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GESTÃO AMBIENTAL Ana Carolina de Moraes 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 2ª edição Editora Sociesc Joinville 2015 Ana Carolina de Moraes GESTÃO AMBIENTAL 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Sociesc - Sociedade Educacional de Santa Catarina Educação a Distância Rua Albano Schmidt, 3333p - Joinville /SC - 89206 - 001 Fone: 0800-643-4004 E-mail: ead@sociesc.org.br Site: www.sociesc.org.br/ead Ficha catalográfica (Catalogação na fonte - Biblioteca Marquês de Olinda - UNISOCIESC) Moraes, Ana Carolina de Gestão ambiental. / Ana Carolina de Moraes. - 2.ed. - Joinville: SOCIESC, 2015. 184p.; 21 cm. Educação a Distância Tupy ISBN: 978-85-5535-031-3 1. Educação ambiental 2. Gestão ambiental I. Autor II. Título. M827 CDD 363.7 Ficha catalográfica elaborada por: Telma Tupy de Godoy - bibliotecária crb 14/777 Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora UniSociesc. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Ao longo do tempo, o meio ambiente vem mostrando à humanidade o modo correto de preservar as condições propícias à conservação da vida. Porém, após perceber que o meio ambiente é um bem gratuito, a sociedade, com o seu modo de vida insustentável, comprometeu a estabilidade ambiental. Neste contexto, o conhecimento sobre a Legislação e o Licenciamento Ambiental é de extrema importância para a conservação e a preservação dos recursos naturais. Além disso, este aprendizado contribui para o desenvolvimento da cidadania, de modo que cada um pode exercer seus direitos e deveres, e, ao mesmo tempo, manter um ambiente saudável para uma boa qualidade de vida. Neste sentido, devemos maximizar o desenvolvimento sustentável em nosso planeta, reduzindo progressivamente as atividades nocivas à manutenção da vida. A importância de tomar esta postura já foi sentida, mesmo que timidamente, pelas empresas, que estão cada vez mais integrando Sistemas de Gestão Ambiental, com o intuito de melhorar a qualidade ambiental e de vida da população. Ao mesmo tempo, estas obtêm benefícios econômicos, tais como redução de custos e incremento de receitas e benefícios estratégicos. Com a crescente preocupação sobre as questões ambientais, esta disciplina tem como objetivo compartilhar algumas habilidades para que todos participem ativamente da problemática ambiental, através de uma conduta ética e de uma consciência crítica, participando intensamente na caracterização dos problemas ambientais e na busca de soluções. Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será também acompanhada pelo Sistema de Ensino UniSociesc, seja por correio, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Entre sempre em contato conosco quando surgir alguma dúvida ou dificuldade. APRESENTAÇÃO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Toda a equipe terá satisfação em atendê-lo (a), pois seu desenvolvimento intelectual e profissional, nesta jornada, é o nosso maior objetivo. Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo! Equipe EaD UniSociesc APRESENTAÇÃO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Organização didático-pedagógica Capítulo 1 Meio Ambiente 1. Meio Ambiente e suas Inter-Relações 1.1 Interdependência Sócioecológica 2. Sociedades Industriais 3. Problemas Ambientais Globais 3.1 Aquecimento Global 3.2 Destruição da Camada de Ozônio 3.3 Perda da Biodiversidade 3.4 Crescimento Populacional 4. Bioética Em síntese Saiba+ Atividades de autoaprendizagem Capítulo 2 Causas, Consequências e Controle da Poluição 1. Poluição 2. Poluição do Ar 2.1 Fontes de Poluição do Ar 2.2 Efeitos da Poluição Atmosférica 2.3 Prevenção e Controle da Poluição do Ar 3. Poluição da Água 3.1 Fontes e Consequências da Poluição da Água 3.2 Métodos de Controle de Poluição das Águas 3.2.1 Tipos de processos de tratamento 3.2.2 Classificação dos sistemas de tratamento 4. Poluição do Solo 4.1 Fontes e Consequências da Poluição do Solo 4.2 Prevenção e Controle da Poluição do Solo 5. Poluição e Resíduo Em síntese Saiba + Atividades de autoaprendizagem Capítulo 3 Legislação e Licenciamento Ambiental 1. Conceituando a Legislação Ambiental 2. Política Nacional do Meio Ambiente 09 13 15 16 16 18 19 20 23 24 25 29 29 30 35 37 38 38 41 42 43 43 44 44 46 48 48 50 51 52 53 53 57 59 63 SUMÁRIO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 2.1 O Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente e os Indicadores Ambientais 2.1.1 Indicadores Ambientais 3. Licenciamento Ambiental 3.1 Órgãos Licenciadores 3.2 Processo de Licenciamento Ambiental 3.3 Avaliação do Impacto Ambiental e do Licenciamento Ambiental Em síntese Saiba + Atividades de autoaprendizagem Capítulo 4 Gestão Ambiental 1. Comportamento Ambiental nas Empresas 2. O Surgimento da Gestão Ambiental 3. Os 16 Princípios da Gestão Ambiental 4. Importância da Gestão Ambiental na Empresa 5. Abordagens para a Gestão Ambiental Empresarial 5.1 Controle de Poluição 5.2 Prevenção da Poluição 5.3 Abordagem Estratégica 6. Modelos de Gestão Ambiental 6.1 Atuação Responsável da Abiquim ou Responsible Care 6.2 Administração da Qualidade Ambiental Total (TQEM) 6.3 Produção mais Limpa 6.4 Ecoeficiência 6.5 Projeto para o Meio Ambiente (ECODESIGN) 7. Instrumentos de Gestão Em síntese Saiba + Atividades de autoaprendizagem Capítulo 5 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) 1. Conceituando o SGA 2. Modelos de Sistemas de Gestão Ambiental 2.1 O Sistema Proposto pela Camâra de Comércio Internacional 2.2 O Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS) 2.3 Normas Voluntárias sobre Sistemas de Gestão Ambiental 65 66 71 72 74 78 80 81 82 85 87 88 89 93 96 97 98 99 100 100 101 101 105 107 109 110 110 112 115 117 118 118 119 120 SUMÁRIO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 7499 5 2.4 A Família de Normas ISO 14.0006 3. Sistema de Gestão Ambiental Conforme ABNT NBR ISO 14.001/2004 e ABNT NBR ISO 14.004/20056 3.1 Sistemas da Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para uso (ABNT NBR ISO 14.001/2004) 3.2 Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio (ABNT NBR ISO 14.004/2005) 3.3 Benefícios de um SGA Conforme ABNT NBR ISO 14.001/2004 e ABNT NBR ISO 14.004/2005 4. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental Segundo as Normas – 14.001/2004 e ABNT NBR ISO 14.004/2005 4.1 Requisitos Gerais 4.2 Política Ambiental 4.3 Planejamento 4.3.1 Aspectos Ambientais 4.3.2 Requisitos Legais e Outros 4.3.2.1 Requisitos Legais 4.3.2.2 Outros Requisitos 4.3.3 Objetivos, Metas e Programa(s) 4.3.3.1 Estabelecimento de Objetivos e Metas 4.3.3.2 Programa(s) para o Alcance dos Objetivos e Metas 4.3.3.3 Indicadores de Desempenho 4.4 Implementação e Operação 4.4.1 Recursos, Funções, Responsabilidades e Autoridades 4.4.2 Competência, Treinamento e Conscientização 4.4.3 Comunicação 4.4.4 Documentação 4.4.5 Controle de Documentos 4.4.6 Controle Operacional 4.4.7 Preparação e Resposta às Emergências 4.5 Verificação 4.5.1 Monitoramento e Medição 4.5.2 Avaliação do Atendimento a Requisitos Legais e Outros 4.5.3 Não-Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva 4.5.4 Controle de Registros 4.5.5 Auditoria Interna 4.6 Análise pela Administração 4.6.1 Análise do Sistema de Gestão Ambiental 121 122 124 124 125 127 127 127 129 130 139 140 140 141 142 144 144 145 145 147 148 149 151 152 153 155 156 157 158 160 161 161 162 SUMÁRIO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 4.6.2 Melhoria Contínua 4.6.2.1 Oportunidades para Melhoria 4.6.2.2 Implementação da Melhoria Contínua 5. Certificação Em síntese Saiba + Atividades de autoaprendizagem Referências Respostas Sobre o autor 163 163 164 165 167 167 168 171 177 180 SUMÁRIO 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 9 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Glossário Apresenta o significado de uma palavra ou expressão, auxiliando no entendimento do conteúdo. Esse significado fica bem próximo da palavra a qual se refere, para facilitar a dinâmica da leitura. Pense a respeito São questionamentos ou citações que têm o intuito de provocar uma reflexão, estimulando seu senso crítico. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 10 GESTÃO AMBIENTAL Tenha em mente São os conceitos-chave, do assunto que se está estudando, destacados. Na prática Traz situações que vão exemplificar os assuntos estudados, demonstrando de que forma você pode agir na sua prática profissional. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 11 Em síntese É a conclusão do capítulo. Retoma os principais conteúdos abordados, para que você relembre o que é essencial ao seu conhecimento. Saiba mais São indicações comentadas de livros, filmes e sites que podem ajudar você a aprofundar e contextualizar os conteúdos apresentados. Atividade de autoaprendizagem São questões que buscam testar seu conhecimento sobre os conteúdos estudados. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Capítulo MEIO AMBIENTE 1 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 15 De acordo com a definição contida na norma NBR ISO 14001:2004, meio ambiente é a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. É o conjunto de aspectos bióticos – fauna e flora – e abióticos – físicos e químicos –, tanto os naturais quanto os construídos pelo homem, somados às suas inter-relações sociais e políticas, que constituem o meio ambiente. Reigota (1994, p. 14) apud Marques (2007, p. 60) define que meio ambiente “é o lugar determinado ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação”. Assim, conforme descrito por Naves e Sá (2012, p. 19) “sociedade e natureza não são conceitos estanques e independentes. Muito ao contrário, há um inquestionável viés social na questão ambiental, consubstanciado na tensão entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico”. A Figura 1, adaptada de Vieira (2009, p. 14), demonstra, de forma esquemática, as inter-relações entre o meio ambiente e a economia, entre o meio ambiente e a sociedade e entre a sociedade e a economia. Vimos, ainda, a inter-relação das três dimensões caracterizada pela boa qualidade de vida das populações. Figura 1 - Inter-relações necessárias para a qualidade de vida Fonte: Adaptado de Vieira (2009, p. 14) MEIO AMBIENTE E SUAS INTER-RELAÇÕES 1 Clima Camada de Ozônio Recursos naturais Custos sociais Custos do transporte Segurança Ecossistemas Poluição do ar Ruído Uso do solo Decisões individuais pelo transporte Participação pública Qualidade de vida Solidariedade 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 16 GESTÃO AMBIENTAL um ritmo frenético de produção e consumo, incompatível com o ritmo da natureza. As depredações e as poluições decorrentes deste padrão atingem uma escala de efeito sobre o meio ambiente superior a qualquer outro modo de produção anterior (QUINTANA; HACON, 2011, p. 432). De acordo com Quintana e Hacon (2011, p. 433), nas sociedades industriais, é o elevado grau de desenvolvimento das forças produtivas que, ao operar em um ritmo avassalador, acaba por sobrecarregar a natureza. Nestas, a busca crescente pelo lucro faz com que a produção de mercadorias devaser sempre elevada e progressiva, o que gera uma pilhagem dos recursos naturais em larga escala. De acordo com o autor, “a diminuição dos estoques de recursos naturais e a degradação dos serviços ambientais não representam nada na renda nacional e no planejamento econômico de um país. Esta é uma das insanidades da sociedade moderna”. As crescentes mudanças climáticas são um bom exemplo para entender essa realidade: se perdermos o equilíbrio climático, nossa sociedade e nossa economia se desagregarão rapidamente. A economia tem que ser entendida como sendo um subsistema – subsistema econômico – dentro de um grande sistema ecológico planetário – a biosfera. O problema gerado pelo crescimento descontrolado do subsistema econômico dentro de uma biosfera basicamente finita é que ele rompe a capacidade de sustentação da biosfera e, por isso, é insustentável (MERICO, 2014, p. 24-25). A questão central relacionada com os bens e serviços ambientais ofertados pela natureza é que tais bens e serviços são proporcionados a nós “livremente”: têm preço zero, porque a economia não reconhece seus valores econômicos. Todos os benefícios da biodiversidade, a regulação climática, o ciclo hidrológico, os inúmeros serviços das florestas, o serviço de absorção dos resíduos da produção e da atividade humana e tantos outros não são contabilizados e incorporados na economia e seus indicadores (MERICO, 2014, p. 24). Junto aos dinamismos desta interação, a qualidade do meio ambiente consiste em um importante determinante da qualidade da saúde, e, portanto, não se pode abordar questões relacionadas à saúde sem considerar a complexidade dos aspectos intrínsecos à questão ambiental (MARQUES, 2007, p. 60). A saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença. 1.1 INTERDEPENDÊNCIA SOCIOECOLÓGICA Como sociedade organizada dentro de um processo econômico, interagimos com os limites da biosfera e de seus ecossistemas para a utilização dos bens naturais e dos serviços ambientais disponibilizados pela natureza. Esses bens e serviços ambientais são a base da sustentação do processo econômico e da própria sociedade. Temos assistido a uma contínua desestruturação da estrutura biofísica de nosso planeta e a continuidade desse caminho nos levará a uma grande ruptura nesta relação que irá alterar completamente a configuração do que conhecemos hoje como sociedade humana (MERICO, 2014, p. 13). SOCIEDADES INDUSTRIAIS Autores como Foster (2005) atentam para as implicações das relações sociais capitalistas sobre o meio ambiente, com efeitos depredadores em escala sempre crescente. A busca ilimitada pelo abastecimento constante dos recursos naturais e a amplitude cada vez maior das relações de produção capitalistas por todo o globo impõem Estamos atravessando um intenso processo de mudanças em nossa história. O olhar que tínhamos há décadas atrás, que nos apresentava as pessoas e a natureza como atores separados, não nos serve mais. É cada vez mais evidente que pertencemos a um sistema socioecológico interdependente e que a evolução de nossas condições de vida neste planeta depende, em grau extremo, do respeito humano às leis da biosfera (MERICO, 2014, p. 13). 2 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 17 um ritmo frenético de produção e consumo, incompatível com o ritmo da natureza. As depredações e as poluições decorrentes deste padrão atingem uma escala de efeito sobre o meio ambiente superior a qualquer outro modo de produção anterior (QUINTANA; HACON, 2011, p. 432). De acordo com Quintana e Hacon (2011, p. 433), nas sociedades industriais, é o elevado grau de desenvolvimento das forças produtivas que, ao operar em um ritmo avassalador, acaba por sobrecarregar a natureza. Nestas, a busca crescente pelo lucro faz com que a produção de mercadorias deva ser sempre elevada e progressiva, o que gera uma pilhagem dos recursos naturais em larga escala. De acordo com o autor, “a diminuição dos estoques de recursos naturais e a degradação dos serviços ambientais não representam nada na renda nacional e no planejamento econômico de um país. Esta é uma das insanidades da sociedade moderna”. As crescentes mudanças climáticas são um bom exemplo para entender essa realidade: se perdermos o equilíbrio climático, nossa sociedade e nossa economia se desagregarão rapidamente. A economia tem que ser entendida como sendo um subsistema – subsistema econômico – dentro de um grande sistema ecológico planetário – a biosfera. O problema gerado pelo crescimento descontrolado do subsistema econômico dentro de uma biosfera basicamente finita é que ele rompe a capacidade de sustentação da biosfera e, por isso, é insustentável (MERICO, 2014, p. 24-25). A questão central relacionada com os bens e serviços ambientais ofertados pela natureza é que tais bens e serviços são proporcionados a nós “livremente”: têm preço zero, porque a economia não reconhece seus valores econômicos. Todos os benefícios da biodiversidade, a regulação climática, o ciclo hidrológico, os inúmeros serviços das florestas, o serviço de absorção dos resíduos da produção e da atividade humana e tantos outros não são contabilizados e incorporados na economia e seus indicadores (MERICO, 2014, p. 24). Junto aos dinamismos desta interação, a qualidade do meio ambiente consiste em um importante determinante da qualidade da saúde, e, portanto, não se pode abordar questões relacionadas à saúde sem considerar a complexidade dos aspectos intrínsecos à questão ambiental (MARQUES, 2007, p. 60). A saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença. 1.1 INTERDEPENDÊNCIA SOCIOECOLÓGICA Como sociedade organizada dentro de um processo econômico, interagimos com os limites da biosfera e de seus ecossistemas para a utilização dos bens naturais e dos serviços ambientais disponibilizados pela natureza. Esses bens e serviços ambientais são a base da sustentação do processo econômico e da própria sociedade. Temos assistido a uma contínua desestruturação da estrutura biofísica de nosso planeta e a continuidade desse caminho nos levará a uma grande ruptura nesta relação que irá alterar completamente a configuração do que conhecemos hoje como sociedade humana (MERICO, 2014, p. 13). SOCIEDADES INDUSTRIAIS Autores como Foster (2005) atentam para as implicações das relações sociais capitalistas sobre o meio ambiente, com efeitos depredadores em escala sempre crescente. A busca ilimitada pelo abastecimento constante dos recursos naturais e a amplitude cada vez maior das relações de produção capitalistas por todo o globo impõem Estamos atravessando um intenso processo de mudanças em nossa história. O olhar que tínhamos há décadas atrás, que nos apresentava as pessoas e a natureza como atores separados, não nos serve mais. É cada vez mais evidente que pertencemos a um sistema socioecológico interdependente e que a evolução de nossas condições de vida neste planeta depende, em grau extremo, do respeito humano às leis da biosfera (MERICO, 2014, p. 13). 2 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 18 GESTÃO AMBIENTAL Figura 2 – Problema gerado pelo crescimento descontrolado. Fonte: O Autor. Para Merico (2014, p. 26) “a gestão adequada do capital natural se constitui, assim,em um primeiro passo no sentido de nossa reorganização socioecológica. Esse é um eixo reorientador da economia em direção à sustentabilidade”. PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS Os grandes problemas ambientais ultrapassam as fronteiras nacionais e são tratados de forma global, pois afetam a vida de todos no planeta. Destacam-se: o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a perda da biodiversidade e o aumento populacional. A atividade industrial é responsável por expressiva parcela dos problemas globais incidentes no meio ambiente. Biosfera Economia Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades dos presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. 3 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 19 3.1 AQUECIMENTO GLOBAL De acordo com Barsano (2014, p. 48), “o aquecimento global é o resultado do efeito estufa, efeito natural que retém parte do calor dos raios solares, que são importantes para o não resfriamento (arrefecimento) do planeta”. Porém, o acréscimo excessivo na quantidade de dióxido de carbono e de outros poluentes da atmosfera pode provocar maior retenção do calor, que seria irradiado para o espaço, causando aquecimento gradual e progressivo da atmosfera terrestre. O incremento acelerado da temperatura média da Terra vem ocorrendo desde a Revolução Industrial, devido à maior concentração de gases na atmosfera (principalmente o CO 2 – dióxido de carbono), e decorre das seguintes atividades: • Combustão de petróleo, gás, carvão mineral e vegetal; • Emissão de gases pelas indústrias; • Desmatamento e queimada da cobertura vegetal; • Fermentação de produtos agrícolas. De acordo com Barsano (2014, p. 49) são consequências do aquecimento global, observadas pelos especialistas: • O derretimento das calotas polares e das geleiras nos continentes, e o risco iminente de extinção dos ecossistemas locais; • A elevação dos níveis dos oceanos, com possibilidade de inundações nas cidades litorâneas; • O agravamento dos processos de erosão e desertificação em várias regiões do mundo; • As mudanças climáticas em escala global; • A intensificação de furacões, tempestades, secas, entre outros; • A extinção de várias espécies de fauna e flora. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 GESTÃO AMBIENTAL20 3.2 DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO Situada na estratosfera, a camada de ozônio tem a capacidade de ‘filtrar’ as radiações ultravioleta solares. Essa camada é vital para a existência da vida porque, ao mesmo tempo em que absorve a radiação ultravioleta de ondas curtas (UV-B e UV-C), que é prejudicial, permite a entrada da radiação ultravioleta de ondas longas (UV-A), de efeito benéfico, sobre a superfície da Terra. Segundo Barsano (2014, p. 49), “a destruição da camada de ozônio é causada pela influência de gases clorofluorcarbonetos (CFC) e de outras substâncias químicas halogenadas artificiais, que em reação com as moléculas de ozônio destroem essa barreira natural”. Esses compostos eram utilizados na fabricação de propelentes de aerossóis e extintores de incêndio, gases de refrigeração e solventes orgânicos. Apesar da sua relevância, a Camada de Ozônio começou a sofrer os efeitos da poluição crescente com a industrialização mundial. Os principais produtos químicos responsáveis pela sua destruição são o Halon, o Tetracloreto de Carbono (CTC), o Hidroclorofluorcabono (HCFC), o Clorofluorcarbono (CFC) e o Brometo de Metila, substâncias que figuram entre as SDOs*. Quando liberadas no meio ambiente, deslocam-se atmosfera acima, degradando a Camada de Ozônio (IBAMA, 2015, p. 3). * SDOs: Substâncias Destruidoras de Ozônio são substâncias químicas que têm potencial para reagir com as moléculas de ozônio na estratosfera e são compostas à base de cloro, flúor ou hidrocarbonos à base de bromo (IBAMA, 2015, p. 3). Chamamos atenção para o fato de que, embora o ozônio encontrado na atmosfera seja de extrema importância para a preservação da vida no planeta, esse mesmo ozônio, quando presente próximo à superfície, age como um poluente prejudicial aos seres vivos. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 21 NA PRÁTICA CASO DE COMÉRCIO ILÍCITO Observe uma parte da Legislação brasileira relacionada às SDOs: Resolução Conama Nº 267, SET/2000 Dispõe sobre a proibição, no Brasil, da utilização das substâncias controladas especificadas nos Anexos A e B do Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a Camada de Ozônio* – SDOs. Restringe a importação de SDOs, estabelece os prazos e limites das importações, entre outras providências (IBAMA, 2015, p. 10). Resolução Conama n°. 340, SET/2003 Dispõe sobre a utilização de cilindros para o acondicionamento de gases que destroem a Camada de Ozônio, e dá outras providências (IBAMA, 2015, p. 10). Instrução Normativa Ibama nº. 37, JUN/2004 Institui que todo produtor, importador, exportador, comercializador e usuário de quaisquer das substâncias, controladas ou alternativas pelo Protocolo de Montreal, bem como os centros de coleta e armazenamento e centros de regeneração ou reciclagem, pessoas físicas ou jurídicas, devem estar registradas no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras, gerenciado pelo IBAMA, entre outras providências (IBAMA, 2015, p. 10). *Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio é um tratado internacional que entrou em vigor em 1° de janeiro de 1989. O documento assinado pelos Países Parte impôs obrigações específicas, em especial à progressiva redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs) até sua total eliminação. O Brasil aderiu ao Protocolo de Montreal por meio do Decreto n° 99.280, de 06 de Junho de 1990, tornando-se Parte (MMA, 2015). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 22 GESTÃO AMBIENTAL Ação: Durante ação de fiscalização no ano de 2005 no estado de São Paulo, agentes do IBAMA apreenderam 80 kg de CFC-12 que se encontravam “ocultados” em embalagens com rótulos falsos identificados como HFC-134a, cuja importação é permitida no país tal como vemos na figura. As ações de fiscalização da entrada de SDOs nas fronteiras, averiguação de denúncias e de cargas suspeitas são realizadas pelos fiscais do Ibama. Figura 3 - (a) Cilindro aparentemente contendo HFC - 134a; (b) Embalagem informando sobre o conteúdo – HFC 134a; (c) Cilindro de CFC 12 pintado com a cor de identificação do fluído HFC- 134a a) b) c) Fonte: Ibama (2015, p. 18) 3.3 PERDA DA BIODIVERSIDADE A biodiversidade resulta de milhões de anos de evolução biológica, e é o componente do sistema de suporte à vida de nosso planeta. Além do valor intrínseco de cada espécie, seu conjunto, bem como o conjunto de interações entre espécies e destas com o meio físico-químico, resultam em serviços ecossistêmicos imprescindíveis para mantera vida na Terra (JOLY, 2011, p.117). De acordo com o autor: A definição clássica de biodiversidade, adotada pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), faz alusão direta à diversidade genética, que é responsável pela variação entre indivíduos, populações e os grupos taxonômicos das espécies biológicas. Populações e espécies são as unidades evolutivas básicas, que interagem entre si no tempo e no espaço. O conjunto de espécies e suas interações formam os ecossistemas, moldados pelas interações com o ambiente abiótico (JOLY, 2011, p. 117). Para Joly (2011, p. 117), “a perda de biodiversidade constitui um problema crítico para a existência humana, pois a extinção de uma espécie é irreversível e representa a perda de um genoma único, resultado de um processo evolutivo singular e não repetível”. Fatores que diminuem a biodiversidade: • A eliminação ou alteração do habitat pelo homem é o principal fator da diminuição da biodiversidade. Um exemplo é a eliminação de vegetação local para construção de casas ou para atividades agropecuárias alterando o meio ambiente; • A exploração comercial ameaça muitas espécies marinhas e algumas terrestres; O homem é o principal responsável pela perda da biodiversidade. As atividades humanas como agricultura, atividades marítimas, industrialização, transportes e a urbanização de grandes partes territoriais prejudicam os ecossistemas e as espécies se encontram cada vez mais ameaçadas, com a consequente diminuição da biodiversidade. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 23 3.3 PERDA DA BIODIVERSIDADE A biodiversidade resulta de milhões de anos de evolução biológica, e é o componente do sistema de suporte à vida de nosso planeta. Além do valor intrínseco de cada espécie, seu conjunto, bem como o conjunto de interações entre espécies e destas com o meio físico-químico, resultam em serviços ecossistêmicos imprescindíveis para manter a vida na Terra (JOLY, 2011, p.117). De acordo com o autor: A definição clássica de biodiversidade, adotada pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), faz alusão direta à diversidade genética, que é responsável pela variação entre indivíduos, populações e os grupos taxonômicos das espécies biológicas. Populações e espécies são as unidades evolutivas básicas, que interagem entre si no tempo e no espaço. O conjunto de espécies e suas interações formam os ecossistemas, moldados pelas interações com o ambiente abiótico (JOLY, 2011, p. 117). Para Joly (2011, p. 117), “a perda de biodiversidade constitui um problema crítico para a existência humana, pois a extinção de uma espécie é irreversível e representa a perda de um genoma único, resultado de um processo evolutivo singular e não repetível”. Fatores que diminuem a biodiversidade: • A eliminação ou alteração do habitat pelo homem é o principal fator da diminuição da biodiversidade. Um exemplo é a eliminação de vegetação local para construção de casas ou para atividades agropecuárias alterando o meio ambiente; • A exploração comercial ameaça muitas espécies marinhas e algumas terrestres; O homem é o principal responsável pela perda da biodiversidade. As atividades humanas como agricultura, atividades marítimas, industrialização, transportes e a urbanização de grandes partes territoriais prejudicam os ecossistemas e as espécies se encontram cada vez mais ameaçadas, com a consequente diminuição da biodiversidade. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 24 GESTÃO AMBIENTAL • A poluição das águas, solo e ar perturbam os ecossistemas, matam os organismos. 3.4 CRESCIMENTO POPULACIONAL Por séculos, a percepção do mundo, da vida social e dos meios de produção esteve (e está) centrada nos seres humanos. Chamamos essa visão de mundo de ‘antropocêntrica’. Para as pessoas que vivem em sociedades com essa concepção, todos os recursos naturais, e mesmo a própria história da Terra – e do cosmos – converge para apenas um foco: a nossa espécie. Isso criou a ilusão de que a natureza existe para nos servir, e muitas sociedades orientaram suas ações por essa crença. Os humanos, segundo essa perspectiva, teriam regalias como possibilidade de expansão populacional ilimitada, usufruto contínuo de todos os recursos naturais e domínio cego sobre um planeta infinito (MARTINI; RIBEIRO, 2011, p. 39). Essa visão de mundo antropocêntrica traz à tona um velho debate que permeia as bases teóricas da ciência demográfica e da geografia da população: a relação entre o crescimento populacional e os recursos naturais. Existem atualmente quase 7 bilhões de pessoas consu mindo alimentos, combustíveis fósseis e água potá vel; produzindo lixo, poluindo e predando; compe tindo por recursos e por espaço com os outros seres vivos; introduzindo espécies exóticas e alterando hábitats, ecossistemas e biomas inteiros, de uma forma que pouco poderá ser suavizada até 2050, quando provavelmente atingiremos a marca de 10 bilhões de seres humanos (MARTINI; RIBEIRO, 2011, p. 41). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 25 De acordo com Paulitsch (2012, p. 81) “atualmente, verificam-se, por todo o mundo, diversos indicadores que dão conta de uma pressão crescente sobre os recursos naturais e as matérias-primas”. Esta situação é preocupante, pois o bem-estar econômico e a qualidade de vida das nossas sociedades se assentam na exploração destes mesmos recursos e matérias-primas advindas do meio ambiente. Para minimizar este cenário, emerge uma discussão sobre as reflexões éticas das condutas humanas em relação ao meio ambiente. Nesse contexto, surge a bioética. Em sua origem, encontramos com Van Rensselaer Potter, pesquisador norte-americano que cunhou o neologismo “bioethics” e definiu a bioética como a “ciência da sobrevivência humana”. Em sua obra pioneira, “Bioética: a ponte para o futuro” (1971), Potter se antecipa aos tempos que virão, ao alertar a humanidade para se unir em torno do cuidado e defesa da vida, para além do âmbito humano, no sentido cósmico-ecológico. A problemática ecológico-ambiental tornou-se uma questão de primeira ordem na agenda da ONU, notavelmente a partir de meados BIOÉTICA4 Para a autora, a situação assume contornos emergenciais especialmente quando a sociedade subestima o alerta de que a manutenção dos padrões atuais de utilização dos recursos conduzirá ao colapso dos mesmos e criará desequilíbrios nas nossas sociedades, afetando a sobrevivência da espécie humana. Perante a magnitude das implicações decorrentes da atitude do homem, devemos admitir a crise dos modelos tradicionais de utilização dos recursos naturais. (PAULITSCH, 2012, p. 81). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 26 GESTÃO AMBIENTAL dos anos 80. Especialmente a partir da ECO 92, os governos dos países industrializados começaram a se mobilizar, visto que o ser humano adoeceu a natureza. Instala-se uma crise ecológica. Ar, rio, mar, floresta sãosubmetidos à exploração predatória e infestados de combustíveis fósseis derivados do petróleo e do carvão mineral. É nesse contexto que surge o Protocolo de Kyoto, um acordo para preservar o futuro da vida na face da Terra (PESSINI, 2007, p. 97). Assim, destaca Siqueira (2005, p. 51) [...] o momento é de reflexão. Todo ser humano hoje se torna cada vez mais responsável pelas decisões acerca das tecnologias a que estará exposto e se serão seguras para o planeta. Por sua vez, caberá ao cientista utilizar-se da velha dúvida metódica para sustentar não só a validade de suas técnicas, mas também de seus valores. Neste contexto, surge a necessidade de restabelecer a ponte entre a filosofia e a ciência, o que pode ser conhecido como bioética. A bioética não é estática, mas pluralista, aberta e dialética, ou seja, pronta para o debate e a construção de novas sínteses, não raramente, tendem a gerar contradições em relação a certas questões, que consequentemente, geram certa intranquilidade e insegurança na implantação e implementação de certas decisões (SILVEIRA; FERREIRA, 2009, p. 62). Pessini (2007, p. 35) aborda alguns questionamentos apontados por Potter já em 1971: “Ar e água poluída, explosão populacional, ecologia, conservação – muitas vozes falam, muitas definições são dadas. Quem está certo? As ideias se entrecruzam e existem argumentos A bioética vem como uma nova revolução para o pensamento científico e mais ainda para o comportamento humano. Vem restabelecer o diálogo entre a ética e a ciência, refletindo sobre a conduta humana em relação à vida. Com certeza, é nos moldes dessa nova maneira de fazer ciência e tecnologia que o homem vai reencontrar com sua própria essência, que nada mais é do que a própria natureza (SIQUEIRA, 2005, p. 62). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 27 conflitivos que confundem as questões e atrasam a ação. Qual é a resposta? O homem realmente colocou em risco o seu meio ambiente? Ele não necessita aprimorar as condições que criou? A ameaça de sobrevivência é real ou se trata de pura propaganda de teóricos histéricos?” Assim como Potter em seus questionamentos de 1971, Pessini em 2007 descreveu a “Era da falta de água”, crise que nos aflige atualmente (2014-2015) e afirma: Somente nos libertaremos desse cenário desolador, se mudarmos nossa mentalidade predadora para uma atitude de respeito e cuidado em relação à natureza. Assim não desperdiçaremos água, os mananciais serão protegidos, quando contaminados serão despoluídos. Novas técnicas de reutilização da água e do esgoto serão implementadas, bem como o aprimoramento das condições técnicas e econômicas de dessalinização da água do mar (exemplo de Israel). (PESSINI, 2007, p. 95). Haverá alguma ação humana que não provoque o ambiente, que nele não tenha um impacto direto ou indireto? 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 28 GESTÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA A CRISE HÍDRICA Um desafio emergente hoje no planeta é a crescente falta de água potável, elemento vital para a garantia da vida e saúde do ser humano. Não deixa de ser surpreendente que o planeta azul, com 70% de sua superfície coberta de água, se defronte com esse tipo de problema. A humanidade sempre tratou a água como um recurso inesgotável e acaba de se dar conta de que não é bem assim, e teremos pela frente a era da falta de água (PESSINI, 2007, p. 95). O EXEMPLO DE ISRAEL Em Israel, 67% da água para consumo doméstico são tratados a partir da dessalinização. O processo de dessalinização dura cerca de 30 minutos e consiste na denominada “osmose inversa” na qual, por intermédio de pressão, a água do mar atravessa um sistema de membranas que separa o sal de outras substâncias, tornando-a potável. Em seguida, as substâncias retiradas da água são devolvidas ao mar. Até 2005, quando a água dessalinizada começou a ser utilizada em larga escala no país, grande parte da água consumida em Tel Aviv era canalizada por meio do Canal Nacional, do Mar da Galileia, que fica a 150 quilômetros da maior cidade de Israel. Hoje em dia, quatro usinas de dessalinização suprem praticamente todas as necessidades das cidades ao longo da orla do Mar Mediterrâneo, onde mora a maioria da população israelense. A utilização de água dessalinizada também contribui para que as fontes naturais, principalmente os aquíferos do litoral israelense e da montanha (na região de Jerusalém) possam se recuperar após muitos anos de estiagem (FLINT, 2014). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 29 Neste capítulo, apresentamos o conceito de meio ambiente, definido como o lugar em que os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação, ou seja, sociedade e natureza se inter-relacionam. Estudamos, ainda, a incompatibilidade do ritmo frenético de produção e consumo com o ritmo da natureza, resultando nas questões ambientais globais, que também abordam o crescimento populacional e suas implicações ambientais. Para finalizar, estudamos a bioética, ciência que aborda reflexões éticas das condutas humanas em relação ao meio ambiente. Saiba+ EM SÍNTESE FILMES: A Última Hora (2007) é um documentário, narrado e produzido por Leonardo DiCaprio, que aborda os desastres naturais causados pela própria humanidade. O longa-metragem mostra como o ecossistema tem sido destruído e o que é possível fazer para reverter esse quadro. As mais de 50 entrevistas com renomados cientistas e líderes, como Stephen Hawking e o ex- presidente soviético Mikhail Gorbachev, ajudam a esclarecer essas importantes questões, bem como indicam alternativas possíveis à sustentabilidade. A Era da Estupidez (2009) mostra a que ponto chegou a destruição ambiental no mundo e alerta para a responsabilidade de cada indivíduo impedir a anunciada catástrofe global. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 30 GESTÃO AMBIENTAL ATIVIDADES DE AUTOAPRENDIZAGEM Leia o texto a seguir para responder as atividades 1 e 2. LIVRO: O livro “A Transição para a Sustentabilidade” é uma obra do professor e pesquisador Luiz Fernando Krieger Merico. O autor é geólogo, mestre em Análise Ambiental e doutor em Geografia. Lecionou em diversas universidades no Brasil e no exterior. Atualmente, coordena, no Brasil, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Também é membro da Comunidade de Vida Cristã (CVX - Dom Hélder Câmara). A transição para a sustentabilidade consiste em promover uma reorganização de nosso sistema socioecológico, compatibilizando a presença humana com as leis da biosfera. Ecologismo popular: natureza como oikos (ambiente) Quando chegaram à América os europeus encontraram uma natureza exuberante. Eles a consideraram selvagem e acreditavam que esta precisava ser dominada. Logo, se deram conta de sua riqueza e passaram a ter uma visão extrativista dessa natureza, entendida como um conjunto de recursos naturais a seremexplorados e transformados em bens de troca material no comércio. Aos poucos, a América foi considerada o eldorado para enriquecer com a exploração do ouro e da prata. Nesses territórios, viviam também populações humanas autóctones desde tempos imemoriais que foram sendo dizimados ou reduzidos a escravos para 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 31 Atividade 1 De acordo com o texto “Ecologismo popular: natureza como oikos”, qual a principal diferença entre as visões ecológica e extrativista da natureza? Atividade 2 No texto, encontramos o termo “populações humanas autóctones”. Pesquise no dicionário o que é autóctone. Após a pesquisa, selecione, no texto, o parágrafo que identifica o significado encontrado no dicionário. ATIVIDADES DE AUTOAPRENDIZAGEM Leia o texto a seguir para responder as atividades 1 e 2. LIVRO: O livro “A Transição para a Sustentabilidade” é uma obra do professor e pesquisador Luiz Fernando Krieger Merico. O autor é geólogo, mestre em Análise Ambiental e doutor em Geografia. Lecionou em diversas universidades no Brasil e no exterior. Atualmente, coordena, no Brasil, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Também é membro da Comunidade de Vida Cristã (CVX - Dom Hélder Câmara). A transição para a sustentabilidade consiste em promover uma reorganização de nosso sistema socioecológico, compatibilizando a presença humana com as leis da biosfera. a extração da riqueza. Para eles, a natureza não era um estoque de bens materiais a serem explorados, mas a sua própria casa que lhes fornecia todos os serviços para sua sobrevivência, entendida como um sistema de interdependências na qual eles se sentiam como um elo a mais dessa teia da vida. Neste sentido, aconteceu, no momento da chegada dos europeus na América, um embate feroz entre duas visões da natureza: uma que valorizava a natureza como sua oikos, um sistema de serviços, um ambiente de interdependências, fornecedor das condições vitais de sua sobrevivência; enquanto a outra via a natureza como um estoque de recursos naturais a serem extraídos e dominados para sua transformação em bens de troca comercial produtora de riqueza material. Esse embate entre entender a natureza como serviço à vida (visão ecológica) ou como estoque de recursos materiais (visão extrativista) continua até os dias atuais sob outras formas, e o domínio da segunda sobre a primeira deixa uma esteira de destruição e morte por onde passa. Séculos de extrativismo desenfreado e produção industrial insustentável instalaram a crise ambiental global que tem a sua expressão mais visível no aquecimento climático, com todos os seus desastres decorrentes que atingem principalmente as populações pobres do planeta. A humanidade começa a acordar para o problema e a ONU organiza conferências internacionais para a busca de soluções para o problema. Texto extraído de: JUNGES, José R. Bioética e Meio Ambiente num Contexto de América Latina. Revista Redbioética/UNESCO, Año 5, 1 (9): 13-19, enero - junio 2014. ISSN 2077-9445 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 32 GESTÃO AMBIENTAL Atividade 3 Na reflexão sobre a conduta humana em relação à vida, a ponte entre a filosofia e a ciência é conhecida como: a) Dialética b) Ciência c) Tecnologia d) Bioética e) Filosofia Atividade 4 As inter-relações entre as dimensões meio ambiente e economia, meio ambiente e sociedade e sociedade e a economia, caracterizam: a) A natureza. b) A sociedade. c) O meio ambiente. d) A economia. e) A qualidade de vida. Atividade 5 Observe as seguintes frases: • A eliminação de vegetação local para construção de casas ou para atividades agropecuárias altera o meio ambiente. • A exploração comercial ameaça espécies marinhas e terrestres. • A poluição das águas, solo e ar perturba os ecossistemas e mata os organismos. Se você fosse colocar um título antes de escrevê-las, este título seria: 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 33 a) A poluição é responsável pela perda da biodiversidade. b) A eliminação do habitat pelo homem é o único fator da diminuição da biodiversidade. c) Não explore os animais terrestres e marinhos. d) O desmatamento é responsável pela perda da biodiversidade. e) O homem é o principal responsável da perda da biodiversidade. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 Capítulo CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E CONTROLE DA POLUIÇÃO 2 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 37 De acordo com Silva (2010), a partir da Revolução Industrial, as sociedades humanas pautadas no desenvolvimento científico e no capital, adotaram um modelo de desenvolvimento baseado no aumento crescente da produção e, consequentemente, do consumo. O crescimento das cidades, em face do aumento populacional, proporciona o aumento das catástrofes ambientais, desencadeando problemas de suma importância, principalmente no que diz respeito à produção de resíduos orgânicos e inorgânicos, revelando a problemática do lixo e o seu alto impacto sobre o meio ambiente. Além disso, várias espécies de animais desapareceram e outras tantas estão ameaçadas de extinção. Desta forma, a humanidade já está sofrendo as consequências do crescimento populacional. A retirada de matéria-prima do meio ambiente desencadeou uma grave crise ecológica promovida por conta do crescimento da população mundial (GEWEHR, 2010). Hoje, a sociedade depara-se com alguns problemas com os quais as gerações anteriores não conviviam. Um deles é a poluição ambiental, com ênfase à poluição do ar, do solo e da água. De acordo com Mano (2005, p. 42), “pode-se atribuir a duas causas principais a poluição ambiental: o contínuo aumento da população e o vertiginoso desenvolvimento industrial”. POLUIÇÃO1 A deterioração das condições ambientais, que pode alcançar o ar, a água e o solo chama-se poluição. Assim, poluição nada mais é que a emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos em quantidade superior à capacidade de absorção do meio ambiente. Esse desequilíbrio interfere na vida dos animais e vegetais e nos mecanismosde proteção do planeta. 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 38 GESTÃO AMBIENTAL A poluição do ar provavelmente acompanha a humanidade desde tempos remotos. No entanto, passou a ser sentida de forma acentuada quando as pessoas começaram a viver em assentamentos urbanos de grande densidade demográfica em consequência da Revolução Industrial, a partir do momento em que o carvão mineral começou a ser utilizado como fonte de energia. As inovações tecnológicas do século XX e a utilização do petróleo como fonte de combustíveis acentuaram ainda mais essa poluição, bem como os processos industriais e a crescente utilização de automóveis e outros meios de transporte movidos a combustíveis fósseis, que passaram a predominar no cotidiano como agentes poluidores de destaque. A poluição do ar tornou-se, também, um problema mundial, com reflexos em todo o planeta, como o aumento dos gases de efeito estufa (GEE) e a destruição da camada de ozônio (ASSUNÇÃO, 2014, p. 143). De acordo com Assunção (2014, p. 152), “poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa e de energia que, lançada na atmosfera, pode ocasionar um efeito negativo mensurável. Na forma de energia são exemplos as ondas sonoras e eletromagnéticas, e na forma de matéria, material particulado e gases”. 2.1 FONTES DE POLUIÇÃO DO AR Qualquer processo, equipamento, sistema, máquina, empreendimentos, entre outros, que possa liberar ou emitir matéria ou energia para a atmosfera, de forma a torná-la poluída, pode ser considerado fonte de poluição do ar. As emissões para a atmosfera podem vir de ações naturais e de ações antrópicas, ou seja, pela ação do homem (ASSUNÇÃO, 2014, p. 156). As emissões naturais provêm de erupções vulcânicas que lançam partículas e gases para a atmosfera, como compostos de enxofre; decomposição de vegetais e animais; ação do vento; descargas elétricas na atmosfera, formando ozônio; incêndios florestais naturais, que POLUIÇÃO DO AR2 lançam grandes quantidades de material particulado, gás carbônico, monóxido de carbono, entre outras (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). Entre as fontes antropogênicas, destacam-se os diversos processos e operações industriais; a queima de combustível na indústria, para fins de transporte nos veículos a gasolina, a álcool, a diesel ou movidos por qualquer tipo de combustível; queimadas; queima de lixo ao ar livre; comercialização e armazenamento de produtos voláteis; equipamentos de refrigeração e ar-condicionado; pinturas em geral; entre outras (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes, presentes no ar. De acordo com a CETESB (2015), a variedade das substâncias poluentes que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, sendo que alguns desses poluentes servem como indicadores de qualidade do ar, foram adotados universalmente e escolhidos em razão da frequência de ocorrência e de seus efeitos adversos. A poluição causada por veículos é tão significativa que seu uso foi restringido na cidade de São Paulo, por meio da operação denominada rodízio de veículos. Atualmente, os caminhões também têm restrição de horário de circulação em determinadas regiões ou vias da cidade (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 39 lançam grandes quantidades de material particulado, gás carbônico, monóxido de carbono, entre outras (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). Entre as fontes antropogênicas, destacam-se os diversos processos e operações industriais; a queima de combustível na indústria, para fins de transporte nos veículos a gasolina, a álcool, a diesel ou movidos por qualquer tipo de combustível; queimadas; queima de lixo ao ar livre; comercialização e armazenamento de produtos voláteis; equipamentos de refrigeração e ar-condicionado; pinturas em geral; entre outras (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes, presentes no ar. De acordo com a CETESB (2015), a variedade das substâncias poluentes que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, sendo que alguns desses poluentes servem como indicadores de qualidade do ar, foram adotados universalmente e escolhidos em razão da frequência de ocorrência e de seus efeitos adversos. A poluição causada por veículos é tão significativa que seu uso foi restringido na cidade de São Paulo, por meio da operação denominada rodízio de veículos. Atualmente, os caminhões também têm restrição de horário de circulação em determinadas regiões ou vias da cidade (ASSUNÇÃO, 2014, p. 157). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 40 GESTÃO AMBIENTAL Quadro 1 - Exemplos de substâncias poluentes presentes no ar Material Particulado (MP) Sob essa denominação geral, encontra-se um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. Dióxido de Enxofre (SO2) Resulta principalmente da queima de combustíveis que contém enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. É um dos principais formadores da chuva ácida, responsável pelas principais consequências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de petróleo liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. Monóxido de Carbono (CO) É um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustíveis fósseis, entre outros). Em geral, é encontrado em maiores concentrações nas cidades, sendo emitido principalmente por veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa circulação de veículos. Ozônio (O3) Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode causar danos à vegetação. É sempre bom ressaltar que o ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, onde respiramos, chamado de “mau ozônio”, é tóxico. Hidrocarbonetos (HC) São gases e vapores resultantes da queima incompleta e evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis. Todo hidrocarboneto é um composto orgânico que possui apenas carbono e hidrogênio na sua estrutura como, por exemplo, o metano (CH 4 ). Óxido de Nitrogênio (NO) e Dióxido de Nitrogênio (NO2) São formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. Contribuem para a chuva ácida. Dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) É um produto de reação em diferentes processos, tais como, a combustão do carvão e dos hidrocarbonetos, a fermentação dos líquidos e a respiração dos seres humanos e dos animais. É um dos gases que naturalmente contribui para o efeito estufa normal do planeta, mas agora, devido ao seu aumento na atmosfera, pode intensificar esse efeito, levando a um aquecimento maior do planeta. Fonte: Adaptado de CETESB (2015) A concentração de poluentes está fortemente relacionada às condições meteorológicas. Alguns dos parâmetros que favorecem altos índices de poluição são: alta porcentagem de calmaria, ventos fracos e inversões térmicas e baixa altitude (CETESB, 2015). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 995 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 41 2.2 EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Os efeitos da poluição do ar caracterizam-se tanto pela alteração de condições consideradas normais como pelo aumento de problemas já existentes. Os efeitos podem ocorrer em nível local, regional e global. Os efeitos podem se manifestar na saúde, no bem-estar da população, na vegetação, na fauna e nas propriedades da atmosfera, passando pela redução da visibilidade, inversão térmica* (Quadro 2), alteração da acidez das águas da chuva (chuva ácida**), aumento da temperatura da terra (aquecimento global) e da modificação da intensidade da radiação solar. O aumento da incidência de radiação, por exemplo, é causado pela redução da camada de ozônio (ASSUNÇÃO, 2014, p. 170). Quadro 2 - Entendendo a inversão térmica Fonte: Autoria própria (2015) *Inversão térmica É um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta, no entanto, sua ocorrência é maior nos centros urbano-industriais. Normalmente, acontece durante o inverno, nos dias mais frios. **Chuva ácida Trata-se do acúmulo demasiado de óxido de nitrogênio (NO) e dióxidos de carbono (CO 2 ) e enxofre (SO 2 ) na atmosfera que, ao reagirem, formam gotículas de chuva e partículas de aerossóis. De acordo com Cabral (2008), a chuva ácida não ocorre necessariamente no local poluidor, pois tais poluentes aos serem lançados na atmosfera são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. Ocasiona vários prejuízos e efeitos tais como sérios problemas à saúde humana, corrosão de materiais usados nas construções, acidificação dos lagos e vários prejuízos à agricultura. Condições Normais: O sol aquece a superfície terrestre, que libera calor. O ar quente sobe, junto com os poluentes. Com o aumento da altitude, o ar poluído se resfria e sobe para as camadas ainda mais frias. Os poluentes se dispersam com os ventos em altitudes elevadas. Ar mais frio Ar frio Ar quente Inversão Térmica: No inverno, o aquecimento da superfície terrestre é menos intenso. Uma camada de ar quente fica acima da camada mais próxima do solo, que fica mais fria nessa estação. Os poluentes não conseguem se dispersar e concentram-se em baixas altitudes. Ar frio Concentração de poluentes Ar quente (camada de inversão) Ar frio 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 GESTÃO AMBIENTAL42 2.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR Medidas de prevenção e correção* devem ser tomadas com o objetivo de atingir o desenvolvimento sustentável. A busca de soluções para o problema da poluição do ar deve começar pela sua prevenção. Para a prevenção e controle da poluição do ar, são usadas medidas que envolvem desde o planejamento do assentamento de núcleos urbanos e industriais e do sistema viário, até a ação direta sobre a fonte de emissão. Depois de esgotados todos os esforços com medidas preventivas, devemos, então, utilizar os equipamentos para tratamento das emissões (equipamentos de controle de poluentes – filtros). Sempre em conjunto com o equipamento de controle de poluição industrial, existe um sistema de exaustão, cuja função é captar, concentrar e conduzir os poluentes para serem filtrados, com posterior lançamento residual no ar (ASSUNÇÃO, 2014, p. 183). *Correção Ação para eliminar uma não-conformidade identificada (ABNT NBR ISO 9000:2000). Prevenir significa evitar a geração de poluentes, com a utilização de processos industriais e de combustíveis menos poluentes. Além disso, a prevenção requer investimento em medidas de redução de consumo de produtos poluidores e de energia. Já o controle refere-se às medidas de tratamento da emissão de poluentes (ASSUNÇÃO, 2014, p. 181). A diminuição da quantidade de poluentes gerados é mais fácil de ser alcançada do que sua eliminação. São medidas importantes: a operação dos equipamentos dentro de sua capacidade nominal; a operação e manutenção adequada de equipamentos produtivos; o armazenamento adequado de materiais pulverulentos, e/ou fragmentados; a limpeza adequada do ambiente; a utilização de processos, equipamentos, operações, matérias-primas, reagentes e combustíveis de menor potencial poluidor (ASSUNÇÃO, 2014, p. 182). Os três tipos de equipamento mais eficientes para o controle de material particulado são o filtro de manga, o precipitador eletrostático e o lavador Venturi, sendo que a eficiência de retenção de poluentes que varia de acordo com o projeto e com as condições de operação e manutenção. Já os gases e vapores podem ser removidos do fluxo poluído por meio de absorvedores (lavadores de gases), de absorvedores, em especial com uso de carvão ativado, ou por incineração térmica ou catalítica (como os combustores catalíticos dos automóveis) e também por condensadores, biorreatores e processos especiais (ASSUNÇÃO, 2014, p. 184). POLUIÇÃO DA ÁGUA A gestão ambiental voltada para os recursos hídricos envolve duas dimensões significativas: uma referente à quantidade de água e outra relacionada à sua qualidade. Já o conceito de poluição das águas deve associar o uso à qualidade. A poluição da água se dá pela alteração de suas características físicas, químicas ou biológicas, que prejudicam um ou mais de seus usos preestabelecidos (BASSOI; MENEGON JR, 2014, p. 87-91). 3.1 FONTES E CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO DA ÁGUA A poluição das águas pode ser gerada por efluentes domésticos (poluentes orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias); efluentes industriais (poluentes orgânicos e inorgânicos, dependendo da atividade industrial); e ainda por carga difusa urbana e agrícola (poluentes advindos da drenagem dessas áreas: fertilizantes, defensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão). As consequências de um determinado poluente dependem das suas concentrações, do tipo de corpo d´água que o recebe e dos usos da água. Em geral as consequências são: Para cada fonte de poluição, deve ser estudada a melhor solução, tanto do ponto de vista do custo, como do ponto de vista ambiental. 3 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 43 2.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR Medidas de prevenção e correção* devem ser tomadas com o objetivo de atingir o desenvolvimento sustentável. A busca de soluções para o problema da poluição do ar deve começar pela sua prevenção. Para a prevenção e controle da poluição do ar, são usadas medidas que envolvem desde o planejamento do assentamento de núcleos urbanos e industriais e do sistema viário, até a ação direta sobre a fonte de emissão. Depois de esgotados todos os esforços com medidas preventivas, devemos, então, utilizar os equipamentos para tratamento das emissões (equipamentos de controle de poluentes – filtros). Sempre em conjunto com o equipamento de controle de poluição industrial, existe um sistema de exaustão, cuja função é captar, concentrar e conduzir os poluentes para serem filtrados, com posterior lançamento residual no ar (ASSUNÇÃO, 2014, p. 183). *Correção Ação para eliminar uma não-conformidade identificada (ABNT NBR ISO 9000:2000). Prevenir significa evitar a geração de poluentes, com a utilização de processos industriaise de combustíveis menos poluentes. Além disso, a prevenção requer investimento em medidas de redução de consumo de produtos poluidores e de energia. Já o controle refere-se às medidas de tratamento da emissão de poluentes (ASSUNÇÃO, 2014, p. 181). A diminuição da quantidade de poluentes gerados é mais fácil de ser alcançada do que sua eliminação. São medidas importantes: a operação dos equipamentos dentro de sua capacidade nominal; a operação e manutenção adequada de equipamentos produtivos; o armazenamento adequado de materiais pulverulentos, e/ou fragmentados; a limpeza adequada do ambiente; a utilização de processos, equipamentos, operações, matérias-primas, reagentes e combustíveis de menor potencial poluidor (ASSUNÇÃO, 2014, p. 182). Os três tipos de equipamento mais eficientes para o controle de material particulado são o filtro de manga, o precipitador eletrostático e o lavador Venturi, sendo que a eficiência de retenção de poluentes que varia de acordo com o projeto e com as condições de operação e manutenção. Já os gases e vapores podem ser removidos do fluxo poluído por meio de absorvedores (lavadores de gases), de absorvedores, em especial com uso de carvão ativado, ou por incineração térmica ou catalítica (como os combustores catalíticos dos automóveis) e também por condensadores, biorreatores e processos especiais (ASSUNÇÃO, 2014, p. 184). POLUIÇÃO DA ÁGUA A gestão ambiental voltada para os recursos hídricos envolve duas dimensões significativas: uma referente à quantidade de água e outra relacionada à sua qualidade. Já o conceito de poluição das águas deve associar o uso à qualidade. A poluição da água se dá pela alteração de suas características físicas, químicas ou biológicas, que prejudicam um ou mais de seus usos preestabelecidos (BASSOI; MENEGON JR, 2014, p. 87-91). 3.1 FONTES E CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO DA ÁGUA A poluição das águas pode ser gerada por efluentes domésticos (poluentes orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias); efluentes industriais (poluentes orgânicos e inorgânicos, dependendo da atividade industrial); e ainda por carga difusa urbana e agrícola (poluentes advindos da drenagem dessas áreas: fertilizantes, defensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão). As consequências de um determinado poluente dependem das suas concentrações, do tipo de corpo d´água que o recebe e dos usos da água. Em geral as consequências são: Para cada fonte de poluição, deve ser estudada a melhor solução, tanto do ponto de vista do custo, como do ponto de vista ambiental. 3 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 44 GESTÃO AMBIENTAL • Doenças; • Morte de espécies aquáticas por redução do oxigênio dissolvido; • Prejuízos econômicos; • Proliferação de algas por excesso de nutrientes; • Alteração da qualidade em Balneários. 3.2 MÉTODOS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS O campo da engenharia sanitária tem evoluído rapidamente no desenvolvimento de métodos para o tratamento de águas residuárias. Isso ocorre, principalmente, devido às exigências cada vez maiores dos órgãos públicos de controle do meio ambiente, como resposta ao interesse da saúde pública, às crescentes condições adversas causadas pela descarga de águas residuárias e à maior cobrança da sociedade na defesa do meio ambiente (BASSOI; MENEGON JR, 2014, p. 136). 3.2.1 TIPOS DE PROCESSOS DE TRATAMENTO De acordo com Bassoi e Menegon Jr (2014, p. 136), “um sistema de tratamento de águas residuárias é constituído por uma série de operações e processos que são empregados para a remoção de substâncias indesejáveis de água ou para transformação em outras de forma aceitáveis”. Os autores classificam os processos de tratamento em grupos distintos: a) Processos físicos: são assim definidos por causa dos fenômenos físicos que ocorrem na remoção ou transformação de poluentes das águas residuárias. Basicamente, os processos físicos são utilizados Por que a qualidade do meio ambiente consiste em um importante determinante da qualidade da saúde? 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 UNISOCIESC - CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC 45 para separar sólidos em suspensão nas águas residuárias, mas também podem ser utilizadas para equalizar e homogeneizar um efluente. Nestes casos, estão incluídos: • Remoção de sólidos grosseiros; • Remoção de sólidos sedimentáveis; • Remoção de sólidos flutuantes; • Remoção da umidade do lodo; • Homogeneização e equalização de efluentes; • Diluição de águas residuárias. b) Processos químicos: aqueles em que a utilização de produtos químicos é necessária para aumentar a eficiência de remoção de um elemento ou substância, modificar seu estado ou estrutura ou, simplesmente, alterar suas características químicas. Quase sempre seu emprego é conjugado a processos físicos e, algumas vezes, a processos biológicos. Os principais são: • Coagulação-floculação; • Precipitação química; • Oxidação; • Cloração; • Neutralização ou correção do pH. Esses processos são utilizados para a remoção de sólidos em suspensão coloidal ou mesmo dissolvidos, substâncias que causam cor e turbidez, odoríferas, metais pesados e óleos emulsionados. c) Processos biológicos: são considerados como processos biológicos de tratamento de águas residuárias aqueles que dependem da ação de micro-organismos aeróbios ou anaeróbios. Os fenômenos inerentes à respiração e à alimentação desses micro-organismos são predominantes na transformação da matéria orgânica, sob a forma de sólidos dissolvidos e em suspensão, em compostos simples como sais minerais, gás carbônico, água e outros. Os processos biológicos 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 46 GESTÃO AMBIENTAL procuram reproduzir, em dispositivos racionalmente projetados, os fenômenos biológicos observados na natureza, condicionando-os em área e tempo economicamente justificáveis. Os processos biológicos dividem-se em aeróbios e anaeróbios. Os processos biológicos usuais são: • Lodos ativados e suas variações; • Filtro biológico anaeróbio ou aeróbio; • Lagoas aeradas; • Lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias; • Digestores anaeróbios de fluxo ascendente. 3.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO De acordo com Bassoi e Menegon Jr (2014, p. 140), “os sistemas de tratamento de águas residuárias, englobando um ou mais processos descritos, são classificados em função do tipo de material a ser removido e da eficiência de sua remoção”. Tais sistemas são apresentados como vemos a seguir: a) Tratamento preliminar: tem a finalidade de remover sólidos grosseiros e é aplicado normalmente a qualquer tipo de água residuária. Consiste de grade, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de óleos e graxas. b) Tratamento primário: recebe essa denominação o sistema de tratamento de água residuária de natureza orgânica, muito embora seja utilizado para qualquer tipo de despejo. Tem como A remoção de substâncias indesejáveis de uma água residuária envolve a alteração de suas características físicas, químicas e/ou biológicas. A utilização de qualquer um dos processos acima poderá concorrer para essas alterações (BASSOI; MENEGON JR, 2014, p. 137). 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38 20 74 99 5 08 38
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