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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 MARCHA CEIFANTE: - Corresponde a um padrão predominantemente espástico de deambulação caracterizado por incapacidade em aumentar a velocidade ou adaptar-se às irregularidades nas condições do solo, além das dificuldades em elevar o pé durante a fase de balanço da marcha - Encontrada nas hemiplegias espásticas, que são causadas após doenças neurovasculares, como derrame ou acidente vascular cerebral, que envolvem o hemisfério cerebral ou o tronco cerebral - Nela, o membro inferior se encontra estirado sobre o solo, o pé em ligeiro equino e, às vezes, os dedos flexionados - O membro inferior torna-se rígido e aparentemente maior que o oposto - Quando quer andar, o paciente leva o membro estirado inicialmente para fora, por ser muito longo, depois, para a frente, descrevendo um movimento de circundução ao redor da coxa, como se ceifasse a terra MARCHA EM TESOURA (MARCHA ESPÁSTICA): - Ocorre um encurtamento dos músculos adutores do quadril, provocando uma adução das coxas, de modo que os joelhos podem se cruzar um na frente do outro, raspando e girando ao redor um do outro, com a passada se assemelhando a uma tesoura - Ocorre devido a adução e rotação interna exagerada dos quadris por espasticidade dos adutores do quadril e dos isquiotibiais mediais - Bastante comum nos pacientes com espasticidade grave dos membros inferiores, principalmente os que tem diplegia espástia congênita (paralisia cerebral, doença de Little) NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 MARCHA TALONANTE (TABÉTICA) (ATAXIA MEDULAR [SENSORIAL]): - Causada pela interrupção das vias proprioceptivas na medula espinhal ou no tronco cerebral - A ataxia ocorre pela perda dos sensos de posição e movimento dos segmentos corporais, com falta de orientação espacial - Em casos mais leves, se o indivíduo andar com os olhos abertos, poderá correlacionar seus impulsos visuais com os proprioceptivos, sendo a marcha não muito alterada - Nos casos mais graves, o paciente ampliará a base de sustentação e caminhará atirando os pés para os lados, os quais primeiramente são apoiados nos calcâneos e posteriormente nos dedos, com um som de palmada ou de dois tapas, produzindo uma pisada forte com o pé hipotônico realizada em duas etapas e conhecida como “pisada dupla” - O som de dois tapas produzido por essa pisada dupla da ataxia medular é tão característico que somente por ouvi-lo é possível diagnosticar essa doença - Observa-se que o paciente mantém seus olhos no chão e caminha o tempo inteiro olhando para os próprios pés. Se os olhos forem fechados, o paciente perde a estabilidade, cambaleia e torna-se incapaz de deambular - Essa ataxia é encontrada na criança com neurites periféricas ou lesões do tronco cerebral, e no adulto, com tabes dorsalis e esclerose posterolateral. Pode ocorrer também, por exemplo, em neuropatia diabética ou alcoólica ou em problemas que afetam a coluna dorsal, tais como tumores da medula espinhal - É quando o toque do calcanhar é feito com muita intensidade, produzindo um som típico - Essa marcha é insegura e os passos são desordenados - O paciente caminha com as pernas afastadas uma da outra, levantando-as em excesso para em seguida projetá-las com energia no solo, tocando-o com o calcanhar - Há exacerbação do choque do pé no contato inicial, para que o indivíduo reconheça a posição de seu membro inferior no espaço - Ocorre em neuropatias que afetam a sensibilidade profunda e percepção vibratória Neurossífilis (tabes dorsalis) Mielose funicular (deficiência de vitamina B12 e ácido fólico) Mielopatia por deficiência de cobre após cirurgias bariátricas Mielopatia vacuolar (ligada ao vírus HIV) Compressões posteriores da medula (mielopatia cervical) MARCHA EBRIOSA (ATAXIA CEREBELAR) - Afeta o controle postural e a coordenação dos movimentos das múltiplas articulações NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - A falta de equilíbrio manifesta-se principalmente na posição bípede ou durante a marcha, melhorando na posição sentada ou deitada, sendo resultado da disfunção em um ou mais locais do complicado sistema responsável pelo equilíbrio e deambulação - Causada por doenças que comprometam os mecanismos de coordenação motora do cerebelo ou de suas vias aferentes ou eferentes - Está presente com os olhos abertos ou fechados, sendo uma marcha instável, irregular e de base alargada - O paciente apresenta andar vacilante, cambaleia e é incapaz de deambular com um pé na frente do outro ou de seguir uma linha reta no seu trajeto - As anormalidades da marcha com ataxia cerebelar incluem dificuldade com a localização precisa dos pés, que geralmente estão muito separados - Pode haver tremores ou movimentos oscilatórios de todo o corpo MARCHA EM ESTRELA (ATAXIA VESTIBULAR): - Pode ocorrer em distúrbios vestibulares periféricos ou distúrbios centrais que afetam o núcleo vestibular e/ou suas conexões aferentes e eferentes, por exemplo, com derrames medulares - O sistema vestibular está envolvido na iniciação e regulação das reações posturais e na estabilização da cabeça, via reflexos vestibuloespinhais, e também ajuda a sentir a orientação do corpo na vertical. Desse modo, o paciente com ataxia vestibular apresenta distúrbios de equilíbrio em pé e sentado - O paciente tende a cambalear quando caminha, tem uma base de suporte ampla e pode inclinar-se para trás ou para o lado da lesão - Os movimentos da cabeça, tronco e membros superiores estão muitas vezes diminuídos - Ele pode apresentar também vertigem, visão embaçada e nistagmo MARCHA PARKISONIANA (FESTINANTE): - O paciente apresenta postura de flexão geral: Coluna para frente Cabeça, tórax, cotovelos, quadris e joelhos moderadamente fletidos - Podem ocorrer rigidez muscular, imobilidade inicial e expressão facial fixa - Embora os membros inferiores permaneçam imóveis, há frequentemente tremor afetando os dedos e punhos, de 4 a 5 ciclos por segundo - Os passos são curtos, de modo que os pés apenas deixam o solo e a sola dos pés se arrasta no chão - A marcha com passos caracteristicamente pequenos é denominada marche à petis pas - A locomoção para a frente pode levar a passos sucessivamente mais rápidos, podendo o paciente cair se não for apoiado; esse andar cada vez mais rápido é chamado de festinação - Quando empurramos para a frente ou para trás, os pacientes podem não conseguir compensar por movimentos de flexão ou extensão do tronco. A consequência é uma série de passadas propulsivas ou retropulsivas, podendo os pacientes caminharem de modo surpreendentemente rápido por breve período NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 MARCHA ANSERINA (OU DO PATO): - É determinada pela insuficiência dos músculos que atuam nos quadris - O paciente para caminhar acentua a lordose e vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato - É encontrada em doenças musculares e traduz diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas - Ocorre na distrofia muscular progressiva de Duchenne, na qual, inicialmente, é observada uma hiperlordose lombar compensatória, característica da fraqueza muscular - O paciente comprometido passa a utilizar a musculatura do quadrado lombar para movimentar a pelve - A contratura da banda iliotibial acentua o alargamento da base de apoio, colaborando para o padrão citado MARCHA ESCARVANTE: - Quando o paciente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente omembro inferior, o que lembra o “passo de ganso” dos soldados prussianos MARCHA CLAUDICANTE (VASCULAR): - Ao caminhar, o paciente manca para um dos lados - Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor MARCHA CAUTELOSA: - Base larga, incoordenada, vira em bloco, sem dificuldade de início da marcha e lenta - Ocorre devido a medo de queda, ansiedade e doença subcortical
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