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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações Autor: Sérgio Miguel Ferreira Orientador: Prof. Dr. João Antônio de Vasconcelos Belo Horizonte Fevereiro, 2000. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 2 Nenhuma investigação merece o nome de Ciência se não passa pela demonstração matemática, nenhuma certeza existe onde não se pode aplicar um ramo das ciências matemáticas ou se não pode ligar com essas ciências. Leonardo da Vinci Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 3 Agradecimentos Ao Prof. João Antônio de Vasconcelos pelo incentivo e motivação para o desenvolvimento deste trabalho, bem como pela sua indiscutível capacidade técnica, competência e orientação. Ao Programa de Apoio Temporário à Pós-Graduação – Convênio FAPEMIG- FIEMG/IEL.MG/98-99 pelo incentivo na forma de bolsa de mestrado. A TELEMAR – MG, representada pelo Eng. Eletricista Ubirajara Fumega. Aos meus pais – Geraldo Miguel e Amara Rosa. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 4 Resumo Nos últimos anos observou-se o surgimento de novas tecnologias para redes de transporte de dados digitais objetivando responder às necessidades das operadoras. Desta forma, surgiram: Hierarquia Digital Síncrona (SDH) como uma rede de transporte básica, Redes Digitais de Serviços Integrados (ISDN) para utilização em serviços integrados, Modo de Transferência Assíncrono (ATM) para transmissão de dados em fibra óptica. A SDH é largamente empregada pelas operadoras de telefonia para o transporte de serviços, incluindo vídeo, dados e telefonia. A razão para tal decorre em parte da compatibilidade com a PDH (não requerendo mudanças significativas nas estruturas ópticas para regiões menos competitivas) e por outro lado, devido a SDH constituir-se em uma tecnologia aberta. Atualmente, as redes de acesso tradicionais são altamente especializadas e inflexíveis, ou seja, cada serviço individual requer equipamentos dedicados de transportes especializados. Isto significa que, as redes de dados, telefonia (voz), devem utilizar uma infra-estrutura inteiramente separada; utilizam ainda topologia ponto-ponto que limita a largura de faixa e a disponibilidade da rede. Adicionalmente, têm interfaces não padronizadas e nem modulares, aumentando o custo do ciclo de vida (LCC) e limitando a flexibilidade da rede. Em conseqüência, estas se tornaram obsoletas, ineficazes e incapazes de atenderem à demanda dos usuários finais, particularmente os setores financeiro e comercial. Desta forma, é necessário migrar tais redes para outras de transporte mais eficientes e uma das formas de fazer-se isto é através da utilização da SDH. Além disso, a nova rede deve ser montada com os tráfegos bem distribuídos e, para realizar tal feito, é necessário o emprego de ferramentas de otimização aplicadas a redes de transportes. Neste trabalho desenvolveu-se um software para a sintetização, otimização e roteamento de redes de transportes digitais. A sintetização implementada está restrita às topologias de rede tipo árvore. Os algoritmos Genéticos e Dijkstra foram escolhidos para solucionar essas três classes de problemas. Os objetivos principais dessa dissertação são: 1. Construir topologia em árvore de custo mínimo interligando todas as estações, para o problema específico de sintetização de rede; 2. Informar ao administrador de redes, a melhor forma de redistribuir os pacotes digitais (grandezas inteiras) entre as estações; 3. Rotear todos os agregados STM-N das estações origens para as estações destinos. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 5 Abstract In the last years it was observed the explosion of new technologies for transport networks of digital data to satisfy the operator necessities. The Synchronous Digital Hierarchy (SDH) appeared as a basic network of transport, the Integrated Services Digital Network (ISDN) for use of integrated service, the Asynchronous Transfer Mode (ATM) for data transmission in optic fiber. However, only the SDH became acceptable as the technology currently more adjusted for the carrier of services, including video, data and telephony. Others technologies are still being evaluated in the intention to dominate the market, but each one of them always uses SDH as the carrier layer or as a complement of carrier in the end of the path. Currently, the networks of traditional accesses are highly specialized and inflexible, in other words, each specific service requires dedicated equipment of specialized carriers. This means that the networks of data, telephony (voice), must use a total separate substructure; they still use topologies that limit the bandwidth and availability of the network. Additionally, they haven’t standardized and neither modular interfaces, magnifying the cost of the life cycle (LCC) and limiting the flexibility of the network. In consequence, these had become obsolete, inefficacious and incapable to attend the demand of the final users, particularly the financial and commercial sectors. In this work, it was developed a computational program to perform the tasks of synthesis, optimization and routing for digital transport networks. The implemented synthesis is applicable in the design of tree-structured networks only. The Simple Genetic and Dijkstra algorithms were considered to the solution of the three classes of problems. The main objectives in this work were: 1. To build topological tree of minimum cost joining all stations, for the specific problem of network synthesis, 2. To report to the network administrator the better way to distribute between the stations the digital packages (integer greatness), and 3. Routing of all the STM-N aggregates from the origin to destination stations. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 6 Sumário AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................3 RESUMO................................................................................................................................4 ABSTRACT............................................................................................................................5 ÍNDICE DE FIGURAS..........................................................................................................10 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................12 I REDE SDH......................................................................................................................15 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................15 I.1 HIERARQUIA DIGITAL PLESIÓCRONA (PDH)...............................................................15 I.1.1 DEFINIÇÕES DE REDE PDH ..........................................................................................15 I.1.2 TAXAS DE DADOS PDH................................................................................................16 I.1.3 VISÃO GERAL DOS COMPONENTESDE UM SISTEMA ÓPTICO..........................................16 I.1.4 TECNOLOGIA PDH – LIMITAÇÕES................................................................................17 I.2 HIERARQUIA DIGITAL SÍNCRONA ................................................................................18 I.2.1 ESTRUTURA DE MULTIPLEXAÇÃO EM REDES SDH........................................................19 I.2.2 ESTRUTURA DO FRAME STM-N...................................................................................21 I.2.3 CAMADAS DA REDE SDH.............................................................................................21 I.2.4 TAXAS DE TRANSMISSÃO DE DADOS............................................................................22 I.3 ANÉIS SDH ...................................................................................................................23 I.3.1 PROTEÇÃO EM ANÉIS...................................................................................................24 I.3.1.1 Estrutura em anel unidirecional.................................................................................24 I.3.1.2 Estrutura em anel bidirecional ..................................................................................25 I.3.2 BLOCOS FUNCIONAIS COMPOSTOS SDH.......................................................................27 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................................................31 II ROTEAMENTO DE UMA REDE DE TRANSPORTE ..............................................32 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................32 II.1 ROTEAMENTO E TRÁFEGO EM UMA REDE DE TRANSPORTE .......................................32 II.1.1 TOPOLOGIA DE UMA REDE..........................................................................................33 II.1.2 DISTRIBUIÇÃO DE INFORMAÇÕES................................................................................34 II.1.2.1 Roteamento dependente do tempo ...........................................................................34 II.1.2.2 Roteamento dependente do estado ...........................................................................35 II.1.2.3 Roteamento dependente do evento...........................................................................35 II.1.2.4 Roteamento automático alternativo (irreversível).....................................................36 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 7 II.1.2.5 Re-roteamento automático.......................................................................................36 II.2 REPRESENTAÇÃO DE REDES........................................................................................37 II.2.1 GRAFO INCIDENTE DE NÓ E ARCO...............................................................................37 II.2.2 GRAFO NÓ-NÓ ADJACENTES.......................................................................................38 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................................................40 III FORMULAÇÃO..........................................................................................................41 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................41 III.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .........................................................................................41 III.2 PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES .........44 III.3 PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES .....................45 III.4 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA PARA PROBLEMA DE SÍNTESE DE REDE ......................46 III.5 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA PARA O PROBLEMA DE OTIMIZAÇÃO DE REDES – DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS STM-N COM CUSTO MÍNIMO ............................................48 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................................................49 IV ALGORITMOS PARA OTIMIZAÇÃO E ROTEAMENTO.....................................50 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................50 IV.1 ALGORITMOS GENÉTICOS .........................................................................................50 IV.1.1 MODELAGEM DO PROBLEMA DE SÍNTESE DE REDE.....................................................52 IV.1.1.1 População inicial ...................................................................................................53 IV.1.1.2 Representação das variáveis...................................................................................54 IV.1.1.3 Seleção ..................................................................................................................55 IV.1.1.4 Cruzamento ...........................................................................................................56 IV.1.1.5 Mutação.................................................................................................................57 IV.1.1.6 Processo de reparo .................................................................................................57 IV.1.1.7 Avaliação dos indivíduos .......................................................................................57 IV.1.1.8 Adaptação dinâmica...............................................................................................58 IV.2 ALGORITMO DE DIJKSTRA .........................................................................................59 IV.2.1 ANÁLISE DO ALGORITMO..........................................................................................64 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................................................66 V IMPLEMENTAÇÃO DO OTIMIZADOR DE REDES SDH ......................................67 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................67 V.1 MODULARIZAÇÃO .......................................................................................................67 V.2 AMBIENTE GRÁFICO ....................................................................................................73 V.3 DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO ..........................................................................74 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................................................74 VI RESULTADOS ............................................................................................................75 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................75 VI.1 EXEMPLIFICAÇÃO DO ALGORITMO GENÉTICO .........................................................75 VI.1.1 FUNÇÕES TESTES......................................................................................................76 VI.1.1.1 Função descontínua ...............................................................................................76 VI.1.1.2 Rastrigin................................................................................................................77 VI.2 EXEMPLIFICAÇÃO DO MÓDULO ROTEADOR – ALGORITMO DE DIJKSTRA ...............79 VI.3 EXEMPLIFICAÇÃO DO MÓDULO OTIMIZADOR – ALGORITMO DE DIJKSTRA .............80 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 8 VI.4 EXEMPLIFICAÇÃO DO MÓDULO SINTETIZADOR – ALGORITMOS GENÉTICO E DIJKSTRA ..............................................................................................................................83VI.5 APLICAÇÃO DO SOFTWARE OPTIMIZED SDH NETWORK BUILDER ..........................86 VI.5.1 OTIMIZAÇÃO DE REDES DE TRANSPORTES DIGITAIS...................................................86 VI.5.2 ROTEAMENTO...........................................................................................................88 VI.5.3 SINTETIZAÇÃO..........................................................................................................89 CONCLUSÃO – PERSPECTIVAS DE TRABALHOS FUTUROS .....................................................92 CONCLUSÃO ......................................................................................................................94 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................95 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 9 Índice de tabelas Tabela 1.1 – Taxas de dados PDH nos EUA e Japão. ............................................................................16 Tabela 1.2 – Taxas de dados PDH recomendados pelo ITU-T. ..............................................................16 Tabela 1.3 – Mapeamento de tributários nos contêineres.......................................................................19 Tabela 1.4 – Composição dos contêineres virtuais de ordem inferior (LO VCs). ....................................20 Tabela 1.5 – Composição dos contêineres virtuais de ordem superior (HO VCs). ..................................20 Tabela 1.6 – Conteúdo da Unidade de Tributário (TU)..........................................................................20 Tabela 1.7 – Conteúdo do Grupo de Unidades de Tributário (TUG). .....................................................20 Tabela 1.8 – Conteúdo da Unidade Administrativa (AU). ......................................................................20 Tabela 1.9 – Conteúdo do Grupo de Unidades Administrativas (AUG). .................................................21 Tabela 1.10 – Camada da rede SDH. ....................................................................................................21 Tabela 1.11 – Nível do SDH..................................................................................................................23 Tabela 3.1 – Variação do número de estruturas em árvores...................................................................46 Tabela 6.1 – Conjunto de parâmetros utilizados no SGA .......................................................................75 Tabela 6.2 – Resultados numéricos função descontínua.........................................................................76 Tabela 6.3 – Resultados numéricos função de Rastrigin. .......................................................................78 Tabela 6.4 – Índices de acertos e erros para cada uma das funções simuladas pelo software. ................79 Tabela 6.5 – Rotas obtidas a partir da simulação da rede da Fig. 6.2. ...................................................80 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 10 Índice de Figuras Fig. 1.1 – Componentes ópticos de transmissão / recepção de sinais. ....................................................16 Fig. 1.2 – Estrutura de multiplexação da SDH. .....................................................................................19 Fig. 1.3 – Matriz do sinal STM-N..........................................................................................................21 Fig. 1.4 – Modelo de rede em camadas. ................................................................................................22 Fig. 1.4a – ULSR sem faltas..................................................................................................................24 Fig. 1.5 – ULSR com faltas. ..................................................................................................................24 Fig. 1.6 – UPSR sem faltas. ..................................................................................................................25 Fig. 1.7 – UPSR com faltas. ..................................................................................................................25 Fig. 1.8 – BLSR sem faltas. ...................................................................................................................25 Fig. 1.9 – BLSR com faltas....................................................................................................................25 Fig. 1.10 – BLSR-F sem faltas...............................................................................................................26 Fig. 1.11 – BLSR-F com faltas. .............................................................................................................26 Fig. 1.12 – BSSR sem faltas. .................................................................................................................26 Fig. 1.13 – BSSR com faltas..................................................................................................................26 Fig. 1.14 – LOI.....................................................................................................................................27 Fig. 1.15 – HOI. ...................................................................................................................................27 Fig. 1.16 – TTF.....................................................................................................................................28 Fig. 1.17 – LPC....................................................................................................................................28 Fig. 1.18 – HPC. ..................................................................................................................................28 Fig. 1.19 – HOA. ..................................................................................................................................29 Fig. 1.19a – Exemplo de um Cross-Connect. .........................................................................................29 Fig. 1.20 – Sem a utilização do bloco HPC. .........................................................................................30 Fig. 1.21 – Sem a utilização do bloco LPC............................................................................................30 Fig. 1.22 – Sem a utilização dos blocos HPC e LPC..............................................................................30 Fig. 1.23 – Exemplo de acesso de tributários de 44.736 Mbits/s a partir de um agregado STM-4. ..........31 Fig. 2.1 – Exemplo de uma topologia de rede. .......................................................................................33 Fig. 2.2 – Exemplo de roteamento dependente do tempo........................................................................34 Fig. 2.3 – Exemplo de roteamento dependente do evento. ......................................................................36 Fig. 2.4 – Exemplo de re-roteamento automático...................................................................................37 Fig. 2.5 – Exemplo de montagem numa matriz de um grafo incidente de nó e arco.................................38 Fig. 2.6 – Exemplo de montagem da matriz de conectividade.................................................................39 Fig. 2.7 – Exemplo de variação na montagem da matriz de conectividade. ............................................39 Fig. 3.1 – Efeito foldover. .....................................................................................................................45 Fig. 4.1 – Diagrama de fluxo / Algoritmo Genético Simples (SGA). .......................................................52Fig. 4.2 Formação da população inicial – exemplo para um indivíduo e quatro estações.......................54 Fig.4.2 – Representação das variáveis – exemplo para três estações. ....................................................55 Fig. 4.4 – Cruzamento – exemplo para quatro estações. ........................................................................56 Fig.4.5 – Mutação - exemplo para três estações. ...................................................................................57 Fig. 4.6 - Ilustração dos nós intermediários ao longo do caminho mais curto entre os nós i e j. .............60 Fig. 4.7 – Exemplo base para utilização do algoritmo de Dijkstra. ........................................................61 Fig. 4.8 – Resultado do exemplo base para utilização do Algoritmo de Dijkstra.....................................64 Fig. 4.9 – Interfaceamento do Algoritmo de Dijkstra com o SGA. ..........................................................65 Fig. 4.10 – Diagrama de fluxo / modo de encontrar a rede sintetizada de custo mínimo. ........................66 Fig.5.1 – Todos os subprogramas e parâmetros que compõem o otimizador de redes SDH ....................68 Fig. 5.3 – Visualização gráfica da rede – exemplo de resultado obtido para sintetização de uma rede digital composta de 13 estações. ...........................................................................................73 Fig.6.1 – Desempenho do SGA para 41 gerações, tomando como base à execução # 27.........................78 Fig. 6.2 – Rede composta de sete nós interligados (BALAKRISHMAN, 1995). .......................................79 Fig. 6.3 – Resultado da simulação do grafo da Fig. 6.2 utilizando o módulo roteador............................80 Fig. 6.4 – Rede de transporte consistindo de 7 estações digitais. ...........................................................81 Fig. 6.5 – Resultado final correspondendo à distribuição de todos os agregados STM-N em todos os enlaces da rede.....................................................................................................................83 Fig. 6.6 – Disposição das quatro estações telefônicas digitais. ..............................................................83 Fig. 6.7 – Desempenho do SGA para 10 gerações e o custo final da estrutura sintetizada. .....................85 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 11 Fig. 6.8 – Planta resultante para a simulação consistindo de 4 estações telefônicas..............................85 Fig. 6.9 – Rede Metropolitana de dados SDH consistindo de 20 estações digitais, a cargo da RNP (Rede Nacional de Pesquisas) e que se constitui num Interporto Temático (dados retirados do site www.pop-pe.rnp.br)..............................................................................................................86 Fig. 6.10 – Resultado final da Rede Metropolitana SDH, consistindo de 20 centrais digitais e onde pode ser visto o tráfego ideal a ser respeitado nos enlaces.............................................................88 Fig. 6.11 – Rede telefônica digital composta de 10 centrais...................................................................89 Fig. 6.12 – Resultado gráfico do roteamento realizado para uma rede composta de 10 estações, considerando a estação 1 (origem) e a estação 10 (destino). .................................................89 Fig. 6.13 – Planta telefônica composta de 13 centrais digitais + 1 gateway satelital (dados retirados do site www.globalstar.com.br) . ...............................................................................................90 Fig. 6.14 – Desempenho do SGA para 20 gerações e o custo final da estrutura sintetizada. ...................92 Fig. 6.15 – Resultado final da planta telefônica composta de 13 centrais digitais + 1 gateway satelital. 92 Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 12 Introdução Atualmente, muitas organizações independentes estão envolvidas na manutenção de uma rede pública de telefonia e estas, tanto por ordem técnica quanto por razões de segurança interna, são as maiores causadoras de restrições no desenvolvimento e planejamento dos processos de melhorias das qualidades das transmissões de dados digitais. Para o desenvolvimento e o planejamento dos processos deve haver total independência dos seus participantes para dimensionar a sua própria parte da rede. No passado, com a existência do monopólio público havia simplificações nos planejamentos, pois as empresas eram comuns e as dificuldades de planejamento relativas à segurança de trocas de informações entre as empresas envolvidas limitavam- se aos troncos internacionais. Para o planejamento global de uma rede de transporte devem ser exploradas duas metas importantes: 1. Utilizar interfaces comerciais inteligentes, permitindo escolher rotas alternativas em caso de falhas dos enlaces elétricos e/ou ópticos; 2. Utilizar topologias de redes que abranjam a maior quantidade de nós possíveis, para que a sua utilização torne o projeto a ser implementado competitivo e economicamente viável. Constata-se na literatura especializada que as teorias de desenvolvimento ótimo de redes convergem para as idéias de construírem-se redes com custos mercadológicos altamente competitivos, dinâmicos e continuamente otimizados. Por outro lado, vê-se que os mecanismos de otimização por serem algo novo e /ou talvez ainda não bem compreendido pelos projetistas, são aplicados timidamente em redes pequenas, muitas vezes no âmbito de instituições governamentais (SEXTO et al., 1997). O desenvolvimento ótimo de uma rede caracteriza-se pela obtenção por parte da concessionária do máximo lucro através de duas metas: maximização da utilização dos equipamentos presentes para a interligação dos clientes às estruturas de transmissão e, minimização dos custos inerentes (pessoal, equipamentos). A rede deve ser desenvolvida de maneira modular providenciando flexibilidade de modo a permitir crescimento gradual de acordo com a demanda do mercado. Os troncos de transmissão devem ter múltiplos serviços que compartilhem investimentos com a utilização inicial de equipamentos comuns, providenciando expansão planejada de acordo com a elevação da receita obtida. Esta breve explanação, de caráter introdutório, mostra a necessidade de estudar-se em nível de projeto como sintetizar, otimizar e rotear, os recursos disponíveis (agregados do Módulo de Transporte Síncrono de índice N) presentes numa rede de Hierarquia Digital Síncrona, com o intuito de melhorar o desempenho dos sistemas de transmissões existentes e por conseguinte, melhorar o atendimento do cliente final. Neste trabalho, desenvolveu-se um software de sintetização / otimização / roteamento de redes intitulado Optimized SDH Network Builder em ambiente WINDOWS NT tm e em linguagem C++ Orientado para Objeto. Empregaram-se nas tarefas pertinentes os Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 13 seguintes algoritmos: sintetização (Algoritmo Genético Simples acoplado ao Algoritmo de Dijkstra); otimização (Algoritmo de Dijkstra); roteamento (Algoritmo de Dijkstra). A utilização do Algoritmo Genético para a obtenção de soluções próximas do ótimo para uma variedade de problemas de sínteses de redes de comunicações tem sido explorada por diversos autores. (LARDIÈS et al., 1998) desenvolveram um programa para avaliar e dimensionar a um custo mínimo redes ópticas SDH, com 19 nós e 39 enlaces interconectados aos backbones de comunicações das principais cidades européias, cuja metodologia aplicou-se tanto à camada óptica quantoà camada elétrica; (MINOUX, 1989) desenvolveu um trabalho a respeito do tráfego entre as estações origem e destino a um custo mínimo, aplicado as MANs, LANs, ISDN, Digital Cellular Network; (BERRY et al., 1998) propuseram a utilização de Algoritmos Genéticos acoplados a Programação Linear para a resolução do problema referente a sintetização de sistemas de comunicações. Relatam que problemas de sintetização de redes são conhecidos como NP-completo e a natureza combinatória dos GAs são indicadas como uma nova ferramenta capaz de substituir as programações matemáticas clássicas. Propuseram uma formulação matemática fundamentada no tráfego requerido entre as estações origem e destino, bem como o custo por unidade de fluxo nos enlaces. Apontam a vantagem da utilização do GA como uma ferramenta poderosa no sentido de fazer múltiplos ajustes na rede a cada iteração. Todos esses trabalhos justificam a escolha do GA utilizado. No capítulo 1 são feitos estudos comparativos entre as tecnologias PDH e SDH, bem como justificativas técnicas do seu largo emprego em redes metropolitanas (MANs). Também, dá-se destaque a elaboração de estruturas em anéis e blocos funcionais, como forma de motivar a adoção daquelas estruturas nas redes, pois se empregadas certamente oferecerão maior fluidez ao tráfego de dados digitais. No capítulo 2 estuda-se o problema do roteamento de uma rede de transporte. São apresentados tópicos referentes a esquemas de roteamentos e formas matriciais de representações de redes. No capítulo 3 são apresentadas as formulações matemáticas para as resoluções dos problemas de sintetização e otimização de redes de transportes digitais. Já o problema de roteamento não tem uma formulação específica, pois há algoritmos determinísticos construídos de forma a realizar esta tarefa e que são largamente empregados em redes de comunicações (Dijkstra, Floyd e outros). Estes algoritmos investigam os custos presentes nos enlaces conectados as estações de modo sucessivo, ou seja, até atingir a estação final. Ao final do processo tem-se uma trajetória de custo mínimo para o transporte de dados digitais. As formulações matemáticas foram elaboradas a partir das idéias apresentadas nos seguintes itens: pesquisa bibliográfica; planejamento do desenvolvimento e utilização de redes de telecomunicações. No capítulo 4 são estudados os Algoritmos SGA e Dijkstra. A partir deles, são possíveis as realizações de três importantes tarefas numa rede de telefonia digital: sintetização (somente para topologia em árvore); otimização de frames e roteamento de dados. Assim, este capítulo constitui-se no cerne do trabalho de dissertação e ambos os Algoritmos garantem o sucesso dos resultados obtidos com o emprego das formulações matemáticas. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 14 O capítulo 5 trata da implementação do software otimizador de redes. São apresentados todos os detalhamentos técnicos das confecções dos módulos sintetizador, otimizador e roteador. Abordam-se aspectos relevantes a respeito dos tipos de parâmetros utilizados em redes de transportes digitais. No final do capítulo, são tratadas as dificuldades da implementação computacional. Finalmente, no capítulo 6 são apresentados alguns resultados obtidos com o software desenvolvido, isto é, resultados na resolução de três aplicações práticas presentes no cotidiano das telefônicas. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 15 I Rede SDH Introdução Neste capítulo são abordados temas referentes às redes de comunicação PDH e SDH. Nesta apresentação foram considerados três tópicos principais: Redes PDH; Redes SDH e Anéis SDH. O objetivo do primeiro tópico é fazer uma explanação sobre redes PDH (vantagens, desvantagens e principalmente limitações). O segundo tópico versa sobre a estrutura de multiplexação em redes SDH, a estrutura do frame STM-N, camadas de redes SDH e taxas de transmissão de dados. No terceiro tópico apresenta-se e se dá destaque a elaboração de estruturas em anéis e blocos funcionais como forma de proporcionar mais fluidez ao tráfego sobrecarregado de dados, causado por cortes nas fibras e/ou panes nos equipamentos pertencentes aos elementos de redes. I.1 Hierarquia Digital Plesiócrona (PDH) A seguir, apresenta-se o fundamento de redes PDH tendo como objetivo oferecer as condições necessárias para a compreensão de redes SDH que serão estudadas posteriormente. Inicialmente apresentam-se algumas definições importantes para a representação didática desse tema. Em seguida, temas referentes a multiplexagem e demultiplexagem de sinais digitais e taxas de dados PDH são vistos, permitindo-se assim uma visão geral dos componentes de um sistema óptico e suas limitações. I.1.1 Definições de rede PDH Constitui-se na tecnologia digital mais simples de ser implementada, desde que se tome o cuidado de não distribuí-la por percursos muito longos. Ela surgiu na área de transmissão de sinais telefônicos, onde sinais de alto nível (DS-n) (veja Tab.1.1) eram obtidos de múltiplos sinais de baixo nível adicionados a bits de enchimento para compatibilizar as diferentes velocidades de transmissão (LINDBERG, 1997). Neste sistema, o pacote de dados transporta no seu cabeçalho (overhead) informações sobre o percurso de todos os nós passados, criando desta maneira, cabeçalhos cada vez mais redundantes e pesados. Existem em nível mundial dois padrões de redes PDHs. Ambos são obtidos pela multiplexação síncrona de uma seqüência básica de 32 canais 64 Kbits/s, diferindo-se apenas no número de canais. São os seguintes: 1. Europa: 32 canais ∗ 64 Kbits/s = 2048 Kbits/s (velocidade primária); 2. EUA: 24 canais ∗ 64 Kbits/s = 1536 Kbits/s (velocidade primária). Em ambas as velocidades há a necessidade de correta sincronização nos extremos da fibra óptica para a correta multiplexagem e demultiplexagem dos sinais, de tal forma a garantir que os sinais possuam as mesmas freqüências. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 16 I.1.2 Taxas de dados PDH Nas tabelas abaixo são mostradas as diferentes taxas de velocidades empregadas nos EUA e Japão (Tabela 1.1) e aquelas normalizadas pelo International Telecommunication Union – ITU-T, através da recomendação G.702, para a Europa. Tabela 1.1 – Taxas de dados PDH nos EUA e Japão. Níveis de sinais digitais Taxas de dados brutos (Kbits/s) Número de canais (dados) DS-0 64 1 DS-1 1544 24 DS-1C 3152 48 DS-2 6312 96 DS-3 44378 672 Tabela 1.2 – Taxas de dados PDH recomendados pelo ITU-T. Níveis de sinais digitais Taxas de dados brutos (Kbits/s) Número de canais (dados + sinalização) 1 2048 32 2 8448 128 3 34368 512 4 139264 2048 I.1.3 Visão geral dos componentes de um sistema óptico Fig. 1.1 – Componentes ópticos de transmissão / recepção de sinais. A seguir, listam-se os equipamentos mais comuns utilizados num sistema óptico MUX / DEMUX digital de acordo com o padrão ITU-T: • MUX: multiplexador; • DEMUX: demultiplexador; Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 17 • ELO: equipamento de linha óptica. Realiza a conversão dos sinais elétricos do MUX em sinais ópticos (e vice-versa) transmitindo-os e/ou recebendo-os da(s) fibra(s) óptica(s); • ELO 34: recebe do MUX uma seqüência de bits elétricos de 34 Mbits/s (recomendação G.703) e entrega aos cabos ópticos numa seqüência de pulsos de 45 Mbits/s e vice-versa; • Caixa de emendas: acomoda asemendas do cabo óptico; • MCP-120: MUX 2 / 8 Mbits/s; • MCP-480: MUX 8 / 34 Mbits/s; • MCP-1920: MUX 34 / 140 Mbits/s; • Duplo-salto: MUX 2 / 34 Mbits/s; • Triplo-salto: MUX 2 / 140 Mbits/s. Foge ao objetivo deste trabalho descrever minuciosamente estes equipamentos. Maiores detalhes podem ser obtidos em LINDBERG (1997). I.1.4 Tecnologia PDH – limitações Em seqüência, ilustra-se o problema de flexibilidade de uma rede PDH considerando a seguinte situação hipotética: o administrador da rede necessita prover a um cliente comercial uma linha dedicada alugada com a taxa de 2 Mbits/s. Se um canal de velocidade, de 140 Mbits/s, por exemplo, passa próximo ao cliente, ótimo! A operação de fornecer uma linha de 2 Mbits/s dentro desse canal parece ser bastante fácil. Na prática, não é tão simples quanto aparenta. Para extrair 2 Mbits/s do canal de 140 Mbits/s, deve-se demultiplexá-lo em vias de 34 ou 2 Mbits/s. Identificada a linha requerida de 2 Mbits/s, os canais devem ser remontados, isto é, multiplexados novamente a fim de alcançarem a taxa de transmissão de dados brutos de 140 Mbits/s. Fica evidente que o problema de retirar e inserir canais não traz flexibilidade e provisão rápida dos serviços, pois equipamentos demultiplex e multiplex são extremamente caros. Na tecnologia PDH há várias desvantagens que limitam sua continuidade. Dentre outras, pode-se destacar as mais importantes: • Falta de flexibilidade na retirada de sinais de dados em diferentes níveis; • Inviabilidade econômica; Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 18 • Administração inadequada de equipamentos; • Monitoramento ruim; • Número elevado de equipamentos MUX / DEMUX, acarretando rotas com custos elevados e, por conseguinte, impossibilitando que todos os possíveis clientes acessem esta tecnologia. Devido a estas desvantagens, outras tecnologias foram desenvolvidas (ISDN, ATM, SDH) como forma de tornar o acesso ao mercado de comunicações menos restrito a empresas de pequeno porte. I.2 Hierarquia Digital Síncrona A padronização da Hierarquia Digital Síncrona SDH sinaliza o começo da revolução nas redes de comunicações em todo o mundo. A SDH, quando empregada na sua plenitude, deverá trazer benefícios tanto aos usuários finais, quanto aos operadores de redes e equipamentos manufaturados. Essa padronização representa um avanço em tecnologia que pode ser comparado em escala ao que ocorreu com a Transmissão por Modulação por Pulsos Codificados (PCM). Atualmente, os usuários finais, particularmente os de negócios, tornam-se cada vez mais dependentes de comunicações. Por isso, tem havido uma explosão na demanda de serviços de telecomunicações mais sofisticados. Serviços como videoconferência, acesso a bases remotas de dados, multimídia, requerem redes cada vez mais flexíveis com uma largura de faixa virtualmente ilimitada. Os sistemas plesiócronos de transmissão são incapazes de satisfazer esta demanda, pois utilizam ainda topologias ponto-ponto e taxas de dados brutos inferiores àquelas conseguidas pela SDH. A PDH evoluiu em resposta à demanda por telefonia mais eficiente e com maior banda passante. Já a SDH utiliza essencialmente a mesma fibra óptica da PDH, porém, pode aumentar significativamente a largura de faixa disponível ao reduzir a quantidade de equipamentos presentes na rede. Traz, além disso, maior flexibilidade à gerência de rede para a tomada de decisões. A SDH, por ser uma rede de transporte de dados digitais, foi concebida desde a sua padronização pelo ITU-T para trabalhar com entrada e saída de dados PDH. A SDH é estruturada de forma a permitir que os sinais plesiócronos sejam combinados juntos e encapsulados dentro de um único sinal padrão. Desta forma, tem-se a proteção do investimento das operadoras permitindo-as desdobrar o equipamento síncrono de forma que estes possam servir às necessidades particulares de sua rede. No momento que o equipamento síncrono encontra-se instalado na rede, os benefícios tornam-se visíveis, como economia de custos associada à redução na quantidade de elementos de redes, aumento da eficiência e da confiabilidade. O resultado imediato em decorrência do aumento da confiabilidade será a redução do número de equipamentos de reposição em estoque. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 19 A seguir, os seguintes pontos serão discutidos: Estrutura de multiplexação em redes SDH; Estrutura do frame STM-N; Camada da rede SDH e Taxas de transmissão de dados. I.2.1 Estrutura de multiplexação em redes SDH A multiplexação em redes SDH pode ser ilustrada como na Fig.1.2. Esta estrutura de multiplexação foi padronizada pelo ITU-T. Fig. 1.2 – Estrutura de multiplexação da SDH. A descrição de cada bloco componente da estrutura mostrada na Fig.1.2 é feita a seguir: 1. Contêiner (C): é uma estrutura de informação responsável pelo transporte do sinal tributário enquanto este permanece na rede SDH (NEC do BRASIL, 1998). O mapeamento de diferentes tributários em contêineres é mostrado na Tabela 1.3. Tabela 1.3 – Mapeamento de tributários nos contêineres. Contêiner Tributário mapeado (Mbits/s) C-4 139.264 C-3 44.736 C-12 2.048 2. Contêiner Virtual (VC): é formado por uma estrutura de informação composta por uma carga útil (payload) mais o overhead de via (POH), o qual permite a monitoração do percurso realizado pelo sinal ao longo de um trajeto (Di- LORENZO, 1998a). Nas tabelas 1.4 e 1.5, dadas a seguir, temos as possíveis combinações de VCs: Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 20 Tabela 1.4 – Composição dos contêineres virtuais de ordem inferior (LO VCs). LO VC T(µs) Payload VC-3 125 C-3 VC-12 500 C-12 Tabela 1.5 – Composição dos contêineres virtuais de ordem superior (HO VCs). HO VC T(µs) Payload VC-4 125 C-4 e/ou 3 TUG-3 Nas tabelas acima, LO VC (VC-12, VC-3) é o contêiner virtual de ordem inferior (localizado na camada de via de ordem inferior – veja Tab.1.10); HO VC é o contêiner virtual de ordem superior (localizado na camada de via de ordem superior); T é o período de montagem do contêiner virtual e payload é a matriz contendo os dados úteis a serem transmitidos. 3. Unidade de Tributário (TU): é uma estrutura de informação que faz a adaptação entre a camada de via de ordem inferior e a camada de via de ordem superior (veja Tab.1.10). É formada por um payload de informação (LO VC) e um ponteiro de TU que indica quantos bytes existem entre o início do quadro do payload em relação ao início do Virtual Contêiner de Ordem Superior (HO VC). Tabela 1.6 – Conteúdo da Unidade de Tributário (TU). Unidade de Tributário Payload TU-3 VC-3 TU-12 VC-12 4. Grupo de Unidade Tributário (TUG): é uma estrutura de informação formada pelo entrelaçamento byte a byte de TUs (NEC do BRASIL, 1998). Tabela 1.7 – Conteúdo do Grupo de Unidades de Tributário (TUG). Grupo de Unidade de Tributário Unidade de Tributário TUG-3 1* TU-3 TUG-2 3* TU-12 5. Unidade Administrativa (AU): é uma estrutura de informação que provê a adaptação entre a camada de via de ordem superior e a camada da seção multiplexadora (veja Tab.1.10). É formada por um payload de informação (HO VC) e um ponteiro de AU que indica quantos bytes existem entre o início do quadro do payload em relação ao início do quadro da seção multiplexadora (NEC do BRASIL, 1998). Tabela 1.8 – Conteúdo da Unidade Administrativa (AU). Unidade Administrativa Payload AU-4 VC-4 Algoritmos de Otimização paraRedes de Telecomunicações 21 6. Grupo de Unidades Administrativas (AUG): faz o entrelaçamento dos bytes das unidades administrativas (AUs) para a composição de uma estrutura de informação denominada AUG (NEC do BRASIL, 1998). Tabela 1.9 – Conteúdo do Grupo de Unidades Administrativas (AUG). Grupo de Unidades Administrativas Formato AUG 1* AU-4 Na saída deste bloco, temos um sinal STM-N composto por um payload acrescido de um Overhead de Seção (SOH) para a monitoração da trajetória do sinal presente na camada de seção multiplexadora (NEC do Brasil, 1998). I.2.2 Estrutura do Frame STM-N Na Fig.1.3 , tem-se a matriz formadora da estrutura básica do sinal STM-N, onde: • RSOH é o Overhead da Seção Regeneradora; • AU PTR é o Ponteiro de Unidade Administrativa; • MSOH é o Overhead da Seção Multiplexadora; • AUG é o Grupo de Unidades Administrativas. Fig. 1.3 – Matriz do sinal STM-N. O quadro STM-N é formado por uma matriz de dimensões 9∗(N∗270) bytes (nove linhas∗N∗270 colunas), onde as informações são lidas da esquerda para a direita e de cima para baixo (NEC do BRASIL, 1998). I.2.3 Camadas da rede SDH Numa rede SDH há seis camadas distintas (NEC do BRASIL, 1998), as quais estão identificadas na Tabela 1.10. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 22 Tabela 1.10 – Camada da rede SDH. 1. Física 2. Seção regeneradora 3. Seção multiplexadora 4. Via de ordem superior 5. Via de ordem inferior 6. Circuito A descrição dessas camadas é feita a seguir: 1. Camada física: é a camada correspondente ao meio físico de transmissão (STM-N); 2. Seção regeneradora: relaciona-se com a transmissão de informações entre multiplexadores e demultiplexadores; 3. Seção multiplexadora: é a camada relacionada com a transmissão ponto- ponto da informação entre locais que acessem rotas; 4. Camada de via de ordem superior: é a camada responsável pela monitoração e pelo suporte da camada de circuito. Ela verifica a integridade das informações dos contêineres virtuais de ordem superior; 5. Camada de via de ordem inferior: é a camada responsável pela monitoração e pelo suporte da camada de circuito. Ela verifica a integridade das informações dos contêineres virtuais de ordem inferior; 6. Circuito: é a camada responsável pela entrada do sinal tributário proveniente de uma rede plesiócrona. Na Fig.1.4 se vê um exemplo de caminho nas camadas SDH de uma determinada rede de telecomunicações. O sinal tributário proveniente de uma rede plesiócrona chega na rede SDH pela camada de circuito (NEC do BRASIL, 1998). Fig. 1.4 – Modelo de rede em camadas. Da Fig.1.4 pode-se verificar que do ponto de acesso na SDH até a Camada de Seção Regeneradora é montado um Módulo de Transporte Síncrono de índice N (STM-N), obedecendo a uma estrutura de multiplexação que contempla todas as camadas SDH. O sinal STM-N é transmitido via fibra óptica na Camada Física e desce para a Camada de Seção Regeneradora para ser regenerado. Após, é transmitido via fibra óptica na Camada Física para um equipamento que faz conexão cruzada com outra malha da rede Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 23 SDH em nível da Camada de Via de Ordem Superior. Nessa nova malha o sinal deve ser retirado na mesma camada em que foi montado inicialmente, no caso, Camada de Via de Ordem Inferior para ser desmontado corretamente (NEC do BRASIL, 1998). I.2.4 Taxas de transmissão de dados Os dados são transmitidos numa rede SDH em quatro níveis principais, conforme mostrado na Tabela 1.11. O nível STM-1 é definido como a estrutura básica de transporte de informações. As taxas de bits dos níveis superiores constituem-se exclusivamente em múltiplos inteiros dessa velocidade básica (NEC do BRASIL, 1998). Tabela 1.11 – Nível do SDH. Níveis de sinais Taxas brutas (Mbits/s) STM-1 155.520 STM-4 622.080 STM-16 2488.320 STM-64 9953.280 Além destes níveis, há ainda uma estrutura denominada STM-0, com taxa bruta de 51.840 Mbits/s, utilizada para sistemas de satélite e rádio-enlace, a qual é desconsiderada como um nível hierárquico (NEC do BRASIL, 1998). I.3 Anéis SDH Estruturas em anéis e blocos funcionais (representação unificada em diagrama de blocos de interfaces padronizadas pelo ITU-T, de forma que o planejador possa fazer o anteprojeto de uma rede SDH sem a necessidade de desenhar todos os circuitos) propiciam rotas alternativas para o escoamento de dados, em caso de corte da fibra óptica e/ou falha de funcionamento de elementos de rede, garantindo a continuidade do serviço prestado e, portanto, a sobrevivenciabilidade do sistema (existência de fibras ópticas reservas para transporte de sinais em caso de situações de pane física). As configurações em anéis são mais baratas que as configurações em estrelas, pois, basicamente são requeridas duas fibras para sistema unidirecional ou quatro fibras para sistema bidirecional. A comutação entre fibras se dá a taxas inferiores a 25µs, proporcionando maior fluidez ao tráfego. A estrutura de multiplexação da SDH foi elaborada prevendo-se uma grande flexibilidade, associada a um enfoque muito grande em software para permitir flexibilidade e gerência de rede, e além do mais, permitir compatibilidade de equipamentos de diferentes fabricantes, respeitando soluções próprias de fabricação de circuitos e placas. O ITU-T não definiu layout de placas nem circuitos, e sim blocos funcionais padronizados, que todo o fabricante deve prover em seus equipamentos SDH. Um bloco funcional não necessariamente necessita estar em uma placa. Pode estar em uma ou mais placas, bem como uma placa pode conter vários blocos funcionais (NEC do BRASIL, 1998). Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 24 Os blocos funcionais são importantes porque permitem a interligação de redes distintas de tal forma que o tráfego de dados se processe tanto num sentido quanto num outro (tráfego bidirecional) e, além disso, num mesmo anel, permitem que os nós capturem os frames STM-N de interesse e repassem adiante os demais. Em virtude do grau de importância dessas estruturas em nível de simulação de roteamento é que se detalhou minuciosamente cada uma delas nos itens seguintes. Vale ressaltar que no software desenvolvido implementou-se um módulo simulador de roteamento que permite o emprego de cada uma delas e dessa forma, propiciou-se ao leitor interessado a obtenção de dados de projetos realísticos. I.3.1 Proteção em anéis A recomendação G.841 do ITU-T trata dos métodos para proteção em anéis (Di- LORENZO et al., 1998). Neste documento há orientações para se construir duas topologias básicas: • Estrutura em anel unidirecional; • Estrutura em anel bidirecional. Estas duas estruturas são descritas a seguir. Para fins de exemplificação considerou-se em todos os casos uma arquitetura em anel hipotético, consistindo de seis estações nomeadas A, B, C, D, E e F, onde a interrupção dos cabos sempre foi considerada ocorrendo entre as estações C e D. I.3.1.1 Estrutura em anel unidirecional Nesta estrutura os tráfegos de dados são transmitidos somente numa direção, como nas duas estruturas mostradas a seguir. Unidirectional Line-Switched Ring (ULSR) Fig. 1.4a – ULSR sem faltas. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 25 Fig. 1.5 – ULSR com faltas. O mecanismo de chaveamento funciona da seguinte forma: 1. Os elementos de rede B e E transmitem na fibra primária (fibra de trabalho); 2. Uma interrupção é presumida entre os elementosD e C; a direção E → B não é afetada. Uma rota alternativa deve ser encontrada para a direção B → E. Os MUX C e D são então chaveados manualmente por um operador da concessionária, de forma a ligar a fibra de trabalho com a de backup, como mostrado na Fig.1.5. Este chaveamento permanece operante até o reparo da falha. Para fazer o chaveamento acima de modo eficaz, isolando a área danificada e dessa forma, evitando que dados brutos sejam perdidos, é imprescindível por parte do administrador da rede, o conhecimento prévio da configuração do anel (HABISREITINGER,1998). Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 26 Unidirectional path-switched ring (UPSR) Fig. 1.6 – UPSR sem faltas. Fig. 1.7 – UPSR com faltas. O mecanismo de chaveamento de proteção funciona da seguinte maneira: 1. Os elementos de rede B e E transmitem em ambas as fibras. Os dados fluem simultaneamente na fibra 1 e na fibra 2 (Fig.1.6); 2. Ocorrendo uma falha entre os MUX C e D, o multiplexador E chaveia a fibra 1 com a fibra 2, imediatamente restabelecendo o fluxo de dados (Fig.1.7). Não há interferência manual do operador de rede para fazer o chaveamento das fibras no multiplex. Nesta configuração que permite o chaveamento simples de fibras no anel, não é requerido o conhecimento prévio da configuração do anel para a restauração do fluxo de dados (HABISREITINGER,1998). Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 27 I.3.1.2 Estrutura em anel bidirecional Nesta estrutura os dados são transmitidos bidirecionalmente como nas quatro estruturas seguintes. Two-fiber bidirectional line-switched ring (BLSR) Fig. 1.8 – BLSR sem faltas. Fig. 1.9 – BLSR com faltas. Este mecanismo de chaveamento de proteção de linha funciona da seguinte forma: 1. Uma interrupção é presumida entre os MUX C e D. Uma rota alternativa deve ser encontrada em ambas as direções de transmissão. Os MUX C e D Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 28 são então chaveados conforme a Fig.1.9. Este chaveamento permanece operante até o reparo da falha; 2. O mecanismo de chaveamento é complexo e envolve o completo conhecimento da configuração do anel de modo a que o administrador de rede isole as partes danificadas, evitando que os dados brutos sejam perdidos (HABISREITINGER,1998). Four-fiber bidirectional line-switched ring (BLSR-F) Fig. 1.10 – BLSR-F sem faltas. Fig. 1.11 – BLSR-F com faltas. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 29 Este mecanismo de chaveamento de proteção de linha funciona da seguinte maneira: 1. Se, por exemplo, uma interrupção ocorre entre os elementos de rede C e D, as linhas de trabalho desses elementos são chaveadas através da linha de proteção; 2. A conexão é automaticamente restabelecida pelos MUX presentes entre as falhas, através do chaveamento de pares de fibras ópticas, como pode ser melhor entendido comparado-se as Figuras 1.10 e 1.1. Neste mecanismo, é indispensável uma tabela de reconfiguração do anel que deverá estar presente nos MUX presentes fisicamente entre as falhas, de modo que eles possam interligar de modo automático, através de chaveamentos às fibras ópticas (HABISREITINGER,1998). Four-fiber bidirectional span-switched ring (BSSR) Fig. 1.12 – BSSR sem faltas. Fig. 1.13 – BSSR com faltas. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 30 Este mecanismo de proteção funciona da seguinte forma: Se uma interrupção é presumida entre os elementos de rede C e D, somente dois pares de fibras são chaveados (presentes entre os MUX C e D). Na Fig.1.13 pode-se entender melhor como isto ocorre. Constata-se a partir da referida figura que nenhum dos outros MUX do anel são afetados pela falha e desta forma, a reconfiguração ocorre localmente em apenas dois multiplexadores. O mecanismo de chaveamento é complexo e envolve o conhecimento prévio da configuração do anel de modo a que o administrador de rede isole as partes danificadas, evitando que os dados brutos sejam perdidos (HABISREITINGER,1998). I.3.2 Blocos funcionais compostos SDH Apresentam-se a seguir alguns blocos funcionais compostos e equipamentos padronizados pelo ITU-T, com o intuito de mostrar as funcionalidades que estes têm ao serem acrescentados ao anel óptico, permitindo desta forma, rotear os dados em casos de falha em fibras ópticas e/ou equipamentos. Lower Order Interface (LOI) Bloco responsável pela realização da montagem / desmontagem de Virtuais Contêineres (VCs) de ordem inferior [VC-3, VC-12], também denominado de função de terminação de via de ordem inferior (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.14 ilustra o símbolo padrão deste bloco Fig. 1.14 – LOI. Este bloco recebe na sua entrada tributários de 2.048 Mbits/s (síncrono ou plesiócrono) ou VC-12 e libera na sua saída VC-3. Higher Order Interfaces (HOI) Este bloco realiza a montagem e desmontagem de Virtuais Contêineres (VC) de ordem superior (VC-4) (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.15 ilustra o símbolo padrão deste bloco. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 31 Fig. 1.15 – HOI. Este bloco aceita na sua entrada, tributários de 140 Mbits/s (plesiócrono); libera na sua saída, VC-4. Transfer Terminal Function (TTF) Realiza a função de terminação das seções regeneradora, de multiplexação, bem como a montagem e desmontagem dos sinais STM-1, STM-4, STM-16 dos n*VC-4 (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.16 ilustra o símbolo padrão deste bloco. Fig. 1.16 – TTF. Este bloco recebe na sua entrada VC-4 e libera, na sua saída, Módulos Síncronos de Transporte (STM-N). Lower Order Path Connection (LPC) Roteia os VC-12, VC-3, alocando de modo flexível (caso o equipamento SDH tenha esta funcionalidade) no VC-4. É um bloco opcional em MUX Add & Drop. Se não, os VC-12 e VC-3, possuem alocação fixa no VC-4 (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.17 ilustra o símbolo padrão deste bloco. Fig. 1.17 – LPC. Provê a alocação flexível de VC-12 ou VC-3 na sua entrada, liberando VCs de ordem superior (VC-4), na sua saída. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 32 Higher Order Path Connection (HPC) Roteia os VC-4, alocando de modo flexível (caso o equipamento SDH tenha esta funcionalidade) no frame STM-N. É um bloco opcional em MUX Add & Drop (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.18 ilustra o símbolo padrão deste bloco. Fig. 1.18 – HPC. A função HPC provê a alocação flexível do sinal de entrada proveniente de VCs de ordem superior (VC-4), obtendo na sua saída, um sinal STM-N (N=1,4,16). Higher Order Assembler (HOA) Realiza a montagem e desmontagem de VC-4 a partir da combinação de VC-3 e/ou VC-12 (CPqd BRASIL, 1997). A Fig.1.19 ilustra o símbolo padrão deste bloco. Fig. 1.19 – HOA. A função HOA adapta um VC-M (M=3,12) proveniente da entrada do bloco em um VC-M (VC-4), na saída do bloco. O sinal presente na saída do bloco é obtido através do processamento do ponteiro da Unidade Tributária (TU) a qual indica a diferença de fase entre o POH do VC-M e o POH do VC-4. Synchronous Digital Cross-Connect (SDXC) O SDXC permite a interligação de anéis e executam funções de conexõescruzadas de rotas digitais (CPqd BRASIL, 1997). Fig. 1.19a – Exemplo de um Cross-Connect. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 33 Na Fig.1.19a, vê-se que os dados digitais trafegantes bidirecionalmente são desmontados ou remontados no SDXC e que para haver compatibilidade de taxas de dados diferentes (STM-N) são utilizados para ambas as operações Virtuais Contêineres de Ordem Superior (VC-4). É um equipamento capaz de interfacear, via portas de sinal digital, um ou mais sinais com taxas definidas nas recomendações ITU-T G-702 ou G-707, e permite roteamento de qualquer valor e taxa e/ou subtaxa com qualquer outro valor de taxa ou subtaxa de sinal. O SDXC é um roteador da tecnologia SDH. Os roteamentos são realizados em nível de VCs (Fig.1.19). As interfaces de um SDXC podem ser da PDH ou da SDH ou, de ambas. Para que um anel óptico apresente a funcionalidade de permitir o roteamento do tráfego por novas rotas em caso de falha(s), torna-se imprescindível à utilização no multiplex de funções LPC, HPC e roteadores síncronos (SDXC). Sem eles, as informações serão perdidas no nó anterior à falha na fibra, pois não será possível o MUX comutar os dados para fibras secundárias (backup) ou formar novas configurações de rotas nas fibras ópticas. Interconexões entre redes Nos quatro exemplos a seguir, são propostas possíveis formas de interconexão dos blocos funcionais. • 1° exemplo: sem a utilização do bloco HPC. Fig. 1.20 – Sem a utilização do bloco HPC. Princípio de funcionamento: Neste exemplo, tem-se o interfaceamento de sinais PDH (2, 34, 140 Mbits/s) através de blocos funcionais, para a tecnologia SDH (STM-1, STM-4, STM-16). O interfaceamento dá-se de duas maneiras: 1. Para sinais tributários de 2, 34 Mbits/s é necessário a utilização dos blocos funcionais LOI, LPC (caso se necessite sinais de VC-3 e/ou VC-12 combinados deve-se utilizar este bloco; caso contrário, ligar diretamente a saída de LOI com a entrada de HOA) e HOA de forma a ter-se na saída de HOA, um VC-4 para que o bloco TTF possa converter VC-4 em STM-N; Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 34 2. Para sinais tributários de 140 Mbits/s, recorre-se ao bloco funcional HOI, que na sua saída, produz um VC-4 e, dessa forma, pode ser ligado diretamente ao bloco TTF, sem a necessidade de passar por LPC e HOA. • 2° exemplo: sem a utilização do bloco LPC Fig. 1.21 – Sem a utilização do bloco LPC. Princípio de funcionamento: Neste exemplo, tem-se o interfaceamento de sinais PDH (2, 34, 140 Mbits/s), através de blocos funcionais, para a tecnologia SDH (STM-1, STM-4, STM-16). O interfaceamento se processa da seguinte forma: 1. O bloco HPC recebe VC-4 vindo dos blocos LOI e HOI; 2. Consultando a tabela de roteamento nele presente (HPC), ele agrega ao VC-4 presente na sua saída, um nó de destino. • 3° exemplo: sem a utilização dos blocos HPC e LPC Fig. 1.22 – Sem a utilização dos blocos HPC e LPC. Princípio de funcionamento: Neste exemplo, tem-se o interfaceamento de sinais PDH (2, 34, 140 Mbits/s) através de blocos funcionais, para a tecnologia SDH (STM-1, STM-4, STM-16). O princípio de funcionamento é o mesmo do exemplo apresentado na Fig.1.20 exceto que, com a ausência do bloco funcional LPC, não é permitida a combinação de VC-3 e VC-12 e, desta forma, na entrada do bloco funcional LOI, necessita-se ter sinais tributários de 2 ou 34 Mbits/s (um excluindo o outro, nunca, ambos ao mesmo tempo). Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 35 • 4° exemplo: com a utilização de bloco HPC, LPC e Multiplexador Add & Drop (ADM). Permite acessar os agregados STM-N derivando e inserindo virtuais contêineres e tributários. Fig. 1.23 – Exemplo de acesso de tributários de 44.736 Mbits/s a partir de um agregado STM-4. Observa-se que o bloco HPC permite derivar, inserir e repassar os VC-4 necessários ao acesso de informações. Já o bloco LPC permite que VC-3 sejam reinseridos nos agregados STM-4 e/ou que VC-3 termine localmente. Conclusão do capítulo Neste capítulo abordou-se os tópicos relevantes a respeito de Redes de Hierarquia Digital (SDH, PDH) e anéis ópticos. Conforme se verificou, as Redes PDH são impróprias para o transporte de grande volume de dados digitais, pois têm largura de faixa limitada devido aos elevados números de equipamentos multiplexadores / demultiplexadores / elementos ópticos (ELOs). A SDH por sua vez é capaz de encapsular os dados de diferentes tecnologias e transportá-los em n módulos de transportes(n∗STM-N). Além disso, mantém compatibilidade de tráfego nos meios ópticos (configurações genéricas de fibras ópticas – BLSR, BSSR, dentre outras), elétricos (cabos coaxiais, padrões IEEE) e rádios digitais (microondas, satélites). A flexibilidade de retirar e inserir sinais tem motivado as operadoras de telefonia a adotar esta tecnologia em MANs. Finalmente, deve ser ressaltado que os itens descritos neste capítulo foram implementados em nível de software no módulo referente ao roteamento. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 36 II Roteamento de uma Rede de Transporte Introdução O planejamento de uma rede de transporte de longa distância deve envolver as seguintes considerações básicas: tráfego que entra e sai dos nós; chaveamento e sinalização associados; plano de transmissão; tipo de tráfego; critérios de atendimento; sobrevivenciabilidade; previsão de crescimento; qualidade dos serviços prestados. Os critérios apresentados devem interagir na busca de: a) economia e eficiência com os serviços prestados; b) utilização dos equipamentos de forma otimizada e c) satisfação dos clientes, com serviços de qualidade. A seguir serão discutidos temas importantes para o entendimento da formulação do problema a ser apresentado no próximo capítulo. São eles: roteamento e tráfego de uma rede de transporte; representação de redes. II.1 Roteamento e tráfego em uma rede de transporte O objetivo a ser alcançado com o roteamento é o estabelecimento de conexão entre dois nós distintos, digamos i e j, de uma dada rede (KERSHENBAUM, 1997). Em um circuito, a sua função é fornecer qual o melhor caminho para escoar ou receber um dado pacote de informação, tendo como origem e destino, respectivamente, as estações i e j. Esta escolha deve ser feita por intermédio de programas analisadores de tráfego. Na literatura especializada, são descritos diversos algoritmos para o tratamento desse problema, entre os quais podemos citar Dijkstra, Bellman, Floyd. Destes, somente o método de Dijkstra será apresentado no próximo capítulo por ser ele bastante empregado na solução de tal problema. Como mencionado anteriormente, o algoritmo de roteamento tem como responsabilidade determinar a melhor trajetória para se enviar os dados. A escolha do algoritmo deverá levar em consideração alguns fatores relacionados ao envio da informação de acordo com o tipo da rota, como: ¾ Utilização de datagramas – topologia em anel (neste caso a trajetória dos pacotes será feita dinamicamente para cada nó); ¾ Utilização de circuitos virtuais – rotas ponto-ponto (neste caso o roteamento será empreendido quando novos circuitos forem montados). Circuitos virtuais são utilizados em redes baseadas na tecnologia PDH. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 37 Os algoritmos de roteamento podem ser agrupadosem duas classes quanto ao critério de adaptabilidade: 1. Algoritmos adaptativos – as decisões de roteamento mudam devido às variações de tráfego com o tempo; as rotas são escolhidas a partir de amostragens de cargas em todos os nós; 2. Algoritmos não-adaptativos ou de roteamento estático – não é feita nenhuma amostragem atual do tráfego entre nós. A montagem da tabela de roteamento das informações é feita a partir de um histórico de tráfego médio nos arcos. Neste trabalho de dissertação foi escolhido o Algoritmo não-adaptativo, pois a partir de levantamentos junto às concessionárias de telefonia verificou-se que a montagem da tabela de roteamento é feita fundamentada em histórico de tráfego médio nos arcos (os critérios de montagem do histórico são sigilosos). É desejável que os algoritmos sejam simples, robustos, eficientes e estáveis. A seguir passa-se à discussão de dois itens importantes para se entender o problema de roteamento: 1) topologias de redes, onde se faz uma breve discussão e 2) análise de diferentes tipos de roteamento normalmente encontrados e largamente utilizados em redes de comunicações. II.1.1 Topologia de uma rede Uma rede é composta de um número de nós interconectados por equipamentos de transmissão (multiplexadores, demultiplexadores, equipamentos de ligações ópticas, fibras ópticas), os quais podem formar topologias em anel, estrela ou malha. Diversos equipamentos de redes podem ligar-se a esses nós e o sentido das informações nestes, podem ser unidirecional ou bidirecional. A Fig.2.1 ilustra o caso de uma rede hipotética com circuito bidirecional. Fig. 2.1 – Exemplo de uma topologia de rede. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 38 II.1.2 Distribuição de informações As informações numa rede podem ser distribuídas segundo um plano de roteamento que teria como objetivo definir a melhor rota presente entre um par de nós. Os planos de roteamento podem ser fixos ou dinâmicos. Nos planos fixos, o conjunto de rotas que serão utilizadas segue uma distribuição preestabelecida e, nos dinâmicos, esse conjunto de rotas segue a demanda. A atualização das rotas de distribuição pode ser feita pelo exame periódico ou aperiódico das demandas dos arcos, dependente do estado da rede, do aumento e distribuição das chamadas e de falhas em um determinado percurso. Os principais tipos de roteamentos segundo essas diversas possibilidades de distribuição da informação são discutidos a seguir. II.1.2.1 Roteamento dependente do tempo A distribuição das rotas de informações é alterada em determinados períodos fixos durante o dia e/ou semana, a partir de um histórico de tráfego (KERSHENBAUM, 1997). Neste tipo de técnica tem-se a vantagem de fazer-se um levantamento da capacidade inativa dos circuitos; não é adequada à Hierarquia Digital Síncrona, pois, nesta tecnologia de transporte o tráfego é fundamentado em um histórico de tráfego médio. A Fig.2.2 ilustra este tipo de roteamento. Intervalo de tempo (s) Possíveis rotas alternativas 1 A-C-D-E-H-B 2 A-C-D-B 3 A-E-B 4 A-E-H-B 5 A-F-G-H-B Fig. 2.2 – Exemplo de roteamento dependente do tempo. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 39 II.1.2.2 Roteamento dependente do estado Conhecido também como esquema adaptativo de roteamento. A escolha das rotas para o despacho de informações é feita de modo automático de acordo com o estado da rede, definido com o auxílio de dois parâmetros: ¾ Taxa de ocupação do nó de onde partiu a informação; ¾ Informação sobre o sucesso no atendimento das chamadas. Estes parâmetros são obtidos através da análise de dados coletados da rede (GREFENSTETTE, 1986). Com as informações acima, são tomadas decisões de distribuição da informação pelo programa gerenciador de tráfego. Este deve incorporar princípios fundamentais de controle de redes como: a) evitar a ocupação total de grupos de circuitos; b) não sobrecarregar o trânsito das rotas com mudanças sucessivas de caminhos das cargas e c) em circunstâncias de sobrecarga, restringir as conexões de roteamento direto. II.1.2.3 Roteamento dependente do evento A distribuição de rotas é atualizada localmente no roteador presente em cada estação, o qual leva em consideração para o envio de dados adiante, a ocorrência de chamadas sucessivas ou situações de falhas num dado percurso. Constitui-se dos seguintes passos: 1. Inicializar o processo obtendo o número total de estações e a conectividade entre todas as estações; 2. Selecionar aleatoriamente o primeiro trajeto, o qual será responsável no roteador pelas chamadas sucessivas de novas rotas; 3. Verificar a obtenção de sucesso na trajetória escolhida. Caso afirmativo, a alteração é retida. Senão, selecionar aleatoriamente novos trajetos; 4. Repetir o passo 2 até se atingir o número total de estações. Na Fig.2.3 exemplifica-se este tipo de roteamento, onde se verifica cinco tomadas de decisão: a primeira corresponde ao trajeto A-E-B; a segunda corresponde ao trajeto A-E-B; a terceira corresponde ao trajeto A-C-D-B; a quarta corresponde ao trajeto A-C-D-B e a quinta corresponde ao trajeto A-F-G-H-B. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 40 Intervalo de tempo (S) Rota (inicial) Rota utilizada (final) 1 A-E-B A-E-B 2 A-C-D-E-H-B A-E-B 3 A-C-D-B A-C-D-B 4 A-E-H-B A-C-D-B 5 A-F-G-H-B A-F-G-H-B Fig. 2.3 – Exemplo de roteamento dependente do evento. II.1.2.4 Roteamento automático alternativo (irreversível) É denominado também de distribuição progressiva irreversível (KERSHENBAUM, 1997). Deve ser empregado quando todos os circuitos por onde as informações deveriam trafegar estiverem ocupados. Muitos grupos de circuitos podem ser testados seqüencialmente. A ordem de teste pode ser fixa ou variável com o tempo. Este tipo de roteamento não é conveniente para rede SDH, pois, causaria congestionamento nos enlaces. II.1.2.5 Re-roteamento automático O módulo roteador processa as informações de maneira a distribuí-las progressivamente por um determinado percurso; a dinâmica dessa distribuição é a seguinte: inicialmente é lançado um pulso pelo roteador como uma forma de verificar se há uma falha na trajetória escolhida pelo envio de dados. Duas situações podem ocorrer: 1. O pulso não retorna do nó destino para o nó de origem, no prazo de escuta estabelecido pelo roteador da estação origem; este interpreta como uma falha na fibra óptica e então escolhe um novo nó para reenviar o pulso; 2. O pulso lançado pelo roteador retorna do nó destino para o nó origem; o roteador presente no nó origem interpretando este procedimento como desobstrução da fibra óptica envia um bloco de dados para o nó destino. Observe que este procedimento padrão se repete nos nós subsequentes e continua, até que o módulo roteador se certifique que o bloco de dados em tela tenha sido entregue ao nó destino. A Fig.2.4 ilustra este tipo de roteamento. Algoritmos de Otimização para Redes de Telecomunicações 41 Rota (inicial) Re-roteamento (final) A-F-G-H-B A-F-G-H-B A-C-D-B A-C-D-E-B Fig. 2.4 – Exemplo de re-roteamento automático. II.2 Representação de redes O desempenho de algoritmos de roteamento não depende somente deles próprios, mas também da maneira pela qual a rede é representada (KERSHENBAUM, 1997). Utilizando estruturas de dados de maneira inteligente, pode-se diminuir consideravelmente o tempo de processamento associado à resolução de um dado problema. Para a representação de uma
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