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EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA

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Toda e qualquer produção humana tem a contribuição de inúmeros homens que no passado 
fizeram indagações, realizaram descobertas, inventaram técnicas e desenvolveram ideias, isto 
é, por trás de qualquer invenção da humanidade, existe a História. Compreender algo que 
compõe nosso mundo significa recuperar sua história. Desse modo, o passado e o futuro 
sempre estão interligados no presente, enquanto base constitutiva e enquanto projeto. 
Todos nós temos uma história pessoal e nos tornamos pouco compreensíveis se não 
recorrermos a ela e à nossa perspectiva de futuro para entendermos quem somos e por que 
somos de uma determinada maneira. 
No caso da Psicologia, a história tem por volta de dois milênios, desde os gregos, antes mesmo 
da era cristã. Para compreender a diversidade com que essa ciência se apresenta hoje, é 
necessário recuperar a sua história. 
A história do pensamento humano tem um momento áureo na Antiguidade, entre os gregos, os 
quais foram o povo mais evoluído nessa época. Uma produção planejada permitiu a construção 
das primeiras cidades-estados (pólis) que progrediram muito em áreas como física e 
geometria, chegando em um dado momento em que os cidadãos começaram a se ocupar com 
as coisas do espírito, como a Filosofia e a arte. 
Alguns filósofos gregos, como Platão, começaram a especular em torno do homem e da sua 
interioridade. É entre eles que surge a primeira tentativa de sistematizar uma Psicologia. 
O termo psicologia vem do grego e significa “estudo da alma”. A alma ou o espírito era 
concebida como parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de 
amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção. 
Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo 
através da percepção. Discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se o homem vê 
um mundo que já existe. Portanto, havia uma oposição entre os idealistas (a ideia forma o 
mundo) e os materialistas (a matéria que forma o mundo existe antes da percepção). 
Mas é com Sócrates que a Psicologia na Antiguidade ganha consistência. 
Sua principal preocupação era com o limite que separa os homens dos animais. Desta forma, 
destacava que a razão/raciocínio permitia o homem sobrepor-se aos instintos, que seriam 
a base da irracionalidade – ou seja, a razão distingue os seres humanos dos demais animais. 
Ao definir razão como essência humana, Sócrates abre um caminho que futuramente seria muito 
explorado pela Psicologia. 
Platão, discípulo de Sócrates deu o segundo passo. Ele procurou definir um “lugar” para a 
razão no nosso próprio corpo, e concluiu que esse local seria a cabeça, onde se encontra a 
alma do homem. A medula seria, portanto, o elemento de ligação da alma com o corpo – 
Platão concebia a alma como separada do corpo e dizia que quando alguém morria, a matéria 
(o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo. 
Aristóteles, discípulo de Platão – e diferentemente do seu mestre –, postulou que a alma e o 
corpo não podem ser dissociados. Para ele, tudo tinha alma, desde as plantas e os animais, 
até os humanos, mas que os homens teriam a alma vegetativa (da alimentação e reprodução) 
e a sensitiva (da percepção e do movimento), além da alma racional, a qual tem função 
pensante. Ele ainda chegou a estudar a percepção e a sensação. 
A noção de ama/espírito (subjetividade que permeia cada indivíduo) veio antes da 
Psicologia Científica devido a uma necessidade de compreensão do ser humano. 
Às vésperas da era cristã, surge um novo império que iria dominar a Grécia, parte da Europa e 
do Oriente Médio: o Império Romano. Uma das principais características desse período é o 
aparecimento e desenvolvimento do cristianismo. Desse modo, falar de Psicologia nesse 
período é relacioná-la ao conhecimento religioso, pois a Igreja ganhou força e começou a 
monopolizar o saber e, consequentemente, o estudo do psiquismo. 
Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia cisão entre alma e corpo. Porém, para 
ele, além da alma representar a razão, era também prova da manifestação divina no homem. 
A alma era imortal por ligar o homem a Deus. 
São Tomás de Aquino viveu em um período que prenunciava a ruptura da Igreja Católica, o 
aparecimento do protestantismo – transição para o capitalismo (Rev. Francesa e Industrial). 
Essa crise econômica e social leva ao questionamento da Igreja e dos conhecimentos produzidos 
por ela. Porém, ele dizia que a busca pela perfeição pelo homem seria a busca por Deus. 
Assim, consegue encontrar argumentos racionais para justificar os dogmas da igreja e 
continua garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo. 
Duzentos anos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início o período do Renascimento 
ou Renascença, marcado pela valorização do homem – a ideia de Deus no centro foi sendo 
deixada de lado. Assim, as ciências conheceram um grande avanço, como a descoberta de 
que o planeta não é o centro do universo, o que deu início ao estabelecimento de métodos e 
regras básicas para a construção do conhecimento científico. 
Neste período, René Descartes postulou a separação entre mente (alma, espírito) e o corpo, 
afirmando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante, e que o 
corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. Esse dualismo mente-corpo torna 
possível o estudo do corpo humano morto, possibilitando o avanço da Anatomia e Fisiologia, 
que contribuíram muito para o progresso da Psicologia. 
No século 19, destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna-se necessário. O crescimento 
da nova ordem econômica — o capitalismo — traz consigo o processo de industrialização, para 
o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas no campo da técnica. Há, então, um 
impulso muito grande para o desenvolvimento da ciência, como um sustento da nova ordem 
econômica e social, e dos problemas colocados por ela. 
A transição do período feudal para o capitalismo acompanhou diversas mudanças, 
principalmente nas hierarquias sociais. Além disso, houve avanços na ciência que fez com 
que o homem parasse de ser visto como centro do universo – agora entendia-se que o Sol 
ocupava este lugar. Devido a esses avanços, o conhecimento tornou-se independente da fé 
e os dogmas da Igreja foram questionados. 
Deu-se início aos questionamentos relacionados à Natureza para viabilizar a exploração de 
matérias-primas. Assim, estavam dadas as condições materiais para o desenvolvimento da 
ciência moderna, com métodos mais rigorosos que permitissem a observação para a 
descoberta das leis da Natureza. 
Nesse período surgiram homens como Darwin que enterrou o antropocentrismo com sua tese 
evolucionista, o que possibilitou que a ciência avançasse tanto a ponto de se tornar um 
referencial para a visão de mundo e a verdade passou a contar com aval científico. 
A Filosofia adaptou-se aos novos tempos, surgindo o Positivismo de Augusto Comte que 
propôs o método da ciência natural, a Física, como modelo de construção de conhecimento. 
Mas, apenas em meados do século 19 que os problemas e temas da Psicologia – que 
estavam sendo estudados apenas por filósofos – passam a ser, também, investigados pela 
Fisiologia e pela Neurofisiologia em particular. Os avanços dessa área permitiram a 
formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as 
percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. 
Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e 
o funcionamento da máquina de pensar do homem — seu cérebro. Assim, a Psicologia começa 
a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia, sendo que algumas 
descobertas foram essenciais para a Psicologia, como o entendimento de que as doenças 
mentais são frutos da ação direta ou indireta dos neurônios. 
Outros temas tambémforam estudados, como o ato reflexo proporcionado pela medula, a 
fisiologia do olho e a percepção das cores. 
Por volta de 1860, temos a formulação de uma importante lei no campo da Psicofísica. É a Lei 
de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação. A partir desse 
momento a Psicologia começou a adquirir status de ciência. 
Outro nome importante é Wilhelm Wundt (pai da psicologia moderna), responsável por criar 
o primeiro laboratório para realizar experimentos da Psicofisiologia. Ele desenvolveu a 
concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos fenômenos mentais 
correspondem fenômenos orgânicos. Por exemplo, uma estimulação física, como uma picada 
de agulha na pele de um indivíduo, teria uma correspondência na mente deste indivíduo. 
O berço da Psicologia Moderna é a Alemanha, onde Wundt, Weber e Fechner trabalharam 
juntos. O status de ciência foi obtido a partir do momento que a Psicologia se “libertou” 
da Filosofia, que marcou bastante a sua história, que, sob novos padrões de produção de 
conhecimento, passou a: 
• Definir seu objeto de estudo; delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras 
áreas de conhecimento; formular métodos de estudo desse objeto e formular teorias 
enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área. 
 
Essas teorias devem buscar a neutralidade, os dados devem ser passíveis de comprovação 
e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos 
e pesquisas na área. 
Embora a Psicologia Científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela 
encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço econômico que os 
colocou na vanguarda do sistema capitalista. É onde surgem as primeiras abordagens ou 
escolas em Psicologia, que deram origem as teorias atuais. 
 
FUNCIONALISMO: seu nome de destaque é W. James. Essa escola busca responder “o que 
fazem os homens” e “por que o fazem”. A consciência é eleita como o centro das 
preocupações e ocorre uma busca pela compreensão do seu conhecimento, na medida em que 
o homem a usa para adaptar-se ao meio. 
ESTRUTURALISMO: seu nome de destaque é Titchner. Essa escola também tenta 
compreender a consciência, mas, diferentemente do Funcionalismo, ela é estudada em seus 
aspectos estruturais – as estruturas do SNC. 
ASSOCIACIONISMO: seu nome de destaque é Edward L. Thorndike. Essa escola formulou a 
primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. Sua produção de conhecimentos pautava-se 
por uma visão de utilidade deste conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas 
que perpassam a Psicologia. O termo “associacionismo” vem da noção de que o processo de 
aprendizagem se dá por meio de associações de ideias. 
• Lei do Efeito: diz que todo comportamento de um organismo vivo tente a se repetir, se 
nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que esse emitir o comportamento. Por 
outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado 
(efeito) após sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas 
situações com outras semelhantes – teoria útil para a Psicologia Comportamentalista. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
BOCK, Ana Mercês Bahia; FORTADO, Odair; TEXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. 
1999. (CAP. 2)

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