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Introdução ao Direito Civil

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DIREITO CIVIL E INTRODUÇÃO AO PROCESSO CIVIL 
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NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL ..................................................... 3 
1.1 Maioridade e capacidade. ........................................................... 3 
1.2 Proteção ao corpo. ..................................................................... 3 
1.3 Estado de perigo. ........................................................................ 4 
1.4 Fiança. ........................................................................................ 4 
2. DIREITO. ............................................................................................. 4 
2.1. Noções propedêuticas. .............................................................. 4 
2.2. Direito Público e Direito Privado. ............................................. 11 
2.3. Direito Comparado. .................................................................. 15 
3. DIREITO CIVIL. ................................................................................. 16 
3.1. Interpretação das normas jurídicas. ......................................... 17 
3.2. A eficácia da lei no tempo e no espaço. .................................. 18 
3.3. Domicílio e residência. ............................................................. 18 
3.4. Negócio jurídico. ...................................................................... 18 
3.5. Teoria da imprevisão. .............................................................. 19 
3.6. Prescrição e decadência. ........................................................ 19 
4. PROCESSO CIVIL............................................................................. 20 
5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL: 
ASPECTOS RELEVANTES ............................................................................. 21 
5.1 Evolução do Código de Processo Civil ..................................... 23 
6. DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................... 24 
6.1 Garantia Constitucional à Efetividade Processual .................... 28 
7. CONCLUSÃO .................................................................................... 32 
8. REFERÊNCIA .................................................................................... 36 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL 
O estudioso do direito civil deve ter em mente a sua importância da vida 
em sociedade. Isto porque é ele mesmo, importante ramo da ciência do direito e 
do direito positivo, que regulará a vida dos cidadãos comuns nas suas relações 
jurídicas recíprocas. 
Recentemente foi aprovado, finalmente, o novo Código Civil Brasileiro, em 
substituição do anterior vigente desde 1917. O novo Código Civil trouxe 
importantes modificações. Muitas delas, entretanto, já foram tratadas em leis 
esparsas anteriores. São 2045 artigos (2046 originalmente) que tratam dos mais 
diferentes temas a respeito do dia a dia das pessoas. 
1.1 Maioridade e capacidade. 
A personalidade civil da pessoa natural surge e desaparece, 
respectivamente, com o nascimento e a morte. O primeiro tema foi a maioridade 
e capacidade. A partir de agora, aos 18 anos de idade completos, o jovem já 
pode exercer todos os atos da vida civil. O antigo pátrio poder, agora chamado 
poder familiar, desaparecerá com as suas obrigações decorrentes. Cessa a 
incapacidade para os menores pelo casamento. 
1.2 Proteção ao corpo. 
Atualmente é proibido o ato de dispor do próprio corpo se atingir a 
integridade física ou contrariar os bons costumes, salvo quando se tratar de 
exigência médica ou de transplante. Resta proibida a comercialização de órgãos 
do corpo humano. Os direitos da personalidade são aqueles essenciais à 
proteção da personalidade, enquanto conjunto de caracteres próprios da pessoa, 
e são propostos para a defesa eficaz da pessoa humana em todos seus 
atributos, de forma a proteger e assegurar sua dignidade. Dessa forma, no 
tocante à integridade física e ao direito ao próprio corpo, o Código Civil 
estabelece que ninguém será constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico. 
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1.3 Estado de perigo. 
É anulável o negócio jurídico celebrado em resultado de estado de perigo, 
ou seja, quando alguém assumir obrigação excessivamente onerosa 
pressionado pela necessidade de salvar a si próprio ou a outra pessoa de algum 
grave dano que seja conhecido pela outra parte. 
1.4 Fiança. 
O fiador poderá desobrigar-se da fiança que prestar sem limitação do 
tempo, depois de decorrido o prazo de 60 (sessenta) dias contados da mera 
notificação do credor. Antes tal possibilidade não existia sem a concordância da 
outra parte. 
 
2. DIREITO. 
2.1. Noções propedêuticas. 
A vida em grupo requer regras. Viver isoladamente de outros indivíduos 
da mesma espécie seria tarefa quase impossível, além de efêmera, haja vista a 
necessidade quase absoluta de dois elementos de sexos distintos para a 
reprodução. 
Os mais remotos estudiosos do direito já na Roma Antiga eram assentes 
em defender as máximas segundo as quais onde houver sociedade, aí haverá o 
direito e, ao mesmo tempo, onde se encontrar o direito, aí estará a sociedade. 
Direito. 
Por direito podemos entender vários e diferentes significados. Seria difícil, 
mesmo, dizer em poucas palavras um só ou seu significado verdadeiro. No 
entanto, diferentes abordagens a respeito do significado do vocábulo "direito" 
podem ser trazidas ao presente texto. 
Adjetivo 
A primeira análise semântica do termo traz o clássico significado de algo 
que é reto ou que segue em linha reta o que é estabelecido segundo dada forma 
de ordenação. A sua utilização na vida cotidiana é muito comum. Qualquer 
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pessoa entende o significado de alguém que diz que algo é o seu direito, e, 
portanto, é obrigada a respeitá-lo. Também podemos falar que alguém não está 
com o direito quando suas ações não estão em conformidade com as leis em 
vigor naquela sociedade. 
Os dicionários da língua portuguesa expressam que o adjetivo "direito" 
passou a fazer parte da mesma no ano de 1277 d.C. Em seu primeiro significado 
encontramos que direito é aquilo que segue a lei e os bons costumes, é a pessoa 
justa, correta, honesta. Também é direito aquilo que está de acordo com o senso 
comum, com as normas morais e éticas aceitas pelas pessoas. É aquilo que é 
certo, correto e justo. 
Direita é a pessoa dotada de um comportamento impecável, de uma 
conduta irrepreensível, impecável. Aquilo que não contém erros também é 
direito, é certo, é correto. Ou ainda, com aparência, arrumação, aquilo que é 
adequado e acertado. 
Uma pessoa direita é uma pessoa leal, sincera e honesta. 
Aquiloque é vertical, aprumado, empertigado, também é direito. Podemos 
lembrar as ocasiões em que aconselhamos alguém a não se curvar, a ficar 
direito. O lado do corpo humano oposto ao coração também é o lado direito. 
Direito, por metonímia, é a pessoa destra, ou seja, mais hábil com a mão direita 
ao escrever, comer, etc… 
Direito é aquilo que é justo, correto e bom. Também podemos entender 
como direito aquilo que é facultado a uma pessoa individualmente ou a um grupo 
de pessoas por força de leis ou costumes. Uma prerrogativa legal também é um 
direito. Isto sem nos esquecermos de que prerrogativa legal significa justamente 
um direito. Um direito é um privilégio, uma regalia, uma autorização legal para 
determinada atividade. 
O direito também é um conjunto de normas de vida em sociedade que 
visam a expressar e concretizar um ideal de justiça, traçando as fronteiras 
daquilo que está ou não em conformidade com as leis. Direito também é a ciência 
que tem por objeto o estudo das regras que disciplinam a convivência social. É 
a jurisprudência. Direito é o conjunto de normas vigentes em um país. O direito 
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brasileiro e o direito argentino são dois bons exemplos. Direito é o conjunto de 
cursos e disciplinas que constituem o curso superior que prepara profissionais 
da lei. 
Advérbio 
Já o advérbio direito significa aquilo feito da maneira esperada, 
devidamente, bem. Ou ainda, honestamente, honradamente, segundo os 
princípios da moral. Também será direito aquilo realizado educadamente, 
atenciosamente, sem desvios, reto, direto ou com boa postura física. O direito a 
alimentos é a prerrogativa de alguém a receber uma soma de dinheiro 
mensalmente para assegurar a sua subsistência. 
Direito adjetivo é aquele conjunto de normas legais que disciplinam o 
processo que rege os atos judiciários. É o direito a postular na justiça o 
cumprimento de uma regra substantiva, de um direito pessoal. Direito adquirido 
é o que está incorporado ao patrimônio de um indivíduo por foca de lei, 
irreversivelmente. 
Direito administrativo é o conjunto de princípios e normas jurídicas que 
regulam o funcionamento das atividades do Estado, determinam a organização 
dos serviços públicos e o relacionamento da administração com os cidadãos. 
Direito aéreo é o conjunto de princípios que regulam o uso do espaço 
aéreo sobre o território de um Estado, preservando a sua soberania, e o uso do 
espaço aéreo comum em alto-mar ou em território fora de qualquer jurisdição. 
Já o direito aeronáutico pode ser concebido como a parte do direito aéreo que 
regula o transporte em aeronaves e o seu tráfego. Direito agrário, por sua vez, é 
o ramo do direito que disciplina os direitos sobre a terra e seu uso fora dos 
domínios das cidades. 
Direito assistencial seria o sinônimo de direito previdenciário, ou seja, o 
conjunto de princípios e normas que estabeleceriam as condições de 
sobrevivência daquelas pessoas que não possuem mais condições físicas de 
trabalharem em virtude da idade ou de doenças incapacitantes. É a legislação 
específica que rege a saúde, a assistência e a previdência social. 
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Já o direito autoral é aquele direito exclusivo do autor, compositor ou editor 
de imprimir, reproduzir ou vender obra literária, científica ou artística. Ou ainda, 
é o direito que tem o autor da obra literária, científica ou artística, de ter o seu 
nome nas suas produções. 
Direito cambial ou direito cambiário é o conjunto de normas que 
disciplinarão as operações cambiais. 
Direito canônico é o conjunto de preceitos que regem a estrutura da igreja 
católica apostólica romana, bem como as relações entre os seus fiéis. 
Por direito civil entendemos as leis e os princípios que regerão as relações 
de ordem privada ou particular entre os indivíduos, os aspectos que têm relação 
com as pessoas, bens, direitos e obrigações decorrentes. 
Direito comercial é o ramo do direito privado que estabelece limites legais 
às relações e transações mercantis, além de determinar quais são os direitos e 
as obrigações daqueles que exercem o comércio, indústria ou transportes. 
Importante ramo do direito, o direito constitucional é o conjunto de 
preceitos e leis que definem a organização do Estado e os limites dos direitos 
dos governantes. 
Por direito consuetudinário entende-se conjunto de normas não escritas, 
nascidas dos costumes tradicionais de um povo e nele arraigadas; é o direito 
costumeiro. O direito costumeiro será, assim, o direito consuetudinário. 
Direito de arena é o direito que garantirá a remuneração pelo uso da 
imagem, para objetivos lícitos, em atividades públicas inerentes a certas 
profissões. É o caso dos artistas da televisão e dos atletas. Direito de greve será 
o dispositivo da constituição que assegurará a certas categorias de 
trabalhadores o direito de fazer greve objetivando o respeito aos seus direitos ou 
a conquistas entendidas como justas. 
O direito de habitação será a concessão a alguém do direito de habitar ou 
residir gratuitamente em imóvel alheio. O direito de imagem será aquele que 
protegerá o cidadão contra o uso indevido de sua imagem. Por meio do direito 
de imagem, o indivíduo pode selecionar o modo e a ocasião em que sua imagem 
será divulgada nos meios de comunicação. 
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O direito de resposta é aquele que assegura ao ofendido a prerrogativa 
de dar resposta à ofensa recebida, usando o mesmo veículo de comunicação 
em massa. Direito de sangue é o direito adquirido em virtude do nascimento. 
Direito divino é o direito que se acredita ser proveniente de Deus. 
Já o direito do trabalho será o conjunto de normas jurídicas reguladoras 
das relações de trabalho nas ordens pública e privada entre empregadores e 
empregados. 
Direito imobiliário é o direito predial. Já o direito predial é o conjunto de 
normas a respeito das relações jurídicas relativas à propriedade imobiliária. 
Por sua vez, o direito natural é o conjunto de princípios regras e 
prescrições formuladas por uma Razão que ambiciona estar além da 
circunstancialidade histórica na determinação de uma ordem jurídica condizente 
com a natureza humana fundamental. É o jusnaturalismo que separou os 
princípios jurídicos estabelecidos da tradição religiosa. 
O direito normativo é sinônimo de direito objetivo. Objetivo é o direito 
formado por conjunto de leis em vigor numa ordem jurídica determinada e que 
estabelece e rege as relações entre os indivíduos daquela sociedade.O direito 
penal é a parte do direito que define os crimes e estabelece as penalidades 
cabíveis. É, conforme o professor da UFMG, Jair Leonardo Lopes, o ramo do 
direito que estabelece normas para a defesa dos valores mais fundamentais da 
vida humana. Tais valores seriam a própria vida, a integridade física, o 
patrimônio, honra, o sentimento religioso, dentre outros. 
O direito personalíssimo é aquele inalienável e intransferível da pessoa 
humana. O direito positivo é o conjunto de leis e normas objetivas obrigatórias, 
cujo cumprimento é garantido pelo Estado, por meio de seus órgãos coercitivos. 
Direito público subjetivo é o direito que os cidadãos possuem por força 
constitucional contra a ação do estado. É o que dicionário Houaiss entende como 
sendo a faculdade, assegurada a qualquer pessoa de visar a realizar algo e a 
reagir até onde o seu direito não atinja o de outrem. 
Direito romano é o conjunto de normas jurídicas criadas pelos romanos, 
desde o nascimento de Roma até sua queda no Século VI. Direito sagrado é o 
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direito intocável, legítimo, incontestável. Por direitos civis pode-se entender o 
conjunto de direitos comuns a todos os indivíduos juridicamente capazes, no 
âmbito do direito privado. 
Direitos conexos são os direitos que asseguram aos artistas, intérpretes, 
executantes, órgãos de radiodifusão e produtores fonográficos os mesmos 
poderes estabelecidos pelo direito autoral, sobre a execução em público de suasinterpretações e produções. Direitos de estola são as contribuições pagas pelos 
paroquianos aos vigários de cada igreja. 
A expressão "direitos do homem" engloba aqueles direitos inerentes ao 
ser humano como ser social, independentes de sua raça, sexo, idade e religião. 
São os direitos humanos. São as reivindicações de liberdade e igualdade já 
presentes na Declaração de Independência dos EUA, de 1776. 
A expressão Direitos do Homem e do Cidadão quer dizer o conjunto de 
prerrogativas universais aprovadas pela Assembleia Geral da Organização das 
Nações Unidas (ONU) em 1948. Nela são estabelecidos os direitos mais 
importantes da pessoa humana. Os direitos humanos podem ser compreendidos 
como os direitos do homem, expressão que englobaria mulheres e crianças, 
obviamente. Pela expressão direitos e deveres compreende-se as normas 
aceitas para assegurar a convivências de grupos sociais que estabelecem os 
direitos e as obrigações dos indivíduos. 
Direitos políticos são o conjunto dos direitos próprios do cidadão, como o 
de eleger e ser eleito. Direito subjetivo é a prerrogativa de alguém invocar o 
direito positivo a seu favor. O direito substantivo é o que define e rege as relações 
entre os indivíduos dentro de um grupo social. 
Por direito tributário podemos entender o conjunto de normas e princípios 
que regulam as relações de tributação entre o fisco e os indivíduos, pessoas 
físicas ou jurídicas. 
Direito urbanístico significa o conjunto de normas jurídicas reguladoras da 
utilização dos espaços urbanos. A expressão a quem de direito quer dizer aquele 
a quem cabe alguma coisa por lei. 
 
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Justiça. 
A palavra justiça foi aceita na língua portuguesa a partir do século XIII. O 
seu significado é de caráter, ou de algo que está em conformidade com o que é 
direito, com o que é justo. Justiça também expressa uma maneira pessoal de 
perceber e avaliar aquilo que é direito, que é justo. 
Por justiça também podemos entender um princípio moral pelo qual o 
respeito ao direito é observado. Também é justiça o reconhecimento o 
reconhecimento do mérito de alguém ou de algo. A justiça também expressa a 
conformidade dos fatos com o direito. Justiça é o poder de fazer valer o direito 
de alguém ou de cada um. 
Justiça também é o conjunto de órgãos que compõem o Poder Judiciário 
de um país. Dentro deste Poder são encontradas cada uma das jurisdições 
encarregadas de distribuir a justiça. Pela expressão fazer justiça tem-se o 
significado de aplicar uma pena cominada ou reconhecer uma virtude ou uma 
qualidade em alguém ou em algo. A palavra justiça vem do latim justitia,ae e 
expressa o significado de justiça, equidade, leis, exatidão, bondade, 
benignidade. 
Do direito romano nos é trazida a fórmula de justiça que se resume no 
dever de dar a cada um o que é seu, sem qualquer esforço ou sacrifício. 
Direito e Justiça. 
A. B. Alves da SILVA aborda a questão inicialmente apontando a 
equivalência na linguagem comum de Direito e Justiça. Os conceitos se 
prenderiam e completariam um ao outro.(8) 
A partir das ideias de EdouardCuq e Del Vecchio, o autor lembra o 
conceito de justiça elaborado por Ulpiano onde: 
"Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique 
tribuendi". 
O significado do clássico conceito significaria que a justiça é a virtude ou 
a vontade firme e perpetua de dar a cada um o que é seu. 
https://secure.jurid.com.br/jurid/jurid.exe/carregahtml?arq=detalhe.html&ID=6624#8#8
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A justiça não seria uma virtude pessoal apenas, que comece e termine no 
indivíduo, mas, ao contrário, ela se dirige às relações humanas em geral. A 
justiça entre dois indivíduos seria chamada de comutativa, a justiça entre o 
indivíduo e a sociedade seria a justiça legal; a justiça entre o Estado e o indivíduo 
é a justiça distributiva. Também devem dirigir essas relações outros valores 
como a compaixão, a caridade, o amor filial, a urbanidade e etc. 
São as palavras de SILVA: 
"O Direito é o que compete a cada um, é, pois, objeto da virtude da justiça 
sob algum desses três aspectos: da justiça comutativa, o que um indivíduo deve 
ao outro; da distributiva, o que o Estado deve ao indivíduo; da legal, o que o 
indivíduo deve à Sociedade". 
Direito e justiça são palavras que trazem complexos e distintos 
significados. No entanto, é muito fácil entende-las e assimilar o seu significado, 
pois, desde a mais tenra idade, as pessoas sabem o que lhe pertence e sabem 
defende-lo com unhas e dentes da ação das outras crianças ou adultos que se 
aventuram a tomar para si o referido bem. À medida que crescemos e 
aprendemos o significado de direito como um conjunto de normas da vida social, 
também desenvolvemos a noção de que justiça, dentre outros significados, tem 
o sentido de uma norma cumprida, observada e respeitada. 
Fazer justiça é, enfim, respeitar o direito e abster-se de qualquer ação que 
perturbe o equilíbrio social advindo do respeito das leis por cada um de nós. 
2.2. Direito Público e Direito Privado. 
A partir da definição do direito como um conjunto de normas que 
disciplinará as relações sociais em um determinado grupo, parte-se para a 
divisão do próprio direito em uma árvore que se dividiria em inúmeros e distintos 
galhos ou ramos. 
Celso Ribeiro Bastos parte da noção de que o direito é: "… o conjunto de 
normas e princípios que regem a atividade do Estado, a relação deste com os 
particulares, assim como o atuar recíproco dos cidadãos, e de que o direito 
administrativo é um dos ramos do direito público interno…" para perceber que o 
mesmo possui fatores que o diferenciam dentro do contexto a que pertence. A 
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partir deste momento o próprio autor inicia análise sobre a divisão do direito nos 
ramos público e privado. 
Os estudiosos da teoria geral do direito, após longas exposições acerca 
da divisão do direito em dois ramos, público e privado, costumam concluir que a 
divisão público-privado serviria mesmo como um instrumento didático para o 
ensino da ciência do direito e uma melhor compreensão por parte dos seus 
estudiosos. 
Edgar de Godoy da Mata Machado assim o faz ao apresentar diferentes 
autores cada qual sem alcançar uma ideia ou conclusão precisa dos limites 
porventura existentes na divisão entre o direito positivo público e privado. 
Ao estudar a divisão entre direito público e privado, Edimur Ferreira de 
Faria esclarece que a ordem jurídica é uma, inexistindo, assim, diferentes 
direitos. O que acontece, porém, é que desde os romanos, o direito é dividido 
em público e privado. A divisão se justifica por existirem diferentes níveis de 
relação jurídica entre os cidadãos entre si e entre esses e o Estado, a 
Administração Pública. As relações jurídicas entre os cidadãos particulares 
ocorreriam dentro do direito privado. Já as relações nas quais estaria presente o 
Poder Público, ou mesmo o interesse público, seriam pautadas pelo direito 
público. 
O direito privado se dividiria, fundamentalmente, em dois ramos, ou seja, 
o civil e o comercial. 
Já o direito público é composto de vários sub-ramos, quais sejam, o direito 
constitucional, o administrativo, o penal, o previdenciário, o eleitoral, 
internacional público e privado, processual civil e penal, do trabalho, tributário e 
financeiro. De Plácido e Silva define o direito público como o conjunto de leis, 
criadas para regularem os interesses de ordem coletiva, ou, em outros termos, 
principalmente, organizar e disciplinar a organização das instituições políticas de 
um país, as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares 
como membros de uma coletividade, e na defesa do interesse público. 
São suas as palavras: 
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"A norma de Direito Público, pois, tende sempre a regular um 
interesse, direto ou indireto, do próprio Estado, em que tem vigência, seja 
para impor um princípio de caráter político e soberano, seja para 
administrar osnegócios públicos, seja para defender a sociedade, que se 
indica o próprio alicerce do poder público". 
Diógenes Gasparini inicialmente aborda a questão dos dois ramos do 
direito tratando o mesmo como uma unidade indivisível, maciça, monolítica. 
Lembra, no entanto, a sua divisão, desde Roma, em dois ramos, quais sejam, o 
privado e o público. O Direito Público regularia as relações jurídicas em que 
predomina o interesse do Estado, ao ponto que o Direito Privado disciplinaria as 
relações jurídicas em que predomina o interesse dos particulares. O critério do 
interesse é que dividiria, assim, o direito em dois ramos. 
José Cretella Jr informa que o direito constitui-se em uma unidade 
desdobrável em dois campos que se comunicam entre si, apesar de informados 
por princípios distintos. Os dois campos são estabelecidos por motivos didáticos. 
Os campos do Direito Público e do Direito privado são comunicáveis entre si, 
embora formados por princípios distintos – os princípios de direito público e 
os princípios de direito privado. 
O problema de se dividir o direito em dois ramos esbarra na 
impossibilidade de se estabelecer, de modo absoluto, fronteiras nítidas entre 
eles.(19) Desde ULPIANO, no Império Romano, o direito é dividido entre os dois 
campos público e privado. 
Após a utilização de diferentes fórmulas do direito romano, em termos 
atuais, o direito público pode ser considerado como o responsável pela disciplina 
das relações jurídicas em que preponderam imediatamente interesses públicos. 
Já o direito privado é o ramo do direito que disciplina relações jurídicas em que 
predominam imediatamente interesses particulares. Mediatamente, o direito 
público pode produzir efeitos sobre os interesses do particular e, da mesma 
forma, o direito privado pode agir sobre o próprio Estado. O direito administrativo, 
por sua vez, estuda e trata das relações verticais, entre Administração e os 
cidadãos, mais comumente denominados administrados. Assuntos como 
servidores públicos, autarquias, atos administrativos, desapropriações, bens 
https://secure.jurid.com.br/jurid/jurid.exe/carregahtml?arq=detalhe.html&ID=6624#19#19
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públicos, processos administrativos, poder de polícia e responsabilidade civil do 
Estado, dentre outros, são abordados no direito administrativo. 
Hely Lopes Meirelles aponta a divisão do Direito em dois grandes ramos, 
o Público e o Privado. O Direito Público, ainda, pode ser dividido em Interno e 
Externo. 
O Direito Público Interno tem como objeto a regulação dos interesses 
estatais e sociais. Os interesses individuais só são aqui tratados reflexamente. 
O Direito Público Externo tem como objetivo reger as relações entre os Estados 
soberanos e as atividades individuais internacionalmente. O Direito Privado, por 
sua vez, cuida com predominância dos interesses individuais, de modo a 
assegurar a coexistência social e a fruição de seus bens. As relações de direito 
privado aconteceriam no sentido horizontal. Já no direito público temos a 
verticalidade que impõe ao Poder Público uma posição de superioridade frente 
aos particulares em função da manutenção do interesse público. 
A própria expressão direito administrativo designa tanto uma disciplina 
científica, ou seja, a Ciência do Direito Administrativo, quanto um corpo de 
normas jurídicas a que se submete a Administração. É, por exemplo, o Direito 
Administrativo positivo brasileiro. 
Aqui, no âmbito do direito administrativo, podem ser destacados tanto os 
critérios do interesse predominantes, quanto o critério do sujeito participante da 
relação jurídica para se posicionar o direito administrativo como ramo do direito 
público interno brasileiro Carlos Ari Sundfeld destaca o sentido e a utilidade das 
ideias "direito público" e "direito privado", que permeiam todo conhecimento 
jurídico. Posto se tratarem de ideias e não de normas, aponta o autor a 
possibilidade do ordenamento existir indiferente a elas. 
Para o autor de São Paulo, embora a distinção entre direito público e 
direito privado existisse já no Direito Romano, somente no Estado de Direito é 
que veio despertar grande interesse. A partir de então, teriam sido apontados 
pela doutrina os critérios muitos critérios, dentre os quais se destacou o do 
sujeito e o do interesse. Direito público, segundo o critério inicial, seria aquele 
que tem por sujeito o Estado, ao mesmo tempo que o privado é o que regeria a 
vida dos particulares. 
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De acordo com o critério do interesse, por sua vez, as normas que 
cuidassem de interesses públicos seriam públicas, enquanto que as normas que 
regessem interesses privados seriam privadas. A grande dificuldade 
representaria a descoberta de quais seriam os critérios diferenciadores entre 
interesse público e privado. Apontando a insuficiência do critério anterior, o autor 
encerra o seu texto apresentando uma distinção entre direito público e direito 
privado com base no regime jurídico. 
A distinção entre público e privado tem uso assistemático dentro da cultura 
jurídica. Desta forma, seria inócua a busca de uma solução única, baseada em 
um só critério para, dentro da ciência jurídica, esclarecer o significado de público 
e de privado. A adoção de um critério formal para a distinção entre público e 
privado seria a única forma de construir uma distinção entre os mesmos. 
Voltando-se os olhares para as normas jurídicas e para como elas 
regulam as situações de que cuidam, ou seja, para o regime jurídico por elas 
criado. Assim, os institutos de direito público se distinguirão dos de direito privado 
pela sua submissão a um ou a outro regime jurídico. 
Distinguir o público do privado significaria conhecer o regime de direito 
público e o de direito privado. Por sua vez, para conhecer-se o direito público 
faz-se necessário o conhecimento dos princípios de direito Público. 
2.3. Direito Comparado. 
Agustín Gordillo faz importantes anotações a respeito da divisão do Direito 
em Público e Privado. Assume o autor que as diferenças entre os mesmos são 
que no primeiro as relações jurídicas se dão entre o Estado e os particulares, ou 
entre os seus diferentes órgãos. Exemplifica que na Argentina não há atividade 
estatal submetida unicamente ao direito comum ou privado. Quando as normas 
de direito privado são aplicadas nas relações de algum ente estatal, elas serão 
sempre modificadas ou aproveitadas com as normas de direito público, de modo 
a fazerem parte deste de alguma forma. 
Nas relações de Direito Público sobressalta uma relação de subordinação 
porque a lei confere ao poder público uma certa superioridade jurídica sobre os 
particulares, um número de atribuições superiores em relação aos direitos 
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individuais. Na relação de Direito Privado prepondera uma relação de 
coordenação entre os sujeitos que são iguais. 
A raiz desta divisão seria sociológica, visto que tais relações afetariam o 
"interesse público" (bem comum) ou o "interesse privado" individual, 
respectivamente. A nota característica das normas de direito público são que as 
leis que regem as relações dos particulares com o Estado vão acumulando 
prerrogativas e privilégios para o Estado. Além do mais, alguns dos princípios 
concernentes a tais leis irão disciplinar relações interiores ao próprio Estado 
como, por exemplo, a organização, funcionamento e atividade dos poderes 
públicos e o controle dos serviços públicos monopolizados, os quais se utilizarão 
de princípios diferentes dos do direito comum. 
Definir significa estabelecer fins, delimitar algo. Ao se descrever uma 
realidade, fazemos a sua definição. Concluir, no entanto, exige trabalho de 
consideração acerca do assunto tratado, exige compreensão a respeito do 
objeto que está sendo abordado. 
Para se concluir acerca da natureza dos dois principais ramos do direito 
ou para se alcançar uma exata noção da realidade das mesmas devemos ter em 
mente a preponderânciados interesses em questão. Predominando-se os 
interesses particulares, tem-se o direito privado. Ao contrário, na predominância 
dos interesses que afetariam todo o grupo social, teríamos o direito público. 
 
3. DIREITO CIVIL. 
Ana Paula Cantão define o Direito Civil por meio da conclusão de 
Hernandez Gil: 
"Direito Civil – o direito privado gera um outro, cujo objeto consiste na 
regulamentação da pessoa em sua estrutura orgânica, nos direitos que lhe são 
correspondentes como tal e nas relações decorrentes de sua integração na 
família e de ser titular de um patrimônio dentro da comunidade." 
E explica que este é um ramo do direito privado destinado a impor normas 
às relações de família e patrimoniais dos indivíduos de uma sociedade. 
17 
 
 
3.1. Interpretação das normas jurídicas. 
Aqui são estudadas a função da norma jurídica e a classificação das 
diferentes espécies de normas e de fontes. Os meios de interpretação podem 
ser encontrados nas leis, mediante utilização da lógica, gramática, história, 
dentre outras maneiras. 
As normas podem ser classificadas em genéricas ou gerais, 
respectivamente à conduta humana diária dos indivíduos com fim certo e objetivo 
determinado. 
Podendo ser divididas em normas técnicas ou éticas, as normas jurídicas 
fazem parte das normas éticas. 
Cantão cita Serpa Lopes que conceitua a norma jurídica como sendo um: 
"mandato jurídico com eficácia social organizada". 
As normas jurídicas preceptivas ordenam alguma coisa; as proibitivas 
vedam a prática de determinado ato e as permissivas facultam determinada 
ação. 
As leis são conjuntos de normas jurídicas. 
Os costumes advêm de formação de regras jurídicas processadas fora da 
lei escrita. Deriva de práticas uniformes, gerais, repetitivas, etc. Obedece às 
condições a seguir: a) continuidade; b) uniformidade; c) moralidade; d) 
obrigatoriedade. O costume deve ser usado constantemente e por muito tempo 
para ser considerado norma jurídica. 
Devem ser feitas, ainda, considerações a respeito da doutrina, 
jurisprudência, equidade e as lacunas da lei. 
Doutrina é o estudo a respeito do direito. É de grande utilizado para formar 
as opiniões acerca do direito. Entretanto, só é fonte para a inspiração dos 
legisladores e para os operadores do direito. 
A jurisprudência também pode ser usada pelos estudiosos do direito, 
pelos legisladores e, principalmente, pelos operadores do direito. Há que se 
ressaltar, todavia, que podem ser encontradas decisões judiciais em sentidos 
opostos, dificultando assim, a sua utilização como fonte de direito. 
18 
 
 
A equidade pode influenciar na formação das leis, na aplicação mesma 
do direito e na sua interpretação. 
Como o Juiz não pode deixar de sentenciar, quando não houver lei 
própria, ele poderá utilizar a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito. 
Clóvis Beviláqua entendia serem os princípios jurídicos elementos 
fundamentais da cultura jurídica humana em nossos dias. 
3.2. A eficácia da lei no tempo e no espaço. 
Aqui teremos os conflitos interespacial e intertemporal de leis. O conflito 
interespacial de leis ocorre quando duas leis vigentes ao mesmo tempo. O que 
ocorre é a necessidade de se descobrir qual das leis produzirá efeito sobre um 
mesmo fato. É o que ocorre quando há conflitos de leis de diferentes países 
regendo um só fato. É o objeto do direito internacional privado. 
O conflito intertemporal de leis tem a ver com as leis vigentes e as 
anteriores, já revogadas. 
3.3. Domicílio e residência. 
Domicílio civil da pessoa natural é o local onde ela estabelece a sua 
residência com ânimo definitivo. 
O domicílio expressa relação jurídica, a residência relação de fato, 
habitação uma relação de fato com caráter transeunte, sem a fixidez da 
residência. 
3.4. Negócio jurídico. 
Para a doutrina clássica: "ato jurídico é uma declaração de vontade 
dirigida no sentido da obtenção de um resultado". A doutrina moderna já 
considera este conceito um negócio jurídico. "O negócio jurídico é a declaração 
de vontade em que o agente persegue o efeito jurídico". 
Nos artigos 104 ao 114 do Novo Código Civil brasileiro estão previstas as 
disposições gerais a respeito dos negócios jurídicos. Inicialmente, para ser válido 
19 
 
 
o negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável e forma prescrita ou não proibida em lei. 
Quando se fala em capacidade, quer-se dizer aptidão para a manifestação 
da vontade própria. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser 
invocada pela outra em benefício próprio; São relativamente incapazes, 
relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer, os maiores de dezesseis 
e menores de anos; os hébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem 
desenvolvimento completo e os pródigos. A validade da declaração de vontade 
só dependerá de forma especial quando a lei o exigir expressamente. 
Salvo previsão legal, a escritura pública é exigida para a validade dos 
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis que valham mais de trinta vezes o salário 
mínimo vigente no país. Nas declarações de vontade têm maior importância do 
que o sentido literal da linguagem. Os negócios jurídicos devem ser interpretados 
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Finalmente, os 
negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente ação 
enganosa de vontade que vise à produção, no negócio jurídico, de efeito diverso 
do apontado como pretendido consiste em defeito denominado simulação. 
3.5. Teoria da imprevisão. 
Ao contratarmos uma obrigação, necessário é que se cumpra a mesma, 
sob pena de execução patrimonial. Entretanto, com a teoria da imprevisão, é 
permitido aos juízes poderes de revisão nos contratos, sendo superada a secular 
teoria de que os pactos devem ser cumpridos. 
3.6. Prescrição e decadência. 
Prescrição, segundo Clóvis Beviláqua, é a perda da ação atribuída a um 
direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso dela, 
durante determinado tempo. 
A prescrição significa a perda do direito de ação. 
20 
 
 
Segundo o art. 189 do novo Código Civil brasileiro, violado o direito, nasce 
para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos de um 
a dez anos, segundo o disposto nos artigos 205 e 206. 
A decadência traz a perda do próprio direito. 
A decadência está prevista nos artigos 207 a 211 do Código Civil. 
 
 
4. PROCESSO CIVIL 
O Estado detentor do poder jurisdicional rejeita à ideia de tutela seletiva, 
assegurando o resultado efetivo do processo. O compromisso está relacionado 
com o tempo razoável e à efetiva entrega do bem jurídico, uma tramitação célere 
do processo, garantia de instrumentos que entreguem em tempo a prestação 
jurisdicional solicitada. 
Entretanto, o Estado deve respeitar a segurança jurídica, ou seja, 
preservar o contraditório, a ampla defesa e a imutabilidade de suas decisões 
como regra. O ideal seria uma prestação jurisdicional que obtivesse um resultado 
útil do processo, promovendo a paz social com igualdade e uniformidade, sem 
ferir direitos fundamentais como a ampla defesa e o contraditório. 
Conciliar uma duração razoável do processo com a preservação da 
segurança jurídica é um grande desafio do Sistema Judiciário Brasileiro. Pode-
se observar que historicamente os processos morosos geraram grandes 
prejuízos para toda a sociedade no Brasil. 
O Estado durante a história da humanidade evoluiu assumindo o 
monopólio da justiça, tornando-se responsável pela construção de uma 
sociedade pacífica utilizando-se de vários instrumentos, dentre eles a jurisdição, 
o Estado aplica o direito ao caso concreto dando resposta ao jurisdicionado, 
mantendo desta forma uma ordemestabelecida pela Lei. 
Quando se entrega o bem pleiteado ao final do processo espera-se que a 
resposta seja em tempo e capaz de produzir os efeitos de correção e justiça. Se 
21 
 
 
por algum razão a resposta do Estado não atende a um prazo razoável, 
verificamos uma falha nesse mecanismo processual, a satisfação do cidadão fica 
prejudicada em virtude da decisão tardia sem efeito útil. 
Assim, o acesso à justiça sofre uma ruptura, afastando o cidadão da 
obtenção por meio do processo de uma resposta útil, gerando um sentimento de 
que poderia utilizar-se de outro meio para solucionar seu litígio. 
Diante dessa situação de falta efetividade do processo em função do 
tempo, o legislador brasileiro inseriu na constituição a garantia de uma “duração 
razoável do processo”, posteriormente o ordenamento jurídico sofreu várias 
alterações na tentativa de cumprir essa nova garantia. 
A relevância do problema se faz em virtude da insatisfação da sociedade 
com a prestação da tutela jurisdicional. A efetividade e a tempestividade 
deveriam ser objetivos prioritários do Estado na prestação jurisdicional. 
Verifica-se muitas vezes o contrário, vários obstáculos na utilização dos 
meios e instrumentos para uma decisão justa, que atenda eficazmente à duração 
razoável do processo e aos demais princípios norteadores do processo. 
Percebe-se que a população brasileira não tem acesso aos tribunais, 
entretanto nota-se a existência de uma atitude pouco ética na utilização do 
judiciário por parte de alguns jurisdicionados, que no uso dos instrumentos 
protelatórios a efetividade não é preservada no cumprimento das decisões. 
Disso resulta um favorecimento aos detentores de um maior poder 
econômico, que aproveitam da morosidade da justiça na longa duração dos 
processos, ficando imunes de uma ação mais efetiva do Estado. Isso provoca 
um grande desequilíbrio na relação processual, beneficiando-se aqueles que 
possuem maiores condições de manterem um processo indefinidamente. 
 
5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL: ASPECTOS RELEVANTES 
Até o Século XVIII, o processo não gozava de qualquer espécie de 
autonomia. A própria ação não era vista como direito distinto daquele que a parte 
22 
 
 
propunha em juízo para reclamar a tutela estatal. A ação era simplesmente o 
direito subjetivo material do litigante que reagia contra a violação sofrida. E o 
processo não passava de um amontoado de formas e práticas do foro para 
cuidar do conflito submetido ao juiz. 
Já em meados do Século XIX, descobriu-se que, após a eclosão da lide, 
surgia entre a parte e o Estado uma nova relação jurídica nascida justamente da 
violação do direito subjetivo material e do direito de obter um provimento do 
órgão judicial contra a tal violação. Assim, a relação material era travada entre 
as partes diretamente e pertencia ao direito privado; e a relação processual era 
travada entre a parte e o Estado e, portanto, estava ligado ao direito público, 
sendo assim, a partir deste momento histórico o direito processual adquire 
autonomia. 
Segundo Boaventura de Souza SANTOS “superada a enorme crise 
político-social da Segunda Guerra Mundial, as atenções dos estudiosos do 
direito voltaram-se para problemas da prestação jurisdicional até então não 
discutidos”. E assim prossegue o autor narrando: 
“Depois de um século de extensos estudos sobre os conceitos e as 
categorias fundamentais do Direito Processual Civil, os juristas atentaram para 
um fato muito singelo e muito significativo: a sociedade como um todo continuava 
ansiosa por uma prestação jurisdicional mais efetiva. Aspirava-se, cada vez 
mais, a uma tutela que fosse pronta e adequada com uma justa e célere 
realização ou preservação dos direitos subjetivos violados ou ameaçados; por 
uma Justiça que fosse amoldável a todos os tipos de conflito jurídico e que 
estivesse ao alcance de todas as camadas sociais e de todos os titulares de 
interesses legítimos e relevantes; por uma Justiça, enfim, que assumisse, de 
maneira concreta e satisfatória, a função de realmente implementar a vontade 
da lei material, com o menor custo e a maior brevidade possíveis, tudo através 
de órgãos adequadamente preparados, do ponto de vista técnico, e amplamente 
confiáveis, do ponto de vista ético.” 
Assim, alguns assuntos passam a ocupar a atenção da ciência 
processual, com preferência sobre as grandes categorias que haviam servido de 
alicerce à implantação do Direito Processual como ramo independente do direito 
23 
 
 
material, integrado solidamente ao direito público, tais como: a garantia de 
acesso à Justiça e a instrumentalidade e efetividade da tutela jurisdicional. 
5.1 Evolução do Código de Processo Civil 
A evolução do Direito Processual Civil Brasileiro, segundo Jéferson 
Isidoro MAFRA, 
“é configurado por algumas fases: a autonomista e a instrumentalista, 
sendo a fase da propagação da consciência entre aqueles que lidam com o 
processo, estes entendem que o processo é um simples instrumento do direito 
material, servindo à jurisdição para o alcance de suas metas sociais, jurídicas, 
políticas ou econômicas; e a evolutiva ou reformista, que está se iniciando agora, 
através do movimento de Reforma do Código de Processo Civil e é voltada para 
a racionalização e simplificação do sistema processual como um todo, eles 
enfocam o acesso à justiça”. 
O processo civil brasileiro possui uma estrutura tripartida, ou seja, três 
espécies de tutela: cognição (conhecimento), execução e cautela. Estas formas 
procedimentais não apresentam o mesmo desenvolvimento histórico e 
dogmático, há notavelmente uma maior predominância do processo de 
conhecimento, seguido pelo processo de execução, sendo o processo cautelar 
o menos desenvolvido. 
Para Cândido Rangel DINAMARCO: 
“A teoria geral do processo, vista pelo estudioso de processo civil, só é 
metodologicamente válida na medida em que sirva de apoio a soluções seguras 
em processo civil. A mais adequada perspectiva para medir essa desejada 
utilidade é seguramente o confronto entre as diversas espécies de processos, 
com atenção ao descompasso existente entre elas, no tempo, no ritmo e no 
estágio atual de seu desenvolvimento científico, sabendo-se que, de todos os 
modelos processuais considerados, o que teve mais intenso progresso é 
o processo civil de conhecimento. Progrediu mais cedo e melhor que a execução 
civil, até mesmo porque lhe teve precedência cronológica como atividade 
processual.” 
24 
 
 
Este desenvolvimento desigual causou algumas distorções nos efeitos 
práticos do processo, dois exemplos que podem ser citados são: a antecipação 
da tutela e a distorção na utilização do processo cautelar satisfativo. 
O sistema processual civil brasileiro é representado, sobretudo, pelo 
Código de Processo Civil – Lei nº 5.869, de 11-01-1973 – que sempre foi moroso, 
caro e mais preocupado com as tutelas patrimoniais do que com as tutelas 
protetivas dos direitos de personalidade. 
É sabido pelo senso comum que esta situação gerou pessoas 
descontentes com a resposta judicial, com o Poder Judiciário, que lentamente 
passaram a abdicar de seu direito à prestação jurisdicional, resignando-se ao 
desrespeito dos seus direitos. 
Essa insatisfação da sociedade deve-se em grande parte ao fato das 
sentenças prolatadas no âmbito do processo civil não terem qualquer eficácia 
prática, ou seja, para o senso comum proferida a sentença o vencedor "ganha, 
mas não leva", já que o direito lhe é garantido no processo de conhecimento, 
através da sentença, contudo não lhe é garantido àquilo que lhe foi usurpado, 
tendo a parte ganhadora que promover (antigamente) uma nova lide processual, 
denominada processo de execução. O processo começa por iniciativa da parte 
e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei 
 
6. DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL 
Analisaremos brevementeos princípios que regem os recursos no Direito 
Processual Civil, apenas com o intuito de enumerá-los e trazer suas principais 
características, antes de adentrar ao tema proposto no trabalho dissertativo. 
a) Princípio da Correspondência 
No direito brasileiro atual, existe uma correspondência bastante 
expressiva os tipos de recurso e os tipos de decisão. Existem, 
fundamentalmente, quatro espécies de pronunciamentos judiciais: os 
despachos, as decisões interlocutórias, as sentenças e os acórdãos. 
25 
 
 
Os despachos são os pronunciamentos do juiz desprovidos de conteúdo 
significativamente decisório, como, por exemplo, aquele através de que o juiz 
determina que os autos vão ao contador ou manda que se junte aos autos um 
rol de testemunhas. 
As decisões interlocutórias são todos os pronunciamentos decisórios do 
juiz que não se encartam nos arts. 267 ou 269 do código de processo civil, e 
que, ipso facto, não põe fim ao processo. 
As sentenças têm um conteúdo definido em lei, pondo fim ao processo. 
Os acórdãos, que se distinguem dos demais pronunciamentos do 
judiciário por um critério formal: Emanam de um órgão coletivo. Podem 
consubstanciar-se no julgamento de apelação, de agravo, de exceção, de 
embargos de declaração, de embargos infringentes etc. Dos acórdãos também 
cabe o recurso especial, para o Superior Tribunal de Justiça. 
De regra, as decisões interlocutórias são agraváveis, sob o regime do 
instrumento ou da retenção. Trata-se, na verdade de um só recurso, podendo ter 
dois regimes, e à parte cabe, com liberdade quase que plena, optar por um dos 
dois caminhos. 
A lei dá a impressão de que seja plena a fungibilidade de ambos os 
regimes, isto é, de que a parte possa optar arbitrariamente. Entretanto, essa 
fungibilidade não é plena na medida em que, em certos casos, da opção por um 
ou outro regime pode resultar a falta de interesse processual da parte, o que 
deverá ser examinado pelo tribunal, ao realizar juízo de admissibilidade de 
agravo. 
Ao recurso extraordinário ficou reservada a tarefa de zelar pelo 
cumprimento da Constituição Federal. 
Já, os embargos de declaração são recursos de características 
peculiares. 
b) Princípio da Taxatividade 
Segundo esse princípio, só há os recursos que a lei federal prevê ou vier 
a prever. A taxatividade dos recursos significa a necessidade de que sejam 
26 
 
 
criados por lei federal nada impedindo, portanto, que haja recursos, previstos por 
outras leis federais, fora do sistema do Código de Processo Civil. 
c) Princípios da Unicidade (da singularidade ou 
da unirrecorribilidade) 
Dos princípios habitualmente mencionados como inspiradores da 
sistemática recursal merecem lembrança o da unicidade, que consiste na regra 
de que contra uma decisão só deve caber um recurso ou, pelo menos, um por 
vez. 
d) Princípio da Fungibilidade 
Segundo este princípio, um recurso pode ser recebido por outro, sob 
certas condições. 
A noção de Fungibilidade é extraída do direito material, ao referir-se 
acerca dos bens fungíveis como aqueles que podem por outros seres 
substituídos, do mesmo gênero ou qualidade. 
Segundo expõe Jean Carlos DIAS, a Fungibilidade, “baseando-se nas 
ideias de inespecificidade preponderante e de utilidade, traduz a noção 
fundamental de substitutividade sem prejuízo jurídico”. 
 Referida noção, advinda do direito privado, foi recepcionada pelo direito 
processual com a finalidade de justificar a possibilidade de cambiariedade de 
formas e procedimentos, desde que ausente prejuízo substancial à finalidade 
com que foi estabelecida. 
A partir de então, o sistema processual passou a fazer uso da 
Fungibilidade em alguns dos seus institutos. De regra, considerado o princípio 
da adstrição do pedido, uma vez deduzida determinada pretensão ou 
providência em juízo, estaria o juiz impedido de conceder outra, sob pena de 
caracterizar uma decisão extra petita. 
Referido impedimento vem expressamente, delineado, nos termos do 
artigo 460, do Código de Processo Civil, ao estabelecer que: 
27 
 
 
 “É vedado ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa 
da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto 
diverso do que lhe foi demandado”. 
Entretanto, conforme sustenta Marcos Vinícius Rios GONÇALVES, 
“quando elas são fungíveis entre si, a lei permite que, postulada uma, o juiz 
conceda outra, sem risco de nulidade ou vício da decisão”. 
A Fungibilidade, de qualquer forma, é justificada pela dificuldade na 
distinção das hipóteses de utilização dos institutos. 
A possibilidade de sua aplicação, no âmbito não urgente, pode ser 
verificada com maior incidência entre as ações possessórias, entre os recursos 
e entre os procedimentos sumário e ordinário. 
Concernente às ações possessórias, estabelece o artigo 926, do Código 
de Processo Civil, que: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso 
de turbação e reintegrado no de esbulho”. 
O artigo 932, do Código de Processo Civil, ao tratar sobre o interdito 
proibitório, estabelece que: “O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio 
de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou 
esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito”. 
As agressões referidas à posse nos dispositivos legais supram transcritas 
resumem-se em esbulho, turbação e ameaça, sendo que para cada qual, 
encontra-se previsto a via instrumental adequada à sua proteção, quais sejam, 
a ação de reintegração e manutenção de posse ou o interdito proibitório, 
respectivamente. 
A previsão de Fungibilidade vem expressamente disposta no artigo 920, 
do Código de Processo Civil, ao estabelecer que: “A propositura de uma ação 
possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e 
outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam 
provados”. 
28 
 
 
A primeira nota característica das ações possessórias é, portanto, a 
Fungibilidade, eis que, embora distintas as situações de fato que justificam o 
cabimento de cada qual, a finalidade precípua das demandas é proteger a posse. 
Luiz Rodrigues WAMBIER afirma que, ainda que o pleito seja específico, 
uma vez demonstrados os requisitos de outra demanda possessória, “(…) não 
ocorrerá a extinção prematura da ação proposta, mas caberá ao juiz outorgar a 
proteção legal correspondente à ação, cujos requisitos estejam provados”. 
Conforme assevera Jean Carlos DIAS, levando em conta o objeto das 
ações possessórias, em determinadas situações, “pode-se tornar duvidoso o 
pedido que efetivamente deveria ser formulado pela parte, considerando-se, 
objetivamente, o cenário fático no momento da propositura da ação”. 
Para o autor, o que realmente justifica a incidência da Fungibilidade é a 
própria modificação da situação de fato, da qual a posse é uma manifestação. 
Segundo adverte Marcelo Abelha RODRIGUES, a alteração fática deve 
ter ocorrido em momento posterior ao ingresso da ação, “não sendo lícito obter 
a reintegração ou a manutenção de posse em ação de interdito proibitório, se à 
época da propositura da demanda já existia turbação ou esbulho, e não uma 
simples ameaça”. 
Marcos Vinícius Rios GONÇALVES defende a aplicabilidade mais 
abrangente do instituto em comento, eis que para o autor, a dúvida pode residir 
justamente no tipo de agressão sofrida pela posse, se esbulho, turbação ou mera 
ameaça, tornando duvidosa também a escolha da ação apropriada. Registra o 
autor que “como o direito material não fornece critérios precisos para distinguir, 
com segurança, entre as diversas formas de violação à posse, o legislador 
processual valeu-se do princípio da Fungibilidade das ações possessórias”. 
6.1 Garantia Constitucional à Efetividade Processual 
Atento ao entendimento doutrinário mais moderno, que estatui que o 
acessoà justiça não se restringe à garantia de levar ao conhecimento do 
Judiciário as alegações de ameaça ou de lesão a direito, mas de ver os conflitos 
resolvidos, através de uma prestação jurisdicional qualificada pela especificidade 
da tutela e pela duração razoável do processo. 
29 
 
 
Destarte, mais uma vez atento a isso, o legislador emendou a Constituição 
de 1988, acrescendo ao seu art. 5º o inciso LXXVIII. 
“Art. 5º (…). LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação”. 
O dispositivo, portanto, explicita o direito fundamental a um processo com 
duração razoável, nos âmbitos judicial e administrativo, bem como os meios que 
garantam está sua qualidade. 
Não é irrelevante o acréscimo feito pela Emenda Constitucional n. 45, 
publicada no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2004, mas também 
não podemos concordar que se cuide de um direito novo, surgido só aí. Aliás, 
este trabalhou já apontou a origem da brevidade no direito brasileiro. 
Neste contexto, Luiz Guilherme Marinoni já advogava a ideia de que o 
direito à tutela jurisdicional efetiva e tempestiva consistia em um direito 
fundamental, então previsto pelo art. 5º, XXXV, da Constituição de 1988: 
“A sua importância [do art. 5º, XXXV, da CF/88], dentro da estrutura do 
Estado Democrático de Direito, é de fácil assimilação. É sabido que o Estado, 
após proibir a autotutela, assumiu o monopólio da jurisdição. Como contrapartida 
dessa proibição, conferiu aos particulares o direito de ação, até bem pouco 
tempo compreendido como direito à solução do mérito. A concepção de direito 
de ação como direito a sentença de mérito não poderia ter vida muito longa, uma 
vez que o julgamento do mérito somente tem importância – como deveria ser 
óbvio – se o direito material envolvido no litígio for realizado – além de 
reconhecido pelo Estado-Juiz. Nesse sentido, o direito à sentença deve ser visto 
como direito ao provimento e aos meios executivos capazes de dar efetividade 
ao direito substancial, o que significa direito à efetividade em sentido estrito. Mas, 
não há como esquecer, quando se pensa no direito à efetividade em sentido lato, 
de que a tutela jurisdicional deve ser tempestiva e, em alguns casos, ter a 
possibilidade de ser preventiva. Antigamente, questionava-se sobre a existência 
de direito constitucional à tutela preventiva. Dizia-se, simplesmente, que o direito 
de ir ao Poder Judiciário não incluía o direito à "liminar", desde que o 
jurisdicionado pudesse afirmar lesão ao direito e vê-la apreciada pelo juiz. 
30 
 
 
Atualmente, diante da inclusão da locução "ameaça a direito" na verbalização do 
denominado princípio da inafastabilidade, não há mais qualquer dúvida sobre o 
direito à tutela jurisdicional capaz de impedir a violação do direito. Na verdade, 
essa conclusão é pouco mais do que óbvia, especialmente em face dos direitos 
ditos invioláveis, alguns erigidos a direitos fundamentais pela própria 
Constituição. Em outros termos, o direito à tutela inibitória está contido na própria 
estrutura da norma que institui algumas espécies de direitos, pois não há como 
conceber a existência de norma que outorgue direito inviolável sem conferir 
direito à inibição do ilícito. Como se vê, o direito à inibição do ilícito está no plano 
do direito material, pois decorre da sanção que compõe a própria norma que 
outorga o direito, e não na esfera do direito processual. O processo é somente 
técnica para a prestação da tutela inibitória, pois essa última já é garantida pelo 
direito material. Porém, se o processo, diante da natureza de algumas situações 
de direito substancial, não estiver disposto de modo a viabilizar a outorga da 
tutela inibitória àquele que a ela tem direito, certamente estará negando o direito 
fundamental à tutela jurisdicional preventiva. Importa, ainda, o direito à 
tempestividade da tutela jurisdicional. O direito à tempestividade não só tem a 
ver com a tutela antecipatória, como também com a compreensão da duração 
do processo de acordo com o uso racional do tempo processual por parte do réu 
e do juiz”. 
Não é demais relembrar que o direito a um processo com duração 
razoável é consequência direta do devido processo legal, que já estava 
expressamente previsto no art. 5º, LIV, da Carta Constitucional de 1988, como 
explica José Rogério Cruz e Tucci, em texto anterior à EC n.º 45/2004: 
“Desdobram-se estas [as garantias do devido processo legal] nas 
garantias: a) de acesso à justiça; b) do juiz natural ou pré-constituído; c) de 
tratamento paritário dos sujeitos parciais do processo; d) da plenitude da defesa, 
com todos os meios e recursos a ela inerentes; e) da publicidade dos atos 
processuais e da motivação das decisões jurisdicionais; e f) da tutela jurisdicional 
dentro de um lapso temporal razoável. Conclui-se, portanto, que, também em 
nosso país, o direito ao processo sem dilações indevidas, como corolário do 
devido processo legal, vem expressamente assegurado ao membro da 
comunhão social por norma de aplicação imediata (art. 5º, § 1º, CF)”. 
31 
 
 
Neste mesmo sentido, leciona Luiz Guilherme Marinoni: 
“É claro que este princípio [do acesso à justiça] não mais apenas significa 
que todos podem ir ao Poder Judiciário em caso de lesão ou ameaça a direito, 
mas sim que todos têm o direito a uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva 
e efetiva. A garantia constitucional de uma tutela tempestiva e efetiva obviamente 
incide sobre a estruturação técnica do processo, seja “de iurecondendo” seja “de 
iure condito”. O legislador infraconstitucional tem o dever de estruturar o 
processo de modo a atender a esse princípio, estabelecendo regras que 
conduzam à tempestividade da tutela jurisdicional”. 
Além de consectário do devido processo legal, o direito sob comento já 
era norma de observância obrigatória no ordenamento jurídico brasileiro por 
força do que dispunha o art. 8º, 1, da Convenção Americana de Direitos 
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), do qual o Brasil é signatário, tendo 
vigência em nosso ordenamento desde 1992, com a promulgação do Decreto 
678, de 06/11/1992. 
“Artigo 8º – Garantias Judiciais. 
1. Toda pessoa tem o direito a ser ouvida com as devidas garantias e 
dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente 
e imparcial, estabelecido com antecedência pela lei, na apuração de qualquer 
acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e 
obrigações de ordem civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outro caráter”. 
 Trata-se de norma de aplicação imediata, por força do que dispõe o art. 
5º, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal. 
É uma consequência direta do princípio da eficiência administrativa, que 
já estava previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988. 
Nos termos deste princípio, deve a Administração Pública atuar de forma 
eficiente, alcançando o fim a que se propõe (o bem comum) com as maiores 
qualidade e celeridade possíveis. 
Para a aferição deste conceito (eficiência), necessária se faz uma 
avaliação de custo-benefício acerca da atuação administrativa, vale dizer: o 
Poder Público deve atuar de forma a atingir seus objetivos, visando, de um lado, 
32 
 
 
a qualidade e a celeridade e, de outro, tentando minimizar os custos (ônus) para 
o alcance de tais fins. 
A violação ao princípio da eficiência implica mora/omissão administrativa, 
ofendendo também o princípio da razoabilidade, corolário do devido processo 
legal, desrespeitando um direito fundamental. Contudo, a emenda revela-se de 
suma importância já que vem explicitar o conteúdo da garantia, constituindo um 
direito fundamental, que agora reside em comando próprio e autônomo. 
 
7. CONCLUSÃO 
São desnecessárias conclusões acerca da importância do direito civil na 
vida em sociedade. Istoporque é ele mesmo que regula toda a nossa visa 
cotidiana. Nunca é demais lembrar o grande número de atos jurídicos que se 
pratica todos os dias na vida de cada indivíduo. 
Desde a nossa concepção e nascimento, ao longo de nossa infância, 
adolescência, maturidade até a morte, diariamente, vivemos relações pautadas 
pelo Direito, e, mais especificamente, pelo Direito Civil. 
São desnecessárias conclusões acerca da importância do direito civil na 
vida em sociedade. Isto porque é ele mesmo que regula toda a nossa visa 
cotidiana. Nunca é demais lembrar o grande número de atos jurídicos que se 
pratica todos os dias na vida de cada indivíduo. 
Desde a nossa concepção e nascimento, ao longo de nossa infância, 
adolescência, maturidade até a morte, diariamente, vivemos relações pautadas 
pelo Direito, e, mais especificamente, pelo Direito Civil. 
A reforma do Judiciário faz alusão, ainda que indiretamente, a dois 
princípios constitucionais que vigoram e são aplicados ao referido Poder, o 
princípio do acesso à jurisdição e o princípio do devido processo legal. 
O princípio do devido processo legal, assim como outros tantos princípios 
elencados na Lei Maior que se estampam em instrumentos democráticos, como 
a liberdade, a igualdade e o direito ao contraditório, compreende um conjunto de 
direitos e garantias a favor daqueles que integram o processo, se caracterizando 
33 
 
 
assim como uma exaltação do Estado Democrático de Direito nas relações 
processuais. 
Quanto ao direito de acesso à justiça, pode-se afirmar que este se 
constitui em um direito subjetivo do cidadão, constitucionalmente assegurado, 
que lhe garante a presteza da atividade jurisdicional quando este a ela recorre. 
E este direito à jurisdição compreende a sua prestação eficiente, justa e célere, 
por meio da efetiva aplicação do direito. 
Com efeito, não só o acesso à Justiça está constitucionalmente garantido, 
mas os meios que tornem esse acesso seguramente eficaz. 
 No que tange à rapidez, à celeridade, está passou a integrar, com a 
Emenda nº 45/04, o rol de garantias constitucionalmente asseguradas ao 
cidadão, no que tange à prestação jurisdicional. Foi acrescentado o inciso 
LXXVIII ao art. 5º da Constituição Federal, como direito fundamental à duração 
razoável do processo. 
Como se viu, não consiste em inovação jurídica, mas apenas legislativa. 
Inobstante tal circunstância, o acréscimo do dispositivo ao texto constitucional é 
de grande relevância, porquanto deixe claro que o legislador quis evidenciar o 
direito ali descrito. 
Numa concepção moderna acerca do direito de ação, entendido como 
direito à ordem jurídica justa, não se pode mais conceber que o acesso à justiça 
corresponda somente ao ingresso em juízo. 
O problema que se põe atualmente é o de obter uma prestação 
jurisdicional qualificada, seja quanto ao tempo, seja no que toca à sua 
diferenciação/especificidade. Removidos os obstáculos que outrora obstavam o 
ingresso em juízo (agora amplo e irrestrito), a preocupação passou a residir na 
saída do conflito do Judiciário. 
 Ocorre que a efetivação do direito à ordem jurídica justa extrapola os 
limites científicos do direito processual (ou o estudo do direito processual 
somente enquanto sistema), envolvendo uma análise do processo enquanto fato 
social. 
34 
 
 
As reformas legislativas e o progresso da ciência processual, portanto, 
mostram-se insuficientes para remover os entraves à prestação jurisdicional em 
tempo razoável, sendo necessário repensar o modelo judiciário, projetando-o, 
institucional e culturalmente, a curto, médio e longo prazo. Cuida-se aí de um 
pensar político. Aliado a ele, é indispensável que se desenvolvam atividades 
administrativas e estatísticas profissionais, diagnosticando a situação atual dos 
órgãos judiciários e acompanhando a implementação de um modelo satisfatório 
para o atendimento das demandas, solucionando, com efetividade, os conflitos 
surgidos na sociedade. 
A previsão constitucional da celeridade processual formaliza apenas um 
antigo anseio há muito buscado pela sociedade, que é uma prestação 
jurisdicional digna, ainda longe de ser alcançado. Isso ocorre devido as próprias 
leis fornecem instrumentos legais que são aplicados para retardar o andamento 
das lides, aos quais vêm sendo utilizados de maneira aleatória e voltados à 
satisfação de interesses pessoais daqueles que se beneficiam com a lentidão 
judicial. 
Pressupõe-se, com este novo ordenamento constitucional, a efetiva 
reconstituição da tutela jurisdicional, a qual deverá se focar numa gestão humana 
e tecnicamente reestruturada com a criação de meios indispensáveis à rápida, 
mas não menos eficaz, prestação da tutela jurisdicional. 
A este propósito, pode-se afirmar que muitas são as formalidades que se 
inserem no trâmite da prestação jurisdicional, as quais, em sua grande maioria, 
não trazem nenhuma contribuição efetiva ao processo, imprimindo-se como 
meros contratempos processuais, e que há muito já deveriam ter sido 
descartados da prática jurisdicional. 
Quanto às reformas é importante postular que incumbi, assim, aos 
operadores do Direito a adoção de um posicionamento aberto a seu respeito, 
bem como ao tráfico das possibilidades hermenêuticas que porventura 
cooperem para abrandar o potencial pernicioso, em todos os sentidos, do 
referido preceito legal – o que deveria do mesmo modo abranger vasta discussão 
acerca de sua efetiva constitucionalidade, a respeito da qual já tivemos, 
conforme exposto, o ensejo de lançar nosso ceticismo. 
35 
 
 
De vez em quando, o processualista deve deixar de lado a lupa com que 
perscruta os refolhos de seus pergaminhos e lançar à sua volta um olhar 
desanuviado. O que se passa cá fora, na vida da comunidade, importa 
incomparavelmente mais do que aquilo que lhe pode proporcionar a visão de 
especialista. E, afinal de contas, todo o labor realizado no gabinete, por profundo 
que seja, pouco valerá se nenhuma repercussão externa vier a ter. 
O processo existe para a sociedade, e não a sociedade para o processo. 
É por isso que, acima de tudo, da extrema necessidade de empenhar-se 
a Nação na reforma dos serviços judiciários e no aperfeiçoamento de seus 
operadores em todos os níveis, quer para solucionar contenciosamente os 
conflitos, quer para estimular a busca de soluções consensuais alternativas. 
Sem aprimorar os homens que irão manejar os instrumentos jurídicos, 
toda reforma da lei processual será impotente para superar os verdadeiros 
problemas da insatisfação social com o deficiente acesso à Justiça que, entre 
nós, o Poder Judiciário hoje proporciona. 
Todavia, o que se extrai de mais importante é a certeza de que não é 
apenas pela lei processual que se logrará atingir o processo justo. Muitos 
problemas de ordem política, social e administrativa haverão de ser enfrentados 
e superados, para que se torne efetiva a garantia de acesso à justiça. 
Desta forma, os princípios da celeridade e a duração do processo devem 
ser aplicadas de um modo que o trâmite do processo não se estenda além do 
razoável, nem tampouco se agilize a ponto de comprometer a plena defesa e o 
contraditório, trazendo prejuízos a uma das partes. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
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