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Língua Portuguesa para Concursos Públicos Resumo* COMPLEMENTO NOMINAL X ADJUNTO ADNOMINAL Complemento nominal (CN) e adjunto adnominal (ADJ. ADN.) são termos da sintaxe que se referem a nomes. Por nome, entende-se um substantivo ou uma palavra com valor de substantivo, como um pronome. Mas antes de se destacarem os principais pontos a respeito dessa temática, é importante se fazer uma breve revisão sobre o que são substantivos concretos e substantivos abstratos, pois tanto o CN quanto o ADJ. ADN. podem se referir a substantivos abstratos. · Substantivos concretos: possuem forma independente, ou seja, não dependem de outros seres para que possam existir. Exemplos: nomes de pessoas, de lugares, de animais, de vegetais, de coisas, etc. Como assim possuem forma independente? Basta pensar assim: a palavra “Brasil” nomeia o país e é substantivo concreto, pois o termo possui existência própria, não depende de outro para que exista. Ou seja, ao se falar “Brasil”, entende-se que se trata do país, não é necessário que haja algo ou alguém para o país existir. A palavra se basta por si. · Substantivos abstratos: nomeia seres que dependem de outros seres para que possam existir. Exemplo: qualidades, sentimentos, sensações, ações (substantivos derivados de verbos, também chamados de “deverbais”), etc. Mas como assim dependem de outros seres para existirem? É simples, basta pensar da seguinte forma: substantivos abstratos são os que dependem de outros seres para existirem porque o sentimento “medo”, por exemplo, é substantivo abstrato, já que só existe porque há uma pessoa, um ser, que o sente. Mais um exemplo seria a sensação de frio. Só existe frio porque há alguém, um ser, que o sinta. Da mesma maneira, uma qualidade como “bonito”, por exemplo, só existe porque há algo ou alguém para ser bonito, para que essa qualidade lhe seja atribuída. Visto isso, a partir de agora, veremos as semelhanças, as diferenças e os pontos em que há as mais recorrentes dúvidas acerca de CN e ADJ. ADN. CN x ADJ. ADN. Refere-se a: Refere-se a: 1) adjetivos; 1) substantivos concretos 2) advérbios; 2) substantivos abstratos 3) substantivos abstratos. · Semelhanças: Os dois termos se referem a substantivos abstratos. · Diferenças: 1) CN sempre virá preposicionado. Sempre haverá uma preposição iniciando um CN. Já o ADJ. ADN. pode ou não vir preposicionado, não necessariamente será iniciado por uma preposição, mas pode ser. 2) Apenas o CN pode se referir a adjetivos ou advérbios. 3) Apenas o ADJ. ADN. pode se referir a substantivos concretos. 4) CN – é iniciado por uma locução prepositiva substantiva. 5) ADJ. ADN. – é iniciado por um adjetivo ou por uma locução adjetiva. Exemplos: · O professor animado ministrou a aula. “Animado” é um adjetivo que, por estar junto do nome “professor”, ao lado do nome, é um adjunto adnominal. Além disso, em razão de não estar preposicionado, descarta-se a hipótese de esse adjetivo ser CN, o qual sempre virá preposicionado. · As crianças estavam com medo da chuva. “Da chuva” se refere ao substantivo abstrato “medo”. Nesse momento, surge a dúvida: “da chuva” é CN ou ADJ. ADN.? Nesse caso, é ADJ. ADN., pois “da chuva” especifica (e essa é uma das dicas a serem apresentadas) o tipo de medo. Não é qualquer medo. É medo de chuva. · Ponto de dúvidas – CN ou ADJ. ADN.? A dúvida surge quando o termo a ser analisado vem preposicionado e se refere a um substantivo abstrato. Nessa situação, para saber se é CN ou ADJ. ADN., há algumas dicas: 1) para ser CN, deve haver um valor passivo, ou seja, o termo preposicionado deve possuir um valor de paciente, deve sofrer a ação. Exemplo: consumo de frutas. Aqui, nota-se que frutas são consumidas, e não consomem algo. Ou seja, o termo possui valor passivo, sofre a ação de ser consumido. 2) para ser ADJ. ADN., o termo preposicionado deve possuir valor semântico ativo (praticar uma ação), de posse ou valor especificativo/restritivo do substantivo abstrato a que se refere. Exemplo: medo de chuva. Aqui, o termo preposicionado “de chuva" especifica, restringe, o tipo de medo, pois é possível haver “vários medos", como medo de escuro, medo de altura, etc. Mas, no contexto, fala-se em medo de chuva. Portanto o termo restringe o tipo de medo, ou seja, é o medo de chuva, e não qualquer medo. Exemplos: · O pedido do autor foi acolhido pelo juiz. (ADJ. ADN.) Justificativa: o termo é ADJ. ADN. porque o autor exerce a ação de pedir. Portanto, o termo preposicionado possui valor semântico ativo, ou seja, pratica a ação de pedir, e não sofre a ação (o autor não é pedido, mas é ele quem pede). · As condições de vida de homens e de mulheres melhoraram. (CN e ADJ. ADN.) Justificativa: “de vida” é CN porque, apesar de ser mais difícil de se visualizar o valor passivo da expressão, não há valor ativo, de posse ou de especificação. Portanto, por exclusão, é CN. “De homens e de mulheres” é ADJ. ADN. porque as condições são deles, ou seja, há aqui um valor semântico de posse. · Assistência aos desamparados. (CN) Justificativa: trata-se de um CN porque há um valor passivo, isto é, os desamparados recebem assistência, e não assistem. · Consumo dos brasileiros. (ADJ. ADN.) Justificativa: o termo destacado é ADJ. ADN. porque há um valor ativo, ou seja, os brasileiros praticam a ação de consumir. · O pedido da mãe à filha foi especial. (ADJ. ADN. e CN) Justificativa: “da mãe” é ADJ. ADN. porque há um valor ativo, a mãe é quem pratica a ação de pedir. E “à filha” é CN porque há um valor passivo, ou seja, a filha recebe o pedido da mãe, e não pede à mãe.
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