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Histologia Por José Rivaldo de Lima Introdução A Histologia no sentido da palavra. Histo (tecidos) e Logia (estudo), sendo, portanto, o estudo dos tecidos. Se detendo no estudo das células e tecidos do corpo e de como essas estruturas se organizam para formar um órgão. Em razão da dimensão do material de estudo, a utilização do microscópio é fundamental. A Histologia veio a partir de várias ciências, seja a Química (ver histoquímica); Imunologia (ver Imuno-histoquímica); Patologia (ver histopatologia). O que veremos nessa disciplina? Nessa disciplina, veremos os seguintes tecidos: Tecido Epitelial, Tecido Conjuntivo, Tecido Adiposo, Tecido Cartilaginoso, Tecido Ósseo, Tecido Nervoso, Tecido Muscular e Células do Sangue. Para estudarmos os tecidos, temos que enfrentar as lâminas. Que podem ser de dois tipos: Lâmina Histológica (corte de um órgão, células e a matriz). Lâmina Citológica (contém apenas células). Métodos de estudo em Histologia A pequena dimensão das células e dos componentes da matriz extracelular (MEC), faz com que a histologia dependa do uso de microscópio. Na técnica histológica de rotina usa-se lâminas histológicas e microscópio de luz. Uma coisa muito importante para se prestar atenção, são as unidades de medida. Micrometro: 1µm equivale a 0,0001mm Nanômetro: 1nm equivale a 0,0001 µm O microscópio óptico é capaz de ampliar até 2µm. *Resolução mais importante que a objetiva, ampliação. 1º Coleta do Material Quanto mais espesso o corte mais difícil a visualização da lâmina no microscópio. Geralmente a espessura ideal das lâminas está entre 2-9µm. Geralmente o material vem de uma biopsia, e é necessário ter bastante cuidado com o material para não ocorrer problemas, como: apoptose devido a falta de irrigação. Por isso é necessário todo um procedimento para fazer uma lâmina histológica. Além disso, é usado geralmente apenas 2cm no experimento, amostras muito grandes dificultam os processos com os reagentes. O Histotecnico, é um processador de lâminas automático. Muito importante para facilitar e otimizar as pesquisas na histologia. 2º Fixação Logo após a coleta, a amostra deve ser submetida ao processo de fixação, que tem por finalidade evitar a digestão dos tecidos por enzimas existentes nas próprias células (autólise) ou em bactérias. A fixação pode ser feita por métodos físicos e químicos (mais frequente). Na fixação química o tecido é imerso em soluções para desnaturar agentes ou estabilizar agentes, criando pontes. Essas soluções são chamadas de fixadores. Isso demora um tempo normalmente para tecidos de mamíferos o ideal é entre 12-48h. Se passar disso, é melhor colocar na geladeira para diminuir a chance de problemas. Outra maneira de fixar mais rapidamente, é fazer a perfusão intravascular do fixador, onde alcança os tecidos mais rapidamente através dos vasos sanguíneos. Fixadores mais usados: Formaldeído a 4% ou a 10%; PAS Glutaraldeído Fala-se sobre a fixação dupla, onde para uma maior fixação usa-se uma solução de glutaraldeído tamponado, em seguida uma solução de tetróxido de ósmio. 3º Desidratação A desidratação nada mais é que a retirada da água dos tecidos e células. A água contida nos tecidos é inicialmente extraída pela passagem dos fragmentos por diversos banhos de soluções de concentrações crescentes de etanol (normalmente desde etanol 70% em água até etanol 100%). Uso em práticas de rotina, normalmente se dá um banho de 70%, outro de 80%, outro de 90% e dois de 100% para evitar erros na concentração devido a restos de materiais vindos dos banhos anteriores. Esquema de Desidratação: 4º Diafanização Após a desidratação, o etanol dos fragmentos deve ser substituído por uma substância intermediária (geralmente um solvente orgânico), que é miscível tanto em etanol como no meio que foi escolhido para inclusão (parafina ou resina). Ou seja, se eu quero que o tecido fique duro com a resina ou parafina, tenho que tirar o álcool e a água, devido a parafina (ou resina) não se misturar com água ou álcool. Para a Diafanização (também chamada de clareamento), se usa o xilol ou toluol, que é tanto miscível (misturável) com a água, álcool e a parafina ou resina. Utiliza-se Xilol para permitir melhor a penetração de parafina na peça, num total de 2 ou 3 banhos de xilol. Quando os fragmentos de tecidos são embebidos no solvente orgânico, eles ficam transparentes ou translúcidos. 5º Impregnação O processo de impregnar os tecidos com parafina é chamado inclusão ou embebição em parafina e geralmente é precedido por duas etapas: desidratação e clareamento (diafanização). A parafina em temperatura ambiente é sólida, sendo assim para adentrar no tecido precisa-se estar em estado líquido. Dessa forma, usa-se a estufa. Os tecidos são colocados em parafina derretida (56 a 60°C). Geralmente são feitos 2 banhos, cada um com a duração de 1 h. O calor causa a evaporação do solvente orgânico (xilol), e os espaços existentes dentro dos tecidos tornam-se preenchidos com parafina. Depois de os fragmentos serem retirados da estufa, a parafina solidifica e eles se tornam rígidos Com o tecido rígido, dessa forma, pode partir para o próximo passo que é a Inclusão. 6º Inclusão Os blocos de parafina que contêm os tecidos são então levados a um micrótomo, onde são seccionados por uma lâmina de aço ou de vidro, de modo a fornecer cortes de 1 a 10 micrômetros de espessura. Geralmente os cortes para lâminas histológicas são feitos com espessura de 5-10µm. Após serem seccionados, os cortes são colocados para flutuar sobre uma superfície de água aquecida e, depois, sobre lâminas de vidro, onde aderem e serão, em seguida, corados 7º Coloração Para ser estudada ao microscópio, a maioria dos cortes histológicos deve ser corada, porque, com poucas exceções, os tecidos são incolores. Com essa finalidade, foram desenvolvidos métodos de coloração que tornam evidentes os vários componentes dos tecidos, das células e da MEC. A seletividade com que os corantes coram os componentes dos tecidos pode ser maior ou menor. Muitos corantes se comportam como substâncias de caráter ácido ou básico e tendem a formar ligações eletrostáticas (salinas) com componentes ionizados dos tecidos. Os componentes dos tecidos que se coram bem com corantes básicos são chamados de basófilos, e os que têm grande afinidade com corantes ácidos, de acidófilos. Em muitos procedimentos (ver “Imunocitoquímica”, adiante), os resultados de uma reação são evidenciados por um precipitado ou por um corante fluorescente, mas as células e os seus limites não são visíveis. Nesse caso é usado um contracorante – trata-se de um corante aplicado a um corte apenas para tornar possível a visualização das células ou dos núcleos. Outra maneira de evidenciar componentes de células e tecidos é a sua impregnação por metais, como prata e ouro, método muito usado para estudar tecido nervoso. A coloração é um processo demorado, geralmente ocorre entre 12-48h. O corante mais conhecido é o HE (hematoxilina e eosina). Onde a Hematoxilina é acidófila (corando DNA, RNA, ribossomos, poli ribossomos etc.) e a Eosina, basófila (corando membranas, organelas etc.).
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