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Direito da Personalidade

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INSTITUTO MASTER DE ENSINO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS
AMANDA LEMOS RODRIGUES
DIREITO DA PERSONALIDADE
ARAGUARI/MG
2021
INSTITUTO MASTER DE ENSINO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS
AMANDA LEMOS RODRIGUES 
DIREITO DA PERSONALIDADE
Resenha apresentada como requisito para aprovação na disciplina de Teoria Geral do Direito Civil, do curso de Direito, do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos, Araguari/MG.
ARAGUARI/MG
2021
DIREITO DA PERSONALIDADE
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 352.374-4, da Comarca de BELO HORIZONTE, sendo Apelante (s): CONFIANÇA CIA. DE SEGUROS, Apelante Adesivo: GILSON MARCHIORI e Apelado (a) (os) (as): OS MESMOS,
ACORDA, em Turma, a Sexta Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, NEGAR PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS.
Presidiu o julgamento o Juiz BELIZÁRIO DE LACERDA (Relator) e dele participaram os Juízes DÁRCIO LOPARDI MENDES (Revisor) e VALDEZ LEITE MACHADO (Vogal).
Belo Horizonte, 28 de fevereiro de 2002.
JUIZ BELIZÁRIO DE LACERDA
Relator
APELAÇÃO CÍVEL Nº 352.374-4 - BELO HORIZONTE - 28.02.2002
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. SEGURO DE VIDA. RECUSA DA SEGURADORA EM PAGAR PRÊMIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA TRANSPARÊNCIA DEVER DE INFORMAR E VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR. FALTA DE PROVA DA MÁ-FÉ DA SEGURADA.
- O Código de Defesa do Consumidor, ao consagrar os princípios da boa-fé objetiva, da transparência, do dever de informar e da vulnerabilidade do consumidor, trouxe importantes inovações no âmbito das relações contratuais, permitindo, assim, estabelecer uma igualdade e um equilíbrio entre o consumidor e o fornecedor, uma vez que este dispõe comumente de melhores condições técnicas, econômicas e intelectuais para o desempenho de suas atividades.
- Sob pena de ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, a empresa que explora seguro de vida e admite associado sem prévio exame de suas condições de saúde, e passa a receber as suas contribuições, não pode, ao ser chamada ao pagamento de sua contraprestação, recusar a assistência devida sob a alegação de que o segurado deixara de prestar informações sobre o seu estado de saúde.
- Não se pode permitir que a seguradora atue indiscriminadamente, quando se trata de receber as prestações, e depois passe a exigir estrito cumprimento do contrato para afastar a sua obrigação de pagar o prêmio do seguro de vida.
- Para que se possa reconhecer a má-fé do segurado é necessária a prova de que ele fora, efetivamente, informado e esclarecido de todo o conteúdo contratual, principalmente das cláusulas de exclusão de responsabilidade contratual.
- Não se olvide também que nas situações em que se exigem informações especializadas sobre classificação, características e efeitos de doenças e as consequências que estas podem causar na execução de um contrato de seguro de vida, há a seguradora, em razão do dever de aconselhamento, de organizar a pré-seleção de seus clientes.
- Não há como afirmar que a segurada agiu de má-fé quando da formulação do contrato de seguro de vida, se foi o agenciador da seguradora o responsável pelo preenchimento das questões condicionadas à validade da apólice.
- Entender o contrário é presumir a má-fé da segurada, caminho este que não é seguido pela jurisprudência, que consagrou o princípio segundo o qual a boa-fé se presume; a má-fé deve ser provada e o ônus da prova cabe ao segurador.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 352.374-4, da Comarca de BELO HORIZONTE, sendo Apelante (s): CONFIANÇA CIA. DE SEGUROS, Apelante Adesivo: GILSON MARCHIORI e Apelado (a) (os) (as): OS MESMOS,
ACORDA, em Turma, a Sexta Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, NEGAR PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS.
Presidiu o julgamento o Juiz BELIZÁRIO DE LACERDA (Relator) e dele participaram os Juízes DÁRCIO LOPARDI MENDES (Revisor) e VALDEZ LEITE MACHADO (Vogal).
Belo Horizonte, 28 de fevereiro de 2002.
JUIZ BELIZÁRIO DE LACERDA
Relator
V O T O
O SR. JUIZ BELIZÁRIO DE LACERDA:
Conheço dos recursos porque próprios, tempestivos e regularmente preparados.
Trata-se de ação de cobrança ajuizada por Gilson Marchiori em face de Confiança Companhia de Seguros e cujo pedido inicial foi julgado procedente.
Inconformada com decisão, a companhia de seguros interpõe apelação com o objetivo de modificar a sentença monocrática. Afirma que o contrato de seguro está eivado de nulidade porque a segurada laborou em nítida má-fé ao contratá-lo.
Por sua vez, o autor requer, em recurso adesivo, a aplicação de dispositivo legal determinando o pagamento em dobro do prêmio do seguro efetivado.
Contra-razões foram apresentadas pelas partes e nelas argumentos para confirmação da sentença nos pontos objurgados.
A razão não assiste à recorrente principal, senão veja-se: As relações securitárias são reguladas pelo Codecon (art. 3º, parágrafo 2º).
O Código de Defesa do Consumidor, ao consagrar os princípios da boa-fé objetiva, da transparência, do dever de informar e da vulnerabilidade do consumidor, trouxe importantes inovações no âmbito das relações contratuais, permitindo, assim, estabelecer uma igualdade e um equilíbrio entre o consumidor e o fornecedor, uma vez que este dispõe comumente de melhores condições técnicas, econômicas e intelectuais para o desempenho de suas atividades.
O princípio da boa-fé objetiva representa "um nível mínimo e objetivo de cuidados, de respeito e de tratamento leal com a pessoa do parceiro contratual e seus dependentes. Este patamar de lealdade, cooperação, informação e cuidados com o patrimônio e a pessoa do consumidor é imposto por norma legal, tendo em vista a aversão do direito ao abuso e aos atos abusivos, praticados pelo contratante mais forte, o fornecedor, com base na liberdade assegurada pelo princípio da autonomia privada (...) o princípio da boa-fé objetiva atua limitando o princípio da autonomia da vontade (art. 170, caput e inciso V da CF) e combatendo os abusos praticados no mercado." (Marques, Cláudia Lima. Expectativas legítimas dos consumidores nos planos e seguros privados de saúde e os atuais projetos de lei. Revista de Direito do Consumidor. n. 20, p. 74).
O princípio da transparência "significa informação clara e correta sobre o produto a ser vendido, sobre o contrato a ser firmado, significa lealdade e respeito nas relações entre fornecedor e consumidor, mesmo na fase pré-contratual, isto é, na fase negocial dos contratos de consumo (...) transparência é clareza, é informação sobre os temas relevantes da futura relação contratual. Eis porque constitui o CDC um novo dever de informar ao consumidor não só sobre as características do produto ou serviço, como também sobre o conteúdo do contrato. Pretendeu assim, o legislador evitar qualquer tipo de lesão ao consumidor, pois sem ter o conhecimento do conteúdo do contrato, das obrigações que estará assumindo, poderia vincular-se a obrigações que não pode suportar ou simplesmente que não deseja." (Marques, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2ªed., 1995, p. 207/208).
O princípio do dever de informar é visualizado na fase pré-contratual, na fase tratativa entre o consumidor e o fornecedor. O referido princípio impõe ao fornecedor o dever de prestar informações fundamentais acerca do contrato para o consumidor (qualidade, garantias, riscos, carências, exclusões de responsabilidade). Este princípio protege o consumidor na medida em que as informações prestadas pelo fornecedor permitem ao consumidor contratar de modo mais consciente, evitando, assim, a ocorrência de induções ao erro, qualquer dolo ou falha na informação por parte do fornecedor ou promessas vazias.
O princípio do dever de informar "impõe que o fornecedor, quando da contratação, dê ao consumidor a oportunidade de conhecer o conteúdo do contrato (veja art. 46 do CDC), de entender a extensão das obrigações que assume e a abrangência dasobrigações da prestadora de serviços. Isso significa que o referido princípio inverte as posições entre consumidor e fornecedor, ou seja, o consumidor não precisa mais ter uma atitude ativa se quiser saber os detalhes do contrato; isto caberá ao fornecedor." (Marques, Cláudia Lima. Op. cit., p. 283).
A doutrina visualiza dois tipos de deveres de informação: "a) O dever de esclarecimento: obriga o fornecedor do serviço (por exemplo, de seguro-saúde e de assistência médica) a informar sobre os riscos do serviço de atendimento ou não em caso de emergência, exclusões de responsabilidade contratual, modificações contratualmente possíveis, sobre a forma de utilização (necessidade de autorizações, de exames prévios, de opiniões de médicos, do tempo de internação por ano) e a qualidade dos serviços (hospitais conveniados). b) O dever de aconselhamento: é um dever mais forte e só existe nas relações entre um profissional, especialista, e um não especialista. Cumprir ou não o dever de aconselhamento significa fornecer aquelas informações necessárias para que o consumidor possa escolher entre os vários caminhos a seguir (diferentes tipos de planos, carências e exclusões)." (Marques, Cláudia Lima. Op. cit., p. 284).
O princípio da vulnerabilidade do consumidor "é incindível do contexto das relações de consumo e independe de seu grau cultural ou econômico. É a vulnerabilidade, qualidade intrínseca, ingênita, peculiar, imanente e indissociável de todos que se colocam na posição de consumidor, pouco importando sua condição social, cultural ou econômica, quer se trate de consumidor-pessoa jurídica ou consumidor-pessoa física." (Marques, Cláudia Lima. Op.cit., p. 207).
Para Nélson Nery, o princípio da vulnerabilidade que permeia as relações de consumo está em verdade a dar realce específico ao princípio constitucional da isonomia, dispensando-se tratamento desigual aos desiguais.
Esta breve introdução, em que vários princípios consumeristas foram identificados e conceituados, serve de suporte para demonstrar que a atitude da apelante principal em recusar o pagamento do seguro de vida feito pela mulher do autor, ao argumento de que a segurada agiu de má-fé, quando da contratação, eis que já tinha ciência de estar acometida de grave enfermidade cardíaca, não encontra amparo legal, principalmente, se forem levados em conta os princípios supramencionados.
Sob pena de ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, a empresa que explora seguros de vida e admite associado sem prévio exame de suas condições de saúde, e passa a receber as suas contribuições, não pode, ao ser chamada ao pagamento de sua contraprestação, recusar a assistência devida sob a alegação de que o segurado deixara de prestar informações sobre o seu estado de saúde.
A exigência de um comportamento, de acordo com a boa-fé objetiva, recai sobre a apelante principal, pois ela tem, mais do que o segurado, condições de conhecer as peculiaridades, as características, a álea do campo de sua atividade empresarial, destinada ao lucro, para o que corre um risco que deve ser calculado antes de se lançar no empreendimento.
Destarte, se a apelante principal, por intermédio de um de seus agentes, realizou um contrato de seguro de saúde sem a realização de exame prévio, sabia ela o risco que corria nesta empreitada, não podendo agora querer escusar-se de uma situação que ela própria criou.
Outrossim, não se pode permitir que a recorrente atue indiscriminadamente, quando se trata de receber as prestações, e depois passe a exigir estrito cumprimento do contrato para afastar a sua obrigação de pagar o prêmio do seguro de vida.
A esse respeito, confira acórdão do Superior Tribunal de Justiça:
" SEGURO SAÚDE. EXCLUSÃO DE PROTEÇÃO. FALTA DE PRÉVIO EXAME.
-A empresa que explora plano de seguro-saúde e recebe contribuições de associado sem submetê-lo a exame, não pode escusar-se ao pagamento da sua contraprestação, alegando omissão nas informações do segurado. O fato de ter sido aprovada a cláusula abusiva pelo órgão estatal instituído para fiscalizar a atividade da seguradora não impede a apreciação judicial de sua invalidade" (REsp n. 229078/SP, 4ª Turma, relator Ministro Ruy Rosado Aguiar, DJ 7/2/2000).
Outro ponto a ser considerado era o fato de a segurada ser uma leiga que desconhecia o real significado dos termos do cartão de proposta que lhe fora apresentado.
Assim, para que este Tribunal pudesse reconhecer a má-fé da segurada - como pretende a apelante -, seria necessária a prova de que ela fora, efetivamente, informada e esclarecida de todo o conteúdo contratual (principalmente das cláusulas de exclusão de responsabilidade contratual).
Não se olvide também que, nas situações em que se exigem informações especializadas sobre classificação, características e efeitos de doenças e as consequências que estas podem causar na execução de um contrato de seguro de vida, há a seguradora, em razão do dever de aconselhamento, de organizar a pré-seleção de seus clientes, fato que, na espécie, incorreu.
Assim, não há como afirmar que a segurada agiu de má-fé quando da formulação do contrato de seguro de vida. Sustentar o contrário é presumir a má-fé da segurada, caminho este que não é seguido pela jurisprudência, que consagrou o princípio segundo o qual a boa-fé se presume, a má-fé deve ser provada e o ônus da prova cabe ao segurador.
A esse respeito, confira:
 - Cabe à seguradora, que dispensa o exame médico, quando da realização do contrato de seguro, provar inequivocadamente, a ocorrência de má-fé de parte do segurado.
- Não comprovada a má-fé, o contrato é válido e obrigada a seguradora a efetuar o pagamento do seguro." (TJSC, ao. 21.883, Rel. Des. Nélson Konrad).
- Seguro de vida em grupo. Omissão intencional ou má-fé do segurado, nas informações, não convenientemente demonstradas. Dúvida que se resolve em favor do segurado.
- Válido é o contrato de seguro quando não suficientemente demonstrado que a omissão, verificada nas informações prévias do segurado, foi intencional ou de má-fé. Mesmo na dúvida - que se resolve a favor do segurado - responde a seguradora pela obrigação." (TJSC, ap. 15.474, Rel. Des. Hélio Mossimann).
- Sem prova robusta de que o segurado agiu de má-fé e com insinceridade ao preencher o cartão-proposta de seguro em grupo, não é de se anular o seguro pago durante dois anos." (TJSC, Rel. Des. Ernani Ribeiro).
 - Se não demonstrado convincentemente ter o segurado agido de má-fé ou que a omissão ao prestar informações, foi intencional, o contrato é válido, devendo a seguradora efetuar o pagamento do benefício.
- Dispensando a seguradora, no contrato, exame médico, há que se crer na palavra do segurado, cabendo àquela provar a má-fé deste. Em casos de dúvida, resolve-se a favor do segurado." (TJSC, Rel. Des. Wílson Guarany, JC 38/332).
Ante o exposto, entendo que o contrato de seguro é válido, motivo pelo qual o autor tem direito de receber o valor do capital segurado.
Assim, nego provimento ao recurso principal.
Custas, pelo apelante principal.
Em relação ao recurso adesivo, cujo objetivo é a percepção do prêmio em dobro, a razão também não está a socorrer-lhe, uma vez que a prova dos autos não demonstra nenhum dos elementos exigidos pelo art. 1446 do CC para acolhimento de seu pedido.
Em face do exposto, nego, também, provimento ao recurso adesivo.
Custas, ex lege.
O SR. JUIZ DÁRCIO LOPARDI MENDES:
Na esteira do entendimento do eminente Relator, em substancioso e erudito voto, também estou negando provimento a ambos os recursos, visto que a decisão de primeiro grau deu desate correto à vexata quaestio.
O SR. JUIZ VALDEZ LEITE MACHADO:
De acordo com os votos proferidos.
ANÁLISE JURISPRUDENCIAL
Os direitos da personalidade são todos aqueles que permitem que uma pessoa realize a sua individualidade e possa defender aquilo que é seu. Assim, eles se relacionam com a proteção da vida, da liberdade, da integridade, da sociabilidade, da privacidade, da honra, da imagem, da autoria, entre outros.
Na jurisprudência supramencionada, podemosnotar a presença da boa-fé objetiva por parte da segurada obedecendo todos os requisitos necessários. A parte autora requer o pagamento pelo seguro de vida contratado por ambas as partes, pagamento este que foi negado pela seguradora, sob o argumento de que a segurada deixara de prestar informações sobre o seu real estado de saúde, uma vez que a segurada estava acometida de doença cardíaca grave. O que se presume a má-fé. 
Também fora alegado na jurisprudência a presença de má-fé da parte ré, tendo em vista que não foi realizado prévio exame de saúde para constar o estado da segurada, sendo considerado como requisito necessário para a admissão de associados ao seguro de vida. 
Devido a falta de provas materiais e embasamentos legais em relação a comprovação de má-fé por ambas as partes, foi negado provimento a ambos os recursos. Neste caso, pela ausência de comprovação de má-fé por ambas as partes, foi negado o provimento ao recurso principal da parte ré, que buscava a isenção do pagamento do prêmio do seguro de vida, bem como também foi negado o pedido da parte autora, em relação ao recurso adesivo que teria por objetivo o pagamento em dobro do valor do seguro de vida, estando ausentes os requisitos previstos no art. 1.146 do Código Civil. 
Porém a seguradora não se exime do pagamento do valor previsto em contrato, uma vez que se encontram ausentes a comprovação de má-fé pela segurada. Assim sendo, prevalece a análise de julgados anteriores que aduzem sobre a obrigação do pagamento estabelecido em contrato entre as partes devido à ausência de comprovação da omissão intencional da parte segurada, prevalecendo assim a obrigação de pagamento pela seguradora. 
Tendo em vista a posição de vários doutrinadores favoráveis ao pagamento do seguro de vida pela empresa contratada, bem como os embasamentos legais e jurisprudenciais anteriores, como operadora do direito acho justa a forma que foi julgada a jurisprudência acima. 
Sob a égide do equilíbrio e segurança jurídica, a forma decidida pelos relatores foi a mais coerente, evitando assim o prejuízo de ambas as partes. É notória a omissão da segurada em relação a informação da sua doença cardíaca grave, impedindo assim a contratação do seguro de vista. Por outro lado, também percebemos a negligencia da parte ré (seguradora) em exigir prévios exames médicos para que a segurada fosse apta a requisição do seguro de vida. 
Neste ínterim notamos também que houve a falta de comprovação de má-fé alegada por ambas as partes, e em conformidade com o entendimento de vários doutrinadores civis e o Código de Defesa do consumidor deve prevalecer a decisão monocrática sentenciada anteriormente. Dessa forma, baseado em análises doutrinárias, jurisprudenciais e na lei deve prevalecer a obrigação do pagamento do valor estabelecido em contrato válido.
Direitos da personalidade e direitos humanos se interseccionam e refletem assim a convergência entre direito público e direito privado em direção ao mesmo objetivo, representado pelo necessário e incondicionado respeito da dignidade da pessoa humana, valor universal e cerne de todo o ordenamento jurídico. A proteção pode ser requerida para evitar que a ameaça seja consumada ou para que diminua os efeitos da ofensa praticada, sem prejuízo da reparação de danos morais e patrimoniais.
BIBLIOGRAFIA: 
TARTUCE, Flávio. Direito Civil, v.3, Teoria geral do direito civil, 8.ed., São Paulo: Método, 2013.
STOLZE, Pablo; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v.IV, T1, contratos: teoria geral 7. Ed., São Paulo: Saraiva, 2011;
DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado, 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2014; 
JURISPRUDÊNCIA ANALISADA: 
https://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/pesquisaNumeroCNJEspelhoAcordao.do?pesquisaNumeroCNJ=true&ttriCodigo=2&codigoOrigem=0&ano=0&numero=352374&sequencial=0&sequencialAcordao=0&numeroRegistro=1&totalLinhas=1&linhasPorPagina=20
JURISPRUDÊNCIAS: 
TJSC, ao. 21.883, Rel. Des. Nélson Konrad;
TJSC, ap. 15.474, Rel. Des. Hélio Mossimann.

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