Buscar

APOSTILA_ESOG_UNIDADE_II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
93 
UNIDADE II - PERIGOS DOS GASES LIQUEFEITOS 
2 PERIGOS DAS CARGAS 
Em razão da própria natureza dos gases liquefeitos, manusear essas substâncias em todas as fases do 
transporte marítimo cria perigos potenciais específicos. Entretanto, o conhecimento adequado das 
características desses gases, dos sistemas operacionais e da segurança dos navios contribuirá para que não 
ocorram acidentes. 
Os principais riscos e perigos relacionados ao gás liquefeito ou ao seu vapor são representados pelos 
seis componentes descritos abaixo: 
• inflamabilidade; 
• toxicidade (envenenamento); 
• asfixia (sufocação); 
• baixas temperaturas; 
• queimaduras químicas; 
• reatividade. 
No decorrer deste capítulo estudaremos esses riscos relacionados a essa atividade bem como os 
principais métodos de identificação e prevenção, de forma a colaborar para que eles não se materializem em 
acidentes. 
Devemos lembrar, entretanto, que risco é a probabilidade de um evento ocorrer, agravado ou 
agraciado pela severidade que isso representa, enquanto que perigo é o que pode causar mal a alguém ou a 
alguma coisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
94 
2.1 Perigos à Saúde 
Em caso de acidentes onde ocorram vazamentos de líquido ou vapor de gás liquefeito, todas as 
pessoas que estiverem envolvidas no seu manuseio poderão ficar expostas ao líquido ou ao vapor, o que 
representará um risco para a saúde de todos. A resposta adequada a cada situação de risco dependerá 
diretamente do tipo de gás em questão. 
 
2.1.1 Respiração 
Quando se respira, inala-se oxigênio (O2) para os pulmões e exala-se gás carbônico (CO2). 
Normalmente respiramos numa taxa de 12 a 20 vezes por minuto, levando de 500 a 700 ml de oxigênio por 
vez aos pulmões. 
Durante a respiração inalamos 20,9% de O2 e 1% de CO2 e exalamos, aproximadamente, 17% de O2 e 
5% de CO2. 
Todos os gases liquefeitos são voláteis, portanto, devem ser tomadas precauções para evitar a 
exposição aos seus vapores. 
 
2.1.1.1 Ar fresco 
O ar fresco é constituído por: 
• Nitrogênio (N2) = 78% 
• Oxigênio (O2) = 21% 
• Gás Carbônico (CO2) e Outros Gases = 1% 
Para respirar, o corpo humano precisa de ar contendo 20,9% de oxigênio. Expor-se a concentração de 
oxigênio inferior a este percentual não é seguro e pode acarretar em asfixia. Se a respiração parar, haverá 
aumento da taxa de CO2 e privação de O2 o que poderá causar danos cerebrais ou até levar a morte. 
 
2.1.1.2 Deficiência de Oxigênio 
Se ocorrerem vazamentos de gás, haverá deficiência de oxigênio caso este seja deslocado pelo vapor 
da carga ou, mesmo pelo gás inerte (nitrogênio) que estiver sendo utilizado a bordo. 
Se o oxigênio for deslocado e substituído pelo vapor da carga, além da asfixia poderá haver outras 
complicações ocasionadas pelos efeitos narcóticos, irritantes e/ou tóxicos dessa carga. 
Os sintomas da asfixia (deficiência de oxigênio) são: 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
95 
• confusão mental; 
• perda dos movimentos musculares; 
• perda da consciência; e finalmente, 
• parada respiratória 
 
2.1.1.3 Sintomas Narcóticos 
Os sintomas narcóticos causados pelos hidrocarbonetos trazem as seguintes consequências imediatas: 
• sensação de embotamento; 
• a pele começa a ficar entorpecida ou insensível; 
• os movimentos tornam-se descontrolados ou confusos; e 
• o indivíduo entra numa fase emocional ou de excitação. 
 
2.1.2 Toxicidade 
Toxidade é a capacidade de uma substância para causar dano ao tecido vivo, incluindo prejuízo ao 
sistema nervoso central, enfermidade ou, em casos extremos, a ocorrência da morte quando um gás ou 
líquido perigoso é inalado, ingerido ou absorvido através da pele. Em geral, os termos tóxico e venenoso, 
podem ser considerados sinônimos. 
A toxicidade é a medida de mensuração de quão tóxica ou venenosa uma substância pode ser. 
Algumas substâncias tóxicas podem ser extremamente perigosas, causando cegueira ou até mesmo a morte 
quando em altas concentrações. No entanto, a maioria delas é somente irritante sendo necessário o uso de 
proteção adequada (EPI) e o cumprimento de procedimentos específicos. 
A toxicidade é medida quanto a tolerância de um indivíduo a uma determinada concentração de gás 
ou vapor, expressa em partes por milhão (ppm), e denominada Limite de Tolerância (Threshold Limite Value 
- TLV). Essa é a concentração máxima de vapor no ar na qual a maioria das pessoas pode ficar exposta, 
trabalhando normalmente 8 horas por dia, com base numa jornada de trabalho de 40 horas por semana, sem 
sofrer efeitos prejudiciais à saúde . 
No Reino Unido (UK) a medida TLV foi alterada para WEL (Workplace Exposure Limit – Limite de 
Exposição no Local de Trabalho), para simplificar o seu entendimento. 
A toxidade também pode ser medida em STEL (Short Term Exposure Limit – Limite de Exposição de 
Curta Duração), também expresso em ppm, que é a concentração máxima de vapores no ar que pode ser 
tolerada por uma pessoa por um período de até 15 minutos e no máximo 4 exposições num período de 24 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
96 
horas e com intervalo de, no mínimo, 1 hora entre cada exposição. A medida STEL não é voltada para gases 
extremamente tóxicos. 
Gases químicos tóxicos comumente manuseados por navios: 
• Monômero de Cloreto de Vinila (VCM); 
• Amônia; 
• Cloro; 
• Óxido de Etileno; 
• Óxido de Propileno; 
• Gás Inerte (se contiver monóxido de carbono). 
A maioria desses gases tóxicos são irritantes, exceto o VCM. Eles irritam a pele pelo contato direto e 
o primeiro sintoma pode ser dor nos olhos, nariz, garganta e pelas vias onde passa o ar em direção aos 
pulmões. Alguns desses gases irritantes também podem lesionar a pele. 
 
3.1.2.1 Informações de Saúde para Gases e Vapores 
Informações de Saúde para Gases e Vapores 
Produtos/Efeitos Asfixiantes Narcóticos Tóxicos 
Corrosivos/ 
Irritantes 
TLV-TWA 
(ppm) 
GNL X A 
GLP X X A 
Metano X A 
Etano X A 
Propano X A 
Butano X X 600 
Etileno X X A 
Propileno X X A 
Butileno X X 800 
Butadieno X X X X 2 
VCM X X X 1 
Amônia X X X 25 
Cloro X X X 0,5 
Etileno Óxido X X X X 1 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
97 
Propileno Óxido X X X X 2 
Nitrogênio X A 
Para os gases marcados com “A” não há registro de TLV. Esses gases não possuem 
características tóxicas. São conhecidos como asfixiantes e podem matar quando sua 
concentração no ar for suficiente para deslocar o oxigênio necessário a nossa sobrevivência. 
Todos são inflamáveis exceto o Cloro. A Amônia tem a faixa de inflamabilidade limitada. 
(Tabela 1) 
Informações de Saúde para Gases e Vapores 
 
 
2.1.2.2 TLV e STEL para gases 
Limites de Exposição 
Produtos/Limites TLV/WEL STEL 
Amônia 25 ppm 35 ppm 
Butadieno (inibido) 2 ppm 5 ppm 
Butano 600 ppm 
Butileno Limites não estabelecidos 
Cloro 0,5 ppm 
Etano 1.000 ppm 
Etileno 1.000 ppm 
Metano 1.000 ppm 
Propano 1.000 ppm 
Propileno 1.000 ppm 
Óxido de Propileno 2 ppm 
VCM 1 ppm 5 ppm 
Benzeno 0,5 ppm 2,5 ppm 
Monóxido de Carbono 25 ppm 
Gás Sulfídrico (H2S) 10 ppm 15 ppm 
Dióxido deEnxofre 2 ppm 
Esses dados podem ser modificados em razão de mudança na legislação pertinente, motivo 
pelo qual as últimas recomendações devem ser verificadas. 
(Tabela 2) 
 Limites de Exposição 
 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
98 
2.1.3 Primeiros Socorros e Tratamento médico 
Um meio de tratamento médico imediato deve estar disponível e fácil de ser contatado quando 
ocorrerem acidentes causados por toxicidade e/ou irritação por vapores de carga. 
A correta percepção dos sintomas no caso de um acidente é importante para as autoridades médicas, 
uma vez que irão precisar dos detalhes do evento e rapidamente saber qual o gás ou vapor em questão. As 
Folhas de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ) contemplam a coluna “dados de saúde” 
que deve ser consultada em caso de acidentes envolvendo pessoas. Além disso, a publicação da IMO 
denominada Guia Médico de Primeiros Socorros para Uso em Acidentes Envolvendo Carga Perigosa 
(Medical First Aid Guide for Use in Accidents Involving Dangerous Goods-MFAG), contém informações 
relativas ao tratamento adequado à substância envolvida, detalhando sintomas, primeiros socorros e uso de 
antídotos. 
 
2.1.3.1 Congelamento – Frostbite 
A temperatura baixa de alguns gases liquefeitos representa um perigo adicional significante. Se a pele 
for exposta ao frio severo, o tecido afetado congelará. Esse perigo estará sempre presente nos terminais e nos 
navios que estiverem manuseando cargas totalmente refrigeradas. Uma carga liquefeita por pressurização 
encontra-se na temperatura ambiente ou próximo desta enquanto estiver armazenada, porém, se vazar, 
rapidamente haverá vaporização instantânea com queda brusca de temperatura oferecendo o mesmo perigo. 
Como todos os gases liquefeitos são voláteis, eles evaporam rapidamente quando derramados na pele, 
provocando “queimaduras pelo frio” extremamente severas e que pode levar a graves ulcerações. 
Os sintomas de uma queimadura pelo frio são parecidos com os da queimadura por calor. O principal 
sintoma é uma forte dor na área afetada (após descongelar), normalmente acompanhada por confusão, 
agitação, desmaio, aceleração do pulso e da respiração. Se a área for extensa, é provável que a pessoa entre 
em choque. 
Se for possível, o acidentado deve ser encorajado a movimentar a região afetada enquanto está sendo 
aquecida. As bolhas nunca devem ser abertas, nenhuma roupa deve ser puxada se estiver presa firmemente a 
pele. Toda área afetada deve ser coberta com material esterilizado. Em outros aspectos, é o mesmo 
tratamento a ser dado em queimaduras por calor. 
Quando se estiver tratando uma queimadura pelo frio, a parte afetada deve ser aquecida com as mãos 
ou material de lã. A massagem não é indicada, pois pode causar feridas na pele atingida. Se os dedos ou as 
mãos tiverem sido atingidos, devem ser postos sob as axilas. A parte afetada deve ser posta em água quente, 
em uma temperatura próxima de 42 ºC. O aquecimento deve levar em torno de 15 a 60 minutos. Se isso não 
for possível, o acidentado deve ser envolto em cobertores devendo a circulação voltar a funcionar 
naturalmente. Analgésicos e morfina podem ser necessários para controlar a dor. 
 
 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
99 
2.1.3.2 Fratura Frágil (Brittle Fracture) 
O derramamento de gás liquefeito sobre o convés de navios não projetados para baixas temperaturas 
pode torná-lo quebradiço e resultar em fraturas na área resfriada. É improvável que essas fraturas se 
propaguem para outras áreas além da área do derramamento. 
Nos navios que transportam cargas particularmente frias como o GNL e o Etileno, devem ser 
instaladas bandejas protetoras nas áreas onde possam ocorrer vazamentos. A área em volta do manifolde pode 
ser protegida com madeira ou fibra de vidro e sob as conexões do manifolde devem existir bandejas de aço 
inoxidável, madeira ou material equivalente. 
 
2.1.3.3 Queimaduras Químicas 
As queimaduras químicas podem ser causadas por Amônia, Cloro, Óxido de Etileno e Óxido de 
Propileno. Os sintomas por queimaduras químicas são similares aos de queimaduras por calor ou frio, exceto 
que o produto pode ser absorvido através da pele causando efeitos tóxicos. A queimadura química causa 
maiores danos, particularmente aos olhos. A área afetada deve ser lavada com água fresca corrente usando o 
chuveiro de emergência do navio, por 10 a 15 minutos. Após esse procedimento, a área afetada deve ser 
coberta com um material esterilizado. O tratamento posterior é o mesmo para as demais queimaduras. 
 
2.1.3.4 Informações de Saúde para Gases Liquefeitos 
Informações de Saúde para Gases Liquefeitos 
Produtos/Efeitos Irritantes 
Queimaduras 
pelo Frio 
Queimaduras 
Químicas 
Absorvidos 
pela Pele 
GNL X 
GLP X 
Metano X 
Etano X 
Propano X 
Butano X 
Etileno X 
Propileno X 
Butileno X 
Butadieno X X 
VCM X X 
Amônia X X X 
Cloro X X X X 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
100 
Etileno Óxido X X X 
Propileno Óxido X X 
Nitrogênio X 
(Tabela 3) 
Informações de Saúde para Gases Liquefeitos 
2.1.4 Asfixia (sufocação) 
Para tratar asfixia, remova a vítima do local de exposição ao gás e, se necessário, aplique respiração 
artificial e massagem cardíaca. Se for possível, estando a respiração fraca ou irregular deve ser ministrado 
oxigênio. A roupa deve ser retirada e, se a vítima estiver consciente, bebidas lhe devem ser oferecidas. A 
vítima deve repousar enquanto não chega ajuda médica. 
 
2.1.4.1 Tabela de Sintomas e Respectivo Tratamento Médico para Asfixia 
Tabela de Sintomas e Respectivo Tratamento Médico para Asfixia 
Asfixiantes LNG, LPG, Metano, Etano, Propano, Butano, Nitrogênio, Gás de Caldeiras 
Sintomas 
- Aumento da taxa e da profundidade da respiração 
- Cianose (pele azulada) 
- Respiração com ronco 
- Perda da consciência 
- Parada da respiração 
Tratamento 
- Remova a vítima da exposição ao gás 
- Aplique respiração artificial se necessário 
- Aplique massagem cardíaca 
- Retire as roupas da vítima 
- Administre oxigênio no caso de cianose ou se a respiração estiver falhando 
- Mantenha a vitima em repouso 
- Exceto se os sintomas sejam menos significantes, chame um médico 
(Tabela 4) - Sintomas e Tratamento de Asfixia 
 
2.2 Reatividade 
As informações sobre a reatividade das cargas de gases liquefeitos são encontradas nas folhas de 
informação de segurança dos produtos (FISPQ) na coluna “reactivity data”, conforme a figura 1. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
101 
 
(Figura 1) 
Informações de Reatividade do Metano 
Algumas cargas de gás liquefeito transportadas por navios podem ser reativas e essa reatividade pode 
ocorrer de diversas maneiras, tais como: 
• com ele próprio (auto-reação); 
• com o ar; 
• com a água; 
• com outras cargas; 
• com os materiais. 
Conhecer as características reativas que essas cargas apresentam é muito importante para a segurança 
do transporte dessas cargas prevenindo acidentes. 
As consequências mais comuns da reatividade das cargas são: 
• polimerização; 
• formação de hidratos; 
• formação de peróxidos. 
Portanto, todas as precauções devem ser tomadas para que os produtos reativos constantes das 
FISPQs, não entrem em contato com as substâncias com as quais podem reagir perigosamente. 
 
 
MARINHA DO BRASILDIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
102 
2.3 Inflamabilidade e Explosão 
Combustão é uma reação química na qual um vapor ou um gás inflamável combinado com oxigênio, 
na proporção correta e na presença de uma fonte de ignição produz, em condições normais, gás carbônico, 
água e calor. 
Para ocorrer uma combustão, são necessárias que existam três elementos: 
• o combustível; 
• a presença de oxigênio; e 
• a fonte de ignição. 
Vapores inflamáveis e oxigênio e/ou ar ao alcance de uma fonte de ignição, devem estar combinados 
na proporção aproximadamente correta (dentro da faixa inflamável) para que uma combustão seja bem 
sucedida. 
 
2.3.1 Combustão e Explosão 
 
2.3.1.1 Combustão 
Na combustão, a taxa de energia liberada é balanceada pela taxa de energia dissipada nas 
proximidades. O resultado é uma reação de queima de forma suave. 
 
2.3.1.2 Explosão 
A explosão é mais comum ocorrer em espaços confinados onde os produtos da combustão incluindo o 
calor não são retirados da zona de reação. A temperatura continua a crescer internamente e nessas 
circunstâncias, como o sistema é fechado, a pressão também aumenta. A taxa de reação aumentará 
exponencialmente até que todos os reagentes sejam consumidos. 
Nos espaços confinados ou em qualquer espaço onde o fornecimento de ar for restrito, o fogo 
eventualmente se extinguirá por si mesmo uma vez que o oxigênio será consumido e a atmosfera se tornará 
inerte. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
103 
 
(Figura 2) 
 Combustão e Explosão 
2.3.1.3 BLEVE 
BLEVE, pronunciado como “blevy”, é a abreviatura para “Boiling Liquid Expanding Vapour 
Explosion”. Esse é um tipo de explosão que pode ocorrer quando um recipiente que contém um líquido 
pressurizado se rompe. Explosões desse tipo podem ser extremamente perigosas. 
Esse fenômeno não é comum e é improvável que venha a ocorrer em tanques dos navios de gás. Ele 
pode surgir quando um vapor inflamável é repentinamente liberado de um tanque pressurizado e na presença 
de uma fonte de ignição. A mudança de energia nessas circunstâncias pode ser súbita e altamente explosiva, 
com uma considerável força destrutiva. 
O BLEVE pode ocorrer em ambientes pressurizados que armazenem substâncias que em condições 
normais (Condições Normais de Temperatura e Pressão - CNTP) seriam um gás, mas que se tornam líquidas 
quando pressurizadas, como o GLP. A substância será armazenada sob a forma líquida, com vapores gasosos 
acima do liquido preenchendo o restante do recipiente que o contém. 
Se esse recipiente pressurizado se romper pelo efeito da corrosão ou outras falhas, parte do vapor 
poderá vazar rapidamente. Isso fará a pressão cair dentro do container liberando uma onda de super pressão 
no ponto de ruptura. Essa queda brusca de pressão dentro desse container pressurizado causará violenta 
ebulição do liquido, que rapidamente liberará grandes quantidades de vapor. A pressão desse vapor pode ser 
extremamente alta, causando uma segunda e ainda maior onda de super pressão (e uma explosão), que pode 
destruir completamente o container, projetando estilhaços por toda a área ao redor por centenas de metros. 
O BLEVE não precisa de uma substância inflamável e não é considerado como uma explosão 
química. Todavia, se a substância envolvida for inflamável, é provável que resulte em uma nuvem que 
entrará em combustão após ocorrer o BLEVE propriamente dito, formando uma bola de fogo e possivelmente 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
104 
uma explosão no ar. BLEVEs também podem ser causados por fogo externo próximo ao container 
pressurizado aquecendo-o e aumentando sua pressão. 
No caso do container pressurizado estar vazando, BLEVEs podem ser evitados resfriando-se o 
cilindro com água ou espuma, tomando-se cuidado para não apagar a chama ate que o container esteja vazio 
ou o vazamento seja eliminado. 
 
2.3.2 Faixa Inflamável 
O termo “faixa inflamável” se refere à proporção de gás inflamável no ar, que é necessária para que a 
combustão ocorra. Os limites da faixa inflamável são definidos pelas concentrações mínima e a máxima de 
vapor (% do volume) no ar para formar uma mistura inflamável. 
O Limite Superior e o Limite Inferior da faixa inflamável de uma substância são normalmente 
abreviados para LSI (Limite Superior de Inflamabilidade) e LII (Limite Inferior de Inflamabilidade). 
 
(Figura 3) 
LSI e LII do Etileno 
A faixa inflamável de alguns produtos químicos é maior do que a de muitos produtos petrolíferos. 
Com exceção do Cloro, do Nitrogênio, do Dióxido de Enxofre e dos Gases Refrigerantes, todos os 
gases liquefeitos transportados pelos navios de gás, são inflamáveis. Contudo, os valores das faixas 
inflamáveis são variáveis e dependem particularmente do seu vapor. A Amônia, cuja faixa inflamável se situa 
entre 16% e 25% (em volume) no ar, não está listada como uma substância inflamável no Código IGC, uma 
vez que requer uma pressão substancial para que possa entrar em ignição. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
105 
A faixa inflamável de um vapor aumenta (alarga) drasticamente na presença de oxigênio puro. O 
Limite Inferior de Inflamabilidade é pouco afetado, mas o Limite Superior de Inflamabilidade aumenta 
consideravelmente. 
 
 
3.3.2.1 Faixa Inflamável no Ar e no Oxigênio Puro 
Faixa Inflamável (% em Volume) 
Produtos 
No Ar No Oxigênio 
Propano 2,1 – 9,5 2,1 – 55,0 
n-Butano 1,8 – 8,5 1,8 – 49,0 
VCM 4,0 – 33,0 4,0 – 70,0 
(Tabela 5) 
Faixa Inflamável no Ar e no Oxigênio Puro 
 
2.3.2.2 Propriedades Inflamáveis dos Gases na Pressão Atmosférica 
Propriedades Inflamáveis dos Gases na Pressão Atmosférica 
Produtos/Propriedades 
Ponto de Fulgor 
(oC) 
Faixa Inflamável 
(% em Volume no ar) 
Temperatura de Auto-
ignição (oC) 
Metano -175 5,3 – 14 595 
Etano -125 3,1 – 12,5 510 
Propano -105 2,1 – 9,5 468 
n-Butano -60 1,8 – 8,5 365 
i-Butano -76 1,8 – 8,5 500 
Etileno -150 3 – 32 453 
Propileno -108 2 – 11,1 458 
n-Butileno -80 1,6 – 9,3 440 
i-Butileno -72 1,8 – 8,8 465 
Butadieno -60 2 – 12,6 418 
VCM -78 4 – 33 472 
Óxido de Etileno -18 3 – 100 429 
Óxido de Propileno -37 2,8 – 37 465 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
106 
Amônia -57 16 – 25 615 
Cloro Não Inflamável Não Inflamável Não Inflamável 
Isopreno -50 1,0 – 9,7 220 
(Tabela 6) 
Propriedades Inflamáveis dos Gases na Pressão Atmosférica 
 
2.3.3 Ponto de Fulgor 
O Ponto de Fulgor de um líquido é a menor temperatura na qual esse líquido liberará vapores 
suficientes para formar uma mistura inflamável com o ar capaz de se inflamar na presença de uma centelha 
ou chama. 
O Ponto de Fulgor de um líquido está relacionado a Pressão de Vapor e ao Ponto de Ebulição deste 
líquido e corresponde ao LII desse liquido. 
Em geral, líquidos que possuem alta pressão de vapor como o GLP têm Ponto de Fulgor muito baixo 
se comparado com outros líquidos menos voláteis que possuem baixa pressão de vapor, como o querosene. A 
diferença nessa relação é mostrada na figura abaixo. 
 
(Figura 4) 
Ponto de Fulgor (Propano e Querosene) 
 
 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga emNavios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
107 
2.3.3.1 Mistura Pobre 
Se um líquido está numa temperatura inferior a do seu Ponto de Fulgor, não haverá vapor suficiente 
para produzir uma mistura inflamável com o ar. Nesse caso a mistura formada é considerada como “mistura 
pobre”. 
Apesar da quantidade de vapor ser afetada pela quantidade de calor aplicada ao liquido, a diluição 
desse vapor pelo vento e até mesmo por uma brisa pode manter a condição de “mistura pobre”. 
 
2.3.3.2 Mistura Rica 
Quando um líquido é aquecido acima do seu Ponto de Fulgor, há um aumento na temperatura 
acarretando um progressivo enriquecimento da mistura inflamável no ar. O ponto acima do qual teoricamente 
a mistura não entraria em ignição é chamado de Limite Superior de Inflamabilidade. Se o aquecimento do 
líquido continuar acima desse nível, produzirá muito gás para o volume do ar, e então a mistura é chamada de 
“mistura rica”. 
 
2.3.4 Temperatura de Auto Ignição 
Ponto de Fulgor não é o mesmo que ignição ou ponto de auto-ignição. Essa é a temperatura mínima 
necessária para iniciar a ignição de um gás ou vapor no ar sem a presença de uma centelha ou chama. Esse é 
um fator importante a ser considerado para líquidos menos voláteis que possam entrar em contato com uma 
superfície aquecida numa temperatura acima do seu ponto de ignição. 
Devem ser consideradas todas as fontes externas de ignição incluindo centelhas e chamas e, menos 
obviamente, as descargas quentes de compressores, podem fazer com que os combustíveis atinjam 
temperaturas acima do seu ponto de ignição independente da presença de centelha ou chama. 
 
2.3.5 Nuvem de Vapor 
Quando um gás liquefeito derrama em um espaço aberto, o gás vai evaporar e produzir uma nuvem de 
vapor extremamente grande com uma mistura de gás inflamável e ar. 
Por exemplo, no caso do Butano: 
Líquido Vapor Mistura Inflamável (Vapor/Ar) 
1 m3 233 m3 7.300 m3 
 
Essa nuvem de vapor não é imediatamente inflamável devido ao seu volume. Essa nuvem é chamada 
de “pluma”, como mostrada na figura ?????. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
108 
 
 
(Figura 5) 
Desenvolvimento de uma Nuvem de Vapor 
A área “B”, que está imediatamente acima da área do derramamento, não é inflamável porque contém 
uma alta percentagem de vapores inflamáveis, representando uma “mistura rica”. 
A área “D” também não é inflamável, pois contém baixa concentração de vapores inflamáveis, 
significando que se trata de uma “mistura pobre”. 
A área inflamável estaria em algum lugar entre as áreas “B” e “D”, representada por “C” no diagrama 
acima. 
2.4 A concentração de O2 e a Inertização 
Aumentar a concentração de O2 numa mistura inflamável causa um aumento na faixa inflamável. 
Diminuir a concentração de O2 nessa mistura causa uma diminuição dessa faixa. 
Se a concentração de oxigênio for suficientemente diminuída, a atmosfera poderá se tornar “não 
inflamável”, ou seja, seu estado que será considerado inerte. 
 
2.4.1 Efeito da Redução do Teor de O2 
Uma atmosfera é inerte (concentração de O2 insuficiente para a combustão de hidrocarbonetos) 
quando contém, aproximadamente, menos do que 12% de oxigênio. Alguns outros combustíveis podem 
entrar em combustão com teor de oxigênio inferior a 12%. 
Nos navios de gás e outros tipos de navios-tanque o teor de O2 no tanque de carga é, geralmente, 
reduzido para menos do que 2% por volume. Em algumas condições existentes nos navios de gás, como no 
transporte de cargas polimerizáveis (butadieno e VCM), a prática é diminuir o teor de oxigênio para menos 
de 0,1% por volume, percentual este também usado no transporte de GNL. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
109 
A figura 6 abaixo mostra esse conceito para os gases hidrocarbonetos propano e butano em mistura 
com o ar. 
 
 
(Figura 6) 
Diagrama de Faixa Inflamável, mostrando o efeito da diminuição de oxigênio 
A Faixa Inflamável (área rosada), representa a faixa inflamável compreendida entre o LII e o LSI. 
Essa faixa se reduz de acordo com a diminuição do teor de oxigênio. Um teor de O2 menor do que o da 
extremidade esquerda da faixa inflamável (12%), produz uma mistura inerte. 
O teor de O2 no qual a maioria dos gases hidrocarbonetos se torna inerte, está situado entre 11 e 12%. 
Nota: O Código IGC exige que o Gás Inerte produzido por uma planta (se instalada a bordo) forneça 
gás inerte com teor de oxigênio nunca superior a 5% medido na rede de fornecimento de gás inerte para ser 
utilizado nos tanques de carga. 
Outros gases mostrarão áreas de misturas inflamáveis ligeiramente diferentes, dependendo de seus 
limites de inflamabilidade e da quantidade de oxigênio necessário à combustão. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
110 
 
(Figura 7) 
Misturas Inflamáveis 
 
2.4.2 Redução do Percentual de Gases de Hidrocarboneto nos Tanques de Carga 
Caso existam gases de hidrocarbonetos nos tanques de carga tal como o GLP, esses gases devem ser 
primeiramente removidos. O processo de purga será feito através da diluição com gás inerte, utilizando 
diversas trocas do volume do tanque, para reduzir progressivamente o percentual da mistura gás/ar que existe 
no tanque. Esse processo é conhecido como “purga antes da desgaseificação”. 
Depois dessa purga com gás inerte e para tornar o tanque livre de qualquer gás e permitir a entrada 
nesse espaço depois de ventilado, o teor de gás nas mistura com gás inerte deverá estar em 2% ou menos e se 
possível 1,6% (Figura 7) quando então o tanque poderá ser ventilado com ar fresco até que atinja o teor de O2 
de 20,9% em volume. Essa medida garantirá que durante essa operação a atmosfera do tanque passe o mais 
longe possível da faixa de “mistura inflamável” mostrada na Figura 8. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
111 
 
(Figura 8) 
Desgaseificação Evitando a Faixa Inflamável 
A introdução de ar dentro de um tanque sem a diminuição do teor de hidrocarbonetos com gás inerte 
causará a redução da mistura seguindo a linha AZ. Isso é extremamente perigoso. O método correto é o que 
segue a linha AB e depois a linha BZ (Figura 8) 
 
2.4.3 Desgaseificação (figura 8) 
Procedimentos corretos para a segurança da desgaseificação do navio de gás: 
• inicie a purga no ponto “A” introduzindo gás inerte no tanque, liberando a mistura pelo mastro de 
ventilação para reduzir o percentual de gás no tanque. 
Nota: O instrumento comumente usado é o tankscope para percentual de gás. O modelo deve ser 
adequado para atmosferas inertes (verifique no manual do fabricante). 
• no ponto “B”, o qual está com 2% de gás, é equivalente a 100% de LII (verifique com o 
explosímetro), abra o tanque e inicie a desgaseificação com ar fresco. 
Nota: Um explosímetro, também conhecido como “medidor de gás combustível”, é usado para 
monitorar o percentual de LII. Medidores tipo Servomex são usados para monitorar o percentual de O2. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
112 
• no ponto “Z” a atmosfera já estará com 20,9% de O2 e com um LII de 0 a 1%. A atmosfera do 
tanque agora deverá ser verificada para saber se existem outros tipos de gases remanescentes, usando-se a 
bomba de fole com os tubos colorimétricos (DrägerTubes) ou equipamento similar. A ventilação do tanque 
deverá ser continuada durante todo o tempo que o tanque estiver aberto. 
A entrada no tanque só deve ser permitida após a emissão do certificado de teste de gas free por 
profissional competente e depois de ser emitida uma autorização para entrada em espaços confinados. 
 
2.5 Fontes de ignição 
Os perigos de fogo e explosão em navios de gás são administrados durante as operações de manuseio 
de carga, através do controle eficaz de todas as possíveis fontes de combustíveis tais como atmosferas 
inflamáveis, vazamentos de líquidos e liberação de vapores. 
Os itens a seguir são elementos que representam os riscos potenciais de fontes de ignição a bordo: 
 
2.5.1 O Fumo 
Fumar e particularmente carregar isqueiros ou fósforos, é a mais provável fonte de ignição (chama 
aberta, centelha) a bordo e por isso deve ser restrito a locais pré-definidos e claramente identificados. Essa 
regra deve ser cuidadosamente observada durante as operações de manuseio da carga, particularmente 
quando estiverem presentes visitantes, que não conhecem a natureza da carga nem as operações que estão 
sendo realizadas,. 
 
2.5.2 Trabalho a Quente e Trabalho a Frio 
Trabalhos a quente e trabalhos a frio somente deverão ser permitidos quando forem rigorosamente 
controlados por um sistema de permissão de trabalho. 
Durante a realização dos trabalhos a quente e a frio, as atmosferas das áreas perigosas devem ser 
continuamente monitoradas com instrumentos capazes de automaticamente dar um alarme sempre que for 
detectado a existência de vapores inflamáveis nas áreas monitoradas. 
 
2.5.3 Ferramentas Anti-Centelha 
O uso de uma ferramenta, conhecida como “ferramenta segura”, nas áreas perigosas cria uma falsa 
sensação de segurança. Fabricadas com materiais não ferrosos e de dureza inferior, são comumente 
chamadas de ferramentas anti-centelha. No entanto, fragmentos de ferro podem facilmente se agregar às suas 
extremidades, podendo gerar centelhas, tornando-as tão perigosas quanto outras quaisquer ferramentas. 
MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 02 
 
113 
2.5.4 Eletricidade Estática 
A eletricidade estática pode surgir quando os líquidos ou os gases são bombeados por tubulações em 
altas velocidades. Os líquidos não-condutores (acumuladores estáticos), as misturas de líquidos, o dióxido de 
carbono e o vapor são fontes comuns de eletricidade estática quando estão sendo manuseados. A geração de 
eletricidade estática normalmente aumenta com o aumento da velocidade do fluxo. 
Tirar roupas sintéticas em áreas perigosas, especialmente em atmosferas muito secas, também pode 
colaborar para uma descarga estática. 
Instrumentos elétricos, feitos especialmente para uso em áreas perigosas, devem ser à prova de fogo 
ou intrinsecamente seguros. Na Europa, os equipamentos elétricos para serem usados em áreas perigosas 
devem ser do tipo “ATEX Approved”. A sigla ATEX deriva da expressão “ATmosphere EXplosible” e foi 
estabelecido pelo EC Directive 94/9/EC, em 1994. 
 
2.5.5 Aterramento 
As centelhas elétricas podem ocorrer entre navio e terminal se a conexão (mangote ou braço de 
carregamento) permitir um caminho elétrico entre o navio e as estruturas metálicas de terra. Esse risco se 
estabelece na hora da conexão e da desconexão dos mangotes. 
A corrente elétrica irá fluir através desse caminho por conta da diferença do potencial elétrico do 
navio, das estruturas do berço do terminal e da água do mar circundante. Essas diferenças acontecem 
naturalmente por conta dos diferentes tipos de aço ou dos revestimentos das duas estruturas, que podem 
aumentar devido ao desequilíbrio nos graus de proteção catódica aplicada a cada uma delas. 
Embora a diferença entre o navio e o berço nunca seja maior do que uma fração de volt, as células 
eletrolíticas envolvidas são grandes e a resistência elétrica no circuito navio-água do mar-berço-conexão para 
carga, é pequena. Como resultado, uma corrente de muitos amperes poderá fluir através da conexão para 
carga e essa corrente, quando estabelecida ou interrompida, poderá produzir uma centelha. 
No passado um cabo terra era tradicionalmente conectado entre o berço e o navio para gerar um 
caminho alternativo para essa corrente. No entanto, em termos práticos, isso é ineficaz e o uso do cabo terra 
não é mais recomendado. 
A descontinuidade elétrica é conseguida na conexão para carga por meio de um flange de isolamento, 
ou utilizando um mangote com descontinuidade elétrica. Ambos são eficazes na eliminação de corrente ou 
centelha elétrica na conexão para carga. 
Para evitar a possibilidade de centelhas, juntas isolantes normalmente são colocadas entre os flanges 
do braço de carregamento e o da tomada de carga do navio.

Continue navegando