Buscar

TCC CAMILA 31-08-20 pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA, GENÉTICA E BIOLOGIA 
CELULAR 
ESPECIALIZAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
CAMILA FATIMA SPIELMANN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO MEL DE ABELHAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá 
2020 
CAMILA FATIMA SPIELMANN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO MEL DE ABELHAS 
 
 
 
 
 
 
 
Short Review apresentado ao Curso de 
Especialização em Biotecnologia – EAD – 
turma 8, do Departamento de 
Biotecnologia, Genética e Biologia Celular 
da Universidade Estadual de Maringá, 
como requisito parcial para obtenção do 
título de Especialista em Biotecnologia. 
 
 
 
 
Orientadora: Dra. Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá 
2020 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
CAMILA FATIMA SPIELMANN 
 
 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO MEL DE ABELHAS 
 
 
 
 
 
 
Short Review apresentado ao Curso de Especialização em Biotecnologia do 
Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular da Universidade Estadual 
de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em 
Biotecnologia e aprovado pela Comissão Examinadora composta pelos membros: 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
Prof. Dr. Nome do professor - orientador 
Universidade Estadual de Maringá 
 
 
Prof. Dr. Nome do professor 
Universidade Estadual de Maringá 
 
 
Prof. Dr. Nome do professor 
Universidade Estadual de Maringá 
 
 
 
 
 
 
Aprovado em: 00 de mês de 0000. 
Defesa realizada por Webconferência 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha 
pequena Atena, hoje uma estrela 
que brilha no céu. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, pela oportunidade da vida, pela criação de 
um Universo tão espetacular e magnífico no qual tenho a honra de habitar uma mínima 
fração em um pequeno planeta conhecido como Terra. 
Agradeço a minha orientadora Dra. Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki, 
pelo auxílio e sugestão do tema realizado nesse trabalho. 
Agradeço ao meu marido Rafael, minha pequena filha Atena (in memorian). 
Obrigada minha família! 
Agradeço aos meus pais, meus irmãos. Obrigada por tudo! 
Agradeço meus colegas de curso, por todo apoio e ajuda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
O presente trabalho teve por objetivo revisar diversos estudos relacionados ao mel 
das abelhas nativas sem ferrão e Apis mellifera, bem como seu potencial 
antimicrobiano. O mel é um produto natural elaborado por abelhas sociais, é altamente 
nutritivo, devido à sua alta concentração de açuacares, vitaminas e sais minerais. As 
abelhas são os polinizadores de plantas nativas e cultivadas com maior importância, 
que se destacam pelo fundamental papel que desempenham nos ecossistemas 
globais e na agricultura, principalmente na polinização de plantas e fornecimento de 
produtos de alto valor econômico. As abelhas sem ferrão também conhecidas como 
meliponíneos, recebem esse nome pelo fato de possuírem seu ferrão atrofiado, não 
picarem ou portarem veneno. As abelhas nativas sem ferrão são vistas como 
fundamentais polinizadoras de várias plantas cultivadas e silvestres. A abelha A. 
mellifera é uma polinizadora de grande sucesso de culturas agrícolas, especialmente 
pela sua baixa especificidade quanto as espécies de plantas que visita, utilizando para 
obtenção de alimento e matéria-prima um amplo número de espécies vegetais. A 
criação de abelhas se divide em duas vertentes, que são a Apicultura e 
Meliponicultura. O Brasil detém características favoráveis à essas duas práticas, 
ficando no ano de 2017 com a décima primeira posição entre os maiores produtores 
de mel mundiais. Com o uso irracional de compostos utilizados para combater 
bactérias, que vêm desenvolvendo resistência aos antibióticos, são necessários 
estudos para novas formulações com ação antimicrobiana a partir de diferentes 
produtos naturais, como o mel. Muitos são os fatores que contribuem para a atividade 
antimicrobiana do mel, como sua alta viscosidade, baixo teor de água, grande 
concentração de açucares, sua acidez e a presença de peróxido de hidrogênio. 
Apesar de uma grande quantidade de dados que confirmam a atividade 
antimicrobiana do mel, não há estudos que apoiem o uso sistêmico do mel como 
agente antibacteriano. 
 
Palavras-chave: Mel. Atividade antimicrobiana. Abelhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O mel é um produto alimentício produzido a partir do néctar das flores ou 
secreções procedentes de partes vivas das plantas, que as abelhas recolhem, 
transformam, combinam com substâncias específicas, armazenam e deixam maturar 
em favos da colmeia (ÖZCAN; ÖLMEZ, 2014; SOUZA, 2017). O mel é composto 
essencialmente por açúcares, como a frutose e glicose, bem como outras substâncias, 
ácidos orgânicos, enzimas e vitaminas (GEANÂ et al., 2020; NAILA et al., 2018). 
Muitos estudos são realizados para analisar a composição do mel, e assim 
entender melhor quais das suas propriedades são responsáveis pela sua capacidade 
de combater microrganismos (ALBARIDI, 2019). Muitos são os fatores que contribuem 
para a atividade antimicrobiana do mel, como sua alta viscosidade (devido à grande 
concentração de açúcar e baixo teor de água), sua acidez e a presença de peróxido 
de hidrogênio (ANAND et al., 2019). 
As abelhas são os polinizadores de plantas nativas e cultivadas com maior 
importância, onde as plantas são beneficiadas com o fluxo gênico e as abelhas 
adquirem alimento e substratos para a confecção dos ninhos, ou seja a relação 
abelha-planta é fundamentada em recompensas, na qual as abelhas se beneficiam 
com a coleta de recursos e as plantas com a polinização (GOSTINKI, 2018; MAIA -
SILVA et al., 2012 
A criação de abelhas se divide em duas vertentes, atualmente, que são a 
Apicultura e Meliponicultura (CASTRO et al., 2014). O Brasil detém características 
favoráveis à essas duas práticas, tais como uma grande diversidade florística e 
climática, que associadas a presença das abelhas, proporcionam um incrível potencial 
para a atividade apícola (GOUVEIA, 2017). 
Os meliponíneos, mais conhecidos como abelhas nativas sem ferrão são 
insetos com alto grau de organização social, compondo um grupo complexo e variado, 
que apresentam grande diversidade de padrões comportamentais e amplo número de 
espécies (JAFFÉ et al., 2015; GOSTINKI, 2018). 
A abelha Apis mellifera que ocorre no Brasil é comumente chamada por ‘'abelha 
africanizada'', em razão de ser o resultado do cruzamento da abelha africana Apis 
mellifera scutellata com as subespécies europeias (DORETO, 2019). É um polihíbrido 
empregado para a produção de mel, principalmente pela quantidade produzida desse 
alimento (MORAIS et al, 2012). 
 O órgão responsável que estabelece os requisitos de qualidade do mel de A. 
mellifera no Brasil é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) 
(BRASIL, 2000). Embora em nível nacional, a qualidade do mel das abelhas sem 
ferrão ainda não seja padronizada, no estado do Paraná, contudo, existe um 
regulamente técnico padronizando os requisitos de qualidade que os méis de abelhas 
sem ferrão devem apresentar (ADAPAR, 2017). 
O Brasil ficou com a décima primeira posição entre os maiores produtores de 
mel mundiais no ano de 2017, com uma produção de 41.594 toneladas. O estado do 
Paraná é o segundo maior produtor nacional de mel, ficando atrás apenas do Rio 
Grande do Sul (FAO, 2018; IBGE, 2017; NUNES; HEINDRICSON, 2019). 
O presente trabalho objetivou-se uma revisão de literatura sobre a atividade 
antimicrobiana dos méis da abelha A. melífera e das abelhas sem ferrão. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 Mel 
Mel é um produto alimentício,produzido por abelhas melíferas, originado a 
partir do néctar das flores ou de secreções provenientes de partes vivas das plantas. 
Por meio da sua origem pode ser classificado em mel unifloral e multifloral. O mel 
unifloral é aquele produzido pelo néctar de flores de uma mesma família, gênero ou 
espécie, e o multifloral é produzido a partir do néctar de diversas origens florais 
(BRASIL, 2000). Também pode ser definido como um fluido viscoso, doce e 
aromático, bem como uma solução concentrada de açucares (MEIRELES; 
CANÇADO, 2013; BRASIL, 2000). 
Apreciado pelos humanos desde a antiguidade, o mel foi utilizado como 
alimento, medicamento e oferenda aos deuses. Em papiros egípcios de cerca de 1500 
anos a.C., foram encontrados relatos do emprego do mel como medicamento, assim 
como oferenda em cerimônias religiosas. Nas antigas Grécia e Babilônia foi utilizado 
para a conservação dos corpos de reis e pessoas importantes mortas em batalhas. 
Em algumas regiões o mel era destinado para presentear a Deus após as colheitas 
bem sucedidas (GOIS et al., 2013; SZWEDA, 2017). 
 
2.2 Composição química do mel 
Esse produto apícola tem composição bastante variável, visto que depende em 
grande parte da sua procedência botânica e da espécie de abelha que o elaborou, 
bem como as condições ambientes de tipo de solo e clima podem interferir na 
constituição do mel produzido. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e 
propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o 
originam e, com a espécie de abelha que o produziu (FARIAS, 2019; SMITH et al., 
2019). 
O mel contém cerca de 200 substâncias. A matéria seca do mel é composta 
principalmente pelo açúcar, cerca de 95 a 99%. A frutose e a glicose são os principais 
constituintes dos carboidratos do mel, representando juntos aproximadamente 85 a 
95% do total de açucares. A água é o segundo componente primordial do mel 
(ETERAF-OSKOUEI; NAJAFI, 2012; NAILA et al., 2018). 
Os ácidos orgânicos constituem menos de 1% do mel, e contribuem de forma 
significativa para seu sabor característico, uma vez que são responsáveis pela acidez 
desse produto. A concentração dos compostos minerais oscila de 0,1 % a 1,0%, sendo 
o potássio o principal mineral, subsequente aparece o cálcio, magnésio, sódio, fósforo 
e enxofre (ETERAF-OSKOUEI; NAJAFI, 2012; OLAITAN; ADELEKE; OLA, 2007; 
SAMPATH et al., 2010). 
Outros compostos como vitaminas também são encontrados no mel, as 
quantidades de proteínas variam de acordo com flores visitadas e origem das abelhas, 
no entanto são baixas cerca de 0,1 a 0,5 % apenas da composição total do mel 
(GEANÂ et al., 2020; ETERAF-OSKOUEI; NAJAFI, 2012). 
 
2.3 Apicultura e Meliponicultura no Brasil 
A criação racional de abelhas é denominada como apicultura (BARBOSA et al., 
2007), é uma das atividades mais antigas e importantes do mundo, exercendo grande 
contribuição ao homem, não só com a produção do mel, própolis, geleia real, mas 
principalmente nos serviços de polinização (PINHEIRO, 2011). No ano de 2001 o 
Brasil iniciou as exportações de mel para os Estados Unidos e Europa, gerando um 
grande impulso do crescimento da apicultura no país (PAULA et al., 2016). 
A meliponicultura é a criação das abelhas sem ferrão da tribo Meliponini 
(CAMARGO; PEDRO, 2013), que são espécies nativas das regiões tropicais, no Brasil 
eram bastante comuns até a introdução da espécie A. mellifera, das subespécies 
europeias e africana, que passaram a dominar a produção nacional de mel (RIBEIRO 
et al.,2019). 
Apenas como tradição em algumas regiões do país, a meliponicultura, oferece 
inúmeros atrativos, como incluir um maior valor agregado do mel e facilidade no 
manejo das abelhas, uma vez que os meliponíneos são abelhas dóceis, de fácil 
manejo e não oferecem riscos de acidentes como as africanizadas, favorecendo a 
criação, inclusive, em áreas urbanas, como quintais e jardins (SEBRAE, 2015). 
O interesse pela meliponicultura é justificado pelo vasto poder terapêutico e 
nutricional dos subprodutos apícolas, além de que a comercialização desses produtos 
gera um aumento na renda familiar (GOSTINSKI,2018). Antes da introdução das 
abelhas A. mellifera no Brasil, o mel das abelhas nativas era a principal fonte de 
adoçante natural, e imprescindível em longas caçadas que os antigos povos 
realizavam em busca de alimento (VILLAS-BÔAS,2012). 
O Brasil detém características diversas favoráveis à apicultura e 
meliponicultura, tais como uma grande diversidade florística e climática, que 
associadas a presença das abelhas, proporcionam um incrível potencial para a 
atividade apícola (ALMEIDA; REIS, 2017). 
No cenário brasileiro a criação de abelhas atual é uma importante atividade 
agropecuária, trazendo trabalho e renda para muitos produtores rurais e famílias. De 
todos os produtos derivados da colmeia, o mel é o principal e mais importante para a 
exportação (DOS SANTOS; OTESBELGUE; BLOCHTEIN, 2018). 
Com o aumento do interesse pela meliponicultura surge a necessidade de 
pesquisas e desenvolvimento de técnicas e produtos voltados a multiplicação das 
espécies, manipulação e utilização dos produtos. A conservação das espécies, 
manejo e a comercialização dos produtos oriundos da criação das abelhas sem ferrão, 
encontram-se em pauta em nível Nacional e Estadual para a criação de portarias, com 
o intuito de viabilizá-las legalmente (OSTROVSKI, 2019). 
 
2.4 Abelhas 
As abelhas são os polinizadores de muitas espécies de Angiospermas. As 
plantas são beneficiadas com o fluxo gênico e as abelhas adquirem alimento e 
substratos para a confecção dos ninhos, ou seja a relação abelha-planta é 
fundamentada em recompensas, na qual as abelhas se beneficiam com a coleta de 
recursos e as plantas com a polinização (GOSTINSKI et al., 2018; MAIA -SILVA et al., 
2012). 
 As abelhas são insetos que se destacam pelo fundamental papel que 
desempenham nos ecossistemas globais e na agricultura, principalmente na 
polinização de plantas e fornecimento de produtos de alto valor econômico 
(GARIBALDI et al., 2016). Estima-se que mais de 30% da dieta humana é oriunda de 
legumes, frutas e sementes que dependem da polinização desses insetos (TEIXEIRA, 
2016). 
Com o processo evolutivo de milhares de anos, as abelhas e plantas 
desenvolveram inúmeras relações mutualísticas. Em consequência dessa relação 
intrínseca com as flores, as abelhas desempenham um papel essencial para a 
conservação do meio ambiente, são promotores fundamentais para a reprodução de 
muitas espécies vegetais nativas (SLAA et al., 2006; ROUBIK, 2006). Relatos indicam 
que as abelhas surgiram no período Cretáceo, coincidentemente com a origem e a 
diversificação das Angiospermas, mais conhecidas como plantas com flores 
(DANFORTH et al., 2012). 
As abelhas exibem vários padrões com relação a sociedade, podendo 
apresentar hábitos solitários ou níveis complexos de organização social (TEIXEIRA, 
2016). A A. mellifera, bem como os meliponíneos, são abelhas eussociais (com 
sociedade mais complexa), constituem colônias perenes, nas quais armazenam 
alimentos e protegem a sua prole (MICHENER, 2013). Quando a oferta de alimento é 
baixa no ambiente externo, os indivíduos são alimentados com o néctar e pólen 
estocados no interior das colônias (PEREIRA et al.,2006). 
As colônias das abelhas sociais são compostas por uma abelha rainha que é 
encarregada pela postura dos ovos, e um grande número de operárias estéreis ou 
semi-estéreis que são distribuídas em várias tarefas relacionadas com a manutenção 
da colmeia e do ninhos, tais como: coleta e estoque de recursos, limpeza, 
termorregulação, cuidados da cria, construção de células e guarda (MICHENER, 
2013). 
 O corpo das abelhas é divido em três partes: cabeça, tórax e abdome, como 
mostra a Figura 1. Possuem estruturas corporais adaptadas para a coleta e transporte 
do pólen das flores para seus ninhos, tais comoa presença de cerdas no corpo, 
corbículas ou cesta polínica que fica localizada em cada tíbia do terceiro par de pernas 
(DANTAS, 2019; DOMINGOS; NÓBREGA; SILVA, 2016; MICHENER, 2007). 
 
Figura 1. Esquema demonstrando as partes do corpo de uma abelha. 
 
Fonte: Nogueira-Neto, 1997. 
 
2.5 Abelhas sem ferrão 
As abelhas sem ferrão, também conhecidas por abelhas nativas ou 
meliponíneos, outro sinônimo é “abelhas-indígenas” afinal, ocorrem naturalmente e 
não foram introduzidas pelo homem. Recebem o nome de abelhas-sem-ferrão pelo 
fato de possuírem seu ferrão atrofiado e, por esse motivo, não picarem ou portarem 
veneno (RIBEIRO et al., 2019). 
 Pertencem a família Apidae, subfamília Apinae e tribo Meliponini (CAMARGO; 
PEDRO, 2013; MICHENER, 2013). A tribo Meliponini é composto por 34 gêneros e 
em torno de 350 espécies descritas, as quais estão distribuídas em todas as regiões 
tropicais, podendo ainda serem encontradas em algumas regiões subtropicais do 
mundo (CAMARGO; PEDRO, 2013). Todavia, é nas Américas que grande parte da 
diversidade de espécies ocorre, uma vez que 250 das 350 espécies são encontradas 
no Brasil,em seus 26 estados e em todos os ambientes, abrangendo áreas urbanas, 
jardins e quintais (VILLAS-BÔAS,2012). 
Os meliponíneos compreendem uma alta diversidade de espécies, com 
diversidade de tamanhos e hábitos ecológicos, e consequentemente polinizam de 
forma eficiente um grande número de plantas (MICHENER, 2013). Por isto as abelhas 
nativas sem ferrão são vistas como fundamentais polinizadoras de várias plantas 
cultivadas e silvestres (GOSTINSKI et al.,2018; VENTURIERI et al., 2012). 
 No Brasil são responsáveis pela polinização de 30% das espécies no Pantanal 
e Caatinga e de quase 90% das espécies da Mata Atlântica, a ausência dessas 
abelhas coloca em risco a fauna e flora silvestres (RIBEIRO et al., 2019). São 
eficientes polinizadores de culturas agrícolas, como o pimentão, morango, tomate e 
beringela (NUNES-SILVA; IMPERATRIZ- FONSECA, 2010). 
O comportamento das abelhas-sem-ferrão é descrito como pouco agressivo, 
sendo dóceis se defendendo somente quando perturbadas em seus ninhos 
(CORTOPASSI-LAURINO; NETO, 2016). Todas as suas espécies são eussociais, 
seus ninhos são, quase sempre, construídos em ocos de árvores, ninhos 
abandonados de cupins e formigas, ou seja, são construídos em cavidades pré-
existentes (SILVEIRA; MELO; ALMEIDA, 2002). 
 As espécies de meliponíneos mais conhecidas são: Tetragonisca angustula 
(Jataí), Melipona subnitida (Jandaíra), Melipona quadrifasciata (Mandaçaia) e 
Melipona compressipes (Tiúba) (FREITAS; SILVA 2015). 
 
2.6 Apis Mellifera 
A abelha A.mellifera Linnaeus, 1758 (Hymenoptera: Apidae), é uma 
polinizadora de grande sucesso de culturas agrícolas, especialmente pela sua baixa 
especificidade quanto as espécies de plantas que visita, utilizando para obtenção de 
alimento e matéria-prima um amplo número de espécies vegetais (FREITAS; NUNES-
SILVA, 2012). 
 No Brasil, a abelha A. mellifera é comumente chamada por ‘'abelha 
africanizada'', é um polihíbrido, devido a ser o resultado do cruzamento da abelha 
africana A. Mellifera scutellata com as subespécies europeias que ocorriam no Brasil, 
quando houve a introdução da subespécie africana. São encontradas em ambientes 
preservados ou degradados, agrícolas e incluindo o meio urbano em todo o país 
(DORETO, 2019). 
 As abelhas africanizadas dispõem de um aparelho bucal mais longo que o da 
maioria dos outros insetos, por conseguinte consegue coletar néctar de flores muitas 
vezes inacessíveis para outros polinizadores. Além de uma estrutura coletora de pólen 
altamente especializada, a corbícula, que concentra os pequenos grãos de pólen para 
o transporte até a colônia. São essas as características morfológicas, que as tornam 
as melhores fornecedoras de pólen nos países tropicais, nos quais espécies de 
plantas entomófilas são dominantes (MATOS; ALENCAR; SANTOS, 2014; ROLIM, 
2016). 
 A polinização realizada por estas abelhas é um trabalho primordial na 
reprodução de espécies vegetais nativas e no aumento da produtividade de plantas 
cultivadas (ROSA et al, 2017). A devastação de habitats naturais, o manejo 
inadequado de colmeias e a ação dos agrotóxicos, encontram-se entre as principais 
dificuldades encontradas para a conservação das abelhas (PETTIS et al, 2013). 
 
2.7 Processo de formação do mel 
A maior parte da energia que as abelhas obtêm vem dos carboidratos 
encontrados na forma de açúcares produzidos pelas plantas, oriundos do néctar 
encontrados nos órgãos reprodutivos das angiospermas (BAZONI, 2012; COUTO; 
COUTO, 2006). O néctar floral é uma secreção aquosa da planta, que contém 
sacarose, frutose e glicose, além de pequenas quantidades de minerais, ácidos 
orgânicos, vitaminas, lipídeos, compostos nitrogenados e substâncias aromáticas 
(PARACHNOWITSCH; MANSON; SLETVOLD, 2018). 
Depois de coletar o néctar, as abelhas operárias forrageadoras o levam até o 
ninho dentro da vesícula melífera. Na colmeia o néctar é regurgitado e transferido para 
as operárias para que possa ser processado, passando por um processo de 
desidratação (físico) e transformação dos açúcares presentes (químico) (COUTO; 
COUTO, 2006; MALVIM, 2004). 
Enzimas das glândulas hipofaríngeanas, são adicionadas ao néctar durante a 
coleta, essas enzimas são responsáveis pela quebra dos amidos, formação do 
peróxido e quebra dos açúcares em formas mais simples, que serão mais facilmente 
digeridas pelas abelhas, além de proteger o mel armazenado de ataques bacterianos. 
Conforme o néctar passa de abelha para abelha, torna-se mais denso devido a 
absorção da água pelo organismo desses insetos, posteriormente, o néctar é 
adicionado em alvéolos para evaporação através da ventilação, onde o teor de água 
é reduzido drasticamente, com a finalidade de proteção contra a ação das leveduras 
e possibilitar o armazenamento de um alimento demasiadamente energético em um 
espaço minúsculo (BAZONI, 2012; COUTO; COUTO, 2006). 
 
 
 
2.8 Cadeia produtiva de mel no Brasil e Paraná 
No ano de 2017 em termos mundiais, a China foi maior produtor de mel, com 
uma produção de 551 mil toneladas, seguido pela Turquia, com produção de 114 mil 
toneladas e Argentina com 76 mil toneladas. O Brasil ficou com a décima primeira 
posição entre os maiores produtores de mel (41,594 toneladas), conforme mostra a 
Tabela 1. (FAO, 2018; NUNES, HEINDRICSON, 2019). 
 Tabela 1. Maiores produtores mundiais de mel – 2013 a 2017 (toneladas) 
 2013 2014 2015 2016 2017 
China 461.431 474.786 484.726 562.875 551.476 
Turquia 94.694 103.525 108.128 105.727 114.471 
Argentina 67.500 60.000 52.600 68.123 76.379 
Irã 74.600 77.800 73.014 67.783 69.699 
Estados Unidos 67.812 80.862 71.008 73.429 66.968 
Ucrânia 73.713 66.521 63.615 59.294 66.231 
Rússia 68.446 74.868 67.736 69.764 65.678 
Índia 61.000 61.838 62.967 64.071 64.981 
México 56.907 60.624 61.881 55.358 51.066 
Etiópia 48.941 50.000 59.161 47.706 50.000 
Brasil 35.365 38.481 37.859 39.619 41.594 
Fonte: FAOSTAT, 2018. 
 
No Brasil aproximadamente 60% da produção foi destinada à exportação, isso 
equivale a cerca de 28 mil toneladas da produção nacional do mel, colocando o país 
na oitava posição no ranking de exportação mundial. O destino desse produto foi 
principalmente para os Estados Unidos, Alemanha e Canadá, com um valor médio do 
quilo de 3,34 dólares (COMEX, 2018; FAOSTAT, 2018). 
 No ano de 2017 no Brasil, havia cerca de 100 mil estabelecimentos 
agropecuários produtores de mel, nos quais possuíam aproximadamente 2.155.00 
colmeias, com uma produção total de 46,5 mil toneladas (IBGE, 2017). Os valores 
mostram que a produtividade média brasileira é de 20kg por colmeia, um valor baixo 
quando comparado com outro país da América do Sul a Argentina, que atinge 
anualmente 38kg por colmeia (IBGE, 2017; NUNES, HEINDRICSON, 2019). 
 O Paranáé o segundo maior produtor nacional de mel, ficando atrás apenas 
do Rio Grande do Sul, dados mostram que no ano de 2018 a produção paranaense 
foi de 7,4 mil toneladas. O estado não se destaca apenas pela grande produção, mas 
sim pela qualidade do mel (IBGE, 2017). 
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
http://www.fao.org/faostat/en/
 A apicultura no Paraná é realizada especialmente por pequenos produtores, 
com baixo uso da tecnologia. No ano de 2017 foram identificados 12.491 produtores 
no estado, os quais possuíam em média 21 colmeias com produtividade de 14,4 quilos 
por ano. Cerca de 60% da produção de mel paranaense se concentra nas regiões 
Centro-Oriental, Sudeste e Centro-Sul (IBGE, 2017; NUNES, HEINDRICSON, 2019). 
 
2.9 Qualidade do mel – Parâmetros analisados 
O órgão responsável que estabelece os requisitos de qualidade do mel de A. 
mellifera no Brasil é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 
que também é responsável pela fiscalização da qualidade. O MAPA determina 
regulamentos para os estabelecimentos que cuidam do processamento do mel, 
exigindo programas de garantia de qualidade como Boas Práticas de Fabricação 
(BPF) (BRASIL, 2000). 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da 
Instrução Normativa n° 11 de 20 de outubro de 2000, determinou o Regulamento 
Técnico de Identidade e Qualidade do Mel, acordando os requisitos mínimos de 
qualidade que deve exercer o mel proposto ao consumo humano, como mostra a 
Tabela 2. Essa regulamentação tem como finalidade a exclusão da comercialização 
de processamentos inadequados e dos méis adulterados como a adição de xaropes 
de sacarose, glicose, açúcar comercial, melado entre outros (BRASIL, 2000). 
 
Tabela 2. Parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A meliponicultura nos últimos anos vem crescendo no Brasil, no entanto, até 
agora não há regulamentação própria para cadeia produtiva da meliponicultura, 
qualidade do mel e padrões adequados para colheita (GOSTINSKI, 2018; VILLAS-
BÔAS, 2012). O mel das abelhas nativas sem ferrão, possui diversas características 
distintas do mel produzido pela abelha africanizada, análises físico-químicas e 
microbiológicas comprovam essas diferenças, reforçando a necessidade de se 
estabelecer uma legislação nacional para o mel dos meliponíneos (CHAVES et al., 
2012; SOUZA et al., 2006). 
No estado do Paraná, contudo, existe um Regulamento técnico padronizando 
os requisitos de qualidade que os méis de abelhas sem ferrão devem apresentar 
(ADAPAR, 2017). 
A Portaria de N°63, do dia 10 de março de 2017, estabelece no estado do 
Paraná um Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do mel de abelhas sem 
ferrão. Os requisitos exigidos são divididos em: Características sensoriais e físico-
químicas. As características sensoriais são divididas em 3 categorias: cor, 
consistência, sabor e aroma. O requisito de características físico-químicas é dividido 
em: maturidade, pureza e deterioração, como são apresentados na Tabela 3. 
 
Tabela 3. Parâmetros de qualidade estabelecidos pela Agência De Defesa Agropecuária Do 
Paraná. 
Mel de abelhas sem ferrão 
Características Parâmetros Limites 
Maturidade 
Açucares redutores Mínimo 47g/100g. 
Sacarose aparente Máximo 5g/100g. 
Umidade Máximo 35g/100g. 
Pureza 
Sólidos insolúveis em água Máximo 0,1g/100g. 
Minerais (cinzas) Máximo 0,8g/100g. 
Pólen Presença de grãos de 
pólen 
Deterioração 
Acidez Máximo de 60 mEq kg 
Hidroximetilfurfural (HMF) Máximo de 40mg/kg 
pH Máximo de 4,7 
O mel não deve conter nenhum indício de fermentação. 
Fonte: ADAPAR, 2017. 
 
2.10 Atividade antimicrobiana dos méis 
O mel produzido pelas abelhas sem ferrão possui propriedades antibacterianas, 
antifúngicas e antivirais, todo esse potencial é devido ao seu armazenamento na 
colmeia em potes de cerume, produzidos de cera combinada com própolis. Durante 
seu armazenamento, permanece em contato com a própolis que é rica em resinas de 
plantas, esses constituintes fitoquímicos são infundidos ao mel, conferindo-lhes 
propriedades capazes de combater patógenos (BORSATO et al, 2013). 
Desde 1892 o mel da abelha A. mellifera vem sendo descrito e utilizado no 
combate de infecções (KWAKMAN; ZAAT,2012). Além de sua atividade 
antibacteriana, estudos também demonstraram efeitos contra fungos, alguns vírus e 
parasitas (DE-MELO et al., 2017). 
Muitos estudos são realizados para analisar a composição do mel, e assim 
entender melhor quais das suas propriedades são responsáveis pela sua capacidade 
de combater microrganismos (ALBARIDI, 2019). Além da capacidade antimicrobiana, 
o mel apresenta propriedades antioxidantes, antifúngicas, antiparasitária, anti-
inflamatória, antiviral e cicatrizantes (ALVAREZ-SUARES et al., 2010; MACLOONE; 
WARNOCK; FYFE, 2016). 
Existe uma necessidade de novos agentes antimicrobianos eficazes, uma vez 
que a resistência adquirida dos microrganismos a esses atualmente disponíveis está 
aumentando. É evidente a importância do mel nesse cenário, visto que alguns méis 
apresentam atividade de amplo espectro contra bactérias resistentes a antibióticos 
(ANAND et al, 2019; WAN et al., 2018). 
No ano de 1800, diversos pesquisadores difundiram na comunidade cientifica, 
a habilidade do mel em eliminar microrganismos, porém, com o surgimento dos 
antibióticos em 1900 diminuiu o interesse científico pôr esse produto (BATISTON, 
2017). 
Na América do Sul o mel é muito utilizado para fins terapêuticos como 
fitoterápicos e xaropes caseiros, em particular por indígenas e nas zonas rurais 
(BATISTON, 2017; MADALENO, 2015). Embora o Brasil detenha de um mel com 
grande potencial, os dados acerca das suas capacidades antimicrobianas até o 
momento são limitados (BUENO-COSTA et al.,2016). 
Fatores físicos e químicos são responsáveis pela atividade antimicrobiana do 
mel, dentre os fatores físicos o mais significativo é a acidez, uma vez que pH da 
maioria dos tipos de mel varia entre 3,4 e 6,1, o que, em combinação com uma elevada 
osmolaridade, inibe o crescimento de muitas espécies de microrganismos, outro fator 
importante é a alta concentração de açucares (BAZONI, 2012). 
Os flavonoides são responsáveis pela ação cicatrizante, anti-inflamatória e 
antibacteriana (PINTO; PRADO; CARVALHO, 2011). Uma grande variedade de 
vantagens à saúde tem sido referida aos compostos fenólicos, tais como, efeitos 
antialérgicos, antioxidantes, antimicrobianos, esses compostos encontrados nos méis 
variam muito conforme sua origem botânica (ANAND et al., 2019). 
Parte da atividade antimicrobiana do mel é atribuída ao peróxido de hidrogênio 
(H2O2), um oxidante importante e agente de higienização. O nível de peróxido de 
hidrogénio no mel é determinado pelos níveis de glucose oxidase e catalase. Quanto 
maior o nível de glucose oxidase e quanto menor o nível de catalase, maior a 
quantidade de peróxido de hidrogênio (ALBARIDI, 2019; AL-WAILI et al., 2013). 
Considerando a diversidade de abelhas sem ferrão e espécies botânicas 
existentes, inúmeros tipos de méis ainda não foram investigados e estudados. O 
potencial dos méis de A. mellifera de combater microrganismos que causam danos à 
saúde humana, é mais investigado e relatado em comparação aos das abelhas sem 
ferrão (BATISTON, 2017). 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
As abelhas desempenham papel muito importante na natureza devido a 
polinização de muitas espécies de Angiospermas. Desde o início das sociedades 
humanas, os produtos das abelhas (mel, cera, pólen, própolis) têm sido utilizados 
tanto para a alimentação como para saúde. A ciência moderna começoua estudar as 
características químicas, físicas e as propriedades antimicrobianas do mel para 
entender e utilizar esse produto apícola de forma terapêutica. Contudo, apesar dos 
avanços obtidos até o presente, ainda há um longo caminho de pesquisas a serem 
desenvolvidas para compreender as interações entre as abelhas, as plantas e a ação 
antimicrobiana desse produto apícola. 
 
 
 
 
 
 
4. REFERÊNCIAS 
 
SOUZA, L. B. S. Caracterização físico-química e microbiológica do mel de abelhas 
(Apis mellifera) produzido no território rural de identidade Parque das Emas - Goiás. 
Rio Verde: IF GOIANO, 2017. 60 p. Tese (Mestrado)- Programa de Pós-Graduação em 
Tecnologia de alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - 
Campus Rio Verde, Rio Verde, 2017. 
 
GOSTINSKI. L. F. Recursos alimentares e forrageamento de duas espécies de 
abelhas sem ferrão na região da Baixada Maranhense, Brasil. São Luís: UFMA, 
2018. 144p. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e 
Biotecnologia da Rede BIONORTE, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2018. 
 
GOUVEIA, C. Mel de abelha - Caracterização e legislação brasileira para o mel. 
Paraíba: UFPB, 2017. Disponível em: 
<http://www.ct.ufpb.br/lba/contents/menu/pesquisas/mel#anavigation>. Acesso em: 27 
maio. 2020. 
 
DORETO. H. S. Forrageamento estacional da Apis mellifera L.,1758 (Hymenoptera: 
Apidae) e identificação da florada apícola de importância nectífera e polinífera em 
Jaboticabal, São Paulo, Brasil. Jaboticabal: UNESP, 2019. 69P. Tese (Mestrado)- 
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, 
Jaboticabal, 2019. 
 
MORAIS, M. M.; DE JONG, D.; MESSAGE, D.; GOLÇALVES, L. S. In: IMPERATRIZ 
FONCESA, V. L.; CANHOS, D.A.L.; ALVES, D.A.; SARAIVA, A.M. (Org.) Polinizadores 
no Brasil: Contribuição e perspectivas para a biodiversidade, uso sustentável, 
conservação e serviços ambientais. 1. ed. São Paulo: EDUSP, p 203–236. 
 
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 11 
de 20 de outubro de 2000. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel. 
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de outubro de 2000. 
 
ADAPAR. Agência De Defesa Agropecuária Do Paraná. Regulamento Técnico de 
Identidade e Qualidade do Mel de Abelhas Sem Ferrão para o Estado do Paraná. 
Portaria n° 63 de 10 de março de 2017. 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA - 
FAO. Faostat. 2018. Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data>.Acesso em: 
06 jun. 2020. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo 
Agropecuário 2017. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
 
PINHEIRO, F, K. Avaliação da sustentabilidade de sistemas de produção Apícolas- 
Diagnóstico participativo em Associações de Apicultores da Região Central do 
Ceará. João Pessoa: UFPB, 2011. 170p. Tese (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal da Paraíba, João 
Pessoa, 2011. 
http://www.ct.ufpb.br/lba/contents/menu/pesquisas/mel#anavigation
http://www.fao.org/faostat/en/#data
CAMARGO, J. M. F; PEDRO, S. R. M. 2013. Meliponini Lepeletier, 1836. In Moure, J. 
S., Urban, D. & Melo, G. A. R. (Orgs). Catalogue of Bees (Hymenoptera, Apoidea) in 
the Neotropical Region - online version. Disponível 
em:<http://www.moure.cria.org.br/catalogue0>.Acesso em 15 ag. 2020. 
 
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Potencialidades 
da meliponicultura: criação de abelhas nativas. SEBRAE, 2015. Disponível em: 
<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/potencialidades-da-
meliponicultura-criacao-de-abelhas-
nativas,36267383f9cbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 15 maio. 
2020. 
 
OSTROVSKI, K.R. Desenvolvimento, Produção e Qualidade do mel de abelha 
mandaçaia em ambiente urbano e rural. Curitiba: UFPR, 2019. 131p. Tese 
(Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Setor de Ciências Agrárias, 
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019. 
 
GOSTINSKI, L.F.; OLIVEIRA, F.F.; CONTRERA, F.A.L.; ALBUQUERQUE, P.M.C. Nicho 
trófico e partição de fontes polínicas por duas espécies de melipona (hymenoptera, 
apidae) na amazônia oriental. Oecologia Australis, 22(4): 449–462. 
 
MAIA -SILVA, C; SILVA, C.I; HRNCIR, M; QUEIROZ, R.T; IMPERATRIZ- FONSECA, 
V.L. Guia de plantas: visitadas por abelhas 201caatinga. Fortaleza: Fundação Brasil 
Cidadão, 2012. 
 
SLAA, E. J.; SANCHEZ, L. A.; MALAGODI-BRAGA, K. S.; HOFSTEDE, F. E. Stingless 
bees in applied pollination: practice and perspectivas. Apidologie, Paris, v. 37, p. 
293- 315, 2006. 
 
PEREIRA, F.M.; FREITAS, B.M.; VIEIRA NETO, J.M.; LOPES, M.T.R.; BARBOSA, A.L.; 
CAMARGO, R.C.R. Desenvolvimento de colônias de abelhas com diferentes 
alimentos protéicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, p. 1-7, 2006. 
MICHENER, C.D. The Bees of the World. Baltimore: John Hopkins University Press, 
2007. 
 
VENTURIERI, G. C. et al. Meliponicultura no Brasil: situação atual e perspectivas 
futuras. In: IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. et al. (Orgs.) Polinizadores no Brasil: 
contribuição e perspectivas para biodiversidade, uso sustentável, conservação e 
serviços ambientais. São Paulo, EDUSP, 2012. p. 213-236. 
 
CORTOPASSI-LAURINO, M.; NETO, P, N. Abelhas sem ferrão do Brasil. São Paulo: 
EDUSP, 2016. 
 
SILVEIRA, F. A.; MELO, G. A.; ALMEIDA, E. A. B. Abelhas brasileiras - Sistemática e 
Identificação. Belo Horizonte, 2002. 
 
FREITAS, B. M.; SILVA, C. I. da. O papel dos polinizadores na produção agrícola no 
Brasil. Agricultura e Polinizadores. São Paulo: A.B.E.L.H.A., 2015. 
 
http://www.moure.cria.org.br/catalogue0
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/potencialidades-da-meliponicultura-criacao-de-abelhas-nativas,36267383f9cbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/potencialidades-da-meliponicultura-criacao-de-abelhas-nativas,36267383f9cbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/potencialidades-da-meliponicultura-criacao-de-abelhas-nativas,36267383f9cbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD
FREITAS, B. M.; NUNES-SILVA, P. Polinização Agrícola e sua Importância no 
Brasil.São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. 
 
MATOS, V. R.; ALENCAR, S. M.; SANTOS, F. A. R. Pollen types and levels of total 
phenolic compounds in propolis produced by Apis mellifera L. (Apidae) in an area of the 
Semiarid Region of Bahia, Brazil. Anual Academia Brasileira de Ciências 86(1): 407-
418, 2014. 
 
BAZONI, M. O. Atividade antimicrobiana dos meis produzidos por Apis mellifera e 
abelhas sem ferrão nativas do Brasil. Ribeirão Preto: USP, 2012. 130p. Tese 
(Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Genética ds Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2012. 
 
COUTO, R. H. N.; COUTO, L. A. (Org.) Apicultura: Manejo e Produtos, 3 ed. 
Jaboticabal: Funep, 2006. 
 
COMEX. Comex Stat. Disponível em:<http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home>. Acesso 
em: 16 jun. 2019. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo 
Agropecuário 2017. Disponível em:< www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 23 jul. 2019. 
 
BORSATO, DÉBORA MARIA et al. Atividade antimicrobiana de méis produzidos por 
meliponíneos nativos do Paraná (Brasil). Boletim do Centro de Pesquisa de 
Processamento de Alimentos, [S.l.], v. 31, n. 1, jul. 2013. 
 
BATISTON, T. F. T. P. Atividade antimicrobiana de diferentes méis de abelha sem 
ferrão. Chapecó: UDESC, 2017. 85p. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação 
em Zootecnia, Universidade do Estado de Santa Catarina, Chapecó, 2017. 
 
MADALENO, Isabel. Plantas medicinais consumidas em Cochim, no século XVI e na 
atualidade. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 2015. Ciências Humanas, v. 10, 
n. 1, p. 109-142. 
 
BUENO-COSTA, F. M; ZAMBIAZI, R. C.; BOHMER, B.; CHAVES, F. C.; SILVA, W. P. 
da; ZANUSSO, J. T.; DUTRA, I. 2016. Antibacterialand antioxidant activity of 
honeys 60 from the state of Rio Grande do Sul, Brazil. LWT - Food Science and 
Technology. v65, p 333-340.

Continue navegando