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Aluno: Caroline Tavares Matrícula: 2521371 Disciplina: Direito Processual Civil I - Conhecimento Curso: Direito Turma: 0353 Professora: Maisa Merizio Nota:_________ FOLHA DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM (AV1 – vale até 10,0) ESTUDO DE CASOS Estudo 1 Karina, empresária de sucesso na cidade de Blumenau/SC, faleceu inesperadamente em abril de 2020, vítima do contágio do Coronavírus (Covid19). Depois de dois meses do falecimento de Karina, sem que nenhum de seus filhos, herdeiros legítimos, tenham iniciado o procedimento de inventário e partilha, o juiz da Vara de Família da Comarca onde residia a falecida inicia, de ofício, o dito procedimento. Tomando por base as disposições constantes do Código de Processo Civil, o juiz agiu acertadamente? Houve violação à princípios e normas do dispositivo legal? Fundamente sua resposta. Resposta: O juiz não agiu de forma correta, pois violou o princípio da inércia ao atuar sem a expressa vontade das partes. O referido princípio encontra-se positivado no artigo 2° do código de processo civil: “Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” Consequentemente, o comportamento do juiz também contraria o estabelecido no art. 141: “Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.” Novamente: as partes não manifestaram vontade, não impuseram limites para o juiz decidir o mérito. Logo, este não deveria iniciar o procedimento do inventário. Além disso, o artigo 615 do CPC enuncia que: “Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art611 Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.” Portanto, é incontestável que compete aos filhos de Karina requerer o inventário e a partilha dos bens, e só depois de provocado o poder judiciário poderá dar andamento ao processo. Estudo 2 Ana Clara e Henrique envolveram-se em uma colisão no trânsito com seus respectivos veículos na cidade de Itajaí/SC. Como eles não chegaram a um acordo extrajudicialmente, Ana Clara decidiu ingressar com ação judicial de reparação de danos contra Henrique. Conforme o Código de Processo Civil, o qual o foro competente para processar e julgar a referida ação? A competência é da Justiça Estadual ou Federal? Fundamente sua resposta. Resposta: De acordo com o estabelecido no art 53, inciso V do CPC: “Art. 53. É competente o foro: (...) V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.” Deste modo, os foros competentes são: O da cidade de Itajaí/SC - local onde ocorreu o fato Da cidade onde Ana Clara está domiciliada. Quanto à competência: O caso em questão não está incluso na competência das justiças eleitoral, trabalhista e militar. Do mesmo modo, também não é federal, pois não está de acordo com o exposto no art.109 da constituição federali. Logo, a competência é estadual, pois esta possui competência residual. Estudo 3 Em meados de 2016, uma empresa de consultoria de marketing brasileira com sede em Florianópolis/SC assina, na cidade de Nova Iorque, EUA, contrato de prestação de serviços com uma empresa americana. As contratantes elegem o foro da comarca de Florianópolis/SC para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. Quatro anos depois da assinatura do contrato, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no instrumento e não conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de marketing brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina para rescindir o contrato. Analise a situação e resposta: O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide? Qual será o foro de competência da ação? Resposta: O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, por que as partes, ao elegerem o foro estabelecido no contrato, concordaram expressamente em se submeter à jurisdição brasileira, de acordo com o proferido pelo Art. 22 da constituição federal: “Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: (...) III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.” Deste modo, o foro será o estipulado no contrato: Florianópolis/SC Estudo 4 Daniel, estudante de direito, civilmente capaz, firmou contrato de compra e venda de seu carro no dia 10/03/2020, com Pedro, professor de inglês, civilmente capaz. No contrato ficou acordado que Pedro pagaria o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) pela aquisição do automóvel, e que efetuaria o pagamento em dez parcelas de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) cada, ambas com vencimento no dia 10 de cada mês. A primeira parcela ficou com o vencimento estipulado para o dia 10/04/2020. Ocorre que Daniel foi fazer um intercâmbio na Irlanda e pediu que sua irmã Bruna recebesse os valores das parcelas de Pedro. Em meados de julho de 2020 Pedro parou de efetuar o pagamento das parcelas, não respondendo as cobranças extrajudiciais efetuadas por Bruna, a qual procurou um advogado para interpor ação de cobrança dos referidos valores. O advogado ajuizou a ação em nome de Bruna, entretanto, ao receber o pedido, o magistrado julgou extinta a ação sem resolução do mérito. Analise o caso em destaque e responda: O juiz agiu corretamente? Justifique sua resposta de acordo com as normas processuais civis. Resposta: O juiz agiu corretamente, nos termos dos arts 17, 18 e 485 do código civil: “Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...) VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual” O advogado deveria ter ajuizado a ação em nome de Daniel, pois ele é parte legítima do processo. Apesar da Bruna ter permissão verbal dele para receber o dinheiro, esta não pode cobrar o Réu inadimplente, visto que não é o nome dela que consta no contrato de compra e venda. Logo, Bruna não possui legitimidade. Estudo 5 Cleide é professora universitária, domiciliada em Blumenau/SC, recebeu a informação de que um imóvel de sua propriedade, um sítio, situado em Lages/SC, havia sido invadido pelo ex-namorado, Paulo, funcionário público domiciliado em Capão Alto/SC. Apurada a veracidade da notícia, Cleide procurou um advogado e propôs ação de reintegração de posse em face do invasor Paulo, tendo o advogado distribuído a sua petição inicial na Comarca de Blumenau/SC. Analisando o caso em destaque resposta: O advogado agiu corretamente? Qual o foro competente para processar a referida ação? Se trata de hipótese de competência absoluta ou relativa? A competência é da Justiça Estadual ou Federal? Resposta: O advogado não agiu corretamente, visto que, por se tratar de ação fundada em direito real sobre imóvel, o foro competente é aquele onde o dito imóvel está localizado, conforme estipulado pelo art. 47 do Código de Processo Civil. Veja-se: Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. Assim, é inegável que o foro competente é o da cidade de Lages/SC. O referido artigo também determina, em seu parágrafo segundo, que a competênciaé absoluta: § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. A competência será estadual, pois não se trata de ação eleitoral, trabalhista ou militar, assim como não diz respeito aos temas tratados no art 109 da constituição federal. i Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
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