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Trabalho Princípios Contábeis

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Princípio da Contabilidade
Princípio da Competência 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 
“Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas” (Resolução CFC nº 1.282/2010). (HTTP://WWW.CRCRS.ORG.BR.)
O Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e os eventos nos períodos a que se referem, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público. 
Os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam complementarmente ao registro orçamentário das receitas e das despesas públicas (Resolução CFC nº 1.111/07). 
Além dos Princípios de Contabilidade, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve seguir o disposto nas normas de Direito Financeiro, em especial na Lei nº 4.320/64, que instituiu um regime orçamentário misto no seu Art. 35, conforme abaixo: 
“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I – a s receitas nele arrecadadas; 
II – as despesas nele legalmente empenhadas.” 
Ao mesmo tempo, no art. 89, a referida lei estabelece que: 
“Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial.” 
Portanto, observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à execução financeira e patrimonial, de maneira que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício: 
“Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício” (Lei nº 4.320/64). (HTTP://WWW.NORMASLEGAIS.COM.BR/LEGISLACAO/RESPCAOCFC1282_2010.HTM)
Assim, com o objetivo de evidenciar o impacto dos fatos modificativos no patrimônio, deve haver o registro da receita sob o enfoque patrimonial (variação patrimonial aumentativa) em função do fato gerador, em obediência aos princípios da competência e da oportunidade. 
Ainda, no momento da arrecadação, deve haver o registro em contas específicas, demonstrando a visão orçamentária exigida no art. 35 da Lei nº 4.320/64.
Assim, é possível compatibilizar e evidenciar, de maneira harmônica, as variações patrimoniais e a execução orçamentária ocorridas na entidade. 
4.1.6 Princípio da Prudência 
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais (Resolução CFC nº 1.282/2010). (HTTP://WWW.NORMASLEGAIS.COM.BR/LEGISLACAO/RESPCAOCFC1282_2010.HTM)
O princípio da prudência adquire relevância quando são feitas estimativas, tais como os passivos contingentes que representam obrigações possíveis, ou ativos contingentes que são possíveis ativos, cuja existência depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.
Nesse caso, se existirem alternativas igualmente válidas para a quantificação do fato, será escolhido àquela que resultar no maior valor para o passivo e/ou o menor para o ativo. 
4.2 O Orçamento Público no Brasil
A Lei nº 4.320/64 dispõe que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e que pertencem ao exercício financeiro às receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas.
Uma das grandes inovações surgidas com a LRF, aprovada em 04 de maio de 2000, é a obrigação da transparência dos atos da administração.
A contabilidade pública deve de ser seguida pelos três níveis de governo, a União, os Estados e os Municípios, tendo como carro chefe a Lei Federal nº 320, de 17 de março de 1964, que instituiu as normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços.
Costuma se dizer que a Lei nº 4.320/64 está para a contabilidade aplicada nas administrações públicas assim como a Lei nº 6.404/74 das sociedades por ações, está para a contabilidade aplicada à atividade empresarial. Nesta contabilidade registra-se a previsão da receita a fixação das despesas, estabelecidas no orçamento público aprovado pela câmara de vereadores para o exercício.
Pode-se definir a contabilidade pública como o ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública e o patrimônio e suas variações.
Seu objetivo é de fornecer à administração informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas decisões, aos órgãos de controle interno, externo e a população, para o cumprimento da legislação as instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de interesse destas instituições.
A receita é reconhecida no momento em que é arrecadada pelos cofres públicos, ou seja, são o regime que compreende todos os recebimentos e pagamentos efetuados no exercício, mesmo aqueles relativos a períodos contábeis anteriores. Pelo regime de caixa, ainda que lançadas, como despesas empenhadas e liquidadas, devem ser transferidas para o exercício financeiro seguinte.
Pelo regime de competência as receitas e despesas são atribuídas de acordo com a data do fato gerador e não quando são recebidos ou pagos em dinheiro. Toda a receita e despesa do exercício pertencem ao próprio exercício, embora já empenhadas uma vez terminadas as vigências do orçamento, passam para o exercício seguinte, a fim de serem arrecadadas ou pagas, continuando a pertencer ao orçamento que lhes deu origem. 
Desse modo a receita lançada e não arrecadada do exercício, passa a constituir resíduos ativos cobrados em anos posteriores, como dividas ativas, assim como, as despesas empenhadas e não pagas são consideradas restos a pagar.
A contabilização dos atos e fatos administrativos, bem como a elaboração de balanços e demonstrativos contábeis, orçamentários e financeiros obedece às normas definidas pela Lei Federal nº 4.320/64 e Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, mais conhecida como Lei De Responsabilidade Fiscal (LRF) e as Portarias emitidas pela STN.
A LRF foi criada com o objetivo de definir normas de finanças públicas orientada para a responsabilidade na gestão fiscal. 
Nesse sentido, é uma lei que busca permitir maior transparência e equilíbrio das contas públicas, exigindo dos administradores uma gestão orçamentária e financeira responsável com eficiência e eficácia. Ela define punições para quem não cumprir com o exigido.
Buscam-se, dessa forma, exigir dos governantes compromissos com o orçamento e com metas, a serem apresentadas e aprovadas pelo Poder Legislativo.
As principais vantagens notadas na LRF são a criação de um instrumento necessário para o planejamento e controle das finanças públicas, dando transparência às contas dos entes da Federação, e facilitando o controle da sociedade sobre o governo, permitindo uma melhor avaliação da gestão dos prefeitos, governadores e do Presidente da República ao reduzir fortemente os passivos financeiros, além de permitir a participação da população na discussão da LDO e proposta orçamentária, ajudando a direcionar a ação do governo ao interesse da sociedade e impedindo que sejam transferidas heranças financeirasdesastrosas de uma gestão para outra.
A LRF fixa limites para despesas com pessoal e para dívida pública e determina que sejam criadas metas a serem seguidas para um maior controle de despesas e receitas. Em Suas despesas, o administrador deve evidenciar a fonte de receita, para não comprometer o orçamento anual proposto, e até mesmo o comprometimento de orçamentos futuros.
A LRF tem suas regras baseadas nas premissas do planejamento, controle, transparência e responsabilidade. A Lei nº 4.320 estimula mediante essas mesmas formas, o planejamento, o controle, a transparência nas informações contábeis orçamentárias, financeiras e patrimoniais sobre as operações realizadas pelas entidades governamentais e sobre a responsabilidade de seus agentes.
As metas e o compromisso com a Lei do Orçamento referem- se somente a esfera Federal, enquanto a LRF refere-se a todas as esferas – Federal, Estadual e Municipal. Verifica-se que no que se refere aos limites para as despesas e dívidas públicas, que na lei do orçamento não existe qualquer menção aos limites para as despesas e dívidas públicas, ela apenas regulamenta as despesas e dívidas públicas.
O melhor resultado num sistema financeiro é nulo, especialmente em se tratando de um Município, tendo em vista que tudo o que foi previsto foi arrecadado e tudo o que foi definido como projetos e atividades foram totalmente executados no exercício financeiro. 
O orçamento público é um instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. 
Na atualidade o conceito está intimamente ligado à previsão das receitas e fixação das despesas públicas. 
A adoção de um sistema de planejamento integrado deve-se a estudos técnicos e científicos levados a efeitos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com objetivo de determinar ações a serem realizadas pelo poder público, escolhendo as alternativas prioritárias e compartilhando-as como os meios disponíveis para colocá-las em execução.
Na mais exata expressão o orçamento é, o quadro orgânico da economia pública, é o espelho da vida do Estado e pelas cifras se conhecem os detalhes de seu processo, de sua cultura e de sua civilização. Também pode ser definido como o ato que contém a aprovação prévia das receitas e despesas públicas, para um período determinado, que normalmente é de um ano. 
O orçamento apresenta-se como um processo contínuo que traduz, em termos financeiros, planos, programas, projetos e atividades de trabalho, para um período determinado, ajustando o ritmo de execução ao fluxo de recursos previstos, de forma a garantir adequada liberação desses recursos (HTTP://WWWSTN.FAZENDA.GOV.BR).
No Brasil, o governo é composto por três poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo.
Todo o município tem uma Lei Orgânica, que é uma espécie de Constituição Municipal, criada com regras de comportamento para a população da cidade. A Lei Orgânica não pode contrariar a constituição Federal e Estadual e nem as leis federais e municipais. 
Antigamente, havia uma só constituição para todos os municípios, mas, atualmente, cada município, de acordo com suas necessidade e peculiaridades, tem autonomia para criar a sua própria Lei Orgânica.
O prefeito é quem se encarrega de fazer cumprir a Lei Orgânica, sempre observada e fiscalizada pela Câmara de Vereadores. 
A Lei Orgânica é uma lei genérica, elaborada no êxito do município e conforme as determinações e limites impostos pelas constituições federais e do respectivo governador, aprovada em dois turnos pela Câmara de Deputados, e pela maioria de dois terços de seus membros.
No êxito municipal a lei orgânica foi aprovada em dois anos após a promulgação das constituições estaduais, que por sua vez tiveram um prazo de três anos para serem aprovadas, depois da promulgação da Constituição de 1946.
O PPA é o primeiro e principal elemento da hierarquia de planejamento do sistema orçamentário. 
É um plano de médio prazo através do qual se procura ordenar as ações de governo que levem ao atendimento dos objetivos e metas fixados para um período de quatro anos, três anos de uma administração e um da próxima, isto devido ao princípio da continuidade, ou seja, independente de quem assume o governo, as atividades devem continuar e, novos programas devem ser incluídos, se houver necessidade.
Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal, é um instrumento para planejar ações governamentais de caráter mais estratégico, político e de longo prazo, a ser considerado pelos administradores municipais.
Hoje se pode entender o PPA como um instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as políticas, diretrizes e ações programadas no longo do prazo e os respectivos objetivos a serem alcançados devidamente quantificados fisicamente.
Na esfera federal, o Governo ordena suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA, um plano de médio prazo elaborado no primeiro ano de mandato do presidente eleito, para execução nos quatro anos seguintes.
O PPA é instituído por lei, estabelecendo, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para aquelas referentes programas de duração continuada.
Os investimentos cuja execução seja levada a efeito por períodos superiores a um exercício financeiro, só poderão ser iniciados se previamente incluídos no PPA ou se nele incluídos por autorização legal. 
A não observância deste preceito caracteriza crime de responsabilidade.
A Lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas a programas de duração continuada. 
E nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no PPA ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Os aperfeiçoamentos introduzidos no PPA têm por objetivo:
- Propiciar a integração e a compatibilização dos instrumentos básicos de planejamento e orçamento.
- Organizar em programas, todas as ações do governo que resultassem em bens ou serviços, para atendimento de demandas da sociedade.
- Assegurar que os programas estão alinhados com as diretrizes de governo e compatíveis com a previsão de disponibilidades de recursos.
- Proporcionar a alocação de recursos nos orçamentos anuais, de modo compatível com os objetivos e diretrizes.
- Melhorar o desempenho gerencial da administração pública, tendo como elemento básico a definição de responsabilidade por custos e resultados.
- Permitir a avaliação do desempenho de programas em relação aos objetivos e metas especificados no plano.
- Oferecer elementos para relacionar a execução física e financeira dos programas aos resultados da atuação do governo.
- Criar condições para a melhoria contínua e mensurável da qualidade e produtividade dos bens e serviços públicos.
- Dar maior transparência a aplicação dos recursos públicos e aos resultados obtidos (Angélico, CONTABILIDADE PÚBLICA 8 EDIÇÃO P.27 ). 
O primeiro aspecto a se ter presente é que o PPA deve representar no que for cabível, a plataforma do governo eleito, ou seja, suas promessas de campanha. Por esse motivo se considera o Plano Plurianual um instrumento político.
Contudo, este plano de governo para ser executado e controlado deve ser elaborado através de uma metodologia. 
Essa metodologia não existia até a edição da Portaria nº 42/99 e a LRF, o que muda consideravelmente a forma de como se deve analisar e pensar sobre esta importante ferramenta posta a disposição da Administração Pública.
Percebe-se que o PPA não pode mais se referir somente aos investimentos, mas sim deve ser parte de um plano estratégico de governo abrangendo todas as suas ações, sejam de investimentos ou manutenção.
Essa nova forma de pensar requer profissionalismo, pois o plano deve contemplar a situação atual, a necessidade de bens e serviços para a população, o quê e quanto se poderá atender, e, comose fará para atingir o planejado.
Uma das causas da ausência de um planejamento eficaz, que considere o sistema integrado pelo PPA, LDO e LOA, e que represente efetivamente as diretrizes, objetivos e metas nos orçamentos, ou seja, a inserção de ações nos orçamentos em medidas físicas e financeiras compatíveis com a capacidade de realização pela administração é a falta de compreensão do significado de termos técnicos utilizados como: diretrizes, objetivos e metas.
As diretrizes balizam o caminho a ser percorrido, num determinado período de tempo, com vistas a atingir os resultados previstos pela Administração.
 São representados no PPA, pelos programas de governo, que são efetivamente a solução dos problemas sociais.
 Como exemplo, pode-se citar os programas: “Habitação para Todos”, “Luz no Interior”.
Objetivos: resultado concreto que se pretende obter e manter por intermédio de certo empreendimento. 
É a descrição da finalidade do programa, e, aproveitamento os exemplos acima citados, poderia ser, no primeiro caso, a redução do déficit habitacional, no segundo, proporcionar o acesso a iluminação para todos os municípios da zona rural. 
De acordo com a Portaria nº 42 os objetivos dos programas devem estar associados os indicadores de desempenho, como por exemplo: reduzir em 50% o déficit habitacional; proporcional iluminação para 80% da zona rural.
As metas são as ações desenvolvidas pelo governo para atingir o objetivo de um programa. Por exemplo, para atingir o objetivo relacionado ao programa “habitação para todos”, uma ação seria a construção de “x” casas populares, com “x” metros quadrados, ao custo de “x” cada uma.
Cada programa deve conter um objetivo e um indicador, além de um elenco de ações, cujos produtos bens e serviços são necessários para atingir o objetivo do programa. A implementação dos programas só se dará com a efetivação dos projetos e atividades.
Esses programas devem ser bem estruturados, nos quais os objetivos e metas sejam estabelecidos em função dos resultados verdadeiramente pretendidos e medidos, preferencialmente, em termos de benefício à população.
A quantificação física e financeira é de suma importância para a organização governamental, pois assinala adequação dos objetivos pretendidos à capacidade de execução destas metas em termos de realização da receita. 
Afinal, qual seria a utilidade prática em “possuir intenções” sem recursos financeiros para atingi-los? A esse respeito manifestou-se o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS), nas informações nº 009/2003, cujas conclusões, indicam a necessidade de alocação de valores em todas as ações do PPA.
As modificações metodológicas introduzidas na elaboração dos Planos Plurianuais, principalmente através do Decreto nº 2.829/98, Portaria nº 42/99 e a LRF representam um importante passo, no sentido da modernização dos processos de planejamento e orçamento, com aplicabilidade à União, Estados e Municípios, tendo como objetivo principal a busca para o setor público, de uma administração menos burocrática e mais gerencial, com uma efetiva orientação para os resultados.
Com esse sentido, o plano compõe-se de programas facilmente identificáveis, os quais devem ter por finalidade a solução de problemas, previamente detectados, que necessitam de atuação do governo. 
O programa passa assim, a ser uma unidade que integra o planejamento, o orçamento e a gestão, com o objetivo de solucionar um problema ou atender uma demanda da sociedade. Ou seja, cada vez mais esta sendo atribuído ao plano o caráter de instrumento pertinente à gestão governamental, isto é capaz de espelhar, de forma fiel e planejada, a proposta política eleita nas urnas.
A LDO foi determinada pela CF/88 no art. 165, parágrafo 2, onde estabelece que ela compreenda as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, é o instrumento que possibilita a orientação da elaboração da proposta orçamentária, a cargo do Poder Executivo. 
Essa sistemática permite a discussão dos princípios essenciais da estrutura do orçamento anual, sem que se ocorra o risco de ter uma proposta que não atendesse as demandas específicas da população, representada pelos membros do Poder Legislativo, além de atender o disposto na constituição, a LDO disporá também sobre:
- Equilíbrio entre receitas e despesas 
- Critérios e forma de limitação de empenho
- Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
- Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas
	- Conterão também anexos de metas fiscais que estabelecerá metas anuais, em valores correntes e constantes relativas a receitas, despesas, resultado nominal e primário e dívida pública.
	Os Anexos de Metas Fiscais conterão ainda:
	- Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior
	- Demonstrativos das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional.
	- Evolução do patrimônio líquido, também nos três últimos exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos.
	- Avaliação da situação financeira e atuarial
	- Demonstrativos da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
	Anexos de Riscos Fiscais:
	- Contendo avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomado, caso se concretizem 
	- No caso da União: Anexo específico contendo os objetivos das políticas monetárias, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação para o exercício subseqüente
	O artigo 63 da LRF faculta os municípios com até 50.000 habitantes a elaborarem a sua LDO com os critérios estabelecidos a LRF a partir de 2005, ou seja, a partir desse exercício todos os entes públicos deverão se adequar as regras impostas pela Lei Complementar nº 101. (HTTP://WWW.CRCRS.ORG.BR)
	A ordinária vinculação da LDO a um exercício financeiro determinado define-lhe a natureza essencialmente transitória, atribuindo-lhe, em conseqüência, eficácia temporal limitada.
	 Esse ato legislativo não obstante a provisoriedade de sua vigência constitui um dos mais importantes instrumentos normativos do novo sistema orçamentário brasileiro.
	Para viabilizar a concretização das situações planejadas no PPA e, obviamente, transformá-las em realidade, obedecida a LDO, elabora-se o Orçamento Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os objetivos determinados.
	A Lei Orçamentária compreenderá:
	- O Orçamento Fiscal referente aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, seus fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
	- O Orçamento de Investimento das empresas em que a União, Estado ou Município direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto
	- O Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público
A LRF, nos seus artigos 5 e 12, traz algumas disposições que devem ser observadas na elaboração do projeto de LOA, como os seguintes:
- Deve estar compatível com o PPA e a LDO;
- Conter demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais da LDO;
- Serão acompanhados de demonstrativo de efeito sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e beneficio de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como as medidas de compensação a renuncia de receitas e ao aumento de DespesasObrigatórias de Caráter Continuado (DOCC); 
- Deve conter reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, será estabelecida na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos;
- Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da Lei Orçamentária Anual LOA;
- O refinanciamento da dívida pública deve constar separadamente na LOA e nas de crédito adicional;
- É vetado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada;
- Não pode ser consignada dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão;
- As previsões da receita devem observar as normas técnicas e legais, considerar os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e devem ser acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
- O Poder Executivo deverá colocar a disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
- Podemos dizer que a LOA é o instrumento utilizado para a materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados visando ao melhor atendimento e bem estar da coletividade.
O programa da LOA também deve de ser entendido como um Trabalho de Governo planejado e transparente, de natureza político administrativa, expresso em termos quantificados dos serviços, obras e investimentos a serem executados pela Administração e dos valores que serão recolhidos dos particulares e de outras fontes de receitas para custearem essas ações governamentais, aprovados por lei e que obedecem aos Princípios Jurídicos.
O Orçamento Público (LOA) é, portanto, uma parcela de recursos recolhida da Renda Nacional, que é o valor total dos rendimentos auferidos pelos particulares em razão de sua força de trabalho, quando praticam os atos de produção e consumo.
Desse total da Renda Nacional é retirada uma parcela de recursos destinada aos Investimentos e Manutenção de Serviços Públicos, arrecadada pela Administração Pública, que reverte em benefício dos indivíduos integrantes da coletividade. 
4.3 Princípios Orçamentários
Para que o orçamento seja a expressão fiel do programa de um governo, como também para a solução dos problemas da comunidade, é indispensável que obedeça a determinados princípios: Princípios da Unidade, Princípio da Universalidade, Princípio da Anualidade ou Periodicidade, Princípio da Exclusividade, Não Afetação da Receita, Clareza, Publicidade, Equilíbrio e Discriminação da Despesa.
4.3.1 Princípio da Unidade
 A lei orçamentária deve ser elaborada por governo. Nosso sistema federativo é composto por três esferas de governo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cada unidade governamental deve possuir apenas um orçamento.
As previsões de receitas e despesas dos órgãos, das unidades orçamentárias, das autarquias, das fundações e das empresas públicas pertencentes a uma unidade governamental devem ser reunidas em um único total, compondo assim o orçamento dessa unidade governamental.
Mesmo que o detalhamento seja apresentado separadamente, isto é, através de múltiplos orçamentos que são elaborados de forma independente, estes devem sofrer a consolidação, possibilitando assim o conhecimento do desempenho global das finanças públicas.
Esse princípio determina que o orçamento deva ser único, contendo todas as receitas e despesas da entidade do nível de governo. 
4.3.2 Princípio da Universalidade
Este princípio está previsto no art. três e quatro da Lei nº 4.320/64.
É indispensável para o controle do Poder Legislativo sobre as finanças públicas, pois ele possibilita o conhecimento antecipado de todas as receitas e despesas, dando prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização, o impedimento da realização, pelo Poder Executivo.
Enfatizando o princípio da universalidade, a CF/88 no seu artigo 165, parágrafo 5, assim preceitua. 
A Lei Orçamentária compreenderá:
I – O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos órgãos e entidades de administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
II – O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
III – O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e funções instituídos e mantidos pelo Poder Público.
	
4.3.3 Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Fixação da despesa e a previsão da receita devem referir-se sempre a período limitado de tempo.
No Brasil, a vigência da Lei Orçamentária, coincide com o ano civil.
4.3.4 Princípio da Exclusividade
Este princípio estabelece que a lei do orçamento deva conter apenas matéria financeira, ficando proibido qualquer dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação da despesa para o exercício a que se referir.
4.3.5 Princípio da Não Afetação da Receita
Está consagrada no artigo 167, inciso IV, da Constituição Federal, que veda a vinculação de receita de impostos a determinado órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado, respectivamente pelos artigos, 198 parágrafo 2, e 212, e a prestação de garantias às operações de créditos por antecipação da receita.
4.3.6 Princípio da Clareza
Considerando-se que a interpretação da matéria orçamentária deve ser acessível a todos, torna-se necessário que na elaboração do orçamento haja o máximo de clareza, ou seja, a par da observância dos princípios essenciais, seja ele expresso na forma mais compreensível possível.
4.3.7 Princípio da Publicidade
Não é só porque o orçamento é uma lei que deva ser publicado.
Toda lei, para ser executada precisa ser publicada, depois de sancionada e promulgada.
Não confunda publicação com publicidade.
A publicação das leis nos órgãos oficiais é requisito indispensável para suas execuções. 
Entretanto a matéria orçamentária consubstância orçamento deve ser conhecida desde a sua votação, através dos detalhes, nas respectivas casas do legislativo até a sua publicação nos órgãos oficiais para ser transformada em lei.
4.3.8 Princípio do Equilíbrio
O orçamento deve de manter o equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre valores de receita e de despesa.
Procuram-se consolidar uma salutar política econômica, financeira que produza a igualdade entre valores de receita e despesa, evitando desta forma os déficits orçamentários e financeiros.
4.3.9 Princípio da Discriminação da Despesa
Refere-se à classificação e designação dos itens que devem constar do orçamento, função, subfunção, programas, projetos, atividades e dotações orçamentárias.
É um aspecto formal do orçamento, mas de vital importância para este instrumento de gestão dos negócios públicos cumpra sua finalidade.

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