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Resumo aula + Livro Tratado de Pediatria Flavia de Souza Artrite Idiopática Juvenil · Definição: artrite crônica (duração > 6 semanas) onde o paciente tem < 16 anos. Onde pela anamnese e exame físico afastei outras patologias que podem cursar com artrite crônica. Ou seja, AIJ engloba as artrites crônicas, isto é, que persistem por mais de 6 semanas, com inicio ate os 16 anos de idade. É um processo inflamatório crônico, autoimune, com manifestações extra-articulares que variam de acordo com o tipo de inicio. Acometimento das articulações metacarpo falangeanas, causando uma limitação de movimento e dores. · Etiologia: Ainda é desconhecida, podendo decorrer de agentes desencadeantes multifatoriais como infecção, distúrbio psicológico e trauma, em crianças com predisposição genética,podem dar inicio ao quadro de artrite. · Subtipos: · Sistêmica MAIS GRAVE · Oligoartrite MAIS COMUM NOS ATENDIMENTOS · Poliartrite com FR (fator reumatoide) negativo · Poliartrite com FR positivo MAIS RARAS · Artrite psoriásica · Artrite relacionada a entesite MAIOR INCIDENCIA EM MENINOS · Artrite indiferenciada: · A) não se enquadra nas categorias acima · B) tem critérios em mais de uma das categorias · Incidência e prevalência: · Incidência: 8 por 100.000 (menores de 16 anos) · Prevalência: 33 por 100.000 · AIJ começa frequentemente antes dos 6 anos de idade e é rara antes de 6 meses. · Diagnóstico Clínico: princípios básicos para diferenciar artrites, com articulações edemaciadas, sinais flogisticos (rubor, hiperemia), limitação de movimento das articulações. · Olhe · Toque · Movimente 1- Posição antálgica: limitação de movimento, posição de fator de melhores, visíveis de sinais flogisticos. 2- Inchaço das articulações: artrite de tornozelos e tarso. 3- Outros exemplos de inchaço das articulações: punhos, MCF (metacarpofalangeanas), IFP (hiperextensão das articulações interfalangianas proximais) e IFD (flexão das articulações interfalangeanas distais). Tenossinovite e artrite: comprometimento dos tendões e da articulação. 4- Exame para analisar limitação dos movimentos: mandamos fazer o movimento de abra e fecha, pois quando tivermos uma artrite com comprometimento MCF ela não conseguira fechar totalmente a mão. Já na segunda imagem temos a avaliação das articulações da coluna cervical. · Classificação dos 7 subtipos: Os tipos de apresentação são definidos pelas manifestações clinicas e laboratoriais predominantes nos primeiros 6 meses da doença. · Como classificar nos 7 subtipos: · Numero de articulações acometidas · Sintomas não articulares · Exames positivos ou negativos: fator reumatoide (FB) e HLA B27. · Artrite sistêmica: · Representa de 5 - 15% das AIJ · 2/3 dos casos começam antes dos 5 anos. · Sem predomínio de gênero · A artrite poderá ser tardia em 10% dos casos · Quadro clinico: caracteriza-se pela presença de febre acima de 39ºC (100% dos casos apresentarão), com duração por mais de 2 semanas. Além de exantema evanescente róseo e macular (95% dos casos apresentarão), preferencialmente em tronco, axila e raiz de membros desencadeado ou exacerbado pela febre. · Manifestações sistêmicas: · Serosite (pericardite, pelurite), hepatomegalia, esplenomegalia e adenomegalia. · Manifestações musculoesqueléticas: artrite (grandes e pequenas), artralgias (dores articulares que pode não ter limitação e sinais inflamatórias) e mialgias, tenossinovite e cistos sinoviais. · Exames laboratoriais: · Hemograma: anemia, leucocitose, trombocitose/plaquetose (diminuição de plaquetas). · Atividade inflamatória/provas de fase aguda: VHS (elevada na AIJ sistemica), proteína C reativa (elevada na AIJ sistemica) e ferritina (elevada na AIJ sistemica). · Fator reumatoide: negativo · ANA – anticorpo antinuclear: negativo · Imunologia: HLA B27 negativo. · Exames de imagens: radiografia de tórax e ecocardiograma evidenciam as serosites, tornando-se necessário a realização em alguns casos. · Síndrome de ativação macrofagica (MAS/SAM): É um complicação mais grave, ocorrendo em 5 – 8% das AIJ sistemica, podendo ser desencadeada por infecções e medicações. · Quadro Clinico: · Febre incessante, alta e de inicio súbito. · Sinais de sangramento de mucosas, equimoses, purpura. · Aumento do baço, fígado e linfonodos. · Disfunção hepática. · SNC: desorientação, convulsões. · Falência múltiplas de órgãos. · Laboratório: · Queda do VHS · Queda do fibrinogênio · Aumento de transaminases é da LDH · Citopenia · Distúrbios da coagulação · Aumento da ferritina (>10.000) · Aumento de TG. · Mielograma com hemofagocitose · Oligoartrite e Poliartrite: A oligoartrite é a forma mais frequente, na nossa anamnese é importante saber os 6 primeiros meses que começou os sintomas. Na oligoartrite temos o comprometimento de ate 4 articulações, onde após os primeiros 6 meses pode ser limitada desenvolvendo uma oligo-persistente (ate 4 articulações) ou oligo-estendida (> 4 articulações), por isso a necessidade de identifica-la até 6 meses do inicio do sintomas. Já na poliartrite teremos o comprometimento de mais de 4 articulações, podendo ter FR positivo ou negativo. · Oligoartrite: Artrite em ate 4 articulações nos primeiro 6 meses da doença. Sendo o tipo de inicio mais frequente, observado em 70 – 80% das AIJ. · Gênero: predomina em meninas (4:1) · Idade: predomina entre 1 e 3 anos, abaixo de 6 anos. · Quadro clinico: · Geralmente é assimétrico, principalmente em membros inferiores, sendo joelhos e tornozelos as mais acometidas. Sendo que metade dos casos se apresenta como monoartrite. · Frequentemente aparecem indolor, com rigidez (matinal), atrofia muscular e pode ocasionar contraturas. · Manifestações extra-articulares – comprometimento ocular: · Uveite crônica: não granulomatosa e inflamatória é observada em aproximadamente 30% das crianças, com ANA e FAN + em geral nos primeiros 7 dias da doença. Pode ser observado na AIJ oligoarticular, AIJ poliarticular, FR negativo e na artrite psoriasica. · Exames laboratoriais: · Provas inflamatórias que fase aguda: VHS e PCR normais ou poucos elevadas. · Imunologia: ANA + (70 – 80% dos casos) · FR negativo · Poliartrite com FR negativo: Artrite em 5 ou mais articulações durante os primeiros 6 meses de doença com FR negativo. · Fatores diagnósticos: · Frequência: 20 – 30% das AIJ · Sexo: mais frequente em meninas (3:1) · Idade: 50% são menores de 6 anos. · FR negativo · Características · 5 ou mais articulações (inicio em 6 meses). · Grandes e pequenas articulações · Simétrico: comprometimento simétrico, por exemplo, começou no joelho D e depois foi para a mão D. · Não começa pelo quadril, por isso tem um melhor prognóstico. Podendo acometer joelho, punho, quadril e tornozelo · Manifestações extra-articular: Uveíte anterior crônica · Poliartrite com FR positivo: Artrite em 5 ou mais articulações e FR positivo em 2 dosages com intervalo de 3 meses, durante os primeiros 6 meses da doença. Essa forma de inicio tem as características clinicas semelhantes a artrite reumatoide do adulto, com maior risco de evoluir para erosão óssea e incapacidade funcional. · Fatores diagnósticos: · Frequência: 3 – 5 % das AIJ · Gênero: maioria feminina (9:1) · Idade: 80% > 12 anos de idade · Caracteristicas: · 5 ou mais articulações nos primeiros 6 meses · Comprometimento da maioria das articulações, exceto coluna torácica e lombrossacral. Sendo com acometimento inicial do quadril com pior prognóstico. · Prova do látex + FR em 2 ocasioes: no intervalo de 3 meses e nos primeiros 6 meses de doença. · Acometimento: · Articular: · Grandes e pequenas articulações · Simetria de envolvimento · Instalação rápida · Comportamento agressivo -> erosões · Extra-articular: · Fadiga · Perda de peso · Nódulos subcutâneos (10%) · Artrite psoriática: artrite e psoríase ou artrite + 2 dos seguintes (dactilite, alterações ungueiais (pitting ou onicolise) e psoríase em parente de 1º grau). · Fatores diagnósticos: · Frequência: pouco frequente/rara, cerca de 7%. · Leve predomínio no sexo feminino (60%) · Com picos de idade de inicio: pré-escolares ou adolescência. · Manifestação: · Musculoesqueletica da artrite psoriasica: · Artrite ocorre em 7% dos paciente com psoríase · O padrão mais frequente é oligoartrite de pqeunas e grandes articulações · Dactilite é observada em 20 a 40% - aumento de volume se estende além da articulação e resulta de tenossinovite dos tendões · Caracteristicas: · É oligoarticular em articulações interfalângicas das mãos e pés. · Exames laboratoriais: · Provas de fase aguda: normais ou pouco elevados. · ANA + · FR negativo · Artrite relacionada com a entesite: artrite e entesite (dor nos pontos do tendão no osso) ou artrite ou entesite e 2 dos seguintes fatores: historia de dor inflamatória em articulações sacroiliacas e/ou coluno lombossacral, antigeno HLA B27 +, inicio em meninos maiores de 6 anos, uveite anterior aguda, historia de espondilite anquilosante, etc. · Fatores diagnósticos: · Frequência: 10 - 20% das AIJ · Gênero: predomina no masculino (3-7:1) · Idade: > 6 anos (media 12 anos). · Exames laboratoriais: · HLA B27 + em 60 - 80% dos casos · FR negativo · ANA negativo · Características: · É oligoarticular e assimétrica comprometendo inicialmente as articulações periféricas de membros inferiores e posteriormente, coluna lombossacral e torácica, podendo evoluir para espondilite anquilosante ou doença intestinal inflamatória. · Manifestações: · Esqueleto axial e periférico: · Grandes articulações em membros inferiores (joelho, tarso, tornozelo). · Pode iniciar em quadril · Tarsite (30%) · Axial (sacoilite e dor lombo-sacra): teste de schober, onde o paciente faz a posição seguinte da imagem abaixo, e o paciente relata muita dor e limitação. · Entesite (joelho e pé) · Diagnóstico laboratorial: não são definitivos para o diagnóstico, somente evidenciam atividade inflamatória ou maior risco de erosão óssea quando FR é positivo ou de uveite crônica nos casos de ANA positivo. · Hemograma: anemia, leucocitose com neutrofilia e trombocitose/Plaquetopenia. · Reações da fase aguda: VHS e PCR (proteína C reativa) positivos. · Anticorpo antinuclear: · ANA + fortemente associado ao maior risco de uveite anterior crônica. · Padrão: homogêneo ou pontilhado · Títulos: em torno de 1:320. · Fator reumatoide: · São necessários 2 testes positivos no intervalo de 3 meses. · Presentes apenas em 5% dos pacientes (somente na AIJ poliarticular FR+). · HLA B27: · Positividade é frequente mas não obrigatória para diagnostico de ARE · Serve como critério menor de ARE na ausência de artrite ou entesite. · Exames de imagem: · Radiografia: · Fase inicial: · Aumento de partes moles · Alargamento do espaço articular · Neoformação óssea periostal · Osteoporose periarticular · Fase tardia: · Redução do espaço articular · Erosões · Anquilose · Subluxações e desvios · Aumento de epífises · Osteoporose · US · Derrames articulares · Tenossinovite · Cistos sinoviais · TC e RM · Sacroiliacas · Coluna lombar · temporomandibular · Diagnóstico diferencial: · Oligoartrite: - Infecção: artrite séptica, osteomielite, tuberculose. - Tumores osseos · Poliartrite: - Artrites agudas (< 6 semanas): febre reumática, artrites virais, artrite reativa. - Doenças difusas do tecido conjuntivo: LES e dermatomiosite · Sistemica: - Leucemia - Lupus - Dermatomiosite · Relacionada a entesite: - Osteocondroses - Doença intestinal inflamatória · Tratamento: O tratamento é individualizado e de acordo com o subtipo de AIJ. · Objetivo: ajustar uma terapia com consultas regulares mensais ou trimestrais, para controlar a inflamação e evitar a remissão podendo maximizar a qualidade de vida desse paciente. Ou seja, alcançar rapidamente a remissão da artrite e das manifestações extra-articulares, prevenindo o aparecimento de deformidadeeeees secundarias. · Antes de iniciar o tratamento: avaliar o calendário vacinal, para evitar complicação quando iniciar o tratamento. Precisamos analisar também o numero de articulações ativas, com presença de rigidez matinal, capacidade funcional, avaliação global e escalas visuais analógicas que conferem valor de 0 – 10 para escala de dor e uma medida de inflamação ativa com VHS ou PCR. · Drogas de 1ª linha – irão tratar mais sintomas: · Anti-inflamatorios não hormonais: nem toda criança é permitido usar, sendo em uso bem restritivo. Agem no controle dos sinais inflamatórios e da febre, mas não alteram o curso da doença e em somente alguns casos podem ser utilizados como monoterapia, por exemplo na oligoartrite. · Naproxeno · ibuprofeno · Glicocorticoides / Corticoide intra-articular: todas as crianças com comprometimento articular irão utilizar. Através de injeção intra- articular, colírios (Uveíte), oral ou venosa (AIJ sistemica). Apesar da potente ação anti-inflamatoria, geralmente se faz todo o esforço para evitar a terapêutica com corticoides devido seu grau de dependência e seus efeitos colaterais. - As principais indicações serão: AIJ sistemica, serosite e sindrome de ativação macrofagica. · Triancinolona · hexacetonida · Drogas de 2ª linha – irão tratar mais a doença: A terapia é prolongada e a retirada abrupta pode se seguir de recidiva. Os DMARD são empregados quando a inflamação sinovial não é controlada por AINH nem glicocorticoides e pode causar danos irreversíveis nas estruturas articulares e periarticulares. Sendo drogas que afetam o sistema imunológico e só devem ser prescritas por especialista da reumatologia. · DMARD sintético: · Metotrexato: sintético mais utilizado · Leflunomida · Sulfasalazina · DMARD biológico: circulado estão os mais utilizados. · Anti-TNF alfa: são drogas de ação rápida, muito eficazes mesmo em pacientes que não responderam ao tratamento com DMARD. · Anti-IL 6 · Anti-IL 1 · CTLA4 Ig · Fisioterapia e terapia ocupacional: · Órteses · Termoterapia · Hidroterapia · Cinesioterapia: estimulação sensorial · Quais os cuidados no tratamento da criança: · Alimentos riscos em calcio · Vitamina D · Exercícios e esportes · Dieta com menos calorias se em uso de glicocorticoide · Oftalmologistas: devido a uveites. Com consultas de 3 – 6 meses ou anualmente. · Dentista: manter a saúde dos dentes para prevenir infecções secundarias. · Qualidade de vida: físicos, psíquicos e sociais. Pois tem fatores que podem ocasionar o desenvolvimento da exacerbação dessas doenças articulares.
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