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DOENÇA DO TRABALHO

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03/05/2021 Livro Digital - O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/o_ambiente_e_as_doencas_do_trabalho/conteudo.html?capitulo=2 1/33
DOENÇAS DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer os tipos de riscos de exposição do trabalhador.
Entender o desenvolvimento das principais patologias laborais.
Reconhecer os possíveis riscos em diferentes locais de trabalho e ambiente
de trabalho.
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
CONTEXTUALIZAÇÃO
Atualmente as exigências para com o cumprimento das atividades laborais têm
sido cada vez mais imperiosas. Muitos trabalhos exigem jornadas maiores, troca
de turnos, exposição frequente a riscos, en�m, vários são os fatores do ambiente
do trabalho que podem comprometer a saúde do trabalhador.
A construção de um edifício somente se torna possível devido à atividade
humana de pessoas que possuem capacidade e, porque não dizer, coragem de
�car horas nas alturas. As cirurgias somente são possíveis pela atuação médica,
os produtos industrializados surgem devido à atuação humana. En�m, se
analisarmos a fundo, não existe uma ocupação humana que não contenha um
determinado risco iminente de sua atuação.
O presente capítulo não tem a intenção de condenar as atividades laborais, mas
sim, fazê-lo entender que embora não possamos excluir os riscos laborais de
nossas vidas, podemos minimizá-los e contribuir para que o trabalhador
desenvolva suas atividades em condições adequadas de saúde, tais como: boas
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horas de descanso, uso dos equipamentos de proteção, sabedoria frente aos
riscos a que é exposto para assim preveni-los, manter um ambiente de trabalho
sociável e com condições de boa convivência entre os trabalhadores, entre
outros.
Portanto, o presente capítulo permitirá a você compreender a classi�cação dos
riscos ocupacionais, a constituição adequada do nosso organismo e como a
exposição aos riscos dos mais diversos ambientes de trabalho, podem
desencadear as doenças relacionadas ao trabalho.
HISTÓRICO DO TRABALHO
Prezado (a) pós-graduando (a), é notória, em nossa vida diária, a dedicação da
maior parte do nosso tempo ao desenvolvimento de atividades laborais que
contemplam não somente uma realização pessoal, como também a garantia do
sustento �nanceiro individual ou familiar. É praticamente impossível separarmos
o desenvolvimento social do trabalho humano. A construção de uma sociedade
sustentável, em todos os aspectos, é baseada no incremento do trabalho. O
trabalho acompanha o homem desde o início da civilização sendo assim,
desvincular trabalho de sociedade é algo extremamente difícil, pois um leva a
evolução do outro. Desde a sociedade mais primitiva até a contemporânea está
implícita a atividade laboral que, entre outros objetivos, serve como alicerce para
o crescimento humano e o progresso social.
Mas a�nal, o que é trabalho? Se fossemos realizar uma pesquisa, nos mais
diversos dicionários, livros-textos ou sites de busca, teríamos várias de�nições
dessa palavra. Para auxiliá-lo nos estudos, mencionoamos aqui um resumo das
várias fontes. Trabalho trata-se de uma determinada ocupação que exige uma
aplicação coordenada de separarmos o desenvolvimento social do trabalho
humano. A palavra trabalho advém do latim (TRIPALIUM) que fazia alusão a um
instrumento de tortura formado por três estacas. Ou seja, o trabalho sempre foi
visto como algo ruim, que demanda esforços para sua realização (BONZATTO,
2011).
O desenvolvimento de toda e qualquer atividade laboral emana uma condição
favorável de saúde, para que todo esforço exigido, seja ele físico ou mental (horas
a frente do computador, carregamento de peso, �car muito tempo em uma
mesma posição) possa ser correspondido. A preocupação com a saúde do
trabalhador e a prevenção de acidentes é algo relatado inclusive em trechos
bíblicos, mediante a indicação da construção de parapeitos no decorrer de
algumas edi�cações (SANTANA, 2006). Prevenir o desenvolvimento de doenças
e/ou auxiliar na recuperação do indivíduo frente a alguma patologia, torna-se
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algo de extrema valia para que este possa ter uma maior dedicação e
consequentemente melhor rendimento em suas atividades.
Ao descrever sobre saúde do trabalhador ou doenças ocupacionais, se faz
importante mencionar o trabalho desenvolvido por Ramazzini, no século XVII, o
qual foi um dos primeiros autores a descrever sobre questões importantes que
deveriam ser obtidas junto ao trabalhador na tentativa de prevenir o
desenvolvimento de doenças no trabalho (SANTANA, 2006).
SANTANA, Vilma Souza. Saúde do trabalhador no Brasil: Pesquisa na pós-
graduação. Rev. Saúde Pública, 2006; 40(N Esp):101-111 – a autora descreve
em sua obra os pontos e sequências históricas mais importantes no que
tange aos cuidados com a saúde do trabalhador. Segundo a autora
correlação e a preocupação dos acidentes do trabalho e saúde do
trabalhador somente começaram a de fato se desenvolver após o século
XIX, inclusive no Brasil mediante os movimentos antiescravitas.
O QUE É SAÚDE E DOENÇA?
Antes de iniciarmos o texto, convido você a tentar de�nir o que é saúde e o que é
doença.
ATIVIDADES DE ESTUDOS: 
1) Nesse momento, é interessante que você tente descrever o que sabe sem
nenhum tipo de consulta.
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Responder
Responder
2) Que tal agora realizar uma consulta no dicionário ou fontes literárias e
comparar com o que descreveu?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é de�nida como um
completo bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo, de maneira que este
possa desfrutar e/ou usufruir de sua vida em boas condições. Ou seja, tudo
aquilo que acomete o indivíduo de maneira que o impeça de gozar de um bem-
estar pode ser considerado como doença. Temos que tomar cuidado para que
não nos percamos do foco do estudo. Mediante a de�nição acima, podemos
a�rmar que doença trata-se de um transtorno que compromete o bem-estar
físico, psíquico, mental e social de um indivíduo podendo ou não afetar àqueles
de sua convivência.
Uma vez que conseguimos de�nir o conceito de saúde e doença, agora podemos
seguir para o próximo passo: entender um pouco sobre a constituição do
organismo humano e seu funcionamento, pois somente assim, teremos a
capacidade assimilar e entender o agravo de cada doença frente ao
desenvolvimento das atividades trabalhistas.
Embora o curso não seja para que você se especialize no funcionamento do
corpo humano, se faz importante entender tais processos. Que tal uma viagem
na máquina mais perfeitamente projetada?
O ORGANISMO HUMANO
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Toda essa estrutura que vemos com a capacidade de pensar, locomover, comer,
beber, festejar e trabalhar, nada mais é do que um emaranhado de diferentes
células (menor unidade formadora do organismo humano) que trabalham e se
diferenciam de maneira ordenada. São praticamente 10 trilhões de células que se
unem para fazer com que essa máquina funcione (ALBERTS, 2006). Mais fantástico
do que isso é saber que todos nós surgimos de uma única célula advinda da
união de um óvulo materno e um espermatozoide paterno, união essa que dá
origem a uma célula pluripotente, também conhecida como célula-tronco e que
terá a possibilidade de originar toda e qualquer célula do organismo humano,
sendo,portanto responsável por toda sua constituição.
A célula-tronco originada multiplica-se e desenvolve-se com objetivo de originar
diversas células diferenciadas para realização de funções especí�cas. Algumas
células são especializadas em se contrair (músculo), outras em nos defender
(leucócitos), outras em transportar oxigênio (hemácias). Assim como a divisão de
trabalhos de uma empresa onde cada setor é constituído de pessoas diferentes
que realizam funções diferentes, nossas células se reúnem em vários grupos para
divisão das atividades orgânicas. A célula recepcionista, a célula telefonista, a
célula do almoxarifado, a célula diretora, de maneira que o sucesso dessa
empresa depende da boa convivência entre as diferentes células e os diferentes
setores, se um falhar compromete o andamento de todo o processo. É
exatamente isso que acontece quando sofremos algum tipo de doença ou dano,
aquilo que enxergamos macroscopicamente (sintomas) é consequência de danos
ocorridos em inúmeras células microscópicas (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2005).
Para formação do corpo humano é importante se ter em mente que várias
células no organismo vão se unir para formar um determinado tecido (tecido
muscular, ósseo, conjuntivo, epitelial e nervoso), vários tecidos se unem para
constituir um determinado órgão (pulmão, coração, cérebro etc.), vários órgãos
unem-se para constituir um sistema (muscular, cardíaco, urinários etc.) e, vários
sistemas formam um organismo, no nosso caso, o corpo humano. Obviamente
toda essa organização deve se comunicar para que cada compartimento
desenvolva suas funções corretamente. Essa comunicação é feita mediante a
produção de diversas substâncias que são conduzidas por nossa corrente
sanguínea a toda e qualquer parte do organismo.
Muito bem, uma vez de�nido o signi�cado de saúde, o signi�cado de doença e a
constituição básica do organismo humano, podemos dar seguimento aos nossos
estudos e realizar a classi�cação dos riscos presentes em nossas atividades
diárias.
Figura 7 - Células Plur ipotentes
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Fonte: Disponível em: <http://coisaspraver.blogspot.com.br/2013/02/celulas-tronco-o-que-
sao-o-que-e-para.html>. Acesso em: 10 mar. 2013.
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS E AS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
Antes de iniciarmos a descrição dos riscos que todo e qualquer tipo de trabalho
possa apresentar, se faz importante reconhecer que não existe trabalho 100%
seguro, com ausência de riscos. Pensemos em um hospital, como trabalhar todos
os dias sem se expor aos riscos de contaminação ali existentes? Como proceder a
pintura de um edifício ignorando sua altura? O que buscamos é minimizar os
perigos inerentes de cada exercício pro�ssional aplicando de maneira preventiva
as ações que possam contribuir para o bem estar do trabalhador. Só há uma
maneira de aplicarmos medidas preventivas: conhecendo como as doenças se
desenvolvem. Obviamente são inúmeras as patologias que podem ocorrer em
um dia a dia de trabalho e seria uma tarefa difícil descrevê-las todas aqui. Sendo
assim, descreveremos algumas patologias correlacionadas com o ambiente de
trabalho.
Segundo Brasil (2011), que trata do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais), os riscos ocupacionais podem ser classi�cados de uma maneira
geral em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes. Portanto, não
somente a natureza do trabalho, mas o ambiente onde ele é desenvolvido
contribui para que haja uma maior ou menor exposição aos riscos supracitados.
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Não precisamos so�sticar exemplos para entender e identi�car as possibilidades
de acidentes que podem ocorrer em um determinado ambiente. Já parou para
pensar quanta coisa você poderia fazer diferente para evitar acidentes dentro da
própria casa?
As legislações trabalhistas buscam estabelecer limites de intensidade ou tempo
de exposição aos respectivos riscos, tais como: a quantidade de decibéis que um
trabalhador pode ser exposto, exposição a produtos químicos, entre outros
(BRASIL, 2011). Vale ressaltar que os limites retratam de uma maneira geral cada
um dos indivíduos supostamente expostos aos riscos, esses índices de tolerância
podem sofrer variações de indivíduo para indivíduo. Uns podem suportar mais o
frio, os efeitos de radiações, as exposições ao calor, os esforços repetitivos do
que outros.
RISCOS FÍSICOS
Segundo Hirata, Hirata e Mancini (2011), riscos físicos são aqueles que podem
provocar algum tipo de dano mediante variação de energia. Os mais comuns
riscos físicos aos quais somos submetidos são:
Calor
Nós, seres humanos, somos considerados animais homeotérmicos, ou seja,
temos a capacidade de regular nossa temperatura mediante a temperatura a
qual somos expostos (AIRES, 1998). Você certamente já frequentou a praia ou
tomou um banho de piscina em dias de 40 C. Certamente um pintor, um
metalúrgico já trabalhou por horas exposto a temperatura semelhante. Se nesse
momento colocássemos um termômetro para medir sua temperatura você
estaria com 36,5 C, ou seja, nossa temperatura �siológica (normal). A estrutura
anatômica responsável por regular a temperatura corpórea é uma glândula
localizada no diencéfalo (parte do cérebro) chamada de hipotálamo. Esse
processo regulatório é de suma importância, pois todas as reações metabólicas e
químicas que ocorrem no organismo são dependentes de funções enzimáticas do
interior das células, as quais somente funcionarão em temperatura ótima (AIRES,
1998). Portanto, toda vez que formos expostos a altas temperaturas ou exigirmos
muito de nossa máquina humana, tenderemos a uma sobrecarga desse sistema
regulador.
o
o
Quando a exposição ao calor torna-se demasiada, frequente e intensa, (caso de
trabalhadores de fornalhas em fundições, por exemplo), nosso organismo
tentará equilibrar o ambiente interno e externo impedindo que haja uma
elevação da temperatura corpórea e seus eventuais prejuízos.
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A elevação da temperatura externa ocasiona um processo conhecido como
vasodilatação (aumento do calibre dos vasos sanguíneos) que por consequência
aumenta o �uxo sanguíneo e a concentração de células sanguíneas no local. Essa
resposta do organismo à exposição a altas temperaturas provoca uma perda de
calor para o meio e permite que seja mantida a temperatura interna do corpo em
seus índices �siológicos.
Embora esse mecanismo �siológico funcione muito bem, ele tem seu limite de
ação que, quando ultrapassado, acaba por não dissipar o calor corpóreo de
forma adequada eleva o indivíduo a uma perda de concentração, fadiga,
sonolência, queda de pressão (principalmente devido à vasodilatação extrema) e
desidratação ocasionada pelo aumento da sudorese (perda de água pelo suor).
Há de se ter extremo cuidado para com estes sintomas, caso contrário pode-se
passar do desconforto para o óbito devido a danos celulares irreversíveis.
Frio
Assim como a exposição ao calor extremo, a exposição ao frio também tem suas
consequências. Como relatado, nosso organismo dispõe de mecanismos para
manter a temperatura corpórea adequada. Toda vez que formos expostos ao frio,
a sensação térmica será interpretada pelo nosso Sistema Nervoso que iniciará
uma série de respostas frente ao estímulo. Um dos mais conhecidos é o tremor,
que são contrações musculares que ocorrem involuntariamente para gerar calor,
como se fosse uma atividade física forçada. O que acontece quando você faz uma
caminhada? Exatamente, você sua! Isso ocorre devido à contração muscular e o
ritmo cardíaco aumentado que gera calor (AIRES,1998).
Outro fator visível mediante a exposição ao frio é o “roxear” das extremidades
(principalmente dedos das mãos e pés), devido à vasoconstrição (diminuição do
calibre dos vasos sanguíneos) desencadeada pelo frio. Se você lembrar, sempre
que estamos em um período de frio nossos pés e nossas mãos são os locais mais
gelados do corpo, isso se dá devido à vasoconstrição e menor irrigação
sanguínea no local (AIRES, 1998).
Os graus de lesões e sintomas vão variar de acordo com o tempo de exposição e
a intensidade ao frio que foi exposto. Porém, independente do grau de sintomas,
estes são inicialmente desencadeados pela alteração na circulação sanguínea
local (vasoconstrição). Se não chega sangue em um determinado tecido do
organismo, não chega oxigênio e, sem oxigênio, nossas células começam a
morrer. Por isso, é muito comum pessoas que são expostas ao frio intenso terem
o congelamento de membros inferiores seguido de gangrena (KUMAR; FAUSTO;
ABBAS, 2005).
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Gangrena: é uma complicação de uma necrose isquêmica (falta de
suprimento sanguíneo, e consequente falta de oxigênio) das extremidades
(braço, mão, perna, pé), e seguida de invasão
bacteriana e putrefação. Clostridium perfringens é a espécie bacteriana
mais comum envolvida na gangrena, mas outros Clostrídios e várias outras
bactérias também podem crescer nos ferimentos ou em qualquer parte do
corpo que tenha sua circulação interferida ou impedida (KUMAR; FAUSTO;
ABBAS, 2005).
A vasoconstrição desencadeada pela exposição frequente ao frio ocasiona a
morte celular pela falta de suprimento sanguíneo (muito comum em alpinistas de
geleiras). Alterações vasculares são responsáveis por cerca de 80% das
amputações em membros inferiores, as quais, em sua grande maioria, são
realizadas devido à morte do tecido local por falta de vascularização na tentativa
de evitar a contaminação bacteriana (CARVALHO et al, 2005).
Outra situação bastante difundida frente à exposição ao frio extremo é a
hipotermia (queda da temperatura corpórea). Quando nossos mecanismos
�siológicos não conseguem mais suprir a demanda de calor exigida pelo corpo,
nossa temperatura começa a baixar. Considera-se estado de hipotermia quando
a temperatura diminui em 1 a 2 C em relação a temperatura �siológica (36,5 C).
Nesse momento inicia-se a sensação de dor e tremor intenso. Conforme, o tempo
de exposição ao frio aumenta, a sensibilidade diminui e os tecidos podem
começar a morrer devido à falta de irrigação sanguínea. Em graus extremos,
ocorre a parada cardiorespiratória e morte.
o o
Radiação
Assim como mencionado anteriormente, direcionaremos nossas explicações no
que tange aos danos orgânicos causados pela exposição à radiação.
Leitura do capítulo que relata sobre os riscos físicos do livro MASTROENI,
Marco F. Biossegurança Aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde. 2. ed.
São Paulo: Atheneu, 2005.
Radiação, do ponto de vista físico, é considerada a propagação de energia em um
determinado meio que possa produzir algum efeito sobre a matéria. Elas podem
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03/05/2021 Livro Digital - O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO
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ser divididas em basicamente dois tipos: ionizante (raios alfa, beta, gamma e X) e
não ionizante (ultravioleta e infravermelho) (HENEINE, 2007).
Detectar a exposição à radiação e os limites de tolerância para tal é de suma
importância, pois seus efeitos são acumulativos e podem se manifestar após
longo tempo de exposição, sendo prejudicial à saúde humana.
No início desse capítulo colocamos que não existem trabalhos 100% seguros.
Talvez os pro�ssionais que exercem suas funções em ambientes radioativos
sejam àqueles com maior propensão a nocividade. Atualmente a radiação é de
suma importância para vários setores, principalmente no auxílio ao diagnóstico e
tratamento médico (radiogra�as, medicina nuclear, radioterapia etc.) fato que
coloca os trabalhadores em risco iminente e requer cuidados demasiados, não só
individual como também coletivo. Diferente do paciente que recebe sua dose e
radiação para �ns diagnósticos e, em seguida, sai do ambiente radioativo, os
pro�ssionais desta área �cam diariamente expostos a inúmeras descargas de
radiação, sendo assim, torna-se necessário o uso constante dos equipamentos
de proteção individuais (coletes de chumbo) e coletivos (sala com parede
baritada).
Você deve se perguntar a razão dessa nocividade, correto? Para uma resposta
coerente ao seu questionamento, se faz necessário esclarecermos alguns
conceitos.
Toda informação genética necessária para que nosso organismo trabalhe
corretamente estão armazenadas em nosso DNA – ácido desoxirribonucléico.
Esse material genético �ca armazenado na forma de cromossomos em estruturas
localizadas no interior de nossas células denominadas de núcleo (ALBERTS, 2006).
São esses elementos que garantem a hereditariedade de nossos pais para nós,
de nós para nossos �lhos e assim sucessivamente. Basicamente e do ponto de
vista genético, podemos dividir nossas células em dois tipos: as somáticas e as
germinativas (gametas). Ambas são constituídas, dentre outros elementos, de
DNA. Estruturalmente o DNA é constituído de uma sequência ordenada de
moléculas denominadas de nucleotídeos (adenina, guanina, citosina e timina),
sendo sua função altamente dependente de como este material esta
sequenciado. Além de armazenar as características genéticas de cada ser vivo, o
DNA tem como função promover a produção de proteínas em nosso organismo,
ou seja, para cada proteína que nós produzimos há uma sequência especí�ca de
DNA (gene). Mediante a produção de proteínas o DNA controla o potencial
metabólico e de multiplicação celular de maneira que ocorra de forma ordenada
e extremamente controlada (ALBERTS, 2006).
Você deve estar se perguntando neste momento: Qual a relação do DNA com a
exposição radioativa?
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Toda vez que somos colocados em contato com radiações, sejam elas ionizantes
ou não ionizantes, podemos ter nossa sequência de nucleotídeos alterada
mediante a quebra de ligações químicas (mutação). Portanto, se alteramos a
sequência de nucleotídeos, começamos a produzir proteínas defeituosas e o
controle metabólico e de multiplicação celular atua de forma desordenada. As
células perdem sua função e se multiplicam de forma desregulada (ALBERTS,
2006).
Lembrando do que comentamos no início do nosso capítulo, se alteramos
células, alteramos tecidos, se alteramos tecidos, alteramos órgãos, se alteramos
órgãos, alteramos sistemas que por consequência altera o funcionamento de um
determinado organismo. Mediante a alteração da sequência de nucleotídeos
denomina-se a ocorrência de uma mutação a qual pode desencadear o
surgimento do câncer (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2005).
Nucleotídeo: é a menor molécula formadora do DNA. Uma molécula de
DNA é constituída por inúmeros nucleotídeos, os quais devem obedecer a
uma sequência dentro da molécula para sua correta função (ALBERTS,
2006).
Não é possível prever como, quando, onde ou até mesmo se pessoas submetidas
à radiação desenvolverão algum tipo de câncer. Quando a neoplasina se
desenvolve anos mais tarde, �ca difícil até mesmo determinar se a exposição à
radiação foi realmente o fator desencadeador da doença.
Vale ressaltar que algumas células são mais susceptíveis a ação da radiação do
que outras e que, não somente a área afetada diretamente pela radiação pode
sofrer com o desenvolvimento de tumores, mas é fato que as áreas mais
expostas diretamente aos efeitos radioativos detêm maior chance para o
desenvolvimento tumoral.
A exposição à radiação pode ter efeitos imediatosou cumulativos. Quando se tem
uma exposição excessiva à radiação, ás células podem sofrer danos irreversíveis
e levar o indivíduo à morte quase que instantaneamente. Lembremo-nos do
famoso caso brasileiro que ocorreu no Estado de Goiás, onde crianças foram
expostas a materiais radioativos (Césio 137) advindos de um aparelho de
radioterapia (ALMEIDA, 2012). Quando se tem um efeito acumulativo, além da
possibilidade de desenvolver o câncer pode ser que as células germinativas (que
dão origem ao óvulo e espermatozoide) sejam afetadas e, se isso acontece, há
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possibilidade de os �lhos dessas pessoas que foram expostas sofrerem com
algum tipo de mutação. Porém, certi�car a possibilidade de um indivíduo exposto
à radiação transmitir os efeitos aos seus descendentes é algo impossível de
mensurar.
Pressão
De forma simples, podemos dizer que pressão é a relação de força para com uma
determinada área (HENEINE, 2007). Para que possamos entender o foco do nosso
estudo, temos que levar em consideração a pressão atmosférica e uma relação
muito simples: quanto mais longe do solo menor será a pressão e quanto mais
perto, maior será a pressão. Mergulhadores são sempre expostos a pressões
muito altas, enquanto alpinistas sofrem com pressões muito baixas. Você já deve
ter subido ou descido as inúmeras serras que temos pelo Brasil e certamente
sentiu seu ouvido “fechar”. O que ocorre nestes casos é uma diferença de
pressão entre o ouvido interno e externo fazendo com que haja uma alteração da
membrana timpânica e isso nos dá a sensação de que estamos surdos (HENEINE,
2007).
A membrana timpânica é uma estrutura que ao entrar em contato com
uma determinada frequência sonora, vibra e transmite esse som para o
ouvido interno (DANGELO, 2005).
Os maiores riscos frente à variação de pressão certamente envolve pessoas que
trabalham sob alta pressão tais como: mergulhadores, tripulações de
submarinos, operários de túbulos pneumáticos na construção civil etc. Você já
tentou abrir uma garrafa de refrigerante de maneira abrupta? O que acontece?
Exato! Formação de bolhas. Todas essas bolhas estavam de certa forma dentro
da garrafa, porém a pressão ali exercida fazia com que esses gases
permanecessem em meio líquido, quando houve uma variação de pressão:
Boom! Agora imagine o que aconteceria com nosso corpo frente a uma variação
de pressão como essa? Voltemos para a mesma garrafa de refrigerante, porém
agora, vamos abri-la bem lentamente. O que você notou? Exato! Não houve
formação de bolhas. É justamente por isso que quando formos submetidos à
variação de pressão esta deve acontecer lentamente tanto para pressurizar
quanto para despressurizar.
Toda essa preocupação está correlacionada a moléculas que em nosso
organismo, devido à pressão, estão na forma líquida, mas que podem se
Capítulo 2 
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transformar em compostos gasosos mediante uma variação abrupta, tais como o
nitrogênio e oxigênio, causando o que é conhecido como embolia (KUMAR;
FAUSTO; ABBAS, 2005).
Embolia é uma massa sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo
sangue e que pode obstruir os vasos sanguíneos, causando a falência de
órgãos vitais (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2005).
Fisiologicamente o nitrogênio, que é uma substância tóxica para o organismo é
eliminado principalmente na forma de ureia mediante o processo de
metabolismo hepático e �ltração renal (HENRY, 2008). Como mencionado, isso
somente é possível devido ao elemento de nitrogênio estar sob a forma líquida.
Quando há uma alteração de pressão o nitrogênio passa para sua forma gasosa e
o organismo perde sua capacidade de eliminá-lo na forma de ureia, fato que
contribui para a ocorrência de embolia e risco de morte.
As mudanças abruptas de pressão também podem ocasionar o rompimento da
membrana timpânica e causar distúrbios na audição (ABC DA SAÚDE, 2013). Por
�m, cavidades e órgãos do corpo também podem sofrer com essa alteração
mediante dilatações ou rompimentos que impeçam seu funcionamento
adequado. Um dos exemplos mais graves em relação a isso é quando o pulmão
perde sua capacidade de in�ar e, consequentemente, realizar as trocas gasosas
necessárias para nossa respiração (LAMBERT; HANSEN, 2007).
Em nossa circulação existem células denominadas hemácias. As hemácias são
constituídas de grande quantidade de hemoglobina que é uma molécula proteica
com capacidade de ligação ao oxigênio e ao gás carbônico. Sendo assim, no
momento que realizamos a respiração celular, as hemácias carregam oxigênio
para os tecidos e trazem o gás carbônico dos tecidos para ser expelido para o
meio externo. Quando indivíduos são submetidos a situações de baixa pressão
atmosférica, o oxigênio tende a se dissipar no ambiente di�cultando sua
obtenção pelo processo de respiração normal. Com uma disposição de oxigênio
menor, o transporte deste gás para o interior das células �ca prejudicado e a
oxigenação dos tecidos e principalmente do cérebro �ca depreciada. O estado de
hipóxia (diminuição de oxigênio tecidual) estimula um maior ritmo cardíaco,
debilidade motora e diminuição da capacidade responsiva, gerando inclusive
desmaios. Dependendo do grau dehipóxia podem ser observadas lesões
teciduais mais graves que levem a edemas cerebrais e consequente à morte
(HENRY, 2008).
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Ruídos
A surdez devido à exposição a ruídos é a doença ocupacional mais comum dentre
as hoje conhecidas. O processo de audição basicamente ocorre em três estágios
(AIRES, 1998):
1 -  Captação das vibrações sonoras pelo ouvido externo, o qual ampli�ca os
sinais sonoros.
2 -  A membrana timpânica localizada no ouvido médio emite os sinais sonoros
para os ossículos mediante sua vibração. Os ossículos facilitaram a transmissão
dos sinais para o ouvido interno transformando energia sonora em hidráulica.
3 -  O ouvido interno, através da cóclea, possui um conjunto de membranas
sensíveis que captam a energia gerada e transmitem ao cérebro.
A pessoa exposta a ruídos contínuos e intensos acaba por lesionar a região do
ouvido interno que perde a capacidade de transmissão dos estímulos ao cérebro
gerando sintomas de surdez. Praticamente 100% dos casos de surdez são
�siologicamente irreversíveis (HENEINE, 2007).
Figura 8 - Limi tes de tolerância a ruídos
Fonte: Brasil (2011).
Vibrações
As vibrações estão presentes em várias atividades laborais. A exposição às
vibrações pode ser localizada (principalmente em membros superiores e
inferiores) ou corpórea (dano principal na coluna vertebral). Trabalhadores com
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esforços manuais constantes (madeireiros, pedreiros, operadores de
retroescavadeiras  etc.) estão submetidos a frequentes lesões por conta das
vibrações excessivas.
A patologia mais conhecida é denominada de Síndrome da Vibração de Mãos e
Braços. A síndrome surge pela exposição constante à vibração, tendo como um
dos primeiros sintomas o branqueamento dos membros, a diminuição da
sensibilidade e a sensação de formigamento devido à queda do potencial de
irrigação sanguínea. Mediante a manutenção do esforço por longos períodos de
tempo há um maior comprometimento vascular e nervoso sendo que, em casos
mais extremos, corre-se o risco de amputação de partes do membro pela morte
do tecido, desenvolvimento de gangrena e risco de infarto, fatores que exigem o
afastamento do trabalhador de suas funções (HAGBERG, 2004).
Outraconseqüência da exposição às vibrações é a síndrome do carpo ou lesão
por esforço repetitivo. A síndrome ocorre devido ao comprometimento do nervo
radial que passa pelo antebraço e inerva as mãos. Essa patologia impede o
desenvolvimento de tarefas simples e delicadas como passar a linha em uma
agulha, pegar uma moeda do chão, abotoar o botão da camisa, além de gerar
intensas dores. Indivíduos expostos frequentemente a ações repetidas em seu
trabalho (digitadores, pedreiros, costureiras, domésticas entre outros) podem
ser acometidos pela síndrome do carpo. Embora haja chance de tratamento,
muitas vezes se faz necessário um processo cirúrgico (OLIVEIRA, 2000).
Riscos Químicos
O contaminante químico pode ser considerado como toda substância que uma
vez manuseada seja no estado sólido, líquido ou gasoso poderá entrar em
contato com o organismo humano e ser prejudicial (HIRATA, HIRATA e MANCINI
2011).
Segundo Hirata, Hirata e Mancini (2011), as diversas substâncias químicas podem
ser enquadradas nos seguintes grupos: tóxicas, irritantes, oxidantes, corrosivas,
voláteis e in�amáveis, estando na forma gasosa, liquefeita ou sólida. De acordo
com a natureza do composto, têm-se as exigências de biossegurança necessárias
para boas condições de trabalho. Elementos que exibem toxicidades na forma de
gás possuem maior periculosidade, pois se comportam como inimigos invisíveis.
A potencialidade dos efeitos que uma substância química pode provocar é
diretamente proporcional ao tempo de exposição e dose recebida (Da Fonseca,
De Marchi, Da Fonseca, 2000), 2000).
Para entender os efeitos posteriores da exposição aos agentes químicos é
importante saber qual a via de entrada e qual o tipo de tecido mais afetado,
podendo gerar efeitos locais ou sistêmicos. Os agentes químicos podem penetrar
no organismo por diversas vias, tais quais:
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Oral: substâncias químicas que se encontram no estado sólido ou líquido.
Os efeitos podem ser gastrointestinais ou sistêmicos quando absorvidos
pela corrente sanguínea.
Responder
Tópica e Mucosas: geralmente o composto químico adentra pelas células
da epiderme (pele) ou pelas mucosas (boca, laringe, faringe, traqueia,
entre outras).
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Procure alguma referência literária e liste ao menos cinco elementos
químicos que poderiam ser ingeridos pela via oral e causar danos ao
organismo.
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Procure alguma referência literária e liste ao menos cinco elementos
químicos que poderiam interagir com a pele e mucosas.
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Responder
Aérea: nesse caso trata-se do contato com compostos químicos voláteis e
que são inalados mediante o processo respiratório. A toxicidade do agente
químico pelas vias aéreas é considerada a mais perigosa de todas, devido à
rápida passagem para a circulação sanguínea.
Responder
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Procure em alguma referência literária e liste ao menos cinco elementos
químicos que poderiam interagir com VIAS AÉREAS.
Quando um determinado agente químico é absorvido e cai na corrente
circulatória, ele precisa ligar-se a algum componente celular especí�co para que
consiga gerar a toxicidade celular. O exemplo mais comum é a teoria chave-
fechadura (ALBERTS, 2006). Um determinado cadeado somente consegue ser
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aberto quando em contato com sua chave especí�ca, correto? Esse é o mesmo
princípio para os reagentes químicos, eles somente manifestarão efeitos no
organismo quando ligarem-se a uma determinada região celular especí�ca
(enzimas, receptores de membrana, etc.). Isso acarretará em distúrbios
bioquímicos sérios e, muitas vezes, irreversíveis. Certos compostos químicos,
quando na circulação sanguínea, serão metabolizados pelo fígado, nosso
principal órgão metabólico. Devido a isso, muitas vezes, o fígado é um dos órgãos
mais acometidos pelos processos de intoxicação (HENRY, 2008).
Muito bem, uma vez realizada uma introdução frente aos compostos químicos,
agora dividiremos os principais agentes químicos envolvidos com acidentes de
trabalho.
METAIS PESADOS
Os metais pesados são substâncias químicas altamente reativas e com alto poder
tóxico quando no organismo, pois tem pouco ou nenhum potencial de
metabolização hepática. O fato de não sofrerem metabolização faz com que
permaneçam circulantes ou acumulados nas células e tecidos por longos
períodos de tempo. Vale ressaltar que alguns metais pesados como zinco e o
cobre são bené�cos em pequenas quantidades, pois auxiliam no funcionamento
de algumas enzimas (MOREAU; SIQUEIRA, 2008).
a) Chumbo (Pb)
Trata-se de um metal pesado muito utilizado em processos industriais, na
construção civil, em baterias de automóveis e proteção contra raios-X. O chumbo
é um elemento intolerável pelo organismo em quaisquer concentrações não
sendo metabolizado. Quando inalado (principal forma de contato) alcança a
corrente circulatória, �ca complexado a macromoléculas e deposita-se em órgãos
moles (rins, fígado e cérebro). Sua presença no organismo humano é
denominada de saturnismo (MINOZZO, 2008).
Os trabalhadores que manipulam baterias são os mais acometidos, do ponto de
vista ocupacional, pelo saturnismo. O chumbo tem um enorme potencial de
dani�car o DNA celular e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento
do câncer. Além disso, o chumbo pode desencadear falência renal, morte precoce
de hemácias (potencial anêmico) e danos hepáticos. Mediante o grau de
exposição à intoxicação pode ser irreversível e os graus de severidade diversos
(MINOZZO, 2009).
Por estar presente nas indústrias, existe uma enorme preocupação para com a
poluição ambiental. O chumbo pode contaminar rios e solos e, por consequência,
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Aguda:
Crônica:
os animais que usufruem desses espaços, podendo chegar ao homem mediante
o consumo de água e alimentos contaminados.
b) Mercúrio
Muito utilizado por mineradores em busca do ouro, ocasionou não somente a
contaminação individual, como também a contaminação ambiental
principalmente de rios e solo. O mercúrio é para produção de espelhos,
instrumentos de medida e lâmpadas. Todo processo de contato e absorção se dá
pela pele e via respiratória devido sua alta volatilidade.
As intoxicações pelo mercúrio podem ser dividas em:
Ocorre por inalação de grandes quantidades de mercúrio, sendo o pulmão o
órgão mais afetado. O mercúrio inalado acumula-se nos alvéolos e di�culta o
potencial de respiração apresentando sintomas semelhantes a uma pneumonia
(MOREAU; SIQUEIRA, 2008).
Ocorre por exposição prolongada ao mercúrio e tem como principal órgão
acometido o cérebro. Devido a isso o paciente apresenta grandes alterações
neurológicas, tais como: tremores (principalmente nos membros superiores),
eretismo psíquico (irritabilidade, as alterações frequentes do humor, timidez
excessiva, insegurança, desânimo, insônia, perda de memória recente,
desatenção, di�culdade de concentração, melancolia e depressão), alterações
vasculares. O mercúrio pode acumular-se em diversos órgãos causando-lhes
danos e sintomatologias diversas (OGA, 2008).
c) Cádmio
Trata-se de um metal pesado muito utilizado na fabricação de pilhas e baterias.
Quando no ambiente pode desencadear uma contaminação quase que
permanente de elementos como a água e o solo, além dos animais que obtêm
sua nutrição desses meios, fato que pode contribuir para uma espéciede “cadeia
de intoxicação”, pois �ca retido nos tecidos dos animais, consumidores primários,
sendo transmitido na cadeia alimentar, além de uma contaminação ambiental
sistemática.
Como explicado no início do nosso capítulo, nossas células possuem diversas
enzimas que contribuem para seu funcionamento microscópico. Essas enzimas
se concentram em determinadas vias metabólicas que garantem que compostos
sejam produzidos ou degradados no interior das células. O que vai de�nir a
produção ou degradação de algum tipo de substância em nosso corpo é a
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disponibilidade dela no organismo para que possamos desenvolver nossas
funções (HENRY, 2008). Um exemplo prático: toda vez que nos alimentamos
aumentamos os nossos níveis de glicose no sangue, sendo assim, a tendência é
que ela seja consumida gerando energia (degradada) ou armazenada, produzindo
glicogênio (molécula de reserva energética (CHAMPE, 2006). Quem determinará
qual caminho seguir? A necessidade energética do momento!
O cádmio acumula-se no organismo durante anos e os danos provenientes de
seus acúmulos ocorrem devido ao bloqueio de várias atividades enzimáticas. O
cádmio pode ser acumulado em diversos órgãos, tendo como alvos principais: os
rins e pulmões. Portanto, os principais sintomas e consequências de sua
intoxicação são: en�semas, �brose pulmonar, glomerulonefrites e, além disso, é
um potencial elemento cancerígeno (OGA, 2008).
IRRITANTE E ASFIXIANTE
De acordo com os efeitos que causam no organismo, os gases podem ser
divididos em irritantes e as�xiantes, sendo o trato respiratório e as mucosas
(principalmente os olhos), os locais mais atingidos e que manifestam a maioria
dos sinais e sintomas de um processo de irritação e as�xia. Vale ressaltar que a
pele também pode manifestar sinais de irritação mediante a exposição a alguns
tipos de gases. Os efeitos da ação dos gases no organismo são diretamente
correlacionados com sua solubilidade em água. A água constitui
aproximadamente 70% das nossas células, sendo assim, podemos dizer que 70%
do nosso organismo é constituído por água. Quanto maior o potencial de
solubilidade de um determinado gás, maior serão seus efeitos perante o
organismo, pois seu processo de absorção será mais rápido. De uma maneira
geral, os gases com maior solubilidade acabam por manifestar seus efeitos e
sintomas nos olhos, pele e trato respiratório superior enquanto gases de
solubilidade menor têm seus sinais e sintomas manifestados principalmente no
trato respiratório inferior devido ao processo de absorção mais lento.
A as�xia é de�nida pela supressão de pulso ou da respiração, portanto todo e
qualquer mecanismo que impeça o adequado processo de inspiração de oxigênio
e expiração do gás carbônico resultante da respiração é considerado as�xiante.
Os gases exercem diferentes potenciais as�xiantes, os quais são diretamente
correlacionados com a sua concentração e o tempo de exposição em um
determinado ambiente (OGA, 2008).
Antes de entender os efeitos as�xiantes, há necessidade de entender o processo
�siológico da respiração. A hemoglobina é uma molécula proteica constituída de
4 cadeias proteicas, um anel de protopor�rina e vários átomos de ferro. Quando
respiramos há um processo de oxidação do ferro presente na hemoglobina e,
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isso faz com que ele seja levado até os tecidos pela corrente circulatória (local
onde encontram-se as hemácias). Ao chegar aos tecidos, encontra-se uma maior
concentração de gás carbônico (CO ) do que de oxigênio, o que acarreta na troca
gasosa. O oxigênio é deixado nos tecidos enquanto o gás carbônico é levado aos
alvéolos pulmonares para posterior liberação para o meio extracelular. Esse
processo de respiração faz com que o oxigênio seja disponibilizado e utilizado
pelas células para produção de energia e consequente equilíbrio orgânico
(HENRY, 2008).
2
Gases como cloro e seus derivados, ozônio, cianeto, amônia, dióxido de carbono,
monóxido de carbono e derivados do nitrogênio exercem ação as�xiante. Dentre
os citados, vale ressaltar a ação do monóxido de carbono que, embora conhecido
até mesmo pela população leiga, é responsável por diversos casos de morte,
inclusive em ambiente doméstico. Quantas vezes já acompanhamos em
reportagens que o indivíduo deixou o carro ligado na garagem de casa, dormiu e
foi encontrado morto? Automaticamente você deve perguntar: Por que ao sentir
os sintomas de intoxicação o indivíduo não se afastou do local?
O monóxido de carbono é um gás derivado da queima incompleta de
combustíveis orgânicos, comumente encontrado em siderurgias, incêndios e
motores automobilísticos. Tem uma a�nidade de ligação pela molécula de
hemoglobina muito maior do que o oxigênio (cerca de 200 vezes), devido a isso
tem um risco potencial de as�xia. Um ar contendo 0,1% de gás carbônico pode
ocasionar um processo de intoxicação grave, levando inclusive o indivíduo a óbito
por as�xia. Quando a exposição ao monóxido de carbono se dá em grandes
concentrações, este acaba por saturar grande parte da hemoglobina e queda do
potencial de oxigenação cerebral, fato que leva o indivíduo à inconsciência e
posterior óbito. Por estar dormindo, não percebe os primeiros sintomas
(náuseas, dores de cabeça, vômitos etc.) e entra em um estado inconsciente com
contínua inalação do gás que acaba em óbito. Embora com potencial de
gravidade, é importante ressaltar que a intoxicação pelo monóxido de carbono é
reversível desde que haja socorro em tempo hábil.
Como consequência da hipóxia queda do potencial de oxigenação tecidual, a
ligação do monóxido de carbono, a hemoglobina pode desencadear uma alcalose
sanguínea (aumento do pH sanguíneo) o que compromete o bom funcionamento
enzimático. Subsequente à hipóxia tecidual, desenvolve-se uma hipotensão
arterial que intensi�ca a di�culdade de oxigenação cerebral. Como mencionado
anteriormente é possível a recuperação do indivíduo intoxicado pelo monóxido
de carbono. Em alguns casos de recuperação dos sintomas agudos (imediatos),
ocorre uma nova manifestação dos sintomas de intoxicação e as�xia. Essa
reagudização ocorre porque o monóxido de carbono se liga a mioglobina
(proteína muscular) que tem um potencial de dissociação mais lento do que a
hemoglobina. Quando o monóxido de carbono se desprende da mioglobina,
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Responder
ganha a circulação e liga-se novamente à molécula de hemoglobina manifestando
os sintomas acima descritos.
Os gases com potencial irritante manifestam seus efeitos principalmente na
mucosa dos olhos, pele, mucosa nasal e pulmões. O processo de irritação é
intimamente ligado ao desencadeamento de um processo in�amatório. É difícil
encontrar entre os autores uma de�nição única de processo in�amatório, até
porque há conceitos farmacológicos, imunológicos, patológicos, vasculares,
celulares, em que cada especialidade foca em de�nir in�amação sobre sua ótica.
De qualquer forma descrevemos aqui um conceito que abrange, mesmo que
sucintamente, os vários aspectos. In�amação é toda e qualquer resposta do
organismo a uma lesão tecidual na tentativa de recuperar o tecido lesado. Para
que haja esse potencial de recuperação tecidual ocorrem alterações vasculares e
celulares de forma localizada. Tente enumerar os sintomas de uma in�amação
que você já teve. Importante: não confunda infecção com in�amação!
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Relate os sintomas observados por você em um processo in�amatório
que já sofreu:
A in�amação recebeu esse nome por caracterizar algo in�amável e quente. Com opassar do tempo e realização de estudos, a in�amação é sustentada por quatro
sinais cardinais: calor, edema, rubor e dor (BOGLIOLO, 2006). Não importa o
processo in�amatório que esteja ocorrendo, todos manifestarão esses sintomas.
Ao ocorrer um processo in�amatório, o local do organismo em que se manifesta
a in�amação exibe uma alteração vascular e celular intensa. O estímulo
in�amatório (elemento causador da in�amação) faz com que haja uma liberação
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de histamina por células locais denominadas de mastócitos. A histamina liberada
atuará na microcirculação local e causará uma vasodilatação (aumento do calibre
dos vasos), fato que contribuirá para um aumento do �uxo sanguíneo local e
consequente rubor (vermelhidão ocasionado pelo acúmulo de hemácias)
(BOGLIOLO, 2006). Por consequência da vasodilatação, há também aumento da
permeabilidade vascular, que promove o extravasamento do líquido presente no
interior dos vasos sanguíneos para os tecidos (edema tecidual). O aumento
vascular e da permeabilidade facilita a passagem de células de defesa circulantes
do interior do vaso sanguíneo para o tecido in�amado, fenômeno conhecido
como diapedese. A presença e a ativação de células nos tecidos originarão o calor
e a dor como consequência de sua ativação e do acúmulo no local, juntamente
com o líquido extravasado.
O contato com gases irritantes lesionará o tecido e isso será o desencadeador do
processo in�amatório local dando sinais de irritação. Quando esse processo
ocorre de forma descontrolada, principalmente nos alvéolos pulmonares, toda
positividade do processo in�amatório agora transforma-se em malefício,
principalmente pelo edema e pela produção de fármacos e demais proteínas que
comprometem as vias respiratórias e consequentemente o potencial de
respiração devido ao acúmulo de muco no local. Embora possa ser reversível,
dependendo do tempo de exposição e da concentração do gás que entrou em
contato, o indivíduo pode ir a óbito.
Tabela 1- Relação dos principais gases e suas ações no organismo
Nome do Gás Classi�cação Principais Sintomas
Uso
Comercial
Amônia Irritante
Edema agudo de Pulmão e
parada respiratória
Fertilizantes e
indústria
química
Formaldeído Irritante
In�amação da mucosa dos
olhos
Desinfetantes
Dióxido de
Enxofre
Irritante
Dores de cabeça,
bronquioconstrição e
cianose
Re�narias de
petróleo e
fundições
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Cloro Irritante Edema agudo dos pulmões
e parada
cardiorrespiratória
Indústria
têxtil e
corantes
Monóxido de
Carbono
As�xiante
Cefaléias, náuseas, vômitos
e alterações neurológicas e
coma
Queima
incompleta
de
combustíveis
fósseis.
Dióxido de
Carbono
As�xiante
Cefaléias, náuseas, vômitos
e alterações neurológicas e
coma
Queima de
combustíveis
fósseis
Cianetos As�xiante
Cefaléias, náuseas, vômitos
e alterações neurológicas e
coma
Inseticidas
Fonte: Os autores, 2013.
NARCÓTICOS
Gases e vapores narcóticos podem ser considerados como substâncias voláteis
utilizadas como solventes e combustíveis. Quando essas substâncias entram em
contato com o organismo, principalmente após inaladas, têm potencial efeito
anestésico. Dentre as substâncias mais conhecidas temos o clorofórmio, o éter
etílico, o benzeno, aldeídos e o próprio álcool etílico. Essas substâncias podem
ser nocivas não somente quando inaladas, mas também quando em contato
direto com a pele e/ou o trato digestório (MOREAU; SIQUEIRA, 2008).
Embora os diferentes narcóticos possam manifestar alguns sintomas particulares
quando em contato com o organismo, na grande maioria das vezes os sintomas
são muito parecidos.
Quando se tem uma baixa exposição aos narcóticos, observam-se cefaleias,
náuseas, vômitos, tonturas e excitações. Mediante o aumento do tempo de
exposição vários sistemas podem ser acometidos e os sintomas podem se
manifestar das mais diversas formas, tais como: alterações no ritmo respiratório
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tendendo para depressão pulmonar, arritmias cardíacas e bradicardia,
hepatotoxicidade, comprometimento do processo de �ltração renal (embora haja
controvérsias na literatura quanto às formas de ingestão/contato), atuação no
sistema nervoso central e consequente efeito narcótico. Devido aos efeitos
narcóticos e anestésicos, o éter e o clorofórmio foram utilizados em processos
cirúrgicos para obtenção da anestesia do paciente.
Vale ressaltar o potencial cancerígeno já comprovado para os elementos voláteis,
os quais estão diretamente ou indiretamente ligados ao desenvolvimento de
cânceres nos mais diversos órgãos.
Para �ndar este tópico frente aos possíveis danos ocasionados pelos mais
diversos elementos químicos, comentaremos sobre patologias pulmonares
devido à exposição ao carvão e a sílica.
A silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação de poeiras com sílica
que desenvolve danos pulmonares, reação in�amatória e consequente �brose
tecidual, o que acarreta na perda de função do órgão acometido com o passar do
tempo, podendo inclusive levar o indivíduo à morte (SMELTZER, 2011).
A debilidade pulmonar ocasionada pela exposição à sílica pode contribuir para a
ocorrência de outras patologias pulmonares, tais como: a tuberculose e até
mesmo contribuir para o desenvolvimento de neoplasias. Os trabalhados que são
mais expostos ao contato com a sílica são: mineradores, trabalhadores das
indústrias de cerâmicas e metalúrgicas, cavadores de poços, jateadores da
indústria de construção naval.
Outra patologia desenvolvida após a exposição à partícula de poeira é a
Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão. A inalação de partículas de carvão
faz com que elas �quem alojadas nos pulmões e desencadeie um processo
in�amatório local, semelhante ao que ocorre com a sílica.
RISCOS BIOLÓGICOS
Na tentativa de fazer com que você leitor entenda o quanto é importante
enumerar e esclarecer os riscos biológicos faz-se o questionamento abaixo:
Como você se defenderia daquilo que não vê? Como você se defenderia
daquilo que não sente?
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Quando relatamos sobre agentes físicos e químicos, descrevemos uma série de
exemplos e situações que agora certamente você tem conhecimento para
perceber a nocividade de elementos físicos e químicos. A exposição ao frio, ao
ruído, ao calor, aos gases, aos metais pesados etc, são todas situações que você
conseguiria caracterizar a exposição. Agora, como saber se ao visitar um amigo
internado no ambiente hospitalar você sairia de lá contaminado ou não? Como
saber se ao se perfurar com uma agulha você seria contaminado?
Descrever e exempli�car os riscos biológicos é tratar sobre vírus, bactérias,
protozoários, fungos e bacilos que podem ser extremamente nocivos à saúde
humana. Embora encontremos os microrganismos em vários tipos de ambiente,
é evidente que pro�ssionais da saúde estejam expostos a um nível de
periculosidade muito maior quando comparados a trabalhadores que não sejam
da área da saúde. Isso faz com que medidas preventivas frente aos riscos
biológicos sejam aplicadas aos setores hospitalares humanos e veterinários,
clínicas, ambulatórios, laboratórios e empresas coletoras de resíduos infectantes
com muito mais vigor.
Agentes biológicos recebem essa denominação por abrangerem partículas ou
seres vivos capazes de transmitir doenças. Considera-se risco biológico
microrganismos modi�cados ou não geneticamente, vírus, culturas de células,parasitas, toxinas e príons. O SUS (Sistema Único de Saúde), mediante Lei 8080 de
19 de setembro de 1990, contempla não somente um conjunto de medidas para
prevenção da saúde do trabalhador, como também prevê ações que auxiliem no
tratamento e na recuperação do indivíduo. É importante deixar claro que o
acidente de trabalho é proveniente de todo e qualquer acidente ocorrido
mediante o exercício de uma determinada função, o qual pode acarretar na
perda momentânea ou permanente da capacidade de desenvolver suas
atividades laborais, ou até mesmo a morte do indivíduo. Segundo o Centers for
disease control and prevention (CDC), estima-se que ocorram mais de 300 mil
acidentes por ano com materiais perfurocortantes nos hospitais americanos, os
quais podem promover a transmissão de patologias sérias, como a transmissão
do HIV. O Brasil ainda carece de dados que permitam análises semelhantes com
veracidade. (Valim, 2011). Dentre as transmissões biológicas mais sérias
destacam-se as hepatites B e C, sendo a do tipo B com maior probabilidade de
transmissão após um acidente perfurocortante (6%), seguido da hepatite C (2%) e
HIV (0,3%) (MARZIALE; E RODRIGUES, 2002).
A atenção frente à saúde do trabalhador, no que tange aos riscos biológicos de
exposição, deve compreender ações conjuntas entre vigilância sanitária e
epidemiológica de forma que possam se transformar em ações com maior
efetividade na redução dos riscos e exposições ocupacionais.
Capítulo 2 
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Para classi�cação dos níveis de risco biológico dos agentes transmissores são
levados em consideração os seguintes aspectos: virulência, modo de
transmissão, estabilidade, concentração e volume, origem do agente biológico
potencialmente patogênico, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes,
disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e os fatores
referentes ao trabalhador. Para o Ministério do Trabalho, riscos biológicos
compreendem exposições a riscos biológicos: microrganismos geneticamente
modi�cados ou não, cultura de células, parasitas, toxinas e príons (BRASIL, 2008).
Sendo assim, os agentes biológicos que causam algum risco à saúde humana são
classi�cados da seguinte maneira:
Classe de risco 1: Abrangem microrganismo com baixo risco individual e coletivo
com pouca ou nenhuma chance de causar danos à saúde humana ou animal.
Exemplos: Lactobacillossp.
Classe de risco 2: Abrangem microrganismos com moderado risco individual e
baixo risco coletivo com chances de causar danos à saúde humana ou animal,
porém com medidas pro�láticas e terapêuticas e�cazes. Exemplos: Escherichia
coli, Shistossoma mansoni, Leptospirainterrogans, Staphylococcus aureus, entre
outros.
Classe de risco 3: Abrangem microrganismos com alto risco individual e
moderado risco coletivo com chances de causar danos à saúde humana ou
animal que podem ser letais. Exemplos: Bacillusanthracis, Clostridium botulinum,
M. tuberculosis, vírus HIV entre outros.
Classe de risco 4: Abrangem microrganismos com alto risco individual e coletivo
com chances de causar danos à saúde humana ou animal que podem ser letais e
que não tenham medidas pro�láticas e terapêuticas e�cientes. Exemplos: vírus
Ebola.
SINTOMATOLOGIA E PATOGENIA DO HIV
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Antes de comentar sobre o HIV propriamente dito é de suma importância
que façamos uma breve de�nição do que é um vírus. Você conseguiria
descrever?
Capítulo 2 
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Responder
Basicamente os seres vivos podem ser classi�cados em procariotos (não
possuem um ambiente celular organizado) e eucariotos (possuem ambiente
celular organizado). Os vírus não se encaixam nessas de�nições, pois se trata de
uma estrutura sem metabolismo próprio, ou seja, ele precisa penetrar em uma
célula e utilizar de sua maquinaria metabólica (enzimas) para conseguir se
desenvolver e multiplicar. Por isso, os vírus são caracterizados como patógenos
intracelulares obrigatórios (ALBERTS, 2006).
Devido a toda essa necessidade de um ambiente celular para se desenvolver, a
grande maioria dos vírus não sobrevive por muito tempo no ambiente e
necessitam de uma rápida transmissão para que consigam sua sobrevida e
multiplicação (ALBERTS, 2006).
Quando retornamos aos registros históricos, podemos dizer que a AIDS surgiu
devido a acidentes de trabalho. No início de século XX africanos com o hábito de
caçar macaco para sua alimentação entravam em contato com um vírus
denominado SIV (Vírus da Imunode�ciência Símia). Esse contato se dava
principalmente no momento da limpeza desses animais pelo contato direto com
o sangue da presa. Mediante inúmeros contatos com o organismo humano esse
vírus sofreu algumas pequenas mutações e deu origem ao HIV (Vírus da
Imunode�ciência Humana). O homem passa a apresentar sintomas de
imunode�ciências e muitas mortes ocorreram sem ao menos ter alguma
descon�ança do mal que sofriam.
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Que tal uma pesquisa para diferenciarmos epidemia de pandemia?
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Responder
No início dos anos 1980 os sintomas causados pelo HIV ultrapassam várias
barreiras continentais e se alastraram pelo mundo. Por volta de 1983 o HIV foi
caracterizado como o vírus responsável por aquela sintomatologia apresentada
por várias pessoas. No início ele foi caracterizado com um câncer homossexual,
pois as pessoas que adquiriam os sintomas da doença pertenciam a esse grupo
de pessoas. Tudo isso porque ainda não se sabia do seu potencial de transmissão
via sexual, situação comprovada poucos anos mais tarde.
Sendo assim, a AIDS (Síndrome da Imunode�ciência Humana) corresponde a
sintomatologias diversas que são ocasionadas pelo vírus HIV podendo ser
transmitida via sexual ou pelo contato com �uídos corpóreos (KUMAR; FAUSTO;
ABBAS, 2005).
Quando analisamos o desenvolvimento viral conseguimos estabelecer que para
cada tipo de vírus há uma área especí�ca do organismo que será acometida. O
vírus da Caxumba infecta as células da glândula parótida, o vírus da hepatite
infecta o fígado, o vírus da gripe atacam as vias respiratórias e o vírus HIV infecta
e destrói os linfócitos T. Os linfócitos T são um tipo de glóbulo branco que
possuem a capacidade de organizar e coordenar as respostas imunológicas.
Sendo assim, quando há uma infecção pelo HIV nossas defesas �cam
comprometidas e acabamos por desenvolver infecções recorrentes para outros
tipos de patógenos (BOGLIOLO, 2006).
O vírus HIV tem como principais vias de infecção a exposição percutânea, as
mucosas e a transmissão congênita. Do ponto de vista ocupacional, a exposição
percutânea apresenta um risco e uma possibilidade de infecção maior do que a
via mucosa. Segundo pesquisas realizadas nos Estados Unidos estima-se que
ocorra mais de 300.000 casos de acidentes com perfucortantes por ano. Dentre
as ocupações estudadas, os pro�ssionais de enfermagem apresentaram o grupo
de maior risco (VALIM, 2011).
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Vale ressaltar que o potencial de infecção do HIV frente a um acidente de
trabalho irá ser diretamente proporcional a carga viral do sangue contaminante e
a condição imunológica do indivíduo que sofreu o acidente. Após um acidente
com material perfucortante, se faz necessário o uso de medicação pro�lática
(coquetel anti-HIV) horas depois do acidente ocorrido. Pesquisas demonstram
que a chance de transmissão do HIV após acidente ocupacional varia entre 01 e
0,5%(VALIM, 2011).
SINTOMATOLOGIA E PATOGENIA DAS HEPATITES VIRAIS
Atualmente são conhecidos e descritos sete tipos diferentes de vírus causadores
de hepatites os quais são denominados A, B, C, D, E, F e G. Embora todos tenham
como característica a infecção e destruição dos hepatócitos (células do fígado), a
agressividade e o potencial de ataque variam de acordo com o tipo viral. Dentre
os citados, as hepatites A e E não podem ser creditados como riscos
ocupacionais, uma vez que são transmitidos pela ingestão de água e alimentos
contaminados. Os vírus B, C e D são transmitidos via líquidos corpóreos
(principalmente o sangue) e representam um risco ocupacional eminentes aos
pro�ssionais de saúde (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2005.
Os vírus F e G ainda estão no início dos estudos e processos de
identi�cação. Sendo assim, não serão abordados neste capítulo, embora
haja evidência do seu potencial de transmissão semelhante aos vírus B, C e
D.
ATIVIDADE DE ESTUDOS: 
1) Caso você fosse instigado a dizer qual o principal órgão do sistema
cardiovascular, você certamente diria coração. Se perguntássemos sobre o
principal órgão do sistema nervoso, você sem pensar responderia que é o
cérebro. Quando questionado sobre o principal órgão do sistema
respiratório de imediato responderia pulmão. Agora se questionássemos
qual a principal função do fígado, o que você responderia? Comente:
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Responder
O fígado é o nosso principal órgão metabólico. Tudo aquilo que ingerimos precisa
ser metabolizado, transformado para posterior utilização pelo organismo ou para
permitir sua excreção caso não necessitemos mais. Um antibiótico que tomamos,
um alimento que ingerimos, uma intoxicação que sofremos, todas essas
substâncias são metabolizadas no fígado na tentativa de permitir uma melhor
absorção ou uma melhor capacidade de excreção e não toxicidade ao organismo.
Portanto, se o fígado sofre algum dano, teremos nosso sistema metabólico
prejudicado.
Dentre todos os processos citados acima, certamente a produção e degradação
de proteínas é uma das principais funções realizadas pelo fígado. Os hepatócitos
são células que possuem uma grande quantidade e diversidade de enzimas
responsáveis por garantir o funcionamento de várias vias metabólicas (CHAMPE,
2006).
Além do potencial de atuação frente ao metabolismo das proteínas, o fígado é o
órgão responsável pela produção da bile. A produção de bile é uma das formas
que possuímos de excretar derivados de nitrogênio, os quais são tóxicos para o
organismo, por exemplo, a amônia. A bile é formada mediante a atuação de
enzimas hepáticas para transformação de bilirrubina (composto produzido
mediante a destruição de hemácias velhas) e tem uma importante função
digestiva, principalmente quando ingerimos alimentos ricos em gordura.
Sabendo que o fígado tem uma importante função na produção de proteínas
(principalmente albumina plasmática), excreção de nitrogênio e produção de bile,
quando temos uma infecção e destruição das células hepáticas os principais
sintomas são: queda das proteínas plasmáticas e consequente acúmulo de
líquidos nos tecidos (casos mais graves), intoxicação e distúrbios neurológicos
(casos extremos), pele amarelada e desconfortos digestivos (sintomas iniciais)
(HENRY, 2008).
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Capítulo 1  Capítulo 3
Além do contato direto com �uidos corpóreos, os vírus das hepatites B, C e D
podem ser transmitidos via sexual, quando sem o uso do preservativo e acarreta
os mesmos danos de quando transmitido por via sanguínea. Portanto, não
somente a exposição ao sangue tem potencial de transmissão, mas a exposição a
outros tipos de materiais biológicos como o sêmen podem propiciar a
transmissão (BOGLIOLO, 2006).
Os acidentes de trabalho, principalmente com perfurocortantes ou contato
direto com mucosas (principalmente região ocular e bucal) fazem com que as
partículas virais alcancem nossa corrente sanguínea e consequentemente
atinjam o fígado. Como dito anteriormente, os vírus são patógenos intracelulares
obrigatórios e terão a necessidade de penetrar nas células hepáticas para seu
desenvolvimento. Sempre que houver multiplicação viral, haverá destruição de
células hepáticas e por consequência extravasamento da bile (pele amarelada) e
diminuição da produção de proteínas plasmáticas (BOGLIOLO, 2006).
Quando falamos nos aspectos preventivos das hepatites, a Hepatite do tipo B é a
única que possui vacinação, portanto essa deve estar em dia para todos os
trabalhadores da área da saúde. As hepatites C e D não possuem vacina e o seu
tratamento ainda carece de melhorias. Por não ter um tratamento e�caz, uma vez
infectado por uma hepatite C, o indivíduo permanece com o vírus por toda vida,
tendo períodos de melhorias e recaídas. Para alguns casos é indicado o
transplante de fígado, porém esse nem sempre tem o potencial de resolução.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo procuramos classi�car os riscos pertinentes a um ambiente de
trabalho, assim como descrever as patologias humanas decorrentes da
exposição a estes riscos.
Vimos que, independente do trabalho desenvolvido, estamos sempre expostos a
riscos provenientes de nossas atividades diárias os quais são variáveis de acordo
com o tipo de função que exercemos. É praticamente impossível trabalharmos
sem algum tipo de exposição, sendo assim, reconhecer os riscos e aplicar as
medidas preventivas, tornam-se procedimentos importantes para manter a
saúde individual e coletiva do ambiente de trabalho em que se insere.
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Sabino Scipiecz
Capítulo 2 