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ATENÇÃO: Primeira Prova semestral (P1) 
Guilherme Augusto Tavares da Fontoura 
Mat. 120010011 – Campus Tijuca 
Responda as questões abaixo diretamente no editor de texto do AVA (ou 
transferindo as respostas do seu editor de preferência). ATENÇÃO: Não é possível 
anexar nenhum arquivo. 
1º QUESTÃO – Os autores Morrison e Mascaro propõem, em seus textos, uma série de 
considerações sobre a importância da reflexibilidade ao se ponderar sobre a pergunta “o 
que é direito?” e a práxis jurídica. Desenvolva considerações sobre essa questão 
baseado nos argumentos apresentados: 
(Valor: 2,0 pontos) 
 
Percorrendo a leitura de vários textos de Filosofia do Direito, onde Morrison nos 
leva a refletir sobre vários questionamentos e nos induzindo a refletir sobre a questão 
proposta, como: “O direito é uma entidade autônoma ou, um processo, um conjunto de 
processos ou, talvez um fenômeno social complexo?” 
O Leitor para. Refaz a pergunta, começa a refletir sobre a mesma. Ele se auto 
indaga. 
 Entre outras perguntas que faz ao sujeito, leva-o a procurar se aprofundar 
no assunto exposto, dissecando-o numa tentativa de tornar-se mais consciente de si 
mesmo e aí percebemos a importância da reflexividade, que é um processo de auto 
indagação, da qual a ação de perguntar, retorna para aquele que fez a perguntar ou para 
o grupo, na qual o questionamento acontece, levando tanto o grupo quanto o sujeito a 
torna-se mais consciente de si mesmo. 
 Porém a reflexibilidade é problemática visto que, estes questionamentos são 
infinitos, não sendo uma ação fechada em si mesmo. Pois sempre haverá novas 
perguntas sobre o tema analisado bem como apontadas e acrescentados novos itens que 
não foram abordados. 
 E afinal, “o que é direito?” 
 Nos diversos textos lidos, deparamos com vários entraves, como: percebemos 
que o tempo histórico conta muito. Que as verdades de “ontem já não serão as do 
amanhã; que o saber é provisório e infinito”. 
 Para definir “o que é o direito” devemos levar em conta a reflexibilidade, 
concluímos que para julgar a qualidade de nossa consciência, precisamos levar em conta 
os pressupostos da análise; entender a metodologia usada para atingir o conhecimento 
sobre o direito e quais os motivos pelo quais é importante procurar respostas para a 
pergunta. Além de sermos parceiros da contextualidade da própria entidade da filosofia 
jurídica. 
 Segundo Morrison 
“O direito é um fenômeno único, ou existe uma variedade de fenômenos diversos 
vagamente agrupados sobre o rótulo “direito” ”. 
 
 2º QUESTÃO – Qual a característica fundamental do argumento proposto por Sófocles 
na tragédia Antígona? Qual a importância deste argumento para a composição da 
tradição jusnaturalista? Desenvolva: 
(Valor: 2,0 pontos) 
 
 Antes de falar na característica fundamental do argumento proposto por Sófocles 
na tragédia Antígona, vamos situar alguns fatos: Antígona perde dois irmãos em 
combate. Um que luta do lado de Tebas e outro que luta do lado do inimigo. 
 Neste contexto, Antígona quer enterrar o irmão Polinice que atentou contra 
Tebas, mas Creonte, o tirano implacável, promulgara uma lei impedindo que os mortos, 
que atentasse com as leis da cidade, de serem sepultados. 
 E com isso determinou que Polínice, não fosse sepultado, será exposto com a 
cara para o sol. Ninguém poderá enterrá-lo, velar seu corpo, chorar por ele, prestar-lhe 
quaisquer homenagens póstumas. Estará exposto a voracidade dos cães e abutres. Para o 
seu irmão Eliocles, que morreu nobremente defendendo a poles, Creonte ordenou 
pompas de herói, respeito total e que se cumpra todos os ritos e costumes de um herói. 
 Antígona, não se conforma, pois não aceita as ordens de Creonte, afirmando que 
essas não são as leis que estão presentes na lei natural, que foram determinadas para os 
homens. E que embora seja proibido pelas leis da pólis, é justo enterrar Polinice, porque 
essa é um direito natural. Nunca imaginei um mortal ser capaz de transformar tais leis, 
não escritas, as inabaláveis leis divinas. 
 Enlouquecida, desobedeceu ao direito positivo, sozinha, reage as ordens 
impostas e enterra o irmão, enfrentando as leis da pólis. 
 Sob as ordens de Creonte é capturada e sentenciada a morte. 
 Na tragédia Antígona, Sófocles nos leva a perceber o marco da ideia de um justo 
por natureza, que se confronta com um justo por lei; caracterizando a Universabilidade e 
a sua importância para composição da tradição jusnaturalista está em se pleitear o bem 
comum a todos os povos. 
 “Jacques Leclercq” afirma que “o Direito Natural é o resultado dos princípios 
mais gerais sobre a ordem do mundo, usados para que se oponham aos governantes 
injustos.” 
 
 
 3º QUESTÃO – Caracterize o Jusnaturalismo antigo em Aristóteles e em Cícero: 
(Valor: 2,0 pontos) 
 O jusnaturalismo também conhecido como Direito Natural, tem Aristóteles um 
dos mais antigos e importante filósofo para Grécia Antiga e para o Ocidente em geral, o 
que levou ser considerado o pai do Jusnaturalismo. 
 Neste contexto é lei particular o que foi definida por cada povo em relação a si 
mesmo, podendo ser escrita ou não escrita, e comum, o que é segundo a natureza. Visto 
que há na natureza um princípio comum do que é justo e injusto. Justo por natureza das 
coisas, presente em todas as partes, tem a mesma força e o mesmo valor onde quer seja, 
independente do que pensam os homens. 
 Ele privilegia a razão como fonte de normas morais, sustenta que a racionalidade 
permitiria ao ser humano identificar a finalidade da vida a partir do entendimento e do 
papel do ser humano dentro dessa ordem. 
 Segundo Aristóteles o conhecimento da verdade deveria passar 
imprescindivelmente por dois campos do nosso saber: o intelecto puro e os sentidos do 
corpo; visão, audição. Tato, olfato, paladar. A nossa capacidade sensorial, que é 
responsável pelo aprendizado primeiro e mais básico do nosso intelecto. Aqueles dados 
que adquirimos por meio dos sentidos somente depois de coletados, podem ser 
depurados pelo intelecto e relacionados aos conceitos puros. 
 Ainda em Aristóteles vamos ver como constrói a distinção entre justo, universal 
e justo particular, sinalizando que existe uma lei natural e universal que rege a tudo e 
também não menosprezando as leis particulares que observam as culturas locais. 
 Cícero considerado um grande filósofo romano funda a teoria da trilogia legal, 
para ele existe: a lei eterna esta é a lei reta da razão, em conformidade com a natureza; a 
lei natural, esta razão também tem sua sede no homem; e a terceira lei que conectando a 
lei positiva, que deve concordar com a lei natural. Dessa forma está caracterizado três 
tipos de leis. 
 Para Cícero a lei é a razão que introduzida na natureza nos ordena o que 
devemos fazer e nos proíbe o contrário. Isso nos mostra que a noção de lei natural está 
duplamente incluída na noção de direito natural. É da lei que se deve partir a 
consideração inicial do direito, é ela que determina o justo do injusto. Existe uma lei 
verdadeira, que funda-se na inquestionável presença de Deus, razão reta conforme a 
natureza, presente em todos, sendo, eterna, imutável e universal. 
 Para Cícero a correta tomada de decisões era simples: fazer o que é certo, de 
acordo com o que está escrito na lei, o que é legal. Que agir corretamente é o primeiro 
passo para uma vida feliz e bem sucedida. 
 Com Aristóteles e Cícero e de acordo com as leituras feita, percebe que: o 
jusnaturalismo antigo nos mostra o direito natural como a maneira eterna, imutável e 
universal de justiça que procura legitimar o direito justo com diversos elementos, a 
vontade divina, a razão humana universal, o respeito as diferentes culturas fundamento 
do direito natural como uma proposta convincente de compreensão entre direito, justiça 
e legitimidade. 
 
 4º QUESTÃO – Caracterize o Jusnaturalismo Moderno em Grotius, Pufendorf e nos 
Contratualistas:(Valor: 2,0 pontos) 
 Para saber o legado que o jusnaturalismo moderno iluminista temos, que 
conhecer o direito natural a partir de Grotius e Pufendorf, que viveram nos séculos XVI 
e XVII. 
 Hugo Grócio, fortemente influenciado pelo estoicismo ciceroniano e, em parte 
pelo Calvinismo. Sua teoria baseia-se de que a origem do direito será moral neo-estoico 
e a razão natural a que Deus inscreveu no coração do Homem, fundamentada por sua 
própria natureza, desabrigado de costumes, ideias particulares ou fronteiras, 
considerando o homem dotado de parentesco natural. 
 Essa lei estabelece que cada um possa preservar a si mesmo, apossar-se ou 
somar ao seu patrimônio os bens que julgar necessário a sua existência, cumprir 
promessas feitas e não prejudicar ninguém; decorrendo daí, principalmente uma 
extensão dos tratados internacionais. 
 A fonte ultima do direito será a moral, pois o justo está no homem e na sua 
razão, ao oposto de Aristóteles, em que o justo se encontra também nas coisas. 
 Os primeiros princípios do direito são as regras morais inscritas na consciência 
do homem. Tal teoria abre caminhos ao campo da Moral, do direito e da Política. Com a 
troca de governos autoritários focados no individuo surgem governos democráticos que 
procuram senão a unidade, ao menos a maioria. 
 Pudendorf construirá uma comparação more geométrica, no qual esclarecerá a 
necessidade de uma ordem política e jurídica com princípios cuidadosamente 
elaborados e testados que possam servir como parâmetros não só para a administração 
na vida política, mas também, para a educação de jovens. 
 O que surpreende, no entanto, é que esses dois grandes jusnaturalistas modernos 
é que ao mesmo tempo que se dispõe para uma aposta da fundamentação ao direito na 
subjetividade racional do homem, difundem o Direito Natural como algo que se faz 
necessário a qualquer um que disponha a apresentar a demonstração a partir de 
princípios simples e claro, como o grande desafio será demonstrar a passagem da 
racionalidade para a sociabilidade. 
 Na idade Moderna, durante os séculos XVI e XVIII, a ideia do direito natural foi 
ainda mais e explorada e divulgada. 
 O contratualismo é uma teoria política filosófica baseada na ideia que existe uma 
espécie de pacto ou contrato social é o momento em que o ser humano deixa de viver 
como um ser natural e passa a viver em sociedade, um ser que se destaca da natureza, 
criando suas próprias leis, sua moral, os costumes e um conjunto de instituições para 
que a convivência seja harmônica. É a passagem do estado de natureza para o estado 
civil, para que os direitos naturais e individuais fossem assegurados e colocados sobre a 
guarda de um soberano. Ao estado cabe a responsabilidade de cumprir a função 
essencial, acordada por todos os contratantes do pacto social. 
 As teorias contratualistas da modernidade têm Locke, como um dos seus 
exponentes, encontrarão em suas bases de fundamentação o jusnaturalismo. John Locke 
ganhou o direito natural a muitas de suas teorias e a sua filosofia segundo ele a função 
básica do contrato social e garantir a preservação de três direitos, a saber: ao direito 
natural de liberdade, direito a vida e o direito à propriedade. Para Locke a função básica 
do contrato social é garantir preservação desses três direitos e para qualquer governante 
que não cumprisse o contrato, as pessoas estariam justificadas a derrubar o seu governo. 
 Na opinião de Thomas Hobles, o único jeito do direito natural prevalecer, seria 
através da submissão de todos aqueles que estavam em estado de natureza, abdicar de 
suas liberdades, instituindo o Estado, subordinando-se as ordens do soberano. Ao 
Estado, cabe, inclusive o poder de coação. 
 Apesar de Hobbes fazer várias referências ao que poderíamos chamar de lei 
natural, o filósofo não deriva o direito constitucional, se refletirmos sobre esta postura 
de Hobbes, podemos afirmar que Hobbes é um dos precursores do direito positivo. 
 E para Fechar John Locke. 
“Ler fornece ao espirito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que 
lemos.” 
 
5º QUESTÃO – Apresente um resumo dos argumentos de Bobbio em defesa e em 
oposição ao Jusnaturalismo: 
(Valor: 2,0 pontos) 
"... por obra do positivismo jurídico ocorre a redução de todo o direito a 
direito positivo, e o direito natural é excluído da categoria do direito: o direito 
positivo é direito, o direito natural não é direito. (…) O positivismo jurídico é aquela 
doutrina segundo a qual não existe outro direito senão o positivo". (Positivismo 
Jurídico, 2006, p. 26) 
O Jusnaturalismo se afigura como uma corrente jusfilosófica de fundamentação 
do direito justo que remonta às representações primitivas da ordem legal de origem 
divina, passando pelos sofistas, estoicos, padres da igreja, escolásticos, racionalistas dos 
séculos XVII e XVIII, até a filosofia do direito natural do século XX. 
Norberto Bobbio discorre sobre a aplicação do direito natural, por existir "lacunas 
do direito", pelo fato de que ao legislador seria impossível prever e normatizar todas as 
situações e relações existentes ou que possam vir a existir, surgindo assim casos que não 
têm uma norma reguladora, sobressaindo então à aplicação do direito natural. Para esses 
casos, Norberto entende que é o lógico para quem admite que o direito positivo se 
fundamenta no direito natural. 
Sobre esse assunto, Bobbio entende também que "o direito positivo não destrói, 
mas sim recobre ou submerge o direito natural", portanto, ao surgir lacunas no direito 
posto, o natural aparece. Para fundamentar seu entendimento acerca do assunto, o filosofo 
cita, por exemplo, Hobbes que visualiza um limite para a onipotência do legislador 
humano no fato de que este, não sendo Deus, não pode prever todas as circunstâncias. 
A concepção jusnaturalista foi o resultado de transformações econômicas e sociais 
que impuseram mudanças na concepção de poder do Estado, que passou a ser 
compreendido como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos 
através do contrato social. A decadência do Feudalismo e a ascensão da burguesia, a 
Reforma Protestante, as revoltas camponesas e as guerras ocorridas durante o processo 
de formação do capitalismo apontavam uma nova dinâmica social. Em oposição aos 
privilégios da nobreza, a burguesia não podia invocar o sangue e a família para justificar 
sua ascensão econômica. E a partir da secularização do pensamento político, os 
intelectuais do século XVII estão preocupados em buscar respostas no âmbito da razão 
como justificativa do poder do Estado. Não se tratava, porém, de uma busca histórica, 
mas sim de uma explicação lógica que justificasse a ordem social representada pelos 
interesses da burguesia em ascensão. 
 
Dito isso, entende-se que o Jusnaturalismo, ou seja, direito natural, é universal, 
imutável e inviolável. A Corrente do Jusnaturalismo defende que o direito é independente 
da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para 
os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser 
humano, e busca sempre um ideal de justiça. 
Bobbio concluiu o significado histórico do positivismo jurídico e afirma 
precisamente e de maneira mais específica o termo "direito positivo", como sendo aquele 
direito que é posto pelo Estado soberano, decorrente de normas gerais e consideradas 
existentes no domínio das ideias, isto é, como "lei". O autor entende que o positivismo 
jurídico nasce do impulso para a legislação, quando a lei se torna fonte exclusiva de 
direito, sendo representada pela codificação. Esse impulso não é limitado e nem eventual, 
mas sim universal e irreversível e é estritamente ligado à formação do Estado moderno. 
O impulso para a legislação, segundo o jurista "nasce de uma dupla exigência, uma que 
é a de pôr ordem no caos do direto primitivo e a outra de fornecer ao Estadoum 
instrumento eficaz para a intervenção na vida social.". 
Assim, “...por direito, os juristas entendem um complexo de regras da 
conduta humana que tem como característica serem feitas valer, no caso de violação, 
com a força.” (p.198). Se não há respeito à regra, haverá também sanções legais. Para 
Bobbio toda regra de conduta atribui faculdade, poderes, obrigações, mas só a regra de 
conduta jurídica, segundo o uso linguístico dos juristas, que corresponde, de resto, ao uso 
comum, atribui faculdade, poderes, obrigações, garantidas por um pode coativo 
organizado. 
Ainda, segundo Norberto Bobbio (1999, pp. 22-23), podem ser vislumbradas 
duas teses básicas do movimento jusnaturalista: A primeira tese é a pressuposição de 
duas instâncias jurídicas , o direito positivo que corresponderia ao fenômeno jurídico 
concreto, apreendido através dos órgãos sensoriais, sendo, deste modo, o fenômeno 
jurídico empiricamente verificável, tal como ele se expressa através das fontes de direito, 
especialmente, aquelas de origem estatal; e o direito natural, que seria a uma exigência 
perene, eterna ou imutável de um direito justo, representada por um valor transcendental 
ou metafísico de justiça. 
Mister se faz perceber, que a doutrina do direito natural, embora se oriente pela 
busca de uma justiça eterna e imutável, ofereceu, paradoxalmente, diversos fundamentos 
para a compreensão de um direito justo ao longo da história do ocidente. Diante disto, o 
Jusnaturalismo pode ser agrupado em algumas categorias: Jusnaturalismo Cosmológico 
- vigente na antiguidade clássica; Jusnaturalismo Teológico - surgido na Idade Média, 
tendo como fundamento jurídico a ideia da divindade como um ser onipotente, onisciente 
e onipresente; Jusnaturalismo Racionalista - surgido no seio das revoluções liberais 
burgueses do século XVII e XVIII, tendo como fundamento a razão humana universal e 
finalmente , Jusnaturalismo Contemporâneo - gestado no século XX, que enraíza a justiça 
no plano histórico e social, atentando para as diversas acepções culturais acerca do direito 
justo. 
O Juspositivismo, positivismo ou positivismo jurídico é uma corrente de filósofos 
que utilizam do método empírico (científico) para adequar o direito apenas em seu direito 
positivo (leis), ou seja, apenas será trabalhado as questões positivadas. Essas normas 
positivadas são feitas pelo poder político do Estado, e assim são aplicadas pelas 
autoridades efetivamente competentes. Entende -se que o direito positivo, então, é aquele 
que o Estado impõe à coletividade, e que deve estar adaptado aos princípios fundamentais 
do direito natural. Dito isso, temos que a norma tem natureza formal, independem de 
critérios externos ao direito, como exemplo: moral, ética e política. Definido por 
elementos empíricos e mutáveis (fator social), onde a sociedade está em constante 
mutação. 
Ao contrário do que defende a corrente jusnaturalista (jusnaturalismo), a Corrente 
Jus positivista (juspositivismo) acredita que só pode existir o direito e consequentemente 
a justiça através de normas positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder 
coercivo, que são todas as normas escritas, criadas pelos homens por intermédio do 
Estado. 
Assim, na instancia do direito positivista, temos que ser positivista em âmbito 
jurídico significa, até hoje, escolher como exclusivo objeto de estudo o direito posto por 
uma autoridade. O positivismo jurídico se relaciona causalmente com o processo histórico 
de derrota do direito natural e a substituição das normas de origem religiosa e costumeira 
pelas leis estatais nas sociedades europeias da Idade Moderna. Trata-se do fenômeno que 
foi rotulado “surgimento da positividade do direito”. Na verdade, uma legitimidade para 
se fazer aquilo que o Estado deseja. O positivismo jurídico é, assim, uma corrente da 
filosofia do direito amplamente debatida atualmente. Os teóricos do positivismo jurídico 
divergem sobre os fatos sociais que definem o direito (a vontade do legislador, a vontade 
do aplicador do direito, a eficácia social das normas, o reconhecimento pelas autoridades 
e pelos cidadãos e a existência de uma norma suprema e pressuposta que indica qual 
conjunto de normas possui validade jurídica). 
Para Bobbio, temos que o direito natural não é direito da mesma maneira que o 
positivo, porque falta o atributo da eficácia, a legitimidade. Outra característica é que o 
direito natural não consegue alcançar a finalidade que é atribuída aos sistemas jurídicos 
positivos porque não garante nem a paz nem a segurança. 
Além disso, o direito positivo o invadiu, paulatinamente o espaço atribuído ao 
direito natural pois a noção de natureza é tão equivoca que foi considerado, através dos 
tempos históricos, como naturais, direitos primordialmente opostos. Ainda que o acordo 
sobre a legitimação do que é ser natural, fosse unanime, não implica a validade dele para 
o tempo presente. 
Assim, temos que entre o jusnaturalismo e o juspositivismo: No Jusnaturalismo 
temos: Leis superiores; Direito como produto de ideias (Metafísico), Pressuposto 
(Valores) e Existência de leis naturais. No Juspositivismo, as leis são impostas e produto 
da ação humana (empírico-cultural), além disso, pressupõem o próprio ordenamento 
positivo e a existência de leis formais.

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