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A Elaboração de Rotina como Perspectiva de Construção de Aprendizagem do Aluno com Transtorno do Espectro Autista no Ambiente Escolar Inclusivo
Nágila Lima dos santos
Graduada em licenciatura em matemática
Odilene Maria dos Passos
Bacharela em psicologia 
Orlene Quintela de Araújo
Graduada em licenciatura letras português 
Raimunda Euzaneide Barros
Especializada em Educação especial inclusiva
Robélia da Silva Costa
Magistério 
Orientador (a): Damiana Nascimento de Araújo 
(Mestre em Letras Linguagem e Identidade) 
Rio Branco – Acre
Resumo: Este trabalho tem por objetivo compreender como a elaboração de rotina pode contribuir para a aprendizagem do aluno com Transtorno do Espectro Autista no ambiente escolar inclusivo, buscando ser um método facilitador para professores e mediadores poderem ajudar o aluno portador do autismo em seu processo de aprendizagem e também questionar as atividades propostas e quais atividades podem de fato auxiliar no desenvolvimento intelectual, cognitivo e social deste aluno através de uma rotina diária. A pesquisa é qualitativa e de análise bibliográfica (escritos eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites, Etc.). Os resultados demonstram que as práticas pedagógicas usuais adotadas nas salas de aula, pouco têm favorecido a aprendizagem desse alunado o que nos remete a necessidade de se delinear um programa de capacitação para os docentes para que possam rever o repertório de comportamento enquanto mediador do processo de aprendizagem e a partir do uso da rotina possibilitar ao autista um aprendizado que o ajude ser um construtor social mais autônomo e independente.	Comment by STi: Quais os teóricos utilizados para referenciar a pesquisa?	Comment by STi: Não se usa mais essa nomenclatura. “pessoa com”
Palavras-chave: Atendimento Educacional Especializado. Rotina Escolar. Autismo. Desafios e Perspectivas. Capacitação dos profissionais educacionais.
INTRODUÇÃO
Apesar dos grandes avanços para a inserção do aluno com Transtorno do Espectro Autista-TEA no ambiente escolar e social, com promulgações de leis que garante os direitos dos autistas temos a Lei nº 12.764, que institui a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”. Sancionada em 27 dezembros de 2012, pela presidente Dilma Rousseff, em que MEIRELES, 2013 ressalta que ela trás como medida que os autistas passem a serem consideradas oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país - entre elas, as de Educação. Nota-se que os profissionais da educação ainda enfrentam grande dificuldade para trabalhar com tais alunos, pois existe um grande receio de como abordar os conteúdos e realizar atividades para que eles venham obter um bom desempenho escolar, pois cada aluno é diferente do outro o que às vezes funciona para um já não funciona para outro. Assim ficando evidenciado que não existe um modelo tabelado de funcionamento, cada um aprende de forma diferente, necessitando que o profissional tenha técnicas para conseguir alcançar este aluno com aprendizado significativo.
Conforme SILVA e SURIAN (2010, pg. 10): "O autismo é um distúrbio do desenvolvimento neuropsicológico que se manifesta através de dificuldades marcantes e persistentes na interação social, na comunicação e no repertório de interesses e de atividades", observando essas caracterizações do autismo, encontramos um caminho para que o processo de aprendizagem na escola pudesse ser desenvolvido a partir da rotina baseada nos possíveis interesses das crianças, favorecendo desse modo à interação social do aluno por meio de símbolos de comunicação pictórica (PCS) enquanto auxílio desta construção.
VASCONCELOS (2014) define Rotina como um instrumento que demanda uma sequência de ações ou atividades cuja função é antecipar os acontecimentos do dia a dia de maneira organizada possibilitando autonomia e segurança para a criança autista. Deve ser elaborada de acordo com as suas necessidades /e ou interesses.
A inclusão da criança com autismo no ambiente escolar favorece o contato social e aprimora o seu desenvolvimento e o desenvolvimento das demais crianças, porém sem uma rotina a inserção deste aluno autista neste ambiente é longa e complexa, assim vale ressaltar que a rotina é essencial para trabalhar com estes alunos, pois ela vai nortear todas as ações dentro da escola, antecipando todas as atividades que deverão ser realizadas no dia-a-dia, aprimorando a comunicação e estimulando o social. 
Assim sendo, este trabalho visa compreender como da elaboração da rotina do aluno com Transtorno do Espectro Autista pode colaborar na construção da aprendizagem no ambiente escolar inclusivo, visando auxiliar professores e mediadores na introdução deste aluno em sala de aula, traçando alguns métodos rotineiros propiciando e instigando a prática de forma natural. O nosso trabalho é qualitativo e de analise bibliográfica e como referencial teórico nos ancoramos em escritos eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites, Etc. 
Como resultado desta pesquisa, observamos que professores e mediadores e grupo escolar, devem sempre estar sendo estimulados por cursos que os qualifiquem em novos métodos e técnicas de aprimoramento para conquistar os alunos com TEA, fazendo com que o mesmo consiga ter uma prática significativa, vale ressaltar que a rotina é um grande aliado para aprimoramento e desenvolvimento deste aluno, fazendo com que a usualidade desperte o interesse dele sem que ele se dê conta, já que um dos sintomas do autismo é a falta de concentração, ou concentração de pequena durabilidade. Em relação a este tema, deve- se destacar que esta pesquisa refere- se ao trabalho de conclusão do curso de aperfeiçoamento em atendimento educacional especializado para estudantes com Transtorno de Espectro Autista - TEA da plataforma NIEAD (Núcleo de interiorização e Educação a Distancia) da Universidade Federal do Acre - UFAC. Neste trabalho desenvolvemos tópicos como a compreensão do que vem a ser Transtorno de Espectro Autista; A Elaboração da rotina como perspectiva de construção do aprendizado do aluno com TEA em que aborda algumas ideias de como devemos organizar a rotina deste aluno, para aprimorar seu aprendizado no habito escolar e Desafios para os profissionais da educação em relação ao aluno com TEA, em que tem enfoque nas dificuldades enfrentadas pelo professor e algumas sugestões de estratégias que visam facilitar o aprendizado deste aluno na sala de aula. 
1.TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA DO QUE ESTAMOS FALANDO?
A origem do termo Autismo é grega, quer dizer "autós" ou "de si mesmo", foi empregado dentro da psiquiatria, para denominar comportamentos humanos que centralizam-se em si mesmo, ou seja, voltados para o próprio individuo. (ORRU, 2012, p.17). Na década de 1940, iniciaram-se os estudos científicos sobre o autismo sendo apresentados pelo Dr. Leo Kanner. Em seu estudo publicado em 1943, sob o nome de “distúrbio autístico do contato afetivo, Kanner deu a nomenclatura ao Autismo como sendo um quadro de psicose, originado pela falta de amor parental, determinando um comportamento diferente na criança, sendo uma pessoa incapaz de manter relações com outras pessoas, fuga da realidade, isolamento e um comportamento obsessivo. Lado a lado com as pesquisas de Kanner, no ano de 1944, Hans Asperger também identificou em crianças alguns sintomas semelhantes, no entanto, desligado da teoria psicogênica de Kanner, o qual, Hans Aspeger levou outros pesquisadores anos mais tarde a investigar as características e os amplos espectros apresentados pelo autismo tendo como bases novas abordagens.
Na atualidade, o Autismo é considerado um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social e aprendizado (MELLO, 2007, p. 16). Segundo a últimaedição da Classificação Internacional de Doenças - (DSMV, 2014), oficialmente adotada pela legislação brasileira (padrão adotado pela OMS - Organização Mundial da Saúde), o autismo, o transtorno desintegrativo da infância e a síndrome de Asperger foram absorvidos por um único diagnóstico, chamado de Transtorno do Espectro Autista - TEA. Conforme este documento os Transtornos do Espectro Autista, foram incluídos como parte de um grupo denominado Transtornos do Neurodesenvolvimento, cuja condição se manifesta muito cedo geralmente antes do ingresso da criança na escola. 
Há pouco tempo, a Lei nº 12.764/2012 - Lei Berenice Piana, estabeleceu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, prevendo o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino e atendimento por profissionais capacitados a desenvolver atividades com vistas à inclusão. De acordo com este novo ordenamento, o aluno com autismo tem garantido o seu direito de estar na escola e ter atendimento por profissionais preparados como preconiza a legislação. Para Orrú (2012), as pessoas autistas são ainda pouco compreendidas pela sociedade, devido à falta de conhecimento sobre esta condição. Segundo a autora, o desconhecimento e a falta de informação sobre o autismo produz certa incompreensão, fazendo com que as pessoas reproduzam conceitos deturpados sobre o assunto.
[...] quando as pessoas são questionadas sobre o autismo, geralmente são levadas a dizer que se trata de crianças que se debatem contra a parede, tem movimentos esquisitos, ficam balançando o corpo, e chegam até dizer que são perigosos e precisam ser trancados em uma instituição para deficientes mentais. São falas que revelam desinformação a respeito dessa síndrome (2012, p. 37).	Comment by STi: Ao fazer uma citação deve se dizer algo sobre ela depois. Principalmente quando se finaliza um tópico, e não esqueçam de anunciar o próximo.
1.2. A elaboração de rotina como perspectiva de construção de aprendizagem do aluno com transtorno do espectro autista no ambiente escolar inclusivo.
Sabendo que o autista não se adapta ao mundo externo, é preciso que na escola ele tenha uma rotina estruturada, que faz com que ele situe-se no espaço e tempo. O professor também deve fazer parte dessa rotina, compreendendo que a mesma não é uma restrição a sua criatividade. A rotina diária é muito importante na educação do autista, a qual não deve ser alterada, qualquer mudança pode refletir no comportamento da criança.
Balbino e Silva (2014) ressaltam que, para realizar o processo de aprendizagem com as crianças com TEA é necessária a realização de um trabalho sistematizado e baseado em rotinas, além disso, é importante enfatizar que o ambiente de aprendizagem deve ser propício e estimulante e que o ensino aconteça de forma natural para que a criança tenha interesse em realizar a atividade proposta e se sinta envolvida enquanto suas necessidades estejam sendo atendidas.
A importância do ensino estruturado é ressaltado por Eric Schopler in Gauderer, (1993), no método TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiências relacionadas à Comunicação), quando afirma:
É bom ter em mente, que normalmente as crianças à medida que vão se desenvolvendo, vão aprendendo a estruturar seu ambiente, enquanto que os autistas e com distúrbios difusos do desenvolvimento precisam de uma estrutura externa para otimizar uma situação de aprendizagem. Estes cuidados permitirão um maior sentimento de pertinência e de previsibilidade quanto ao espaço físico. A sala deve ter um tamanho que permita a realização de atividades de mesa, individuais e em grupos, contando também com alguns colchonetes e almofadas. (SCHOPLER, 1993).	Comment by UFAC: Faltou o número da página. (p. xx)
Os autistas são crianças que mudam de comportamento quando alguma coisa é modificada em sua rotina diária. Esta rotina tem que estar focada em suas necessidades. A memória do autista é voltada para o visual, se faz necessário que o educador em suas técnicas, valorize este lado, fazendo com que o aluno observe cores, tamanhos, espessuras, animais, pessoas... Por outro lado a sala de aula deve ter pouca estimulação visual para que a criança não desvie sua atenção da atividade em andamento. O ambiente educacional deve ser calmo e agradável, para que os movimentos estereotipados dos alunos não alterem. 
A abordagem vivencial é outro fator importante na educação destas crianças tão especiais, pois às vezes o trabalho verbal não é o suficiente, onde o contato físico com o autista é de grande necessidade. Objetivos são traçados a partir do PIE (Planejamento Individual de Ensino), que para sua elaboração são seguidos os seguintes passos: a observação do autista em situações livres e dirigidas; a seleção dos objetivos orienta-se pela gradação das dificuldades dos alunos e o PIE deve ser reformulado a cada ano, permitindo reavaliação dos objetivos e consequentemente a evolução dos alunos. 
Os autistas são pessoas que transformam seu desempenho quando alguma coisa é modificada em sua rotina, por isso carecem ter segurança no seu dia- a- dia. Para auxiliá-lo nessa necessidade, podemos proporcionar a antecipação dos acontecimentos no seu dia a dia, projetando uma rotina que precisa ser clara e definida para proporcionar-lhe  previsibilidade, familiaridade, autonomia e calma, minimizando a angústia da criança nos contextos  em que está inserida. Assim quanto antes puder antecipar as atividades que serão desenvolvidas pela criança autista melhor ela se adaptara e conseguira ter um aprendizado de melhor qualidade. Assim, ressaltado: 
“Quanto mais cedo à criança com TGD puder antecipar o que acontece diariamente na escola, mais familiar e possível de ser reconhecida se tornará para ela a vivência escolar tornando as primeiras manifestações da criança progressivamente menos frequentes. Tendo em vista que a capacidade de antecipar é uma função que se apresenta prejudicada para aqueles que apresentam TGD, consiste em facilitador da familiarização com o ambiente escolar essa antecipação, com a ajuda de outra pessoa. (BELISÁRIO FILHO 2010, p. 23)”. 
Os autistas tem a visão como um de seus grandes aliados para o desenvolvimento do seu aprendizado, especialmente para os mais novos ou para aqueles que têm a fala comprometida ou falta da fala, e a elaboração da rotina consente formar a agregação em meio à atividade e o símbolo promovendo de tal maneira a comunicação quanto à compreensão.
 Para que os objetivos sejam alcançados, Schopler (1993) ressalta que “merece cuidado a preparação do ambiente por parte do educador”. A rotina pode ser adequada a partir de algumas perspectivas de socialização:
Higiene: esta atividade promove maior independência como lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, vestir-se, despir-se sozinhos. Estes são trabalhados em momentos específicos dentro do contexto escolar.
Lanche: segundo Schopler (1993), esta é uma situação que prioriza somente a alimentação, mas também permite que um tenha respeito pelo lanche do outro, bem como compartilhá-lo em determinadas situações. Na hora do lanche o aluno é estimulado a preparar a sua mesa para comer, manusear objetos (copo, prato, talheres). Esta atividade proporciona o desenvolvimento de hábitos alimentares dentro do contexto escolar.
Recreio: este momento é muito importante dentro da rotina escolar, pois é a hora da integração com as outras crianças da escola portadoras de necessidades especiais ou não. Neste instante de liberdade o autista deve ser supervisionado à distância, acompanhando se há ou não um momento de integração com os demais. 
Passeio: este é realizado fora da escola. Levando em conta que o autista não é sociável, o passeio oportuniza-o a vivenciar situações sociais nas quais a comunidade participa direta ou indiretamente. De um lado, o autista aprende a conviver com a sociedade e de outro a sociedade aprende a compreender este indivíduo portador de necessidades especiais.
Recreação supervisionada: é característicados autistas apresentar movimentos estereotipados com o corpo repetidamente, esta atividade busca ampliar o repertório motor, através de brincadeiras lúdicas, com regras fáceis e materiais diversos. Procura-se nesta hora proporcionar ao grupo momentos de interação, sociabilização e lazer. 
Saída: a rotina encerra com a professora estimulando o aluno organizar seu material e a sala de aula. 
Considerando a rotina diária descrita é fundamental a pontualidade do aluno à escola, permitindo que ele participe de todas as etapas sem fugir de sua rotina e diminuindo a possibilidade de crises comportamentais durante o período escolar. É fundamental o educador não fugir a esta rotina, pois é indispensável para a educação do autista. Isto se faz necessário, conforme a afirmação:
Se desejamos compreender e ajudar uma criança autista, devemos por um lado, perceber que somos parte deste ambiente no qual esta criança tem que viver e crescer e, por outro lado, tentar ver seu comportamento, desempenho, habilidades e incapacidades em relação ao que é sempre perfeito nela, a vivência de sua própria personalidade (WEIHS, 1971).	Comment by UFAC: Faltou o número da página. (p. xx)
A partir do momento que reconhecermos nossas dificuldades, fraquezas, e deficiências um novo caminho se abrirá e é neste caminho que o educador começa a aprender que ser portador de necessidades especiais não impede ninguém de viver por mais limitante que esta pareça ser.
A proposta de rotina, como uma resposta analisada e gerada para obter um desenvolvimento do aluno autista, torna possível o respeito às diferenças e orienta como devemos proceder potencializando as habilidades do aluno.	Comment by Damiana: Anunciem o próximo tópico.
1.3. Desafios, para os profissionais da educação, no que diz respeito ao processo de escolarização de alunos diagnosticados com TEA.
Estudos recentes revelam desafios, para os profissionais da Educação, no que diz respeito ao processo de escolarização de alunos diagnosticados com TEA. Pesquisas de revisão publicadas no Brasil, nos últimos anos indicam, por exemplo, que as práticas pedagógicas usuais adotadas nas salas de aula, pouco têm favorecido a aprendizagem desse alunado (OLIVEIRA; PAULA, 2012; NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT, 2013; NEVES; ANTONELLI; SILVA, CAPELLINI, 2014). Na medida em que o professor é o principal responsável por favorecer o desenvolvimento cognitivo do aluno, torna-se necessário considerar o seu repertório de comportamento enquanto mediador do processo de aprendizagem (FARIAS; MARANHÃO; CUNHA, 2008; NASCIMENTO, 2012).
Feuerstein e colaboradores (1987) introduzem o conceito de Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM), compreendida como a ação propositiva de um mediador, com maior nível de desenvolvimento, que seleciona, modifica, amplia e/ou interpreta os estímulos ambientais (imagens, objetos, tarefas, problemas etc.) para o aprendiz (FONSECA, 2002), tornando-o um ser humano mais autônomo e independente. 
Conforme a Teoria da EAM, três critérios de mediação são essenciais para que aconteça uma situação de aprendizagem: a intencionalidade/reciprocidade, o significado e a transcendência (LIDZ, 2003; FARIAS; MARANHÃO; CUNHA, 2008; MAGALHÃES; CUNHA; SILVA, 2013). A intencionalidade e a reciprocidade ocorrem quando um mediador, intencionalmente, chama a atenção da criança para um estímulo específico do ambiente e, assim, ela emite a resposta desejada (FARIAS; MARANHÃO; CUNHA, 2008; CUNHA; MAGALHÃES, 2011). Nos comportamentos de significação, para que o estímulo se torne significativo, é preciso que o mediador utilize formas verbais e não verbais de comunicação, incluindo-se expressões de afeto (FARIAS; MARANHÃO; CUNHA, 2008; NASCIMENTO, 2012). Por fim, na mediação por transcendência o mediador auxilia o aprendiz a estabelecer conexões entre o que ele já sabe e o que aprenderá no futuro (LIDZ, 2003). É aprender a aprender (NASCIMENTO, 2012), favorecendo ao educando fazer inferências e construir/estabelecer regras explicativas sobre fenômenos que ocorrem ao seu redor.
Registros de campo e dados de entrevistas indicaram que muitos professores desconhecem a sintomatologia do autismo e falham em planejar atividades condizentes com o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno. A partir dos resultados de pesquisas, é necessário delinear um programa de capacitação para os docentes, tendo como temáticas o autismo, a adaptação curricular, a Comunicação Alternativa e os critérios de EAM. Essa formação em serviço proporcionará aos docentes a possibilidade de repensar e reestruturar suas aulas, respeitando as especificidades dos alunos com autismo, após a capacitação. Espera-se que haja um aumento no nível de exigência das tarefas para os alunos e mais participação dos mesmos em atividades de grupo. 
É primordial mobilizar a inclusão escolar do aluno com TEA, assim como de todos os aprendizes, não apenas de forma social e/ou funcional, mas também acadêmica, nos anos inicias do Ensino Fundamental e nos demais anos escolares e, acima de tudo, prepará-los para a vida.
De acordo com Bereohff (1991), para educar uma criança autista, é preciso levar em consideração a falta de interação com o grupo, comunicação precária, dificuldades na fala e a mudança de comportamento que apresentam essas crianças. Neste sentido a autora descreve que “é básico que a programação psicopedagógica a ser traçada para estas crianças, esteja centrada em suas necessidades” (BEREOHFF, 1991).
Desta forma, 
Educar uma criança autista é uma experiência que leva o professor a rever e questionar suas ideias sobre desenvolvimento, educação normalidade e competência profissional. Torna-se um desafio descrever um impacto dos primeiros contatos entre este professor e estas crianças tão desconhecidas e na maioria das vezes imprevisíveis (BEREOHFF, 1991).	Comment by UFAC: Faltou o número da página. (p. xx)
A formação dos professores é um fator de extrema importância no que diz respeito ao desenvolvimento do ensino-aprendizagem de alunos com TEA, devido ao fato do professor se encontrar devidamente capacitado, este terá uma maior facilidade de adaptar suas práticas educativas objetivando a melhoria do ensino dos seus alunos com TEA.
Ao programar intervenções e estratégias de ensino baseadas em evidências cientificas, os professores precisam de ferramentas para avaliar e apoiar as estratégias a serem implementadas. Uma avaliação baseada em investigação é imprescindível para que haja sucesso nos ambientes educacionais inclusivos e o primeiro passo a ser dado é a realização de uma avaliação que informe as competências atuais do aluno para criar metas mensuráveis. Assim sendo, o programa educacional para um indivíduo com autismo deve ser baseado nas necessidades únicas daquela pessoa, para ajudar a determinar que tipo de ambiente de aprendizagem seja melhor para ela.
O segundo passo nesse processo é a construção de um Plano Educacional Individualizado (PEI), que é um instrumento que propõe planejar e acompanhar o desenvolvimento de estudantes com dificuldades de aprendizagem com base nas diretrizes escolares, o PEI tem como objetivo orientar o trabalho da escola nas prioridades a serem ensinadas para seu aluno que necessita de adaptações curriculares (Taranto, 2015). Nele, todas as áreas de desenvolvimento do aluno devem ser abordadas, incluindo objetivos acadêmicos, sociais e comportamentais.
Uma vez que o PEI foi estabelecido, o professor deve modificar as atividades e materiais para atender às necessidades dos alunos com TEA, realizando as modificações necessárias para as pessoas com dificuldades de aprendizagem. Por exemplo, essas crianças, geralmente, necessitam da previsibilidade a fim de diminuir a ansiedade. Ser capaz de antecipar as transições e mudanças, tendo um suporte visual que indique quais atividades será realizada durante o dia, pode ser um apoio poderoso para esses alunos. Logo, a introdução de um apoio visual a ser usado na sala de aula, como fotografias, desenhos ou palavras é um recurso particularmente útil para alunos com autismo porqueindicam claramente o que foi concluído e o que deve ser feito em seguida. Outro exemplo, é o brincar por meio de pistas visuais, sequencias de imagens que indica qual será a próxima etapa que a pessoa deverá realizar, esses roteiros auxiliam em brincadeiras como: montar uma estrutura (uma casa), montar um trilho de trem, brincar com blocos e várias outras estruturas do brincar. Através desse modelo, fica evidente que alunos com TEA podem utilizar brinquedos durante o lazer.
Em alguns casos, receber um Acompanhante Terapêutico (AT) é uma estratégia que trará muitos benefícios para o aluno. O AT “é sem dúvida um agente facilitador deste processo de escolarização, para mediar o processo de aprendizagem na instituição” (Gavioli, Ranoya e Abbamonte, 2013), outra consideração importante para o sucesso do aprendizado é a modificação do ambiente do aluno. Desse modo, o professor pode projetar a sala de aula e todos os materiais de instrução para conter suportes e pistas visuais individualizados, fundamentais para minimizar muitos problemas de comportamento.
A utilização de um sistema de comunicação alternativo, como por troca de figuras (PECS) é uma estratégia importante para promover a comunicação dos alunos com TEA. O PECS é especialmente útil quando usado com crianças com TEA que tem habilidades de comunicação limitada. Através da troca de imagens, as crianças aprendem como comunicar suas necessidades e desejos (Hughes, Katsiyannis, McDaniel, Ryan & Polvilhe 2011).
A seguir estão listados outros exemplos de estratégias que, quando individualmente analisadas e planejadas, são potencialmente facilitadoras para o processo de aprendizado em sala de aula:
• Ensinar novas tarefas fornecendo exemplos ou modelos de modo que o aluno tenha uma visão clara dos passos necessários para cumprir determinada tarefa e o desempenho esperado;
• Introduzir atividades adequadas ao nível de dificuldade do aluno envolvido;
• Fornecer instruções ou pistas visuais para tornar a informação mais compreensível para a pessoa;
• Dar previsibilidade para os alunos das atividades que eles irão realizar. Por exemplo, se a classe ciência discutirá as estrelas durante o horário de aula, os pais podem observar um céu noturno com o seu filho/filha. Isto proporciona um processo de familiarização, no qual pode haver uma aceitação do indivíduo a atender às tarefas em uma situação variada;
• Atribuir modelos específicos para que a criança observe e imite diante de atividades em grupo, como tempo na roda ou exercícios em grupo. Em situações de grupo mais fluidas ajudar o indivíduo a selecionar uma função específica que ele ou ela poderá realizar;
• Estruturar sequências de evento em que a atividade menos preferida será seguida pela mais preferida (Primeira __X___, Depois, __X___.).
• Quebrar/fragmentar tarefas em pequenos passos e ensinar casa passo em sequência e de forma estruturada.
Há também intervenções comportamentais específicas que ajudam consideravelmente o processo de inclusão nas instituições escolares regulares. Uma dessas intervenções é a Análise Aplicada do Comportamento (ABA) que é uma prática educativa que envolve o processo de aplicação sistemática de intervenções embasadas nos princípios derivados do comportamento para melhorar condutas socialmente significativas. Ela inclui o ensino de novas habilidades, tais como a vida funcional, comunicação e habilidades sociais; generalização do comportamento de uma situação para outra, como a transferência de habilidades sociais para ambientes naturais; redução da interferência de comportamentos e restrição das condições nas quais os comportamentos inadequados de interferência ocorrem.
Em conclusão, para que uma pessoa com TEA seja inserida no contexto da educação regular, é necessário que se tenha instrumentos que a deixem equiparada às outras pessoas, ferramentas que vão desde a metodologia utilizada até em saber lidar com os diferentes tipos de comportamento que uma pessoa com TEA pode apresentar, como adaptações de currículo, materiais, avaliações, dispensa de disciplinas e substituição por aulas individuais. A educação não é apenas um direito garantido por lei. Mais do que isso, ela é vital para todas as crianças, incluindo aquelas com dificuldade no desenvolvimento. Às instituições, cabe o dever legal e ético de oferecer bases educacionais sólidas e consolidar a equidade como princípio para a criação de ambientes de aprendizagem propícios para que crianças e adolescentes alcancem seu potencial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, os estudos e pesquisas realizadas durante o trabalho final e também realizadas no transcorrer do Curso de Aperfeiçoamento em Atendimento Educacional Especializado para o estudante com Transtorno do Espectro Autista – TEA na UFAC, nota- se que inclusão do aluno autista na escola ainda passa por grandes dificuldades e esta inclusão ainda não esta de modo que garanta uma educação de qualidade e o que dificulta este ensino e aprendizagem são as barreiras encontradas pelos educadores nas escolas. Ainda assim, podemos proferir que estamos trilhando um caminho que nos levará a uma educação inclusiva de qualidade. Assim, trouxemos neste trabalho um deste caminho que foi a elaboração de uma rotina para podermos alcançar com mais facilidade os alunos autistas. Percebe-se que a rotina é um dos melhores métodos para ensinar este aluno, pois irá ajudar ele a conhecer antecipadamente sua rotina escolar, contribuindo para ele sempre saber o que será realizado no dia-a-dia, deixando-os menos ansiosos, mais participativos, sabendo o momento certo de fazer cada tarefa e deixando a monotonia de lado, os professores e mediadores tem a possibilidade de trabalhar regras e limites sem que o aluno sinta imposição dos professores e ainda contribuindo para a participação de todas as crianças da sala de aula.
Diante de tudo que foi dito no decorrer deste trabalho conclui-se também que é necessário estimular os professores e mediadores com mais formações continuada, pois e de extrema importância no diz respeito ao ensino aprendizagem do aluno TEA para melhores resultados, pois grande parte da vida é passada na escola e essa precisa ser entendida que não é feita apenas para passar assuntos, ensinar a ler, escrever e fazer contas, mas que forma cidadãos, que precisam trocar afetividade e sensibilidades, pois a diferença começa nas características biológicas do ser humano e não é ela que determina a personalidade do sujeito. Se analisado de diferentes ângulos, cada sujeito tem suas limitações por possuírem aptidões, dons e características que outros não têm.
Cabe a escola o papel de estar em harmonia com a família trabalhando em reuniões de classe, para esclarecer e orientar para ajudar a família a evoluir o desenvolvimento da criança. Quanto à escola em relação ao aluno com deficiência, ela deve ajudar para que ele seja cada vez mais independente, proporcionando a autonomia em relação ao adulto e quando se tornar adultos também. Também em denunciar abusos, exclusões e falta de estrutura. Isso poderá se dá com um bom relacionamento entre todos os envolvidos.
Ao professor cabe a paciência, determinação, carinho e zelo para não se igualar as pessoas comuns, ele deve entender que tudo é uma etapa, nunca comparar os alunos especiais aos demais e sempre elogiá-los para incentivá-los a lutar por mais uma etapa. Não privilegiar para não excluir, mas tratar de forma igual e com respeito, para que todos possam ter direito a educação.
REFERÊNCIAS
BELISIÁRIO FILHO, J. F.; CUNHA, Patrícia. Coletânea UFC-MEC/2010. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – Fascículo 9: Transtornos Globais do Desenvolvimento. Disponível em <https://central3.to.gov.br/arquivo/299634/> acessado em 15 de maio de 2019.
BELL, Liz. Manual para as escolas: Autismo & realidade. 2011. Disponível no site: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/Manual_para_as_Escolas.pdf>. Acessado em 15 de Abril de 2019. 
CRUZ, Talita. Autismo e inclusão: Experiências no ensino regular. Jundiaí:Paco editorial, 2014. 
CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: Um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2016. 
LOPES, Daniele Centeno; PAVELACKI, Luiz Fernandes. Técnicas utilizadas na educação dos autistas. Disponível em <www.educamoc.com.br/admin_blogs/.../bfc70e185171153f359cc981d3305867.PDF>. Acessado em 25 de Abril de 2019. 
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Curso de Aperfeiçoamento em Atendimento Educacional Especializado para o estudante com Transtorno do Espectro Autista – TEA da Universidade Federal do Acre.

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