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TCC ODONTO - SISTEMA ADESIVO- UFRGN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
MARIA EDUARDA LOPES VIÉGAS CÂMARA 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA ADESIVIDADE DE UM SISTEMA ADESIVO 
AUTOCONDICIONANTE EM DENTES IRRADIADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
 2015 
 
 
 
 
 
Maria Eduarda Lopes Viégas Câmara 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA ADESIVIDADE DE UM SISTEMA ADESIVO 
AUTOCONDICIONANTE EM DENTES IRRADIADOS 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao Departamento de 
Odontologia da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. 
 
Orientador: Prof. Dr. André Luís Dorini. 
Co-Orientadora: Profª. Drª. Marília 
Regalado Galvão Rabelo Caldas. 
 
 
 
 
Natal 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia 
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”. 
 
Câmara, Maria Eduarda Lopes Viégas. 
Avaliação da adesividade de um sistema adesivo autocondicionante 
em dentes irradiados / Maria Eduarda Lopes Viégas Câmara. – Natal, RN, 
2015. 
24 f.:il. 
 
Orientador: Prof. Dr. André Luís Dorini. 
Co-Orientadora: Profª. Drª. Marília Regalado Galvão Rabelo Caldas. 
 
Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de 
Odontologia 
 
 
1. Resinas compostas – Monografia. 2. Adesividade – Monografia. 3. 
Radioterapia – Monografia. I. Dorini, André Luís. II. Caldas, Marília 
Regalado Galvão Rabelo. III. Titulo. 
 
 
RN/UF/BSO Black:D226 
 
 
 
 
 MARIA EDUARDA LOPES VIÉGAS CÂMARA 
 
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE UM SISTEMA ADE SIVO 
CONVENCIONAL EM DENTES IRRADIADOS. 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao Departamento de 
Odontologia da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte. 
 
APROVADO EM: ___/___/___ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________________________________ 
Prof. Dr. André Luís Dorini 
Orientador e presidente da banca 
UFRN 
 
_____________________________________________________ 
Profª. Drª Maria Cristina dos Santos Medeiros 
Membro 
UFRN 
 
 ______________________________________________________ 
Profª Ms Diana Ferreira Gadelha de Araújo 
Membro 
UFRN 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico esse trabalho aos meus pais, Magna e Lucildo, em agradecimento a 
todo o apoio dado desde o início dessa minha trajetória. Sem eles, nada disso 
seria possível. Obrigada por tudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
É com enorme satisfação que eu finalizo uma das etapas mais 
importantes da minha vida, apresento o meu trabalho de conclusão de curso e 
encerro a minha graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por me permitir 
estar vivendo esse sonho, por nunca me abandonar nas horas difíceis e por me 
proporcionar tantos momentos de alegria. Ele é o maior dos mestres que eu 
poderia ter. 
Agradeço infinitamente aos meus pais, que sempre me deram todo o 
apoio desde que eu pensei em prestar vestibular para Odontologia, e me 
deram a força e tudo o que foi necessário para continuar nessa jornada. À 
minha mãe, Magna, minha guerreira, meu exemplo de mulher, de caráter e 
honestidade, eu só tenho a dizer que apesar das áreas serem distintas, eu 
almejo ser uma profissional com pelo menos parte do prestígio e respeito que 
ela tem. Sou extremamente orgulhosa em tê-la como mãe. Ao meu pai, Lucildo, 
um homem batalhador, determinado e que sempre correu em busca dos seus 
ideais. Faz de tudo para ver seus filhos trilharem seus caminhos pra que sejam 
felizes seguindo suas carreiras independentemente das circunstâncias. Meu 
orgulho como pai. Um casal que se completa e que criam seus filhos da melhor 
forma possível, com todo o cuidado, amor e incentivo que nós precisamos. Eu 
só tenho a agradecer a isso. Sem eles eu jamais estaria aqui. 
Aos meus avós maternos, Rejane e Evangelista, exemplo de pais, 
obrigada por todo o carinho e amor incondicional que sempre me deram, o que 
foi essencial para a realização de mais esse sonho. À minha avó paterna, 
exemplo de vida, Sílvia, que infelizmente veio a falecer durante a minha 
graduação, mas que está lá do céu olhando e orando para mim. Só tenho a 
agradecer a vocês. 
Ao meu irmão Lucas, que apesar de morar do outro lado do mundo, é 
extremamente presente na minha vida. Onde se tem amor, 17.000 km de 
distância não é nada. Não é a toa que ele está aqui para me prestigiar nesse 
momento tão importante, como ele sempre fez. Obrigada por todo o apoio, por 
todas as vibrações com minhas conquistas e por ser o melhor irmão que eu 
poderia ter. 
 Ao meu namorado Daniel, que há tantos anos compartilhamos as 
nossas vitórias juntos, apoiando um ao outro, sempre me acalmando nos 
momentos de estresse, me abraçando nos momentos difíceis e comemorando 
nos momentos de alegria. Nunca mediu esforços para me ajudar, e está 
sempre disposto a fazer o melhor por mim. Sem dúvidas, é a pessoa com o 
 
 
 
 
coração mais bonito que eu já conheci. Eu só tenho a agradecer por Deus ter 
te colocado na minha vida. 
 Agradeço a todos os meus familiares, por estarem sempre ao meu lado, 
comemorando as minhas conquistas, especialmente a Cal, a minha segunda 
mãe, pelo amor indescritível e por todo o cuidado que sempre teve comigo. 
 Agradeço a todos os meus mestres, pelos ensinamentos passados, pela 
paciência, pelo apoio e por sempre acreditarem em mim e me fazerem 
acreditar que eu posso ir além. Tenho cada um de vocês como exemplos de 
profissionais. Esse agradecimento vai em especial aos meus orientadores, 
professor André Dorini e professora Marília Regalado. Marília, um doce de 
pessoa, eu só tenho a agradecer por estar sempre disposta a me ajudar com 
sua experiência e paciência. Foi essencial te ter como co-orientadora. Obrigada 
por estar sempre com um sorriso no rosto e com palavras boas para me dizer. 
Hoje você mais que uma mestre, é uma amiga, e sempre fará parte da minha 
história profissional como uma das pessoas mais importantes. Obrigada de 
coração. E é com muita emoção que agora eu agradeço ao meu orientador 
André. Sem dúvidas, a pessoa mais importante de toda a minha graduação. 
Ele não é só o meu orientador de TCC, mas sim meu orientador profissional. 
Alguém que eu quero levar para o resto da minha vida. Ele fez coisas por mim 
que poucos professores fariam. Literalmente me adotou como pupila e 
conseguiu me passar nesse tempo todos os ensinamentos possíveis, não só 
de Odontologia, mas de vida. Um guerreiro que não mede esforços para fazer 
o que mais ama, ensinar. E consegue. Devo muito do que eu sei hoje a ele. 
Obrigada, você sempre será importantíssimo na minha vida, e eu serei 
eternamente grata, não tenha dúvidas. Mas nossa jornada não termina por 
aqui, ainda vamos fazer muita coisa juntos, se Deus quiser. Agradeço toda a 
paciência, todo o carinho, todos os ensinamentos e toda a disponibilidade que 
você sempre teve e incluo nisso os seus pais, Maria José e Luiz Alfredo, 
pessoas maravilhosas que nos ofereceram a sua casa em Fortaleza para que 
pudéssemos ficar enquanto fazíamos a parte experimental do nosso trabalho 
na UFC. Tenho todos no meu coração como minha família. 
 Por fim, agradeço as duas universidades que me apoiaram nessa 
pesquisa. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que me 
proporcionou uma graduação de excelência, e a Universidade Federal do 
Ceará, que nos cedeu o laboratório do departamento de Odontologia, para que 
nós pudéssemos fazer todo o experimento do nosso trabalho lá, com total 
apoio do Professor Vicente Saboia, o qualeu não tenho palavras pra agradecer 
a sua disponibilidade em ajudar, assim como a dos seus alunos, que nos 
ajudaram arduamente durante todos os dias que estivemos fazendo o 
experimento. 
 
 
 
 
Obrigada a todos. Sem dúvidas, cada um de vocês foram especiais para 
a minha formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ Para ser bem-sucedido no 
trabalho, a primeira coisa a 
fazer é apaixonar-se por ele. ” 
Mary Lauretta 
 
 
 
 
RESUMO 
Objetivo: Avaliar a resistência de união de um sistema adesivo 
autocondicionante à dentes irradiados. Materiais e métodos: 24 terceiros 
molares, dos quais 12 foram aleatoriamente expostos à radiação, foram 
preparados a partir da remoção do esmalte oclusal, expondo então uma 
superfície plana de dentina. O sistema adesivo Single Bond Universal (3M) foi 
aplicado em cada grupo de acordo com as instruções do fabricante. Em 
seguida, foi acrescentado dois incrementos de resina composta Filtek Z350 XT 
ou Aura, de 2 mm, fotopolimerizados por 20s cada, de acordo com as 
instruções do fabricante. Os corpos de prova foram hemi-seccionados 
originando espécimes em forma de palito. Para avaliação da resistência de 
união, foi feito um teste de microtração, utilizando a máquina EMIC DL – 2000 
(EMIC, Brazil) com célula de carga de 500N, e velocidade de microtração de 
0,5mm/min. Resultados: Não houve diferença estatística significante entre a 
resistência de união de dentes que foram ou não expostos à radiação e que 
utilizaram um sistema adesivo autocondicionante. Conclusão:Embora as doses 
de radiação aplicadas causem um aumento da dureza superficial do esmalte e 
também alterações na morfologia dos túbulos dentinários, essas alterações 
nada interviram na resistência de união. 
 
Palavras-chave: Adesividade, radioterapia, resinas compostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To evaluate the bond strength of a self-etching adhesive system to 
the irradiated teeth. Materials and methods: third molars 24, 12 of which were 
randomly exposed to radiation, were prepared from the removal of occlusal 
enamel, then exposing a flat dentin surface. The Single Universal Bond 
adhesive system (3M) was applied to each group according to the 
manufacturer's instructions. Then it was added in two increments of composite 
resins Filtek Z350 XT or Aura, 2 mm, light cured for 20s each, according to the 
manufacturer's instructions. The samples were hemi-sectioned specimens 
originating shaped toothpick. To evaluate the bond strength a microtensile test 
was done using the machine EMIC DL - 2000 (EMIC, Brazil) with 500N load 
cell, and microtensile speed of 0.5 mm / min. Results: There was no statistically 
significant difference between the bond strength of teeth that were or were not 
exposed to radiation and who used a self-etching adhesive system. Conclusion: 
Although the applied radiation doses cause an increase in enamel surface 
hardness and also changes in the morphology of the dentinal tubules, these 
changes nothing intervened in bond strength. 
 
Keywords: Adhesiveness, radiotherapy, composite resins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11 
2 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 13 
3 RESULTADOS .................................................................................................... 15 
4 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 16 
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 18 
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 19 
7 ANEXOS ................................ ............................................................................ 22 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A cada ano, aproximadamente 500.000 novos casos de câncer de cabeça e 
pescoço (CCP) são diagnosticados no mundo. O tratamento de escolha 
consiste em cirurgia, radiação, e combinação de cirurgia/radiação [1]. 
A intensificação da radioterapia no câncer de cabeça e pescoço levou a 
melhoras significativas no controle do tumor e no aumento da sobrevida desses 
pacientes. Nos casos em que a radiação é parte da terapia, esta pode ser 
aplicada antes ou após a cirurgia, ou mesmo ser o único tratamento. No 
entanto, esta radioterapia, além de causar a morte das células neoplásicas, 
afeta também as células normais, originando, por vezes, severas 
complicações, muitas das quais na cavidade oral [2]. 
 Entre as consequências clínicas orais mais comuns da radioterapia 
estão: hiposalivação, mucosite, perda do sabor, trismo, osteorradionecrose e 
cáries de radiação. O risco da deterioração dental pelo início repentino das 
cáries rampantes de radiação e a osteorradionecrose são ameaças ao longo da 
vida. São nesses efeitos colaterais tardios que estão incluídas a severa e 
debilitante destruição da dentição associada à perda da função mastigatória, 
que interfere na ingestão nutricional e nas atividades sociais diárias do paciente 
[3]. 
As doses de tolerância dos tecidos sadios se concentram em torno de 60 
Gy, e a sensibilidade dos tecidos tumorais varia de 30 a 60 Gy 7. A dose clínica 
de radiação varia entre 40 a 70 Gy, fracionada geralmente em doses diárias de 
1,8 a 2 Gy, num período de quatro a sete semanas, de acordo com o 
planejamento terapêutico [4]. 
Tais doses de radiação podem causar efeitos diretamente sobre os 
tecidos duros do dente (esmalte e dentina), as quais podem levar a alterações 
morfológicas na constituição do mesmo e eventualmente interferir na maneira 
como estes tecidos reagem ao processo de união aos materiais restauradores 
adesivos [5-12]. 
 
 
12 
 
Desta forma, este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da 
irradiação com Cobalto 60 (Co-60) sobre a resistência de união de um sistema 
adesivo autocondicionante em dentina. 
 A hipótese nula testada é de que a irradiação não interfere na resistência 
de união em dentina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Neste estudo foram utilizados 24 terceiros molares provenientes do Setor 
de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Departamento de 
Odontologia da UFRN, mediante parecer favorável do Comitê de Ética em 
Pesquisa CAEE nº 45188415.7.0000.5537. 
Os dentes extraídos foram armazenados em timol 0,5% até o momento 
de serem usados, com o objetivo de evitar crescimento bacteriano e alterações 
na morfologia do substrato. Foram lavados com água e sabão, raspados com 
curetas periodontais e receberam profilaxia com pedra pomes e água, realizada 
com escova de Robinson em baixa rotação [13]. Após isso, foram divididos 
aleatoriamente em dois grupos principais, um exposto à radiação e outro não 
exposto, e então subdivididos em 04 grupos (n=6), de acordo com o tratamento 
recebido, conforme o quadro 1: 
Quadro 1 - Grupos de estudo: 
IRRADIADO NÃO IRRADIADO 
Filtek Z350 + Single 
Bond Universal (n=6) 
Z350 XT 
Aura + Single Bond 
Universal (n=6) 
AURA 
Filtek Z350 + Single 
Bond Universal (n=6) 
Z350 XT 
Aura + Single Bond 
Universal (n=6) 
AURA 
 
Aleatoriamente, 12 dentes foram expostos a irradiação com Co-60 em 
aparelho de telecobaltoterapia (Theraton 780, Ottawa, Canada) no Centro 
Avançado de Oncologia da Liga Norte Rio-Grandense contra o Câncer 
(LNRGCC). 
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA TRS 398), o 
meio padrão para calibração do feixe de radiação é a água [14]. 
Conforme o modelo linear quadrático, os dentes foram imersos em 1,5 
cm de água destilada, em um campo de 18x27cm, distância da fonte de 80 cm 
para o campo 10/10 e profundidade de 0,5 cm, totalizando 70,13 cGy/min. O 
tempo total de irradiação foi de 27,6 minutos, gerando uma dose única total de 
1935,588 cGy. Tal dose corresponde a uma Dose Biológica Efetiva (BED) total 
similar àquela obtida com 35 ciclos diários de 2000 cGy [15]. 
 
 
14 
 
Uma vez que o substrato escolhido foi a dentina, o terço médio do 
esmalte oclusal da coroa dental foi seccionado perpendicularmente ao seu 
longo eixo através do corte de um disco diamantado acoplado a uma máquina 
de corte de precisão (Struers Minitom, Compenhagen, Denmark) sob 
refrigeração, expondo assim, uma superfície plana de dentina [16]. 
Em seguida, a dentina foi planificada, utilizando lixas de carbeto de 
silício (Bosch, Gerlingen, German) de granulação decrescente 100 e 600, com 
refrigeração abundante em água, em baixa velocidade (100 RPM). 
O sistema adesivo AdperSingle Bond Universal (3M ESPE, St. Paul, 
Minnesota, USA) foi aplicado em cada grupo de acordo com as instruções do 
fabricante. Em seguida, acrescentou-se dois incrementos de resina composta, 
Filtek Z350, cor EA2 (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) ou Aura, cor DC3 
ou DC4 (SDI, Bayswater, Victoria, Australia), de 2 mm, fotopolimerizados (DB 
685; Dabi Atlante, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil) por 20s cada, de acordo 
com as instruções do fabricante. A potencia do LED, aferida por radiômetro, foi 
de 1625 mW/cm2. 
Após confecção dos corpos de prova, os dentes foram armazenados em 
água destilada por 24h em estufa a 37°C. 
Em seguida, foram feitas 3 secções paralelas ao longo eixo do dente no 
sentido vestíbulo-lingual, e 4 secções no sentido mésio-distal, gerando corpos 
de prova em formato de palito [17]. 
Para avaliação da resistência de união, foi utilizada a máquina EMIC DL 
– 2000 (EMIC, São José dos Pinhais, Paraná, Brazil) com célula de carga de 
500N, e velocidade de microtração de 0,5mm/min[18]. 
O teste estatístico utilizado para a verificação da resistência de união 
para os grupos testados foi ANOVA dois fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 RESULTADOS 
 
Tabela 1 – Média e desvio padrão para os valores de resistência de união 
(MPa) para as resinas compostas testadas: 
Tratamento Resina SBU 
Irradiado Z350 32,20 (±11,96)A 
Aura 35,76 (±6,75)A 
Controle Z350 38,37 (±16,9)A 
Aura 34,32 (±7,5)A 
Letras iguais indicam ausência de diferenças estati camente significativas ( α=5%) 
Não houve diferenças na resistência de união das resinas Aura e Z350 
ao adesivo autocondicionante Single Bond Universal, independente dos dentes 
terem sido irradiados previamente ou não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4 DISCUSSÃO 
 
Esse estudo demonstrou que não houve diferença estatística entre os 
grupos irradiados e não irradiados, sendo então aceita a hipótese nula do 
trabalho. 
É observado na literatura que pacientes que receberam tratamento 
radioterápico na região de cabeça e pescoço apresentam um meio bucal 
extremamente desafiador para a odontologia restauradora, uma vez que 
podem apresentar elevados índices de cáries, deterioração e falha das 
restaurações[19-21]. 
Em estudos realizados por Hu et al. (2002) [19], Hu et al. (2005) [20] e 
Mc Comb et al. (2002) [21] foi observado que a causa mais comum das falhas 
de diversos materiais dentários restauradores em dentes de pacientes 
irradiados foi o deslocamento do material, sendo que cáries secundárias não 
foram encontradas nas margens das restaurações que se soltaram. Esses 
sinais clínicos nos fazem acreditar que o embricamento micromecânico entre a 
superfície dentária e o material restaurador pode estar prejudicado, gerando 
uma menor retenção e consequentemente menor longevidade das 
restaurações, independentemente da ação de cáries secundárias. 
Springer et al. (2005) [22] relatam que a radiação pode exercer efeito 
destrutivo direto nos tecidos dentais mineralizados, em especial na junção 
amelo-dentinária, embora tenham conseguido demonstrar destruição 
radiogênica do colágeno apenas em tecido pulpar de dentes humanos. Eles 
mostraram também que a irradiação não afeta mensuravelmente a extensão da 
destruição de colagéno mineralizado de tecido dental, o que pode estar 
relacionado com a relativamente baixa concentração de proteína presente na 
dentina e esmalte. 
 Segundo Walker (1975) [23], em seu estudo os resultados sugeriram 
que a irradiação terapêutica não afeta significativamente a susceptibilidade de 
dentes à desmineralização in vivo. Contudo, suas observações não excluem 
 
 
17 
 
outros possíveis efeitos diretos da radiação, como o aumento da fragilidade dos 
dentes causada pela degradação de proteínas. 
 Em relação a microdureza da dentina, Golçalves et al. (2014) [24] 
constataram que os valores de microdureza da dentina diminuiu após doses de 
radiação cumulativa de 10 , 20 , 30 , 50 e 60 Gy em comparação com a dentina 
não irradiada. Já relacionado a microestrutura, na dentina de dentes não 
irradiados houve um aumento na alterações morfológicas após doses de 
radiação de 30 e 60 Gy em todas as regiões analisadas em comparação com a 
dentina não irradiada . Alterações na dentina intertubular, peritubular e 
intratubular puderam ser observadas como a radiação em doses aumentadas. 
Utilizando doses de 30 Gy, fissuras na estrutura dentinária tornou-se evidente a 
10.000 e 20.000 ampliações. Com dose de radiação cumulativa de 60 Gy, os 
túbulos dentinários ficaram destruídos. As fibras colágenas foram gradualmente 
fragmentadas com o aumento das doses de radiação. 
 A dureza reduzida de dentina irradiada não parece também ter 
influência sobre a resistência de união em dentina[25-26]. Além disso, Fisher et 
al. (1971) [27] não conseguiu provar neste estudo uma influência do colapso da 
matriz de colágeno de dentina após a irradiação. 
 Ao utilizar a microscopia eletrônica de varredura, Kielbassa et al. 
(1998) [28] não encontraram diferenças entre espécimes de dentina irradiada e 
não irradiada. Esta pode ser outra razão para os achados no nosso estudo. 
Alterações na dureza, estrutura cristalina e matriz de colágeno, pode não 
influenciar na resistência de união de sistemas adesivos dentinários. 
 Os dados obtidos com a pesquisa aqui relatada corroboram, portanto, 
com a literatura consultada. No entanto, dentro das limitações do estudo, há 
outras variáveis que podem influenciar no processo de adesão, como por 
exemplo, o substrato dental e o envelhecimento das restaurações. Assim 
sendo, trabalhos adicionais são necessários avaliando outros tipos de 
substratos e utilizando metodologias de ciclagem térmica ou mecânica, para 
tentar simular tais situações. 
 
 
 
 
 
18 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Baseado nos resultados desse estudo, pode-se concluir que a irradiação 
não promoveu alteração na resistência de união de um sistema adesivo 
autocondicionante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
6 REFERÊNCIAS 
 
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2. Al-Nawas B et al. (2000) Using Ultrasound Transmission Velocity to 
Analyse the Mechanical Properties of Teeth After In Vitro, In Situ, and In 
Vivo irradiation. Clin Oral Investig 4: 168.172. 
3. Monteiro L, Barreira E, Medeiros L (2005) Osteorradionecrose dos 
Maxilares. Rev Port de Estomatol Med Dent Cir Maxilofac 46: 49-62. 
4. Mohammadi N et al. (Summer 2008) Evaluation of radiation-induced 
Class V dental caries in patients with head and neck cancer undergoing 
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5. Bulucu B, Yesilyurt C, Cakir S, Meydan A D (2006) Influence of radiation 
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6. Gernhardt CR, Kielbassa AM, Hahn P, Schaller HG (2001) Tensilebond 
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nonirradiated human dentin in vitro. J Oral Rehabil 28: 814-820. 
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22 
 
7 ANEXOS 
 
Dentes do grupo CASO. Dentes do grupo CONTROLE. 
 
 
Dentes do grupo CASO sendo expostos a radiação com CO-60. 
 
 
23 
 
 
 Dente após corte, expondo uma superfície plana de dentina. 
 
 
Restauração em dois incrementos de resina composta na superfície de dentina. 
 
 
24 
 
 
Corte dos dentes em palitos formando os corpos de prova. 
 
 
Teste de microtração dos corpos de prova.

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