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1 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA 1. INTRODUÇÃO Raios X são ondas eletromagnéticas de frequência alta (acima do ultravioleta), de mesma natureza dos raios gama, porém são produzidos fora do núcleo atômico. Essa produção geralmente se dá a partir da aceleração de um feixe de elétrons gerados no cátodo em direção ao ânodo de metal pesado, a partir de uma diferença de potencial promovida pelo gerador, no qual ocorrem interações que promovem dois fenômenos: radiação de freamento (Bremsstrahlung) e radiação característica (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). A radiação de freamento ocorre quando os elétrons interagem com o campo elétrico do núcleo dos átomos do alvo e reduzem a energia cinética, mudando de direção e emitindo a diferença de energia sob a forma de raios X. A radiação característica basicamente se dá quando um elétron do átomo do alvo é removido, provocando realocação dos elétrons, e estes emitindo a diferença de energia sob a forma de raios X, porém com valores preestabelecidos, característicos de cada material. Um esquema do tubo de raios X está ilustrado na Figura 1 (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). mailto:contato@algetec.com.br 2 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA Figura 1. Esquema geral de um tubo de raios X. Fonte: SILVA; RIGUE; CARARA, 2016. Dessa forma, temos que os raios X apresentam um comportamento contínuo, não discreto, em que fótons de várias energias, até a energia máxima equivalente à tensão máxima fornecida pelo gerador de raios X ao tubo, promovem um espectro de energia contínuo, conforme ilustrado na Figura 2. Figura 2. Espectro de radiação simulado e gerado pelo site da Siemens. Fonte: Siemens Booneweb. Os raios X geralmente interagem com a matéria a partir de três efeitos: fotoelétrico, Compton e produção de pares (Figura 3). O primeiro ocorre quando há transferência total da energia do fóton incidente para um elétron do átomo, ejetando- o. No efeito Compton, o fóton é espalhado por um elétron de baixa energia de ligação, que recebe somente parte de sua energia, e o fóton continua em outra direção e com menor energia. A produção de pares, por sua vez, ocorre quando fótons de energia superior a 1,022MeV passam perto de núcleos de número atômico elevado, interagindo com o forte campo elétrico nuclear. A partir dessa interação, são gerados um elétron e um pósitron. Ambos continuam a interagir com o meio, porém, quando o pósitron mailto:contato@algetec.com.br 3 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA encontra um elétron, estes se aniquilam e emitem 2 fótons em direções opostas com 0,511MeV cada. Figura 3. Efeitos da interação dos fótons com a matéria. Fonte: International Atomic Energy Agency. A probabilidade de interação de cada um dos efeitos é dada a partir do gráfico na Figura 4 (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). Figura 4. Probabilidade de interação dos fótons com a matéria. Fonte: SA, 2017. mailto:contato@algetec.com.br 4 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA As características dos raios X são expressas em função da sua qualidade e da quantidade. A quantidade refere-se à quantidade de fótons do feixe. A qualidade está relacionada com sua dureza ou poder de penetração. A intensidade do feixe, por sua vez, depende tanto da qualidade quanto da quantidade. A atenuação desse feixe (redução da intensidade) quando atravessa algum meio depende tanto do espalhamento, quando o fóton muda sua trajetória inicial devido à perda de energia na interação com o material, quanto da absorção integral dos fótons pelo material (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). A regra existente para descrever a atenuação de um feixe de raios X monoenergético (teórico) por um material específico no vácuo é dada por: I = 𝐼0𝑒 −𝜇𝑥 (1) onde I é a intensidade do feixe de raios X atenuado pela espessura 𝑥 de material específico que tem coeficiente de atenuação linear µ, e 𝐼0 é a intensidade do feixe de raios X quando não tem atenuador no feixe, ou seja, 𝑥 = 0 (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). A camada semirredutora (CSR) é definida como a espessura necessária para atenuar a intensidade do feixe de raios X pela metade. Realizando as devidas operações matemáticas, podemos chegar à equação da CSR (𝑥1 2⁄ ) (OKUNO; YOSHIMURA, 2010): 𝑥1 2⁄ = ln 2 𝜇⁄ ou 𝑥1 2⁄ = 0,693 𝜇⁄ (2) Na prática, temos algumas peculiaridades que contribuem para a distorção dessa regra. Entre elas, podemos citar a natureza contínua dos raios X, o fato de o meio de propagação da radiação entre o tubo e o medidor ser o ar (e não o vácuo), a pureza dos materiais utilizados para a atenuação do feixe de radiação e imprecisões nas medições realizadas. Essa lei será objeto de investigação nesta prática. Na medição da radiação, temos a câmara de ionização, que consiste em uma cavidade preenchida com ar, na qual ocorrerão os processos de ionização e coleta do sinal gerado. Basicamente, a cavidade é submetida a um campo elétrico constante e aos pares elétrons-íons gerados na ionização do ar. A quantidade de carga elétrica coletada mailto:contato@algetec.com.br 5 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA na cavidade é proporcional à energia depositada pela radiação incidente, e o valor estimado pela grandeza kerma no ar (INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, 2014). O kerma, 𝐾, é o quociente de d𝐸𝑡𝑟 por d𝑚, onde d𝐸𝑡𝑟 é a média da soma das energias cinéticas iniciais de todas as partículas carregadas liberadas em uma massa d𝑚 de um material pela interação das partículas não carregadas incidentes em d𝑚. Sua equação é dada por: (INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, 2014): 𝐾 = d𝐸𝑡𝑟 d𝑚 (3) Onde seu resultado gerado em 𝐽 𝐾𝑔−1 e o nome definido para essa unidade é o gray (𝐺𝑦) (INMETRO, 2012). A dose absorvida (𝐷), por sua vez, é definida simplesmente como o valor esperado da energia transmitida (𝑑𝐸) por qualquer radiação ionizante à matéria de massa (𝑑𝑚). 𝐷 = d𝐸 d𝑚 (4) A dose absorvida é expressa nas mesmas unidades que o kerma, isto é, joules por quilograma (𝐽 𝐾𝑔−1) ou gray (𝐺𝑦) (INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, 2014). O kerma, que caracteriza um feixe de radiação de fótons, é utilizado para estimar a dose absorvida, que busca quantificar efeitos biológicos da radiação. 2. CONCEITOS E SISTEMAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA APLICADOS Quando se trata de instalações que trabalham com radiação ionizante, a proteção radiológica (PR) deve ser uma preocupação de todos. Assim, é necessário destacar alguns pontos-chave para essa abordagem. A sala de comando, por exemplo, é uma criação com fins de PR. Como sabemos, caso você permaneça na sala de raios X durante seu funcionamento, fatalmente você ultrapassaria os limites de dose ocupacional permitidos por norma. Por ser uma área mailto:contato@algetec.com.br 6 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br| Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA com atividades críticas e acesso ao RX, ela é considerada uma área controlada, a qual, segundo a CNEN, é definida como: “área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a finalidade de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar a amplitude das exposições potenciais” (CNEN, 2014). E, para que isso não aconteça, todas as pessoas devem transitar e/ou permanecer na sala munidas de um dosímetro pessoal, conforme requisitado na mesma norma. Esse dispositivo pessoal indicará o nível de exposição do trabalhador. Mensalmente, avalia-se se houve ou não a extrapolação dos limites de dose anuais, conforme indicado na Tabela 1 (CNEN, 2014). Tabela 1. Limites de dose anuais. Fonte: CNEN NN 3.01. mailto:contato@algetec.com.br 7 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR - CNEN. Diretrizes Básicas de Protecção Radiológica. Norma CNEN NN 3.01, v. 5, 2014. p. 1-24. INMETRO. Sistema Internacional de Unidades: SI. 2012. INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Diagnostic Radiology Physics: A Handbook for Teachers and Students. STI/PUB/1564. Vienna, 2014. INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Interação da radiação com a matéria. Disponível em: https://inis.iaea.org/collection/NCLCollectionStore/_Public/45/073/45073468.pdf. Acesso em: 14 set. 2020. OKUNO, E.; YOSHIMURA, E. Física das radiações. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. SA, José Roberto et al. Interação da Física das radiações com o cotidiano: uma prática multidisciplinar para o ensino de Física. Rev. Bras. Ensino Fís., São Paulo, v. 39, n. 1, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806- 11172017000100603&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 14 set. 2020. SIEMENS BOONEWEB. Disponível em: https://health.siemens.com/booneweb/index.html. Acesso em: 14 set. 2020. SILVA, O. E. da; RIGUE, J.; CARARA, M. Study of Exchange Bias in Thin Films of NiFe/FeMn (Bilayers) and NiFe/IrMn (Multilayers). 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/322940573_Study_of_Exchange_Bias_in_T mailto:contato@algetec.com.br https://inis.iaea.org/collection/NCLCollectionStore/_Public/45/073/45073468.pdf 8 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE RADIOBIOLOGIA E DOSIMETRIA CÁLCULO DA CAMADA SEMIRREDUTORA hin_Films_of_NiFeFeMn_Bilayers_and_NiFeIrMn_Multilayers. Acesso em: 14 set. 2020. mailto:contato@algetec.com.br
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