eleitoral 
trinta e cinco dias após a eleição, por exemplo, estar-se-á diante de uma irregularidade. 
Todavia, em regra, essa irregularidade não ensejará a desaprovação das contas, mas 
apenas a sua aprovação com ressalvas, pois todas as informações e documentos foram 
devidamente analisados e aprovados. 
III - pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a 
regularidade – em algumas situações, pode a Justiça Eleitoral constatar irregularidades 
graves, que comprometem a lisura e o equilíbrio do pleito eleitoral. É o que acontece, por 
exemplo, quando o candidato recebe uma doação de pessoa jurídica e utiliza o recurso 
durante a sua campanha eleitoral. Nesse caso, não há outra alternativa que não seja a 
desaprovação das contas de campanha. 
IV - pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação 
emitida pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar 
as suas contas, no prazo de setenta e duas horas – ao responder às questões de 
prova, lembre-se sempre de que a Justiça Eleitoral apenas pode julgar as contas do 
candidato e/ou partido político como “não prestadas” se, depois de regularmente 
notificados (expirado o prazo de trinta dias após o primeiro turno ou, de vinte dias, no 
caso de segundo turno) as contas não forem apresentadas para julgamento no prazo de 
setenta e duas horas. 
 
A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até três dias 
antes da diplomação. 
 
4.4.1. Erros formais ou materiais 
Erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que não 
comprometam o seu resultado, não acarretarão a rejeição das contas e a cominação de sanção, 
principalmente quando for possível corrigi-los. 
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Apresenta-se como erro formal, por exemplo, o lançamento de uma despesa de R$ 30,00 
(trinta reais) a título de produtos de padaria, na prestação de contas do partido, quando, na prática, 
a despesa foi realizada com pagamento de alimentação em restaurante. Essa informação equivocada 
não compromete a lisura e a transparência das contas do partido político. 
Por sua vez, erro material é aquele de fácil constatação, na maioria das vezes, grosseiro. 
Ocorre, por exemplo, quando o responsável pela prestação de contas aponta que a soma de R$ 
15,00 + R$ 15,00 é igual a R$ 35,00. Esse erro material (no cálculo ou grafias de palavras) não 
compromete a lisura da prestação de contas, especialmente quando corrigidos. 
 É claro que se os erros formais e/ou materiais comprometerem a análise geral das prestações 
de contas, ou forem praticados por manifesta má-fé, podem ensejar a respectiva desaprovação e a 
aplicação das penalidades cabíveis aos responsáveis. 
 
4.4.2. Dos recursos 
 
Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão superior 
da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário Oficial. Se a decisão 
for proferida pelo Juiz Eleitoral, por exemplo, o recurso deverá ser proposto perante o Tribunal 
Regional Eleitoral. Caso este seja o responsável originariamente pela decisão, o recurso deve ser 
proposto para o Tribunal Superior Eleitoral. 
 
4.5. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 30-A, dispõe que qualquer partido político ou coligação poderá 
representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e 
indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo 
com as normas relativas à arrecadação e gastos de recursos. Comprovados captação ou gastos 
ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver 
sido outorgado. 
Na investigação judicial eleitoral será observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei 
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que couber. 
 
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4.6. DA SOBRA DE RECURSOS FINANCEIROS 
 Ao término da campanha, o candidato pode constatar que a sua conta corrente está 
devedora, isto é, as despesas foram maiores do que as receitas. Nesse caso, se o órgão partidário 
não assumir a dívida (nas hipóteses legalmente possíveis), a consequência será a desaprovação das 
respectivas contas. 
De outro lado, se no final da campanha ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deve ser 
declarada na prestação de contas e, após julgados todos os recursos, transferida ao partido, 
obedecendo aos seguintes critérios: 
I - no caso de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, esses recursos deverão ser 
transferidos para o órgão diretivo municipal do partido na cidade onde ocorreu a eleição, o 
qual será responsável exclusivo pela identificação dessesrecursos, sua utilização, 
contabilização e respectiva prestação de contas perante o juízo eleitoral correspondente; 
II - no caso de candidato a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e 
Deputado Estadual ou Distrital, esses recursos deverão ser transferidos para o órgão diretivo 
regional do partido no Estado onde ocorreu a eleição ou no Distrito Federal, se for o caso, o 
qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos, sua utilização, 
contabilização e respectiva prestação de contas perante o Tribunal Regional Eleitoral 
correspondente; 
III - no caso de candidato a Presidente e Vice-Presidente da República, esses recursos deverão 
ser transferidos para o órgão diretivo nacional do partido, o qual será responsável exclusivo 
pela identificação desses recursos, sua utilização, contabilização e respectiva prestação de 
contas perante o Tribunal Superior Eleitoral; 
IV - o órgão diretivo nacional do partido não poderá ser responsabilizado nem penalizado 
pelo descumprimento do disposto neste artigo por parte dos órgãos diretivos municipais e 
regionais. 
 
As sobras de recursos financeiros de campanha serão utilizadas pelos partidos políticos, 
devendo tais valores ser declarados em suas prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, 
com a identificação dos candidatos. 
 
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4.7. DAS SANÇÕES 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 25, afirma que o partido que descumprir as normas referentes 
à arrecadação e aplicação de recursos perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo 
Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do 
poder econômico. 
Por sua vez, dispõe o parágrafo único que a sanção de suspensão do repasse de novas quotas 
do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá 
ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou 
por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como irregular, não 
podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não seja julgada, pelo 
juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação. 
 
 
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LISTA DE QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
 
1. VUNESP - TJ/MT - Juiz Substituto - 2018) 
Assinale a alternativa correta em matéria de campanha eleitoral e prestação de contas. 
A) As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo comitê 
financeiro ou pelo próprio candidato. 
B) Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante a campanha 
eleitoral, a divulgar, pela rede mundial de computadores (internet), nos dias 6 de agosto e 6 de 
setembro, relatório discriminando os recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que 
tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral, e os gastos que realizarem, em 
sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim, exigindo-se a indicação dos nomes dos doadores 
e os respectivos valores doados somente na prestação de contas final. 
C) A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que 
apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor – INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou por 
índice que o substituir. 
D) As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas por intermédio 
do comitê financeiro, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes 
à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques 
recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes. 
E) Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações não serão registrados 
na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos, nem na prestação de 
contas dos partidos, como transferência aos candidatos. 
 
2. VUNESP - MPE/SP - Analista Jurídico do Ministério Público - 2018) 
Tom é empresário e pretende apoiar a candidatura de seu filho Tim para o cargo de vice-
governador do Estado. Para fazer doação dentro dos limites legais e evitar representação do 
Ministério Público e aplicação de penalidade, assinale a alternativa correta. 
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A) Considerando tratar-se de doação eleitoral de ascendente para descendente, não se aplica 
limitação sobre o rendimento bruto auferido pelo doador no exercício anterior. 
B) O valor da doação poderá exceder o limite legal, desde que o excesso esteja pautado no 
princípio da insignificância, plenamente aplicado às representações por doação acima do limite 
legal. 
C) Toda e qualquer cessão de bens móveis, independentemente do valor, deverá ser 
comprovada na prestação de contas. 
D) Fica dispensada de comprovação na prestação de contas a cessão de automóvel de 
propriedade do parente até o terceiro grau para uso pessoal do candidato durante a campanha. 
E) O limite é de 20% (vinte por cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano 
anterior à eleição. 
 
3. CONSULPLAN - TJ/MG - Juiz de Direito Substituto - 2018) 
Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. 
I. “Os partidos políticos e os candidatos podem arrecadar recursos oriundos da pessoa física 
que exerça atividade comercial decorrente de permissão pública, desde que recurso próprio 
do candidato aplicado em sua campanha.” 
PORQUE 
II. “Os recursos da pessoa física decorrentes de atividade comercial que usufrua de permissão 
pública usados em prol de sua candidatura são recursos próprios.” 
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. 
A) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira. 
B) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
D) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. 
 
4. FGV - AL/RO - Analista Legislativo - Processo Legislativo - 2018) 
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Os dirigentes do Partido Político Beta se reuniram para traçar as estratégias de campanha 
eleitoral para as eleições majoritárias do Estado. 
Considerando os recursos disponíveis, decidiram que seriam incluídos, como gastos eleitorais, 
sujeitos, portanto, aos limites fixados em lei, 
I. as despesas com alimentação e hospedagem do próprio candidato. 
II. a confecção, aquisição e distribuição de camisetas. 
III. o pagamento de cachê a artistas, em eventos relacionados à campanha eleitoral. 
IV. a realização de pesquisas pré-eleitorais. 
Logo depois, consultaram um advogado sobre a correção desses procedimentos. O advogado 
respondeu corretamente que somente poderiam ser incluídos como gastos eleitorais os 
procedimentos referidos em 
A) I, II e III. 
B) II e IV. 
C) I e III. 
D) I. 
E) IV. 
 
5. CONSULPLAN - TRE/RJ - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2017) 
As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de 
seus candidatos, e financiadas na forma da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. Sobre o 
tema, analise as afirmativas a seguir. 
I. Os limites de gastos

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