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Módulo Básico - Introdução
Antes de qualquer coisa, vamos a uma pequena introdução à fotografia.
A palavra Fotografia vem do Grego "fós"(luz) e "grafis"(pincel), e significa "desenhar com a luz". A fotografia foi inventada a mais de um século e meio, e desde então, muitas inovações aconteceram. Desde a invenção da Fotografia Digital, ela tem sido cada vez mais aprimorada, assim como a informática, em velocidades assustadoramente rápidas. Poucos anos após sua invenção, a qualidade das fotografias digitais já conseguem alcançar uma qualidade quase igual as melhores conseguidas com filmes comuns.
No mercado atual, existem centenas de opções de câmeras digitais, desde as mais simples e baratas, até as mais complexas e sofisticadas de preços mais altos. Este é um dos fatores que tem dificultado a sua popularização. A boa notícia é que com o passar dos anos, a tendência é que assim como na informática, os preços fiquem cada vez mais baixos, mesmo para os melhores modelos. Dia após dia os preços caem cada vez mais. Uma câmera digital que a 5 anos atrás você não compraria por menos de R$ 800, hoje em dia talvez você encontre uma do mesmo modelo mais atualizado por menos de R$ 300.
Em conjunto com as câmeras digitais, o mercado também conta com inúmeros programas de edição, que tem se tornado cada vez mais populares. Alguns são pagos, outros gratuitos, mas uma coisa que não se pode negar é que cada vez mais, a utilização destes programas tem se tornado mais fácil. Hoje em dia não é preciso ser nenhum especialista para se conseguir fazer simples correções e edições em suas fotos. Muitos dos programas oferecidos já fazem praticamente tudo por você, é só questão de apertar um botão ou deslizar uma barra de ajuste.
Uma dúvida comum, com tantas opções no mercado é: que câmera comprar?
Temos dezenas de especificações apresentadas pelos vendedores e as vezes ficamos um pouco perdidos em meio a tantas palavras que nem sabemos exatamente o que significam e para que elas servem.
Nas próximas aulas, veremos algumas das principais denominações atribuídas a fotografia. Não percam!
Para entender melhor toda essa salada de frutas de palavras confusas, nas próximas aulas iremos aprender algumas das principais denominações comumente utilizadas na fotografia digital.
Os Megapixels
Para entendermos o que é um Megapixel, primeiro precisamos entender o que é o seu elemento menor, o Pixel. Pixel é o menor elemento em um dispositivo de exibição (tal como o monitor de seu computador, ou o visor LCD de sua câmera) ao qual é possível atribuir uma cor. Simplificando, pixels são minúsculos pontinhos de uma determinada cor, que agrupados, formam uma imagem inteira. Vamos a um exemplo. Observe a imagem abaixo:
Observe a imagem como um todo, depois olhe para a estrela marcada com o quadrado vermelho.
Agora, observe esta outra imagem:
Esta estrela é a mesma da imagem anterior, ampliada 32 vezes.
A olho nu não conseguimos ver estes pontos individualmente. São tão pequenos que só conseguimos ver a imagem como um todo. Por exemplo, quando dizemos que a resolução de determinada imagem é de 640 x 480, estamos querendo dizer que esta imagem é composta por 640 pixels horizontais, multiplicados por 480 pixels verticais. Para saber a quantidade total de pixels de uma imagem, devemos multiplicar estes valores. Neste mesmo exemplo, multiplicando 640 por 480, temos o resultado de 307.200 pixels.
Agora que você já sabe o que é Pixel, vamos entender mais sobre o Megapixel. Um megapixel equivale a 1 milhão de pixels. Se tivermos uma imagem quadrada com resolução 1000 x 1000, podemos dizer que esta imagem tem resolução de 1 megapixel, já que se multiplicarmos 1000 por 1000, teremos o resultado de 1 milhão, o valor exato equivalente a um megapixel. A maioria das imagens não são quadradas, mas mesmo que multipliquemos outros valores de resolução da imagem, se o resultado final for o mesmo, ainda assim podemos dizer que esta mesma imagem tem 1 megapixel. Exemplos: 2000 x 500, 250 x 4000, etc.
Valores acima de 1 megapixel funcionam da mesma maneira. Assim como 1 milhão de pixels equivale a 1 megapixel, 2 milhões de pixels equivale a 2 megapixels, 3 milhões de pixels a 3 megapixels e assim por diante. Sabendo disso, você pode imaginar a quantidade de pixels das atuais câmeras na faixa dos 12 megapixels? Isso mesmo, estas câmeras produzem imagens com aproximadamente 12 milhões de pixels, uma quantidade realmente impressionante, capaz de exibir imagens de altíssima qualidade.
A quantidade de megapixels de uma câmera está diretamente relacionada a qualidade da imagem que ela pode produzir, porém, este não deve ser o único fator a ser considerado para determinar a qualidade final da imagem. Mais adiante veremos o porquê.
Espero que as explicações tenham ficado bem claras e de fácil entendimento.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 2 - A Exposição
Sejam bem vindos a segunda aula do módulo básico! Como postado anteriormente, seguiremos dando continuidade a algumas denominações comumente utilizadas na fotografia digital.
A Exposição
Simplificando, a exposição é a quantidade de luz que usamos para formar uma foto. Tudo o que vemos reflete luz. As câmeras fotográficas funcionam de maneira similar ao olho humano. Absorvemos e assimilamos as cores e a luminosidade presente em determinado ambiente, por isso conseguimos distinguir diferentes formas, cores e tamanhos. Foi partindo deste princípio que a fotografia foi inventada. Tons mais escuros como o preto, absorvem mais luz, enquanto que os tons mais claros, como o branco, refletem mais luz.
Experimente colocar uma fonte de luz (um abajur, uma lanterna, qualquer fonte de luz) em frente a uma cartolina preta, por exemplo, e depois em frente a uma cartolina branca. Você pode observar que a cartolina branca vai refletir muito mais luz. Este princípio de reflexão de luz é o mesmo usado nos rebatedores, que estudaremos mais tarde.
Imagine a luz se dividindo em vários pedaços minúsculos. Cada pedaço de luz carrega um pouco de informação, sobre o quanto ela deve ser clara ou escura e qual cor ela deve ter. No caso de nós humanos, absorvemos esta informação pelos olhos e interpretamos pelo cérebro, e no caso das câmeras, tente imaginar o olho sendo a lente e o cérebro sendo o sensor (ou filme, no caso das câmeras de filme). Mais tarde entenderemos melhor o que é e para que serve o sensor, por hora, tente imaginá-lo apenas como o cérebro da câmera.
Para que possamos criar uma fotografia, devemos deixar entrar no sensor uma certa quantidade de luz por um determinado tempo. Para obter um bom resultado, essa luz deve ser na medida certa, nem de mais, nem de menos. Se a foto ficar clara demais, ela estará o que chamamos de superexposta, e se ficar escura demais, estará o que chamamos de subexposta. Certas vezes podemos utilizar estes fatores a nosso favor para criar efeitos criativos de iluminação em determinados assuntos, mas no geral, principalmente para quem está iniciando, o principal objetivo é conseguir fotos com a quantidade de luz bem balanceada.
A exposição é baseada em três fatores: abertura do diafragma, velocidade do obturador e sensibilidade ISO. Calma! Não se preocupe se você pensou "hã?". Vamos aprender sobre todos estes fatores nas próximas aulas. Você deve estar se perguntando "mas e como eu vou saber se a foto está bem exposta, eu vou ter sempre que tirar a foto pra depois verificar?". A resposta é não! Todas as câmeras digitais atuais possuem um mecanismo interno chamado Fotômetro. Ele mede precisamente a luz necessária em tempo real para criar a exposição correta.
As câmeras compactas simples, que na maioria das vezes tem todos, ou quase todos os seus ajustes automáticos, normalmente não exibem na tela a régua de medição do fotômetro, provavelmente pra não acrescentar detalhes que só confudem a pessoa, que simplesmente quer tirar uma foto, sem se preocupar com detalhes que só vão dificultar. Ao contrário disso, as câmeras mais avançadas que permitem ajustes manuais, exibem esta régua. Variade câmera para câmera, mas no geral, é mais ou menos assim:
O fotômetro da câmera é muito preciso, porém não é perfeito, por isso, ele não vai acertar a exposição correta em 100% das vezes. Com a experiência, podemos usar ele como base para criar uma exposição a nosso gosto, com mais ou menos luz, dependendo da situação. Este retângulo abaixo desta seta que parece um escudo nos mostra como está a exposição. Se ele estiver no meio, significa que a exposição está correta, ou seja, que a quantidade de luz necessária para criar uma foto está perfeita. Se ele estiver mais para a esquerda, significa que a foto vai ficar subexposta, ou seja, escura demais, e se estiver mais para a direita, significa que vai ficar superexposta, ou seja, clara demais.
https://www.youtube.com/watch?v=aIIg9qjS9Gs&t=5s
É verdade que mesmo após tirada, é possível dar um tratamento na foto em um programa de edição, porém, sempre tente fazer a foto na exposição correta, pois apesar destes programas serem eficientes, nenhum faz milagre. A foto nunca vai ficar tão natural quanto seria se já tivesse conseguido a exposição correta na própria câmera. Subexpondo ou superexpondo a sua foto, ela vai perder informações de cor, o que torna difícil ser recuperado por um programa de edição sem grandes perdas na qualidade.
A maioria das câmeras dispõem da configuração do modo de medição da exposição (também chamados de Metering Mode), que podem facilitar muito a sua vida. Descubra se a sua tem esta função. Se necessário, leia o manual da sua câmera e procure saber como configurar. Existem vários tipos de medição, como o de tela inteira, que considera a luz vinda de toda a cena para determinar a exposição, a de medição central, que considera a parte do meio da cena, entre outros. Você com certeza já deve ter tirado foto de uma pessoa com o sol ao fundo, certo? Deixa eu adivinhar: o fundo ficou claro e visível, e a pessoa, que era o assunto importante na foto, ficou toda escura, quase como se fosse uma sombra, acertei? Pois é, isto aconteceu pelo motivo mencionado acima.
Provavelmente o método de medição que a sua câmera usou no momento foi o de tela inteira, que leva em consideração principalmente as partes mais claras da cena, neste caso, o sol. Se nesta hora a medição central tivesse sido usada, o resultado seria diferente. A câmera levaria em consideração a luz refletida pela pessoa no meio da foto e teria feito a exposição correta baseada nela. Existem outras maneiras de evitar situações como esta, mas isto fica para mais adiante.
Por hoje é só, pessoal. Espero que tenham gostado da aula e que tenham entendido. Não deixem de clicar em um dos botões abaixo de cada post em "Você entendeu?". Cliquem em "Entendi Tudo", "Entendi Quase Tudo" ou "Não Entendi", para que eu possa avaliar se minhas explicações estão sendo suficientemente claras. Nas próximas aulas vamos aprender sobre os 3 fatores que se baseiam a exposição mencionados anteriormente, a abertura do diafragma, a velocidade do obturador e a sensibilidade ISO.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 3 - A Abertura do Diafragma
Na aula de hoje, vamos aprender sobre o primeiro dos três fatores em que a exposição é baseada.
A Abertura do Diafragma
O diafragma é o dispositivo que controla a abertura da lente. Ele é composto por um conjunto de lâminas finas que ficam dentro da lente. O diafragma controla a quantidade de luz que passa pela lente para chegar ao sensor. Quanto mais aberto ele estiver, mais luz consegue passar, e quanto mais fechado, menos luz. São atribuídos diferentes valores numéricos de identificação para cada abertura determinada.
 
Estes valores são conhecidos como números f ou f-stop, e seguem sempre um padrão universal em todas as lentes. Esta é a escala padrão de números f: 1, 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22, 32, 45 e 64. Mesmo que agora para você eles pareçam apenas um conjunto de números aleatórios, se você observar bem, eles seguem uma lógica. Olhe para a imagem abaixo e observe que os números seguem uma progressão geométrica intercalada.
Você conhece o ditado "menos é mais"? Pois é, eu diria que ele cai perfeitamente para descrever os números f. Quanto maior o número f atribuído, menor será a abertura, e consequentemente, menor será a passagem de luz pelo diafragma. Ao contrário, quanto menor o número f atribuído, maior será a abertura, e consequentemente, maior será a passagem de luz pelo diafragma. Número menor, maior abertura. Número maior, menor abertura.
Se isto for difícil para você lembrar, você pode tentar imaginar estes números como frações. Por exemplo, 1/2 (um meio), é um valor maior do que 1/4 (um quarto), que por sua vez é maior do que 1/8 (um oitavo), e assim por diante. Lembra daqueles exercícios de matemática que você tinha no ensino fundamental, onde você precisava definir quem comeu mais, o Joãozinho que comeu 1/2 de pizza, ou a Mariazinha que comeu 1/4 de pizza?
Agora você usa o mesmo princípio, só que ao invés de fracionar a pizza, você vai fracionar a luz. O maior valor que você pode ter é 1 (um inteiro), e o menor 1/64 (um sessenta e quatro avos). Você não precisa necessariamente lembrar de todos os números f da escala, apenas lembrar o que eles representam.
Começando de f/1, até f/64, a cada número f seguinte na escala, a quantidade de luz que passa pelo diafragma é reduzida pela metade. Com f/1.4, teremos duas vezes menos luz passando pelo diafragma do que com f/1. Com f/2, duas vezes menos do que com f/1.4. Com f/2.8, duas vezes menos do que com f/2, e assim progressivamente.
O inverso também funciona da mesma maneira, só que ao invés de dividir pela metade a quantidade de luz, ela se duplica. Por exemplo, com f/45, teremos duas vezes mais luz passando pelo diafragma do que com f/64. Com f/32, duas vezes mais do que com f/45. Com f/22, duas vezes mais do que com f/32, e assim por diante.
Toda esta informação pode ser um pouco difícil de assimilar somente com exemplos técnicos, então, vamos ver uma imagem explicando visualmente o que eu acabei de explicar. Na imagem vemos um diafragma abrindo e fechando, com suas aberturas e números f correspondentes aproximados.
Confira também o vídeo ilustrativo abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=wqSsJFLqWYM
Agora que você aprendeu toda a escala de números f, você deve saber que alguns destes números raramente são usados e que alguns outros não citados também são usados. As lentes atuais normalmente tem a sua escala de números f mais reduzida. A escala mais comum vai de f/1.4 a f/32, dependendo do tipo da lente. Aberturas com valores f/1, f/45 e f/64 dificilmente são encontrados.
Dentre a escala mais comum, também existem valores intermediários de aberturas que variam ligeiramente a quantidade de luz que passa pelo diafragma, por exemplo f/1.8, f/3.5, f/6.3, f/7.1, f/9, f/36, entre outros.
Podemos observar nesta outra imagem as diferentes quantidades de passagem de luz, dependendo do número f atribuído na exposição. Observe que mesmo pequenos valores intermediários podem fazer grandes diferenças na quantidade de luz da cena. Todos os outros controles de exposição se mantiveram exatamente os mesmos em cada exemplo, a única coisa alterada foi a abertura do diafragma. Clique na imagem para visualizar em tamanho maior.
Além de contribuir para o ajuste da exposição, a abertura do diafragma também tem outra função importante, mas isto é assunto para mais adiante, por hoje já tivemos informações o suficiente para assimilar.
Lembrem-se de clicar em um dos botões abaixo de cada post em "Você entendeu?". Cliquem em "Entendi Tudo", "Entendi Quase Tudo" ou "Não Entendi", para que eu possa avaliar se minhas explicações estão sendo suficientemente claras. Na próxima aula aprenderemos sobre o segundo dos três fatores em que a exposição é baseada, a velocidade do obturador.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 4 - A Velocidade do Obturador
Na aula de hoje, vamos aprender sobre o segundo dos três fatores em que a exposição é baseada.
A Velocidade do Obturador
O obturadoré um dispositivo mecânico que abre e fecha, ele fica no interior do corpo da câmera, um pouco atrás do diafragma da lente. Ele controla por quanto tempo a luz que passa pelo diafragma vai ficar exposta ao sensor. É uma espécie de cortina que protege o sensor da luz, e quando acionado o disparador, ele se abre. Quanto mais tempo ele se mantém aberto, mais luz passa, e quanto menos tempo, menos luz.
É muito simples de entender. Vamos a um exemplo. Pegue 3 copos e uma jarra. Deixe os copos vazios e encha a jarra de água. Em um dos copos, despeje água rapidamente, por cerca de meio segundo. No outro, despeje água por cerca de 1 segundo. Por fim, no último dos copos, despeje água por cerca de 3 segundos. Façamos uma análise: qual dos três copos tem mais água?
O último, é claro, porque você deixou a água cair da jarra por mais tempo, e consequentemente a quantidade de água que veio da jarra para o copo foi maior. Com a velocidade do obturador funciona da mesma maneira, só que ao invés de ser uma jarra com água, é a luz que entra, e ao invés de ser um copo, é o obturador que recebe. Se você deixar a luz entrar por mais tempo, a foto vai ficar mais clara, já se você deixar entrar por menos tempo, vai ficar mais escura.
A velocidade do obturador normalmente vai de 30 segundos a 1/8000 segundos. As câmeras mais comuns, as chamadas compactas, normalmente não exibem, e muito menos permitem ajustar a velocidade do obturador, tudo isso é ajustado automaticamente pela câmera, para o fotógrafo ter apenas o trabalho de apontar e clicar. Já as câmeras mais avançadas sempre permitem este ajuste.
Para velocidade 1/100, por exemplo, a câmera normalmente vai exibir apenas o 100. Para velocidades de 1 segundo ou mais lentas, a câmera mostra um sinal de aspas após o número, por exemplo 1" significa que a velocidade do obturador é de 1 segundo, 2", de 2 segundos, 3" de 3 segundos e assim por diante.
Assim como a abertura do diafragma, a velocidade do obturador, além de contribuir para equilibrar a exposição, também tem outra função importante. Já que esta aula sobre o obturador é um pouco mais curta, vou aproveitar para explicar esta função nesta mesma aula. Dependendo da velocidade que usamos, podemos criar efeitos criativos de movimento ou congelamento para determinados assuntos. Observe a imagem abaixo. Repare que a mesma foto pode ter diferentes resultados, dependendo da velocidade usada. Clique na imagem para visualizar em tamanho maior.
No primeiro exemplo, com velocidade de 1/3s, repare como a foto ganhou uma sensação de movimento. No segundo exemplo, com velocidade de 1/200s, o efeito foi completamente diferente, a água parece estar congelada. Altas velocidades podem ser usadas para congelar coisas realmente rápidas. Podemos congelar por exemplo, o movimento das asas extremamente rápidas de um beija-flor, ou ainda um carro de fórmula 1 a toda velocidade.
Confira também o vídeo ilustrativo abaixo.
Usando velocidades mais baixas, as coisas que estão em movimento criam um efeito embaçado, que transmite a sensação de movimento na foto. Mas muito cuidado, velocidades muito baixas podem ser uma faca de dois gumes. Muitas das vezes a ideia é apenas criar uma foto com a sensação de movimento para o assunto fotografado em questão, e não criar uma cena toda borrada com todos os assuntos da cena indistinguíveis. O movimento da própria câmera pode afetar no efeito de embaçamento, e isto pode arruinar a foto. Sempre que for usar velocidades muito baixas, opte por usar um tripé, ele pode facilitar muito as coisas.
Por hoje é só, pessoal. Espero que estejam gostando e entendendo bem as aulas. Na próxima aula aprenderemos sobre o terceiro e último fator em que a exposição é baseada, a sensibilidade ISO.
Até a próxima aula!
https://www.youtube.com/watch?v=EldbcIUBXOk
Módulo Básico - Aula 5 - A Sensibilidade ISO
Na aula de hoje, aprenderemos sobre o terceiro e último fator em que a exposição é baseada.
A Sensibilidade ISO
A sensibilidade ISO, também conhecida por velocidade ISO, é a medida de sensibilidade do sensor a luz. Algumas vezes, ISO também pode ser referido como ASA, como era chamado antigamente nas câmeras de filme. Quanto maior o número ISO, maior será a sensibilidade do sensor a luz. A escala ISO mais comum vai de 100 a 3200, mas atualmente já existem câmeras que chegam a valores exorbitantes de ISO 102400.
Geralmente, quando vamos fotografar em um ambiente bastante iluminado, deixamos o valor ISO mais baixo, para que a foto não fique clara demais. Já em ambientes de pouca luz, normalmente deixamos o valor ISO mais alto, para que a foto não fique escura demais.
A cada valor de ISO que aumentamos, a sensibilidade do sensor a luz dobra. Por exemplo, em ISO 200, o sensor é duas vezes mais sensível a luz do que em ISO 100. Em ISO 400, o sensor é duas vezes mais sensível do que em ISO 200, e assim por diante. O mesmo vale para o contrário, só que dividindo a luz pela metade. Por exemplo, em ISO 1600, o sensor é duas vezes menos sensível a luz do que em ISO 3200. Em ISO 800, o sensor é duas vezes menos sensível do que em ISO 1600, e assim por diante.
Veja um exemplo de como a sensibilidade ISO afeta a exposição. A abertura do diafragma e a velocidade do obturador foram mantidas as mesmas em todos os exemplos, somente a sensibilidade ISO foi alterada para efeito de comparação. Clique na imagem para visualizar em tamanho maior.
Assim como a abertura do diafragma e a velocidade do obturador, a sensibilidade ISO tem outro efeito na foto além de afetar a exposição, só que infelizmente, diferente dos outros dois fatores, é um ponto negativo. Este ponto negativo chama-se ruído. O ruído deixa a imagem com pontinhos de cores e iluminação, deixando a foto menos nítida. Sabe aquela foto que você tira em seu celular à noite em que principalmente as partes pretas da foto aparecem com pontinhos ou pequenas manchas? Isto é o ruído. Vejamos um exemplo. Observe nesta imagem a parte marcada em vermelho.
Aplicando um zoom nesta área, em diferentes sensibilidades ISO podemos ver claramente a perda de cores e nitidez que o ruído causa. Clique na imagem para ampliar.
Confira também o vídeo ilustrativo abaixo.
Saber conciliar abertura do diafragma, velocidade do obturador e sensibilidade ISO para obter o efeito que se deseja e ao mesmo conseguir uma exposição equilibrada não é uma tarefa nada fácil. Mas não desanime, a fotografia não é nenhum bicho de sete cabeças. Com força de vontade para aprender e muito treino, mesmo as maiores dificuldades vão parecer brincadeira de criança para você. Leia, releia, treine, erre, treine mais, acerte, e nunca pare de querer aprender. A fotografia é uma escada com infinitos degraus. Mesmo quando você acha que já sabe tudo, sempre tem algo novo para aprender.
Finalmente chegamos ao fim dos fatores em que a exposição é baseada. Se você acompanhou as aulas anteriores, após terminar de ler esta, tenho certeza que o seu conhecimento sobre fotografia aumentou muito nos últimos dias. Cada informação que você leu aqui e assimilou vai lhe ser muito útil para criar novas possibilidades.
Até a próxima aula!
https://www.youtube.com/watch?v=61fhiG3elfA
Módulo Básico - Aula 6 - O Balanço de Brancos
Nesta aula vamos aprender sobre um fator bastante importante que nos permite conseguir as melhores cores nas fotos.
O Balanço de Brancos
O balanço de brancos nos permite obter as cores mais fiéis a realidade o possível, dependendo da fonte de luz da cena. Conforme a luz que ilumina a nossa cena, as cores podem ficar um pouco diferentes das que vemos com os nossos olhos. Isto acontece por causa da temperatura de cor. Cada tipo de luz tem uma temperatura de cor diferente. A temperatura de cor é medida em Kelvin.
Se você tem ou já teve uma câmera digital, com certeza já tirou muitas fotos. Fotografamos nos mais diversos lugares com diferentes fontes de iluminação. Sob a luz do sol, em dias nublados, à noite em nossa casa sob a luz de uma lâmpada de tungstênio ou fluorescente, ou ainda com a luzemitida pelo flash. O olho humano é muito versátil. Sob qualquer fonte de iluminação ele vai enxergar sempre as cores reais. O branco vai ser sempre branco, seja sob a luz do sol, sob a luz de uma lâmpada ou qualquer outra fonte de luz.
Infelizmente a câmera não tem a mesma inteligência do olho humano para conseguir detectar sempre a fonte de luz exata e aplicar as correções de luminosidade para que a cor seja totalmente fiel a realidade. Precisamos dizer pra câmera que o branco é branco, que o azul é azul, que o amarelo é amarelo, e assim por diante.
Você com certeza já tirou uma foto sob uma lâmpada de tungstênio(aquelas amarelas) e quando foi ver o resultado, parecia que a sua pele tinha sido pintada de amarelo, certo? Isto aconteceu porque a câmera não estava com a configuração certa de temperatura de cor. Simplificando, é como se a câmera não soubesse que branco é branco e que cor de pele é cor de pele. Ao invés disso, ela pensou que branco era bege e que cor de pele era amarelo, por isso a foto saiu com as cores que não devia.
Todas as câmeras digitais atuais permitem a regulagem do balanço de brancos, mesmo as mais simples. Procure no manual da sua câmera como mudar o balanço de brancos. Conforme a fonte de luz do lugar em que for fotografar, ajuste o balanço de brancos para a luz equivalente.
As câmeras também dispõem da configuração automática do balanço de brancos, no entanto, é recomendado usar esta opção somente quando não há muito tempo para fazer a foto. Como eu disse, a câmera não é muito inteligente por si só. Ela faz um trabalho satisfatório na maioria das coisas em que opera no modo automático, mas a inteligência automática de uma máquina não se compara a de um humano, portanto, sempre prefira fazer ajustes manuais para obter melhores resultados.
Na imagem abaixo, podemos ver uma comparação dos diferentes tipos de balanço de brancos usados em uma mesma cena. As fotos foram feitas sob a iluminação de luz fluorescente em todos os exemplos, somente as configurações da câmera foram modificadas. Observe como as cores ficam 100% fiéis no ajuste equivalente a luz fluorescente. No ajuste automático até que não ficou ruim, mas ainda assim não se compara ao ajuste para luz fluorescente feito manualmente. Clique na imagem para ampliar.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 8 - A Profundidade de Campo
Você que acompanhou todas as aulas já postadas aqui no blog, deve se lembrar que na aula sobre a abertura do diafragma eu mencionei que além de contribuir para o ajuste da exposição, ela também tinha outra função importante. Na aula de hoje vamos aprender sobre ela.
A Profundidade de Campo
Simplificando, a profundidade de campo define quais áreas da foto vão estar em foco e quais vão estar em desfoque. Todos sabem que uma parte da foto que está nítida e clara, é aquela que está em foco. Já aquela que está borrada e suave, é aquela que está em desfoque.
Sabe aquelas fotos com o primeiro plano(normalmente uma pessoa) em foco e o fundo totalmente desfocado? Aposto que você acha lindo este efeito e sempre quis tirar uma foto igual com a sua câmera compacta automática, mas nunca conseguiu fazer igual, não é? Isto se deve ao fato da manipulação da profundidade de campo. Este efeito de primeiro plano focado e fundo desfocado, podemos chamar de "Bokeh", um termo que vem do japonês, que literalmente se traduz como "desfoque".
Conhecendo o funcionamento deste efeito, podemos manipulá-lo para criar resultados criativos a nosso gosto. Para manipular este efeito, você precisa saber em primeiro lugar como configurar adequadamente o foco da sua câmera. Como eu sempre recomendo, leia o manual da sua câmera para entender melhor as suas funções e como usá-las.
Dependendo do tipo de câmera que se usa, o foco pode ser automático ou manual. Em boa parte das vezes, usando o foco automático, definimos o ponto central de foco com um pequeno retângulo no centro do visor LCD, ou do visor óptico, no caso das câmeras mais avançadas.
Como boa parte das abreviações usadas na fotografia, a profundidade de campo também tem uma que se origina do inglês. Podemos abreviar para "DOF", que vem de "Depth of Field", profundidade de campo em inglês. Com a profundidade de campo, ao definirmos o ponto central de foco mencionado anteriormente, podemos escolher o quanto as outras partes da cena ao redor deste ponto estarão focadas ou desfocadas.
Quando dizemos que uma foto tem uma grande profundidade de campo, queremos dizer que a maioria, ou todos os elementos contidos na cena estão em foco. Ao contrário, quando dizemos que uma foto tem uma pequena profundidade de campo, queremos dizer que existe somente um, ou poucos elementos na cena que estão em foco.
Para fazer bom uso da profundidade de campo a nosso gosto, além de definir o ponto central de foco, temos que ter em mente alguns fatores que influenciam este efeito. O primeiro deles, é a abertura do diafragma. Usando grandes aberturas, como f/2.8 pra cima, teremos uma profundidade de campo bastante pequena, ou seja, poucos elementos na cena estarão em foco.
Usando aberturas médias, como f/5.6 ou f/8, teremos uma profundidade de campo um pouco maior, mas não total. E finalmente, usando pequenas aberturas como f/16 pra cima, teremos uma profundidade de campo bem grande, deixando todos, ou quase todos os elementos da cena em foco.
Estas coisas de menor número, maior abertura, menor profundidade de campo, etc, podem confundir você um pouco no começo, mas com muito treino, isto vai se tornar praticamente automático em sua cabeça. Para facilitar, desta vez você pode levar ao pé da letra a relação dos números f com a profundidade de campo. Números f menores, de fato produzem menores profundidades de campo, assim como números f maiores, produzem maiores profundidades de campo.
Só não esqueça que a abertura do diafragma é um dos fatores que afetam diretamente no equilíbrio da exposição, então quando for usar a abertura do diafragma de forma criativa para manipular a profundidade de campo, não esqueça de equilibrar as perdas equivalentes com a velocidade do obturador e a sensibilidade ISO.
Como imagens falam mais do que palavras, observe alguns exemplos que ilustram como as diferentes aberturas e diferentes pontos centrais de foco influenciam no resultado final da foto. Clique nas imagens para ampliar.
Neste exemplo vemos o ponto central de foco na mulher, usando uma abertura média, f/5.6. Neste caso, como a profundidade de campo não é tão grande, objetos que estão à frente dela, como o arbusto, e objetos que estão ao fundo, como a árvore, vão ficar levemente desfocados. No entanto, abertura f/5.6 não nos dá uma profundidade de campo tão pequena, portanto conseguimos manter todo o corpo da mulher em foco.
Aqui temos outro exemplo de abertura média, f/8, com o ponto central de foco na árvore. Temos toda a árvore focada, mas a mulher e o arbusto à frente dela ainda levemente desfocados. Com esta abertura temos uma profundidade de campo um pouco maior, mas ainda insuficiente pra cobrir o foco em toda a cena.
Neste outro exemplo, temos novamente o ponto central de foco na mulher, mas com a pequena abertura de f/22. Com esta abertura temos uma profundidade de campo bastante grande, que normalmente abrange toda, ou quase toda a cena em foco.
Usando aberturas realmente grandes como f/1.8, a profundidade de campo se torna tão pequena, que muitas vezes, mesmo assuntos pequenos como o rosto de uma pessoa, tem partes desfocadas em volta do seu ponto central de foco. Outras coisas mais distantes como a árvore ao fundo e o arbusto à frente se tornarão praticamente invisíveis com esta profundidade de campo, formando apenas algumas manchas desfocadas indistinguíveis.
Além da abertura do diafragma, outros dois fatores também influenciam na profundidade de campo. Um deles, é a sua proximidade com o assunto. Quanto mais próximo você estiver dele, menor será a profundidade de campo, e quanto mais distante, maior será.
Outra coisa que influencia é a distância focal, que você provavelmenteconhece pelo termo "zoom", que é mais comumente usado. Este assunto será abordado mais à frente, por agora você deve saber apenas que quanto mais zoom, menor será a profundidade de campo, e quanto menos zoom, maior será.
Vamos a mais alguns exemplos de fotos. Clique nas imagens para ampliar.
Aqui temos a foto de um gato, que é o assunto principal, e o fundo desfocado. A abertura usada nesta foto foi f/2.8, resultando em uma pequena profundidade de campo, ótima para dar destaque a um assunto específico.
Aqui temos a foto de uma linda paisagem, seria desperdício dar destaque a apenas um assunto, com tantas coisas interessantes a se mostrar. Para deixar toda a cena em foco, aqui foi usada uma abertura de f/32, resultando em uma grande profundidade de campo.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 9 - A Distância Focal
Antes de mais nada, gostaria de agradecer pelos elogios que venho recebendo dos leitores do blog. Tudo isso me incentiva a continuar com o meu trabalho, que apesar de simples, estou vendo que está sendo de grande ajuda para muitos fotógrafos entusiastas, como eu. Estou longe de ser um profissional, mas todo o conhecimento que eu tiver, for adquirindo e puder transmitir a vocês, vou postando aqui no blog em forma de aulas. Bom, vamos a nossa aula de hoje!
A Distância Focal
A distância focal define o campo de visão de uma lente, que pode ser mais próximo ou mais distante. Como mencionado na aula anterior, você provavelmente conhece pelo termo "zoom", que é mais comumente usado. A distância focal é medida em milímetros(mm) e define o quanto você consegue ver através de sua lente. Quanto maior o valor em milímetros, mais reduzido se torna o ângulo de visão de sua lente. Ao contrário, quanto menor o valor, mais amplo se torna o ângulo. A distância focal é representada em milímetros por ser a distância entre o centro óptico da lente e o sensor da câmera.
Existem três principais classificações de lentes. As Grande Angulares(Exemplo: 28mm), que como seu próprio nome diz, tem um grande ângulo de visão, as Normais(Exemplo: 50mm), que tem um ângulo de visão similar ao olho humano(as vezes com pequenas variações) e as Tele Objetivas(Exemplo: 200mm), que tem um ângulo de visão bem pequeno, podendo se focar em assuntos mais distantes. Algumas também podem ser do tipo Macro, que permite a focalização em assuntos muito próximos(algo como menos de 50cm).
Existem lentes com distância focal fixa, as chamadas Lentes Prime e lentes com a distância focal variável, as chamadas Lentes Zoom. As lentes zoom oferecem uma gama de possibilidades, já que possuem uma distância focal variável. Para calcularmos a taxa de zoom de uma lente, devemos dividir a máxima distância focal que ela pode alcançar pela mínima. Por exemplo, uma lente com distância focal de 18-55mm, tem 3x de zoom. Dividindo 55 por 18, temos o resultado arredondado de 3x.
Mas cuidado ao avaliar a lente por sua quantidade de zoom, lembre-se que o que realmente importa é a distância focal, e não o zoom. Por exemplo, se pegarmos uma lente 70-200mm e dividirmos 200 por 70, teremos o resultado aproximado de 2.85x. Isso quer dizer que o alcance desta lente com valores maiores é ainda menor do que a que tem 18-55mm? Não! É por isso que o que realmente importa é a distância focal. A quantidade de zoom nos permite apenas determinar a versatilidade disponível que temos entre uma distância focal e outra.
Não se iluda ao pensar que uma câmera compacta tem um alcance maior do que uma mais avançada com uma boa lente, só porque ela tem zoom óptico de 10x ou mais. Isto não quer dizer necessariamente que ela tem um grande alcance, apenas que tem uma boa versatilidade para alternar entre ângulos de visão mais abertos e mais fechados.
Outra coisa que você deve desconsiderar totalmente é o zoom digital. Diferente do zoom óptico, ele não amplia de verdade a distância focal da lente, apenas faz uma ampliação artificial que expande grosseiramente os pixels da imagem, algo que você mesmo pode fazer e obter exatamente o mesmo resultado em qualquer programa de edição que permita ajustar as dimensões da imagem.
Vamos a alguns exemplos de distâncias focais e seus diferentes ângulos de cobertura da cena. Lembrando que em todos os exemplos, o fotógrafo se manteve exatamente no mesmo lugar, a única coisa alterada foi a distância focal da lente. Clique nas imagens para ampliar.
Espero que tenham gostado da aula de hoje. Continuem tirando muitas fotos e treinando cada vez mais.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 10 - O Sensor
Nas aulas anteriores ele já foi mencionado, agora vamos aprender um pouco mais a respeito dele.
O Sensor
O sensor, assim como o antigo filme fotográfico, é a parte da câmera que capta a luz que entra pela lente e converte cada pedacinho dela em cargas elétricas, que posteriormente se tornam pixels. Ele é composto por minúsculos diodos sensíveis à luz. Quando o obturador é aberto, cada fotocélula do sensor grava a intensidade da luz que a atinge por meio de uma carga elétrica. Quanto mais luz, maior a carga. A intensidade de luz gravada é armazenada como uma série de números binários que posteriormente podem ser interpretados para reconstruir a cor e o brilho dos pixels no visor LCD da câmera ou na tela do computador.
Existem dois tipos principais de sensores: o CCD e o CMOS. O CCD(Charged Coupled Device, ou Dispositivo de Carga Acoplado), é utilizado em boa parte das câmeras do mercado. Este tipo de sensor normalmente está presente nas câmeras compactas e nas câmeras mais avançadas designadas para uso amador. É menos suscetível a ruído e costuma produzir imagens com melhor resolução, porém consomem cerca de 100 vezes mais energia que o CMOS.
O CMOS(Complementary Metal Semiconductor, ou Semicondutor Complementar de Metal) exige um espaço menor no interior da câmera, e seu processo de fabricação é mais barato. Ele tem a vantagem de consumir muito menos bateria, porém, como há vários transistores próximos de cada pixel, a sensibilidade à luz tende a ser menor. Muitos dos fótons que o antigem, colidem com os transistores ao invés de atingir o fotodiodo. O CMOS tem evoluído muito rapidamente e atualmente é usado na maioria das câmeras profissionais, podendo manter praticamente a mesma qualidade de imagem produzida pelo CCD, ao mesmo tempo que consome muito menos bateria.
Existe muita discussão em torno de qual destes tipos de sensor é melhor, uns afirmam que o CDD possui qualidade superior, já outros dizem que o CMOS é melhor. Com a constante evolução da tecnologia, é impossível dizer qual é o melhor e qual é pior, podemos dizer apenas que cada um tem as suas vantagens e desvantagens. O que é realmente importante a se considerar, independentemente do tipo do sensor, é o seu tamanho. Existe um assunto que será abordado na próxima aula, chamado Fator de Corte, na qual o tamanho do sensor interfere diretamente no resultado final da imagem.
Existem vários tamanhos de sensor. O seu tamanho é medido em milímetros(mm). Veja como é um sensor na imagem abaixo. Clique para ampliar.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 11 - O Fator de Corte
Agora que já conhecemos melhor os tipos de sensores e como eles funcionam, vamos conhecer os seus tamanhos e as importantes diferenças entre cada um deles.
O Fator de Corte
A grande dificuldade da fotografia digital foi reproduzir resultados iguais aos obtidos com as antigas câmeras de filme. A película do filme fotográfico tinha o tamanho padrão de 36mm x 24mm, mais popularmente conhecido como 35mm. Nem todos os sensores das câmeras digitais tem o mesmo tamanho. A fabricação de sensores do mesmo tamanho dos antigos filmes fotográficos é muito cara, por isso, estes sensores atualmente só estão presentes em câmeras profissionais de ponta caríssimas. Por causa do alto custo de produção, foram criados os sensores menores, e com isto surgiu o termo Fator de Corte.
Para entender como funciona o fator de corte, primeiro vamos conhecer os diferentes tamanhos de sensores.
Full Frame(36mmx 24mm - Também conhecido por 35mm): Como dito anteriormente, este tipo de sensor é utilizado apenas em câmeras profissionais de ponta caríssimas. Produz os melhores resultados com altíssima qualidade de imagem.
APS-H(28mm x 18mm aproximadamente): Utilizado apenas em alguns modelos da Canon e outros poucos modelos de outras marcas.
APS-C(24mm x 16mm aproximadamente - Também conhecido por DX nas câmeras Nikon): Utilizado na maioria das câmeras avançadas para uso amador e profissional das marcas Nikon e Canon. O sensor APS-C das Canon é um pouco menor do que o das Nikon. Possui um ótimo custo-benefício e produz excelentes resultados. Não chega a se comparar ao sensor Full Frame, mas costuma ser a escolha mais comum dos fotógrafos, principalmente aqueles que não possuem alta condição financeira, por ter o melhor custo-benefício do mercado.
1/2.3(6mm x 4mm aproximadamente): Utilizado na maioria das câmeras compactas, possui um custo de produção muito baixo. Não é utilizado no meio profissional, mas supre bem as necessidades do dia-a-dia de fotógrafos hobbistas e amadores. Câmeras equipadas com este sensor normalmente tem um preço de fácil acesso a qualquer pessoa.
Existem ainda outros tipos de sensores de diferentes tamanhos, porém estes são raramente usados. O fator de corte faz com que uma mesma lente utilizada em câmeras com diferentes tamanhos de sensor, se comporte de maneira diferente. Observe no exemplo abaixo, como uma foto tirada a uma distância focal de 26mm em um sensor full frame se comporta em outros tipos de sensores menores. Clique na imagem para ampliar.
Em sensores APS-H, temos o fator de corte de 1.3x, nos APS-C da Nikon(DX), de 1.5x, nos APS-C da Canon, 1.6x e nos 1/2.3", cerca de 6x. Para calcular o fator de corte do sensor, devemos tomar como base a medida horizontal do sensor Full Frame. Dividimos o tamanho do sensor Full Frame pelo do sensor em questão. O APS-C, por exemplo, tem 24mm de medida horizontal, então para calcular o seu fator de corte, dividimos 36 por 24 e obtemos o resultado de 1.5. Sendo assim, concluímos que o fator de corte deste sensor é de 1.5x. Alguns cálculos podem apresentar pequenas variações, tendo em vista que algumas pessoas consideram o sensor Full Frame como tendo 36mm e outros 35mm, mas o resultado final arredondado é basicamente o mesmo.
Sabendo o que é o fator de corte, poderemos determinar qual vai ser a distância focal real de nossa lente utilizando uma câmera com sensor menor. Por exemplo, uma lente com distância focal de 50mm utilizada em uma câmera com sensor Full Frame, de fato vai ter a distância focal real de 50mm. No caso dos sensores com fator de corte, já não funciona assim. Para sabermos qual vai ser a distância focal real, devemos multiplicar a distância focal da nossa lente pelo fator de corte do sensor da nossa câmera. Por exemplo, se utilizarmos uma lente com distância focal de 50mm em uma câmera com fator de corte de 1.5x, a distância focal real vai ser de 75mm. Multiplicando 50mm x 1.5, temos o resultado de 75mm.
Olhando por um lado, isto pode ser até um ponto positivo, já que em câmeras com sensores menores, podemos obter resultados de fotos aparentando estar ainda mais próximas do que nas com sensor Full Frame. Por outro lado, quando queremos obter resultados mais amplos, como quando vamos fotografar paisagens, grandes construções ou salas apertadas, acabamos nos limitando a um campo de visão mais reduzido.
Veja abaixo uma tabela de exemplos de como se comporta cada distância focal com seu respectivo fator de corte. Clique na imagem para ampliar.
Espero que tudo tenha ficado bem claro e que tenham gostado da aula de hoje.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 12 - RAW vs JPEG
Olá pessoal, desculpem o tempo sem postar novas aulas. Nos últimos dias estive bastante ocupado e não tive tempo de postar antes. Na aula de hoje vamos aprender sobre os dois formatos de imagem mais usados na fotografia e conhecer as vantagens e desvantagens de cada um.
RAW vs JPEG
Todos já devem conhecer um deles, o mais usado de todos, o JPEG. Este sem dúvida é o formato mais popular, tanto para fotografias quanto para outros tipos de imagens, principalmente na internet. JPEG vem de Joint Photographic Experts Group(Grupo de Especialistas em Fotografia), o nome original do grupo que desenvolveu os algoritmos de compactação dos arquivos deste formato. Este formato é tão popular justamente devido a sua alta taxa de compactação sem muitas perdas visíveis no resultado final.
O outro formato, o RAW, talvez não seja tão familiar para você, se nunca teve uma câmera mais avançada do que as compactas tradicionais, que normalmente só produzem arquivos no formato JPEG. O RAW vem do inglês, que pode ser literalmente traduzido como "cru" ou "bruto". E é isto mesmo que ele representa, o arquivo RAW, por ser um arquivo bruto, é totalmente livre de compactação ou processamento.
Por não possuir nenhum tipo de compactação, os arquivos gerados são muito maiores do que os tradicionais JPEG, ocupando o cartão de memória da sua câmera muito mais rapidamente. RAW é apenas a denominação que se dá a estes tipos de arquivos, a extensão dos arquivos variam de fabricante para fabricante. As câmeras da Nikon, por exemplo, adotam o formato NEF, já as câmeras da Canon adotam o CRW ou o CR2.
O formato RAW também é chamado de negativo digital, por ser um arquivo que ainda não está pronto para ser visualizado. Você lembra da época dos filmes, em que o filme em si não era a foto pronta, mas apenas um esboço que posterioremente seria usado em um processo químico para gerar a verdadeira fotografia em uma determinada ampliação escolhida? O RAW funciona praticamente da mesma maneira. Se você tentar visualizar um arquivo RAW diretamente no visualizador padrão do Windows como se fosse uma imagem qualquer, você não vai conseguir, exatamente por este motivo.
O RAW, assim como o negativo, precisa receber o devido processamento antes de estar pronto para a visualização normal, só que ao invés do processamento químico como no filme, o processamento é feito digitalmente em um programa específico de edição.
Todas as câmeras que produzem arquivos no formato RAW acompanham um CD de instalação com o programa de processamento para este formato de arquivo, no entanto, os programas mais populares para edições deste tipo são os dois da Adobe, o Photoshop com o plugin Camera RAW e o Lightroom. Se a sua câmera possui ajustes de exposição manuais, é possível que ela também produza arquivos no formato RAW. Consulte o seu manual para obter mais informações.
Agora você deve estar se perguntando: "mas qual é a vantagem de usar um formato de arquivo que só ocupa mais espaço?". Na verdade, muitas. Justamente por se tratar de um arquivo bruto, sem nenhuma compactação, ele guarda precisamente todos os dados originais obtidos pelo sensor da câmera na hora da foto. Comparado ao JPEG, com o RAW conseguimos obter edições posteriores visivelmente superiores.
Por exemplo, se você tirar uma foto com a exposição errada em JPEG, você praticamente pode dizer adeus a ela. É claro que ela também pode ser editada e receber um retoque de melhoramento, mas vai ficar nitidamente visível que ela recebeu uma edição pesada. O resultado não vai ficar nada natural, acredite.
Como imagens falam mais do que palavras, vamos a alguns exemplos práticos. Observe como a recuperação de uma foto mal exposta muda completamente de um formato para outro. Clique nas imagens para ampliar.
As fotos foram propositalmente feitas com a exposição totalmente errada apenas para ilustrar como a recuperação de uma foto no formato RAW é muito superior a uma em formato JPEG. Na maioria das vezes, se a exposição de uma foto ficar ruim, provavelmente ela não vai ficar tão mal exposta como nos exemplos acima, então, com certeza você vai obter resultados ainda melhores do que os ilustrados, fazendo a edição da imagem da melhor maneira possível.
Resumidamente, você pode concluir com estes exemplos que até uma foto que ficou umaverdadeira "tragédia" pode ser satisfatóriamente recuperada se ela for feita originalmente no formato RAW. Seria uma pena ser impossível de recuperar aquela foto tão especial em um evento único que nunca mais vai se repetir, não é mesmo? Por isso, o uso do formato RAW é mais do que recomendado quando você for fazer fotos importantes que não podem ser perdidas de maneira alguma.
O formato RAW não deve ser sempre considerado como escolha única do formato de imagem, pois ele também tem as suas desvantagens, assim como o JPEG também tem suas vantagens. Vejamos as suas vantagens e desvantagens.
Vantagens
- Qualidade: O formato RAW consegue capturar originalmente uma quantidade de tons incrivelmente superior ao JPEG. O formato RAW de 12 bits consegue atingir uma quantidade aproximada de 68 bilhões de cores diferentes, já o formato de 14 bits, consegue atingir a incrível quantidade aproximada de 4,3 trilhões de cores diferentes. O JPEG, com apenas 8 bits, consegue atingir a quantidade aproximada de meras 16 milhões de cores diferentes, uma quantidade praticamente insignificante se comparada aos outros formatos RAW.
- Possibilidade de Edição Superior: Como ilustrado anteriormente, uma foto mal exposta, se capturada originalmente em RAW não é uma foto perdida. O mesmo não pode se dizer do JPEG, que consegue resultados pouco satisfatórios nestes casos. Além da possibilidade de correção da exposição, existe um enorme leque de possibilidades de edição de uma foto no formato RAW sem perda de qualidade no resultado final, tal como o ajuste do balanço de brancos, do contraste, do brilho, entre outras coisas.
Desvantagens
- Tamanho: O arquivo RAW é muito maior do que o JPEG, normalmente ocupa cerca de 3 a 4 vezes mais espaço do que o JPEG em qualidade máxima. Isso exige o uso de vários cartões de memória pequenos ou um de capacidade excepcionalmente grande no caso da necessidade de tirar muitas fotos em um lugar que não haja a possibilidade de descarregá-las no computador ocasionalmente.
- Velocidade: Por ser um arquivo muito maior do que o JPEG, a velocidade de gravação do RAW no cartão de memória é muito mais lenta. A quantidade de fotos que podem ser tiradas continuamente fica muito menor. Este fator pode fazer toda a diferença em uma situação que se precisa da velocidade máxima que a sua câmera pode oferecer, especialmente em esportes, como no final de uma corrida ou no gol decisivo de um jogo de futebol.
- Necessidade de Processamento: O arquivo RAW, como dito anteriormente, não é uma foto pronta para visualização e uso. Para poder enviar a um amigo, postar na internet ou mesmo imprimir, você precisa antes editar e processar a foto em RAW antes que ela se torne utilizável.
Isto nos leva a conclusão de que ambos os formatos tem as suas vantagens e desvantagens, cada um indicado para uso em determinada situação. Se você precisa de velocidade, não quer ter o trabalho de editar foto por foto ou mesmo não se importa tanto com o resultado final, fotografe em JPEG. Do contrário, se você tem bastante tempo para fazer a foto, gosta de fazer edições e preza a qualidade em primeiro lugar, fotografe em RAW.
Espero que tenham entendido e gostado da aula de hoje. Como eu disse no início do post, ultimamente estou meio sem tempo, e como eu gosto de fazer cada aula muito bem explicada e escrita, preciso de bastante tempo livre para elaborar cada aula. Depois da aula de hoje, vou tentar fazer o possível para manter a atualização média de pelo menos uma nova aula por semana, podendo ser mais ou menos tempo do que isso.
Módulo Básico - Aula 13 - Os Tipos de Câmeras - Parte 1
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as principais características da fotografia mostradas nas aulas anteriores, é hora de conhecer os tipos de câmeras que o mercado oferece. Agora, com mais conhecimento, talvez você queira comprar uma câmera nova, ou se você já tem uma, talvez queira comprar um modelo atual mais avançado. Nesta e na próxima aula vamos aprender sobre as principais características de cada tipo de câmera.
Os Tipos de Câmeras - Parte 1
Celular
Modelo Exemplo: Apple iPhone 3G
Antigamente, a única função do celular era fazer ligações. Com a constante evolução da tecnologia, criou-se a necessidade da função câmera, entre outras, todas no mesmo aparelho. Nos tempos de hoje, praticamente ninguém vive sem o seu celular à mão. O que seria mais conveniente do que ter a facilidade de um aparelho que está sempre com você que serve para fazer ligações em conjunto com a comodidade de poder registrar os seus momentos?
Apesar disso, eu diria que as primeiras câmeras de celulares foram um verdadeiro fracasso, com uma qualidade VGA(640x480) ridiculamente ruim se comparada com câmeras igualmente portáteis, mas com qualidade muito superior. Hoje em dia, as câmeras de celular alcançam uma qualidade satisfatória. É verdade que ainda não chegam a se comparar a outras câmeras melhores em muitas coisas, mas levando em consideração a portabilidade e alguns outros fatores, não deixa de ser uma opção.
Vejamos as vantagens e desvantagens.
Vantagens
- Portabilidade: Todos os celulares atuais com câmera são muito leves e compactos, podendo levar pra qualquer lugar no bolso com muita facilidade.
- Multifunções: Antes, quando se ia para uma balada, por exemplo, costumava-se levar o celular para ligar e enviar mensagens para os amigos e uma câmera para tirar fotos. Hoje em dia isto é coisa do passado. Levando apenas o seu celular, você consegue executar as duas tarefas ao mesmo tempo em um único aparelho.
- Preço: Com a alta popularidade dos celulares, os preços estão cada vez mais acessíveis, tanto dos modelos mais comuns quanto dos modelos mais avançados, com câmeras um pouco melhores.
Desvantagens
- Baixa Resolução: A resolução das câmeras de celular ainda não é o seu forte nos tempos atuais. É difícil encontrar celulares com câmera de resolução superior a 5 megapixels.
- Sensor Pequeno: Por ter outras funções além da câmera, o espaço interno do celular é ocupado com muitas coisas além do sensor, sobrando pouco espaço para um sensor maior. Sensores pequenos costumam reproduzir cores pouco fiéis e altas taxas de ruído, principalmente em fotos com pouca iluminação.
- Escuro: Por ter um sensor pequeno e configurações muito limitadas, a iluminação nas fotos costuma ser um grande problema. Em condições de baixa iluminação é praticamente impossível tirar uma foto sem ficar tremida, devido a limitada baixa velocidade do obturador. Alguns modelos dispõe de um pequeno flash incorporado, que na verdade mais serve como enfeite luminoso do que como flash, por causa de sua baixíssima potência.
Conclusão Final: É útil para fotos sem compromisso, como do seu gato, do seu filho, da balada com seus amigos, ou mesmo quando se esquece, ou não quer levar outra câmera mas gostaria de registrar um momento mesmo assim. Para quem não se preocupa com a qualidade da imagem e deseja ter apenas recordações simples e sem compromisso para si mesmo, sua família e amigos, é uma ótima escolha.
Compacta
Modelo Exemplo: Sony Cyber-Shot DSC-W370
O segundo tipo de câmera mais popular depois do celular. Nada mais conveniente do que uma câmera tão pequena e leve como um celular, mas com uma qualidade muito superior. Possuindo na maioria das vezes controles totalmente automáticos, é a classica "Point-and-Shot", onde o único trabalho a ser feito é enquadrar e apertar o botão de disparo do obturador.
Vantagens
- Portabilidade: Assim como os celulares, as câmeras compactas também são muito leves e pequenas, podendo levar pra qualquer lugar no bolso com muita facilidade.
- Preço: As primeiras câmeras digitais compactas que surgiram no mercado eram bastante caras, podendo uma câmera de 1.3 megapixels chegar a um preço superior a R$ 500, dependendo da marca e do modelo. Felizmente a realidade de hoje é muito diferente, podendo encontrar câmeras de alta resolução como de 12 a 16 megapixels custando facilmente menos de R$ 400, um preço bastante acessível a qualquer pessoa.
-Resolução: A maioria das compactas atuais não tem menos do que 10 megapixels, uma quantidade mais do que perfeita para fazer ampliações de suas fotos sem perda de qualidade.
- Versatilidade: Câmeras compactas costumam oferecer as mais diversas opções de modelos, cada um com as suas características diferentes. Existem modelos com tela LCD maior, com duas telas LCD(traseira e frontal), com tela LCD móvel, com touch screen, à prova d'água, com resistência a impactos, entre outras coisas.
- Zoom Óptico: A maioria dos modelos de câmeras compactas costumam ter uma taxa de zoom óptico de 3x a 8x, facilitando muito a vida de quem gosta de fotografar assuntos mais distantes sem ter que se aproximar muito, ou mesmo quer fotografar um plano mais fechado de um mesmo assunto sem ter que dar alguns passos à frente.
Desvantagens
- Sensor Pequeno: Mesmo tendo um sensor consideravelmente maior do que o de uma câmera de celular, ele continua sendo muito pequeno. Em locais de luminosidade mais baixa, por exemplo dentro de casa a noite sob a iluminação de uma lâmpada fluorescente comum, a imagem já tende a ficar com um pouco de ruído. Em situações com menor iluminação do que isso, a qualidade da imagem deixa muito a desejar.
- Velocidade: Uma coisa que incomoda bastante nas câmeras compactas é a sua lentidão entre o momento em que se pressiona o botão de disparo do obturador e o momento em que a foto realmente é feita. Dificilmente se consegue bons resultados para fotos de momentos rápidos. Por exemplo, se você for tentar tirar uma foto dos seus amigos no ar, pulando, é bem provável que mesmo você fazendo o clique no momento exato em que eles estão no meio do ar, a câmera só registre de verdade a fotografia quando todos já estão no chão, justamente por culpa deste atraso.
- Ausência do Visor Ocular: Para quem era acostumado com as antigas câmeras de filme, isto pode ser um incômodo. Nas câmeras compactas, dependemos totalmente do visor LCD para fotografar. Para os entusiastas mais novos da fotografia pode ser apenas um ponto positivo fotografar desta maneira, mas acredite, para muitos isto faz uma tremenda falta, até porque a estabilização diminui consideravelmente ao fotografar desta maneira, já que não apoiamos a câmera no rosto, mas apenas entre as mãos.
- Controles Manuais Limitados: É verdade que quem compra uma câmera compacta, na maioria das vezes, espera apenas ter o trabalho de apertar o botão para tirar a foto, mas muitos profissionais também não dispensam o uso das compactas como câmera secundária para alguns tipos de trabalhos. Deixar que a câmera escolha tudo por você pode ser ótimo se a sua única finalidade é tirar fotos sem compromisso, mas se você pretende obter melhores resultados controlando as configurações a seu gosto, as compactas vão te limitar em muitos aspectos.
Conclusão Final: Ótimo tipo de câmera para fotos em geral. Melhor do que a câmera de celular, com maior resolução e ao mesmo tempo com a mesma portabilidade, é uma ótima opção para as fotos do seu dia-a-dia, viagens e outras coisas. Deixa um pouco a desejar em fotos com condição de iluminação precária e de movimentos rápidos.
Super Zoom/Ultra Zoom/Bridge/Prosumer
Modelo Exemplo: Nikon Coolpix P500
Existem vários nomes para denominar este tipo de câmera, sendo os mais comuns Super Zoom ou Ultra Zoom, justamente devido a sua característica principal, o zoom. Também chamada de Bridge, "ponte" em Inglês, por ser classificada como uma câmera que faz ponte entre o caminho amador e o profissional. Pode ainda ser chamada de Prosumer, junção de professional + consumer, traduzido literalmente como "consumidor profissional", onde normalmente o consumidor que busca este tipo de câmera é aquele mais avançado e exigente.
Vantagens
- Zoom Óptico: Como o próprio nome já diz, o grande zoom óptico é a principal característica destas câmeras. De modelos que possuem 20x aos atuais lançamentos das marcas Canon e Nikon, que possuem 35x e 36x respectivamente, podem alcançar distâncias inimagináveis. Muito útil para fotografia da natureza, do céu e outros assuntos muito distantes.
- Macro: Costumam produzir excelentes resultados para fotografias macro com distâncias incrivelmente pequenas. Os principais modelos possuem a focagem no modo macro que vão de 0cm a 5cm de distância entre a lente e o assunto. Muito bom para fotografar assuntos extremamente pequenos, como insetos, aranhas e texturas.
- Controles Manuais: Este tipo de câmera oferece o total controle manual sobre as configurações principais de exposição mencionadas nas aulas anteriores, tais como abertura do diafragma, velocidade do obturador e sensibilidade ISO. Tendo total controle sobre a exposição em sua foto, a sua imaginação é o limite, podendo obter diversos efeitos criativos.
- Fatores Extras: Alguns modelos de câmeras deste tipo possuem recursos similares as câmeras mais avançadas, tais como encaixe para flash externo, possibilidade de fotografar no formato RAW, entrada para microfone externo, entre outras coisas. Mas atenção, isto não é regra que vale para todos os modelos de câmeras deste tipo, são poucos os modelos que dispõe de um ou mais destes fatores citados.
Desvantagens
- Pouca Portabilidade: Por ter o corpo e a lente muito maiores, este tipo de câmera perde sua portabilidade. Não cabendo mais no bolso como os outros tipos, é indicado a compra de uma bolsa especial para carregá-la e armazená-la. Com o tamanho e o peso similar aos menores modelos de câmeras de nível mais avançado, este tipo de câmera também usa uma alça de pescoço fornecida junto com a câmera para facilitar a sua movimentação com ela.
- Lente Fixa: O corpo pode ser similar aos modelos de câmeras de nível mais avançado, mas diferentemente deles, a lente deste tipo de câmera é fixa, não havendo a possibilidade de trocar de uma lente pra outra conforme a necessidade.
- Sensor Pequeno: O corpo da câmera é maior, mas o sensor não. Na maioria das vezes, o sensor das câmeras deste tipo são exatamente iguais aos usados em câmeras compactas. Quando são maiores, é coisa mímima, não fazendo praticamente nenhuma diferença perceptível. Assim como nas compactas, em locais de luminosidade baixa, a imagem tende a ficar com um pouco de ruído.
- Preço: Diferente das compactas, o preço deste tipo de câmera já não é tão acessível. Por ser maior e possuir mais recursos, o preço também sobe correspondentemente. A maioria dos modelos se encontram na faixa dos R$ 1000 a R$ 2000.
Conclusão Final: É um excelente tipo de câmera para os amadores avançados, aqueles mais exigentes que buscam total controle sobre a sua câmera. Ótimo também para aqueles que tem como principal objetivo, fotografar assuntos muito distantes. Usar este tipo de câmera é uma ótima maneira de treinar o ajuste dos controles manuais, para quem pretende adquirir uma câmera de nível mais avançado futuramente.
Por hoje é só, pessoal. A aula de hoje já está grande demais, então ela vai ter duas partes. Na próxima aula, que provavelmente vai ser na semana que vem, vamos aprender sobre as vantagens e desvantagens das câmeras de nível mais avançado, as DSLR. Aguente a ansiedade e não compre ainda a sua câmera nova, espere até a próxima aula para conhecer todos os tipos de câmeras.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 14 - Os Tipos de Câmeras - Parte 2
Na aula anterior conhecemos as vantagens e desvantagens da câmera de Celular, da Compacta e da Super Zoom/Ultra Zoom/Bridge/Prosumer. Agora, vamos conhecer as de nível mais avançado, as DSLR.
Os Tipos de Câmeras - Parte 2
DSLR de Entrada/Entry-Level DSLR
Modelo Exemplo: Nikon D3100
Pode ser referida como DSLR, SLR Digital ou ainda Reflex Digital. A sigla DSLR vem de Digital Single Lens Reflex, traduzido como câmera digital de reflexo por uma lente. O nome deste tipo de câmera se dá justamente graças a sua principal característica, o reflexo direto do que é visto pela lente através do visor ocular.
Algumas câmeras antigas mais simples de filme e alguns poucos modelos das compactas digitais atuais tambémutilizam um visor ocular, porém, o que é visto através deste visor, que normalmente fica um pouco distante da lente, difere muito da foto que realmente é feita pela câmera. Diferentemente disso, nas DSLR, graças ao seu mecanismo de reflexo interno com espelhos e prismas, o que vemos através do visor ocular é exatamente o que a câmera vai capturar na foto. Em outras palavras, vemos com nossos olhos através da lente.
Veja no exemplo abaixo como funciona o sistema de reflexo interno de uma DSLR. Clique na imagem para ampliar.
Por vezes, este primeiro tipo de DSLR pode também ser referida como Entry-Level DSLR, ou traduzindo, DSLR de Entrada. A DSLR de entrada é chamada assim por ser considerada a porta de entrada do fotógrafo amador ao mundo da fotografia avançada. Para quem nunca teve uma câmera do tipo DSLR e não é familiarizado com as funções que estas câmeras podem oferecer, as DSLR de entrada são os modelos ideais para começar a se aventurar de cabeça no mundo da fotografia avançada. Normalmente as DSLR de entrada vem com uma lente zoom "faz-tudo", onde é possível obter fotos com ângulos mais amplos e distantes aos mais fechados e próximos.
Vantagens
- Lentes Intercambiáveis: Outra característica importante das DSLR é a possibilidade da troca de lentes. Com uma imensa variedade oferecendo uma enorme gama de possibilidades, cada lente possui a sua própria característica e uso específico. Quando o fotógrafo descobre o seu assunto de maior interesse para fotografar, ele pode investir nas lentes certas que proporcionam a melhor qualidade nas fotos daquele determinado assunto. Por exemplo, fotógrafos que gostam de fotografar paisagens, normalmente investem em lentes grande angulares para ter um ângulo bem aberto. Já os que gostam de fotografar a natureza, normalmente investem em lentes tele objetivas para fotografar de longe.
- Sensor Grande: O sensor de uma DSLR é cerca de 13 vezes maior do que o sensor de uma compacta. Produz resultados com qualidade muito superiores, com pixels maiores, maior profundidade de cores, maior gama dinâmica e muito menos ruído. Os sensores das DSLR de entrada tem o fator de corte de 1.5x nas câmeras da marca Nikon e 1.6x nas da marca Canon.
- Controles Manuais: Todas as câmeras do tipo DSLR oferecem controles manuais totais sobre a exposição e uma variedade de recursos, conforme o modelo da câmera. Algumas oferecem controle sobre a compensação de exposição do flash integrado, da velocidade de disparos contínuos, de um botão personalizado de uso pessoal, entre outras coisas.
- Rapidez: Diferentemente das câmeras compactas, as DSLR são muito mais rápidas. O tempo entre o momento em que se pressiona o botão de disparo do obturador e em que a foto é realmente feita é muito curto, normalmente poucos milisegundos. Com esta rapidez, a chance de perder o clique em um momento de ação rápida é muito menor.
Formato RAW: Como explicado na aula 12, RAW vs JPEG, a possibilidade de fotografar no formato RAW traz uma infinidade de vantagens. A qualidade é superior, a quantidade de cores captadas é muito maior e a edição posterior oferece muito mais possibilidades de recuperação e melhorias na imagem final.
- Flash Externo: Todos os modelos de DSLR de entrada possuem um flash integrado, porém este flash é muito pouco potente e versátil se comparado a um flash externo dedicado. A possibilidade de uso de um flash externo aumenta muito as possibilidades de uso criativo da luz para obter diferentes resultados nas fotos. O flash externo, por ter a cabeça móvel, pode ser usado refletido, para obter uma iluminação mais natural do que com o flash incorporado, que sempre dispara com a luz frontal e direta.
Preço: Apesar das DSLR serem muito mais caras do que as compactas, dentre todos os tipos de DSLR, as de entrada são as que tem os preços mais acessíveis, justamente por serem voltadas aos fotógrafos amadores mais avançados. Normalmente variam entre R$ 1200 e R$ 3000 nos sites de compras online mais baratos do país.
Desvantagens
- Velocidade: Se comparadas as DSLR mais avançadas, a quantidade de fotos por segundo que uma DSLR de entrada consegue produzir, normalmente é muito menor. Nos momentos em que se depende de uma velocidade extremamente rápida, como na fotografia de esportes, esta falta de velocidade pode incomodar um pouco, podendo perder o clique no momento decisivo.
- Motor de Foco: Existem as lentes que possuem motor de foco interno e as que não possuem. Se a lente não possuir motor de foco interno e a sua câmera também não possuir, isto significa que o foco automático não vai funcionar, você vai poder usar apenas o foco manual. Em questão de velocidade e praticidade, principalmente para os menos experientes, isto é realmente desagradável. Se a lente possuir motor de foco interno e a câmera não, ou vice-versa, a câmera vai conseguir usar o foco automático, porém as lentes com motor de foco interno costumam ser mais caras.
Conclusão Final: Perfeita para quem quer entrar com tudo no mundo da fotografia avançada. Ótima para treinar, estudar as principais características que uma DSLR tem a oferecer e o que pode estar faltando para fotografar melhor, no caso de mais adiante querer se aprofundar mais e partir para uma DSLR de nível superior.
DSLR Semi-Profissional
Modelo Exemplo: Nikon D7000
As DSLR semi-profissionais são utilizadas por boa parte dos fotógrafos de eventos, como casamentos e festas de aniversário. Com muito mais recursos do que as DSLR de entrada e ao mesmo tempo com um preço muito mais acessível do que as DSLR profissionais, costuma ser a opção com o melhor custo-benefício do mercado. Possuem todas as vantagens citadas na categoria DSLR de entrada e mais algumas outras.
Vantagens
- Ruído: Com sensores mais sofisticados do que os utilizados nas DSLR de entrada, tendem a produzir fotos com menos ruído, mesmo em sensibilidades ISO mais elevadas.
- Resolução da Tela LCD: Costumam ter a tela LCD com maior resolução, possibilitando a visualização de mais detalhes com maior qualidade.
- Pentaprisma: As DSLR semi-profissionais usam um sistema de reflexo com prismas mais sofisticado do que os espelhos utilizados nas DSLR de entrada. O reflexo com prismas resulta em uma imagem mais clara e nítida na visualização através do visor ocular.
- Bateria: A bateria costuma ser muito duradoura. Com uma média de 1000 cliques por bateria, é uma ótima vantagem para quem costuma fotografar por longos períodos, não tendo que se preocupar com a carga da bateria.
- Velocidade: Com uma velocidade de disparos contínuos superior ao das DSLR de entrada, torna-se uma melhor escolha para a cobertura de momentos de ação rápida.
- Dispositivos Externos: Alguns modelos permitem a conexão de dispostivos externos como microfone, cabo disparador remoto e GPS.
Desvantagens
- Preço: Com o aumento dos recursos, o preço também sobe equivalentemente. Normalmente não custa menos do que R$ 3000, mas ainda assim continua sendo a opção com o melhor custo-benefício do mercado, se comparado o preço com a quantidade de recursos oferecidos, para os fotógrafos mais exigentes.
- Peso: Se você está acostumado com câmeras leves, vai estranhar muito o peso de uma DSLR semi-profissional. Pesando normalmente mais de 700g sem contar a lente, pode ser um pequeno incômodo para quem precisa segurá-la por longos períodos de tempo. Acredite, segurar uma destas por horas, cansa e muito.
Conclusão Final: Indicada para quem já teve uma DSLR de entrada e busca mais recursos que nela faziam falta. Um iniciante avançado até pode comprar uma destas, mas é bem provável que se perca em meio a tantos recursos, botões e funções, se não tiver o devido preparo. Pense bem e avalie se realmente é necessário comprar uma destas, se for a sua primeira DSLR. Pergunte-se: "o que me falta na DSLR de entrada que nesta tem?". Se a resposta não vier de imediato, é porque você provavelmente não precisa de um modelo mais avançado ainda, então comprar uma destas pode ser desperdício de dinheiro.
DSLR Profissional
Modelo Exemplo: NikonD3s
As DSLR profissionais são utilizadas por fotógrafos realmente exigentes que prezam a qualidade acima de tudo. Os fotógrafos que trabalham em estúdios de grande porte costumam utilizá-las. Com um preço nada acessível, principalmente ao consumidor brasileiro, é o sonho de consumo da maioria dos fotógrafos profissionais. Possuem todas as vantagens citadas na categoria DSLR de entrada, na DSLR semi-profissional e mais algumas outras.
Vantagens
- Alta Sensibilidade ISO: Estas DSLR oferecem um desempenho surpreendente mesmo em condições de pouquíssima iluminação. Com a sensibilidade ISO ampliada, podem chegar a exorbitantes valores como 102.400.
- Sensor Full Frame: Com o enorme sensor Full Frame, produz resultados de muita qualidade, com imagens muito nítidas e limpas. Sem ter nenhum fator de corte, todas as lentes se comportam com a real distância focal descrita.
- Ruído: Com o maior sensor de todos os tipos de DSLR, produzem fotos com pouquíssimo ruído, mesmo em sensibilidades ISO mais elevadas.
- Bateria: A bateria é ainda mais duradoura do que a das DSLR semi-profissionais. Com uma média acima de 2000 cliques por bateria, é perfeita para fotografar por períodos muito longos.
- Velocidade: Com uma enorme velocidade de disparos contínuos, torna-se a escolha preferida para a cobertura de momentos de ação rápida. Alguns modelos superam a velocidade de 10 fotos por segundo em condições específicas.
- Slots de Memória: Alguns modelos dispõe de dois slots de entrada para cartão de memória. Pode ser usado como forma de backup ou ainda como ganho extra de memória.
Desvantagens
- Preço: A pior desvantagem deste tipo de DSLR sem dúvida é o preço. Muitas vezes ultrapassando a faixa dos R$ 10.000, se torna uma opção bastante difícil para a maioria dos fotógrafos, limitando-se apenas aos profissionais de altas posses e aos estúdios de grande porte. Infelizmente está em um patamar acima da realidade para a maioria dos brasileiros.
- Peso: Podendo pesar mais de 1kg sem a lente, pode ser um incômodo para quem precisa segurá-la por longos períodos de tempo.
- Tamanho: Câmeras deste porte não são nem um pouco portáteis. É preciso ter uma bolsa ou mochila enorme para armazenar uma monstra dessas.
Conclusão Final: Indicada para quem já está no meio profissional a algum tempo e é realmente exigente com a qualidade em todos os aspectos. Muito útil também para a cobertura profissional de esportes e fotos em estúdios de grande porte.
Agora sim, você já conhece todos os principais tipos de câmeras existentes no mercado atual. E aí, já comprou a sua câmera nova, ou aguentou até ler esta aula? Se ainda não comprou, aguente mais um pouco, porque até agora aprendemos sobre os tipos de câmeras, mas ainda não sabemos os principais detalhes das lentes, que também são fundamentais para complementar a sua câmera. Afinal, sem a lente, uma DSLR não pode fazer absolutamente nada. Na próxima aula vamos aprender um pouco mais sobre as lentes.
Até a próxima aula!
Módulo Básico - Aula 15 - Entendendo as Lentes
Agora que já conhecemos todos os principais tipos de câmeras, vamos descobrir um pouco mais sobre as lentes, utilizadas como complemento obrigatório para as câmeras DSLR. Com tantos recursos diferentes abreviados, fica difícil saber as funções de cada uma delas. Vamos descobrir o que é toda essa salada de frutas de abreviações.
Entendendo as Lentes
O "nome completo" de uma lente costuma ser algo parecido com isso:
Nikon 18-105mm f/3.5-5.6G AF-S DX ED VR
Mas afinal, que diabos é tudo isso? Bom, vamos por partes.
Nikon é a marca da lente. Nikon, Canon, Sigma e Tamron são as marcas mais conhecidas.
18-105mm é a distância focal mínima e a máxima que a lente pode atingir. Neste caso, a mínima é 18mm e a máxima é 105mm. Dividindo a distância focal máxima pela mínima podemos descobrir a quantidade de zoom óptico que a lente nos oferece.
Mas como explicado na aula 9 sobre a distância focal, lembre-se que o zoom é apenas a versatilidade que temos disponível entre uma distância focal e outra, ou seja, uma lente com mais zoom não tem necessariamente uma maior distância focal. Existem lentes com as mais diversas distâncias focais, fixas e com zoom. Grande angulares, normais e tele objetivas, cada uma com a sua própria utilidade.
f/3.5-5.6G é a abertura máxima que a lente consegue usar em cada distância focal, mínima e máxima. Ao invés de "f/", por vezes pode estar "1:" no começo, ficando com o formato 1:3.5-5.6G. O significado é o mesmo. No exemplo citado, a distância focal mínima é 18mm e a máxima 105mm. Isto significa que deixando a lente em 18mm, a abertura máxima que conseguimos usar é f/3.5. Já deixando em 105mm, f/5.6. Lentes com aberturas maiores costumam ser muito mais caras, principalmente as tele objetivas com zoom.
Os detalhes citados até aqui estão presentes em todas as lentes, já os próximos, em cada tipo de lente pode ter ou não uma ou outra abreviatura que define um recurso incluso na lente. Primeiro, vamos ver as abreviaturas utilizadas pela Nikon. Se quiser saber apenas as abreviaturas de sua marca preferida, pode pular as partes que não interessam.
Nikon
D(Distance): As lentes com um "D" ao lado da máxima abertura utilizada pela lente(Por exemplo: f/1.4D), tem um anel de controle de abertura na própria lente. Estas lentes informam a distância do assunto focalizado para as câmeras que possuem sistema de medição de matriz colorida 3D e flash multi sensor 3D.
G: As lentes com um "G" ao lado da máxima abertura utilizada pela lente(Por exemplo: f/3.5-5.6G), não tem anel de controle de aberturas e são próprias para o uso com câmeras que permitem o controle da abertura no próprio corpo. As lentes G também informam a distância do assunto focalizado para a camera.
AF(Autofocus): Estas lentes conseguem fazer o foco automaticamente, mas dependem exclusivamente de uma câmera que possua motor de foco incorporado ao corpo. Lentes AF não são indicadas para as DSLR de entrada, pois as mesmas não terão foco automático, uma vez que normalmente as DSLR de entrada não possuem motor de foco incorporado ao corpo.
AF-S(Autofocos Silent): O foco é conduzido por um motor silencioso contido na própria lente, ao invés do motor barulhento da câmera. Estas lentes fazem o foco mais rápido do que as AF e em quase completo silêncio. Lentes AF-S são as mais indicadas para as DSLR de entrada, que normalmente não possuem motor de foco interno.
AF-I(Autofocus Integrated): Lentes AF-I são similares as AF-S, porém menos silenciosas. Também são indicadas para uso nas DSLR de entrada.
DX: São lentes projetadas exclusivamente para as câmeras que possuem o sensor do tamanho DX, com o fator de corte de 1.5x. Elas são menores e mais leves do que as lentes FX, devido a não ter que cobrir todo o sensor. Em geral elas não são utilizáveis nas câmeras com o sensor Full Frame. Sendo menores, se utilizadas em câmeras com sensores maiores, podem causar um efeito indesejável chamado vinheta, que faz as bordas da foto ficarem escuras.
FX: Ao contrário das lentes DX, as lentes FX são projetadas para o padrão Full Frame, por conseguir cobrir toda a área do sensor. Lentes FX podem ser usadas sem problemas em câmeras com o sensor DX, por cobrirem uma área maior do que o tamanho total do sensor.
ED(Extra-Low Dispersion Glass): Lentes ED possuem um vidro de alta qualidade que corrige a aberração cromática, um tipo de distorção de imagem e cor que ocorre quando os raios de luz de vários comprimentos de ondas passa através do vidro ótico e não convergem ou entram em foco no mesmo ponto. As lentes com vidro ED proporcionam recorte e contraste superiores, até mesmo na máxima abertura do diafragma. Super ED é um novo tipo de vidro que é usado junto com o ED em algumas lentes para diminuir ainda mais a aberração cromática.
VR(Vibration Reduction): Uma inovação ótica que minimiza o borrado na imagem causado pela tremura da câmera. Proporciona o mesmo efeito que se fosse feito 3 pontos de velocidade do obturador a mais. A versão VR II pode equivaler até

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