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Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 1 Sistema Digestório ll ➢ Intestino Grosso • Principal função: absorção de água e sais minerais. • Maior diâmetro que intestino delgado • Presença de apêndices epiploicos (tecido adiposo), tênias cólicas (livre; mesocólica e omental; faixas estreitas de musculatura lisa) e saculações (ou haustros) • Dividido em: ceco (apêndice vermiforme), cólons (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus • Ceco e apêndice: - O ceco tem forma em fundo de saco e é a primeira parte do intestino grosso, localiza-se abaixo do óstio ileal. É contínuo com o cólon ascendente. - Apêndice apresenta agregado de tecido linfoide. Não é indispensável, podendo ser removido cirurgicamente em caso de inflamação (apendicite). - Apêndice também pode apresentar diferentes posições: pré-ileal, pós-ileal, retrocecal e subcecal. • Cólons - Ascendente, transverso, descendente e sigmoide Obs1.: Cólons ascendente, descendente são secundariamente retroperitoneais. Cólons transverso e sigmoide são intraperitoneais. - Flexuras direita (hepática) e esquerda (esplênica) Obs2.: mudança na irrigação do TGI a partir da flexura cólica esquerda. Até a parte abdominal do esôfago => tronco celíaco. Caudalmente, até a flexura esquerda => AMS. Além dela, é parte da AMI. - Sulcos paracólicos direito e esquerdo entre cólons ascendente e descendente, respectivamente, e parede abdominal posterior. Obs3.: Pelo fato de grandes vasos e linfonodos estarem nas regiões medial e posteromedial dos cólons ascendente e descendente, é possível realizar uma intervenção cirúrgica relativamente livre de sangue através do corte do peritônio ao longo desses sulcos cólicos laterais. Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 2 • Reto e canal anal - Início na junção retossigmoide, anteriormente à vértebra S III. Fim no diafragma da pelve. A partir daí, segue-se o canal anal. - Ausência de tênias cólicas, apêndices omentais e saculações. - Porção proximal é secundariamente retroperitoneal e porção distal é subperitoneal. - Apesar do seu nome, o reto humano apresenta algumas flexuras. - Ampola do reto (armazenamento das fezes) - O canal anal é dividido em três zonas: colunar (colunas anais), pécten anal (linha pectinada e zona alba) e cutânea (linha anocutânea). - Músculos do ânus: M. esfíncter interno (involuntário), M. corrugador do ânus, M. esfíncter externo (voluntário) e M. puborretal. ➢ Pâncreas • Posição retroperitoneal • Proc. uncinado, cabeça, corpo e cauda • Porção endócrina: ilhotas pancreáticas (céls. α produtoras de glucagon e céls. β produtoras de insulina) • Porção exócrina: ácinos pancreáticos (despeja suco pancreático na papila maior do duodeno, união do ducto colédoco e ducto pancreático) • Vascularização: - Irrigação: Aa. pancreaticoduodenais superiores (anterior e posterior), Aa. pancreaticoduodenais inferiores (com ramos anterior e posterior) e A. esplênica (Rr. pancreáticos) - Drenagem: Veias acompanham artérias e desembocam na V. porta. Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 3 ➢ Fígado • Situação: hipocôndrio direto; epigástrio; hipocôndrio esquerdo • Faces diafragmática e visceral • Recessos: subfrênico (direito e esquerdo); hepatorrenal • Lobos esquerdo e direito (caudado e quadrado) • Ligamentos: - Lig. falciforme (dobra peritoneal que divide lobos direito e esquerdo) - Lig. redondo (resquício da veia umbilical embrionária) - Lig. coronários anterior (superior) e posterior (inferior) - Lig. triangulares direto e esquerdo (encontro dos Ligg. coronários) - Lig. venoso (remanescente fibroso do ducto venoso fetal, que desviava sangue da veia umbilical para a VCI, passando ao largo do fígado) - Lig. da veia cava • Área nua • Face visceral - Fissuras: sagital direita; porta hepática; umbilical (sagital esquerda) - Impressões: suprarrenal; renal; cólica; duodenal; gástrica e esofágica (só Roberto Carlos dá grandes espetáculos!) - Sulco da veia cava e fossa da vesícula biliar • Vascularização - A. hepática direita e esquerda (Tronco celíaco => A. hepática comum => A. hepática própria => Aa. hepáticas direita e esquerda) - Veia porta (V. mesentérica inferior + V. esplênica => + V. mesentérica superior => V. porta) - Lobos direito e esquerdo têm vascularização independente - Segmentação funcional do fígado: 8 segmentos independentes Obs.: possibilidade de remoção cirúrgica de uma das partes sem o comprometimento das demais! - Anastomoses portocavais: 1) Vv. gástricas direita e esquerda (porta) + Vv. esofágicas, V. ázigo (sistêmicas) 2) Vv. paraumbilicais (porta) + Vv. da parede anterior do abdômen (sistêmicas) 3) V. retal superior (porta) + Vv. retais média e inferior (sistêmicas) Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 4 4) V. mesentérica inferior (porta) + Vv. gonadais (sistêmica) Obs.: possibilitam chegada do sangue que seria drenado através da veia porta ao ventrículo direito, através da VCI, caso haja obstrução ou hipertensão desta. No entanto, o volume de sangue forçado pelas vias colaterais pode ser excessivo, acarretando varizes (dilatação anormal das veias), com risco à vida, se não houver construção cirúrgica de uma derivação da obstrução. ➢ Vesícula Biliar e Árvore Biliar • Vesícula Biliar - Localização: fossa da vesícula biliar (face visceral do fígado), próximo à parte ascendente do duodeno. - Divisão: fundo, corpo, colo e infundíbulo (bolsa de Hartmann) Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 5 • Árvore Biliar - Ducto biliares intra-hepáticos: canalículos biliares, os ductos biliares interlobulares e os ductos hepáticos direito e esquerdo. - Ductos biliares extra-hepáticos: ducto hepático comum, ducto cístico e ducto colédoco (biliar comum). - Ao final de seu percurso, o ducto colédoco se une ao ducto pancreático e desemboca na papila maior do duodeno (de Vater). (Atenção!: Ducto pancreático acessório desemboca na papila menor) ➢ Peritônio • Membrana serosa que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos • As vísceras abdominais são circundadas pelo peritônio, mas não estão dentro dele • A camada interna do balão ou saco seroso (aquela adjacente à mão, ao órgão ou à víscera) é denominada camada visceral; a camada externa do balão (ou aquela que fica em contato com a parede do corpo) é denominada camada parietal. O espaço entre elas é a cavidade peritoneal. • Órgãos intraperitoneais: são quase completamente cobertos por peritônio visceral; foram conceitualmente, se não literalmente, invaginados para o saco fechado. • Órgãos extraperitoneais, retroperitoneais e subperitoneais também estão situados fora da cavidade peritoneal e são apenas parcialmente cobertos por peritônio. Os retroperitoneais só têm a face anterior coberta e os subperitoneais, só a face superior. Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 6 Obs.: Ovários são únicos órgãos de fato intraperitoneais. Obs2.: Mulheres têm maior probabilidade de infecção peritoneal por causa da comunicação entre o meio externo e a cavidade peritoneal através das tubas uterinas. Homens têm cavidade peritoneal hermeticamente fechada. • Formações peritoneais 1. Mesentério: lâmina dupla de peritônio formada pela invaginação do peritônio por um órgão, e é a continuidade dos peritônios visceral e parietal. Constitui um meio de comunicação neurovascular entre o órgão e a parede do corpo. O mesentério une um órgão intraperitoneal à parede do corpo — geralmente a parede posterior do abdome. Mesentérios relacionados a partes específicas do sistema digestório recebem denominaçõesde acordo — por exemplo, mesocolos transverso e sigmoide, mesoesôfago, mesogástrio e mesoapêndice. Os mesentérios têm um cerne de tecido conjuntivo que contém sangue e vasos linfáticos, nervos, linfonodos e gordura. 2. Omento (do latim: avental): extensão ou prega de peritônio em duas camadas que vai do estômago e da parte proximal do duodeno até os órgãos adjacentes na cavidade abdominal. - Omento maior: é uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e pende como um avental da curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno. Após descer, dobra-se de volta e se fixa à face anterior do colo transverso e seu mesentério. - Omento menor: é uma prega peritoneal muito menor, dupla, que une a curvatura menor do estômago e a parte proximal do duodeno ao fígado. Também une o estômago a uma tríade de estruturas que seguem entre o duodeno e o fígado na margem livre do omento menor. (Lig. hepatogástrico + Lig. hepatoduodenal) Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 7 3. Ligamento peritoneal: consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede do abdome. 4. Área nua: área não coberta por peritônio que permite a entrada/saída de estruturas neurovasculares. 5. Prega peritoneal: reflexão de peritônio elevada da parede do corpo por vasos sanguíneos, ductos e ligamentos formados por vasos fetais obliterados subjacentes. • Subdivisões da cavidade peritoneal 1. Compartimentos supracólico e infracólico (saco maior): divididos pelo mesocolo transverso. O compartimento infracólico ainda é dividido em direito e esquerdo pelo mesentério do intestino delgado. 2. Bolsa omental (saco menor): é uma cavidade extensa, semelhante a um saco, situada posteriormente ao estômago, omento menor e estruturas adjacentes. Tem um recesso superior, limitado superiormente pelo diafragma e as camadas posteriores do ligamento coronário do fígado, e um recesso inferior entre as partes superiores das camadas do omento maior. Ainda comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental, uma abertura situada posteriormente à margem livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal). Obs.: Forame epliploico (de Winslow) Limites: • Anterior: Omento menor (contendo V. porta; A. hepática própria e ducto biliar comum) • Posterior: V. cava inferior • Superior: Lobo caudado do fígado • Inferior: Duodeno (porção inicial) Monitoria de Anatomia − Luís Nóbrega – 110 8 Obs2.: Relações Peritoneais Órgãos Intraperitoneais (Completamente envolvidos pelo peritônio visceral) Fígado Baço Estômago Parte superior* do duodeno Jejuno Íleo Cólon transverso Cólon sigmoide Parte superior* do reto Órgãos Retroperitoneais (Posteriores ao peritônio) Primariamente Retroperitoneais (Desde o desenvolvimento) Rins Glândulas adrenais Ureteres Secundariamente Retroperitoneais (“Migraram” para trás ao longo do desenvolvimento) Pâncreas Duodeno distal* Cólon ascendente Cólon descendente
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