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1 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Apresentação do e-book/2 
2. Em busca de uma LiteraturaCatólica /3 
3. Literatura Católica /7 
4. G. K. Chesterton/11 
5. Georges Bernanos/13 
6. São Gregório Naziazeno/14 
7. São Basílio/15 
8. George Macdonald/17 
9. São Tomas More/ 19 
10. Pe. Antônio Vieira/21 
11. Luis de Camões/22 
12. Santo Tomás de Aquino/23 
13. Miguel de Cervantes /25 
14. Charles Dickens/ 26 
15. Dante Alighieri/27 
16. Fiodor Dostoievski/28 
17. Gustavo Corção/29 
18. São Bernardo de Claraval /31 
19. Santo Agostinho/33 
20. C. S. Lewis/ 34 
21. J. R. R. Tolkien/36 
22. Thomas Mann/37 
23. Hugo de São Vitor/39 
24. Joaquim Nabuco/40 
 
 
 
 
2 
 
 
 
Apresentação do E-book 
Caros leitores, primeiramente, bem-vindos ao Congresso de 
Literatura Católica. Este será o primeiro congresso que vai reunir 
tantos professores brasileiros de lugares distintos nesta quantidade 
e tantos autores de tal magnitude como estes dos quais estamos 
tratando neste e-book. Lembrando que os temas apresentados aqui 
não se limitam a estas personalidades, embora eles tenham o 
encargo de carregar a carga principal, pois sem eles, possivelmente, 
é claro, não poderíamos tratar tão bem dos outros assuntos como “o 
que é literatura católica?”, “o que define o escritor católico” e assim 
por diante. 
Aqui você encontrará artigos e breves biografias a título de 
informação, pois este e-book, por tanto, é como um convite formal 
para este evento. Bom proveito! 
www.literaturacatolica.com.br 
para mais informações. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.literaturacatolica.com.br/
 
3 
 
 
Em busca de uma Literatura Católica 
 
“Abrirei a boca em parábolas; proclamarei coisas ocultas desde a fundação 
do mundo.” Mt 13, 35. 
Muito se tem dito e escrito acerca das parábolas de Cristo no Evangelho, 
mas nem tanto se ouve ou se lê acerca das parábolas enquanto gênero literário 
e como podem lançar luzes a missão do literato e do leitor católicos. 
Quando se fala em literatura católica, o que vem à cabeça de muitos são 
os escritos de defesa e exposição da fé ou ainda os escritos que tratam da oração 
e da vida espiritual. Podemos pensar também em obras ficcionais que tem o 
claro objetivo de servir como novas parábolas, sendo alegorias, onde quem as 
escreveu teve desde o começo o objetivo de aproximar as pessoas da fé católica. 
Mesmo que não se possa dizer que os exemplos citados anteriormente não 
sejam literatura, geralmente não tem um fim literário. 
O fim literário ou a intenção literária seria a disposição do escritor em 
produzir uma boa história, e nesse caso para ser boa precisaria ser bela. Ou seja, 
escrito com uma forma e um uso da língua que faça o leitor ver a sua grandeza, 
afinal de contas ela possibilitou que imagens tão harmônicas fossem 
produzidas. Por isso para muitos o ápice de um idioma é a grande literatura 
que foi escrita se utilizando dele. Quando o fim é apologético ou doutrinário, a 
beleza no uso da língua ou a engenhosidade da história não é a meta do autor, 
mas sobretudo a condução à Verdade. Evidentemente ele pode, e até mesmo 
deveria, se lhe estivesse ao alcance, usar técnicas literárias, pois é adequado que 
se empregue a beleza da língua ao serviço da Verdade. Por isso, quando se trata 
de mera literatura, do motivo literário de um autor, se está dizendo que essa 
pessoa usa belamente a língua para dar a conhecer ou comunicar algo criado ou 
fato, geralmente ordenadas conforme o gênero de narrativa. 
Dito o que é literatura, é preciso definir de alguma forma o que significa 
católico. Católico quer dizer universal e para além do significado etimológico 
temos o significado em que essa palavra é lida pela maioria das pessoas: o que 
se refere a Igreja que tem o bispo de Roma como sua cabeça visível, aquele que 
“em virtude de sua missão , tem na Igreja o poder ordinário supremo, pleno, imediato e 
universal, que pode sempre exercer livremente”. (CIC, 331). Tanto assim o é que, em 
alguns contextos, os católicos são chamados, com pretenso tom pejorativo, de 
 
4 
 
papistas. Contudo ser católico não é meramente obedecer ou seguir o papa de 
maneira positiva, como alguém que segue uma série de leis emanadas de uma 
autoridade impessoal. A origem do papado e da Igreja Católica é o próprio 
Jesus Cristo. A Igreja é o local no mundo, a comunhão, onde cada homem, no 
caminho singular de sua vida, acaba descobrindo e amando Jesus Cristo, morto 
e ressuscitado. Esse encontro não é só formativo, ou seja, não é uma ideia 
abstrata, mas sim uma realidade que repercute em todo o comportamento da 
pessoa, sendo assim performática, pois exige uma maneira de agir que deve 
estar presente em todos os aspectos da vida. O corpo de Cristo é a Igreja, pois 
não há como ter comunhão com a cabeça e não ter com o corpo. Essa comunhão 
deve ser na hierarquia, no culto e no credo. 
Toda a ideia de santidade que possui a Igreja Católica está fundada na 
prática do amor e imitação de Jesus Cristo. Não é nenhum absurdo tentar 
imaginar sobre o que escreveria Jesus se tivesse se dedicado à literatura. Que 
gênero escreveria? Quais seriam seus personagens? Livros extensos ou mais 
breves? Será que ganharia o Nobel ou o perderia para Bob Dylan? E Cristo leitor 
o que leria? Talvez o exercício não seja tão desprovido de bases materiais e aqui 
retomamos o versículo que abre esse artigo. 
Cristo ensinava amplamente através das parábolas e por imagens e era 
dessa forma que também provava a inteligência e a bondade de seus ouvintes. 
As parábolas são narrativas que, usando elementos conhecidos do 
cotidiano dos ouvintes, empregam essa previa compreensão para fazer 
entender alguma verdade mais profunda ou sútil; do contrário, o amor de Deus 
por nós ou a solicitude de Cristo para com as almas poderiam ficar muito 
ininteligíveis. Contudo, como se vê na parábola, o amor e o perdão de um pai 
por seu filho que desperdiçou metade do patrimônio, além de ser algo 
chamativo e até impressionante, não tem nada de ininteligível; é algo que apela 
a elementos bem consolidados no imaginário da maioria das pessoas, afinal 
todos são ou pai ou filho de alguém. Evidentemente uma parábola vai ter mais 
repercussão para uns que para outros conforme as circunstâncias. E justamente 
por esse motivo, elas podem ter sido a forma preferida por Cristo em boa parte 
de sua pregação pública, pois também servem de “filtro” para a disposição de 
cada um na busca da verdade. Um coração honestamente empenhado na busca 
da verdade ouviria a lição velada acerca da vida, da morte, do reino dos Céus e 
do amor. Já alguém que não busca a verdade e que, via de regra, sempre evitou 
seguir os seus chamados, não ouviria mais do que umas histórias um tanto 
quanto simplórias acerca de ovelhas e dracmas perdidas e achadas, da rotina da 
semeadura ou da inveja de algum vizinho que deseja destruir a plantação de 
 
5 
 
um trabalhador inocente, “nada de novo no front, muito bem, vamos embora, é 
vida que segue...” rumo ao nada. 
 Coisas ocultas serão publicadas, ocultas desde a origem do mundo; o 
Senhor revelará aquelas verdades que o homem anseia por conhecer, mas que 
por sua força não poderia alcançar. Ele não faz através de uma linguagem, 
explicita e descritiva, como quem cria um tratado ou dá uma série de leis. Ele 
conta histórias. Jesus propõe grandes imagens e muitas vezes essas imagens 
compõem uma narrativa que atende a uma pretensão literária; não tem 
compromisso com a história, pois podem se dar em qualquer tempo, seu 
compromisso é com a verdade profunda da história. Assim como Aquele que 
as contou, acabam entrando no tempo mas não se limitam no tempo e 
alcançam a eternidade. O homem que transformar as parábolas em vida 
permanecerá para sempre como a casa na rocha. Com isso não quero dizer que 
Jesus não deu ordens bem concretas aos seus doze Apóstolos e a seusmuitos 
discípulos, pois sabemos que o fez. Mas surpreende o fato de que a parábola 
era, mesmo para os discípulos, muitas vezes um enigma a se interpretar, 
porque aos discípulos Jesus abria de maneira mais ampla os tesouros da 
revelação e, no entanto, se alguém quiser considerar isso uma injustiça, basta 
pensar que, após a Ascensão do Senhor, eles não seriam os guardiões daquilo 
que pessoas desejassem que o Evangelho fosse, mas da verdadeira palavra. 
Pasmos como nós, pela pregação de Jesus ser especialmente através das 
parábolas, perguntam: 
Por que lhes falas em parábolas? 
11Respondeu Jesus: Porque a vós é dado compreender os 
mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 
13Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, 
não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 
14Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta 
Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, 
olhareis com vossos olhos e não vereis,15porque o 
coração deste povo se endureceu: taparam os seus 
ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos 
não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração 
compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is 
6,9s). 
16Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, 
porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque 
ouvem!17Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e 
justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o 
que ouvis e não ouviram. 
Diante desse trecho do Evangelho, temos talvez o resumo do que 
significa, na sua essência, a Literatura Católica, profana ou sagrada. Através 
dos sinais ficcionais confrontar o homem com aqueles temas decisivos aos 
 
6 
 
quais dependendo da escolha da pessoa ou da comunidade, pode realizar ou 
arruinar uma vida ou uma civilização. Ainda que não tenha a força própria da 
Revelação contida nas Parábolas de Cristo, o escritor cria como católico 
quando coloca o sabor delas em sua produção. Tolkien inclusive irá dizer que 
o ímpeto de criar histórias, é fruto de termos a origem que temos, afinal Deus é 
o grande “contador de histórias”. 
Porém, todo grande escritor foi antes um grande leitor. O que Cristo 
teria lido? Acho que nunca veremos um best seller do The New York Times 
intitulado : “A biblioteca de Jesus”. Contudo podemos pensar que a Criação é 
como que um outro livro da Revelação. São Paulo irá dizer aos Romanos: 
 
Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si mesmos, pois 
Deus lho revelou com evidência.20Desde a criação do mundo, as perfeições 
invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à 
inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar.21 
As parábolas revelam o olhar de Deus e o olhar do homem que tem o 
coração segundo Deus. Cristo conta suas parábolas para revelar o homem a 
verdade acerca de Deus, de sí e do mundo, mas como nEle tudo é harmônico, o 
que é verdadeiro é também belo e bom! Estamos aí diante do modelo acabado 
de toda a literatura católica. Uma literatura que, eivada de verdade, transfigura 
o mundo na beleza e realiza o bem. 
Por fim cabe dizer que ainda que se saiba algo sobre o que é e o que não 
é a literatura católica, como exaurir as formas que a fé e a visão de mundo 
católicas podem inspirar? Quantas formas católicas existem para contar uma 
história? Talvez haja autores que não sendo católicos acabam escrevendo livro 
prontos para uma leitura católica. Esse é outro aspecto fascinante do tema: Qual 
o impacto da leitura católica, de livros que não foram escritos nem por católicos 
nem com qualquer intenção católica, mas que que acabam sendo instrumentos 
para inspirar a caminhada dos filhos da Virgem? E assim poderíamos ir por um 
longo caminho, de pergunta em pergunta, e pelo visto continuaremos até o céu 
em busca de conhecer mais profundamente quais são as formas que o homem 
encontra para imitar o estilo de Deus contar histórias, mas na falta de uma nome 
melhor, vamos chamando de literatura católica. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
Literatura católica 
Cônego Ápio Campos 
Revista A Ordem, do Centro Dom Vital (RJ). Dezembro, 1958 
 
Terá validade o termo literatura católica? 
A resposta deverá forçosamente, encarar dois aspectos da pergunta. Se 
quisermos, pela denominação, entender uma literatura orientada num sentido 
apologético do catolicismo, uma espécie de “dirigismo” religioso em literatura, 
semelhante ao dirigismo da literatura soviética, então a resposta será 
necessariamente negativa. A literatura é, como a própria Verdade, espontânea, 
livre, nascida mais de uma necessidade interior, de uma reação pessoal do autor 
diante da Vida, do que de suas ideias e de suas convicções política ou religiosas. 
A sua linguagem tem de, necessariamente, ser universal, porque a autêntica 
obra de arte não tem pátria e a beleza não tem língua própria: toda gente a 
entende. É por isso que toda vez que, com piedosos propósitos, alguém se põe 
a fazer literatura só porque quer servir à sua religião, seja ela qual for, temos 
mediocridade na certa. Isto então adquire maior dose de veracidade quando se 
trata de ficção. Um bom romance será um bom romance. Mas um romance 
católico, ou protestante, ou espírita, pode ser de um bom católico, um bom 
protestante, ou um bom espírita: só não será ROMANCE. Poderia eu citar, sem 
nem de longe subestimar-lhes o valor pessoal, os romances de alguns 
sacerdotes? 
É preciso, entretanto, não confundir romance católico com romance que 
tenha por tema o catolicismo, em qualquer de seus aspectos. Sim, porque em 
qualquer romance, seja ou não de autor católico, pode entrar o catolicismo, nas 
mais trágicas situações psicológicas ou históricas que ele cria, como tema dos 
mais sedutores, e seu o autor for honesto, respeitará a Verdade. Se, porém, além 
de honesto, o autor for sinceramente católico, então a sua preferência temática 
 
8 
 
levará consigo a força de expressão da Fé interior do artista, e a obra não será 
propriamente apologética, mas fundamentalmente teológica. É o que podemos 
chamar, legitimamente, de literatura católica. 
Tais autores puderam fazer, de fato, uma literatura católica, não 
principalmente porque eram católicos, mas porque foram, anteriormente, 
artista e, neves, a Providência fez coincidir, para nossa edificação e estesia, a 
Arte e a Fé. O Cardeal Wiseman, Manzoni, Sienkiewiez, Gertrude Von Le Fort, 
Bourget, Coppée, Montemos, Bernanos, Graham Greene, e, aqui no Brasil, 
Otávio de Faria, Gustavo Corção e João Mohana, - para só citar os que 
espontaneamente me ocorrem – todos estes escreveram uma autêntica literatura 
católica, não porque puseram a sua arte sobre a estrutura temática de sua fé, nos 
seus contornos históricos ou nas suas tragédias de consciência. E isto é 
verdadeira literatura, e isto é verdadeiro catolicismo. 
Ora, ultimamente, talvez mais do que em qualquer outro tempo, a 
literatura se volta para a religião, como fonte inspiradora de seus temas mais 
autênticos e preciosos. Não é mais o sentimentalismo religioso que caracterizou 
o romantismo e que pode coexistir, num esdrúxulo conúbio, com toda a 
descrença de Rousseau ou Zola ou Hugo Junqueiro. Agora, é que a literatura se 
volta para a Vida e esta adquire um relevo especial quando focalizada pela Fé, 
quando visualizada pelas luzes do sobrenatural. Quando do lançamento da 
pedra fundamental do novo seminário de Belém, o sr. Armando Mendes 
afirmou, na oração que pronunciou então, que “o mundo moderno descobriu o 
Padre”. Creio que podemos acrescentar que a literatura moderna descobriu a 
Igreja. 
Sabemos que os tempos difíceis são os mais propícios para a inspiração 
das artes autênticas. É que na Dor existem dioramas esplêndidos de vitalidade 
concentrada, de meditação e interiorismo, de volta ao homem espiritual que se 
oculta dentro de nós quando a comunidade nos exterioriza, e que se patenteia 
quando a Dor nos adestra em nossas estruturas íntimas. 
É porisso que a arte moderna, especialmente a literatura, é tão existência. 
E é por isso também que, ao sentir as palpitações da Vida, o artista atual sente a 
presença vital e vitalizante da Igreja, como resumo dos mistérios humanos, 
como moldura sobrenatural do Homem. 
O testemunho dessa presença é a função específica da literatura católica. 
A pesquisa das dimensões da Igreja, nos seus modismos humanos e divinos, é 
a missão característica dos literatos católicos, como têm feito Claudel e Cesbron, 
 
9 
 
por exemplo. É missão árdua, por vezes, porque a Igreja transcendente o âmbito 
do plano temporal, para arrojar-se no que há de mais enraizado na economia de 
Deus, e o literato tem o dever de tentar, inutilmente algures, reduzir a Igreja à 
compressão dos leitores, aos limites da humana inteligência. Tateia, nesse 
mister, nem sempre percebe os entretons da Providência, que é o fundo musical 
constante dos êxitos e dos fracassos daqueles que seguem o evangelho. Daí a 
importância de ter o literato católico uma linha de orientação segura, uma baliza 
firme, que margine as suas atividades e sustente a sua obra. Por essas razões é 
que a Igreja, muitas vezes, se sente no dever de traçar normas, de sugerir 
orientações, no sentido de tornar a literatura católica cada vez mais despojada 
dos percalços do tempo e cada vez mais inclinada na direção de uma 
construtividade emocional e psicológica, da qual os cristãos só terão que lucrar. 
É dentro desse sentido orientador que se situa o recente e importantíssimo 
documento do Episcopado Alemão sobre literatura católica. A carta pastoral 
dos Bispos Alemães é de uma ressonância ímpar, num tempo em que se discute 
a validade da leitura católica e em que se põe em dúvida, até mesmo em meios 
eclesiásticos, o sentido evangélico de literatura. Entre os distintos da literatura 
católica contemporânea, os Bispos Alemães enumeram o realismo e o sentido 
do choque, juntamente com a preferência por certos temas, como pecado, o 
suicídio, a crítica da burguesia, o casamento, aspectos sombrios da vida 
humana, a Igreja, O Padre. 
Sobre cada um desses aspectos, O Episcopado Alemão diz uma palavra 
orientadora, frisando a responsabilidade do romancista católico e o equilíbrio 
que deve haver em sua análise da Vida. Depois de salientar o papel de primeiro 
plano que a literatura católica ocupa, depois da guerra, na Europa, mesmo nos 
meios não religiosos e talvez principalmente nestes, a Pastoral dos Bispos 
Alemães augura que cada vez mais se difunda a sadia leitura, cujo papel é igual 
ao daqueles que têm por missão anunciar, pela palavra, o reino de Deus. 
Termina a Pastoral: “Nós, os Bispos, desejamos agradecer sinceramente 
aos poetas da Palavra e escritores católicos, a sua enorme contribuição no 
serviço da Palavra que, em sua significação mais profunda, conduz a Deus. Nós 
nos sentimos ligados à missão deles, em razão de nossa função divina, e 
suplicamos a sua ajuda para as necessidades atuais da Igreja”. 
Se nos faltasse até agora um argumento em favor desse fecundo mister, 
tão caluniado por vezes, dos escritores e poetas cristãos, a palavra autorizada 
da Hierarquia Alemã seria decisiva. Porém, independentemente de 
argumentos, a luz da Verdade brilha onde lhe apraz e a Poesia e a Literatura, 
 
10 
 
incompreendidas embora, continuarão na tarefa gloriosa de dar testemunho do 
Amor, através da Palavra que, sendo digna e autêntica, não é senão o reflexo do 
próprio Verbo de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
G.K.CHESTERTON 
 
Gilbert Keith Chesterton, nasceu em Londres em 29 de maio de 1874. Mais 
conhecido como G.K. Chesterton, foi um escritor inglês, poeta, filósofo, 
dramaturgo, jornalista, orador, teólogo leigo, biógrafo e crítico literário. 
Chesterton é frequentemente chamado de "príncipe do paradoxo". É conhecido 
por seu personagem detetive, o padre Brown, e por seus escritos apologéticos 
como "Ortodoxia", "Hereges" e "O Homem Eterno". Chesterton foi sempre 
muito estimado por muitos dos que com ele em nada concordavam. 
Confessava-se Católico Romano, tendo se convertido já adulto e maduro, foi 
proclamado Fidei Defensor pelo Papa Pio XI. George Bernard Shaw, seu "inimigo 
amigável", disse sobre ele: "Ele era um homem de grandeza colossal". Os 
biógrafos o identificaram como um sucessor de autores vitorianos como 
Matthew Arnold, Thomas Carlyle, o Cardeal John Henry Newman, e John 
Ruskin. Morreu em 14 de junho de 1936, na cidade de Beaconsfield, Inglaterra. 
Principais obras 
 Hereges – aponta os principais erros nas filosofias de seu tempo. 
 
 Ortodoxia – criticado por, na obra “Hereges” apenas ter apontado 
os equívocos das filosofias, escreve “Ortodoxia” como maneira de 
expor seu pensamento no que chama de “conjunto de imagens 
mentais”. 
 
 O Homem Eterno – reconta a história da humanidade de maneira 
brilhante, dando luz a duas particularidades: a criatura homem e o 
homem Cristo. 
 
12 
 
 
 Santo Tomás de Aquino e São Francisco de Assis – Com as 
biografias dos santos, o autor mostra que a Igreja sempre dá o 
remédio para as doenças da sociedade. Com a crise do mundo que 
se esqueceu da beleza, dá São Francisco para anexar a si as belezas 
da natureza. Com a crise do mundo racional do século XX, a Igreja 
ousa anexar a si as delícias da razão.
 
13 
 
 
 
GEORGES BERNANOS 
 
Louis Émile Clément Georges Bernanos nasceu em 20 de fevereiro de 1888, 
em Paris, foi um escritor francês tendo servido como soldado na Primeira 
Guerra Mundial. Esse descendente de Santa Joana d´Arc, era um católico 
romano com tendências monarquistas, sempre crítico do pensamento burguês 
e opositor daquilo que identificou como derrotismo. Ele acreditava que isso 
levara à derrota da França e à eventual ocupação da Alemanha em 1940 durante 
a Segunda Guerra Mundial. Morreu em 5 de julho de 1948, na cidade Neuilly-
sur-Seine aos 60 anos. 
 
Principais Obras 
 
 Diário de um Pároco de Aldeia – no romance, narra a vida de um 
jovem padre francês. Denuncia com maestria literária como o 
cristianismo transforma-se em rotina. Bresson fez uma adaptação 
para os cinemas deste romance na década de 1950. 
 
 Sob o Sol de Satã – como comumente acontece na obra de Bernanos, 
o dilema da condição humana é retratado nesta obra pela figura de 
uma jovem desesperada e um sacerdote atormentado pelo diabo. 
Foi adaptado para o cinema em 1987, por Maurice Pialat.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neuilly-sur-Seine
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neuilly-sur-Seine
 
14 
 
 
 
SÃO GREGÓRIO NAZIANZENO 
 
Gregório de Nazianzus nasceu em 329 D.C, em Arianzo, próximo de 
Nazianzo na Capadócia, atual Turquia, foi arcebispo de Constantinopla e 
teólogo do século IV. Considerado o estilista retórico mais consumado da 
patrística. Como orador e filósofo classicamente treinado, infundiu o helenismo 
na igreja primitiva, estabelecendo o paradigma dos teólogos bizantinos. São 
Gregório teve um impacto significativo na forma da teologia trinitária entre 
teólogos de língua grega e latina. Juntamente com os irmãos São Basílio Magno 
e São Gregório de Nissa, ele é conhecido como um dos Padres Capadócios. 
Morreu em 25 de janeiro de 389, em Arianzo, em terras de sua família aos 60 
anos. 
Principais Obras: 
 
 Orationes: Discursos proferidos pelo santo ao longo de sua vida. 
Um dos seus discursos mais célebres é sobre a Trindade. 
 
 Cartas: Em número de 249, versam de variados assuntos. 
 
 Poemas: Estão divididos em cinco grupos: Carmina dogmatica, 
Carmina Moralia, Epigramata, e sobre si e sobre seus amigos. Ao 
todo são 408 poemas. 
 
 
 
15 
 
 
SÃO BASÍLIO 
 
 São Basílio nasceu na cidade de Cesaréia da Capadócia em 329 em 
meio de uma família da qual ele não foi p único santo. Foi irmão de São Gregório 
de Nissa e São Pedro de Sebaste. Estudouna sua localidade quando jovem e 
depois seguiu para Constantinopla para ter lições com o mais celebre mestre de 
retórica de Bizâncio. Indo a Atenas, passou a dominar a beleza de estilo helênico 
e se encontrou com seu amigo Gregório de Nazianzo. 
 Ao concluir a sua formação voltou à pátria onde se tornou celebre 
nos tribunais, mas não encontrando satisfação do espírito nas atividades do 
século, recebeu o batismo em 357 e passou a percorrer os mosteiros, depois de 
ter doado todos os seus bens aos pobres. Foi ordenado padre em 364 e aclamado 
bispo de Cesaréia em 370, onde esteve ativamente envolvido no combate ao 
arianismo, batalha que empreendeu com firmeza e inteligência, mas acima 
dessas qualidades, com profunda caridade. O imperador Valente, tentou 
demovê-lo da fé católica duas vezes, em ambas voltando atrás. Seu zelo pastoral 
o levava de lado a lado para animar as comunidades e resolver disputas. Sua 
morte se deu 379, na cidade de Cesaréia. 
 
Principais Obras: 
 Sobre o Espírito Santo: Apologia da divindade do Espírito Santo, atacada 
pelos arianos. 
 
16 
 
 
 Contra Eunômio: Nessa obra São Basílio combate as ideias de Eunômio, 
um ariano radical. 
 
 Hexamerão: Reflexão profunda acerca do capítulo um do Gênesis. 
 
 Carta aos jovens sobre a utilidade da literatura pagã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
GEORGE MACDONALD 
 
George MacDonald nasceu em 10 de dezembro de 1824, em Huntly, na 
região escocesa das Highland, mais especificamente em Aberdeenshire, foi um 
escritor, poeta e ministro da Igreja Congregacional escocesa. Ele era uma figura 
pioneira no campo da literatura de fantasia e o mentor do colega escritor Lewis 
Carroll. Seus escritos foram citados como uma grande influência literária por 
muitos autores notáveis, incluindo W. H. Auden, C. S. Lewis, J.R.R. Tolkien, 
Walter de la Mare, E. Nesbit e Madeleine L'Engle. C.S. Lewis escreveu que 
considerava MacDonald como seu "mestre": "Certo dia, levando uma cópia de 
Phantastes em uma oficina de trem, eu o comecei a ler. Poucas horas depois", 
disse Lewis, "eu sabia que eu tinha cruzado uma grande fronteira ". G. K. 
Chesterton citou The Princess and the Goblin como um livro que "fez a diferença 
para toda a minha existência". Além de seus contos de fadas, MacDonald 
escreveu vários trabalhos sobre apologética cristã. Morreu em 18 de setembro 
de 1905, na cidade de Ashtead, sul da Inglaterra, aos 80 anos. 
 
Principais Obras 
 
 A Princesa e o Goblin – conta a história de uma princesa que mora 
em uma grande casa com sua avó. A menina descobre que há, 
debaixo da terra, seres nada amigáveis, estes são os goblins. Seu 
amigo Curdie tenta entrar no mundo desses seres e acaba sendo 
descoberto, o que leva à princesa ir até as terras subterrâneas para 
resgatá-lo. 
 
 
18 
 
 Phantastes: relata a jornada de Anodos, um rapaz comum que está 
explorando seu castelo recém-herdado quando, uma fada 
imponente aparece para ele prometendo-lhe que no dia seguinte ele 
iria encontrar o caminho para o Reino das Fadas. Anodos então 
embarca em uma aventura cheia de mistério e fantasia em um 
mundo repleto de seres fantásticos. Esse livro, assim como toda 
obra de MacDonald, apresenta temas como a fé, honra, coragem, 
caráter e bondade. Phantastes foi a uma grande influência para C.S. 
Lewis, inclusive inspirando trechos de as “As Crônicas de Nárnia”. 
 
19 
 
 
SÃO TOMAS MORE 
 
São Tomas More (1478-1535) nasceu em 7 de fevereiro de 1479, em 
Londres, foi um advogado inglês, filósofo, autor, estadista e notável humanista 
do Renascimento. Ele também foi conselheiro de Henrique VIII e Lorde 
Chanceler da Inglaterra de 1529 a 1532. More escreveu Utopia, publicada em 
1516, sobre o sistema político de uma nação fictícia, fortemente contrastando 
com a Europa de seu tempo. Cabe dizer aqui igualmente que More não deseja 
em sua célebre obra apresentar a sociedade ideal, ele mesmo coloca-se diversas 
vezes a questionar seu interlocutor, Rafael Hitlodeu, trazendo para o relato 
grandes pontos de interrogação em relação à bondade dessa conformação 
social. 
 
 No contexto dos conflitos religiosos desse tempo se opôs à Reforma 
Protestante, em particular à teologia de Martinho Lutero e William Tyndale; 
também se opôs à separação promovida pelo rei, entre a Igreja na Inglaterra e a 
Igreja Católica, recusando-se a reconhecer Henrique VIII como Chefe Supremo 
da Igreja na Inglaterra e a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão. 
Depois de se recusar a assinar o juramento de supremacia, ele foi condenado 
por traição e decapitado em Londres, em 6 de julho de 1535, aos 57 anos. De sua 
execução, ele teria dito: "Morro como bom servo ao rei, mas de Deus primeiro". 
O Papa Pio XI o canonizou em 1935 como mártir. O Papa São João Paulo II, em 
2000, declarou-o "Patrono dos Governantes e dos Políticos". 
 
Principais Obras 
 
 
20 
 
 Utopia – a Utopia é uma ilha afastada do continente europeu que 
possui uma sociedade imaginária ideal. Por meio da obra, o autor 
tece críticas fundamentadas contra os males econômicos e políticos 
do seu tempo e um forte apelo de retorno a uma sociedade pacífica. 
 
 Diálogo do conforto contra tribulação - Escrito em 1534 durante o 
encarceramento que precedeu sua execução, esse trabalho combina 
pensamento político e reflexão espiritual. Situado na Hungria 
durante as conquistas otomanas, a partir do dialogo entre um 
sobrinho (Vicente) e seu tio (Anthony). Sir Thomas More oferece, 
nessa obra, uma exploração penetrante da natureza fugaz do prazer 
e a essência do poder temporal em oposição ao poder redentor de 
Cristo. 
 
21 
 
 
PADRE ANTÔNIO VIEIRA 
O Padre Antônio Vieira, nasceu em 6 de fevereiro de 1608 em Lisboa, era 
um pregador, filósofo e escritor jesuíta português, o príncipe dos oradores de 
seu tempo, considerado por alguns como o Crisóstomo Português. Um dos 
intelectuais mais influentes do século XVII nos campos da política e da oratória, 
foi missionário em terras brasileiras. Defendeu incansavelmente os direitos dos 
povos indígenas, a quem evangelizava, combatendo a sua exploração e 
escravização. Era por eles chamado "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi). 
Defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos 
(judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os 
católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente 
os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição. Na literatura, seus sermões 
possuem considerável importância no barroco brasileiro e português. Morreu 
em 18 de julho de 1697, na cidade de Salvador, aos 89 anos. 
Principais Obras 
 Sermões – escreveu cerca de 200 sermões onde são privilegiados a 
retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos. Um dos 
sermões mais famosos é o da “Sexagésima”, onde Vieira, 
embasado na parábola do semeador, condena aqueles pregadores 
que pregam de maneira vazia a palavra de Deus.
 
22 
 
 
 
LUÍS DE CAMÕES 
Luís Vaz de Camões nasceu em Lisboa, provavelmente em 1524 e tem seu 
período de formação e estudos incerto, mas pode se dizer com segurança que 
teve sólida formação clássica e aprendizado do latim. Considerado o maior 
poeta de Portugal e da língua portuguesa, esteve na corte de Dom João III. Com 
uma vida turbulenta, envolvendo amores e combates, viveu em África e Ásia 
lutando as lutas do rei português. Seu domínio do verso foi comparado com o 
de Shakespeare, Vondel, Homero, Virgílio e Dante. Ele escreveu uma 
quantidade considerável de poesia lírica, mas é melhor lembrado por seu épico 
trabalho Os Lusíadas. A influência de Os Lusíadas é tão profunda que o 
português pode ser chamado de "A Língua de Camões". Morreu em Lisboa, em 
10 de julho 1580. 
 
Principais Obras 
 Os Lusíadas– Considerada a “epopeia portuguesa por excelência”, 
é composta de dez cantos e, em média, 100 estrofes, que narram a 
descoberta do caminho de Vasco para a Índia e as glórias do povo 
português. 
 
 
 
23 
 
 
SANTO TOMÁS DE AQUINO 
Tomás de Aquino O.P. Nascido em Roccasecca em 1225, foi um frade 
dominicano, padre e Doutor da Igreja. Foi filósofo, teólogo e jurista com imensa 
influência na tradição escolástica dentro do qual também é conhecido como 
Doctor Angelicus e Doctor Communis, pois sua teologia foi tomada como a mais 
perfeita jamais vista na Igreja. Ele foi o principal proponente da teologia natural 
e o pai do que viria ser chamado de tomismo. Sua influência no pensamento 
ocidental é incalculável, e muito da filosofia moderna se desenvolveu seguindo 
suas ideias ou opondo-se a elas nas áreas da ética, da lei natural, da metafísica 
e da teoria política. Ao contrário de muitas correntes da Igreja na época, Santo 
Tomás abraçou várias ideias apresentadas por Aristóteles, a quem chamou de 
"o filósofo", sintetizando a filosofia aristotélica com a verdade cristã. Morreu em 
7 de março de 1274, na abadia cisterciense de Fossanova, próximo a Priverno, 
na região do Lácio, atual Itália, aos 49 anos. 
Principais Obras 
 Suma Teológica – trata-se de uma síntese idealizada para aqueles 
que iniciavam seus estudos teológicos. A intenção do Aquinate era 
auxiliar os estudantes a caminhar com ordem e clareza pelos 
conceitos fundamentais da fé. 
 
 Suma Contra os Gentios – escrito de maturidade do Santo, foi 
escrita nos seus últimos anos de vida, quando sua filosofia já estava 
suficientemente constituída. Pretende oferecer ordenadamente 
uma defesa da fé com forte base filosófica. 
 
24 
 
 
 O Ente e a Essência – em síntese, visa explicar o ente, o ser, a 
substância em suas divisões e individuação, o acidente e as relações 
lógicas de tudo isso. A obra transparece diretrizes gerais da 
metafísica tomista. 
 
25 
 
 
 
MIGUEL DE CERVANTES 
Miguel de Cervantes Saavedra, nasceu em 29 de setembro de 1547, na 
cidade de Alcalá de Henares, foi um escritor espanhol que é amplamente 
considerado como o maior escritor da língua castelhana e um dos principais 
romancistas do mundo. Sua obra-prima, Dom Quixote, foi traduzida para mais 
idiomas do que qualquer outro livro perdendo só para a Bíblia. Dom Quixote, 
que pode ser considerado o primeiro romance moderno, é um clássico da 
literatura ocidental, uma das melhores obras de ficção de todos os tempos. Sua 
influência na língua espanhola tem sido tão grande que o idioma é muitas vezes 
chamado de "A Língua de Cervantes". Morreu em Madrid, em 22 de abril de 
1616, com 68 anos. 
Principais Obras 
 Dom Quixote – parodiando as antigas histórias de cavalaria, 
Cervantes coloca o seu “Quixote” como um herói às avessas. De 
alma nobre, sem dúvidas, mas com idealismo que beira a loucura. 
Toda aventura do Quixote possui a união entre o imaginário e o 
real.
 
26 
 
 
 
CHARLES DICKENS 
Charles John Huffam Dickens, nasceu em 22 de fevereiro 1812, na cidade 
de Landsport, distrito da cidade de Portsmouth, no sul da Inglaterra, foi um 
escritor e crítico inglês. Ele criou alguns dos personagens de ficção mais 
conhecidos do mundo e é considerado por muitos como o maior romancista da 
era vitoriana. Seus trabalhos desfrutaram de popularidade sem precedentes 
ainda em vida e, no século 20, os críticos e estudiosos o reconheceram como um 
gênio literário. Seus romances e contos gozam de popularidade duradoura. 
Morreu em 9 de junho de 1870 aos 58 anos, na cidade Higham, no condado de 
Kent no sul da Inglaterra. 
Principais Obras 
 David Copperfield – Copperfield é um jovem rapaz que feliz vivia 
com sua mãe viúva. Esta se casa com um senhor cruel que envia o 
menino a um rígido internato. A mãe do rapaz morre 
prematuramente, desgostosa com a crueldade do esposo. Rejeitado 
pela nova família que o adota, David se vê sozinho no mundo. 
Conhece o sofrimento com profundidade, mas também a amizade 
e o amor. 
 
 Oliver Twist – relata as aventuras de um órfão rapaz. Trata, 
basicamente, das precárias condições da sociedade inglesa de sua 
época. Foi o primeiro romance inglês em que o protagonista é uma 
criança. 
 
27 
 
 
 
DANTE ALIGHIERI 
Dante Alighieri (1265 - 1321) Nascido em Florença, foi um grande poeta 
italiano que viveu o fim da chamada Idade Média e início do chamado 
Renascimento. Sua Divina Comédia, originalmente chamada Comedia e mais 
tarde batizada Divina por Boccaccio, é amplamente considerada o poema mais 
importante da Idade Média e uma das mais importantes obras da literatura 
universal. Morreu em Ravena aos 56 anos. 
Principais Obras 
 Divina Comédia – descreve uma viagem de Dante através do 
Inferno, Purgatório e Paraíso. Guiado por Virgílio através do 
inferno e do purgatório, e por Beatriz, sua amada, para o paraíso. A 
obra encantou grandes nomes das Belas Artes e da literatura 
póstumas. Dante usa imagens belíssimas, a respeito disso escreve 
Vasco Graça Moura, tradutor da Divina Comédia para a língua 
portuguesa: 
“Dir-se-ia que , muito avant la lettre, a escrita de Dante tem uma 
qualidade visualmente cinematográfica: a precisão exaustiva das indicações 
topográficas aliam-se um não menor cuidado em alterar sucessivamente os 
ângulos de tomadas de vista (para cima, para baixo, para a frente, para trás, 
para a direita, para a esquerda) e em passar do plano de conjunto para o 
enfoque do grande plano, uma preocupação constante em definir as posições 
relativas dos protagonistas e os seus gestos, em assinalar indicações de 
movimento, em dar a localização dos acidentes da paisagem, [...]”. 
 
28 
 
 
 
FIÓDOR DOSTOIÉVSKI 
Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, nascido aos 11 de novembro 1821 em 
Moscou, foi um romancista, contista, ensaísta, jornalista e filósofo. As obras 
literárias de Dostoiévski exploram a psicologia humana nas perturbadas 
atmosferas políticas, sociais e espirituais da Rússia do século XIX e envolvem 
uma variedade de temas filosóficos e religiosos realistas. Morreu aos 9 de 
fevereiro de 1881, em São Petersburgo, aos 59 anos. 
Principais Obras 
 Crime e Castigo – conta a história de um assassino em busca de 
redenção espiritual. Explorando com maestria as diversas faces da 
psicologia do homem, apresenta suas fraquezas e distorções. 
 
 Os Irmãos Karamazóv – traz à baila questões existenciais que 
afligiram o autor durante toda a vida, principalmente a degradação 
moral da sociedade que se afastou dos ideais cristãos. 
 
 Memórias do Subsolo – prefiguração do existencialismo do século 
XX, a obra inaugura uma nova fase na produção do autor. O 
personagem se põe contrário a tudo e todos, contra ciência, razão, 
superstição, progresso, atraso, mas, acima de tudo, contra as bases 
da própria consciência. 
 
29 
 
 
 
GUSTAVO CORÇÃO 
Gustavo Corção Braga, nas aos 17 de dezembro 1896 no Rio de Janeiro, foi 
um escritor Católico Romano brasileiro. Fora educado na Escola Politécnica da 
UFRJ, mas deixou a instituição em 1920 sem se formar em engenharia, 
especializando-se depois em eletrônica. Ele era um membro ativo do Partido 
Comunista Brasileiro neste momento. Depois de conhecer Alceu Amoroso 
Lima, no entanto, manteve-se distante dos grupos comunistas e permaneceu 
perto dos círculos católicos até sua conversão, em 1939. Corção estudou 
tomismo e teologia com monges beneditinos e desempenhou um papel 
importante no Centro Dom Vital no Rio, fundado por Jackson de Figueiredo. 
Participou do movimento do "ressalva católico" no Brasil, que converteu muitos 
intelectuais previamente atraídos para o positivismo. Os escritos de G. K. 
Chesterton tiveram um forte efeito sobre Corção. Seu trabalho foi sempre 
altamente considerado por Antonio Olinto, Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, 
Nelson Rodrigues e Manuel Bandeira. Morreu no Rio de Janeiro,em 6 de julho 
de 1978, aos 81 anos. 
Principais Obras 
 Lições do abismo – diário de um homem que se descobre com 
leucemia. Mergulhado na memória, começa a avaliar o sentido da 
vida. São reflexões sobre a alma, a verdade, o absoluto, o amor, a 
frivolidade, o ciúme. Documenta uma volta à fé e o reencontro com 
a graça. 
 
 
30 
 
 A Descoberta do outro – primeiro livro de Corção, é o relato do 
autor do processo de descoberta da própria miséria e a busca pela 
entrega total de si à verdadeira Caridade. Tudo o que põe o mundo 
enquadrado abole a verdadeira relação entre os homens e impede 
que o outro se transforme no próximo a quem se deve amar. 
 
 Conversa em Sol Menor – reunião de artigos do autor, que juntos 
formam sua autobiografia. Por eles, é rememorado sua infância, 
momentos importantes da vida e meditações que tinha Corção 
sobre a vida e a morte. 
 
 Três Alqueires e uma Vaca – Síntese da visão de Corção acerca das 
linhas mestras do pensamento de G.K. Chesterton. 
 
31 
 
 
SÃO BERNARDO DE CLARAVAL 
Bernardo de Claraval, nas aos 4 de dezembro de 1090 em Fontaine-lès-
Dijon no nordeste da França. Foi um abade francês e um líder importante na 
reforma do monaquismo beneditino que provocou a formação da ordem 
cisterciense. Após a morte de sua mãe, Bernardo buscou admissão na ordem 
cisterciense. Três anos depois, ele foi enviado para fundar uma nova abadia no 
Val d'Absinthe. Segundo a tradição, Bernardo fundou o mosteiro em 25 de 
junho de 1115, nomeando Claire Vallée, que evoluiu para Clairvaux. Lá, 
Bernardo pregaria uma fé imediata, na qual o intercessor seria a Santíssima 
Virgem Maria. No ano de 1128, Bernardo compareceu ao Concílio de Troyes no 
qual traçou os contornos da Regra dos Cavaleiros Templários, que logo se 
tornou o ideal da nobreza cristã. Após a derrota cristã no Cerco de Edessa, o 
Papa encarregou São Bernardo de pregar a Segunda Cruzada. Ele foi o primeiro 
cisterciense colocado no calendário dos santos e foi canonizado pelo Papa 
Alexandre III em 18 de janeiro de 1174. Em 1830, o Papa Pio VIII concedeu a São 
Bernardo o título de Doutor da Igreja. Morreu em 20 de agosto 1153 aos 63 anos, 
no mosteiro de Claraval, na França. 
Principais Obras 
 Tratado do Amor de Deus – é uma obra que trata de como e por 
que devemos amar a Deus. Aborda também temas como os graus 
do amor, como devemos amar a nós mesmos e a Deus, além de da 
lei e amor que é próprio aos filhos e ainda o estado bem-aventurado 
dos santos no céu. 
 
32 
 
 
 As Heresias de Pedro Abelardo – dá a conhecer o debate travado 
por aqueles que possivelmente foram as duas maiores 
personalidades do século XII: Pedro Abelardo e São Bernardo. 
 
 Sermões de Natal – escritos sobre algumas das maiores festas do 
Cristianismo: Natal, Epifania e Apresentação de Nosso Senhor no 
Templo. O Doutor Melífluo exorta-nos à conversão humilde, 
condição indispensável para que possamos abeirar-nos da 
manjedoura e oferecer a Deus que nasce a pousada que os homens 
lhe negaram. 
 
33 
 
 
 
SANTO AGOSTINHO 
Agostinho de Hipona, nasceu em 13 de dezembro de 354 na cidade de 
Tagaste no norte da África, foi um dos primeiros teólogos e filósofos cristãos 
da Numídia, cujos escritos influenciaram o desenvolvimento do cristianismo e 
da filosofia ocidentais. Ele era o bispo de Hipona no norte da África e é visto 
como um dos mais importantes Padres da Igreja no cristianismo ocidental por 
seus escritos. Entre suas obras mais importantes estão A Cidade de Deus, Sobre 
a Doutrina Cristã e Confissões. Morreu em Hipona, em 28 de agosto de 430, aos 
75 aos. 
Principais Obras 
 Confissões – autobiografia do santo, inaugura uma nova maneira 
de fazer filosofia, não se baseando apenas em conceitos abstratos, 
mas sobretudo na observação dos movimentos psicológicos, das 
motivações interiores e dos pequenos sinais cotidianos. 
 
 A cidade de Deus – é uma interpretação do mundo à luz da fé cristã. 
Constitui a primeira obra de teologia e filosofia da história. 
 
 Da Trindade – exerceu forte influência na formulação do dogma da 
Trindade na teologia ocidental. Nele são expostas a doutrina bíblica 
e a relação das Pessoas no seio da Trindade. 
 
 
34 
 
 
 
C. S. LEWIS 
Clive Staples Lewis, nasceu em 29 de novembro de 1898, na capital da 
Irlanda do Norte, foi um romancista, poeta, acadêmico, medievalista, crítico 
literário, ensaísta, teólogo leigo, locutor, conferencista e apologista cristão. 
Ocupou cargos acadêmicos nas universidades de Oxford e Cambridge. Ele é 
mais conhecido por suas obras de ficção, especialmente As Cartas Screwtape, 
As Crônicas de Nárnia, e A Trilogia Espacial, e por sua apologética cristã de 
não-ficção, como Cristianismo Puro e Simples, Milagres, e O Problema da Dor. 
Lewis e J. R. R. Tolkien foram amigos íntimos. Eles atuaram no corpo docente 
de inglês da Universidade de Oxford e no informal grupo literário de Oxford 
conhecido como Inklings. Seus escritos filosóficos são amplamente citados por 
apologistas cristãos de muitas denominações. Morreu em 22 de novembro de 
1963, na cidade de Oxford, aos 64 anos. 
Principais Obras 
 As Crônicas de Nárnia – conjunto de sete livros que atraem o leitor 
a um mundo em que a magia encontra a realidade. A obra faz várias 
alusões à Bíblia e ao Cristianismo. Algumas histórias já receberam 
diversas adaptações para o cinema. 
 
 Cristianismo Puro e Simples – trata-se de um livro que, escrito em 
períodos da Segunda Guerra Mundial, deu sentido à vida de 
muitos cidadãos de todas as classes e profissões. Busca relembrar 
 
35 
 
aos homens aquilo que é mais importante na vida e apontar o 
caminho da alegria e do contentamento. 
 
 A Abolição do Homem – é um dos livros mais debatidos de Lewis. 
O autor defende a moralidade absoluta e os valores universais, 
além de expor as consequências da falta desses princípios na 
sociedade. Criticando o relativismo, alerta para os perigos de 
questionar os valores morais objetivos, sem os quais os homens 
correm o risco de perder a humanidade.
 
36 
 
 
 
J. R. R. TOLKIEN 
John Ronald Reuel Tolkien, nasceu em 3 de janeiro 1892 na cidade de 
Bloemfontein, atual África do sul, e foi um escritor, poeta, filólogo e professor 
universitário inglês e Católico Romano. É mais conhecido como o autor das 
obras clássicas de alta fantasia O Hobbit, O Senhor dos Anéis e o Silmarillion. 
Amigo íntimo de C. S. Lewis frequentou com este o grupo informal de discussão 
literária conhecido como Inklings. Tolkien foi nomeado Comandante da Ordem 
do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II em 28 de março de 1972. Morreu 
em 2 de setembro de 1973, na cidade de Bournemouth, aos 81 anos. 
Principais Obras 
 O Hobbit – o livro segue a busca do hobbit Bilbo para conquistar 
uma parte de um tesouro guardado por um dragão. O crescimento 
pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da 
história. A jornada leva o hobbit a encontrar um anel, que será o 
principal tema da obra seguinte, “O Senhor dos Anéis”. 
 
 O Senhor dos Aneis – obra mais conhecida do autor, é uma trilogia 
de fantasia que continua a obra de “O Hobbit”. O “um anel” é o 
elemento central da saga. A história narra o conflito entre o bem e 
o mal que se alastra na Terra-Média. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloemfontein
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bournemouth
 
37 
 
 
 
THOMAS MANN 
Paul Thomas Mann, nascido em 6 de julho de 1875 cidade Lübeck, foi um 
romancista alemão, contista, crítico, filantropo, ensaísta e prêmio Nobel de 
Literatura de 1929. Seus romances épicos e novelas altamente simbólicas e 
irônicas são conhecidos por sua visão sobre a psicologia do artista e intelectual. 
Sua análise e crítica da alma europeia e alemã usaram histórias alemãs e bíblicas 
modernizadas, assim como as ideias de Goethe, Nietzsche e Schopenhauer. 
Mann era um membro da famíliahanseática Mann e retratou sua família e classe 
em seu primeiro romance, Buddenbrooks. Seu irmão mais velho era o escritor 
radical Heinrich Mann e três de seus seis filhos, Erika Mann, Klaus Mann e Golo 
Mann, também se tornaram importantes escritores alemães. Quando Adolf 
Hitler chegou ao poder em 1933, Mann fugiu para a Suíça. Quando a Segunda 
Guerra Mundial estourou em 1939, ele se mudou para os Estados Unidos, 
retornando à Suíça em 1952. Thomas Mann é um dos expoentes mais 
conhecidos do chamado Exilliteratur, literatura alemã escrita por aqueles que 
se opunham ou fugiram do regime de Hitler. Morreu em Zurique, aos 12 de 
agosto de 1955, com 80 anos. 
Principais Obras 
 A Montanha Mann – a partir da trajetória do jovem engenheiro 
Hans Castorp durante sua inesperada estadia em um sanatório 
para tuberculosos, o autor escreve um dos grandes testamentos 
literários do século XX. Repleta de relações entre os personagens 
 
38 
 
enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que 
antecederam a Primeira Guerra Mundial. 
 
 Morte em Veneza – a paixão platônica de um escritor de meia-idade 
por um jovem e belo rapaz é enredo da questão central da narrativa 
- a atração do escritor é, na verdade, pela beleza e pela perfeição do 
jovem, que representa o reflexo temporal da beleza eterna, seu ideal 
de beleza que tanto buscou na arte e acaba levando-o à ruína. 
 
 Doutor Fausto – O escritor fez uma releitura moderna da lenda de 
Fausto, na qual a Alemanha trava um pacto com o demônio. O 
protagonista é o compositor Adrian Leverkühn, um gênio isolado 
da cultura alemã, que cria uma música radicalmente nova e balança 
as estruturas da cena artística da época. Em troca de 24 anos de 
verve musical sem paralelo, ele entrega sua alma e a capacidade de 
amar as pessoas. Mann faz uma meditação profunda sobre a 
identidade alemã e as terríveis responsabilidades de um artista 
verdadeiro. 
 
39 
 
 
 
 
HUGO DE SÃO VITOR 
Hugo de São Vítor, nasceu em 1096, na Saxônia, foi um cônego regular, 
teólogo e escritor místico. Devido à agitação civil pouco depois de sua entrada 
no convento, o tio de Hugo, Reinhard de Blankenburg, que era o bispo local, 
aconselhou-o a transferir para a Abadia de São Victor em Paris, onde ele próprio 
havia estudado teologia. Ele aceitou o conselho de seu tio e fez a mudança para 
lá onde passaria o resto de sua vida. Os escritos de Hugo de São Vítor são dos 
mais importantes e influentes de toda a teologia e cultura católicas. Segundo 
São Boaventura, Hugo de São Vítor é o mestre de tudo. Faleceu em Paris -11 de 
fevereiro de 1141, com 45 anos. 
Principais Obras 
 Didascalicon – no tratado, o autor afirma que é principalmente por 
dois instrumentos que alguém adquire o conhecimento: a leitura e 
a meditação. Observando ambos, ele nota que é a leitura que vem 
em primeiro lugar na instrução, e justamente por isto, neste livro 
ele tratará dos preceitos e regras para a boa leitura. 
 
 
 
 
40 
 
 
 
JOAQUIM NABUCO 
 
 
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, nasceu em Recife em 
1849 foi um político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista 
brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos 
fundadores da Academia Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 
19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador. Foi um dos 
grandes diplomatas da nossa história, além de orador, poeta e 
memorialista. 
 Além de O Abolicionismo, Minha Formação figura como uma 
importante obra de memórias, onde se percebe o paradoxo de quem foi 
educado por uma família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos 
escravos. Nabuco diz sentir "saudade do escravo" pela generosidade deles, 
num contraponto ao egoísmo do senhor. "A escravidão permanecerá por 
muito tempo como a característica nacional do Brasil", sentenciou. “O 
verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.” 
Morreu em Washington D.C, aos 17 de janeiro de 1910. 
 
 
 
 
Principais Obras 
 
 
41 
 
 O Abolicionismo: Nessa obra, Nabuco busca fundamentar a relação 
entre a liberdade da pessoa humano e o progresso de uma sociedade 
verdadeiramente virtuosa, sendo a degradação do escravo algo que 
impacta na degradação da sociedade inteira. 
 
 
 Minha formação: Livro de memórias onde autor relata livremente 
elementos de sua vida político, intelectual e diplomática. Perpassando 
suas experiências no exterior, fala da influência de países onde esteve e 
da sua relação e convivência com figuras de releva dos campos político 
e cultural.

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