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O NOVO PRISMA DIALÉTICO E O IURA NOVIT CURIA: O QUE MUDOU COM O CPC/15? The new dialectic prisma and the iura novit curia: what has changed with the CPC/15? Revista de Processo | vol. 300/2020 | p. 33 - 46 | Fev / 2020 DTR\2020\110 Daniel Luis Spegiorin Mestrando em Direito Processual Civil na Universidade Paranaense. Especialista em Direito e Processo Penal pela Universidade Estadual de Londrina. Juiz Federal. daniel.umuarama@gmail.com Miriam Fecchio Chueiri Doutora em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestra em Direito Negocial pela Universidade Estadual de Londrina. Advogada. miriamfecchio@uol.com.br Virgínia Telles Schiavo Wrubel Mestranda em Direito Processual Civil na Universidade Paranaense. Conciliadora e advogada. virginia.wrubel@gmail.com Área do Direito: Civil; Processual Resumo: A dialética processual remete, principalmente, à efetivação do Princípio do Contraditório. No processo civil, tal princípio pode confrontar o aforismo Iura Novit Curia, considerando as inovações trazidas pelo diploma processual de 2015, mormente a relativa à vedação de decisões surpresa. Isso posto, concerne ao presente artigo discorrer sobre a dialética processual e o axioma latino, analisar o embate principiológico e averiguar os novos espectros que assumem tais fundamentos sob a égide neoconstitucional. Palavras-chave: Dialética Processual – Iura novit curia – Princípio do Contraditório – Decisões surpresa Abstract: The procedural dialectic refers mainly to the implementation of the Contradictory Principle. In civil proceedings, such a principle may confront the aphorism Iura Novit Curia, considering the innovations brought by the procedural law of 2015, especially the one related to the fence of surprise decisions. That said, concerns to this article discuss about the procedural dialectics and the latin axiom, analyzing the principiological clash and ascertaining the new spectra that assume such foundations under the neoconstitutional aegis. Keywords: Procedural dialectic – Iura novit curia – Contradictory Principle – Surprise Decisions Evolução do Contraditório e a Epistemologia do século XX O contraditório na ordem constitucional Histórico e aplicação dos adágios no processo judicial Redimensionamento no NCPC Conclusão Introdução Evolução do Contraditório e a Epistemologia do século XX O contraditório na ordem constitucional Histórico e aplicação dos adágios no processo judicial O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 1 Redimensionamento no NCPC Conclusão Sumário: 1.Introdução - 2.O atual paradigma jusfilosófico da dialética processual - 3.O contraditório na ordem neoconstitucional - 4.Histórico do iura novit curia e aplicação no processo civil - 5.Conclusão: redimensionamento do iura novit curia no NCPC? - Referências 1.Introdução O processo civil brasileiro atravessa um momento de transformações. A entrada em vigor do novo Código de Processo Civil (NCPC (LGL\2015\1656)), em março de 2016, veio coroar uma série de reformas pretéritas e iniciar uma nova era no processo nacional. Para a comunidade jurídica, então, surgiu a ocasião de analisar as mudanças dos institutos do processo clássico, adaptando-os à norma vigente, à realidade social e aos anseios da comunidade por um processo célere, democrático e efetivo. O que encontra, pois, fundamento no art. 1º do NCPC (LGL\2015\1656), que diz que “o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código”.1 Desse modo, tem-se que o redimensionamento de antigos institutos deverá observar, inelutavelmente, os valores e normas fundamentais da Constituição da República. E um exemplo de instituto a reavaliar é justamente o iura novit curia, um conceito aplicado e consolidado ao longo de vários séculos. Por meio de análise doutrinária, o presente trabalho tem a pretensão de articular o aforismo com a dialética processual aferida da Carta de 1988 e reafirmada pelo NCPC (LGL\2015\1656), em vista do destaque que o diploma conferiu ao princípio do contraditório, ao vedar que o juiz surpreenda as partes decidindo com fundamento que não foi objeto de prévia manifestação, mesmo em se tratando de matéria que permite o pronunciamento ex officio. Portanto, neste artigo, o que se objetiva questionar é se, mesmo com a hodierna exigência dialética, o iura novit curia continuará aplicável ao processo civil brasileiro e às suas decisões judiciais. 2.O atual paradigma jusfilosófico da dialética processual Etimologicamente, o termo “dialética” proveria da palavra grega dialectiké, a qual pode ser traduzida como diálogo, ou ainda, a arte de debater e persuadir2. Dentro da ciência jurídica, a dialeticidade se tornou enlevada técnica aplicada no processo, principalmente se visto pelas óticas do movimento neoconstitucional3. Neste artigo, por neoconstitucionalismo, há de se considerar a conjugação de duas perspectivas. A primeira4, como prospectiva jusfilosófica constitucionalista e anti-positivista, com gérmen na segunda metade do século XX, quando foi possível destacar pensadores como Alexy, Dworkin, Nino e Zagrebelski. A segunda5 é a de um modelo jurídico para o Estado constitucional de Direito, cujas Constituições têm por traço principal manifestar a intenção de recompor uma “grande fratura” que verificou haver entre o constitucionalismo e a democracia. Assim, no bojo do neoconstitucionalismo, a dialeticidade processual emergiu como instituto apto para garantir o desenvolvimento das decisões judiciais discursivas. A importância da construção discursiva é afirmada por Alexy, que aporta sua teoria da O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 2 argumentação jurídica no estudo crítico da teoria comunicativa de Habermas, concluindo, sobre o ponto específico, que: “Los argumentos pueden llevar a un cambio de la valoración del peso relativo o de la legitimación relativa existente al principio. Las interpretaciones de intereses sobre la base de argumentos puden también cambiar encuanto a su contenido. Queda constancia por ello de que los argumentos, en las interpretaciones de intereses y en los cambios de intereses, pueden jugar um papel esencial. (...) Sólo se verifica um carácter esencialmente comunicativo si se puede mostrar que las interpretaciones de intereses y los cambios de intereses, deben vincularse necesariamente com el intercambio de argumentos entre distintas personas.”6 De modo que, para Alexy, o caráter verdadeiramente comunicativo só é verificado quando há o intercâmbio de argumentos entre distintas pessoas, pois essa troca pode mudar as interpretações e as valorações existentes ao princípio. Além de Robert Alexy, outros autores do pós-positivismo teriam pautado a importância do discurso na formação do direito. Para Theodor Viehweg, por exemplo, “[...] a partir de um problema, as partes apresentam possibilidades argumentativas, dentro de uma estrutura dialógica de argumentação, para que se chegue à conclusão mais razoável, que possa solucionar satisfatoriamente o tema em debate.”7 E, ainda, Ronald Dworkin, ao lembrar que o direito é um empreendimento coletivo, de modo que o juiz deveria dialogar com a história da comunidade, respeitando os princípios institucionais do ordenamento, para construir uma decisão que busca a melhor interpretação jurídica por meio do diálogo entre todas as partes.8 A partir dessas noções – da troca de argumentos entre diferentes pessoas, e da relevância de tal argumentação para a elaboração de decisões que não sejam simplesmente legais, mas também válidas em sentido material – é possível compreender o desenvolvimento da Teoria Neoinstitucionalista. Essa teoria, que reflete a natureza jurídica do processo, tem em vista que o procedimento participativo é o elemento que atribui legitimidade ao provimento final e que os modelos processuaisnão devem ser meramente formais, mas, necessariamente, portarem uma expressão decorrente do Estado Democrático de Direito. Nas palavras do idealizador Rosemiro Leal9: “Com o advento da Constituição brasileira de 1988, encerrando-se o ciclo totalitário de 1964, entendi que o seu art. 1º abolira o republicanismo (modelo comunitarista de Estado Social que, a seu turno, preserva veladamente a tradição do Estado Liberal) com expressa implantação do Estado Democrático de Direito. Esse novo paradigma de Estado, a meu ver, porque protossignificativo e constitucionalizado (sistematizado) por uma teoria linguístico-autocrítico-jurídica denominada processo, núcleo gestativo sistêmico da própria Lei Constitucional, é que iria, por uma de suas vertentes que cognominei neoinstitucionalista, reclamar compreensões pela ciência não dogmática, logo democrática de direito.”10 O movimento neoinstitucionalista, então, parte da importância que tem o processo no Estado Constitucional, vendo-o como: “[...] uma instituição constitucionalizada, um medium linguístico com o propósito de assegurar um legítimo controle popular dos procedimentos de criação, fiscalização e aplicação de direitos, através do efetivo exercício dos princípios institutivos.”11 Uma decisão resolutiva que emerge de tal medium linguístico, por sua vez, “[...] não deve se basear na capacidade intelectiva do julgador solipsisticamente considerada e refletida na decisão judicial, mas se constituir de forma conjunta pela atuação dos sujeitos do processo.”12 O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 3 Ante o exposto, pode-se sintetizar que o traço distintivo da teoria neoinstitucionalista reside na soma de duas noções: primeira, de que o processo seria um procedimento em contraditório, com todos os atores em posições simétricas; segunda, de que ele deve, obrigatoriamente, manter-se como instituição constitucionalizada, isto é, como fenômeno desenvolvido segundo os princípios institutivos da Constituição Federal. Assim, é diante desse contexto – neoconstitucional, pós-positivista e neoinstitucional – que há de se compreender o apreço pela dialética processual, augurada no art. 5º, LV, da CF (LGL\1988\3)13, por meio de sua principal norma de dicção: o Princípio do Contraditório. Afinal, é por meio do princípio que “o caráter dialético que processo tende a se revelar com maior nitidez, pois, notoriamente este elemento está presente em toda sua extensão” 14. Não se pode dizer que exista contraditório sem efetiva participação das partes e claro diálogo entre os sujeitos processuais. Faz parte da estrutura dialógica do processo a colocação das partes como sujeitos de transformação, haja vista que, ao mesmo tempo, são destinatárias e coautoras do provimento jurisdicional15. Isso posto, cumpre analisar e descrever brevemente como está configurado o Princípio do Contraditório pela ordem da Constituição de 1988. 3.O contraditório na ordem neoconstitucional O modelo de processo estipulado pelo Código de Processo Civil de 1973 revelou-se, em diferentes disciplinas – entre elas, a do Contraditório – conflitante com as disposições da Constituição Federal de 198816. É que, tradicionalmente, o princípio do contraditório efetivava-se com o cumprimento de ações que formavam o binômio “conhecimento-reação” 17. Nesse então, era suficiente que se promovesse o conhecimento da existência e do conteúdo do processo, para que as partes pudessem contraditar as alegações adversas. Isto é, o dever era o de proporcionar ciência do fato, ou argumento, possibilitando uma resposta em tal sentido, ou em sentido oposto. Na atualidade, porém, pode-se dizer que ao princípio é conferida maior plenitude. É conclamada sua faceta quanto ao poder de influência sobre o convencimento do órgão jurisdicional. Segundo Medina18, isso simboliza “o direito de influir decisivamente nos destinos do processo”, haja vista que não existe apenas “o direito de se manifestar, de ser ouvido, mas, também, o de ter suas manifestações levadas em consideração”19. Ao fim das contas, “de nada adiantaria o direito de ser informado de todos os atos processuais e manifestar quanto a eles, se o julgador não estivesse obrigado a levar em consideração os argumentos apresentados”.20 Assim, tem-se que o hodierno Contraditório assume mais do que uma dimensão formal, uma dimensão substancial21. E tal grandeza poderia se visualizar, basicamente, diante do ressalte concedido a três aspectos22: primeiro, a revalorização do tratamento igualitário entre as partes, dado pelo Estado-juiz, no que se refere às oportunidades e força de suas manifestações; segundo, a noção de contraditório cooperativo, especialmente entre as partes e o juiz e; terceiro, a proibição de decisões surpresa, uma diretriz positivada no novo diploma processual. Não se pode confundir esse dimensionamento substancial, contudo, com o caráter de incondicionalismo. Como qualquer princípio, o contraditório não é absoluto. No Código de Processo Civil de 2015, por exemplo, o fundamento é limitado expressamente no art. 9º 23, o qual dispensa a oitiva prévia da parte contrária nos seguintes termos: “Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I – à tutela provisória de urgência; II – às hipóteses de tutela da evidência; previstas no art. 311, incisos II e III; O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 4 III – à decisão prevista no art. 701.”24. É que o ato de ouvir a parte com antecedência é dever para a concretização do contraditório. Por certo, trata-se de um dos deveres, já que é possível afirmar que a realização do contraditório depende, na verdade, da observância de uma série de direitos deveres25. Discriminando-os, sucintamente, poder-se-ia identificar:26 a) Direito de informação, ou ciência, entendido como o direito de ser comunicado de todos os atos processuais; b) Direito de manifestar-se e ser ouvido pelo juiz, quanto às razões de sua resistência, sendo que o CPC (LGL\2015\1656) testifica que não se proferirá decisão contra a parte, antes de sua oitiva – exceto em tutela de urgência, de evidência, em certos casos, e na expedição de mandado de pagamento da ação monitória, como se depreende do art. 7º; c) Direito à paridade de armas, como um desdobramento da isonomia, significando a possibilidade que as partes possuem, via de regra, de abrir mãe de um mesmo arsenal de ferramentas processuais (art. 7º, NCPC (LGL\2015\1656)); d) Direito de influência, como a aptidão para persuadir e impactar o julgamento do julgador; e) Dever de cooperação, entre todos os atores no processo, que se desdobra nos seguintes aspectos: e.1) Dever de prestar esclarecimentos, tanto das partes, como do juiz, com fim de sanar dúvidas e obscuridades; e.2) Dever de prevenção do juiz, como a responsabilidade de informar as partes sobre as consequências de suas condutas no processo; e, por fim, o e.3) Dever de advertência do juiz, antes de proferir uma decisão, para evitar surpreender as partes com algum ponto não discutido. Abstrai disso Oliveira27 que a figura do magistrado, em conformidade com a nova lei processual, tem moderado seu poder discursivo e alargado o seu espectro de deveres, podendo-se dizer que “sua atuação institucional agora está, mais do que nunca, adstrita à comunicação cooperativa que realiza com as partes constituintes da relação jurídica processual”. Mas então como, em termos práticos, será conciliado o poder discursivo e condutivo do juiz com o citado dever de advertência? E como ficará a prerrogativa do iura novit curia diante de tal aposto? São aspectos que cumpre analisar a seguir. 4.Histórico do iura novit curia e aplicação no processo civil A locução iura novit curia assume várias denominações, mas seja ela um adágio, aforismo, axioma, ou brocardo, fato é que se trata de uma sentença doutrinal, dotada de significado jurídico e exarada na forma objetiva28. Comumente,traduz-se pela expressão “o juiz conhece o direito”, que definiu pelos anos o papel do juiz e das partes no processo.29 Analisando sintaticamente30 o brocardo, tem-se que curia desempenha a função de sujeito, correspondendo ao vernáculo de juiz, tribunal, ou órgão judicial, de forma genérica. Novit é verbo conjugado no pretérito para a terceira pessoa do singular, podendo equivaler ao infinitivo “conhecer”, em português. Iura, por sua vez, ocupa a posição de objeto direito, sendo o plural de ius, que significa “direito”. A partir disso, a conhecida tradução. O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 5 Sem prejuízo de outras implicações, o iura novit curia também enuncia a presunção de que o juiz sabe qual o melhor direito a se aplicar no caso concreto. Pode ainda ser visto como princípio, enquanto alicerce do ordenamento31. Ou, ainda, como postulado normativo aplicativo, por resultar da interpretação sistemática de diversos dispositivos normativos e viabilizar a aplicação de outros32. Conforme Fichtner33, o surgimento do iura novit curia mostra-se incerto, como é usual da maioria dos brocardos. Segundo tal autor, há a corrente que aponta como marco o advento da jurisdição pública romana, por volta do ano 290 d.C., com as constituições Imperiais de Diocleciano e Maximiano, no período da extraordinaria cognitio. Nessa época, os autores não atribuíam um nomem juris à actio proposta, de modo que o julgador era quem supria a omissão, aplicando sem provocação anteriores leis pertinentes em vigor. Distinta corrente34 aponta a origem no século XIII, durante a Idade Média, quando na França vigorava uma disposição segundo a qual a lei e os costumes deviam ser conhecidos e aplicados de plano pelo juiz. Outro entendimento35 situa a origem do iura no século XVI, época da Renascença, com a instituição do Corpus Iuris Canonici pelo Papa Gregório XIII. Segundo Lucca36, no atual sistema romano-germânico, o aforismo representa o fenômeno pelo qual o juiz não fica vinculado à norma invocada pelas partes, bem como ao nomen juris atribuído à pretensão processual, havendo, ainda, a desobrigação, como regra, das partes provarem o teor e a vigência de normas jurídicas. O Código de Processo Civil de 2015 reitera as seguintes limitações à aplicação do iura novit curia, já dispostas no diploma processual de 197337: a) art. 141 (art. 128 no CPC de 73), que dispõe as questões vedadas para conhecimento de ofício; b) art. 376 (art. 337 no CPC de 73), quando o juiz pode ordenar prova de direito municipal, estadual estrangeiro ou consuetudinário; c) art. 487, III, alíneas a, b e c e parágrafo único (art. 269, II, III e V do CPC de 73), por se tratar de hipóteses de autocomposição, caso em que a função do magistrado se restringe à homologatória; d) art. 1029 (art. 541 do CPC de 73), que dispõe sobre os recursos especial e extraordinário, os quais restringem a atuação dos Ministros nos Tribunais superiores, adstringindo-os ao conhecimento de certas matérias. Mas, além dessas, o Código de 2015 traz limitações inéditas ao iura novit curia, podendo-se citar o art. 357, § 2º, ao dispor que: “As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz”38. De acordo com Fichtner39: “A novidade permite dizer que as partes podem, atualmente, através do consenso, estabelecer limites à amplitude de conhecimento do magistrado, seja no que se refere à matéria fática, afetando a atividade jurisdicional probatória, seja no que abrange a matéria de direito.” De modo que, sim, o juiz conhecerá o direito, mas não o poderá dar, caso este esteja fora da delimitação das questões de fato e direito que, pelo consenso, se tornem insertas à senda de discussões no processo. Ademais, há o art. 927, caput e alíneas, no novo diploma processual, nos seguintes termos: O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 6 “Art. 927. Os juízes e tribunais observarão: I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II – os enunciados de súmula vinculante; III – assunção de competência, resolução de demandas repetitivas, recursos especiais repetitivos e recursos extraordinários repetitivos; IV – súmulas do STJ e STF; V – orientações do plenário ou órgão especial a que estiverem vinculados.”40 A respeito do dispositivo, explica Humberto Theodoro Júnior41 que a força que o NCPC (LGL\2015\1656) confere à jurisprudência se manifesta em dois planos: “[...] o horizontal, de que decorre a sujeição do tribunal à sua própria jurisprudência, de modo que os órgãos fracionários fiquem comprometidos com a observância dos precedentes estabelecidos pelo plenário ou órgão especial (art. 927, V).”42 E “[...] o vertical, que vincula todos os juízes ou tribunais inferiores às decisões do STF em matéria de controle concentrado de constitucionalidade e de súmulas vinculantes; aos julgamentos do STF e do STJ em recursos extraordinário e especial repetitivos, aos enunciados de súmulas do STF e do STJ e, finalmente, à orientação jurisprudencial relevante de todo tribunal revisor das respectivas decisões, a exemplo das decisões nas resoluções de demandas repetitivas, nos incidentes de assunção de competência (art. 927, I a IV).”43 Nesses casos, novamente, há que se falar em cerceamento do iura novit curia, pois os julgadores terão de nortear suas decisões por tais referenciais, o que margeia seus horizontes de convicção. Finalmente, cumpre abordar a inovação trazida pelo art. 10 do CPC (LGL\2015\1656), que instituiu a vedação às denominadas decisões surpresa ou juízos de terceira via, o que, conforme pontuado anteriormente, representa um novo espectro do Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF (LGL\1988\3)) e do corolário Princípio do Contraditório (art. 5º, LV, CF (LGL\1988\3)), razões pelas quais será essa a limitação mais discorrida no presente artigo. Convém ressalvar que se trata de inovação em termos, eis que, embora a colocação expressa seja novidade do CPC/15 (LGL\2015\1656), havia doutrina que já abstraía a sua ideia geral, independentemente de constância no texto legal, impondo-a como escorreita interpretação do CPC/73 (LGL\1973\5), uma vez promulgado o texto constitucional. Segundo Carlos Alberto Álvaro de Oliveira44, “[...] a liberdade concedida ao julgador de escolher a norma a aplicar, independentemente de sua invocação pela parte interessada, consubstanciada no brocardo iura novit curia, não dispensa a prévia ouvida das partes sobre os novos rumos a serem imprimidos à solução do litígio, em homenagem ao princípio do contraditório. Não se considere, aliás, rara a hipótese: são freqüentes os empecilhos com que se depara o aplicador do Direito, nem sempre solucionáveis com facilidade; dificuldade geralmente agravada pela posição necessariamente parcializada do litigante, o que colabora para empecer visão clara a respeito dos possíveis rumos do processo e de sua solução.” Tal entendimento doutrinário restaria positivado, anos depois, no texto legal do art. 10 do CPC (LGL\2015\1656), ao dizer que “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”45. Segundo Nery Júnior46, a proibição de haver surpresa no processo é “decorrência instituída pelo princípio constitucional do contraditório” e “enseja ao juiz o poder-dever O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 7 de ouvir as partes sobre todos os pontos do processo, incluídos os que possivelmente poderão ser decididos por ele, seja a requerimento da parte ou interessado, seja ex officio, bem como a impossibilidade de surpreender a parte com modificação de entendimento com eficácia retroativa”. Portanto, segundo o dispositivo, nenhumjuiz pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes a oportunidade de se manifestar previamente, mesmo que se trate de matéria de conhecimento de ofício, de modo que isso influi a prerrogativa de, a partir dos fatos, o juiz dar o direito – raciocínio que deflagra outro brocardo latino, qual seja o dabo mihi factum, dabo tibi ius, que pode ser traduzido como “dê-me o fato e te darei o direito” e está relacionado à definição conceitual do iura47. Melhor explica Santos48, a respeito da utilidade dos adágios, ao dispor que: “Com efeito, as partes possuem o interesse em fazer com que o juiz conheça a norma jurídica aplicável ao caso. O juiz, de fato, deve conhecer o direito, mas a interpretação desse direito no caso concreto à luz da força normativa dos princípios, da necessidade de se observar os direitos fundamentais e consonância das normas infraconstitucionais com as normas constitucionais deve ser construída a partir do diálogo entre os sujeitos da relação jurídica processual.” Destarte, segundo os posicionamentos apresentados, pode-se inferir que o iura novit curia segue válido, no sentido de que o juiz não fica vinculado às opiniões das partes a respeito de alguma questão de direito, o que não significa, porém, que ele possa decidir sem previamente debater com as partes a solução jurídica que lhe parece aplicável ao caso, consoante as exigências do contraditório substantivo. Sobre o risco de constituir prejulgamento, a ação do julgador voltada a fazer as partes se manifestarem sobre questões de fato e direito por elas não ventiladas anteriormente, a partir de Rangel Dinamarco49, pode-se dizer que o receio é infundado. É que, dentro do seu conceito de “atos de diálogo”, ações como a descrita não caracterizam impedimento ou suspeição. Pela moderna ciência processual, considera-se que “a equidistância do magistrado perante as partes não é prejudicada pela aproximação do juiz às minúcias do caso concreto, quando, tecendo considerações sobre as pretensões ou sobre as provas, apresenta aos litigantes um prognóstico dos deslindes da demanda”50. Assim, que sejam aventadas novas questões pelo juiz representa uma faceta do dever dialógico processual e um moderador do direito de reconhecer e aplicar o direito esboçado pelo iura novit curia. 5.Conclusão: redimensionamento do iura novit curia no NCPC? Em razão da nova sistemática processual, os institutos e conceitos lapidados à luz do diploma revogado devem ser revistos e, se necessário, modificados. Em primeiro lugar, verifica-se que o princípio do contraditório, no atual estágio neoconstitucional, não tem o sentido que dantes era atribuído pelo código e constituição pretéritos. Em realidade, verifica-se a ampliação de tal fundamento, influindo na aplicação do iura novit curia e incitando a sua revisão, sobretudo, diante da vedação do juiz aplicar o direito sem previamente abrir às partes a oportunidade para discutirem a resolução contemplada pelo magistrado. Mesmo com a revisão, não se pode dizer que o iura novit curia não seja mais aplicável ao processo civil. Ora, o juiz continua dizendo o direito e, desde que promova o diálogo antes de decidir, se não for depois convencido do seu desacerto, será esse direito o que será aplicado, em que pese qualquer contrariedade das partes. Também é temerário afirmar ter havido a digressão, ou mitigação do iura novit curia, O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 8 pois isso poderia levar ao engano de que o julgador só tem como decidir a demanda nos limites dos fundamentos jurídicos alegados e discutidos pelas partes, o que não é certo, já que a acepção central do adágio não foi aplacada. O significado é o mesmo. Ele se presta às mesmas coisas. O que muda é o jeito de aplicá-lo. Seria menos arriscado, então, dizer que houve um redimensionamento do modo aplicativo do iura, conforme a ideia de que reside na obrigação do juiz oportunizar o prévio debate, à luz do contraditório substancial, como alhures relatado. É oportuno ressaltar que, tendo o monopólio da força e da tutela jurisdicional, é do interesse do Estado a pacificação adequada dos conflitos. Nessa perspectiva, o agente do Estado investido do poder jurisdicional está autorizado a fazer incidir no caso concreto a norma jurídica que se lhe afigure como mais adequada para solucionar o litígio. Assim, para a pacificação social, o Estado depende do iura novit curia. A própria norma que se extrai do art. 10 do CPC/15 (LGL\2015\1656) autoriza a conclusão de que o aforismo subsiste no ordenamento processual, eis que parte da premissa que o órgão julgador pode entender diversamente das partes. Afinal – ora essa! – o Tribunal é que sabe o direito. Referências ALEXY, Robert. Teoría de la Argumentación Jurídica. La teoria del discurso como teoria de la fundamentación juridica. Colección El Derecho y la Justicia. 2. ed. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2007. ARIZA, Santiago Sastre. La ciencia ante elneoconstitucionalismo. In: CARBONELL, Miguel (Org.). Neoconstitucionalismo(s). Madrid: Trotta, 2003. p. 239-258. DONIZETTI, Elpídio. 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Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 5 de out. 1988. 14 LIMA, Vladimir Andrei. Op. cit., p. 1458. 15 Idem. 16 OLIVEIRA, Thiago Sales de. Op. cit., p. 211. 17 VERÇOSA, Fabiane. Da mihi factum, dabo tibi ius: arbitragem, contraditório e Iuri novit curia. Revista de Processo, v. 249, p. 471-499, nov. 2015. 18 MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de processo civil moderno. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Ed. RT, 2018. p. 124-125. 19 Idem. 20 LIMA, Vladimir Andrei. Op. cit., p. 1421. 21 NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 13. ed. São Paulo: Ed. RT, 2016. 22 OLIVEIRA, Thiago Sales de. Op. cit., p. 215. 23 FICHTNER, José Antonio. A atualidade do Princípio Iura Novit Curia no CPC (LGL\2015\1656) e na arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação, v. 53. p. 249-262. abr.-maio 2017. 24 BRASIL. Lei 13105 de 16 de março de 2015 (LGL\2015\1656). Código de Processo Civil. Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 16 de mar. 2015. 25 LIMA, Vladimir Andrei. Op. cit., p. 1430. 26 LIMA, Vladimir Andrei. Op. cit., p. 1431. 27 OLIVEIRA, Thiago Sales de. Op. cit. p. 214. 28 FICHTNER, José Antonio. A atualidade do Princípio Iura Novit Curia no CPC (LGL\2015\1656) e na arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação, v. 53. p. 249-262. abr./maio 2017. 29 Idem. 30 FICHTNER, José Antonio. A atualidade do Princípio Iura Novit Curia no CPC (LGL\2015\1656) e na arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação, v. 53. p. 249-262. abr./maio 2017. 31 MEROI, Andrea. Iura novit curia y decisión imparcial. Revista Ius et Praxis, v. 3, 2007. 32 FICHTNER, José Antonio. A atualidade do Princípio Iura Novit Curia no CPC O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 11 (LGL\2015\1656) e na arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação, v. 53. p. 249-262. abr.-maio 2017. 33 Idem. 34 FICHTNER, José Antonio. 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Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 16 de mar. 2015. 41 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Novo Código de Processo Civil Anotado. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 42 Idem. 43 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Novo Código de Processo Civil Anotado. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 44 OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro de. O juiz e o princípio do contraditório. Revista de Processo, v. 71, p. 31-38, set. 1993. 45 BRASIL. Lei 13105, de 16 de março de 2015 (LGL\2015\1656). Código de Processo Civil. Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 16 de mar. 2015. 46 NERY JÚNIOR, Nelson. Suspensão do Processo e Proibição de Decisão Surpresa. Soluções Práticas de Direito, v. 8, p. 389-409, set. 2014. 47 LIMA, Thadeu Augimeri de Goes. Iura Novit Curia no Processo Civil: Dos primórdios ao novo CPC (LGL\2015\1656). Revista de Processo, v. 251, p. 127-158, jan. 2016. 48 SANTOS, Welder. Arts. 1º ao 317 (comentários). In: BUENO, Cassio Scarpinella (Coord.). Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2017. 49 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. v. 1. p. 226. 50 NETO, João Pereira Monteiro. O redimensionamento do contraditório no novo código de processo civil. Revista de Doutrina e Jurisprudência, Brasília, p. 420-433, jan.-jun. 2015. O novo prisma dialético e o iura novit curia: o que mudou com o CPC/15? Página 12