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ZOLIN fichamento crítica feminista

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ZOLIN, Crítica Feminista
Crítica feminista: surge em 1970: historicização como resistência à ideologia que regulava o saber sobre a literatura.
Historicamente, o cânone literário, tido como um perene e exemplar conjunto de obras-primas representativas de determinada cultura local, sempre foi constituído pelo homem ocidental, branco, de classe média/alta; portanto, regulado por uma ideologia que exclui os escritos das mulheres das etnias não-brancas, das chamadas minorias sexuais, dos segmentos sociais menos favorecidos etc. Para a mulher inserir-se nesse universo, foram precisos uma ruptura e o anúncio de uma alteridade em relação a essa visão de mundo centrada no logocentrismo e no falocentrismo (p. 327)
O novo lugar que a mulher passa a ocupar na sociedade em decorrência do feminismo fez-se refletir (e não poderia ser diferente) nesse status quo. De um lado, a crítica literária, antes de domínio quase exclusivamente masculino, passou a ser praticada por mulheres; de outro, estas passaram a escrever mais como literatas, livres dos temores da rejeição e do escândalo. (p. 328)
Compreensão da crítica feminista: cânone x história-literária-falocentrismo: perspectiva revisionista baseada na estética da recepção 
Tendo detectado o fato de que a mulher sempre fora produtora de uma literatura própria, embora esta tenha permanecido por tanto tempo no limbo, críticos (as) feministas, ao desempenharem a função de fazê-la emergir, reinterpretando-a e revisitando os mecanismos dos pressupostos teóricos que a marginalizaram, têm-lhe perscrutado a trajetória com o objetivo de descrevê-la, dando a conhecer suas marcas, suas peculiaridades em cada época específica. (329)
No entender da ensaísta, todas as subculturas literárias, como a negra, a judia, a canadense, a anglo-indiana, a americana, etc., percorrem três grandes fases: a de imitação e internalização dos padrões dominantes; a fase de protesto contra tais padrões e valores; e a fase de autodescoberta, marcada pela busca da identidade própria. Adaptando estas fases às especificidades da literatura de autoria feminina tem-se a fase feminina, a feminista e a fêmea (ou mulher), respectivamente. Nessa ordem de ideias, Showalter (1985) chama a literatura inglesa produzida no período entre 1840 e 1880 de feminina, por caracterizar-se pela repetição dos padrões culturais dominantes, ou seja, pela imitação do modelo patriarcal [....] a fase feminista da literatura inglesa vai de 1880 a 1920 e é marcada pelo protesto e ruptura com relação a esse modelo [...] a fase fêmea, marcada pela autodescoberta e pela busca da identidade, inicia-se ainda na década de 1920 e estende-se até os dias atuais. (p. 330)

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