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Resumo: Hepatites A, C e B e processo diagnóstico e de tratamento

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Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
Diagnóstico imunológico de hepatites virais 
O QUE É HEPATITE? 
Hepatite é uma manifestação clínica cara-
cterizada pela inflamação das células hepáticas. 
Pode ser causada por infecções virais, ba-
cterianas ou parasitárias, mas também pode 
decorrer do consumo excessivo de drogas e 
álcool, assim como pode ser sintoma cara-
cterístico de doenças autoimunes, metabólicas ou 
genéticas. 
SINAIS E SINTOMAS 
Devido a disfunção dos hepatócitos, é recorrente 
a presença de icterícia nos pacientes. Além disso, 
pelo mesmo motivo, é provável que ocorra 
náusea, diarreia e/ou vômito. Febre, devido ao 
processo inflamatório, urina escura e fezes claras, 
assim como altos níveis de aminotransferases, 
devido à perda de função de degradação pelo 
fígado, cefaleia, causada por altos níveis de IFNs 
no sangue também são sintomas característicos. 
hepatite A 
São vírus nus; isto é, sem envelope e resistem ao pH 
do estômago, podem estar na água e resistir no 
meio ambiente, e a sua replicação acontece no 
citosol da célula hospedeira. O capsídeo é 
icosaédrico, pequeno, e possuem RNA como 
material genético (fita simples). Especificamente o 
vírus da Hepatite A pertence à família 
Picornaviridae e ao gênero Hepatovirus. 
 
A transmissão deste vírus é exclusivamente fecal-
oral, e o reservatório natural é o homem. O grupo 
de risco é principalmente crianças, e 
curiosamente a transmissibilidade é de até duas 
semanas antes dos sintomas aparecerem (ou seja: 
duas semanas antes do período sintomático, o 
paciente libera vírus nas fezes). A infecção pode 
ser assintomática ou sintomática, como qualquer 
outro vírus. 
O sistema imunológico consegue produzir 
anticorpos IgG após três semanas do início da 
infecção. Esse vírus possui leve efeito citopático; se 
multiplica pelas células epiteliais do intestino e 
atinge o fígado por meio da circulação porta-
hepática. 
O período de incubação é de três a quatro 
semanas, e as infecções assintomáticas são 
caracterizadas por altos níveis de IgG presentes e 
circulantes no organismo. Infelizmente não existe 
terapia antiviral, no entanto há vacina disponível. 
A vacina da Hepatite A é composta pelo vírus 
inativado com formalina, sal de alumínio amorfo, 
estabilizante (que varia de acordo com o 
fabricante), NaCl a 0,9% e pode conter traços de 
antibióticos (neomicina), fenoxietanol e 
formaldeído. 
A indicação é a partir de 15 meses de idade, e são 
duas doses no intervalo de 6 meses. 
Diagnóstico 
laboratorial 
Os testes imunológicos para a detecção de 
Hepatite A consistem apenas em ELISA e 
Quimiluminescência. 
• Anticorpo IgM Anti-HVA pode permanecer 
por até 4 meses; 
• Anticorpo IgG Anti-HVA aparece logo 
após o IgM (poucos dias) e os títulos 
aumentam gradualmente de acordo com 
a evolução da doença, persistindo 
durante toda a vida. 
O anticorpo IgM é bastante relevante para fins 
diagnósticos de infecção aguda, enquanto o 
anticorpo IgG é muito importante para estudos 
epidemiológicos. 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
hepatite C 
O vírus da Hepatite C é da família Flaviviridae e do 
gênero Hepacivirus; tem RNA de fita simples e 
possui envoltório e o capsídeo tem simetria 
desconhecida. Existem aproximadamente 33 
genótipos diferentes no ambiente. 
Não existe vetor para Hepatite C e o reservatório 
natural é o homem. A transmissão de dá de 
maneira vertical (placenta ou parto, não se sabe), 
via sexual ou sanguínea. O compartilhamento de 
agulhas, instrumentos de higiene, alicates e 
aparatos dentários também são meios de 
transmissão; tatuagens aumentam em até 9x o 
risco de infecção por HCV. O vírus da hepatite C é 
totalmente resistente, tanto que não é eliminado 
pela acidez das drogas, permanecendo ativo por 
muito tempo. 
80% das infecções crônicas de HCV são 
assintomáticas. Hoje a probabilidade de cura é de 
até 98% com o tratamento apropriado (de 3 
meses). É um vírus citopático e está associado ao 
câncer hepatocelular. 
 
Diagnóstico 
laboratorial 
Pode ser tanto imunológico, por meio de ELISA, 
quimiluminescência ou imunoblotting, quanto de 
biologia molecular, via detecção do HCV-RNA, 
genotipagem ou PCR quantitativo. 
Os anticorpos anti-HCV têm seu pico após quase 
dois anos de infecção, mas já são detectáveis do 
segundo para o primeiro mês (em níveis baixos). 
Na pesquisa de anticorpos IgG anti-HCV pode 
ocorrer da amostra ser não reagente. Neste caso 
uma justificativa é a exposição precoce, e por isso 
aconselha-se repetir o exame em 30 e 60 dias; se 
a amostra permanecer não reagente, então o 
resultado é definitivamente negativo para HCV. 
Caso a amostra se torne reagente após esse 
período, então trata-se provavelmente de uma 
infecção aguda pelo vírus. 
No caso de a amostra ser reagente na primeira 
tentativa de exame, e essa reatividade 
permanecer após a segunda tentativa (reagente 
em duplicata), então existe a infecção por HCV e 
o tratamento correto deve ser aplicado. Se após 
o tempo de tratamento ainda for detectável o 
RNA viral, então existe uma infecção crônica 
neste paciente; caso contrário, indica cura. 
 hepatite B 
Pertence à família Hepadnaviridae e ao gênero 
Orthohepadnavirus; possui envoltório, núcleo-
capsídeo icosaédrico e DNA como material 
genético. Não resiste no meio ambiente e ao pH 
do estômago, mas consegue resistir a temperatura 
de 20ªC por muitos anos, a 30ªC por diversos meses 
e a 60ªC por 4 horas. 
De maneira geral é possível desinfectar materiais 
contaminados com esse vírus por meio de solução 
de hipoclorito em 1% em NaOH0,5% ou por 
autoclave. 
 
A transmissão pode ocorrer diretamente (via 
sexual, vertical ou parental) ou indiretamente 
(exposições percutâneas e contato com 
exsudatos). Esse vírus não possuí efeito citopático 
e atinge o fígado por meio da circulação 
sanguínea, e devido ao processo de necrose e 
inflamação causa dano hepático. A ligação 
antígeno-anticorpo culmina em artralgias, 
glomerulonefrites e vasculite. 
A infecção aguda é semelhante à infecção por 
HVA, mas os sintomas são bem mais graves. O 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
período de incubação varia de 10 a 12 semanas, 
e os pacientes assintomáticos geralmente 
desenvolvem hepatite crônica ativa e/ou cirrose, 
podendo ser fatal. 
A vacina anti-HBV tem como alvo o antígeno HBs 
de envelope viral; a soroterapia é a partir de 
anticorpos IgG anti-HBs. 
Diagnóstico 
laboratorial 
Os testes sorológicos são essencialmente ELISA e 
quimiluminescência. 
• Primeiro marcador: AgHBs desde a fase 
prodrômica, com títulos elevados na fase 
aguda. Evolução normal desaparece 
antes de 6 meses; 
• Segundo marcador: AgHBe que 
normalmente indica alto grau de 
replicação. Em casos normais, há 
soroconversão em poucas semanas; 
• Terceiro marcador: anti- HBc IgM ainda na 
fase aguda. Gradativamente aparece 
também o anti-HBcIgG. Após 4 a 6 meses 
só há IgG que persiste geralmente por toda 
a vida. 
Curso sorológico da Hepatite B aguda
 
Curso sorológico da Hepatite B crônica 
 
perfis 
Perfil 1 – Fase prodrômica: 
Perfil pouco frequente e, quando ocorre, o 
resultado do AgHBs deverá ser confirmado para se 
ter certeza de que não é um falso positivo. 
Também pode ser variante do HBV. AgHBs 
reagente. 
Perfis 2 e 3 – Fase aguda: 
Geralmente o AgHBe é positivo, sem a presença 
do antiHBe, mas em algumas situações poderá ter 
ocorrido a soroconversão, sendo o AgHBe 
negativo, com ou sem a presença do anti-HBe. 
▪ AgHBs + anti-HBc IgM + (perfil 2) 
▪ AgHBs + anti-HBc IgM + e anti- HBc IgG + 
(perfil 3) 
Perfil 4 – Recuperação ou cronicidade 
Da mesma forma, o AgHBe poderá ser positivo, 
indicando maior infectividade e alto grau de 
replicação viral, ou ser soroconvertido. Também se 
observa esse perfil em portadores crônicos do HBV, 
com ou sem a presença do AgHBe, 
correlacionando com o grau de compro-
metimentohepático. AgHBs + e anti-HBc IgG +. 
 
Perfil 5 – Com 4 hipóteses 
Sempre com Anti-HBc IgG+. 
o Hipótese 1: Janela imunológica 
o Hipótese 2: variantes do HBV 
o Hipótese 3: transferência passiva (vertical 
ou transfusão) 
o Hipótese 4: falso-positivo (doenças auto-
imunes, hipergamaglobulinemia, mononu-
cleose infecciosa. 
Perfil 6 – Recuperação / Soroconversão 
AgHBs +; anti-HBc IgG + ; anti-HBs +. 
Perfil 7 – Cura sorológica 
Anti-HBc IgG + e anti- HBs IgG +. 
Perfil 8 – Imunes ou curados 
Pacientes que tiveram cura sorológica, clínica e 
bioquímica após vários anos. Anti-HBs +. 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
 
Na biologia molecular existe o exame quantitativo 
de DNA viral e é considerado o melhor método 
para caracterização de replicação viral; também 
é útil para acompanhar tratamento. O PCR tem 
sensibilidade de 400 cópias/mL e considera-se 
relevante para diagnóstico quando o paciente 
possuí mais de 100.000 cópias/mL. 
 
A primeira vacina disponível contra HBV, que foi 
desenvolvida a partir do plasma de doadores. O 
vírus é inativado por meio de formalina. 
Atualmente a vacina é desenvolvida por meio de 
engenharia genética, em que se insere um 
plasmídeo contendo o material genético de HBV 
na Saccharomyces cerevisiae, e pela multi-
plicação da levedura existe a amplificação do 
plasmídeo. Posteriormente faz-se a purificação do 
AgHBs e utiliza-se de hidróxido de alumínio como 
adjuvante da vacina. 
A vacina, então, é administrada via intramuscular 
no esquema de três doses: 1ª dose na data 
escolhida pelo paciente, 2ª dose após um mês e 
3ª dose após 5 meses. A dose pediátrica pode ser 
aplicada em recém-nascidos, gestantes e 
lactantes, e jovens até 15 anos; a dose adulta 
pode ser aplicada a partir dos 16 anos de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA

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