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Parada cardiorrespiratória (PCR)

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Gabrielle D Ornelas de Sousa @gabdornelas 
 
Parada cardiorrespiratória (PCR) 
É a cessação da atividade mecânica do coração, que 
resulta na ausência de fluxo sanguíneo circulante. A 
parada cardíaca impede que o 
sangue flua para os órgãos 
vitais, privando-os de oxigênio 
e, se não tratada, resulta em 
morte. Parada cardíaca súbita 
é a cessação inesperada da circulação pouco tempo 
após o início dos sintomas (às vezes sem aviso). 
Em uma porcentagem significante dos pacientes, a 
parada cardíaca repentina é a primeira manifestação de 
doença cardíaca. Outras causas incluem choque 
circulatório por distúrbios não cardíacos 
(especialmente embolia pulmonar, hemorragia 
gastrintestinal ou trauma), insuficiência ventilatória e 
distúrbio metabólico (incluindo overdose de drogas). 
Em recém-nascidos e crianças, as causas cardíacas de 
parada cardíaca súbita são menos comuns do que em 
adultos. A causa predominante de parada cardíaca súbita 
em recém-nascidos e crianças é insuficiência 
respiratória devido a diversos distúrbios respiratórios 
Suporte básico de vida 
As manobras utilizadas no suporte básico de vida visam 
a estabelecer as condições mínimas necessárias para 
manter ou recuperar a oxigenação e a perfusão 
cerebral, já que é a viabilidade neurológica que define, 
em grande parte, o prognóstico da vítima. 
Portanto, as atitudes terapêuticas devem ser adotadas 
de acordo com sua prioridade, ou seja, de acordo com 
o impacto terapêutico da eficácia sobre o paciente. É 
possível, didaticamente, dividir o suporte básico em 4 
passos, descritos a seguir. 
1. Avaliação do nível de consciência 
(responsividade) 
A checagem do nível de consciência fornece, 
rapidamente, informações valiosas sobre o grau de 
atividade do sistema nervoso central (SNC). Quando o 
paciente responde ao chamado, mesmo que a resposta 
seja incompreensível, fica assegurada uma condição 
funcional mínima do SNC, afastando a possibilidade de 
PCR. 
Se não houver resposta, assume-se que a função do 
SNC está muito prejudicada, por diversas causas, 
inclusive a PCR. A presença de sinais indiretos de parada 
circulatória como apneia, ausência de movimentação 
espontânea e extremidades frias, também reforça a 
probabilidade de estar ocorrendo a PCR. Caracterizada a 
inconsciência. 
2. Chamado para ajuda, pedindo o dea 
O desencadeamento do sistema de emergência é um 
passo crucial no atendimento. 
Como não é possível definir 
detalhadamente a condição 
clínica do paciente em curto 
espaço de tempo, é 
obrigatório o chamado para 
ajuda buscando o 
desencadeamento do sistema de emergência disponível 
para a melhor estrutura de recursos para atendimento 
do paciente. Além do chamado por ajuda, deve-se pedir 
pelo desfibrilador elétrico automático (DEA). O DEA é 
um aparelho eletrônico portátil, constituído basicamente 
por uma bateria com capacitor elétrico e um 
computador capaz de reconhecer a fibrilação 
ventricular (FV) e a taquicardia ventricular (TV), as 
arritmias mais frequentes no início da PCR. Quando 
presentes, o aparelho determina o choque em corrente 
contínua sobre o tórax da vítima, organizando o ritmo 
elétrico do coração. 
3. Reanimação cardiopulmonar (RCP) 
A checagem de pulso carotídeo por 5 a 10 segundos é 
passo importante no atendimento da vítima, pois é a 
sua ausência que define a parada cardíaca. Deve ser 
realizada por todo resgatista não leigo. Para o leigo, a 
checagem do pulso central não é indicada, pois existe 
grande chance de erro de interpretação. Nesta 
condição, orienta-se ao leigo que identifique a PCR por 
meio de sinais indiretos de parada circulatória (apneia, 
cianose, frialdade de extremidades e ausência de 
movimentos espontâneos). 
Definida a PCR, as manobras de RCP devem ser 
iniciadas de imediato, com 30 compressões torácicas 
alternadas com 2 ventilações assistidas enquanto o 
Gabrielle D Ornelas de Sousa @gabdornelas 
 
paciente não for intubado. Após a intubação, não existe 
mais a necessidade de sincronismo. 
As compressões torácicas devem ser aplicadas numa 
frequência acima de 100 compressões por minuto, de 
forma contínua, rápida e com deformação do tórax de 
no mínimo 5 cm de profundidade. Após a compressão, 
deve-se permitir que o tórax retorne à posição de 
repouso. Após 30 compressões torácicas, deve-se 
aplicar 2 ventilações assistidas, completando 1 ciclo de 
RCP. Os ciclos de RCP não devem ser interrompidos 
até que a equipe de suporte avançado assuma a RCP, o 
paciente apresente sinais de retorno da circulação, ou 
seja, colocado o DEA para análise do ritmo cardíaco. 
Para as ventilações, as vias aéreas (VA) devem ser 
abertas elevando-se a mandíbula e hiperestendendo a 
coluna cervical. Tal hiperextensão é contraindicada em 
casos de suspeita de lesão cervical, aplicando-se apenas 
tração/elevação da mandíbula. A abordagem da VA é 
necessária porque o rebaixamento do nível de 
consciência desencadeia o relaxamento da musculatura 
que sustenta a posição correta da língua e da faringe, 
sendo a queda da língua a causa mais comum de 
obstrução da ventilação. As ventilações devem ser 
aplicadas pelo conjunto bolsa-valvula-máscara (AMBU), 
de forma a promover elevação do tórax e duração de 1 
segundo. 
Nas diretrizes anteriores, a seqüência de abordagem da 
PCR demandava a abertura das vias aéreas (VA), 2 
ventilações assistidas e a checagem de pulso central, 
seguida de compressões torácicas (A-B-C). A 
checagem da presença de ventilação (ver-ouvir-sentir) 
também não é mais recomendada por retardar o início 
da RCP. Atualmente, recomenda-se inverter as 
prioridades, sendo um ciclo de 30 compressões 
torácicas a primeira medida a ser aplicada, seguida da 
abertura de vias aéreas e de 2 ventilações assistidas (C-
A-B). Esta inversão se deve, sobretudo ao retardo no 
início das compressões torácicas quando a VA era 
prioridade; além disso, o leigo aplica de forma 
inadequada a abertura da VA. Assim, a recomendação 
atual para o leigo resgatista é realizar apenas as 
compressões torácicas, pois quando a RCP é realizada 
sem ventilações, a mortalidade da vítima não se eleva. 
4. Realizar a desfibrilação elétrica 
Quanto mais precoce a desfibrilação, melhores os 
resultados na sobrevida. A colocação do DEA deve ser 
realizada assim que o aparelho estiver disponível. 
Quando ligado, o desfibrilador automático aplica um 
programa que o permite reconhecer os ritmos de FV 
e TV, indicando então o choque. Quando o ritmo 
identificado não for de FV/TV sem pulso, o choque 
não é indicado, cabendo ao resgatista manter a 
massagem cardíaca e as ventilações por 5 ciclos de 30 
compressões e 2 ventilações ou por 2 minutos de RCP, 
até a chegada do suporte avançado de vida. 
Quando indicado, o choque inicial é aplicado de forma 
única, na energia máxima do DEA ou do desfibrilador 
manual disponível (360 J no aparelho monofásico ou 
180 a 220 J no aparelho bifásico). No momento do 
choque, o socorrista deve se certificar de que ninguém 
está em contato com a vítima para evitar acidentes 
durante o atendimento. Após o choque, a RCP deve ser 
reiniciada imediatamente, sendo mantida por mais 2 
minutos ou por mais 5 ciclos de 
30 compressões intercaladas 
com 2 ventilações assistidas. 
Após este período, o 
desfibrilador irá novamente 
analisar o ritmo cardíaco. Caso a arritmia seja mantida, o 
aparelho indicará novo choque seguido de RCP por 
mais 2 minutos até que o ritmo seja revertido. Quando 
houver reversão do ritmo, o aparelho não indicará o 
choque e solicitará a checagem do pulso central. 
Se houver reversão da PCR, o paciente deve ser 
mantido em assistência ventilatória até que recobre a 
ventilação de forma espontânea ou até que o suporte 
avançado chegue ao local. O pulso central deve ser 
checado a cada 1 a 2 minutos durante esta fase de 
suporte ventilatório. 
Caso não haja pulso, é necessário continuar reanimando 
opaciente por mais 5 ciclos de 2 minutos de RCP, 
avaliando-se a indicação de novo choque nesses 
intervalos. A tecnologia do uso de onda bifásica 
desfibrilatória foi adicionada aos desfibriladores 
automáticos, nos quais se utiliza a energia de 150 a 220 
J. O choque bifásico é superior ao monofásico somente 
em pacientes com alta impedância de caixa torácica, 
como os obesos.

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