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1 APOSTILA DE ÉTICA PROFISSIONAL 2 Ementa: Introdução à OAB; órgãos da OAB; eleições na OAB; e Conferencia Nacional dos Advogados. 1 – INTRODUÇÃO À OAB A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 133, estabelece que: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Do dispositivo acima citado, podemos extrair três conclusões: 1) o advogado é peça imprescindível à Administração da Justiça; 2) o advogado possui inviolabilidade por seus atos e falas, desde que no exercício da advocacia; e 3) ao contribuir para a concretização da justiça, o advogado exerce sua função social. A Magna Carta, todavia, não tratou apenas da advocacia privada (art. 133), pelo contrário, também dispôs acerca da Advocacia Pública (arts. 131 e 132) e da Defensoria Pública (arts. 134 e 135). A OAB é uma instituição sui generes, à medida que, não sendo um órgão público propriamente dito, vez que não guarda vínculo funcional ou hierárquico com qualquer órgão público, possui alguns privilégios inerentes ao setor público, como o fato de não está sujeita à fiscalização do TCU e possuir imunidade tributária, por exemplo. Além disso, vale lembrar que a sigla “OAB” é de uso exclusivo da ordem, não podendo ser utilizada para outra finalidade. Outrossim, atos conclusivos da Ordem devem ser divulgados no diário eletrônico da OAB. 3 2 – DOS ORGÃOS DA OAB A Ordem dos Advogados do Brasil, segundo o art. 44, I e II, do EAOAB, possui as seguintes finalidades: 1) defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; 2) promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. Por sua vez, o art. 45 apresenta os órgãos que compõem a OAB, são eles: Conselho Federal; os Conselhos Seccionais; as Subseções; e as Caixas de Assistência dos Advogados. No próximo tópico falaremos mais sobre cada um desses órgãos. 2.1 – DO CONSELHO FEDERAL 2.1.1 – COMPOSIÇÃO O Conselho Federal é composto pelos conselheiros federais, escolhidos dentre os membros de cada Conselho Seccional, ou seja, cada estado possui três representante (totalizando 81 conselheiros), e pelos seus ex-presidentes, na qualidade de membro honorário vitalício. Por outro lado, a diretoria do Conselho Federal é composta por: um Presidente, de um Vice-Presidente, de um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e de um Tesoureiro. Os ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios e os presidentes das Seccionais, tem apenas direito à voz nas reuniões, não podendo votar. O Presidente do Conselho Federal possui o chamado “voto de qualidade”, ou seja, aquele comumente conhecido como “voto de minerva”, significa dizer voto de desempate. 4 Obs: Embora cada delegação possua três conselheiros, apenas será admitido um voto por delegação. Assim, não se trata de voto por cabeça, mas simpor delegação. 2.1.2 – COMPETÊNCIA As competências do Conselho Federal estão previstas no art. 54 do EAOAB, dos incisos I a XVIII, sendo que aqui trataremos das atribuições mais importantes. Compete à OAB, segundo o Estatuto: 1) representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia; 2) editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários; 3) intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral; 4) cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrárias ao EAOAB, Código de Ética e Regulamento Geral da OAB. 5) julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nas hipóteses previstas no Estatuto e no Regulamento. Neste caso, a intervenção depende de prévia aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar 5 6) elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB. 7) ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei. 8) autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis; As competências dos órgãos da OAB são extremamente relevantes, uma vez que são muito cobradas no Exame da Ordem, então não deixem de ler todos os artigos e incisos que falem a respeito, tampouco o art. 100 do Regulamento Geral, que também fala das competências do Conselho Federal. 2.2 – DO CONSELHO SECCIONAL As disposições acerca do Conselho Seccional estão contidas nos arts. 56 a 58 do EAOAB. O Conselho Seccional é o órgão responsável por fixara anuidade e a tabela de honorários, bem como por todos os assuntos relacionados à inscrição do advogado. 2.2.1 – COMPOSIÇÃO O Conselho Seccional é composto por conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos, vejamos: 6 Conselhos Seccionais com menos de 3.000 (três mil) inscritos = até 30 (trinta membros); Conselhos Seccionais com mais de 3.000 (três mil) inscritos = a cada grupo de três mil inscritos será aumentado um membro, até o limite de oitenta membros. 2.2.2 – COMPETÊNCIA A jurisdição do Conselho Seccional restringe-se ao estado da federação no qual está inserido, ou seja, o Conselho Seccional do estado do Rio de Janeiro terá competência apenas dentro do respectivo estado. As competências privativas do Conselho Seccional estão previstas no art. 58 do EAOAB, trataremos aqui das mais relevantes. Compete ao Conselho Seccional: 1) editar seu regimento interno e resoluções. 2) criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados 3) julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados. 4) fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados. 5) fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual. 6) realizar o Exame de Ordem. 7) aprovar e modificar seu orçamento anual. 7 8) definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros. 9) intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados. Obs: o art.105 do Regulamento Geral da OAB prevê outras atribuições importantes para a sua prova, então não deixe de ler! 2.3 – DAS SUBSEÇÕES As Subseções são criadas pelo Conselho Seccional, que delimitará sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. Trata-se de órgão diretamente vinculado ao Conselho Seccional, não possuindo, portanto, personalidade jurídica própria. ÓRGÃO CARACTERÍTICAS COMPETÊNCIA Conselho Federal Possui personalidade jurídica própria Todo território nacional Conselho Seccional Possui personalidade jurídicaprópria Restrita ao estado em que estiver inserido Subseções NÃO possui personalidade jurídica própria Será limitada pelo Conselho Seccional quando de sua criação. Pode abranger um ou mais municípios, ou parte dele, incluindo a capital, devendo contar com, no mínimo, 15 advogados domiciliados. 8 Cabe exclusivamente aos Conselhos Seccionais, respeitada a legislação pertinente, pela maioria absoluta de seus membros, autorizar a criação ou determinar a extinção de Subseções. O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele. Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional. Nas Subseções com mais de cem advogados poderá ser criado um conselho. Cabe às subseções COLHER os documentos necessários à inscrição do advogado (apenas colher, pois quem defere a inscrição é o Conselho Seccional). 2.3.1 – COMPETÊNCIA São competências das Subseções, em seus territórios (art. 61 do EAOAB): 1) dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; 2) velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado; 3) representar a OAB perante os poderes constituídos; 9 4) desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional. 5) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; 6) editar resoluções, no âmbito de sua competência; 7) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina; 8) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional. 2.4 – DA CAIXA DE ASSISTENCIA DOS ADVOGADOS A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. É criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral. Para criação da Caixa de Assistência dos Advogados é necessário no mínimo 1.500 advogados inscritos. Das anuidades pagas pelos advogados inscritos a ordem ocorre a seguinte divisão: - 10% vai para o Conselho Federal; - 3% vai para o fundo cultural; - 2% vai para o FIDA – Fundo de Incentivo e Desenvolvimento da Advocacia. Dos 85% restantes, metade para o Conselho Seccional e a outra metade para a Caixa de Assistência aos Advogados. É composta por cinco membros, cujas atribuições serão definidas no seu regimento interno. 10 Obs: O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção. 2.5 – DAS PRERROGATIVAS DOS PRESIDENTES DO CONSELHO FEDERAL, SECCIONAL E SUBSEÇÃO Os presidentes do Conselho Federal, Seccional e das Subseções, possuem algumas prerrogativas, são elas: 1) Legitimidade para fazer valer o Estatuto judicial ou extrajudicialmente, sendo que tal ato pode ser delegado a outro advogado. 2) designar assistente, seja em Inquérito Policial ou em ação judicial, na qual conste no polo passivo advogado que responda ao processo por ato praticado no exercício de suas funções profissionais. 3) Requisitar cópias de interesse da OAB, devendo, neste caso: - pagar pelas cópias; - justificar o motivo da requisição; - caso se trate de processo sigiloso, apresentar procuração. 3 – DAS ELEIÇÕES NA OAB À caixa de assistência é destinada metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. 11 Os mandatos na OAB possuem duração de três anos, sendo que as eleições se realizam na segunda quinzena do mês de novembro do último ano do mandato. O mandato tem início no mês de janeiro subsequente às eleições, exceto no Conselho Federal, que começa seus trabalhos no mês de fevereiro. O voto é de caráter OBRIGATÓRIO a todos os advogados inscritos. O não comparecimento pode acarretar em multa de até 20% do valor da anuidade. 3.1 – CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Para que o advogado possa se candidatar é necessário o preenchimento de alguns requisitos, são eles: 1) comprovar situação regular junto à OAB; 2) não ocupar cargo exonerável ad nutum; 3) não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação; e 4) exercer efetivamente a profissão há mais de TRÊS anos para o cargo de Conselheiro Seccional e CINCO anos para os demais. Enquanto que as eleições no Conselho Seccional são DIRETAS e SECRETAS, tendo o mandato início em JANEIRO do ano subsequente, as eleições do Conselho Federal são INDIRETAS E NOMINAIS e o mandato apenas tem início em FEVEREIRO do ano seguinte. 12 Os requisitos de elegibilidade estão previstos no art. 63 do EAOAB: Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos. § 2º O candidato deve comprovar situação regular perante a OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de Conselheiro Seccional e das Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas eleições para os demais cargos. CUIDADO Este parágrafo foi alterado pela Lei nº 13.875/19. Antes da publicação da referida lei, era necessários que os candidatos, independentemente dos cargos a que fossem concorrer, possuíssem cinco anos de efetivo exercício da profissão. Todavia, após a Lei nº 13.875/19, o tempo de efetivo exercício da advocacia, para candidatos que pretendam concorrer aos cargos de Conselheiro Seccional, diminuiu para 3 anos, mantendo-se os 5 anos para os demais cargos. 3.2 – HIPÓTESES DE PERDA DO MANDATO 1) quando ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento; 2) quando o titular sofrer condenação disciplinar; 3) quando o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos 13 Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato. OBSERVAÇÃO: Nos casos de exclusão, ou seja, de aplicação de sanção disciplinar, deverá existir, obrigatoriamente, processo disciplinar prévio, no qual seja assegurado ao acusado o contraditório e a ampla defesa. 3.3 – A CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS O art. 145 do Regulamento Geral da OAB prevê que a Conferência Nacional dos Advogados é o órgão consultivo máximo do Conselho Federal, reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato, tendo por objetivo; 1) O congraçamento da classe (integração, comunhão); 2) Discutir os fins da instituição; 3) Escrever Carta de recomendações (acerca dos pontos a serem modificados, melhorados etc). O art. 146, dispõe que existem dois tipos de membros da Conferência: 1) os efetivos = os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da OAB presentes, os advogados e estagiários inscritos na Conferência, todos com direito a voto; 2) os convidados = as pessoas a quem a Comissão Organizadora conceder tal qualidade, sem direito a voto, salvo se for advogado. Ementa: Suspensão preventivan advocacia; processo disciplinar na OAB; os recursos nas representações na OAB. 14 1 – DO PROCEDIMENTO O processo disciplinar pode ser instaurado de ofício ou mediante requisição de qualquer autoridade ou pessoa interessada. Obs: O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares, é importante ler esses dispositivos. O processo disciplinar tem caráter sigiloso, sendo que só terão acesso a ele as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. Vejamos, então, quais as etapas do processo disciplinar: PROCESSO É INSTAURADO DE OFÍCIO OU POR MEIO DE REPRESENTAÇÃO PRESIDENTE DA SECCIONAL DESIGNA RELATOR RELATOR ANALISA REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE REPESENTAÇÃO E NOTIFICA O ACUSADO ACERCA DE SEU DIREITO DE SER OUVIDO E APRESENTAR DEFESA PRÉVIA APÓS A OITIVA DO INVESTIGADO RELATOR EMITE PARECER OPINANDO PELO INDEFRIMENTO DA REPRESENTAÇÃO OU PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO 15 PARECER DO RELATOR É REMETIDO AO PRESIDENTE DO CONSELHO SECCIONAL QUE PODERÁ ARQUIVAR OS AUTOS FACE REMETER OS AUTOS AO A AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE TRIBUNAL DE ÉTICA PARA AUTORIA E MATERIALIDADE JULGAMENTO. Observações: Em casos de lacuna na lei deverá observar a seguinte ordem: 1º Aplica-se o processo pena; 2º Aplica-se o processo administrativo; 3º Aplica-se o processo civil. O advogado deve manter seu endereço atualizado. Caso o investigado não possua advogado será nomeado um dativo (advogado dativo presta relevante serviço à advocacia). Poderão ser ouvidas cinco testemunhas de defesa e cinco de acusação. 16 2 – DA SUSPENSÃO PREVENTIVA NA ADVOCACIA Regra geral, as punições apenas são aplicadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. No entanto, existe uma hipótese em que a penalidade de suspensão pode ser antecipada e aplicada antes do julgamento final de mérito, portanto preventivamente. Para que a suspensão preventiva seja válida é necessário o preenchimento de alguns requisitos estabelecidos no art. 70, § 3º do EAOAB, quais sejam: 1) em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia; 2) depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação; 3) neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias. 3 – DOS RECURSOS NA OAB COMPETÊNCIA RECURSO CONSELHO FEDERAL DECISÕES DEFINITIVAS NÃO UNÂNIMES, OU, EM SENDO UNÂNIMES, CONTRARIEM ESTA LEI, DECISÃO DO CONSELHO FEDERAL OU DE OUTRO CONSELHO SECCIONAL E, AINDA, O REGULAMENTO GERAL, O CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA E OS PROVIMENTOS. CONSELHO SECCIONAL TODAS AS DECISÕES 17 PROFERIDAS POR SEU PRESIDENTE, PELO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA, OU PELA DIRETORIA DA SUBSEÇÃO OU DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS. Além dos interessados, também pode interpor recurso o Presidente do Conselho Seccional. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições, de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova. O Conselho Seccional possui três câmaras responsáveis por julgar os recursos, são elas: O órgão especial é composto pelo vice-presidente, que será o presidente do órgão especial, e um conselheiro de cada estado. Os presidentes e os Conselheiros federais serão julgados na 2ª Câmara. Membros da diretoria são julgados direta na Seccional. 1ª Câmara: julga questões relacionadas à inscrição na OAB; incompatibilidades e impedimentos; e prerrogativas; o presidente desta câmara é o Secretário Geral do Conselho Federal. 2ª Câmara: julga questões relativas à ética e disciplina; o presidente desta câmara é o Secretário geral Adjunto, que também será corregedor. 3ª Câmara: fiscaliza contas (eleição); questões relativas à sociedade de advocacia; advogado empregado; 18 Possuidores da medalha Rui Barbosa, ex-presidentes do Conselho Federal e diretoria do Conselho Federal, serão julgados pelo pleno do Conselho Federal Ementa: A prescrição na OAB. 1 - DA PRESCRIÇÃO NO PROCESSO DISCIPLINAR O art. 43 do Estatuto da Ordem prevê que a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, a contar da data da ciência oficial do ato. Note que o início do prazo prescricional se dá com a ciência pelo órgão oficial, neste caso a OAB. Além disso, aos processos disciplinares, pode ser aplicada, também, a prescrição intercorrente, que consiste na paralisação, por mais de três anos, do processo, que esteja pendente de despacho ou julgamento. Assim, deve o processo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação. Existem, no entanto, alguns marcos interruptivos da prescrição, ou seja, situações que, caso ocorram, impedem a prescrição, são elas: pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado; pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB. 19 2 - DA PRESCRIÇÃO NA COBRAÇADOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O art. 25 do EAOAB, determina que a ação de cobrança de honorários prescreve em cinco anos, contados: Por outro lado, o art. 25-A prevê que a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele, prescreve, também, no prazo de cinco anos. Ementa: Sanções Disciplinares; atos privativos e não privativos de advogado; a procuração; as prerrogativas do advogado. 1- DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES a) do vencimento do contrato, se houver; b) do trânsito em julgado da decisão que os fixar; c) da ultimação do serviço extrajudicial; d) da desistência ou transação; e) da renúncia ou revogação do mandato. 20 Nos tópicos abaixo serão enumeradas todas as infrações, conforme disposto na lei. NÃO DEIXE DE LER E ESTUDAR ESSE ARTIGO E OS DEMAIS QUE ABORDAREMOS DENTRO DESTE TÓPICO. Constitui infração disciplinar: 1) exercer a profissão quando impedido ou facilitar seu exercício aos não inscritos, impedidos ou proibidos; 2) manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; 3) valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber. Não pode o advogado prometer a terceiros parte de seus honorários caso estes consigam captar causas para o profissional da advocacia. 4) angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; 5) assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado. Significa dizer que não pode o bacharel realizar todo o trabalho de redação de peças processuais e solicitar a advogado devidamente inscrito na Ordem para assina-las, por exemplo. 6) advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; 7) violar, sem justa causa, sigilo profissional; 8) estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário. A autorização do cliente e ciência do advogado são requisitos cumulativos e imprescindíveis. 9) prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; 21 10) acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; 11) abandonar a causa sem justo motivoou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; 12) recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; 13) fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes. Ou seja, não pode o advogado divulgar, de forma habitual e desnecessária, detalhes sobre as causas que patrocina. 14) deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa, como por exemplo, alterar, a seu favor, jurisprudência para embasar sua peça processual. 15) fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. A esta hipótese não se aplica a prerrogativada inviolabilidade do advogado, que deverá responder perante a OAB e nas justiças cível e criminal. 16) deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado; 17) prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la. Não pode o advogado induzir e incentivar seu cliente à prática de ato ilegal ou destinar a fraudar a lei. 18) solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; 22 19) receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; 20) locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; locupletar-se significa enriquecer ilicitamente, ou seja, não pode o advogado fazer fortuna indevida às custas do cliente. 21) recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; 22) reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; 23) deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; 24) incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; 25) manter conduta incompatível com a advocacia; 26) fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; 27) tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; 28) praticar crime infamante; 29) praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. O estagiário pode praticar sozinho os seguintes atos: – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; 23 – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. Existem, ainda, as condutas incompatíveis com a advocacia, são elas: a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; c) embriaguez ou toxicomania habituais. Por fim, ressalta-se que existem outras infrações relevantes para o Exame da Ordem, logo, é muito importante de todos os artigos do Regulamento Geral e o Código de Ética que tratem sobre este assunto. DAS SANÇÕES DISCIPLINARES Segundo o art. 35 do Estatuto da Advocacia, existem quatro tipos de sanções na OAB: a) censura; b) suspensão; c) exclusão; e d) multa, conforme veremos a seguir. 6.2.1 – DA CENSURA A penalidade de censura é a sanção mais leve prevista no EAOAB e consiste na anotação, no assentamento do advogado, da prática da infração disciplinar e da punição, não podendo ser divulgada, ou seja, é uma sanção sigilosa. A censura poderá ser convertida em advertência, quando estiverem presentes a circunstâncias atenuantes previstas no art. 40 do Estatuto. Neste caso não haverá a anotação nos assentamentos do advogado, tão somente constará advertência nos cadastros internos 24 da OAB, para fins de registro de antecedentes e, tal como a censura, não será objeto de publicidade. A pena de censura será aplicada nas seguintes infrações (art. 34, I a XVI e XXIX): Exercício da profissão por impedidos ou incompatibilizados Participação em sociedade irregular Utilização de agenciador de causas Angariar ou captar causas Assinar atos que não tenha feito ou para os quais não tenha contribuído Advogar contra literal disposição de lei Quebra de sigilo profissional Entendimento com a parte contrária sem conhecimento do cliente ou ciência do advogado. Prejuízo causado à parte mediante falta grave Acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo. Abandono da causa Recusa da assistência jurídica, sem justa causa, mediante a impossibilidade da defensoria pública. Publicidade indevida de processos em que atua Manipulação fraudulenta de citações Imputação de fato criminoso. Descumprimento a determinação da OAB Prática irregular de ato pelo estagiário Violação ao Código de Ética e Disciplina Violação de preceito do Estatuto 6.2.2 – DA PENA DE SUSPENSÃO A suspensão é aplicável nas infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34 e nos casos de reincidência, que ocorre quando o advogado pratica duas vezes a mesma infração punível com censura. A prática de infrações diferentes não implica em reincidência. 25 A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses. O prazo exato que o advogado ficará suspenso será definido pelo Tribunal de Ética, quando da análise do caso concreto. Será levado em consideração as circunstâncias em que a infração foi cometida, agravantes e atenuantes, etc. É aplicável a pena de suspensão às seguintes infrações: Prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la Solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta Receber valores sem expressa autorização do cliente Locupletamento à custa do cliente Recusa injustificada de prestação de contas Extravio ou retenção abusiva de autos Inadimplemento para com a OAB Inépcia profissional No caso das sanções de recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente, bem como deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, a pena de suspensão perdurará até a quitação da dívida, podendo ultrapassar o prazo doze meses. Por sua vez, quando for constatada a inépcia profissional do advogado, a suspensão durará até que ele seja reabilitado. 6.2.3 – DA PENA DE EXCLUSÃO A suspensão é a penalidade mais grave prevista no Estatuto da Ordem e consiste no cancelamento da inscrição do advogado, que 26 não mais poderá exercer a advocacia, a não ser que, após reabilitado, requeira nova inscrição. A exclusão será aplicada às infrações previstas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34 do EAOAB, ou quando aplicada por três vezes a pena de suspensão. São hipóteses de exclusão: Falsa prova Ausência de inidoneidade moral Prática de Crime infamante 6.2.4 – DA PENA DE MULTA A pena de multa está prevista no art. 39 do EAOAB. Trata-se de sanção que sempre será aplicada cumulativamente à outra, ou seja, nunca será aplicada sozinha, será sempre cumulada com CENSURA ou SUSPENSÃO, mas JAMAIS com exclusão. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, significa dizer que o valor da multa variará entre o valor de uma e dez anuidades. Para o cálculo do valor exato da multa deverá ser considerado os antecedentes do infrator, grau de culpa e as consequênciasda infração. 2.5 – FIC –FRIC FIC = INFRAÇÕES PÚNIVEIS COM EXCLUSÃO FRIC = INFRAÇÕES PUNÍVEIS COM SUSPENSÃO TODO O RESTO É CENSURA 27 F ALSA PROVA PARA INGRESSO NA OAB INIDONEIDADEMORAL EXCLUSÃO C RIME INFAMENTE F RAUDAR A LEI RETER/EXTRAVIAR AUTOS $U$PEN$SÃO I INÉPCIA PROFISSIONAL C ONDUTA INCOMPATÍVEL TODAS AS INFRAÇÕES QUE NÃO ESTEJAM NO FIC-FRIC SÃO PUNÍVEIS COM CENSURA 2.6 – DAS CISCUNSTÂNCIAS ATENUANTES O Art. 40 do EAOB prevê a possibilidade de aplicação de atenuantes nas seguintes hipóteses: 1) falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; 2) ausência de punição disciplinar anterior; 28 3) exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB; 4) prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. 2.7 – DA REABILITAÇÃO A reabilitação é o procedimento pelo qual aquele que sofreu infração disciplinar pode passar, a fim de que possa recuperar a confiança pública, de particulares e até mesmo da própria OAB. A reabilitação é aplicada a qualquer tipo de infração, é ato personalíssimo, ou seja, só pode ser requerida por aquele que sofreu a penalidade, e deve ser solicitada no prazo de um ano após o cumprimento da sanção imposta, acompanhada de provas de bom comportamento do advogado. 3 - DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 133, estabelece que: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Do dispositivo acima citado, podemos extrair três conclusões: 1) o advogado é peça imprescindível à Administração da Justiça; 2) o advogado possui inviolabilidade por seus atos e falas, desde que no exercício da advocacia; e 3) ao contribuir para a concretização da justiça, o advogado exerce sua função social. A Magna Carta, todavia, não tratou apenas da advocacia privada (art. 133), pelo contrário, também dispôs acerca da Advocacia Pública (arts. 131 e 132) e da Defensoria Pública (arts. 134 e 135). 29 No Brasil, a atividade da advocacia é regulada pela Lei nº 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB e pelo Código de Ética e Disciplina da OAB, conforme estudaremos a seguir. 4 – DOS ATOS PRIVATIVOS E NÃO PRIVATIVOS DE ADVOGADO O art. 1º do Estatuto da Ordem, dispõe que são atividade privativas de advogado: I – a postulação a qualquer1 órgão do poder judiciário; II – o desempenho de atividades de consultoria, assessoria e direção jurídica. Por sua vez, é necessário tomar atenção ao § 1º do dispositivo supramencionado que determina de forma expressa que o Habeas Corpus não se inclui nas atividades da advocacia. Assim, determina o EAOAB que os atos privativos da advocacia, quando praticados por pessoas que não sejam advogadas, são nulos, estando o praticante do ato sujeito as penalidades administrativas, cíveis e criminais cabíveis. Vale ressaltar que os atos praticados por advogado impedido, suspenso, licenciado ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, também serão nulos. Neste caso o advogado em situação irregular também estará sujeito a todas as sanções previstas no ordenamento jurídico brasileiro. 1 O Supremo Tribunal Federal julgou a ADI nº 1.127-8, na qual a expressão “qualquer” foi declarada inconstitucional, tendo em vista que foi firmado entendimento no sentido de que a representação da parte em juízo, por advogado, pode ser dispensada em algumas hipóteses, como por exemplo nos Juizados Especiais Cíveis em ações cujo valor da causa não ultrapasse 20 (vinte) salários mínimos. Desta feita não se trata de trata de uma premissa absoluta, sendo incabível a expressão “qualquer”. 30 São atos não privativos de advogado, além do Habeas Corpus: - Postulação na Justiça do Trabalho, exceto TST; - Justiça de paz; - Juizado Especial Cível até 20 salários mínimos; - Juizado Especial Federal e da Fazendo Pública até 60 salários mínimos; - Ação de alimentos (conciliação). O estagiário pode praticar isoladamente: - carga dos autos; - obter certidões; - petição de juntada. 5 – DA PROCURAÇÃO Ao advogado, para representar seu cliente, seja judicial ou extrajudicialmente, deve ser outorgada procuração por parte de seu cliente. Assim, após receber poderes tal, o advogado pode (e deve) representar seu cliente face ao poder judiciário e demais órgão em que haja necessidade. Todavia, será que existe alguma hipótese que autorize o advogado a postular em juízo sem a prévia constituição de mandato? Sim. De fato, o art. 5º, § 1º do EAOAB prevê que, em situações de urgência, poderá o advogado postular em juízo, a fim de salvaguardar o direito de seu cliente, sem apresentação de mandato, podendo apresentar procuração no prazo de quinze dias, prorrogável por outros quinze dias, totalizando, portanto, trinta dias. Ainda, nos casos em que advogado renunciar ao mandato, continuará, nos dez dias subsequentes a notificação da renúncia, a representar a parte, salve se for substituído antes do término deste período. 31 6 - DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO As prerrogativas do advogado estão previstas nos arts. 6º e 7º do Estatuto da Ordem, sendo que o primeiro dispositivo mencionado dispõe que entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, não existe hierarquia. A seguir trataremos de um dos assuntos mais importantes dentro de toda matéria. Embora não seja possível esgotarmos todos os direitos do advogado, é muito importante a leitura de todos os artigos que tratam deste tema, já que é o assunto mais cobrado no Exame da Ordem. A seguir passaremos a abordar os direitos mais relevantes, para fins de prova, do advogado: 1) exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional. 2) o escritório ou local de trabalho do advogado são invioláveis, assim como seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. Observações: O STJ já firmou entendimento no sentido que a inviolabilidade do escritório e/ou local de trabalho de advogado, equipara-se à inviolabilidade de domicílio. No entanto, não obstante a elevação ao mesmo patamar de garantia constitucional, não se trata de prerrogativa absoluta, já que em algumas hipóteses tal direito pode ser esquecido. 32 Para isso, é necessário o preenchimento de alguns requisitos, são eles: a) Indícios de autoria e materialidade de crime praticado por advogado; b) Existência de Mandado de busca e apreensão por autoridade competente, em sede de decisão fundamentada; e c) o mandato deve ser cumprido na presença de representante da OAB. 3) comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; 4) ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; Observações Significa dizer que, se preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da advocacia, deverá ser convocada a presença de representante da Ordem. Contudo, caso a prisão seja por outros motivos, apesar de não ser necessáriaa presença de membro da ordem, é preciso que a prisão seja expressamente comunicada à Seccional. Prisão por motivo relacionado ao exercício da profissão = representante da OAB Prisão por qualquer outro motivo = comunicação expressa à seccional da OAB. 33 5) o advogado, quando recolhido preso, por qualquer crime, antes de sentença transitada em julgado, deverá ser em sala de Estado Maior, com instalações e condições dignas. Na ausência de sala de Estado Maior, o advogado deverá ter decretada a prisão domiciliar, sendo mantidas estas condições até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 6) o advogado pode ingressar livremente: - nas salas de sessões dos tribunais, inclusive na área reservada aos magistrados; - nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; - qualquer local que funcione como repartição judicial ou serviço público, para realizar as atividades inerentes à profissão, dentro do expediente ou fora dele, desde que esteja presente um servidor ou empregado. - em qualquer reunião que seu cliente deva comparecer, desde que munido com procuração com poderes especiais; Observações Se a prisão for decretada após o trânsito em julgado, não há que se falar em sala de Estado Maior ou prisão domiciliar. Observações Dos locais acima mencionados o advogado pode levantar-se e retirar-se, independentemente de licença. 34 7) dirigir-se diretamente aos magistrados; 8) usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, para esclarecer dúvidas sobre o processo e replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; 9) examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; O mesmo serve para os autos em investigação (delegacia). Em caso de sigilo ou segredo de justiça o advogado deve apresentar procuração. 10) recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; 11) retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual Súmula Vinculante 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. Neste caso, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. 35 ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. 12) assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta dos atos praticados, podendo formular quesitos 13) O advogado goza de imunidade profissional no exercício da profissão, logo, não cometerá crime, se, durante a atividade da advocacia, praticar condutas que poderiam ser consideradas como injúria difamação; 14) O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. 6.1 – DOS DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE ADODANTE OU QUE DER À LUZ LACTANTE Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X. Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê. Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê. Reserva de vaga em garagens dos Suspensão de prazos processuais quando Preferência na ordem das Observações É entendimento do STF que essa prerrogativa não abrange os crimes de calúnia e desacato, logo, se o advogado praticar essas condutas, deverá responder não só perante a OAB, como em âmbito criminal. 36 fóruns dos tribunais. for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente. sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. 6.2 – DO DESAGRAVO PÚBLICO O desagravo público é um procedimento formal realizado pela OAB, quando um advogado é ofendido em razão do exercício da profissão. Trata-se de instrumento de proteção às prerrogativas do advogado. O desagravo pode ser promovido mediante requerimento de qualquer pessoa ou de ofício, pela Seccional, que será a responsável, independentemente de anuência do ofendido, por verificar se, de fato, o desagravo ocorreu. O pedido será submetido à Diretoria do Conselho competente, que poderá, nos casos de urgência e notoriedade, conceder imediatamente o desagravo, ad referendum do órgão competente do Conselho. Nos demais casos, a Diretoria remeterá o pedido de desagravo ao órgão competente para instrução e decisão, podendo o relator, convencendo-se da existência de prova ou indício de ofensa relacionada ao exercício da profissão ou de cargo da OAB, solicitar informações da pessoa ou autoridade ofensora, no prazo de 15 (quinze) dias, sem que isso configure condição para a concessão do desagravo. 37 O relator pode propor o arquivamento do pedido se a ofensa for pessoal, se não estiver relacionada com o exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado ou se configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso. Recebidas ou não as informações e convencendo-se da procedência da ofensa, o relator emite parecer que é submetido ao órgão competente do Conselho, conforme definido em regimento interno. Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Em caso de acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, devendo ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde a ofensa foi sofrida ou onde se encontre a autoridade ofensora. Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades, e registrada nos assentamentos do inscrito e no Registro Nacional de Violações de Prerrogativas. Ocorrendo a ofensa no território da Subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela diretoria ou conselho da Subseção, com representação do Conselho Seccional. . Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional. 6.2.1. – DA COMPETÊNCIA Ofensa a advogado no exercício da profissão ou de cargoou função na OAB O desagravo será promovido pelo Conselho Seccional. 38 Ofensa a advogado ocorrida no território da Subseção. PODERÁ ser realizada pelo conselho ou diretoria da Subseção, com representação do Conselho Seccional. A regra é que seja feito pela Seccional, mas nesta hipótese pode ser feito pelo conselho da Subseção (faculdade). Ofensa a conselheiro federal e presidente de Conselho Seccional, bem como nos casos em que a ofensa ao advogado for de repercussão nacional. O desagravo será promovido pelo Conselho Federal. DAS INSCRIÇÕES DO ADVOGADO E DO ESTAGIÁRIO 1 – DA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional do local onde pretende estabelecer seu domicilio profissional. Além da inscrição principal, o advogado pode requerer inscrição suplementar nos locais onde passar a exercer a advocacia com habitualidade. Considera-se habitualidade o patrocínio de mais de cinco causas por ano em estado diverso daquele em que o advogado possui a inscrição principal. Até o limite de cinco causas por ano, o advogado pode atuar em causas fora da jurisdição de sua inscrição, sem a necessidade de requerer uma inscrição suplementar. Apenas ultrapassado este limite, é que deverá o profissional requerê- la. Caso o profissional da advocacia decida alterar seu domicílio profissional, pode requerer a transferência da sua inscrição. 39 Na hipótese de ser verificado vício ou ilegalidade na inscrição principal do advogado, seu pedido de transferência ou de inscrição suplementar será suspenso e sujeito a representação do Conselho Federal. 2 – REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO COMO ADVOGADO Para se inscrever na OAB o advogado deve preencher uma sério de requisitos previstos no art. 8º do Estatuto da Advocacia, vejamos: 1) capacidade civil; 2) diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada. Caso o diploma ainda não tenha sido confeccionado, poderá apresentar certidão de conclusão do curso, acompanhada de cópia do histórico escolar. 3) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 4) aprovação em Exame de Ordem; 5) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 6) idoneidade moral; A inidoneidade moral pode ser suscitada por qualquer pessoa, e deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. No mesmo sentido, a legislação preceitua que não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. 40 7) prestar compromisso mediante o conselho. Trata-se de requisito indelegável, ou seja, não é possível que outra pessoa preste o compromisso pelo advogado, ainda que possua procuração; 2.1 – DOS REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO COMO ESTAGIÁRIO 1) capacidade civil; 2) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 3) não exercer atividade incompatível com a advocacia. Esses requisitos vale tanto para advogados como para estagiários; O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. 4) prestar compromisso mediante o conselho; 5) ter sido admitido em estágio profissional de advocacia; O estágio tem duração de dois anos, sendo realizados nos últimos anos da graduação e possui carga horária mínima de 300 (trezentas) horas, divididas em dois anos ou mais. 1.3 – DO CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO 41 O art. 11 do EAOAB prevê as hipóteses de cancelamento da inscrição do advogado, quais sejam: 1) quando o profissional requerer. Neste caso, não á que se falar em arrependimento, é ato irretratável; 2) quando o advogado for acometido com a pena de exclusão. Neste caso, o profissional só poderá requerer nova inscrição se já tiver passado por reabilitação; 3) falecer; 4) passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; Nos últimos três casos o cancelamento da inscrição deverá ser feito de ofício pela Seccional, ou por meio de comunicação de qualquer pessoa. O advogado que tiver sua inscrição cancelada deverá comprovar apenas os requisitos abaixo mencionados, não havendo necessidade de comprovar os demais requisitos do art. 8º do Estatuto. Caso o advogado decida requerer nova inscrição será gerado para ele novo número de inscrição, não sendo possível restaurar o antigo. Capacidade civil. Não exercer atividade incompatível com a advocacia. Idoneidade moral. Prestar compromisso perante o Conselho. Comprovar a reabilitação 42 O compromisso prestado perante o Conselho é indelegável, tendo me vista sua natureza solene e personalíssima. Informações complementares: A conduta incompatível com a advocacia, comprovadamente imputável ao requerente, impede a inscrição no quadro de advogados. O advogado, regularmente notificado, deve quitar seu débito relativo às anuidades, no prazo de 15 dias da notificação, sob pena de suspensão, aplicada em processo disciplinar. 1.5 – DO LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO O licenciamento pode ser requerido nos casos em que o advogado se afasta temporariamente do exercício da advocacia. Nesta hipótese o profissional fica isento do pagamento da anuidade. Aliás, o licenciamento se distingue do cancelamento nesse aspecto, já que o primeiro é provisório e o segundo definitivo. Hipóteses de licenciamento: 1) assim o requerer, por motivo justificado; 2) passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; 3) sofrer doença mental considerada curável. Neste caso a enfermidade deve ser curável, ou seja, uma vez constatada o fim da LICENCIAMENTO = TEMPORÁRIO CANCELAMENTO = DEFINITIVO 43 patologia, pode o advogado voltar ao exercício da advocacia. Se a doença mental foi incurável, haverá o cancelamento da inscrição. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade. No entanto, é vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB. 2 - DAS INCOMPATIBILIDADES E DOS IMPEDIMENTOS A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia, conforme será demonstrado nos próximos tópicos. Significa dizer que o advogado, se exercer atividade incompatível, não poderá advogar em nenhuma hipótese. Por sua vez, o advogado impedido, poderá exercer a advocacia em algumas hipóteses previstas no Estatuto. A seguir estudaremos cada um desses institutos. 2.1 – DAS INCOMPATIBLIDADES A advocacia é incompatível, ainda que o profissional atue em causa própria, com as seguintes atividades: 1) chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; 2) membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de 44 todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta 3) ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta,em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público;. 4) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; 5) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; 6) militares de qualquer natureza, na ativa; 7) ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; 8) ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. Assim, caso o profissional passe a exercer qualquer uma das atividades acima citadas, não poderá advogar, sob pena de sofrer sanção disciplinar. 2.2 – DOS IMPEDIMENTOS O art. 30 do EAOAB apresenta as hipóteses de impedimento do advogado, ou seja, em quais situações não poderão advogar, vejamos: 1) se servidores da administração direta, indireta e fundacional, não poderão advogar contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; 45 2) os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, não poderão advogar contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. PARA MEMORIZAÇÃO: CHEFE DO EXECUTIVO, VICE E MEMBRO DA MESA DO LEGISLATIVO JUIZ, PROMOTOR E ASSESSOR DIRETOR, AUDITOR, GERENTE DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA POLÍCIA MILITAR Os docentes dos cursos jurídicos não se enquadram nas hipóteses de incompatibilidade e impedimento, podendo exercer a advocacia de forma livre. 46 SEGUNDO ENTENDIMENTO DO STF, OS ADVOGADOS QUE COMPOEM O TRF E TRE, AO CONTRÁRIO DOS MAGISTRADOS DE CARREIRA. PODEM CONTINUAR ADVOGANDO. 3 – DO ADVOGADO EMPREGADO Ainda que o advogado seja contratado como empregado, não perderá sua a isenção técnica, nem verá reduzida a independência profissional inerentes à advocacia. Isso porque a liberdade e independência do advogado são inerentes ao exercício da advocacia, logo, independentemente da modalidade de contratação, o advogado conservará tais características. Assim, ainda que o empregar lhe ordene, o advogado poderá se recusar a realizar atividade de viole o Estatuto da Advocacia, o Código de Ética ou o Regulamento Geral. Além disso, o advogado também não pode ser compelido a prestar serviços ao empregador, de interesse pessoal deste, que não estejam inclusos na relação de emprego. Observemos algumas características que devem ser respeitadas na relação de emprego com o advogado: 1) salário (piso) = será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho; 2) jornada de trabalho = não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva, hipóteses em que a jornada de trabalha poderá ser superior a quatro horas. 47 3) horas extras = serão remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. Além disso, as horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento. 4) honorários = quando o empregador for parte, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Ainda, os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida no acordo. OBSERVAÇÃO: Os honorários de sucumbência, por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não integram o salário ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários. Os honorários de sucumbência dos advogados empregados constituem fundo comum, cuja destinação é decidida pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus representantes. Compete a sindicato de advogados e, na sua falta, a federação ou confederação de advogados, a representação destes nas convenções Vale ressaltar que o período de trabalho do advogado não é só aquele em que estiver no escritório ou, de fato, realizando as atividades inerentes à advocacia, mas também os períodos em que estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação 48 coletivas celebradas com as entidades sindicais representativas dos empregadores, nos acordos coletivos celebrados com a empresa empregadora e nos dissídios coletivos perante a Justiça do Trabalho, aplicáveis às relações de trabalho. 4 – DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS Os advogados podem organizar-se em sociedade simples (pluripessoal), composta por dois ou mais advogados, ou em sociedade unipessoal, ou seja, aquela em que o advogado atua sozinho. No entanto, independente do tipo societário, não há registro na Junta Comercial ou no Cartório, e sim no Conselho Seccional da OAB para fins de personalidade jurídica. Vale lembrar, que é vedada a utilização de nome fantasia para denominar as sociedades de advogados, assim, se a sociedade for unipessoal, seu nome deverá ser: Nome do Sócio + Sociedade Individual de Advocacia No entanto, se for sociedade pluripessoal, o nome deverá ser composto da seguinte forma: Nome de um dos sócios + Sociedade de Advogados Não é permitido ao advogado integrar mais de uma sociedade, seja ela unipessoal ou pluripessoal, dentro da jurisdição do mesmo Conselho Seccional, todavia, em jurisdições diferentes é perfeitamente possível. Dessa forma, um advogado pode compor sociedades em Goiás e em São Paulo, uma vez que se tratam de Conselhos Seccionais distintos. Assim, a razão social da sociedade advocatícia deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. 49 Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. 3 - DOS HONORÁRIOS A prestação de serviço profissional assegura aos advogados o direito de receber os honorários convencionados, os fixados por arbitramento judicial e os de sucumbência. O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado. Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. A fixação dos honorários deve levar em consideração os seguintes fatores: Relevância, vulto, complexidade e dificuldade da causa. O trabalho e o tempo dispendido na causa. A possibilidade de ficar o empregado impedido de atuar em outras causas. O valor da causa, condição econômica do cliente e o proveito econômico a ser obtido. O local da prestação de serviços. A competência do profissional. A praxe do foro sobre trabalhos análogos. Quanto à forma de pagamento, salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço,outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final. 50 Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte. Salienta-se que a decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários, bem como o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. Em caso de falecimento do advogado, os honorários deverão ser pagos aos herdeiros do profissional. Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou. Os honorários assistenciais são compreendidos como os fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários convencionais. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. PARA FIXAÇÃO HONORÁRIOS CONTRATUAIS/CONVENCIONAIS são aqueles livremente convencionados entre as partes, mediante termo contratual. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA Os honorários sucumbenciais são estabelecidos em lei, nos artigos 85 a 92 do Código de Processo Civil, e fixados, como regra geral, em no mínimo 10% e máximo de 51 20% sobre a condenação, valor da causa ou proveito econômico, em favor do advogado vencedor, ou seja, devem ser pagos pela parte vencida ao advogado que obteve êxito. HONORÁRIOS POR ARBITRAMENTO Ocorre quando o cliente não cumpre, em todo ou em parte, com o pagamento dos honorários devidos, levando o advogado a cobra-los judicialmente. HONORÁRIOS ASSISTÊNCIAIS Trata-se dos honorários pagos em favor do advogado da entidade de classe do qual o cliente faz parte. 6 – DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA O diploma que dispõe acerca da publicidade na advocacia é o Código de Ética e Disciplina, arts. 28 a 34. A publicidade na advocacia deve ser discreta e moderada, para fins exclusivamente informativos, sendo vedada sua divulgação em conjunto com outras atividades. Um advogado não poderia, por exemplo, divulgar a advocacia juntamente com serviços de contabilidade. A publicidade feita pelo advogado deve mencionar o nome completo do advogado e o número da inscrição na OAB, podendo fazer referência a títulos ou qualificações profissionais, especialização técnico-científica e associações culturais e científicas, endereços, horário do expediente e meios de comunicação. No entanto, é vedada a veiculação do anúncio na televisão, rádio, bem como a denominação fantasia. 52 O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de outdoor ou equivalente. São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público A participação do advogado em programas televisivos e de rádio, deve ter caráter exclusivamente ilustrativo, educacionais e instrutivos, não devendo visar promoção pessoal ou profissional. O art. 33 do Código de Ética expõe as condutas que o advogado não pode praticar: 1) responder com habitualidade consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social, com intuito de promover-se profissionalmente; 2) debater, em qualquer veículo de divulgação, causa sob seu patrocínio ou patrocínio de colega; 3) abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; 4) divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de clientes e demandas; 5) insinuar-se para reportagens e declarações públicas. O envio de correspondências, comunicados e publicações, versando sobre constituição, colaboração, composição e qualificação de componentes de escritório e especificação de especialidades profissionais, bem como boletins informativos e comentários sobre legislação, só podem ser enviados a clientes, colegas ou pessoas que AUTORIZEM. 53 Observações: O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela. O uso das expressões “escritório de advocacia” ou “sociedade de advogados” deve estar acompanhado da indicação de número de registro na OAB ou do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem. O anúncio, no Brasil, deve adotar o idioma português, e, quando em idioma estrangeiro, deve estar acompanhado da respectiva tradução. 42 O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de outdoor ou equivalente. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil. São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público, informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional. O advogado deverá abster-se de: 54 Responder com habitualidade consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social, com intuito de promover-se profissionalmente. Debater, em qualquer veículo de divulgação, causa sob seu patrocínio ou patrocínio de colega; Abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; Divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de clientes e demandas; Insinuar-se para reportagens e declarações públicas 55 BOA PROVA
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