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Disciplina: Geologia Aula 03: Dinâmica Interna da Terra Apresentação O planeta Terra, como visto na aula 1, possui a parte interior dividida em diversas camadas. A variação de pressão e temperatura, nessas camadas, gera uma série de produtos, os resultados dessa dinâmica interna são exprimidos na crosta terrestre sob a forma de vulcanismo, tectonismo (terremotos) e tsunamis. O vulcanismo é um fenômeno natural extremamente importante para a manutenção da dinâmica que ocorre na crosta terrestre e principalmente no fundo dos oceanos, que são formados por lavas solidificadas e cobrem 2/3 da superfície do planeta. Outro produto da dinâmica interna da Terra é o terremoto, em seu sentido mais geral, essa palavra é usada para descrever qualquer evento sísmico, natural ou causado pelo ser humano, que gere ondas sísmicas. Posteriormente, temos os tsunamis, esse fenômeno é desencadeado por um terremoto no fundo oceânico, capaz de movimentar toda coluna de água que estiver sobre seu epicentro. Recentemente, no ano de 2004, o mundo despertou para o potencial catastrófico desse fenômeno, quando um tsunami matou mais de 230 mil pessoas em 14 países banhados pelo Oceano Índico na Indonésia. Está entre os desastres naturais com maior número de mortos na história da humanidade. Objetivos Reconhecer os processos envolvidos no fenômeno de vulcanismo; Compreender a dinâmica de funcionamento de um terremoto e como ele é avaliado; Analisar as premissas estabelecidas para a ocorrência de um tsunami e o porquê do seu poder destrutivo ser tão grande; Avaliar os indícios registrados para identificação de vulcanismo e terremotos em território brasileiro. Fenômenos naturais A Terra é formada e modelada por muitos processos que deixam marcas por toda sua superfície. A origem desses processos é a deriva continental, assunto da próxima aula. Em geral, esses processos são conectados — a deriva continental pode gerar terremotos e deslizamentos, quando ocorre na superfície, ou tsunamis, quando ocorre no fundo do mar. Ao longo do tempo, acumulado em milhões de anos, esses processos modificam a estrutura, o relevo e o clima da superfície do nosso planeta. Nesta aula, serão abordados os fenômenos naturais e seus efeitos para a população. Devemos entender como natural tanto uma gota de chuva, pequena, como vulcões e tremores de terra, em larga escala. Os fenômenos mais conhecidos e importantes são os vulcões, terremotos e tsunamis. Todos eles são significativos pelo seu papel na manutenção da vida do planeta, por meio do clima e do tempo adequados. Em seguida, vamos discutir esses fenômenos com mais detalhe, além de desastres que tiveram repercussão histórica na vida de milhares de pessoas. Legenda: The Great Wave off Kanagawa, pintado por Katsushika Hokusa entre 1829–1833, mostrando o Monte Fuji e uma onda gigante. | Fonte: https://goo.gl/NCpPzw <https://goo.gl/NCpPzw> Todos os fenômenos naturais do planeta devem ser considerados como potenciais riscos, possíveis ameaças para recursos, naturais e humanos, e mesmo a vidas humanas. O estudo desses fenômenos, de maneira científica, permite que a sociedade civil entenda, se prepare e saiba mitigar os efeitos negativos para a vida humana, aumentando sua resiliência neste planeta. Vulcões São fissuras e crateras, localizadas ao longo dos limites das placas tectônicas, na camada mais externa: a crosta terrestre. Através dos vulcões, o magma sobe até a superfície, na forma de lava. Vulcão de Fogo, na Guatemala. | Fonte: Shutterstock / fboudrias A maioria dos vulcões concentra-se ao longo de um cinturão chamado "Círculo de fogo", localizado no Oceano Pacífico. Vulcões são classificados de acordo com a frequência e magnitude de suas erupções. Em regiões onde as placas tectônicas possuem movimento divergente, ou seja, se separam, as erupções tendem a ser menos intensas e 1 https://goo.gl/NCpPzw file:///D:/producao_online/graduacao/2018.2/Geologia__GON945/aula3.html explosivas. Em tempos antigos, as causas dos vulcões eram associadas a diferentes e curiosos mecanismos: ✓ Platão (427-347 a.C.) questionava a existência de correntes de puro fogo no interior do planeta; ✓ Poseidônio (século II a.C.) associava vulcões à pressão de ar comprimido em cavernas subterrâneas; ✓ Na Idade Média, acreditava-se que vulcões tinham relação com o fogo do inferno. Nas primeiras décadas do século XIX se associavam os vulcões a forças do interior da Terra. O cientista A. Geike já postulava a possibilidade de que materiais magmáticos, oriundos da crosta terrestre, pudessem ascender à superfície através de um canal, ou fissura, com diferentes níveis de intensidade — desde erupções suaves a explosões. Com a explosão do Monte Pelée, poucos anos depois, em 1903, confirmou-se sua hipótese, visto que um grande vulcão se originou desse processo. Assim, determinou-se que os vulcões permitem a liberação de magma e gases, que têm origem em camadas mais interiores do planeta, na superfície, como se fossem válvulas de escape. Explosão do Monte Pelée | Fonte: Wikipedia <https://goo.gl/NLdcT9> https://goo.gl/NLdcT9 Magmas primários se originam em câmaras magmáticas a cerca de 50 a 100 km de profundidade — nessas câmaras, ocorrem focos de calor, processos de fusão e fluxo de voláteis, aumentando a pressão interna e provocando a subida do magma através de fissuras, canais ou outras aberturas, que originam vulcões. Quando o material ainda se encontra no interior da crosta, é chamado de magma; após seu extravasamento, recebe o nome de lava. Os vulcões que têm erupções frequentes são classificados como ativos. Por sua vez, aqueles que raramente entram em erupção, são tidos como dormentes. Os vulcões extintos são os que não entram mais em erupção. Em regiões com vulcões, são comuns a presença de outros artefatos como gêiseres, fontes minerais quentes, fumarolas e poços de lama borbulhante. Todos esses processos fazem parte do Plutonismo, consistindo no conjunto de processos magmáticos que ocorrem no interior do planeta e que geram intrusões de magma. Quando uma câmara magmática dá origem a uma rocha magmática, no interior da crosta terrestre, chama-se de plúton. A rocha onde o plúton se origina, chama-se de rocha encaixante. Os plútons podem ser: Concordantes Dos tipos: “Sill”; Lacólito; Facólito. Discordantes Dos tipos: “Neck”; Dique; Batólito; “Stock". Estrutura de um vulcão Em termos gerais, a estrutura de um vulcão é chamada de aparelho ou edifício vulcânico. Normalmente, os vulcões são constituídos pelas seguintes partes: Partes de um vulcão. | Fonte: Shutterstock Por shooarts 1 Câmara magmática: onde se encontra o magma, normalmente localizado em profundidade nas crostas continental e oceânica, podendo chegar até a parte superior do manto; 2 Chaminé vulcânica principal: abertura que conecta a câmara magmática com o exterior da crosta, por onde ascendem os materiais vulcânicos; 3 Cratera: depressão, de forma circular como um funil, localizada no topo da chaminé vulcânica; 4 Cone vulcânico: é o edifício vulcânico, a “montanha” propriamente dita. É chamada do cone por conta de sua forma, originada pela acumulação dos materiais expelidos do interior das crostas (lavas, cinzas e fragmentos de rochas), durante a erupção. Além do cone formado na chaminé principal, pode haver a formação de outros cones secundários, ou laterais, dada a existência de outras aberturas, denominadas chaminés secundárias; 5 Nuvem de cinzas: gases e vapores produtos de uma erupção vulcânica; além dos gases, pode-se encontrar piroclastos sólidos que se formam no momento da erupção. O modelo é validado para os vulcões do tipo central. O processo está associado a zonas bem definidas, nas quais a liberação do material ocorre em forma de cone. No vulcanismo tipo fissural, o magma é expelido por fissuras, e não chaminés, atingindo grandes áreas, formando relevos e edifícios que podem ser diferenciados em alta escala do modelo descrito anteriormente. Produtos Vulcânicos As formasque são geradas pelas atividades vulcânicas podem ser divididas em 3 grupos, segundo a composição química, mineralógica e propriedades físicas da sua estrutura. Sendo eles: As lavas São as partes líquidas do magma, em estado total ou parcial de fusão, que chegam até a superfície da Terra e se derramam em distintas distribuições podendo ser basálticas ou riolíticas <galeria/aula3/anexo/basalticas_ou_rioliticas.pdf> . Os depósitos piroclásticos São materiais sólidos, expelidos no momento de uma erupção vulcânica. De acordo com as dimensões podem ser classificados como: cinza, Lapilli, bomba vulcânica e bloco .2 file:///D:/producao_online/graduacao/2018.2/Geologia__GON945/galeria/aula3/anexo/basalticas_ou_rioliticas.pdf file:///D:/producao_online/graduacao/2018.2/Geologia__GON945/aula3.html Os gases vulcânicos Oriundos da parte interna dos vulcões, podendo ocorrer antes, durante e após o fenômeno da erupção. Estes gases são formados a partir do hidrogênio, cloro, enxofre, nitrogênio, carbono e oxigênio. Tipos de Vulcões A classificação dos vulcões ocorre com base em semelhanças de erupções passadas, levando em consideração o tipo de material expelido. Dessa forma são classificados em: Pliniana Termo derivado da erupção do vulcão Vesúvio que ocorreu em 79 d.C., em Nápoles, na Itália. A explosão foi extremamente violenta com magma viscoso, muito rico em gases aprisionados em alta profundidade na estrutura vulcânica, no momento da erupção, lança nuvens de gases, cinzas e outros materiais sólidos de granulação fina. Stromboliana Essa denominação é oriunda do vulcão Stromboli localizado na costa da Sicília na Itália. Ocorre lançamento periódico de gases aprisionados na 3 file:///D:/producao_online/graduacao/2018.2/Geologia__GON945/aula3.html câmara magmática levando à ejeção de bombas e blocos. Peléeana Derivado do vulcão Pelée, Martinica, na América Central, tem sua origem de um magma viscoso e, consequentemente, rico em gases, submetido a pressões baixas. Estas condições características liberam uma nuvem densa e superaquecida de púmice e cinzas que desce em alta velocidade as encostas do vulcão. Havaiana Pelo fato do magma ser de baixa viscosidade o estilo eruptivo é relativamente calmo. Tipicamente representados nos vulcões do Havaí, onde rios de lava são expelidos, a partir da cratera ou de erupções de flanco. Os cones vulcânicos são de grandes dimensões e com flancos pouco inclinados. A classificação com base nos registros históricos vem sendo substituída por uma nova, levando em conta o tipo do cone vulcânico e seus produtos, mais científica e adequada com a complexidade dos estilos eruptivos. Desse modo, podem ser classificados em 5 tipos principais: Vulcão-escudo Emite grande quantidade de lava e aos poucos constrói um cone largo em formato de escudo. Produz lava extremamente quente e fluida, contribuindo para uma escoada mais longa. Um exemplo desse tipo é o Mauna Loa, encontrado no Havaí, com 9000m de altura e 120km de diâmetro. Cones de escórias São pequenos, com altura inferior a 300m. O magma apresenta baixa viscosidade e composição basáltica. Estratovulcões São edifícios de forma cônica com uma cratera no topo e paredes íngremes construídos de lava das erupções vulcânicas. Esse tipo é o que permanece por mais tempo adormecido da Terra. O Monte Fuji, no Japão, é um exemplo. Caldeiras ressurgentes São os maiores vulcões do nosso planeta, possuem diâmetros entre 15 e 100km². Essas caldeiras ressurgentes são depressões com uma elevação central. Um exemplo dessa estrutura é o Cerro Galan na Argentina. Vulcões submarinos São responsáveis pela construção de um novo assoalho oceânico presentes abaixo do nível d’água. Temos, como exemplo, o vulcão da Serreta no Arquipélago dos Açores. Terremotos Os sismos também chamados de tremor de terra ou terremoto, no português brasileiro, é o resultado da liberação de energia na crosta terrestre, gerando vibrações denominadas ondas sísmicas. A atividade sísmica de uma área refere- se à frequência, ao tipo e tamanho dos terremotos registrados ao longo de um período de tempo na região. A maioria dos sismos são tectônicos, ou seja, de origem natural. A grande energia das placas tectônicas faz com que elas incidam sobre a astenosfera podendo afastar-se, colidir ou deslizar-se uma pela outra. Com toda essa força as rochas vão se modificando até seu ponto de máximo de elasticidade, após isso elas se rompem e liberam a energia acumulada durante o processo. Existem também sismos artificiais, associados à ação antrópica. Originam-se de explosões, extração de mineral, de água ou fósseis, ou até mesmo por queda de edifício e acomodação interna de rochas, contudo apresentam magnitudes bastante inferiores dos terremotos tectônicos. Comentário Mesmo que os terremotos sejam conhecidos pelo ser humano, desde os primórdios da sua existência, foi em meados do século XIX que passaram a ser objetos de estudos científicos, quando Robert Mallet, em 1858, compilou informações sobre essas ocorrências. Os registros anuais são de mais de 1 milhão. Um dos observatórios do Japão registra uma média de 200.000 abalos sísmicos por ano. Destas, são perceptíveis pelo homem cerca de 5.000. O número de terremotos demonstra que a crosta terrestre está continuamente perturbada por tremores, causando a destruição e a morte em alguns casos. Os terremotos não são distribuídos de forma uniforme na superfície da Terra, em algumas regiões o fenômeno é praticamente desconhecido, regiões assísmicas, como as áreas centrais do Canadá e dos Estados Unidos, a África (exceto a orla mediterrânea), a Arábia, a Ásia Central e a Austrália. As regiões mais atingidas são aquelas localizadas nas bordas das placas tectônicas. Na Figura abaixo, estão representados os epicentros dos terremotos mais intensos registrados, o território brasileiro está praticamente fora das regiões ativas devido a sua posição no interior da placa sul-americana. Regiões com maiores atividades sísmicas no globo terrestre. | Fonte: https://goo.gl/Eg5cLU <https://goo.gl/Eg5cLU> Podemos assumir o fato de que os terremotos possuem três causas distintas para o seu desencadeamento, associadas diretamente a processos geológicos: Desmoronamentos internos superficiais São ocasionados pela dissolução de rochas por meio da percolação das águas subterrâneas ou acomodação pelo seu próprio peso. Este tipo de terremoto é geralmente de pequena intensidade e de abrangência local. Causas vulcânicas Ocasionam terremotos locais, geralmente de pequena intensidade, afetando somente as imediações do centro do abalo. Ocorrem por explosões internas ou colapsos, ou acomodações nos vazios resultantes da expulsão do magma. Causas tectônicas https://goo.gl/Eg5cLU Responsáveis pela ocorrência de terremotos com grandes intensidades, percebidos sem o auxílio de aparelhos. A causa principal é a formação de falhas geológicas, pois, nesse momento, é produzido um forte atrito, que se propaga com a formação de ondas vibratórias. Um terremoto se divide em dois elementos básicos: • Hipocentro — ponto no interior da crosta onde teve a origem e • Epicentro — ponto na superfície da crosta, projeção do hipocentro ortogonal à superfície. Para realizar as aferições sísmicas, utiliza-se a Escala Richter, levando o nome do sismólogo que desenvolveu o conceito de magnitude. Essa escala considera um índice quantitativo que varia de 1 e pode chegar a 9, sendo que, alguns cientistas, não admitem limites, variam em ordem crescente conforme a magnitude da ocorrência. Não existe um único tipo de onda sísmica propagada em um abalo sísmico, sendo as mais comuns as ondas primárias e as secundárias, assim a escala é utilizada de acordo com as características do abalo registrado. De acordo com esta escala: Infográfico Tsunami Tsunamis são ondas gigantescas com grande volume de energia que ocorrem nos oceanos. São ocasionadas pela movimentação das placas tectônicas localizadas abaixo dos oceanos, as placasoceânicas são mais densas e menos espessas e deslizam sob as placas continentais que são menos densas e mais espessas, esse processo recebe o nome de subducção. Estes terremotos que ocorrem nos oceanos, têm capacidade de deslocar grande quantidade de água formando uma ou mais ondas que podem atingir as regiões litorâneas, provocando grandes catástrofes. Veja no esquema abaixo, como sem formam os tsunamis. Elementos de um Tsunami. | Fonte: https://goo.gl/aqLtpB <https://goo.gl/aqLtpB> A força dos tsunamis ocorre pela relação entre sua amplitude e velocidade. Quando a onda vai se aproximando da costa, sua altura aumenta e a velocidade diminui. Já foram registrados tsunamis de até 30 metros de altura, com intenso poder de destruição. Essas grandes ondas são o resultado da ação gravitacional sobre a movimentação da massa de água. https://goo.gl/aqLtpB Outros fatores que possuem o poder de desencadear um tsunami são os movimentos de massa ou deslizamentos subaquáticos. Eles ocorrem no momento em que os grandes volumes de sedimentos e rochas se movimentam e se rearranjam no fundo do mar, aumentando o volume de água. O mundo moderno se atentou para o potencial catastrófico dos tsunamis no ano de 2004, quando ocorreu uma tragédia desencadeada por um terremoto no fundo oceânico, nas proximidades da Indonésia. Esse evento fez mais de 230 mil vítimas fatais em 14 países banhados pelo Oceano Índico, ficando entre os desastres naturais com maior número de mortos na história da humanidade. Grande parte dessas mortes poderia ter sido evitada se métodos de prevenção, como os sistemas de alarmes, fossem mais eficientes, um recurso relativamente simples e disponível em outras regiões costeiras. No Japão, esses sistemas e os procedimentos de evacuação são constantemente simulados pela população e salvaram muitas vidas. Ainda assim, os dados oficiais da Agência Nacional de Polícia registram 15.668 mortos, 5.712 feridos e 4.836 desaparecidos. A palavra que denomina esse tipo de desastre natural foi herdada do japonês, que significa, literalmente, “onda no porto”, termo que prevaleceu sobre o português, “maremoto”. Nesse país, os tsunamis são frequentes devido à alta frequência de terremotos. Registros históricos demonstram que os danos sempre foram significativos, em consequência da alta densidade demográfica nas regiões costeiras japonesas. O Japão tem registros de tsunamis e terremotos que ocorreram há mais de 1.300 anos. DATA MAGNITUDE ALT.MÁXIMA MORTES LOCAL 02/07/1992 7.2 10 m 170 Nicarágua 12/12/1992 7,5 26 m 1.000 Ilha das Flores/Indonésia 12/07/1993 7,6 30 m 200 Hokaido/Japão 02/06/1994 7,2 14 m 220 Java/Indonésia 04/10/1994 8,1 11 m 11 Ilhas Curilas 14/11/1994 7,1 7 m 70 Mindoro 21/02/1996 7,5 5 m 12 Peru 17/07/1998 7 15 m 2.000 Nova Guiné 26/12/2004 9 50 m 220.000 Oceano Índico Registros das informações dos maiores tsunamis já registrados. Fonte: Adaptado de TEIXEIRA, 2009. Vulcanismo e terremoto no Brasil O território brasileiro situa-se na parte central da placa sul-americana. Na extremidade sul do continente, há ainda a plataforma patagônica. A região ativa da placa, com ocorrência de terremotos e vulcões, é a cadeia andina, situada a oeste dessas duas plataformas. Existem evidências da ocorrência de vulcões no território brasileiro, que nem sempre foi estável. Os indícios dessas atividades, no Brasil, são diversos, seja em um passado relativamente próximo, como na ilha de Trindade e em Fernando de Noronha ou em tempos muito mais longínquos, caso de Crixás no Estado de Goiás. Durante o mesozoico, entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás, ocorreram variadas atividades vulcânicas em nosso território. Os principais registros de ocorrências de derrames localizam-se nos municípios de: ✓ Nova Iguaçu (RJ); ✓ Tanguá (RJ); ✓ Jacupiranga (SP); ✓ Anitápolis (SC); ✓ Serra Negra (SP); ✓ Itatiaia (RJ); ✓ Cabo Frio (RJ); entre outros. Vulcanismo de fissura de lava básica, toleíticas, ocorreu na Bacia do Paraná, no fim do jurássico e principalmente no período cretáceo, 120 milhões de anos atrás. Esses derrames atingiram cerca de 1.200.000 km2. A alteração da rocha basáltica deu origem ao solo denominado de terra-roxa que recobre grande parte da Bacia do Paraná. (POPP, 2004). Atividades 1. O vulcanismo é um fenômeno de grande importância para a manutenção da vida no planeta Terra. Como você interpreta esta afirmava? 2. A ocorrência de terremotos, em países considerados pobres, é muito mais catastrófica do que as ocorrências nos países denominados ricos. Quais artifícios podem ser explicativos para tal fato? 3. “Os episódios vulcânicos ocorrem desde o início da evolução da Terra (4,5 bilhões de anos). Portanto, em uma escala distinta de desenvolvimento da humanidade (séculos). Assim, a aparente quietude de um vulcão para nós decorre simplesmente do fato de não ter havido nenhum relato histórico de sua erupção [...]”. (TEIXEIRA, 2009) Nota-se, no texto acima, que os comportamentos vulcânicos obedecem a uma escala de tempo superior à do tempo humano. A liberação do material magmático ocorre em função: a) da liberação de calor interno acumulado durante longos períodos em áreas instáveis. b) da ausência de pressão atmosférica externa para conter a emissão do material vulcânico. c) da estrutura geologicamente antiga do relevo incapaz de conter o magma terrestre. d) do processo de transformação físico-química das rochas ao longo das eras geológicas. e) do estado de conservação inadequado da crosta terrestre em áreas continentais. 4. Quando os vulcões entram em erupção, liberam um substrato magmático composto pela lava vulcânica e também por materiais sólidos, além de cinzas, blocos e outros elementos que são expelidos e emitidos à superfície graças à liberação da pressão interna. Esse material é chamado de: a) resíduos sólidos vulcânicos. b) rochas consolidadas. c) lavas solidificadas. d) resíduos internos maciços. e) depósitos piroclásticos. 5. Os terremotos de grande magnitude e intensidade ocorrem, principalmente, em locais onde há o encontro de diferentes placas tectônicas. Essas áreas são denominadas: a) zonas de divergência b) epicentro c) deriva continental d) zonas de convergência e) depósitos piroclásticos. 6. Os terremotos podem ser medidos de acordo com a magnitude e a intensidade. Caracterize esses dois critérios de medida dos terremotos. Notas Magma O magma consiste em rochas fundidas por conta das elevadas temperaturas do interior do planeta. Cinza, Lapilli, bomba vulcânica e bloco Cinza: Material com característica arenosa formado por grãos menores que 2mm de dimensão, a pulverização de rochas que já existiam no local ou a ejeção de magma gera esse tipo de produto. Lapilli: Fragmentos que estão no intervalo dos 2mm aos 50mm, chegam até à superfície consolidados apresentando ângulos protuberantes e com cristais bem formados. Bomba vulcânica: Fragmentos maiores que 50mm chegando até 1m de dimensão. É originado dos fragmentos de lava que solidificam durante o seu percurso no ar, semelhante às cenas do filme “Volcano” de 1997. Bloco: Esse tipo de material vulcânico é representado pelas rochas maiores que 1m. A a projeção ocorre na forma sólida, para isso, é necessário que se faça uso da energia gerada pela erupção, sua aparência final é resultado da colisão no ponto da queda ou da fragmentação durante sua tragetoria no ar. Gases No magma existe uma grande quantidade de gases dissolvidos e liberados durante uma erupção. Os gases saem de forma mais intensa, através da cratera principal, mas também ao longo de fumarolas que podem se formar em diferentes partes do cone vulcânico, ou a partir de fissuras. Em áreas vulcânicas, é comum a presença de gêiseres formados pelo aquecimento da água de subsuperfície pelo alto gradiente térmico registrados nessas regiões. Bloco 1 2 3 7 Fragmentos maiores que 50mm chegando até 1m de dimensão. É originado dos fragmentos de lava que solidificam durante o seu percurso no ar, semelhanteàs cenas do filme “Volcano” de 1997. Referências ANDRADE Fábio Ramos Dias de. Terremotos e tsunamis no Japão. In: Revista USP, São Paulo, n.91, p. 16-29, setembro/novembro 2011. GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a terra. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2013. POPP, José Henrique. Geologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. Próximos Passos Estruturas em rochas; Origem das montanhas; Falhas e dobras. Explore mais O portal Top10Mais criou uma lista dos dez vulcões mais perigosos do mundo <https://top10mais.org/top-10-vulcoes-ativos-mais-perigosos-mundo> , levando em consideração a frequência e capacidade destrutiva de suas erupções. No portal Touristlink você tem a localização de todos os 198 vulcões ativos no mundo. <http://www.touristlink.com.br/mundo/cat/vulc%C3%B5es/map.html> A localização é disposta no Google Maps facilitando o levantamento de informações sobre o vulcão de interesse. No canal The Web Unlocked, do YouTube, você pode ver uma simulação de ocorrência de um tsunami <https://www.youtube.com/watch? v=SlwZzbGh7Cw> criada digitalmente em três dimensões. Esclarece muito a visualização para além da imaginação. https://top10mais.org/top-10-vulcoes-ativos-mais-perigosos-mundo http://www.touristlink.com.br/mundo/cat/vulc%C3%B5es/map.html https://www.youtube.com/watch?v=SlwZzbGh7Cw
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