APOL, POESIA

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Questão 1/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Leia o fragmento poético a seguir: 
“As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
[...]
Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves,
Suaves, lentos, lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...
[...]”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CASTRO, Eugênio de. Um sonho. In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 345. 
Considerando a leitura dos versos citados e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, é possível perceber a repetição de um determinado som em todos os versos destacados. Essa repetição contribui para a consolidação do ritmo do poema. Assinale a figura de sonoridade responsável pela criação desse efeito rítmico no poema:
Nota: 10.0
	
	A
	Assonância, a repetição de uma mesma vogal para a consolidação de um determinado ritmo.
	
	B
	Aliteração, a repetição de consoantes com o mesmo som para a consolidação de um determinado som.
Você acertou!
Letra b, pois, no fragmento citado, o som representado pelo fonema /s/ se repete mais de uma vez em todos os versos, como por exemplo: “Cítolas, cítaras, sistros”. “Aliteração é o processo de repetir a mesma consoante ao longo de um verso, de uma estrofe ou do poema todo” (livro-base, p. 116). Há outros exemplos de aliteração no livro-base (p. 116-120).
	
	C
	Onomatopeia, um som não articulado pela linguagem é figurado verbalmente para reforçar o ritmo.
	
	D
	Sinestesia, combinação de efeitos sensoriais no poema para a consolidação do ritmo.
	
	E
	Refrão, repetição do mesmo verso em todas as estrofes do poema para facilitar a memorização.
Questão 2/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Leia o seguinte poema:
“Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor, dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados”.
Após esta avaliação, caso queira ler o poema em seu contexto de publicação, ele está disponível em: ANDRADE, Oswald. Vício na fala. In: GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. São Paulo, Editora Ática, 1985. p. 52.
Aplicando-se a esse poema os conteúdos estudados no livro-base Análise de textos literários: poesia, assinale a alternativa que corresponde à figura de sonoridade em que a mesma palavra aparece repetida na mesma posição em diferentes versos:
Nota: 10.0
	
	A
	Aliteração.
	
	B
	Assonância.
	
	C
	Onomatopeia.
	
	D
	Sinestesia.
	
	E
	Anáfora.
Você acertou!
Comentário: Letra e: chama-se “anáfora” a repetição da mesma palavra na mesma posição em mais de um verso. “Chamamos de anáfora a repetição da mesma palavra ou expressão que sempre aparece em determinada posição [...] de vários versos” (livro-base, p. 121).
Questão 3/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Considere as seguintes informações: 
O Parnasianismo se estabeleceu na História Literária Brasileira como um período em que o culto aos ideais clássicos retorna ao universo da produção poética. Nesse sentido, a harmonia dos temas e a regularidade formal são elementos indispensáveis para a elaboração poética do período.
Fonte: Texto elaborado pelo autor desta questão. 
Considerando as informações dadas e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, assinale a alternativa que registra corretamente o poeta mais importante do Parnasianismo brasileiro:
Nota: 10.0
	
	A
	Cruz e Souza de Andrade.
	
	B
	Patrício Josué Guimarães.
	
	C
	Rosa Maria da Silva Guedes.
	
	D
	Fernando José de Oliveira.
	
	E
	Olavo Bilac.
Você acertou!
Olavo Bilac foi o poeta mais representativo do Parnasianismo brasileiro, uma vez que sua produção atendia aos preceitos de harmonia temática e regularidade formal (livro-base, p. 146).
 
Questão 4/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Considere o fragmento de texto a seguir: 
“O apanhador de desperdícios 
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em BARROS, Manoel de. Meu quintal é maior que o mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. p. 57.
Considerando o trecho do poema “O apanhador de desperdícios”, de Manoel de Barros, e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, assinale a alternativa que registra corretamente o conceito de metalinguagem, presente no poema destacado acima:
Nota: 10.0
	
	A
	Busca das origens temáticas mais relevantes para o discurso jornalístico.
	
	B
	Reflexão no interior da própria linguagem poética sobre sua estrutura e seu funcionamento.
Você acertou!
O poema discute seus próprios recursos de linguagem, num exercício de metalinguagem. “Metalinguagem é o movimento que a própria linguagem faz sobre si mesma para se autoexplicar” (livro-base, p. 151).
	
	C
	Apropriação de outro significado com a intenção de problematizar o tema.
	
	D
	Compreensão de que o verso livre é uma forma privilegiada pelo materialismo dialético.
	
	E
	Recurso visual que consiste em criar imagens virtuais baseadas na junção dos vários sentidos (visão, olfato, paladar e tato).
Questão 5/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Considere o fragmento de texto a seguir: 
“Vejo ainda, com claridade da alma, que as lágrimas da lembrança não empanam, porque a visão não é externa... Vejo-o diante de mim, e vê-lo-ei talvez eternamente como primeiro o vi. Primeiro, os olhos azuis de criança que não tem medo; depois, os malares já um pouco salientes, a cor um pouco pálida, e o estranho ar grego, que vinha de dentro e era uma calma, e não de fora, porque não era expressão nem feições [...]”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em BERARDINELLI, C. Fernando Pessoa: obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 107. 
O próprio Fernando Pessoa se referia aos seus heterônimos como seres autônomos, conforme demonstrado no excerto de texto acima, em que o escritor se refere ao processo de criação do heterônimo de Alberto Caeiro. De acordo com essa concepção e com os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia sobre a obra de Fernando Pessoa, assinale a alternativa correta quanto ao processo criativo dos heterônimos na poesia desse escritor:
Nota: 10.0
	
	A
	Criação de variadas identidades poéticas que produziram obras de caráter singular.
Você acertou!
A criação dos heterônimos pessoanos se deu por meio de um processo criativo que envolvia a criação de uma figura autônoma, com identidade artística e poética independente da de seu criador (livro-base, p. 189-190).
	
	B
	Consiste na estratégia de escrever frases descontextualizadas.
	
	C
	Fernando Pessoa publicou seus textos usando a identidade de outros amigos poetas.
	
	D
	Criação virtual registrada por Fernando Pessoa nas suas obras em prosa.
	
	E
	Processo de análise da personalidade em caráter existencial, genético e clínico.
Questão 6/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Leia o seguinte excerto de um poema:   
“Elegia 1938
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, ?
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.?
Praticas laboriosamente os gestos universais,?
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.?
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,?
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção [...]”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012/1940, p. 22. 
O poema em destaque se configura como uma elegia, o que é destacado já no título a ele atribuído, “Elegia 1938”. Considerando essa informação e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia sobre modalidades poéticas, assinale a alternativa que corresponde à caracterização correta desse tipo de composição quanto ao seu conteúdo:
Nota: 10.0
	
	A
	Composição que se inicia com um “mote”– ou motivo/tema – que será desenvolvido ao longo do poema por meio de “voltas”/estrofes.
	
	B
	Composição poética curta, que busca expressar um sentimento de forma engenhosa ou original, com destaque para o sentido satírico ou festivo.
	
	C
	Texto poético de teor melancólico e triste, com conotação de lamento, que, em alguns casos, configura-se como uma composição fúnebre.
Você acertou!
“Elegia é um tipo de composição pensada e produzida para circunstâncias de luto ou de caráter fúnebre, com teor melancólico e triste” (livro-base, p. 23). O tema da Elegia em destaque é melancólico e triste, associa-se à falta de sentido do mundo ao redor e à impotência do sujeito diante das tragédias individuais e coletivas.
	
	D
	Composição destinada ao canto e baseada na repetição. A mesma ideia ou frase é repetida no final de cada estrofe, formando o que chamamos de refrão.
	
	E
	Texto poético que expressa galanteio ou confissão de amor. Em sua forma clássica, apresenta-se em uma estrofe só, composta por seis ou dez versos.
Questão 7/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Considere o seguinte poema:
“A um Crucifixo
Há mil anos, bom Cristo, ergueste os magros braços
E clamaste da cruz: há Deus! e olhaste, ó crente,
O horizonte futuro e viste, em tua mente,
Um alvor ideal banhar esses espaços!
Por que morreu sem eco, o eco de teus passos,
E de tua palavra (ó Verbo!) o som fremente?
Morreste... ah! dorme em paz! não volvas, que descrente
Arrojaras de novo à campa os membros lassos...
Agora, como então, na mesma terra erma,
A mesma humanidade é sempre a mesma enferma,
Sob o mesmo ermo céu, frio como um sudário...
E agora, como então, viras o mundo exangue,
E ouviras perguntar — de que serviu o sangue
Com que regaste, ó Cristo, as urzes do Calvário?”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: QUENTAL, Antero. A um crucifixo. MOISÉS, Massaud. A Literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Editora Cultrix. 1997. p. 311.
Levando em conta a estrutura do soneto citado e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, analise cada verso e assinale a alternativa correta quanto ao esquema de rimas construído pelo poeta:
Nota: 10.0
	
	A
	ABBA, ABBA, CCD, EED.
Você acertou!
Comentário: Letra a, pois o poema apresenta rimas interpoladas A—A e rimas emparelhadas –BB- nos dois primeiros quartetos; e rimas emparelhadas CC- e EE- e rimas interpoladas –D e –D nos dois tercetos (livro-base, p. 97).
	
	B
	ABBA, ABBA, CCD, DDC.
	
	C
	AABB, AABB, CCD, EED.
	
	D
	ABBA, ABBA, CCE, EEC.
	
	E
	ABBA, ABBA, CCD, DEE.
Questão 8/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Atente para o seguinte fragmento de poema:
“Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor.
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar”.
Após esta avaliação, caso queira ler o poema integralmente, ele está disponível em: CAEIRO, Alberto. I - Eu nunca guardei rebanhos. In: PESSOA, Fernando. Obra Poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 137.
Considerando os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia e partindo da compreensão de que o eu-lírico do poema apresentado como texto-base se vale da associação entre “rebanhos” e “pensamentos”, indique a alternativa que condiz com a figura de pensamento que está sendo utilizada na associação presente no poema:
Nota: 10.0
	
	A
	Antítese.
	
	B
	Eufemismo.
	
	C
	Metáfora.
Você acertou!
Comentário: Letra c: trata-se de uma metáfora, pois temos uma comparação indireta entre “rebanhos” e “pensamentos”. “De maneira simplificada, trata-se de uma comparação indireta. A metáfora tem um funcionamento semelhante ao da comparação, sem , no entanto, utilizar termos diretos de comparação” (livro-base, 125).
	
	D
	Metonímia.
	
	E
	Ironia.
Questão 9/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Leia o seguinte trecho de um poema de Gonçalves Dias:
 
“Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi
 
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em DIAS, Gonçalves. Poemas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 58.
Considerando o trecho de poema acima e os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, assinale a alternativa que registra corretamente a temática desenvolvida no poema de Gonçalves Dias:
Nota: 10.0
	
	A
	Religiosa.
	
	B
	Rebelde.
	
	C
	Amorosa.
	
	D
	Indianista.
Você acertou!
O poema em questão representa um canto de guerra de um herói indígena, personagem criada no contexto correspondente ao primeiro romantismo brasileiro, em que a temática indianista servia ao interesse do período de criar um herói que representasse autenticamente a terra brasileira (livro-base, p. 145).
	
	E
	Trágica.
Questão 10/10 - Análise de Texto Literário: Poesia
Atente para o soneto a seguir: 
“Soneto à Maneira de Camões
 
Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é o meu tormento.
 
Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que m'o dês – pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.
 
Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.
 
Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano”. 
Após esta avaliação, caso queira ler integralmente a coletânea em que se encontra o soneto destacado, ele está disponível em ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. Apud MOISÉS, Massaud. A Literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Editora Cultrix. 1997. p. 515-516. 
Nesse soneto, a escrita claramente remete ao estilo do poeta português Luis Vaz de Camões, ao mesmo tempo em que o título evoca diretamente o poeta. Considerando os conteúdos do livro-base Análise de textos literários: poesia, assinale a alternativa que menciona corretamente o procedimento de composição utilizado no poema destacado acima:
Nota: 0.0
	
	A
	Interdisciplinaridade.
	
	B
	Intertextualidade.
A relação direta ou indireta de um texto com outro que o antecede é a manifestação de intertextualidade na composição, procedimento pelo qual o poeta estabelece um diálogo com outros autores e outros textos (livro-base, p. 62). O diálogo intertextual com a poesia de Camões “[...] está presente também no aspecto formal, [...] pois Andresen cumpre todo o protocolo do soneto clássico – ela mantém o esquema métrico e de rimas utilizado por Camões, como você pode observar nos versos decassílabos e nas rimas organizadas segundo o esquema ABBA ABBA CDC DCD” (livro-base, p. 202).
	
	C
	Interlocução com a área linguística.
	
	D
	Regressão.
	
	E
	Modalização.