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AULA 3- Partograma

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P á g i n a | 1 
Partograma 
Representação gráfica do trabalho de parto e 
serve como a “anamnese” do parto, é utilizado 
para diagnosticar distorcia do trabalho de 
parto (complicações que ocorrem durante o 
trabalho de parto e podem acarretar risco de 
morte para a mãe e para o bebê). Verdadeiro 
relato da evolução do parto. 
O trabalho de parto distócico não é um 
diagnóstico, mas um sinal de anormalidade 
durante o processo, cuja causa deve ser 
procurada antes de se instituir o tratamento 
adequado. A identificação das distorcias é 
feita pela observação das curvas de dilatação 
cervical e de descida da apresentação 
expressas no partograma. 
Composto por: 
o Data e hora do início das informações, 
o Dilatação cervical (cm), 
o Altura da cabeça uterina (planos de de 
Lee), 
o Apresentação fetal, 
o Posição fetal, 
o Frequência cardíaca fetal (fcf), 
o Número de contrações, 
o Aspecto da bolsa e do líquido amniótico, 
o Uso ou não de ocitocina e demais 
medicamentos. 
O exame completo de todas essas variáveis permite conhecer a evolução do parto e dos fatores etiológicos 
responsáveis pela evolução normal ou anormal do mesmo. Utilização do partograma melhora a qualidade da 
assistência clínica ao parto, devendo este ser incluído na rotina de todas as maternidades. 
O partograma faz parte do prontuário médico, portanto ao preencher uma coluna (correspondente à uma hora), o 
Examinador deve assinar, indicando que realizou o exame. 
OBJETIVOS DO PARTOGRAMA: 
o Avaliar a evolução do trabalho de parto. 
o Permitir o diagnóstico precoce de distórcias 
intraparto. 
o Orientar a tomada de condutas apropriadas 
em momentos oportunos. 
PREENCHIMENDO CORRETO DO PARTOGRAMA 
1. IDENTIFICAÇÃO: primeira parte do partograma é a identificação da paciente, sendo que cada serviço tem seu 
cabeçalho específico, porém todos devem conter= nome completo da paciente, documento/atendimento, 
idade da gestante, paridade, comorbidades e idade gestacional. 
P á g i n a | 2 
2. DILATAÇÃO E ALTURA DO FETO (PLANOS DE DE LEE): A segunda 
parte do preenchimento refere-se ao acompanhamento da 
dilatação cervical e da altura do feto, duas informações que 
devem ser anotadas a cada toque vaginal que for realizado, a 
cada hora. O preenchimento é feito a partir da esquerda para a 
direita e, além das outras duas informações, é necessário anotar 
a hora real (hora naquele momento) e a hora de registro (1, 2, 
3, 4, etc.). 
Obs: inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (≥ 2 CONTRAÇÕES 
EFICIENTES EM – cada uma ≥ 40 segundos – EM UM TEMPO DE 10 MINUTOS E COM DILATAÇÃO CERVICAL MÍNIMA 
DE 3CM). 
SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS: 
o Triângulo: é referente à dilatação e está correlacionado com a escala à esquerda. A dilatação varia de 1cm a 
10cm (máximo), sendo que a velocidade de dilatação é de 1cm/h. 
o Círculo: representa a altura do feto que orienta como está a descida da criança, respeitando os planos de De 
Lee (vai de AM até vulva). 
Além da altura do feto, deve fazer a marcação da posição do occipito (rotação da cabeça dentro da bacia), ao realizar 
o toque vaginal deve localizar a fontanela posterior (lambda) e registrar a sua posição no partograma por meio de 
um desenho (“Y”). Caso, ao toque vaginal, seja sentido a fontanela anterior (bregma) deve-se representar por meio 
de um losango (“◊”). 
LINHA DE ALERTA E DE AÇÃO: Ambas podem estar presentes ou não no partograma, se não estiverem será de 
responsabilidade de quem abre o partograma desenhá-las. A linha de alerta (esquerda) mostra a necessidade de 
atenção à possibilidade de ter que tomar uma atitude, pois o parto está mais lento do que deveria ser – deve ser 
traçada 1h após a abertura do partograma. A linha de ação (direita) mostra a necessidade de alguma intervenção, 
deve interromper o curso natural – deve ser traçada 4h após a abertura do partograma. 
3. FREQUÊNCIA CARDÍACA FETAL: A terceira parte é o registro de batimentos fetais e deve ser marcado apenas 
com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame. Os batimentos cardíacos são 
auscultados no dorso do bebê, pois se encontra mais próximo da superfície da barriga da mãe, portanto ressoa 
mais. 
Deve auscultar por 10min para verificar se está havendo aceleração ou desaceleração dos batimentos 
cardíacos fetais, pode-se fazer a cada 30min, ao invés de a cada 1h. 
FCF IDEAL: para bebês pré-termo, o FCF é ideal entre 120-160bpm e para bebês a termo, o BCF é ideal entre 110-
160bpm. 
4. CONTRAÇÕES: Em seguida, há o registro das contrações, número de quadrados que pintar, representa a 
quantidade de contrações em 10min. As contrações devem ser sentidas no abdome da paciente, lembrar-se 
de desprezar a primeira contração se ao colocar a mão já estiver havendo uma contração. Para as contrações 
efetivas, deve-se preencher todo o quadrado. Se não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos 
pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma linha na diagonal. 
5. BOLSA, LÍQUIDO AMNIÓTICO E OCITOCINA: A quarta e última parte é onde será anotado se há ou não o uso 
de ocitocina, o aspecto do líquido amniótico e o aspecto da bolsa 
o BOLSA: pode se encontrar íntegra (BI) ou rota (BR). 
o LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA): pode ser claro e sem grumos (LCSG), claro e com grumos (LCCG) ou meconial 
(LMEC). 
P á g i n a | 3 
- LCSG: geralmente presente em fetos prematuros de 36 semanas. 
- LCCG: os grumos indicam prematuridade pulmonar. 
- LMEC: líquido amniótico esverdeado. 
É importante ressaltar que apenas com o rompimento da bolsa é possível avaliar o líquido amniótico. 
o OCITOCINA: É importante marcar se foi utilizada ou não e, caso seja utilizada, a dose administrada. A ocitocina 
serve para estimular as contrações, porém a maior parte das pacientes entra em trabalho de parto 
espontâneo. 
PERÍODOS DE PARTO E DISTOCIAS DIAGNOSTICADAS: O trabalho de parto distócico é a não ocorrência destes 
fenômenos de dilatação do colo e de descida do feto. 
PERÍODOS DO PARTO DISTÓCIAS DIAGNOSTICADAS 
PREPARATÓRIO o Fase latente prolongada. 
DILATAÇÃO o Fase ativa prolongada; 
o Parada secundária dilatação; Parto precipitado. 
PÉLVICO o Período pélvico prolongado 
o Parada secundária descida. 
- FASE LATENTE PROLONGADA: caracteriza-se por velocidade de dilatação inferior a 1,0cm/h no primeiro 
período do parto. 
- PARADA SECUNDÁRIA DE DILATAÇÃO: dilatação cervical permanece a mesma em dois ou mais toques 
sucessivos (intervalo entre os toques de duas horas ou mais). 
- PARTO PRECIPTADO: caracteriza-se pela curva de dilatação muito rápida e excessivo padrão de contrações. 
- PERÍODO EXPULSIVO PROLONGADO: quando a descida da apresentação acontece de maneira muito lenta. 
- PARADA SECUNDÁRIA À DESCIDA: caracteriza-se pela ausência de descida da apresentação em dois toques 
sucessivos com intervalo de 1h. 
PREPARATÓRIO: 
A. FASE LATENTE PROLONGADA: O padrão 
das contrações uterinas é inefetivo e 
praticamente não ocorre dilatação cervical 
e nem descida da apresentação. ABERTURA 
DO PARTOGRAMANA NA HORA ERRADA. 
Considera-se fase latente prolongada 
quando se determina duração do trabalho 
superior a 20 horas. 
o CONDUTA: Nesse momento a melhor conduta é não abrir o partograma e mandar a paciente para a casa, 
explicando os sinais de alerta para só aí ela poder voltar para ser internada. 
✓ Sinais de alerta: perda de líquido, sangramento uterino, contrações eficientes a cada 5 minutos, 
diminuição dos movimentos fetais. 
A conduta nessa distórcia é expectante, desde que a vitalidade fetal esteja preservada. s ocitócitos devem ser evitados, 
pois aumentam a incidência de cesariana, em decorrência do colo uterino desfavorável. 
DILATAÇÃO: 
P á g i n a | 4 
B. FASE ATIVA PROLONGADA OU DISTÓCIA FUNCIONAL: a dilatação do colo uterino ocorre muito lentamente, 
numa velocidade menor que 1cm/hora. A curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, às vezes, a linha 
de ação e o cruzamento podem ocorrer após uma das linhas. Essa distócia geralmente decorre de contrações 
uterinas não eficientes (falta de motor). 
 O partograma foi aberto no momento correto, porém 
a curva de dilatação ultrapassou a linha de alerta e a 
linha de ação – o cruzamento ocorreu após a linha de 
alerta. O obstetra deveria tomar uma atitude quando a 
paciente apresentava 5cm de dilatação e a altura fetal 
estava em -4. 
o CONDUTA: A correção da velocidade de dilatação do 
colo é feita nesta fase pela administração de ocitocina 
OU pela rotura da bolsa das águas. 
 
C. PARADA SECUNDÁRIA DE DILATAÇÃO: diagnosticada 
por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas 
ou mais, com a paciente em trabalho de parto 
ativo. Nesta distócia a dilatação cervical permanece a 
mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha 
de alerta e, por vezes, a linha de ação. 
Obs: nesse tipo de distócia há associação frequente 
com sofrimento fetal (hipóxia fetal), agravando o 
prognóstico perinatal, sendo que a causa principal 
desse parto disfuncional é a desproporção 
cefalopélvica relativa (quando o feto não fez alguma rotação) ou absoluta. 
o CONDUTA: A rotura da bolsa das águas, a deambulação da parturiente ou a analgesia peridural podem 
determinar evolução normal do parto, porem casos estes procedimentos não modifiquem a evolução do 
partograma orienta-se parto cesárea. 
D. PARTO PRECIPITADO OU TAQUITÓCICO: É 
diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e 
expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou 
menos. O padrão da contratilidade uterina é de 
taquissistolia (muita contração) e hiperssistolia e caso a 
placenta esteja no limite de sua função aparece o 
sofrimento fetal, feto só recebe oxigênio entre uma 
contração e outra, e durante a contração o fornecimento 
de oxigênio é cortado, como está ocorrendo muita 
contração o feto pode entrar em sofrimento fetal, pois 
não ocorre um fornecimento adequado de 
oxigênio. Como é um parto rápido, as lacerações do 
trajeto também são mais frequentes neste tipo de parto, pois não há tempo para acomodação dos tecidos 
pélvicos, ocorrendo descida e expulsão do feto de modo abrupto. 
Também pode acontecer em decorrência de iatrogenia por “overdose” de ocitocina. 
Esse partograma foi feito em uma paciente que teve um parto normal em 4h (3h após a internação), pois a dilatação 
e a descida do bebê ocorreram de maneira muito rápida. 
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CONDUTA: Orienta-se atenção à vitalidade fetal no período de dilatação cervical e revisão detalhada do canal do parto 
após o delivramento. 
PÉLVICO: 
E. PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO: manifesta-se, no 
partograma, com a descida da apresentação 
progressiva, mas excessivamente lenta – nota-se 
dilatação completa do colo uterino e demora na 
descida e expulsão do feto. A causa desta distócia 
geralmente deve-se à contratilidade uterina 
ineficiente. 
o CONDUTA: Sua correção é obtida pela 
administração de ocitocina, rotura da bolsa das 
águas e ainda pela utilização do fórcipe, desde que 
preenchidos os pré-requisitos para sua aplicação. Também se recomenda à parturiente posição vertical 
(sentada ou em pé), pois favorece a descida da apresentação. 
F. PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA: diagnosticada 
por dois toques sucessivos com intervalo de 1 hora ou 
mais, com dilatação completa do colo 
uterino. Considera-se que há parada secundária da 
progressão da apresentação quando ocorre cessação da 
descida por pelo menos 1 hora após o início da 
mesma. Geralmente está correlacionada com 
desproporção céfalo pélvica e distócia de rotação 
o CONDUTA: acontecimento obstétrico ominoso e deve 
ter pronta correção (cesária) para evitar consequências 
desastrosas tanto para a mãe como para o feto. Ambas 
as linhas (dilatação e descida) se cruzaram antes da linha 
de alerta, porém a descida fetal não ocorreu mais, pois não ocorreu a rotação interna, deve-se realizar cesária,

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