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Motores Ciclo Otto SENAI

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Prévia do material em texto

Série automotiva 
Motores 
CiClo otto
Série automotiva
Motores 
CiClo otto
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente 
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
Série automotiva
Motores 
CiClo otto
SENAI
Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto 
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por 
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de 
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por 
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional de Santa Catarina 
Núcleo de Educação – NED
FICHA CATALOGRÁFICA 
_________________________________________________________________________ 
S491m 
 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. 
Mecânico de manutenção em motores de ciclo otto / Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de 
Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2012. 
224 p. : il. (Série Automotiva). 
 
 ISBN 978-85-7519-617-5 
 
 1. Motores à gasolina. 2. Automóveis – Motores. 3. Automóveis – 
Mecânica. 4. Motores de combustão interna. 4. Segurança do 
trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. 
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. 
 
CDU: 629.3.03 
_____________________________________________________________________________ 
ilustrações
Figura 1 - Máquina a vapor ...........................................................................................................................................20
Figura 2 - Máquina a vapor ............................................................................................................................................21
Figura 3 - Funcionamento motor Wankel .................................................................................................................23
Figura 4 - Componentes básicos do motor ..............................................................................................................24
Figura 5 - Motor em linha ...............................................................................................................................................25
Figura 6 - Motor em “V” ...................................................................................................................................................25
Figura 7 - Cilindros opostos ...........................................................................................................................................25
Figura 8 - Bloco de ferro fundido .................................................................................................................................26
Figura 9 - Cabeçote de alumínio ..................................................................................................................................27
Figura 10 - Sedes e guias de válvulas .........................................................................................................................34
Figura 11 - Camisa seca e camisa úmida ...................................................................................................................35
Figura 12 - Bronzina do motor ......................................................................................................................................36
Figura 13 - Bucha de biela ..............................................................................................................................................36
Figura 14 - Comando de válvulas e dispositivos ....................................................................................................37
Figura 15 - Arquitetura das válvulas ...........................................................................................................................38
Figura 16 - Arquitetura de cabeça de válvulas ........................................................................................................39
Figura 17 - Dispositivos da válvula ..............................................................................................................................39
Figura 18 - Tucho hidráulico ..........................................................................................................................................40
Figura 19 - Funcionamento do Tucho hidráulico ...................................................................................................41
Figura 20 - Pistão com anel autotérmico ..................................................................................................................41
Figura 21 - Partes do pistão ...........................................................................................................................................42
Figura 22 - Pino flutuante ...............................................................................................................................................43
Figura 23 - Pino semiflutuante......................................................................................................................................44
Figura 24 - Pino fixo ..........................................................................................................................................................44
Figura 25 - Anéis do pistão do motor .........................................................................................................................45
Figura 26 - Biela do motor .............................................................................................................................................46
Figura 27 - Árvore de manivela ....................................................................................................................................47
Figura 28 - Cabeçote com 16 válvulas .......................................................................................................................48
Figura 29 - Bloco do motor ............................................................................................................................................49
Figura 30 - Combustão ....................................................................................................................................................55
Figura 31 - Triângulo do Fogo .......................................................................................................................................56
Figura 32 - PMS e PMI .......................................................................................................................................................59
Figura 33 - PMI ...................................................................................................................................................................59
Figura 34- PMS ..................................................................................................................................................................59
Figura 35 - Volume de cilindro ......................................................................................................................................60
Figura 36 - Definição de taxa de compressão .........................................................................................................62
Figura 37 - Tempos do Motor - admissão, compressão, combustão e escape ............................................64
Figura 38 - Volante do motor ........................................................................................................................................65
Figura 39 - Ciclo de ignição ............................................................................................................................................66
Figura 40 - Ciclo de ignição ............................................................................................................................................66
Figura 41 - Limpeza do cilindro ....................................................................................................................................68
Figura 42 - Cruzamento de válvulas ...........................................................................................................................68
Figura 43 - Representação do cruzamento de válvulas .......................................................................................69
Figura 44 - Bomba d’água ..............................................................................................................................................74
Figura 45 - Válvula termostática ...................................................................................................................................75
Figura 46 - Aspecto real da válvula termostática ...................................................................................................76
Figura 47 - Radiador .........................................................................................................................................................77
Figura 48 - Reservatório de expansão ........................................................................................................................78
Figura 49 - Tampa do radiador ......................................................................................................................................78
Figura 50 - Tampa do radiador com manômetro ...................................................................................................79
Figura 51 - Eletroventilador instalado no radiador ...............................................................................................80
Figura 52 - Sensor de temperatura .............................................................................................................................80
Figura 53 - Componentes do sistema de arrefecimento .....................................................................................81
Figura 54 - Motor frio .......................................................................................................................................................82
Figura 55 - Motor aquecido ...........................................................................................................................................83
Figura 56 - Temperatura elevada .................................................................................................................................84
Figura 57 - Válvula termostática. .................................................................................................................................86
Figura 58 - Equipamento de teste de vazamento .................................................................................................91
Figura 59 - Atrito e lubrificação. ..................................................................................................................................96
Figura 60 - Pressão do óleo ............................................................................................................................................97
Figura 61 - Pressão do óleo ...........................................................................................................................................98
Figura 62 - Circuito de óleo ............................................................................................................................................98
Figura 63 - Lubrificação do motor ...............................................................................................................................99
Figura 64 - Lubrificação do motor ........................................................................................................................... 100
Figura 65 - Filtro de óleo ............................................................................................................................................. 102
Figura 66 - Funcionamento do filtro de óleo ........................................................................................................ 102
Figura 67 - Interruptor de óleo .................................................................................................................................. 103
Figura 68 - Luz de óleo ................................................................................................................................................ 105
Figura 69 - Borra de óleo .............................................................................................................................................. 105
Figura 70 - Pistão com escoriação ............................................................................................................................ 108
Figura 71 - Bronzina com escoriação ...................................................................................................................... 109
Figura 72 - Bomba de óleo ......................................................................................................................................... 109
Figura 73 - Sistema de lubrificação em equilíbrio e em desequilíbrio ....................................................... 110
Figura 74 - Engrenamento direto ............................................................................................................................. 116
Figura 75 - Engrenamento direto ............................................................................................................................. 117
Figura 76 - Comando no bloco do motor .............................................................................................................. 118
Figura 77 - Comando de válvulas no cabeçote. ................................................................................................. 119
Figura 78 - Duplo comando de válvulas ................................................................................................................ 120
Figura 79 - Correia dentada ........................................................................................................................................ 122
Figura 80 - Travamento do comando e do virabrequim ................................................................................... 124
Figura 81 - Troca da correia dentada ....................................................................................................................... 124
Figura 82 - Tensionamento da correia dentada ................................................................................................... 125
Figura 83 - Coletor de admissão .............................................................................................................................. 132
Figura84 - Filtro de ar ................................................................................................................................................... 133
Figura 85 - Tanque de combustível. ......................................................................................................................... 135
Figura 86 - Tubulação de combustível. .................................................................................................................. 135
Figura 87 - Filtro de combustível .............................................................................................................................. 136
Figura 88 - Bomba mecânica de combustível ..................................................................................................... 136
Figura 89 - Bomba de combustível .......................................................................................................................... 137
Figura 90 - Válvula injetora de combustível ......................................................................................................... 138
Figura 91 - Eletroválvula de combustível ............................................................................................................... 139
Figura 92 - Componentes do sistema de ignição com platinado. ................................................................ 142
Figura 93 - Componentes do sistema de ignição eletrônica ......................................................................... 143
Figura 94 - Chave de ignição ...................................................................................................................................... 144
Figura 95 - Bobina de ignição ................................................................................................................................... 144
Figura 96 - Componentes de distribuição ............................................................................................................. 146
Figura 97 - Alimentação de primário e descarga de ignição no secundário ............................................ 146
Figura 98 - Rotor do distribuidor .............................................................................................................................. 147
Figura 99 - Alimentação de primário e descarga de ignição no secundário ............................................ 148
Figura 100 - Cabos de velas ........................................................................................................................................ 148
Figura 101 - Manuseio correto dos cabos de velas ............................................................................................ 149
Figura 102 - Tipos de cabos de velas ....................................................................................................................... 150
Figura 103 - Tipos de cabos de velas ....................................................................................................................... 150
Figura 104 - Tipos de cabos de velas ...................................................................................................................... 151
Figura 105 - Tipos de cabos de velas ....................................................................................................................... 152
Figura 106 - Tipos de cabos de velas ....................................................................................................................... 153
Figura 107 - Regulagem dos eletrodos das velas ............................................................................................... 154
Figura 108 - Tanque de lavar peças .......................................................................................................................... 159
Figura 109 - Válvula termostática ............................................................................................................................. 162
Figura 110 - Componentes do sistema de arrefecimento ............................................................................. 162
Figura 111 - Escala de pH ............................................................................................................................................. 165
Figura 112 - Escala de pH ............................................................................................................................................. 166
Figura 113 - Escala de pH ............................................................................................................................................. 166
Figura 114 - Resultados e especificações do motor ........................................................................................... 176
Figura 115 - Relatório testes no motor ................................................................................................................... 176
Figura 116 - Borra entupindo os dutos de óleo ................................................................................................... 185
Figura 117 - Manual do proprietário ....................................................................................................................... 186
Figura 118 - Ordem de serviço (parte 1) ................................................................................................................ 188
Figura 119 - Ordem de serviço (parte 2) ................................................................................................................ 189
Figura 120 - Identificação de EPIs obrigatórios no ambiente de trabalho. ............................................... 200
Figura 121 - EPIs .............................................................................................................................................................. 201
Figura 122 - EPCs ............................................................................................................................................................ 202
Figura 123 - Ergonomia ................................................................................................................................................ 203
Figura 124 - Armazenamento de resíduos químicos ......................................................................................... 209
Figura 125 - Destinação de componentes ............................................................................................................ 210
Figura 126 - Coleta seletiva ......................................................................................................................................... 214
Quadro 1 - Matriz curricular ..........................................................................................................................................16
Quadro 2 - Guia de diagnóstico de falhas ............................................................................................................ 111
Quadro 3 - Defeitos x diagnósticos .......................................................................................................................... 169
Quadro 4 - Defeitos x diagnósticos em função do consumo excessivo de óleo ..................................... 170
Quadro 5 - Causas das batidas anormais no motor durante o funcionamento ...................................... 172
Quadro 6 - Causas das falhas no motor .................................................................................................................. 172
Quadro 7 - Consumo excessivo de combustível ................................................................................................. 173
Quadro 8 - Normas Técnicas para manutenção automotiva .......................................................................... 194
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................152 Motores de Combustão Interna ...............................................................................................................................19
2.1 História do motor de combustão interna ...........................................................................................20
2.2 Tipos de motores .........................................................................................................................................21
2.2.1 Motores alternativos ................................................................................................................21
2.2.2 Motores rotativos ......................................................................................................................23
2.3 Características construtivas .....................................................................................................................24
2.4 Materiais empregados ..............................................................................................................................26
3 Componentes do Motor Ciclo Otto .........................................................................................................................31
3.1 Componentes fixos .....................................................................................................................................32
3.1.1 Junta do cabeçote ....................................................................................................................32
3.1.2 Guias de válvulas .......................................................................................................................33
3.1.3 Sedes de válvulas ......................................................................................................................33
3.1.4 Câmara de combustão ............................................................................................................34
3.1.5 Cilindros do motor ....................................................................................................................35
3.1.6 Casquilhos ...................................................................................................................................36
3.2 Componentes móveis ................................................................................................................................37
3.2.1 Eixo de comando de válvulas e dispositivos ...................................................................37
3.2.2 Válvulas .........................................................................................................................................38
3.2.3 Mola da válvula ..........................................................................................................................39
3.2.4 Tuchos ...........................................................................................................................................40
3.2.5 Êmbolo ..........................................................................................................................................41
3.2.6 Pino flutuante .............................................................................................................................43
3.2.7 Pino semiflutuante ...................................................................................................................44
3.2.8 Pino fixo ........................................................................................................................................44
3.2.9 Anéis de motor ..........................................................................................................................45
3.2.10 Biela do motor .........................................................................................................................46
3.2.11 Árvore de manivelas ..............................................................................................................46
3.3 Cabeçote .........................................................................................................................................................47
3.4 Bloco do motor.............................................................................................................................................49
4 Princípios de Funcionamento ...................................................................................................................................53
4.1 Princípios Físicos ..........................................................................................................................................54
4.2 Funcionamento elementar do Motor Ciclo Otto .............................................................................63
4.3 Cruzamento de válvulas............................................................................................................................67
5 Sistema de Arrefecimento ..........................................................................................................................................73
5.1 Componentes ...............................................................................................................................................74
5.2 Funcionamento ............................................................................................................................................81
5.3 Aditivos ...........................................................................................................................................................86
5.4 Manutenção ..................................................................................................................................................89
5.5 Ferramentas e equipamentos .................................................................................................................91
6 Sistema de Lubrificação ...............................................................................................................................................95
6.1 Funcionamentos ..........................................................................................................................................96
6.1.1 Lubrificantes para motores ...................................................................................................99
6.1.2 Subsistema de lubrificação do motor ............................................................................. 100
6.2 Componentes ............................................................................................................................................ 100
6.2.1 Bomba de óleo ........................................................................................................................ 100
6.2.2 Filtro de óleo ............................................................................................................................ 101
6.2.3 Interruptor de óleo ................................................................................................................ 103
6.2.4 Recursos auxiliares do sistema de lubrificação ........................................................... 103
6.3 Manutenção ............................................................................................................................................... 104
6.3.1 Diagnóstico de defeito ......................................................................................................... 107
6.3.2 Falta de lubrificação .............................................................................................................. 108
7 Sistema de Distribuição Motora ............................................................................................................................ 115
7.1 Tipos e funcionamento........................................................................................................................... 116
7.1.1 Distribuição por engrenagens ..........................................................................................121
7.1.2 Distribuição por correia dentada ..................................................................................... 121
7.1.3 Distribuição por corrente .................................................................................................... 122
7.2 Manutenção ............................................................................................................................................... 123
8 Sistemas de Alimentação e Ignição...................................................................................................................... 131
8.1 Alimentação de Ar.................................................................................................................................... 132
8.1.1 Sistema de Alimentação de Ar .......................................................................................... 132
8.1.2 Manutenção ............................................................................................................................. 133
8.2 Alimentação de Combustível ............................................................................................................... 134
8.3 Manutenção .............................................................................................................................................. 139
8.4 Ignição .......................................................................................................................................................... 141
8.4.1 Cabos de velas......................................................................................................................... 148
8.4.2 Velas de ignição ...................................................................................................................... 151
8.4.3 Veículo a GNV ......................................................................................................................... 153
9 Técnicas de Manutenção .......................................................................................................................................... 157
9.1 Limpeza de componentes..................................................................................................................... 158
9.2 Inspeção de componentes ................................................................................................................... 159
9.3 Reparo e substituição de componentes .......................................................................................... 160
9.4 Montagem de componentes ............................................................................................................... 164
9.5 Ferramentas e equipamentos .............................................................................................................. 164
9.6 Diagnóstico de anomalias ..................................................................................................................... 167
10 Identificação do Serviço de Manutenção e Normas Técnicas .................................................................. 181
10.1 Preventiva e Corretiva .......................................................................................................................... 182
10.1.1 Manutenção preventiva ................................................................................................... 182
10.1.2 Manutenção corretiva ........................................................................................................ 185
10.1.3 Plano de manutenção ........................................................................................................ 186
10.2 Ordem de Serviço .................................................................................................................................. 187
10.3 Manual de Reparação do Veículo ..................................................................................................... 189
10.4 Normas Técnicas ..................................................................................................................................... 190
11 Saúde e Segurança no Trabalho.......................................................................................................................... 197
11.1 Fundamentos de Segurança ............................................................................................................. 198
11.2 Normas Técnicas de Segurança ........................................................................................................ 198
11.3 Riscos nas operações de manutenção ........................................................................................... 199
11.4 Plano de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA ................................................................... 199
11.5 EPIs .............................................................................................................................................................. 200
11.6 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC .................................................................................. 202
11.7 Ergonomia ................................................................................................................................................ 203
12 Segregação e Descarte de Materiais ................................................................................................................. 207
12.1 Procedimentos e normas de armazenagem ................................................................................ 208
12.2 Armazenagem de resíduos químicos ............................................................................................. 208
12.3 Armazenagem de resíduos sólidos ................................................................................................. 209
12.4 Segregação e destinação de componentes ................................................................................. 209
12.5 Normas e legislação ambiental ........................................................................................................ 210
12.5.1 Municipal ................................................................................................................................ 210
12.5.2 Estadual ................................................................................................................................... 211
12.5.3 Federal ..................................................................................................................................... 211
12.6 Resíduos .................................................................................................................................................... 212
12.7 Coleta Seletiva de resíduos ................................................................................................................ 213
Referências ........................................................................................................................................................................ 219
Minicurrículo dos autores ........................................................................................................................................... 220
Índice .................................................................................................................................................................................. 223
1
introdução
Você está iniciando seus estudos sobre os motores ciclo Otto. Com o auxílio deste material 
didático você irá construir seu aprendizado na área de reparação e manutenção de motores 
ciclo Otto. Dessa maneira, você conhecerá as principais características dos motores, estudará 
seus componentes, circuitos e algumas técnicas de manutenção.
Você deve estar ciente de que este material didático lhe servirá como um norteador para o 
conhecimento, uma vez que você não deve se limitar às informações fornecidas neste material, 
pesquisando em outroslivros, revistas e na Internet. Isto é importante para que você esteja 
sempre atualizado, pois a cada dia que passa surgem novas tecnologias no mundo da repara-
ção automotiva.
 Aqui você irá conhecer um pouco da história do motor ciclo Otto, além de conhecer os di-
ferentes tipos de motores, suas características e os tipos de materiais de fabricação. Em segui-
da, você conhecerá os principais componentes do motor, conhecendo os componentes fixos, 
móveis, o cabeçote e o bloco do motor, entre outros.
Depois disso, você aprenderá sobre o princípio de funcionamento do motor ciclo Otto, co-
nhecendo seus princípios físicos. Em seguida, você verá os tempos do motor e alguns aspectos 
do funcionamento do mesmo. Após conhecer o princípio de funcionamento, você estudará os 
principais aspectos e características dos sistemas integrados aos motores, conhecendo, assim, 
os sistemas de lubrificação, arrefecimento, distribuição e de alimentação.
Com esses conhecimentos que você terá adquirido, será possível aprender algumas técni-
cas de manutenção, para que, ao reparar algum sistema ou componente de um motor ciclo 
Otto, você possa realizar o serviço com qualidade e eficiência.
Para isto, você conhecerá alguns aspectos sobre a identificação dos serviços de manuten-
ção, além de algumas normas técnicas referentes à manutenção dos motores ciclo Otto.
Por fim, para que você se torne um reparador de qualidade, com ética e responsabilidade, 
você aprenderá alguns aspectos sobre saúde e segurança no trabalho, além de conhecer algu-
mas características sobre segregação e descarte de materiais.
Este livro de motor Otto tem o objetivo de proporcionar a você, aluno leitor, o domínio dos 
conhecimentos sobre o princípio de funcionamento deste tipo de motor. O desenvolvimento 
do estudo deste livro deve ocorrer com base no ensino de aprendizagem a distância e com 
aulas presencias.
16 motoreS ciclo otto
A disposição do conteúdo foi desenvolvida para que você possa receber um 
treinamento didático claro e objetivo. As aulas teóricas, por serem a distância, vão 
exigir de você dedicação e muita leitura, e nos encontros práticos você poderá 
tirar dúvidas com seu professor tutor.
O texto que será apresentado a você irá tratar de conteúdo básico, figuras di-
dáticas e muitos questionamentos que irão lhe ajudar durante a aprendizagem 
na fase teórica. 
Segue, na matriz curricular, a unidade curricular prevista e a respectiva carga 
horária. Acompanhe!
Mecânico de Manutenção em Motores Ciclo Otto
MódulOs denOMinaçãO unidades CurriCulares
Carga 
hOrária
Carga hOrária 
dO MódulO
Básico Básico
•	Organização do 
Ambiente de Trabalho
30h
60h
•	Fundamentos da 
Tecnologia Automotiva
30h
Introdutório
Introdutório de 
Mecânica 
•	Sistemas Mecânicos 
Automotivos
80h 80h
Específico III
Mecânica de 
Motores Ciclo Otto
•	 Motores Ciclo Otto 120h 120h
Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI DN
Agora você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste 
processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática 
devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. 
Bom estudos!
1 Introdução 17
Anotações:
2
motores de combustão interna
Os sistemas mecânicos dos automóveis ou veículos possuem diversos componentes que 
trabalham em conjunto e, no caso do motor não é diferente, mas o que mais o diferencia de 
outros sistemas mecânicos é o número elevado de componentes, e ainda, a complexidade do 
sincronismo entre esses componentes. Dentro do motor existem ainda diversos sistemas que 
trabalham em conjunto. Mas antes de você conhecer todos esses componentes e sistemas, é 
necessário que você conheça alguns detalhes básicos dos motores.
Neste capítulo, você aprenderá sobre os tipos de motores e conhecerá suas diferentes ca-
racterísticas de construção, aprenderá sobre suas classificações e, ainda, seus princípios de fun-
cionamento. Você conhecerá também os materiais empregados, bem como as características 
de alguns componentes principais, como o cabeçote, o bloco do motor, o cárter e os conjuntos 
fixos e móveis.
Ao final do estudo deste capítulo, você terá adquirido um conhecimento que lhe servirá de 
base para o restante do seu aprendizado. Sendo assim, você terá subsídios para:
a) identificar os diferentes tipos de motores ciclo Otto;
b) reconhecer as classificações dos motores;
c) reconhecer o funcionamento elementar;
d) correlacionar o funcionamento elementar com os demais sistemas mecânicos;
e) identificar os principais componentes do motor e seus sistemas.
Quantos desafios de aprendizagem você tem ao longo deste conteúdo! Inicialmente, você 
conhecerá a história do motor de combustão. Vamos lá!
MOTOres ciclO OTTO 20
2.1 HiStória do motor de combuStão interna
Há muitos séculos o homem vem se defrontando com problemas de trans-
porte. Muito de seus esforços foram dirigidos à construção de veículos que não 
dependessem de tração animal. A máquina a vapor, entretanto, apresenta muitos 
problemas e inconvenientes: seu baixo rendimento a obriga a utilizar grandes 
quantidades de combustível e água. A produção de vapor em caldeiras, pelo calor 
gerado nas fornalhas, obriga o motor a ocupar muito espaço. Por isso, torna-se 
difícil fazer um carro a vapor compacto. Observe, a seguir.
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A
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3)
Figura 1 - Máquina a vapor 
Fonte: SENAI (2003, p. 8)
Após a invenção da máquina a vapor, ocorreu sua instalação nos veículos já 
existentes: carruagens, triciclos e bicicletas. Consta que o primeiro desses veícu-
los, um triciclo a vapor, foi construído na França, já em 1771. Esses triciclos deram 
início a um processo que não se interrompeu mais: a produção de automóveis 
(veículos que têm propulsão própria). Veja a ilustração, na sequência.
1 COMBuSTãO
A combustão é definida 
como a queima de um 
combustível de maneira 
controlada, diferente 
da explosão, que é uma 
queima sem controle.
2 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 21
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3)
Figura 2 - Máquina a vapor
Fonte: SENAI (2003, p. 9)
O motor de combustão1 interna queima o combustível dentro dos cilindros 
que produzem a força-motriz do veículo. Por isso, funcionam com quantidades 
controladas de combustível e possuem rendimento superior ao motor de com-
bustão externa.
O primeiro automóvel a gasolina foi construído em 1885, na Alemanha, por 
Carl Benz, que construiu o motor de quatro tempos e o adaptou a um triciclo.
um motor de quatro tempos já havia sido construído e utilizado com sucesso, 
em 1876, por outro alemão – o engenheiro august nikolaus Otto, que baseou 
seus trabalhos nos princípios físicos patenteados pelo francês Beau de Rochas.
Conheça, a seguir, os dois principais tipos de motores.
2.2 tipoS de motoreS
São dois os principais tipos de motores de combustão interna: os motores ro-
tativos e os motores alternativos, conhecidos também como motores de movi-
mento alternado. Você iniciará conhecendo os motores alternativos.
2.2.1 MOTORES ALTERNATIVOS
A árvore de manivelas, conhecida como girabrequim ou virabrequim, faz 
parte de um conjunto móvel formado também pelas bielas. Esse conjunto trans-
forma, na própria árvore de manivelas, os movimentos retilíneos alternativos dos 
êmbolos em rotação. 
MOTOres ciclO OTTO 22
O êmbolo, conhecido também como pistão, executa um movimento alternati-
vo. O movimento tem esse nome, pois o pistão, ligado à biela, faz um movimento 
de sobe e desce dentro dos cilindros do motor. 
Com o uso de colos excêntricos2, o virabrequim transforma esse movimento 
em rotação, transformando o movimento alternado em circular e giratório. 
 VOCÊ 
 SABIA?
Que a palavra virabrequim vem do termo francês ‘vile-
bréquin’, que consiste em um conjunto de articulações 
com objetivo de transformar um movimento retilíneo 
em rotativo.
Você sabe como os motores a explosão alternativos são classificados? Confira: 
a) pelo número de tempos ou percurso do êmbolo em cada ciclo;
b) pelo tipo de compressão;
c) pelomodo como são refrigerados; 
d) pelo arranjo de suas válvulas;
e) pelo arranjo de seus cilindros e pela maneira como são alimentados com ar 
e combustível.
Você sabia que o nome motor de combustão significa que o motor utiliza a 
energia do fogo para realizar trabalho mecânico? É isto mesmo! E os motores de 
combustão podem ser classificados de diferentes maneiras devido a essa com-
bustão. 
É importante ressaltar que combustão é o termo correto, e não “explosão”. 
Isso porque combustão significa uma queima controlada, que é o caso dos moto-
res ciclo Otto e ciclo Diesel; enquanto que explosão é uma queima sem controle, 
como a que ocorre quando uma dinamite explode.
Se a combustão ocorrer dentro do cilindro, que é o caso dos motores a gás, a 
óleo diesel, a gasolina, a querosene, a álcool e outras misturas dos vários combus-
tíveis existentes, ele é chamado de motor de combustão interna, ou endotérmi-
co. Já a conhecida máquina a vapor de James Watt, é um exemplo de motor de 
combustão externa, ou exotérmico. 
Muito bem, após ter conhecido detalhes sobre os motores alternativos e como 
se caracteriza seu funcionamento, convido você a aprender sobre os motores ro-
tativos. 
2 COLOS ExCÊNTRICOS
 O virabrequim possui 
regiões onde são instaladas 
as bielas, e regiões onde 
o virabrequim é fixado 
no bloco do motor. Essas 
regiões são chamadas de 
colos, e os colos que fixam 
as bielas são deslocados do 
centro do eixo virabrequim, 
por isso são colos 
excêntricos.
2 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 23
2.2.2 MOTORES ROTATIVOS
O motor rotativo é conhecido também como motor Wankel, e utiliza rotores 
no lugar de êmbolos. Os rotores produzem diretamente o movimento giratório. 
Na figura a seguir você acompanha o funcionamento de um Motor Wankel, 
onde:
a = Admissão
e = Escape
r = Rotor
V = Vela
Admissão
Exaustão Compressão
Combustão
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V
V
V
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A
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R
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2)
Figura 3 - Funcionamento motor Wankel
Fonte: Adaptado de Wikipédia (2012) 
 FIQUE 
 ALERTA
Os tempos do motor devem ocorrer em uma ordem sin-
cronizada, desse modo, se o motor não funcionar de acor-
do com esse sincronismo, podem surgir sérios danos aos 
seus componentes.
Continue atento, pois o assunto que será abordado a seguir agregará para o 
entendimento do tópico “motores”! Siga em frente!
MOTOres ciclO OTTO 24
2.3 caracteríSticaS conStrutivaS
O motor de combustão interna é composto de três partes fundamentais:
a) cabeçote - que aloja as câmaras de combustão, as válvulas e seus agrega-
dos;
b) bloco - que é a estrutura principal do motor onde estão os cilindros e êm-
bolos;
c) conjunto móvel (árvore de manivelas, bielas e outros elementos) - que 
transformam o movimento retilíneo alternado dos êmbolos em movimento 
de rotação. Observe, a seguir. 
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ca
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00
2)
Figura 4 - Componentes básicos do motor
O conjunto formado pelo cabeçote, bloco e partes móveis pode ser dispos-
to em diferentes configurações. Normalmente, os motores do ciclo Otto ou ciclo 
Diesel são construídos com um ou mais cilindros. Motores monocilíndricos, ou 
seja, motores de apenas um cilindro são empregados em implementos agrícolas, 
motocicletas e pequenas embarcações. Os policilíndricos, com 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12 
ou mais cilindros, destinam-se a automóveis, locomotivas, navios e aviões.
Os cilindros podem estar agrupados de várias formas em um motor, dando ori-
gem a motores com diferentes deposições dos cilindros. Dessa maneira, os moto-
res podem ser classificados como em linha, em “V”, em “W”, em “L” ou de cilindros 
opostos (que é popularmente conhecido como motor Boxer). 
2 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 25
Você quer conhecer as principais disposições dos cilindros? Então observe os 
três principais tipos de motores abaixo.
a) Motor em linha: quando os cilindros estão alinhados longitudinalmente. 
Bí
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ca
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2)
Figura 5 - Motor em linha
b) Motor em v: quando os cilindros são colocados lado a lado, formando ân-
gulos. 
Bí
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ca
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00
2)
Figura 6 - Motor em “V”
c) Motor com cilindros opostos: formado sempre por cilindros em números 
pares, um diante do outro. 
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ca
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2)
Figura 7 - Cilindros opostos
MOTOres ciclO OTTO 26
 SAIBA 
 MAIS
Para conhecer mais sobre os motores ciclo Otto e outros 
sistemas mecânicos, leia o jornal “Oficina Brasil”. Lá, você 
encontra dicas de manutenção e explicações sobre o funcio-
namento de diversos sistemas automotivos. Esse jornal pode 
ser encontrado em bancas de jornal, ou ainda, através de 
assinatura.
Aqui você pôde perceber a composição do motor de combustão! O próximo 
foco de estudos será a respeito dos materiais empregados na confecção dos mo-
tores. 
2.4 materiaiS empregadoS 
Os motores podem ser usinados em ligas de alumínio, ou ferro fundido melho-
rado, com a adição de outros metais. Entretanto, os cilindros são feitos separada-
mente, em forma de camisas, e o bloco funciona apenas como um suporte para 
essas camisas, o qual pode ser confeccionado de ferro fundido3 comum. 
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Figura 8 - Bloco de ferro fundido
É comum o alumínio e suas ligas serem utilizados para a fabricação do bloco 
de cilindros, ficando o ferro fundido restrito à fabricação das camisas. Isto ocorre 
porque o alumínio apresenta fácil usinagem, pouco peso e boa condução de ca-
lor; enquanto o ferro fundido tem excelente qualidade de autolubrificação, devi-
do ao grafite existente em sua composição.
As ligas de alumínio tornaram-se muito resistentes com as tecnologias atuais, 
e são chamadas na indústria de duralumínio, devido ao fato de sua dureza e resis-
tência terem aumentado consideravelmente. Acompanhe.
3 FERRO FuNDIDO
É um tipo de metal que 
possui 45% de carbono, o 
que o torna muito duro e 
resistente a temperaturas, 
impactos, dilatações e 
outros fatores que possam 
causar a ruptura de outros 
metais mais frágeis. Note, a 
seguir.
2 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 27
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2)
Figura 9 - Cabeçote de alumínio
A tecnologia empregada na fabricação dos blocos de motores e cabeçotes 
tem avançado constantemente, com o objetivo de aumentar a vida útil desses 
componentes, e ainda, reduzir o custo de fabricação dos mesmos. Tanto o bloco 
quanto o cabeçote são fabricados de ligas especiais, para que possam realizar 
seus trabalhos com eficiência e ainda ter sua durabilidade garantida.
Acompanhe, na sequência, um relato que ilustra o tópico soldagem.
caSoS e relatoS
solda em ferro fundido funciona?
Certo dia, Souza estava trabalhando em sua oficina quando apareceu um 
caminhão guincho, trazendo o veículo de um cliente, o Sr. Alcides. De-
pois de descarregar o veículo, Souza conversou com Alcides, o qual lhe 
explicou que estava dirigindo seu veículo quando escutou um barulho 
muito forte e o carro começou a falhar. Como Alcides não sabia o que 
estava acontecendo, parou o carro e percebeu que embaixo do motor 
havia uma poça de óleo lubrificante.
Souza abriu o capô do veículo e começou a analisar o motor, e facilmente 
identificou que a biela havia quebrado o bloco do motor. Com a autoriza-
ção de Alcides, Souza desmontou completamente o motor para identifi-
car a causa do defeito e a gravidade do estrago. A partir de então, Souza 
percebeu que o motor havia fundido o pistão e, por isso, ele ficou travado 
no cilindro. 
MOTOres ciclO OTTO 28
Como Alcides estava em uma velocidade considerável, a biela quebrou 
na região do pino e ficou trabalhando solta por alguns segundos. Este 
curto intervalo de tempo foi o suficiente para que ela quebrasse a lateral 
do bloco do motor.
Alcides ficou apavorado, pois iria custar muito caro para colocar um blo-
co de motor novo. Souza lhe explicou que o correto nesses casos é subs-
tituir o bloco do motor, para garantir a qualidade do serviço e a vida útil 
dos componentes.
Como Alcides tinha pouco dinheiro, Souza lhe recomendou que o bloco 
fossesoldado, pois assim, ele poderia utilizar por mais um tempo o mo-
tor, trocando depois o bloco. Desta forma, Souza levou o bloco do motor 
a um experiente soldador para realizar o tamponamento do buraco que 
a biela fez.
O soldador fechou o buraco com um pedaço adicional de metal, e expli-
cou a Souza e Alcides que a solda em ferro fundido requer uma técnica 
específica, e por isso não é tão simples de fazê-la. Mas, como ele sabia 
utilizar essa técnica e tinha os equipamentos apropriados, o serviço ficou 
muito bom.
Após a solda, Souza montou o motor novamente e finalizou o serviço, 
entregando o carro ao Seu Alcides, que ficou contente em ter seu veículo 
funcionando novamente.
Percebeu que ótima solução foi dada ao automóvel de Alcides com a solda-
gem do bloco de motor? Desta forma, ele economizou e pôde ter seu veículo em 
funcionamento mais uma vez! 
2 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 29
recapitulando
Neste capítulo, você conheceu as principais características dos motores 
do ciclo Otto, sendo assim, você aprendeu sobre a história, os tipos de 
motores, as características construtivas, além dos tipos de materiais com 
os quais são fabricados. Com isso, você poderá identificar os diferentes 
tipos de motores e suas principais características.
Com esses aprendizados, você poderá atuar na oficina de maneira mais 
eficiente, pois agora você está começando a adquirir conhecimentos es-
pecíficos sobre os motores ciclo Otto. Assim, após concluir este capítulo, 
você poderá continuar seus estudos, conhecer perfeitamente os princi-
pais componentes do motor e identificá-los com precisão. Necessitan-
do rever conceitos, retome os conteúdos já estudados e consolide sua 
aprendizagem.
3
componentes do motor ciclo otto
Antes de conhecer o funcionamento dos motores ciclo Otto é importante que você conheça 
os principais componentes que são empregados na construção desses motores. Após conhecê-
-los, você terá uma visão mais ampla do funcionamento dos motores e de seus sistemas e com-
ponentes.
Ao final do estudo deste capítulo, você terá adquirido conhecimentos que lhe servirão de 
base para:
a) reconhecer os componentes fixos do motor;
b) identificar e aplicar os componentes móveis do motor;
c) reconhecer as características e o estado de conservação dos cabeçotes;
d) identificar o estado de conservação e as características do bloco do motor.
Prepare-se para embarcar nesta etapa que traz mais informações relevantes a sua perfor-
mance profissional.
MOTOres ciclO OTTO 32
3.1 componenteS FiXoS
um motor ciclo Otto possui diversos componentes empregados em sua cons-
trução. Para que seja possível uma identificação mais ampla, são classificados em 
móveis e fixos. Primeiramente, você conhecerá os componentes fixos, que são 
elementos que permanecem imóveis durante o funcionamento do motor. Inicial-
mente, você verá a junta do cabeçote.
3.1.1 JuNTA dO cAbEçOTE
A junta do cabeçote é um desses componentes fixos, pois se mantém inalte-
rada durante o funcionamento do motor, apesar de sofrer dilatações devido ao 
calor proveniente da combustão que ocorre dentro dos cilindros do motor. Por 
muito tempo as juntas de cabeçote foram fabricadas em amianto, com reforços 
metálicos para resistir às altas temperaturas e pressão causadas pela combustão 
da mistura. Atualmente, as juntas de cabeçote estão sendo fabricadas, em sua 
maioria, com diversas camadas de metal, o que faz com que recebam o nome de 
juntas metálicas ou multilayer (multicamadas).
A junta de cabeçote faz a vedação entre o cabeçote e o bloco do motor e isola 
os condutos, orifícios e câmaras, para que cada componente cumpra suas fun-
ções sem interferir nas dos outros. Isso é possível porque as perfurações da junta, 
do cabeçote e do bloco se correspondem perfeitamente. 
Como a junta sofre esmagamentos durante a instalação do cabeçote, ela deve 
ser substituída toda vez que o motor for desmontado ou o cabeçote for retirado. 
Você sabe qual é uma das principais funções da junta do cabeçote? Boa pergunta, 
não é mesmo? Bem, certamente é a de vedar o espaço existente entre o cabeçote 
e o bloco do motor, mas ela também funciona como um componente de segu-
rança, exercendo uma função parecida com a de um fusível, pois ela se danifica 
antes que algo mais grave aconteça com o motor.
É importante ressaltar que, se a superfície do bloco do motor, ou do cabeçote, 
não estiver adequada, a junta do cabeçote não conseguirá fazer uma vedação 
eficiente. Além disso, a face do bloco e a face do cabeçote não podem estar em-
penadas, caso contrário, a vedação será prejudicada. 
Agora confira outros componentes fixos que permanecem imóveis durante o 
funcionamento do motor: as guias de válvulas.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 33
3.1.2 GuIAS dE VáLVuLAS
As guias de válvulas são componentes fixos fabricadas em latão, ferro fundi-
do ou aço. Têm forma cilíndrica e são colocadas sob interferência em perfurações 
existentes no cabeçote. Em geral, a extremidade superior da guia tem forma cô-
nica para evitar o acúmulo de óleo lubrificante que poderia vazar para dentro das 
câmaras de combustão. 
Essas guias de válvulas servem de suporte para o trabalho alternativo das vál-
vulas, pois seu diâmetro interno é usinado1 ligeiramente maior que o diâmetro 
externo da válvula, gerando uma pequena folga, tornando possível que a válvula 
deslize suavemente dentro do guia..
3.1.3 SEdES dE VáLVuLAS
As sedes das válvulas também são colocadas em seus alojamentos com in-
terferência, ou podem fazer parte do próprio cabeçote. Quando a sede da válvula 
é fabricada separada do cabeçote, é possível realizar sua substituição, desde que, 
em seguida, seja realizado um assentamento das válvulas. Entretanto, no caso 
das sedes usinadas diretamente do cabeçote, é preciso retificar as sedes e, caso 
não seja mais possível realizar essa retífica, o cabeçote deve ser substituído por 
completo.
As sedes de válvula são buchas curtas e metálicas, com uma das extremidades 
de formato cônico. Elas se encaixam nos alojamentos de mesmo formato situados 
nos rebaixos do cabeçote que formam as câmaras de combustão. Veja a figura, 
na sequência.
1 usinado: palavra originária de usinagem que significa o ato ou efeito de usinar. Submeter um 
material bruto à ação de uma máquina e/ou ferramenta, para ser trabalhada. 
MOTOres ciclO OTTO 34
Válvula
Guia
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20
12
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Figura 10 - Sedes e guias de válvulas
Fonte: Fiat Automóveis (2006, p. 70)
O ângulo de inclinação das sedes é igual ao ângulo da face de assentamento 
das válvulas, para que se acoplem perfeitamente e causem a vedação da câma-
ra de combustão durante a compressão da mistura. Como estão submetidas a 
temperaturas elevadas, as sedes são fabricadas de aços especiais para resistirem 
a desgastes e deformações. Chegou a vez de você conhecer como funciona a câ-
mara de combustão.
3.1.4 câMARA dE cOMbuSTãO
 A câmara de combustão foi projetada para que o aumento da chama da com-
bustão aconteça o mais rápido possível. Durante a combustão da mistura ar/com-
bustível, ocorre uma enorme dispersão de energia e calor, e esta energia é que 
empurra o pistão para baixo, realizando o movimento retilíneo descendente do 
êmbolo e da biela.
Nos motores Flex, gasolina e álcool a vela de ignição é instalada em uma po-
sição estratégica para aproveitar ao máximo toda a queima da mistura ar e com-
bustível. Sendo assim, o formato da câmara de combustão e a posição da vela de 
ignição influenciam no formato de dispersão da energia e do calor gerado pela 
combustão, o que torna uma combustão eficiente conforme o projeto do motor. 
Próximo componente fixo: cilindros do motor.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 35
3.1.5 cILINdROS dO MOTOR
Para que os pistões do motor possam realizar o movimento alternativo de su-
bida e descida, é preciso que exista um componente que sirva de apoio a esse 
pistão e ainda auxilie na combustão e dispersão do calor. Esses componentes são 
os cilindros do motor.
Oscilindros podem ser classificados em cilindros fixos e cilindros móveis. Esses 
cilindros móveis também são conhecidos por cilindros encamisados. Na maio-
ria dos motores os cilindros fazem parte do bloco do motor, sendo usinados no 
próprio bloco, sendo conhecidos assim, como cilindros fixos. Em outros motores, 
os cilindros são encaixados no bloco do motor. Neste caso recebem o nome de 
camisas, e a colocação do cilindro no bloco é chamada de encamisamento.
Estes cilindros são feitos de aço e podem ser chamados de: camisa seca, quan-
do o líquido de arrefecimento não tem contato direto com o cilindro; ou camisa 
molhada (ou úmida), quando a superfície externa do cilindro fica em contato di-
reto com o líquido de arrefecimento.
Na parte interna do cilindro é feito o brunimento, que são pequenos riscos em 
forma de ângulos, os quais possuem o objetivo de reter o óleo lubrificante que 
escorre pelas paredes do cilindro e facilitar o trabalho dos anéis de segmento, 
permitindo um escorregamento suave dos anéis pelas paredes do cilindro.
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Figura 11 - Camisa seca e camisa úmida
MOTOres ciclO OTTO 36
3.1.6 cASquILhOS
Também denominado de bronzina, o casquilho serve de guia e apoio para o 
órgão giratório em regime de velocidade e cargas elevadas. Acompanhe!
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Figura 12 - Bronzina do motor
É produzido a partir de um conjunto de ligas metálicas , para suportar as pres-
sões e as elevadas velocidades de rotação, possui um revestimento de material 
especial antrifricção, com o objetivo de reduzir o atrito e o desgaste das peças.
No orifício do pé da biela existe uma bucha que possui a mesma função do 
casquilho, servindo de guia e apoio para o pino de pistão. Essa bucha é fabricada 
de maneira semelhante ao casquilho, possuindo revestimento antifricção. Obser-
ve a ilustração, a seguir.
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Figura 13 - Bucha de biela
 FIQUE 
 ALERTA
O formato do desgaste da bronzina pode indicar a causa 
do defeito, ou ainda, a maneira como ele ocorreu.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 37
Que importante foi este momento de estudos! Após você ter conhecido o 
comportamento dos componentes fixos (que são elementos que permanecem 
imóveis durante o funcionamento do motor), peço sua atenção para focar nos 
componentes móveis do motor, o próximo assunto a ser abordado! Siga em fren-
te!
3.2 componenteS móveiS
Como você viu, o motor possui componentes fixos que realizam algumas das 
funções vitais do motor ciclo Otto. Agora, você conhecerá os principais compo-
nentes móveis dos motores ciclo, conhecendo suas características e principais 
funções. Inicialmente, você verá o eixo de comando de válvulas e dispositivos.
3.2.1 EIxO dE cOMANdO dE VáLVuLAS E dISpOSITIVOS
A árvore comando de válvulas é o principal componente do mecanismo de 
distribuição mecânica, pois é a responsável pela regulagem das fases de admis-
são e descarga do motor, realizando a abertura e permitindo fechamento das vál-
vulas no momento adequado a cada tempo do motor, e em cada cilindro.
O comando de válvulas é acoplado ao virabrequim por meio de uma engre-
nagem, que é ligada a uma correia dentada da distribuição, ou a uma corrente 
metálica, conforme o projeto do sistema de distribuição do motor em questão. 
Assim, as duas árvores giram de maneira sincronizada. Observe a figura.
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Figura 14 - Comando de válvulas e dispositivos
A árvore de comando de válvulas tem a função de sincronizar a abertura e o 
fechamento das válvulas com os movimentos dos êmbolos; estabelecer a ordem 
de ignição dos cilindros; além de ser uma das responsáveis pelo limite de rotação 
do motor. Dependendo da marca e do tipo de motor, essa árvore é instalada no 
bloco do motor ou no cabeçote. Chegou o momento de conhecer mais um com-
ponente móvel: as válvulas!
MOTOres ciclO OTTO 38
3.2.2 VáLVuLAS
Você sabe qual a função da válvula? Bem, a função da válvula é controlar a en-
trada da mistura ar/combustível e a saída dos gases provenientes da combustão. 
Além disso, as válvulas não permitem que a mistura passe para fora da câmara de 
combustão durante a compressão e a combustão. 
Elas são feitas de aço e devem suportar altas temperaturas. A forma da válvula 
é de uma haste cilíndrica, com uma das pontas em forma de disco, chamada ca-
beça. Na outra ponta há uma canaleta, onde é instalada uma chaveta que trava 
o prato que serve de apoio para a mola da válvula. Note a figura, na sequência.
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Figura 15 - Arquitetura das válvulas
A válvula pode ser confeccionada conforme o formato da câmara de combus-
tão, assim, ela pode ter o formato plana, côncava ou convexa. Quanto à função, 
as válvulas podem ser de admissão ou de descarga. As de descarga são menores 
que as de admissão, pois a pressão dos gases durante a descarga facilita sua saída 
da câmara de combustão.
Veja, na figura a seguir, os principais tipos de válvulas.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 39
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6)
Figura 16 - Arquitetura de cabeça de válvulas
Agora você terá contato com mais um componente: a mola da válvula!
3.2.3 MOLA dA VáLVuLA
Sabe onde ficam alojadas estas válvulas? Pois bem, elas ficam alojadas nas 
guias de válvulas do cabeçote, e se movimentam para cima e para baixo, com-
primindo e expandindo os elos da mola. Para que as válvulas fiquem presas e 
possam se movimentar, elas são montadas sobre alguns dispositivos compostos 
de luvas, chavetas e molas. O conjunto de válvulas pode vir com uma ou duas mo-
las, sendo uma dentro da outra, as quais envolvem a haste da válvula, fazendo-a 
retornar para a sede. Confira a figura, a seguir.
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Figura 17 - Dispositivos da válvula
MOTOres ciclO OTTO 40
Para o perfeito acoplamento da mola existem dois pratos, sendo um superior 
e outro inferior, que fazem com que a haste da válvula fique centralizada dentro 
das molas. A seguir, você terá sua atenção voltada para os tuchos!
3.2.4 TuchOS
Saberia dizer do que são fabricados estes elementos? Ótima pergunta! Os tu-
chos são fabricados de aço especial, o que lhes garante maior durabilidade. Mas 
para que serve o tucho? Ele tem a finalidade de fazer a ligação do came do co-
mando de válvulas com o pé da válvula. O tucho pode ser mecânico, o que exige a 
regulagem da folga através de pastilhas instaladas entre o tucho e o comando de 
válvulas, ou pode ser hidráulico. Neste caso, não é necessário realizar a regulagem 
da folga, pois o sistema hidráulico compensa o desgaste do comando e do tucho. 
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ei
s 
(2
00
6)
Figura 18 - Tucho hidráulico
O tucho hidráulico possui uma câmara de óleo no interior, alimentada pelo sis-
tema de lubrificação do próprio motor. O interior do tucho hidráulico é cilíndrico, 
com um êmbolo movendo-se entre as duas câmaras: superior e inferior. 
A válvula de esfera controla um canal que liga uma câmara à outra. O óleo sob 
pressão possibilita ao tucho funcionar sem folga, autoajustando seu comprimen-
to. Elimina-se, assim, o ruído que caracteriza a batida de válvulas.
 Observe, na figura a seguir, o que ocorre durante o funcionamento do motor, 
e a ação do tucho hidráulico.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 41
1
2
3
4
5
X
Y
A B C
1. Came do comando de válvulas
2. Carcaça do tucho hidráulico
3. Câmara de óleo
4. Êmbolo do tucho hidráulico
5. Válvula
X. Folga entre o tucho e a válvula
Y. Folga entre o tucho e o came
 Entrada de óleo
 Movimento das peças
A,B,C. Posições
M
er
ce
de
s-
Be
nz
 (2
00
4)
Figura 19 - Funcionamento do Tucho hidráulico
Na sequência, você saberá detalhes acerca do êmbolo. Confira!
3.2.5 ÊMbOLO
O êmbolo, também denominado de pistão, é uma peça de forma cilíndrica, 
geralmente de liga de alumínio, fechado na parte superior e aberta na parte infe-
rior, adaptando-se perfeitamente ao diâmetro do cilindro ou à camisa do motor. 
O pistão transmite,através de um movimento alternado, a força proveniente da 
pressão dos gases em expansão, por intermédio do pino e da biela para o virabre-
quim. Acompanhe!
Fi
at
 A
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0-
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])
Figura 20 - Pistão com anel autotérmico
MOTOres ciclO OTTO 42
O formato da cabeça do pistão influencia diretamente na forma de expansão 
dos gases e da energia resultantes da combustão da mistura ar/combustível. No 
pistão existe uma região chamada de saia do pistão, a qual é a parte inferior do 
êmbolo. A saia do pistão tem como principal função manter o pistão balanceado 
no interior do cilindro durante o movimento retilíneo do conjunto formado pelo 
pistão e biela. Essa região possui pequenas ranhuras para facilitar o transporte do 
óleo lubrificante até as paredes do cilindro, visando manter a lubrificação adequa-
da impedindo o aparecimento de arranhões tanto nas paredes do cilindro como 
no pistão. Para a saia do pistão atuar da maneira correta, ela precisa ter um diâ-
metro externo ligeiramente maior que o do restante do pistão, pois possui uma 
menor dilatação em função de ter uma maior dissipação de calor. Para diminuir 
a região de atrito da saia do pistão com os cilindros do motor, na região do pino 
eles são usinados rebaixos e, atualmente, têm sido substituídos por chapas auto-
térmicas, que auxiliam a diminuir e dissipar o calor na região do pino do êmbolo.
No meio do pistão há a região de encaixe do pino que o liga com a biela. Além 
disso, existem canaletas na cabeça do pistão que permitem o acoplamento dos 
anéis de segmento, os quais você conhecerá em seguida.
Cabeça
Zonas de anéis
Alojamento do pino
Canaleta para anéis
de compressão
Canaleta para anéis
de óleo
Zona de fogo
Fenda longitudinal
Saia
Jo
sé
 d
e 
A
ze
ve
do
 (2
00
3)
Figura 21 - Partes do pistão
Fonte: SENAI (2003, p. 37-38)
1 INTERFERÊNCIA
Quando um determinado 
componente é instalado 
sob uma grande pressão, 
é correto dizer que foi 
instalado sob interferência, 
como por exemplo, um 
rolamento que não entra 
livremente com a mão, 
necessitando de uma 
prensa hidráulica.
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 43
 SAIBA 
 MAIS
 Quer entender melhor sobre componentes fixos e móveis 
do motor? Basta acessar o site na sequência, e ficar bem in-
formado: <http://www.br.mahle.com/MAHLE_South_Ameri-
ca/pt/Products/Pistons-and-Engine-Components>.
Logo abaixo da região dos anéis de segmento, existe um local apropriado para 
o alojamento do pino do pistão. Esse pino é quem faz a ligação entre o pino e a 
biela. Conforme o projeto de cada fabricante, é possível utilizar três configurações 
diferentes de fixação do pino do êmbolo. Quer conhecer quais são esses tipos? 
Então, veja a seguir, como se classificam os pinos dos êmbolos.
3.2.6 pINO FLuTuANTE
Pino flutuante é a denominação dada ao pino que gira livre no êmbolo e na 
biela, ou seja, ele desliza livremente pelos dois componentes. O que firma o pino 
para que ele não escape do pistão são dois anéis trava, instalados um de cada 
lado do pistão. Para evitar a raspagem das pontas do pino nas paredes do cilin-
dro, existem anéis trava com estrutura elástica, os quais são fixados em canaletas 
existentes nas extremidades do orifício do pino no pistão. Acompanhe, a seguir.
Pino
Êmbolo
Anel trava
Biela
Jo
sé
 d
e 
A
ze
ve
do
 (2
00
3)
Figura 22 - Pino flutuante
Fonte: SENAI (2003, p. 39)
MOTOres ciclO OTTO 44
3.2.7 pINO SEMIFLuTuANTE
Pino semiflutuante é como se chama o pino que é fixo na biela e desliza livre-
mente no pistão. Essa fixação pode ser realizada por meio de um parafuso ou por 
interferência1. Observe a figura a seguir.
Pino semiflutuante fixado
à biela por parafuso
Pino semiflutuante fixado
à biela por interferência
Jo
sé
 d
e 
A
ze
ve
do
 (2
00
3)
Figura 23 - Pino semiflutuante
Fonte: SENAI (2003, p. 39)
Agora veja detalhes sobre o pino fixo.
3.2.8 pINO FIxO
O pino fixo é assim chamado quando é fixo ao êmbolo do motor, podendo 
ser fixado por meio de um parafuso ou por interferência, como no caso do pino 
semiflutuante. A diferença é que o pino fixo é preso ao êmbolo, enquanto que o 
pino semiflutuante é fixado à biela do motor. Confira!
Jo
sé
 d
e 
A
ze
ve
do
 (2
00
3)
Figura 24 - Pino fixo
Fonte: SENAI (2003, p. 40)
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 45
Após você analisar as três configurações diferentes de fixação do pino do êm-
bolo, prepare-se para aprender sobre os anéis de motor.
3.2.9 ANéIS dE MOTOR
Os anéis de seguimento são instalados na cabeça do êmbolo, têm a forma cir-
cular e são fabricados em ferro fundido ou com materiais especiais.
Os anéis cumprem as funções de vedação entre o cilindro e o pistão, impedin-
do a saída da mistura ar/combustível na compressão, ou dos gases na combus-
tão. Eles também dissipam o calor, transferindo a elevada temperatura gerada na 
combustão, passando dos êmbolos para os cilindros e, consequentemente, para 
o sistema de arrefecimento. E por fim, controlam a lubrificação dos cilindros, man-
tendo as paredes dos cilindros com uma fina camada de óleo.
Saiba como são classificados estes anéis!
Os anéis são classificados em três tipos: o anel de Fogo é o primeiro anel, 
assim é conhecido por ser o único a entrar em contato com a combustão, mas 
também é conhecido como anel de compressão. 
O segundo anel é conhecido como anel raspador, pois tem como função 
raspar o excesso de óleo da camisa. 
O terceiro anel é o anel de óleo, que tem por função lubrificar a lateral do 
cilindro e do pistão. 
Todos os três têm uma posição exata de montagem, que consiste em montar 
sua marca para cima e suas pontas uma longe da outra,geralmente, dispostas a 
120º uma da outra. Note a figura, a seguir.
Primeiro anel
(Marca “R”)
Segundo anel
(Marca “RN”) Primeiro anel
Segundo anel
Anéis lateraisEspaçador
Anel de óleo
A: 20 mm ou mais
Primeiro anel
Segundo anel
RN
120°
120°120°
A
A
R
IN
H
on
da
 ([
20
--
?]
)
Figura 25 - Anéis do pistão do motor
MOTOres ciclO OTTO 46
Mas, lembre-se, cada fabricante pode definir procedimentos diferentes de 
montagem; portanto, sempre consulte o manual de reparação do veículo
Chegou a vez de você aprofundar os conhecimentos acerca da biela do motor!
3.2.10 bIELA dO MOTOR
A peça que transmite os movimentos retilíneos dos pistões às manivelas da 
árvore de manivelas é chamada de biela. Ela é feita de aço-liga e em seu pé en-
contra-se um furo para que se coloque um pino, que é ligado ao pistão, através de 
bucha ou sob interferência mecânica. Veja na sequência!
Jo
sé
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A
ze
ve
do
 (2
00
3)
Figura 26 - Biela do motor 
Fonte: SENAI (2003, p. 35)
A biela é constituída por três partes principais: o pé, que é a parte ligada ao 
pistão; o corpo, que é a parte central da biela e a cabeça, que é a região ligada 
ao virabrequim. Além dessas três partes, ainda existe a capa, que faz a função de 
mancal de fixação da biela ao virabrequim, ou seja, realizando o fechamento da 
biela no entorno do moente da árvore de manivelas. 
Veja agora como é constituída a árvore de manivelas.
3.2.11 áRVORE dE MANIVELAS
A árvore de manivelas é composta por várias manivelas, dispostas em ângulos 
diferentes. A manivela é um dispositivo com a função de fazer um movimento de 
rotação de um eixo, utilizando pouco esforço. 
3 COMPONENTES DO MOTOR CICLO OTTO 47
As manivelas são acionadas pelas bielas, dentro do tempo de combustão de 
cada cilindro. 
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 A
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(2
00
6)
Figura 27 - Árvore de manivela
As partes da árvore de manivelas que correspondem ao eixo da árvore cha-
mam-se munhões. Os munhões são assentados nos mancais fixos do bloco sobre 
casquilhos, sendo assim, são os munhões que ficam fixos ao bloco do motor, dan-
do sustentação ao movimento do virabrequim. As manivelas giram em torno dos 
munhões, dando-lhes o movimento de rotação, essas manivelas são chamadas 
de moentes, e nos moentes são fixadas as bielas do motor. 
Muito esclarecedores todos os conceitos aprendidos até aqui! Desta forma, 
você incrementa

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