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Homossexualida a luz da bíblia

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O Mito Da Demonização Homossexual
Do desejo de entender mais sobre a sexualidade diante da bíblia, e como ela trata outras relações que não sejam heterossexuais, venho analisar de forma simples sem muita enrolação todos os possíveis textos\passagens que possam ter alguma menção sobre isso. Não pretendo em momento algum ir contra o que as escrituras deixa subentendido quando se trata dos padrões divinos estabelecidos por Deus sob sua criação.
Para toda análise bíblica, é preciso verificar os vários contextos em que ela se encontra. Não é recomendado pegar um texto isolado de todo um capítulo quando se quer fazer o uso dele, caso isso aconteça é quase certo o emprego errado daquela passagem. Por exemplo:
Se uma pessoa fizer uma pesquisa sobre alguns versículos sobre “vitória” é possível que ela se depare com Rm 8:37 onde diz: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” 
Mas, analisando agora, o que são “todas estas coisas”? A resposta vem se verificarmos o contexto em que ela está inserido. Os versículos 31 a 39 de Rm 8, é titulado de “Cântico de vitória: Deus é por nós”1, o versículo 37 se refere ao versículo 35 onde diz: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?”
Assim, é possível entender do que se trata. Eu usei esse como exemplo, mas há vários outros versículos na bíblia que tem um impacto assustador nas pessoas, especialmente àquelas que não possui conhecimento nenhum sobre as escrituras. 
Existem também outros contextos que precisam ser analisados dependendo de X fatores como por exemplo: capítulo, versículo, livro, a quem se escreve, entre outros. Os contextos a ser analisados variam, são históricos, culturais e por ai vai.
Sabendo o método que é preciso para que se estude a bíblia, podemos então começar e nos aprofundar sobre o que já propus aqui.
De início, é preciso saber que a bíblia pouco fala a respeito disso, em meio a 66 livros e 1189 capítulos, absolutamente nenhum é exclusivamente sobre esse assunto, mas, em meio a 31.102 versículos, levando em conta apenas a bíblia protestante, há uma quantidade insignificante abordando o assunto. 
Proponho analisar todos as possíveis passagens por ordem de aparição bíblica, desde a primeira até a última. Sem tirar conclusões próprias, e deixando que quem quer que esteja lendo, possa formar seu próprio pensamento a respeito do tema.
A começar, a primeira passagem se encontra em Gênesis 19, na famosa história de Sodoma e Gomorra, a cidade destruída por Deus, onde alguns líderes religioso fazem o desfavor de destacar a homossexualidade como único e suficiente motivo por sua destruição.
“E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros.
E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta 'noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos.” Gênesis 19:4,5
A expressão “para que os conheçamos”, indica que os moradores estavam dispostos a abusar sexualmente dos visitantes2. Isso por si só já é o bastante para que líderes religiosos façam uma grande pregação, escondendo seu ferrenho preconceito com a grande coberta da religião.
Vamos lá, lhe contarei o que foi “escondido” por muito tempo. A bíblia não diz que a cidade foi aniquilada devido a prática homossexual, mas sim devido a outros pecados. 
Antes, devemos ver que o pensamento sobre os homens de sodoma serem homossexuais é equivocado, visto que ló ofereceu suas duas filhas aos homens:
“Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.” Gênesis 19:8
Mesmo que a sugestão de ló tenha sigo negada, ló não ofereceria se não houvesse oportunidade.
Thomas Römer, um dos maiores especialistas do A.T, diz “que a punição de Sodoma está ligada à violação, à violência sexual, à recusa da justiça e à falta de hospitalidade”. Sua fala: 
A homossexualidade não tem nada a ver com o assunto. O narrador da Bíblia não faz uma reflexão sobre o valor moral, a homossexualidade, mas sobre o orgulho, a agressividade e a falta de hospitalidade de Sodoma.
O Novo Testamento também não relaciona a destruição de Sodoma com a homossexualidade. Segundo os evangelhos de Mateus e Lucas, o próprio Jesus pensava que a destruição de Sodoma estaria ligada à falta de hospitalidade dos seus habitantes. Várias outras alusões a Sodoma no Novo Testamento confirmam que a falta de hospitalidade e de acolhimento dos estrangeiros são as causas principais da punição divina, não sendo nunca evocada a homossexualidade para justificar a destruição da cidade maldita.3
“O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês foram estrangeiros no Egito. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.” Levítico 19:34
Na bíblia há outros textos se referindo a Sodoma, desvinculando a sua destruição apenas a relação homossexual. No capítulo 16 de Ezequiel, onde Deus é retratado como marido e Jerusalém como esposa, Deus fala do adultério que ela cometeu em relação a Ele, e faz essa citação de Sodoma contando alguns pecados:
“Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado.
E se ensoberbeceram, e fizeram abominações diante de mim; portanto, vendo eu isto as tirei dali.” Ezequiel 16:49,50
Aqui outros textos relacionados a Sodoma: 
 “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Isaías 3:9
“E entre os profetas de Jerusalém vi algo horrível: Eles cometem adultério e vivem uma mentira. Encorajam os que praticam o mal, para que nenhum deles se converta de sua impiedade. Para mim são todos como Sodoma; o povo de Jerusalém é como Gomorra. " Jeremias 23:14
 “E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.” Mateus 10:14,15
Como visto, sodoma cometia vários pecados sendo orgulhosos, fornicadores, deixando de ajudar os pobres, os estrangeiros, os faltava vergonha e compaixão. Líderes religiosos destacam o pecado da sodomia como algo inaceitável, abominável diante de Deus, que por si só já era digna de condenação eterna, falam todas as coisas e outras piores se referindo aos homossexuais. É esquecido entre muitos, ou mesmo nem se sabe, mas a real é que “sodomia” significa “coito anal”, seja ele entre um casal homossexual ou um heterossexual.
O episódio de sodoma e Gomorra é lembrado no meio cristão, por uma massa de pessoas, como a cidade destruída por Deus devido a imoralidade sexual referente aos homens, mas, após essa analise vemos que esse tipo de pensamento é errôneo e demonstra a falta de conhecimento sobre as sagradas escrituras.
Em juízes 19, os acontecimentos iniciais apresentem uma pequena semelhança com o episódio de sodoma, mas todo o restante da história em nada se assemelha.
Agora, iremos abordar o mais famoso e citado versículo sobre a homossexualidade, usado para julgar e condenar pessoas: 
“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é;”
Levítico 18:22
Para entendermos essa citação devemos estudar o contexto em que ele foi escrito e onde ele foi empregado, não só pegando essa parte isolada como muitos fazem.
O capítulo 18 de levítico inicia-se com:
“Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou o Senhor vosso Deus.
Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo, nem andareis nos seus estatutos.” Levítico 18:1-3
Veja, o capítulo começacom Deus dando ordens a Moisés para que ele alerte o povo de israel para que não imitem o povo do egito e canaã. Ao decorrer do capítulo, é listado diversas práticas sexuais proibidas, como por exemplo: incesto, zoofilia, relações com a mulher em período menstrual, com a mulher do próximo, sacrifício de crianças, fora o já citado. 
Pra compreender o capítulo, precisamos de um pouco sobre conhecimento histórico referente à época, religião e o senso comum que se tinha.
Na antiguidade, havia uma deusa chamada “Ishta”, que dependendo dos povos que a adoram, chamavam ela com um nome diferente, mas independente dele, sabe-se que se trata da mesma divindade.
Nos templos que eram dedicados a ela, durante os rituais que eram feitos nos cultos a essa deusa, haviam prostitutas e prostitutos cultuais, estes que mantinham relações sexuais com os devotos, aos homens, diziam que a deusa ishta como demonstração de poder, os havia transformados em mulheres. 5,6
Ambas as nações que foram citadas por Deus, como exemplo a não ser seguido, cultuavam essa deusa, ou seja, logo se justifica o fato da condenação a homossexualidade ali, pois as relações que aconteciam eram em ato de idolatria, cultuando outros deuses.
Mas, e o adjetivo “abominação”? Presumo que essa palavra causa espanto em muitas pessoas, fora a dor obviamente, pois lembro muito bem o impacto que teve em mim nas primeiras vezes que sem qualquer conhecimento bíblico, li e reli essa passagem. 
Devemos nos questionar aqui, o que normalmente era considerado abominação perante as pessoas daquela época? 
Vejamos algumas passagens da bíblia que denominam certas ações como abominação:
“E serviram-lhe à parte, e a eles também à parte, e aos egípcios, que comiam com ele, à parte; porque os egípcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto é abominação para os egípcios.” Gênesis 43:32
“Isso é uma abominação para os egípcios – a opinião mais geralmente recebida tem sido, de acordo com as paráfrases de Onkelos e Jônatas, que a razão disso eram os hebreus que comem os animais que os egípcios consideravam sagrados.”7
“Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.” Deuteronômio 22:5
“A mulher não deve usar roupas de homem, nem um homem deverá vestir roupas de mulher. Vid. Moinho. Dissertação. 9: p. 258, & c. As últimas palavras do verso mostram claramente que esse era um costume idólatra; e vários autores produziram instâncias da mesma prática entre os pagãos.”8
Percebe-se que o adjetivo “abominação” era empregado a algum elemento de uma religião diferente, sendo o uso dele de maneira condenável, e passando a ser inaceitável o emprego deste para designar as relações homoafetivas.
Portanto, o uso de Lv 18:22 para perseguir pessoas que não são heterossexuais, é extremamente indevido, já que é normalmente tirado do contexto e usado pra justificar o próprio preconceito, distanciando pessoas de Deus ao invés de atrair.
Outra passagem que se assemelha a esta referente ao contexto são as de Dt23:17, 1 Re 14:22-24, 15:12, 2 Re 23:7.
As passagens sobre este tema contida no AT não deveriam ser mais usadas na atualidade, já que não vivemos mais sobre o antigo concerto, e sim no novo, essas passagens são quase que sem valor algum quando se trata do assunto, mas mesmo assim é necessário uma explicação delas, pois muitos não entendem o que se passa por trás do que foi escrito, fora a questão de usarem de valor moral pra abordar esse assunto, o que é equivocado.
No que se refere aos textos presentes no Antigo Testamento, vemos que eles abordam a homossexualidade não como ela é nos dias de hoje, mas sempre por baixo de um contexto envolvendo práticas religiosas de outras religiões, como as do povo cananeu e egípcio, elementos esses considerados abominações pelo povo hebreu.
Já no Novo Testamento, que é o concerto no qual vivemos hoje, e pela luz dele que devemos julgar indeterminados assuntos, as passagens que abordam relações homoafetivas são encontradas em uma quantidade menores se comparadas ao AT.
A primeira passagem a ser analisada é:
“Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” Romanos 1:26,27
Na bíblia que possuo, a pentecostal de estudo, o cap. 1 é dividido nas seguintes partes: “Prefácio e saudação” vers 1-7, “A fé dos romanos. Paulo anela vê-los” vers 8-15, “O assunto da epístola: a justiça pela fé” vers 16-17, “A idolatria e depravação dos gentios” vers 18-32.
Antes de tudo, vamos conhecer um pouco sobre como a homossexualidade era vista em Roma.
Historiadores como Pierre Grimal, definem a sociedade romana como bissexual, logo, a moral romana não condenava relações homoafetivas desde que respeitassem a virtude do homem romano. As pessoas não viam as relações homo, como simples relações, mas sim como um papel sexual ativo/passivo, eles não viam problema algum nos homens que eram ativos, mas viam nos os homens que procuravam prazer ao serem penetrados, pois acreditavam que eles estariam abandonando suas identidades masculinas por uma feminina.9
Os patrões poderiam ter relações sexuais com seus escravos, caso eles fossem ativos, a prostituição tinha se tornado uma prática tão comum que havia banheiros onde iam homens que buscavam relações sexuais com outros homens, códigos gestuais e de vestimentas que mostravam o interesse de ter relações homoafetivas.10
Agora visto um pouco sobre como era abordado esse tema pela sociedade romana, podemos então iniciar a explicação do texto já apresentado.
A expressão “Por isso Deus os abandonou às paixões infames.” simplesmente diz que Deus apenas permitiu que as pessoas fizessem o que quisessem, que satisfizessem seus desejos como bem pretendiam.
Pelo o que se sabe, o contexto estava marcado por uma decadência moral, que se destacava pela busca desenfreada por prazer, o que deve ser estendido não só a relações homossexuais, mas a todas as outras. Creio que eu não precise argumentar sobre isso, visto que qualquer pessoa que busca somente por prazer, está servindo aos instintos humanos pecaminosos, uma pessoa que se diz livre mas vive servindo ao seu próprio prazer, é escrava de seus desejos. Um homem hetero que se relaciona com qualquer menina apenas por prazer, é visto como pecado, alguém não heterossexual que faça a mesma coisa, não está distante dele.
Vemos em gálatas 5:19 que essa prática é uma das obras da carne, e as pessoas que as cometem não herdarão o reino dos céus, além disso é presumível que as mulheres e homens que o texto aborda tratam-se de pessoas homossexuais que simplesmente perderam a noção de moral sexual, dificilmente pessoas heterossexuais que mudaram de orientação sexual, pois a expressão usada no início, da entender que Deus permitiu que eles fizessem o que quisessem de acordo com seus desejos.
Na síria, havia uma deusa chamada “Atargátis”, que era cultuada também no alto império romano, culto esse que possuía algumas práticas nada aceitáveis na época. Enquanto realizava pesquisas para abordar essa deusa, deparei-me com um artigo intitulado “O culto de Atargátis no Império Romano: entre a religio e a superstitio” 11, que nos traz algumas informações sobre ela, seus sacerdotes e como era feito o culto a ela. Vejamos:
“Na obra De Dea Syria, Luciano empreende uma verdadeira defesa da deusa Atargátis, representando-a de forma helenizada, identificando Atargátis a deusas gregas, como Hera, Atená e Afrodite. A partir da aproximação dos mitos e dos símbolos sírios com os de origem grega, podemos verificar a tentativa de criação de uma identidade cultural comum romano-síria mais próxima do ideal de civilização do mundo greco-romano. Atargátis era a deusa suprema do complexo panteão sírio, era senhora da fertilidade, da procriaçãoe da reprodução, e tinha como um dos elementos simbólicos o falo.3 A propriedade do falo situa a deusa em uma posição predominante, visto que a deidade se converte em ordenadora do universo e senhora dos destinos dos homens.”
“Acerca da caracterização dos adoradores de Atargátis, a obra Metamorphoses, escrita por Apuleio de Madaura, possui o mérito de nos fornecer informações preciosas sobre o modus vivendi dos praticantes do culto e, principalmente, dos sacerdotes da deusa Atargátis. Ao longo de toda a narrativa desenvolvida por Apuleio, os sacerdotes e seguidores de Atargátis são caracterizados de forma altamente depreciativa. Percebemos que as críticas feitas aos sacerdotes e aos devotos da Deusa Síria podem ser destacadas em quatro níveis: a falsa devoção dos oficiantes da divindade, a perversão sexual dos sacerdotes, a exploração da fé pública e as ações ilícitas perpetradas por eles.”
“Apuleio também critica a postura desprezível do sacerdote em relação à sua sexualidade. Ele acusa os oficiantes da Deusa Síria de serem afeminados com vozes de mulher e de manterem relações sexuais com os escravos. Essa passagem de Apuleio está atrelada a um apelo erótico muito forte, a fim de apresentar ao leitor da obra a imagem exótica dos sacerdotes de Atargátis enfatizando a perversão sexual dos oficiantes. No mundo greco-romano, os responsáveis pelo culto da Deusa Síria eram conhecidos como galli, sacerdotes eunucos que haviam executado o ritual de autocastração em honra à divindade. Após o ritual, vestiam-se de mulher e dedicavam-se integralmente às atividades em homenagem à divindade. Possivelmente, daí decorre a crítica de Apuleio à postura dita afeminada dos sacerdotes de Atargátis.” 
“Desse modo, a obra de Luciano é importante para compreendermos os rituais que revestem de sentido a postura dos sacerdotes de Atargátis. De tal modo, intrínsecos ao conjunto da prática cerimonial do culto da Deusa Síria, estão os saberes que envolvem o exercício da autocastração e o costume de se apresentar em público como mulheres. O discurso de Luciano envolve a prática da autocastração de um simbolismo heroico em torno do praticante, evidenciando a necessidade de tornar mais palatável, ao crivo de gregos e de romanos, tal prática. Inspirado pela deusa Atargátis, o homem, em nome de sua honra, lealdade e solidariedade ou em busca de proximidade e de afinidade com a divindade, subtrai de si o símbolo de sua masculinidade.
Contudo, no mundo greco-romano, as inversões da verdadeira hierarquia – como no caso da autocastração, a partir da qual o homem, após o ritual, passa a vestir e a exercer atividades típicas de mulheres – são muito reprovadas e constituem formas evidentes de degradação social (VEYNE, 2009, p. 219). O medo da efeminação fundamentado na necessidade de manter a imagem pública de um homem determina sua conduta moral segundo a qual este conduz a sua vida sexual. Logo, as críticas de Apuleio aos sacerdotes da deusa Atargátis não estão relacionadas ao fato de serem ou não homossexuais, mas sim ao fato de se submeterem física e moralmente, entregando-se aos prazeres, a um ser inferior.”
“Percebemos que a descrição que Apuleio faz dos sacerdotes da deusa Atargátis não poderia ser pior. Homens imorais, transgressores, repletos de vícios e que se deixam escravizar por paixões servis, representadas no texto pela homofilia praticada pelos devotos e demais oficiantes do culto. Relacionamentos sexuais com escravos e desejos abomináveis por animais; sacerdotes que concedem falsas previsões em troca de grandes donativos; homens que roubam templos consagrados e que, por isso, são punidos pelos agentes da autoridade imperial. Enfim, todo tipo de vícios e de imoralidades era praticado pelos oficiantes do culto de Atargátis.”
Adicionando algumas informações a mais, sabe-se que na época que Paulo escreveu a carta dos romanos, orgias grupais nos cultos de fertilidade pagãos eram comuns, que a pedofilia e prostituição faziam parte das relações entre homens e que, homens livres, heteros ou bis, desprezavam as esposas e realizavam orgias sexuais com seus escravos prestando culto aos ídolos.12
Vendo agora o contexto que a passagem foi escrita, é compreensível que as relações homossexuais sejam condenadas, visto que por trás do que foi dito as pessoas eram libertinas, cometiam imoralidade sexual e ainda realizavam esses pecados em cultos idolatras. 
Outras passagens como 1 Co 6:0-10, 1 Tm 1:9-10, são análogas a esta que acabamos de analisar, 2 Pd 2:6-9, e Jd 7, estando em sintonia com a tradição vetereotestamentária, atribuem a culpa dos homens de sodoma tomando por exemplo a passagem de Gn 19, passagem esta já analisada aqui. 
Portanto, as passagens contidas no NT que falam da homossexualidade são poucas e quase que sem valor quando se trata da avaliação dessas relações, a única que merece destaque é a contida em Rm 1. Aqui, ainda se trata da homossexualidade de maneira totalmente diferente da qual vemos nos dias atuais. 
Considerações finais
Depois de analisarmos as passagens da sagrada escritura, abordando poucos textos sendo esses presentes em Gn 19, Lv18, Dt 23, 1 Re 14 e 15, 2 Re 23, Rm 1, 1 Co 6, 1 Tm 1, 2 Pd 2 e Jd 7, conclui-se que que a bíblia em momento algum aborda a homossexualidade como de fato ela é atualmente, e sim por baixo de um contexto envolvendo libertinagem, imoralidade sexual, estupro, pedofilia (pederastia, que havia em algumas das cidades abordadas, como em roma), e idolatria durante os cultos pagãos.
As pessoas que eram fora do padrão heterossexual, viviam presas em épocas que eram atribuídas a si, visões homofóbicas, machistas, e racistas, não podendo ser quem são, coisa que não está muito longe da realidade atual.
Usar de desculpas como ser “transformados” em mulher como demonstração do poder da deusa ishta para então poder ter relações sexuais com as pessoas que você sente atração, é algo que nunca deveria ter acontecido. Ser mal visto pela sociedade ao ser o passivo de uma relação, atribuindo-lhe o pensamento de um não homem, já que estava adotando uma personalidade feminina e abandonando a do homem, e ao mesmo aceitar normalmente o ativo, nunca deveria ter acontecido. Realizar uma autocastração inspirado numa deusa e se vestir com trajes femininos desenvolvendo atividades típicas de mulheres, sendo considerado uma forma de degradação social por não manter a imagem pública de homem, e assim poder ter relações sexuais com quem se deseja, nunca deveria ter acontecido. A aceitação do uso de escravos para se relacionar mesmo contra a vontade dele, sendo apenas ativo e não passivo, devido o escravo ser julgado erroneamente como uma pessoa “inferior”, nunca deveria ter acontecido,
Os relacionamentos atuais homoafetivos em nada tem a ver com os que foram abordados pelo livro sagrado. Um relacionamento é construído com valores morais justos, bons, e louváveis, o amor contido em uma relação homo em nada se difere do amor que há em uma relação heterossexual. 
Pessoas que dizem ser a homossexualidade um ato contra a natureza, encontram-se em profunda ignorância e negação cientifica, além dessas há também as que julgam as relações homossexuais por valores morais, alegando ser algo imoral, duvidosos são os valores morais que estas pessoas possuem.
A Religião por muito tempo foi destituída de sua função original e usada como arma para oprimir pessoas com falsas alegações usando como base passagens bíblicas. Direitos civis e os mais básicos como os direitos humanos, foram e continuam sendo negados a pessoas que são perseguidas por pseudos-cristãos, sendo que já é passada a hora de corrigir esse erro. 
A Homossexualidade com os passar dos anos foi demonizada por pessoas que eu me recuso a chamar de cristãos, pois cristão é aquele que faz dos ensinamentos do nosso Senhor Jesus Cristo, os seus, e um dos pilares dos ensinamento de Cristo é justamente o amor, sentimento esse que foi negado a essas pessoas. 
Mesmo sendo considerado como pecado as práticas sexuais entre pessoas do mesmo sexo, a nós não é cedido a posiçãode juiz, ao único que foi dado o poder de julgar, escolheu nos amar. A nós foi deixado este ensinamento contido em Mt 7:1 a 5 “Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
Como diz em Rm 3:10-12 “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.”
Rm 3:23 e 24 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.”
O pecado em si, nada pode, as pessoas que irão habitar no inferno assim vão por escolha própria ao negar pra si o sacrifício de jesus na cruz, ao ler a carta de Paulo aos romanos, é explicitamente entendido que não somos salvos pelas nossas obras, mas apenas pela graça salvífica de Cristo, se alguém leu e não foi capaz de entender este recado, é de se preocupar.
Rm 5:1 “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”
Rm 10:9 “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
A bíblia nos diz em Hebreus 4:12 que a palavra de Deus, visto como a bíblia que possuímos, é mais afiada e poderosa que qualquer espada de dois gumes, sendo capaz de separar o espirito e a alma. Que efeito ela pode realizar sendo usada para perseguir e condenar pessoas ao inferno apenas por ser quem são? 
“A verdade deve ser dita com amor, mas o amor nunca pode impedir a verdade de ser dita”. 
“Os homens estão sempre dispostos a vasculhar e averiguar sobre as vidas alheias, mas lhes dá preguiça conhecer-se a si mesmos e corrigir sua própria vida.”
Ambas frases de autoria do Santo Agostinho.
Por fim, vos apresento o mandamento de Jesus "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.” João 13:34
Referências 
1. Bíblia de estudo pentecostal pág 1714.
2. Bíblia de estudo pentecostal, pág 59 nota sobre 19,5.
3. https://setemargens.com/o-pecado-de-sodoma-foi-a-falta-de-hospitalidade/
4. https://arteegipcia.wordpress.com/2011/09/14/literatura-a-contenda-entre-horus-e-seth/#:~:text=A%20contenda%20entre%20H%C3%B3rus%20e%20Seth%20%C3%A9%20uma%20obra%20principalmente,tem%20como%20personagens%20os%20deuses.&text=Este%20havia%20sido%20assassinado%20pelo,e%20irm%C3%A3o%20buscam%20o%20trono.
5. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8152/tde-16112009-113815/publico/SERGIO_AGUIAR_MONTALVAO.pdf
6.https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/2604/2/20360148.pdf
7. https://versiculoscomentados.com.br/index.php/estudo-de-genesis-43-32-comentado-e-explicado/
8. https://versiculoscomentados.com.br/index.php/estudo-de-deuteronomio-22-5-comentado-e-explicado/
9. https://youtu.be/dCmTrHh3UsM
10. https://history.uol.com.br/noticias/como-viviam-os-gays-na-roma-antiga
11. file:///D:/Arquivos%20do%20Usu%C3%A1rio/Downloadss/14535-Texto%20do%20artigo-39575-1-10-20161107.pdf
12. file:///D:/Arquivos%20do%20Usu%C3%A1rio/Downloadss/artigo%20cat%C3%B3lico%20sobre%20homossexualidade.pdf

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