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Compilado de AIS Epidemiologia Clínica e Medicina baseada em Evidências (1) Epidemiologia: trabalha com população Clínica: trabalha com pessoas A epidemiologia e o campo da saúde: interfaces disciplinares: Será que podemos conhecer e solucionar problemas de saúde empregando uma perspectiva reducionista? Determinantes sociais de saúde: vários componentes influenciam na saúde Componente biológico: idade, sexo e fatores hereditários Estilo de vida dos indivíduos Redes sociais e comunitárias Condições de vida e de trabalho Ex: fatores que modulam a transmissão da dengue: a. Vetor: dinâmica das populações b. Hospedeiro c. Vírus: sorotipo Interface da epidemiologia com a clínica: Por que este paciente apresenta esta doença neste momento? Por que estes indivíduos apresentam esta doença neste momento? Como os determinantes das doenças estão distribuídos na população e como esta distribuição influencia a distribuição da doença? Medicina baseada em evidências: MBE deve ser vista como a integração da experiência clínica com a capacidade de analisar e aplicar racionalmente a informação científica ao cuidar de pacientes. A aplicação de métodos e estratégias para fortalecer o alicerce científico do médico, sem desprezar os valores humanitários da profissão, deverá contribuir para a melhoria da qualidade da assistência médica que é oferecida no Brasil Se traduz pela prática da medicina em um contexto em que a experiencia clínica é integrada com a capacidade de analisar criticamente e aplicar de forma racional a informação cientifica de forma racional a informação cientifica de forma a melhorar a qualidade da assistência médica É uma ferramenta utilizada na prática clinica Uso consciente e sensato das melhores evidências disponíveis para tomada de decisão Identificar problemas relevantes e converte-los em questões que conduzem a respostas necessárias Pesquisar fontes de informação para localizar evidencias que apoiam as respostas necessárias Analisar criticamente a qualidade da evidência, favorecendo ou negando o valor de uma determinada conduta Chegar a uma conclusão correta quanto ao significado da informação Aplicar conclusões da avaliação em situações especificas visando a maioria dos cuidados de saúde A filosofia da MBE guarda similaridades e pode ser integrada com o aprendizado baseado em problemas: O problema deve enfocar no paciente Ao definir o problema deve ser feito um balanço entre precisão e prolixidade Dependendo de cada situação, existem determinadas características do paciente que devem ser levadas em consideração na descrição do problema, de forma a facilitar a localização das informações necessárias Ex: se a febre é uma das manifestações clínicas, o fato de o paciente ser uma criança de dois anos de idade, e não um adulto, modifica de forma importante o contexto do problema. Fontes de evidencias para decisões clinicas: Conhecimento dos métodos epidemiológico - analise crítica e uso adequado dos resultados em apoio a decisões É importante observar que, ao examinar um paciente e detectar problemas, muitas das informações adicionais que irão orientar o que deve ser feito são adquiridas através da observação atenta da evolução, da avaliação laboratorial, da conversa com os familiares e de consultas com outros profissionais da equipe de saúde. Outra fonte de informação é a literatura médica. Principais tipos de estudos epidemiológicos: a. Estudo descritivo: Os estudos descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos indivíduos. Ou seja, responder à pergunta: quando, onde e quem adoece? A epidemiologia descritiva pode fazer uso de dados secundários (dados pré-existentes de mortalidade e hospitalizações, por exemplo) e primários (dados coletados para o desenvolvimento do estudo). b. Relato de caso c. Ensaios clínicos controlados e randomizados: o ensaio clínico randomizado é um tipo de estudo de intervenção em que se parte da causa em direção ao efeito. Os participantes são divididos, aleatoriamente, em dois grupos: o grupo da intervenção e o grupo dos controles. Essa alocação aleatória tem como principal finalidade tornar os dois grupos semelhantes entre si. É o estudo de melhor delineamento para investigar a relação causa-efeito. O fato de serem dois grupos semelhantes, cuja única diferença é a intervenção, e o uso de técnicas de avaliação duplo-cega e de placebos tornam esse tipo de estudo o menos sujeito a vieses e o mais semelhante a um estudo experimental de laboratório. O ensaio clínico randomizado é semelhante ao estudo de coorte, onde também se parte da causa para o efeito. O estudo de coorte, entretanto, não permite a alocação aleatória da exposição. princípio lógico do ensaio clínico randomizado é saber se a incidência de complicações da doença ou de outros desfechos como a morte, nos expostos (grupo de intervenção), é menor do que a incidência nos não expostos (grupo controle). A pergunta feita nesse tipo de estudo é a seguinte: será que o tratamento surtiu algum efeito? d. Estudo de coorte: Acompanhamento de um grupo de indivíduos para observar se eles terão ou não certa doença Estudo de coorte é um tipo de estudo em que o investigador se limita a observar e analisar a relação existente entre a presença de fatores de riscos ou características e o desenvolvimento de enfermidades, em grupos da população. É um estudo longitudinal, onde os participantes são observados por um período de tempo pré- estabelecido, cuja duração é dependente da enfermidade de interesse, para que sejam verificadas mudanças na frequência da ocorrência da enfermidade associadas a presença do fator de risco. e. Estudo de caso-controle: Nos estudos caso-controle, primeiramente, identificam-se indivíduos com a doença (casos) e, para efeito de comparação, indivíduos sem a doença (controles) Os estudos caso-controle, ao contrário dos estudos de coorte, partem do efeito (doença) para a investigação da causa (exposição). Vantagens: a) tempo mais curto para o desenvolvimento do estudo, uma vez que a seleção de participantes é feita após o surgimento da doença b) custo mais baixo da pesquisa c) maior eficiência para o estudo de doenças raras d) ausência de riscos para os participantes e) possibilidade de investigação simultânea de diferentes hipóteses etiológicas. Desvantagens: o erro sistemático no estudo): de seleção (casos e controles podem diferir sistematicamente, devido a um erro na seleção de participantes); e de memória (casos e controles podem diferir sistematicamente, na sua capacidade de lembrar a história da exposição). Essas limitações podem ser contornadas no delineamento e condução cuidadosos de um estudo caso-controle Estratégia de pesquisa dos estudos de intervenção: Medido de forma similar em toda a população de estudo Tipos de erro em estudos epidemiológicos: a. Erro aleatório (seleção da amostra) b. Erro sistemático: medida mensurada x medida verdadeira o Viés de seleção: controle não representa a população que produziu os casos o Viés de informação: mensuração das variáveis o Vias de memória: especifico de estudo caso-controle Fontes de evidências para decisões clinicas: a. Revisões sistemáticas: o Estimam uma medida de efeito (RR) a partir da medida de efeito obtidas em diferentes estudos o Maior poder estatístico o Mais confiáveis para apoiar as decisões clinicas b. Sinopses: estudos relevantes acompanhados de analises críticas; acesso rápido as novas evidencias c. Livros textos: grande densidade de condutas de forma organizada e de fácil acesso; rápida desatualizaçãod. Diretrizes: recomendados clinicas para o manejo de um determinado problema; produzido por agencia governamental ou sociedade medica Analise da força de recomendação e da qualidade da evidencia adequadas a uma realidade especifica: Evidencia: força de recomendação (magnitude benefício/dano); qualidade da evidencia (análise criteriosa da metodologia) Decisão clínica: o Benefício/ dano esperado o Preferências do paciente, valores, recursos o Gravidade do problema o Disponibilidade o Alterativas disponíveis Epidemiologia Clínica e Medicina baseada em Evidências (2) RASTREAMENTO Deve haver uma clara distinção entre rastreamento e diagnóstico de doenças. Quando um indivíduo exibe sinais e sintomas de uma doença e um teste diagnóstico é realizado, este não representa um rastreamento. A equipe de saúde deve estar sempre vigilante em identificar a apresentação clínica na população sob seus cuidados e deve realizar os exames sempre que surjam sintomas nas pessoas sob seus cuidados, ou seja, realizar os exames necessários de acordo com a clínica apresentada pelo paciente. Isso não configura rastreamento, mas sim cuidado e diagnóstico apropriado. Já no rastreamento, exames ou testes são aplicados em pessoas sadias, o que implica, repetimos e enfatizamos, garantia de benefícios relevantes frente aos riscos e danos previsíveis e imprevisíveis da intervenção. Tanto o rastreamento como o diagnóstico podem usar vários métodos e exames (por exemplo, questionários, aparelhos portáteis para medir marcadores sanguíneos, como a glicose, colesterol, exames de laboratório etc.), assim como vários limiares ou pontos de corte para designar a condição. No rastreamento, um exame positivo não implica fechar um diagnóstico, pois geralmente são exames que selecionam as pessoas com maior probabilidade de apresentar a doença em questão. Outro teste confirmatório (com maior especificidade para a doença em questão) é necessário depois de um rastreamento positivo, para que se possa estabelecer um diagnóstico definitivo. Por exemplo, uma mamografia sugestiva de neoplasia deve ser seguida de uma biópsia e confirmação diagnóstica por anatomopatologia. Quatro aspectos importantes em um programa de rastreamento: 1 - ACESSO: o rastreamento, quando apropriado e estabelecido em um programa organizado, não constitui modalidade diagnóstica nem assistencial, e sim um direito assegurado do cidadão a uma atenção à saúde de qualidade. Isso significa que ele não precisa de requisição de um profissional médico para a realização do teste ou procedimento de rastreamento, visto que não se trata de diagnose de um quadro clínico, mas sim de critérios estabelecidos que o habilitem a participar do programa, por exemplo, a vacinação, com suas normatizações de idade e periodicidade. 2 - AGILIDADE: o participante não precisa entrar na rotina assistencial dos serviços de atendimento à saúde (de APS) para a realização do rastreamento nem para o recebimento do resultado, a não ser que seja necessário. É o equivalente ao usuário que vem se vacinar: cumpridos os critérios técnicos estabelecidos, os serviços de APS devem esforçar-se ao máximo para prover-lhe a vacinação rapidamente, sem agendamentos ou dificuldades burocráticas. 3 - MELHORES EVIDÊNCIAS: o rastreamento enquanto programa deve ser oferecido à população somente quando comprovado que seus benefícios superam amplamente os riscos e danos, dessa forma, permitindo detecção precoce e tratamento de certas doenças. Entretanto, a adesão ao programa deve ser voluntária e entendida como direito dos cidadãos. 4 - INFORMAÇÃO: o participante deve receber orientação quanto ao significado, riscos e benefícios do rastreamento, bem como sobre as peculiaridades e rotinas do programa e dos procedimentos. No Brasil, temos um bom exemplo nos centros de orientação sorológica para rastreamento de HIV por procura espontânea com aconselhamento pré e pós-teste a respeito da doença. No caso do citopatológico, as mulheres devem receber as orientações de praxe sobre a frequência de rastreamento, sobre os procedimentos, os passos posteriores (recebimento do resultado etc.). Voltando ao exemplo da vacinação, a pessoa vacinada ou seu responsável deve ser orientado sobre os procedimentos, efeitos adversos, objetivos, periodicidade e assim por diante. A gestão dos programas organizados de rastreamento é um serviço de saúde pública e suas principais tarefas são: • Identificar programas que tragam mais benefícios do que danos; • Garantir que cada programa seja introduzido e executado com nível suficiente de qualidade para que possa reproduzir no ambiente dos serviços de saúde os mesmos benefícios encontrados no ambiente de pesquisa. Para a implantação de programas de rastreamento, o problema clínico a ser rastreado deve atender a alguns critérios, a seguir: 1. A doença deve representar um importante problema de saúde pública que seja relevante para a população, levando em consideração os conceitos de magnitude, transcendência e vulnerabilidade; 2. A história natural da doença ou do problema clínico deve ser bem conhecida; 3. Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, durante o qual a doença possa ser diagnosticada; 4. O benefício da detecção e do tratamento precoce com o rastreamento deve ser maior do que se a condição fosse tratada no momento habitual de diagnóstico; 5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático devem estar disponíveis, aceitáveis e confiáveis; 6. O custo do rastreamento e tratamento de uma condição clínica deve ser razoável e compatível com o orçamento destinado ao sistema de saúde como um todo; 7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático. CONCLUI-SE: • O rastreamento é bom para selecionar doenças de progressão lenta (menos agressivas); • Não se podem comparar os grupos dos casos detectados pelo rastreamento como grupo de apresentação clínica; • Essa é a razão por que a definição de caso é tão importante: os casos detectáveis por meio do rastreamento não podem ser diretamente comparados com os casos detectáveis clinicamente. EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA A epidemiologia clínica ocupa-se especificamente da prática clínica através do estudo da variação e dos determinantes da evolução da doença. MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Um dos maiores desafios da prática da atenção primária é manter-se adequadamente atualizada, considerando a quantidade cada vez maior de informações disponíveis. Uma ferramenta muito utilizada na prática clínica atualmente é a medicina baseada em evidências, que se traduz no uso consciente das melhores evidências disponíveis para tomada de decisão tanto na prática clínica como para implantação de políticas públicas de saúde. O uso da medicina baseada em evidências exige a compreensão dos seguintes pressupostos: 1. Quando possível, os profissionais da saúde devem utilizar informações provenientes de estudos sistemáticos, reprodutíveis e sem tendenciosidade, de forma a aumentar a confiança no prognóstico, na eficácia da terapia e na utilidade dos testes diagnósticos. 2. A compreensão da fisiopatologia é necessária, mas insuficiente para a prática clínica. 3. A compreensão de determinadas regras de evidência é necessária para avaliar e aplicar de forma efetiva a literatura médica. Principais tipos de estudo: a) Estudo descritivo ou relato de caso: consiste na utilização de um ou mais métodos quantitativos de recolhimento de informação e não segue uma linha rígida de investigação. Caracteriza-se por descrever um evento ou caso de uma forma longitudinal. O caso consiste geralmente no estudo aprofundado de uma unidade individual, tal como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural etc. b) Estudo caso-controle: estudo observacional de temporalidade longitudinalretrospectiva que parte do desfecho e vai ao encontro da exposição, no qual é feita a comparação entre um ou mais grupos que tiveram o desfecho a ser pesquisado e um grupo controle. Exemplo: registros médicos de indivíduos com a doença são comparados com os de pessoas com características similares, tais como idade e sexo, mas que não têm a condição a ser investigada. Os estudos caso-controle são frequentemente utilizados para tentar determinar as causas de uma doença. São sujeitos a inúmeros vieses, principalmente na seleção do grupo controle, além do viés de memória. c) Estudo coorte: estudo observacional que difere do caso-controle porque reúne dois ou mais grupos de pessoas e os acompanha longitudinalmente no tempo, partindo da exposição e indo ao encontro do desfecho. Apesar dessa direcionalidade exposição-desfecho, pode ser prospectivo, retrospectivo ou ambispectivo. Por exemplo: a coorte de pacientes com um número importante de fatores de risco para doença cardiovascular é reunida simultaneamente com uma coorte de indivíduos controle que não tenham tais fatores. Ambos são acompanhados prospectivamente por um período antes que os resultados sejam determinados. Também existe potencial de viés de seleção nos estudos de coorte, mas ele é menor do que nos estudos de caso-controle retrospectivos. d) Ensaios clínicos controlados e aleatorizados: são estudos experimentais, longitudinais, de intervenção, controlados e com alocação aleatória. Podem ser não cegos, unicegos ou duplo cegos. Esse último é considerado o padrão-ouro dos estudos por diminuir o efeito de variáveis de confusão e permitir a padronização da qualidade e quantidade dos fatores, tornando os resultados mais seguros, pois o paciente e o médico não sabem qual grupo está com o placebo e qual está com a medicação. Essa informação é conhecida apenas pelo organizador do estudo. e) Meta-análises: metodologia na qual os resultados de um número de estudos que abordam a mesma questão e empregam métodos similares são combinados para aumentar a força estatística e, dessa forma, uma conclusão mais definitiva pode ser obtida. As melhores metaanálises utilizam-se de estudos controlados e aleatorizados. Existem várias fontes de metaanálises e revisões sistemáticas. Um grupo que realiza revisões sistemáticas de alta qualidade é a Colaboração Cochrane. Porém ela não tece recomendações, apenas avalia os estudos ou meta-análises deles com a finalidade de avaliar a evidência científica que suporta alguma intervenção ou dúvida clínica. Níveis de Atenção à Saúde Do ponto de vista dos serviços de saúde, as ações de medicina preventiva podem ser divididas em três fases: primária, secundária e terciária. Contudo, dentro dessas fases, é possível identificar cinco diferentes níveis de prevenção, de acordo com o tipo e o objetivo destas ações. Fases das ações de medicina preventiva - Prevenção Primária = A prevenção primária inclui ações voltadas a impedir a ocorrência das doenças antes que elas se desenvolvam no organismo dos pacientes. Refere-se ao período pré-patogênico e diz respeito a ações sobre agentes patógenos e seus vetores. Subdivide-se em dois níveis: a promoção da saúde e a proteção específica. Prevenção Secundária = As ações de prevenção secundária ocorrem em situações nas quais o processo de doença já está instaurado. A intenção é propiciar uma melhor evolução clínica para os indivíduos afetados, impedindo ou retardando a evolução das enfermidades através da execução de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Além disso, as ações na fase secundária também têm como meta interromper ou reduzir a disseminação da doença em uma população específica. Esta fase também é dividida em dois níveis: Diagnóstico precoce e Limitação da incapacidade. Prevenção Terciária = Nesta fase, as ações preventivas ocorrem quando o quadro patológico já evoluiu a ponto de se manifestar de uma forma estável a longo prazo (cura com seqüelas ou cronificação). Tais situações exigem cuidados preventivos específicos, para que as limitações impostas pela doença prejudiquem o mínimo possível a vida das pessoas, famílias e comunidades afetadas. Em relação às condições crônicas, uma questão particularmente complicada é a manutenção da adesão do paciente às ações de cuidado de longo prazo. NÍVEL QUATERNÁRIO O uso exacerbado de medicação em casos de pré-doença e/ou fatores de risco tem sido recorrente. Esse hábito tem movimentado o mercado farmacêutico de tal modo que a comercialização de medicações para pessoas saudáveis se expande enormemente aumentando os custos para a sociedade e para os serviços em saúde, além de potencialmente reduzir a qualidade de vida ao converter pessoas saudáveis em pacientes. Diante desse cenário surgiu um novo conceito de prevenção, a “prevenção quaternária”. O nascimento e a prática deste conceito são uma reação à iatrogenia, que nasceu dentro da própria categoria médica, vinculada à prática e à ética do cuidado. A prevenção quaternária se baseia na relação médico/paciente e, por isso, a narrativa, o diálogo e o histórico da sua saúde são muito importantes e assumidos como premissa básica nesse modelo. Quando você vai ao médico se preocupa em fazer uma lista de sintomas e o histórico da sua saúde? Quando o médico lhe passa um medicamento ou solicita um exame você o questiona sobre os riscos do tratamento e o impacto do exame solicitado em sua saúde? Pois bem, tudo isso é levado em consideração quando falamos em prevenção quaternária. E se após a consulta o médico lhe disser que está tudo bem, apesar dos sintomas, e não lhe receitar nada? Qual seria a sua reação? Na prevenção quaternária, “mais vale prevenir que remediar (curar) – quando prevenir faz menos mal do que curar” o que explica a contenção de atividades curativas e preventivas desnecessárias. Além disso, ela se baseia em evidências balanceando os efeitos benéficos e nocivos de medidas que podem ser apenas procedimentos desnecessários. http://previva.com.br/prevencao-e-controle-de-doencas-cronicas/ http://previva.com.br/prevencao-e-controle-de-doencas-cronicas/ Níveis de prevenção – 1º nível: promoção da saúde = O primeiro dos níveis de prevenção engloba as ações destinadas a manter o bem- estar geral de uma população, sem visar a nenhuma doença em particular. São ações destinadas a manter a qualidade de vida de indivíduos, famílias e comunidades de modo a evitar o desenvolvimento de diversos processos patogênicos. Exemplos: educação alimentar, incentivo à prática de atividades físicas, campanhas contra o uso de álcool e tabaco, etc. 2º nível: proteção específica = Este nível também se refere a ações que incidem no período pré-patogênico, antes da instalação da doença. A diferença é que elas são dirigidas ao combate de uma enfermidade específica ou um grupo de doenças em particular. Exemplos: vacinação, exame pré-natal, quimioprofilaxia, eliminação de focos de vetores de doenças, fluoretação da água, distribuição de preservativos, adoção de medidas ergonômicas e ginástica laboral no ambiente de trabalho, etc. 3º nível: diagnóstico e tratamento precoce = As ações neste nível têm como objetivo detectar o mais rapidamente possível processos patogênicos já instalados, antes do aparecimento de sintomas. Dessa forma, é possível adotar medidas protetoras antes mesmo de um agravo em curso cruzar o horizonte clínico. Embora o período pré-patogênico seja o melhor momento para a prevenção, o fato é que ações de prevenção primária geralmente demandam investimentos caros e retornos de longo prazo. Sendo assim, o terceiro e o quarto níveis de prevenção (que fazem parte da prevenção secundária) ganham um caráter estratégico, pois permitem focar em locais e pessoas mais suscetíveis. Exemplos: exames periódicos de saúde (checkups), rastreamentos (screenings) paradoenças infecto-contagiosas, auto-exame, intervenções médicas ou cirúrgicas precoces. 4º nível: limitação do dano = Este nível de prevenção envolve as medidas aplicadas nos casos em que o processo de adoecimento já está plenamente instalado. Apesar de terem menor impacto na população em geral, as ações neste nível são extremamente relevantes por limitar a extensão das lesões e retardar o aparecimento de complicações. Dependendo do caso, o objetivo de tais ações deve ser a cura total ou com poucas sequelas, bem como a redução de complicações clínicas por meio de suportes terapêutcos nos casos de condições crônicas (como hipertensão, diabetes e certos distúrbios mentais) ou cronificadas (como a AIDS e algumas doenças autoimunes). http://previva.com.br/qualidade-de-vida-deve-ser-nova-prioridade-de-operadoras-de-saude/ http://previva.com.br/trabalhar-sentado/ http://previva.com.br/monitoramento-da-saude/ Exemplos: grupos de apoio a pacientes crônicos, telemonitoramento, acesso facilitado a serviços de saúde, tratamento médico ou cirúrgico adequados, hospitalização em função das necessidades. 5º nível: reabilitação = O último dos níveis de prevenção se enquadra na fase terciária, com ações que buscam desenvolver o potencial residual do organismo após ser afetado pela doença. O objetivo é contribuir para que o indivíduo aprenda a conviver com sua condição de saúde e consiga levar uma vida útil e produtiva. Exemplos: acompanhamento de complicações em pacientes diabéticos, reabilitação pós-infarto ou acidente vascular cerebral, terapia ocupacional, treinamento do deficiente, próteses e órteses. História Natural da Doença (1) História natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. A história natural da doença, portanto, tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o período epidemiológico e o período patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente; no segundo, interessam as modificações que se passam no organismo vivo. Abrange, portanto, dois domínios interagentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde ocorrem as pré-condições, e o meio interno, lócus da doença, onde se processaria, de forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas, próprias de uma determinada enfermidade. Alguns fatores são limítrofes. Situam-se, de forma indefinida, entre os condicionantes pré-patogênicos e as patologias explícitas. São anteriores aos primeiros transtornos vinculados a uma doença específica, sem se confundir com a mesma e, ao mesmo tempo, são intrínsecos ao organismo do suscetível. Em uma situação normal, em ausência de estímulos, jamais se exteriorizariam como doenças. Em presença destes fatores intrínsecos preexistentes, os estímulos patogênicos. Dentre as pré-condições internas, citam-se os fatores hereditários, congênitos ou adquiridos em consequência de alterações orgânicas resultantes de doenças anteriores. História Natural da Doença (2) A história natural da doença é o curso da doença desde o início até sua resolução, na ausência de intervenção. Em outras palavras é o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou processo, quando se deixa seguir seu próprio curso. O processo se inicia com a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e termina com a recuperação, deficiência ou óbito. Na Figura 2.4 é apresentado o modelo tradicional da história natural da doença e sua relação com os níveis de prevenção propostos por Level e Clark. Na figura está claramente delimitado o período pré-patogênico, o primeiro deles antes da doença e representa o momento da interação do agente, o ambiente e o hospedeiro. O período patogênico mostra as mudanças que se apresentam no hospedeiro uma vez realizado um estímulo efetivo. O horizonte clínico marca o momento em que a doença é aparentemente clínica. Nesse modelo, é remarcada a importância das diferentes medidas de prevenção que podem ser realizadas dependendo do momento em que se encontre a doença e deste modo as atividades de prevenção primárias são efetuadas no período pré-patogênico e são encaminhadas para promover a saúde e a proteção específica; na prevenção http://previva.com.br/telemonitoramento-de-cronicos/ http://conteudo.previva.com.br/engajar_beneficiarios_programas_medicina_preventiva http://conteudo.previva.com.br/engajar_beneficiarios_programas_medicina_preventiva secundária, as ações são o diagnóstico precoce, o tratamento imediato e a limitação do dano; e a prevenção terciária está focada na reabilitação. História natural da doença: refere-se à evolução de uma doença no indivíduo através do tempo, na ausência de intervenção. Descreveu-se a história natural de várias doenças, tanto transmissíveis como não transmissíveis, agudas ou crônicas. Nas doenças transmissíveis, o período de latência é o tempo que transcorre desde a infecção até que a pessoa se torne infectada. O período de incubação é o tempo que transcorre desde a infecção até a apresentação dos sintomas. No caso das doenças não transmissíveis, a terminologia difere um pouco e se considera que o período de latência corresponde ao período que transcorre entre o desenvolvimento da doença subclínica até a apresentação de sintomas. Instrumentos de Abordagem familiar na atenção primária a saúde na atenção primária a saúde: genograma, ecograma e practice (1) Família: Sistema aberto, dinâmico e complexo, cujos membros pertencem a um mesmo contexto social Sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade O profissional de saúde deve compreender a família que está recebendo com cuidado, sua estrutura e funcionalidade para o sucesso da atenção a saúde OBS: no domicilio algumas questões sobre a estrutura familiar estão explicitas Tipos de família: Independentemente de qual membro da família está sendo assistido é necessário ter claro entendimento do contexto interpessoal do problema - quem faz parte desse sistema familiar? - há pessoas importantes para a pessoa ou para a família que não estão presentes? Tópicos para a observação na abordagem familiar: Papeis: quem desempenha cada função na família Comunicação não verbal Comunicação verbal Transgeracionalidade Genograma: Permite identificar de maneira mais rápida, a dinâmica familiar e suas possíveis implicações, com criação de vinculo entre o profissional e a família/ individuo Reúne informações sobre a doença da pessoa identificada, as doenças e os transtornos familiares, os antecedentes genéticos, as causas da morte de pessoas da família, além dos aspectos psicossociais apresentados Ecomapa: A compreensão da família pode não ser suficiente, pois ela se relaciona com o meio e com os outros atores sociais, e essas relações são fundamentais para se atingir e preservar o equilíbrio biopsicossocial da unidade familiar Representação gráfica dos contatos dos membros da família com outros sistemas sociais Utiliza a mesma simbologia do genograma Registra, em círculos externos, os contatos da família com membros da comunidade ou com pessoas e grupos significativos Practice: Avaliação do funcionamento da família, no que se refere a um caso específico Disponibiliza informações sobre a organização e posicionamento da família diante os problemas, foca no problema existente, facilitando a coleta de informações e a elaboraçãode intervenções o P: problema apresentado -> modo como a família ve o problema e tenta supera-lo o R: papeis e estrutura -> modo como cada membro desempenha seu papel o A: afeto -> maneira como o afeto é demonstrado pelos membros da família e como isso interfere no contexto familiar o C: comunicação -> como se dá a comunicação verbal e não verbal dentro da família o T: fase do ciclo da vida -> relaçao entre o problema e as tarefas condizentes com o ciclo de vida o I: doença na família -> potencial que a família tem para lidar com o problema o C: enfrentamento de stress -> potencial que a família tem para lidar com o problema o E: meio ambiente, rede de apoio -> recursos ambientais, sociais e familiares que podem ser explorados para superação do problema Instrumentos de Abordagem familiar na atenção primária a saúde na atenção primária a saúde: genograma, ecograma e practice (2) FAMÍLIA Sistema aberto, dinâmico e complexo, cujos membros pertencem a um mesmo contexto social. Sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade O profissional de saúde deve compreender a família que está recebendo o cuidado, sua estrutura e funcionalidade para o sucesso da atenção à saúde. Obs: no domicílio, algumas questões sobre a estrutura familiar estão explícitas, TÓPICOS PARA OBSERVAÇÃO NA ABORDAGEM FAMILIAR Papéis: quem desempenha cada função na família Comunicação não-verbal Comunicação verbal Transgeracionalidade (LEMBRAR DO VÍDEO QUE ELA PASSOU EM SALA) TIPOS DE FAMÍLIA Independentemente de qual membro da família está sendo assistido, é necessário ter claro entendimento do contexto interpessoal do problema. Quem faz parte desse sistema familiar? Há pessoas importantes para a pessoa ou para a família que não estão presentes? GENOGRAMA Permite identificar, de maneira mais rápida, a dinâmica familiar e suas possíveis implicações, com criação de vínculo entre o profissional e a família/indivíduo. Reúne informações sobre a doença da pessoa identificada, as doenças e os transtornos familiares, os antecedentes genéticos, as causas da morte de pessoas da família, além dos aspectos psicossociais apresentados. ECOMAPA A compreensão da família pode não ser suficiente, pois ela se relaciona com o meio e com outros atores sociais, e essas relações são fundamentais para se atingir e preservar o equilíbrio biopsicoespiritossocial da unidade familiar. Representação gráfica dos contatos dos membros da família com outros sistemas sociais. Utiliza a mesma simbologia do genograma Registra, em círculos externos, os contatos da família com membros da comunidade ou com pessoas e grupos significativos. PRACTICE Avaliação do funcionamento da família, no que se refere a um caso específico. Disponibiliza informações sobre a organização e posicionamento da família diante dos problemas, foca no problema existente, facilitando a coleta de informações e a elaboração de intervenções. P PRESENTING PROBLEM (problema apresentado) modo como a família vê o problema e tenta superá-lo; R ROLES AND STRUCTURE (papéis e estrutura) modo como cada membro desempenha o seu papel; A AFFECT (afeto) maneira como o afeto é demonstrado pelos membros da família e como isso interfere no contexto familiar; C COMUNICATION (comunicação) como se dá a comunicação verbal e não verbal dentro da família; T TIME OF LIFE CYCLE (fase do ciclo de vida) relação entre o problema e as tarefas condizentes com o ciclo de vida; I ILINESS IN FAMILY (doença na família) história de morbidade familiar, valorizando as atitudes de cuidado; C COPING WITH STRESS (enfrentamento do estresse) potencial que a família tem para lidar com o problema; E ECOLOGY (meio ambiente, rede de apoio) recursos ambientais, sociais e familiares que podem ser explorados para superação do problema. Causas Externas de Incapacidade e Morbimortalidade: Violência e Acidentes Causas Externas de Morbimortalidade – Violência – uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. Taxa de Mortalidade por Homicídios – Marcos do SUS – 2006: Notificação de violência em serviços de sentinela; 2009: Notificação de violência inserida no SINAN; 2011: Notificação compulsória; 2014: Tentativa de suicídio e violência sexual: notificação imediata. Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA): Viva Contínuo/SINAN – Instrumento de Coleta de Dados do VIVA CONTÍNUO/SINAN – NÃO É DENÚNICA; Tentativa de suicídio e violência sexual são de notificação imediata pelo município; Atenção: caso um evento violento envolver mais de uma vítima, para cada uma das vítimas deverá ser preenchida uma ficha de notificação individual; Atenção: todo caso notificado é encerrado no momento da notificação. No entanto, como o registro não é automático, é preciso escrever/digitar a sua data; No caso de violência contra crianças e adolescentes, é obrigatória a comunicação do caso ao Conselho Tutelar e /ou às autoridades competentes, conforme exigência ao artigo 13 de Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); *Criança (0 a 9 anos) e adolescentes (10 a 19 anos)! Atenção! Esta ficha não se aplica à violência extrafamiliar cujas vítimas sejam adultos (20 a 59 anos) do sexo masculino, como, por exemplo, brigas entre gangues, brigas nos estádios de futebol e outras. Essa modalidade de violência pode ser monitorada por meio de outros sistemas de informação e do componente Viva Sentinela (inquérito). VIVA CONTÍNUO/SINAN – VIVA INQUÉRITO – Objetivo: analisar a tendência das violências e acidentes e descrever o perfil das pessoas que foram vítimas de violências (interpessoais ou autoprovocadas) e dos acidentes (trânsito, quedas, queimaduras, dentre outros) atendidas em unidades se urgência e emergência selecionadas do SUS; Coleta de dados: 30 dias consecutivos, em turnos de 12 horas, e elegidos mediante sorteio probabilístico em serviços de referência para o atendimento de urgência e emergência; Entrevista: acadêmicos de enfermagem e medicina, profissionais de saúde previamente treinados. ACIDENTES DE TRÂNSITO – 2ª causa de morte entre as causas externas; Maior prevalência entre jovens de 20 a 39 anos, do sexo masculino; No Brasil, em 2015: 38.651 óbitos; 174.833 internações; 242 milhões para o SUS; Causas: beber e dirigir; velocidade excessiva inadequada; Comportamento e Estilo de Vida: Tabagismo A epidemiologia busca: Observação e registro em indivíduos e populações: Comportamento e Estilo de Vida: Comportamentos individuais são frutos de escolhas pessoais conscientes e deliberadas? Teoria dos DSS comportamentos individuais resultantes do habitus ligação entre estrutura social e comportamento das pessoas; Comportamentos individuais estão condicionados às condições materiais e simbólicas relacionadas com a posição social; Desafios da Saúde Pública: Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT): Responsáveis por 71% do total de 57 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2016; No Brasil, em 2016, responsáveis por 74% do total de mortes: - Doenças cardiovasculares (28%); - Neoplasias (18%); - Doenças respiratórias (6%); - Diabetes (5%). Políticas de Promoção da Saúdee Prevenção de Doenças: Comportamento e estilo de vida responsáveis pela maioria das mortes por DCNT (fatores de risco para DCNT). Desafios Metodológicos: Sistemas de registros não dispõem de dados sobre comportamento condução de inquéritos populacionais para obtenção de informações; Não basta saber se os fatores de risco comportamentais estão ou não presentes. Tempo de exposição, quantidade do consumo, frequência, diferentes veículos de consumo do tabaco (cigarro industrializado, cigarro de palha, charuto, cachimbo). Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL): Objetivo monitorar a frequência e a distribuição dos principais determinantes das DCNT por inquérito telefônico. Atualização contínua dos indicadores imprescindível para o monitoramento das metas previstas: - Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, 2011 – 2022; - Plano Regional; - Plano de Ação Global para a Prevenção e Controle das DCNT da Organização Mundial da Saúde; - Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Questionário: - Características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos (idade, sexo, estado civil, raça/cor, nível de escolaridade, número de pessoas no domicílio, número de adultos e número de linhas telefônicas; - Padrão de alimentação e de atividade física associadas à ocorrência de DCNT; - Peso e altura referidos; - Frequência do consumo de cigarros e de bebidas alcóolicas; - Autoavaliação do estado de saúde do entrevistado, referência a diagnóstico médico anterior de hipertensão arterial e diabetes e uso de medicamentos; - Realização de exames para detecção precoce de câncer em mulheres; - Posse de plano de saúde ou convênio médico; - Questões relacionadas a situações no trânsito. Controle do Tabaco no Brasil – Campanhas alertando sobre as armadilhas dos cigarros de baixo teor de nicotina, proibindo as expressões light e mild nas embalagens; Proibição das propagandas de cigarro, exceto nos pontos de venda; Colocação de gravuras nas embalagens de cigarro, mostrando os efeitos danosos do tabaco; Criação de ambientes 100% livres de fumaça; Tratamento para o fumante que deseja parar de fumar, com ênfase na Atenção Básica. Prevenção do Tabagismo na AB: Ações de educação em saúde (sala de espera, escolas, parques, associação de moradores); Ações articuladas com profissionais do NASF. Atitudes e Posturas dos Profissionais de Saúde: Acolhimento e empatia; Estimular a mudança de atitude; Informar o usuário sobre o que é a dependência química, os seus malefícios, quais sintomas ele poderá experimentar ao parar de fumar, quais métodos para cessação estão disponíveis; Estimular que o usuário defina uma data de parada (“dia D”) ou pense em estabelece-la futuramente; Destacar que é importante que o usuário permaneça em acompanhamento até o final do tratamento, mesmo após ter parado de fumar. Intervenções e Tratamentos: Intervenções psicossociais aconselhamento; Tratamento medicamentoso controle dos sintomas de abstinência provocados pela suspensão do uso da nicotina. Vigilância em Saúde A Vigilância em Saúde é responsável por ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população brasileira. Diante do novo contexto, em que diferentes estratégias e tecnologias são incorporadas às ações de saúde pública, a vigilância em saúde passa a ser entendida como um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, que visa ao planejamento e à implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. Dentro desse contexto, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), tem a função de coordenar programas de prevenção e controle de doenças transmissíveis de relevância nacional, como aids, dengue, malária, hepatites virais, doenças imunopreveníveis, leishmaniose, hanseníase e tuberculose e do Programa Nacional de Imunizações (PNI); investigar surtos de doenças; coordenar a rede nacional de laboratórios de saúde pública; gestão de sistemas de informação de mortalidade, agravos de notificação obrigatória e nascidos vivos, realização de inquéritos de fatores de risco, coordenação de doenças e agravos não-transmissíveis e análise de situação de saúde, incluindo investigações e inquéritos sobre fatores de risco de doenças não transmissíveis, entre outras ações. - No campo da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Além disso, integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. A partir daí, a vigilância se distribui entre: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador. A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle dessas doenças específicas. A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e roedores. As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente. Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho.
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