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Aula 14 - Concurso de Agentes no Código Penal Militar

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Concurso de Agentes no Código Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
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CONCURSO DE AGENTES NO CÓDIGO PENAL MILITAR
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas.
Direto do concurso
1. (ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2004) O CPM, ao estabelecer que aquele que, 
de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas penas a este comina-
das, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.
Comentário
Como expresso no art. 53 do Código Penal Militar.
Teorias sobre o concurso de pessoas
2. Teoria Dualista
Distingue o crime praticado pelo autor daquele praticado pelo partícipe. Não 
se trata de regra no direito penal militar, mas pode ser identificada em algumas 
situações excepcionais.
O autor do fato criminoso militar responde por um delito diferente do partícipe. 
O partícipe não realiza o núcleo verbo do tipo mas, de alguma maneira, adere 
à conduta do autor, facilitando a consumação do crime. É o caso do crime de 
incitamento, em que a conduta típica é incitar à desobediência. Quem incita o 
motim responde pelo artigo 155 do Código Penal Militar, enquanto o amotinado 
responderá por outro crime.
Trata-se, portanto, de exceção dualista à teoria monista.
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I – agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II – recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou prati-
cando violência;
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III – assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, 
em comum, contra superior;
IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou 
dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura 
militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para 
ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em 
detrimento da ordem ou da disciplina militar:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Incitamento
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar 
sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, 
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previs-
tos no artigo.
3. Teoria Pluralista
De acordo com a teoria pluralista, haverá tantas infrações penais quantos 
forem os concorrentes. É o caso, por exemplo, da corrupção passiva e da cor-
rupção ativa.
Corrupção passiva
Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou acei-
tar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Quem recebe vantagem indevidamente responde pelo crime de corrupção 
passiva.
Corrupção ativa
Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática, 
omissão ou retardamento de ato funcional:
Pena – reclusão, até oito anos.
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Por outro lado, quem oferece, dá ou promete vantagem indevida responde 
pelo crime de corrupção ativa.
Requisitos do concurso de pessoas
a. Pluralidade de pessoas e de condutas
b. Relevância causal de cada conduta
c. Liame subjetivo ou psicológico entre as pessoas
d. Identidade de infração penal
Atenção!
Liame subjetivo ou psicológico entre as pessoas:
Esse vínculo não exige ajuste prévio entre as pessoas. Basta que uma conduta 
adira à outra.
Comunicabilidade e incomunicabilidade de condições pessoais
Condições ou circunstâncias pessoais
Art. 53, § 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos 
outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, 
outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
Circunstâncias são os eventos que gravitam ao redor da figura típica. Caso 
essa circunstância não esteja presente no fato típico, haverá uma questão secun-
dária. A circunstância se difere da elementar.
Analisando o tipo penal “matar alguém”, quando se retira a elementar “alguém”, 
um dado físico, haverá uma consequência jurídica importante, como uma des-
classificação ou uma atipicidade. Elementar, portanto, é o dado descrito no tipo 
penal.
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O artigo 53, § 1º, possibilita a chamada comunicabilidade das elementares, 
em que, em razão desta, a pessoa civil pode responder por crime propriamente 
militar.
Direto do concurso
2. (ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2004) O CPM estabelece que não se comu-
nicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando 
elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a 
pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de 
peculato tipificado no CPM.
Comentário
A questão se refere ao tema concurso de agentes. Em razão da comunicabilidade 
das elementares, o civil também responderá pelo crime de peculato tipificado 
no Código Penal Militar.
GABARITO
1. C
2. E
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor João Paulo Ladeira. 
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