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1 Patologia PIGMENTAÇÃO E CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICAS Priscila Maria Rodrigues Araújo- P3 A pigmentação é o processo de formação ou acúmulo, de caráter normal ou patológicos, de pigmentos em algum local do organismo. Esses pigmentos quando anormais não podem ser metabolizados ou removidos, podendo ser de origem exógena, como o carbono, ou endógena, como a melanina. Dessa forma a pigmentação patológica é o acúmulo anormal de pigmentos, indicando que a célula sofreu lesões, sendo considerada patológica pois indica perda da homeostase celular. Tipos de pigmentação Endógena: sintetizadas pelo próprio corpo Pigmentos hemáticos: Se originam da lise na hemoglobina (Hb), originando os pigmentos hemossiderina e bilirrubina. - Bilirrubina: substancia amarelada encontrada na bile, permanece no plasma até ser eliminada na urina, sendo o produto final da degradação do grupo heme da hemoglobina. No metabolismo da bilirrubina existe a formação da bilirrubina indireta ou não conjugada, altamente tóxica e não hidrossolúvel, a qual precisa passar pelo fígado para ser conjugada e se tornar hidrossolúvel, sendo, dessa meeira, eliminada. O excesso de bilirrubina pode indicar problemas no fígado ou na vesícula biliar pois é no fígado que ele torna-se hidrossolúvel e pode ser eliminada. A deficiência na enzima UDP (glicuronitranferase) pode impedir a formação da bilirrubina conjugada, aumentando a bilirrubina tóxica no plasma, causando a icterícia. O que é a icterícia? é uma pigmentação amarela da pele, olho e órgãos internos pelo acúmulo de bilirrubina. Situações patológicas como a anemia hemolítica, disfunção dos hepatócitos, carência enzimática e obstrução dos canais biliares, impedindo sua excreção. Valores normais de bilirrubina: 0,3 a 1,2 mg/dL Icterícia neonatal: incapacidade do fígado de metabolizar e eliminar a bilirrubina por ainda não está desenvolvido. A fototerapia usa energia luminosa para transformar a bilirrubina em produtos mais hidrossolúveis para que possa ser excretada. Querníctero: acúmulo de bilirrubina não conjugada nos gânglios basais e tronco encefálico, causando lesões cerebrais irreversíveis e sequelas neurológicas como paralisia cerebral, perda de audição, convulsões ou morte. Geralmente ocorre com frequência na eritoblastose fetal. - Hematoidina: forma-se focos hemorrágicos pela degradação de hemácias por macrófagos - Hemossiderina: originada pela lise das hemácias associadas a pancadas, causando 2 acúmulo de hemossiderina, comum em anemias hemolíticas e transfusões repetidas, esse acúmulo é denominado hemossiderose. - Hemocromatose: aumento da absorção de ferro nos tecidos, seu excesso lesiona progressivamente as células e prejudica o funcionamento. - Hematina: pigmento formado na presença de ácido clorídrico, causados geralmente por sangramento digestivo derivado de gastrite aguda, úlceras e erosões. - Hemozoína: pigmento marrom produzido pela degradação enzimática de Hb pelo parasita da malária. - Pigmento esquistossomótico: Digestão enzimática da Hb no tubo digestivo do Schistosoma mansoni; Se acumula como grânulos de cor castanho-escuro nas células de Kupffer e macrófagos do baço. Pigmentos melânicos: melanina, pigmento natural produzido nos melanócitos com função de fotoproteção e antioxidante. Pode ser: eumelanina -> causa coloração castanho a negro e a feomelanina -> coloração amarelo-avermelhada. - Hiperpigmentação melânica: melanoderma com efélites (sardas), melasmas, hormônios e fármacos; leucoderma (albinismo, vitiligo, perda de coloração dos cabelos). No albinismo o organismo possui deficiência de tirosinase, dessa forma a tirosina não se transforma em melanina. Já o vitiligo é causado pela destruição dos melanócitos caracterizando uma doença autoimune Pigmentos derivados do ácido homogentísico: Alcaptonúria ou ocronose deposição de ácido homogentísico em órgãos pela a ausência de dioxigenase do homogentisato. Formação de manchas azuis na pele. Lipofuscina: composto de lipoproteínas derivadas de lipídeos da membrana celular que sofreram peroxidação catalisada por radicais livres, causado pelo desgaste celular da atrofia senil; comum nos idosos. Exógenas: formados no exterior, podendo adentrar pela via respiratória, digestiva ou parenteral. Siderose: Doença pulmonar causada pela inalação de óxido de ferro em trabalhadores de siderúrgicas, por isso o apelido "pulmão de soldador". Antracose: pigmentação por sais de carbono que são fagocitados por macrófagos alveolares, sendo levados para os linfonodos da região 3 traqueobrônquica, sua evolução pode gerar disfunções pulmonares graves, podendo ter como causa a inalação de fumaças, fumo e poluição ambiental. Silicose: acúmulo de pó de sílica nos pulmões podendo gerar disfunções pulmonares graves; acometendo, geralmente, mineiros, cortadores de arenito e de granito. Argiria: doença rara causada por exposição anormal e prolongada a sais de prata, originando uma coloração azul-acinzentada na pele. Essa exposição pode ser por medicamentos, suplementos alimentares e minas de prata. Tatuagem: Pigmentação exógena introduzida na derme, acidental ou propositalmente. Calcificação patológica Deposições anormais de sais de cálcio, com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros sais, sendo uma situação comum em várias doenças. Essa calcificação pode ocorrer por duas vias: Calcificação distrófica É mais frequente e se caracteriza pela deposição de fosfato de cálcio em vesículas, nessa calcificação o metabolismo do cálcio é normal (níveis séricos de cálcio são normais) mas ele se deposita em tecidos lesionados ou com necrose. Pode acontecer por exemplo em ateroma de carótidas e coronárias; tuberculose; ao redor de parasitas e larvas; pancreatite crônica do alcoolismo. Calcificação metastática Resulta de uma hipercalemia causada por diversos fatores como: aumento da secreção de paratormônios, destruição de osso, distúrbios de vitamina D e insuficiência renal.
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