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Monografia - Tema - Greve (Completo)

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20
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE MATO GROSSO
THAYANE THAYS PINTO
DIREITO DE GREVE NO ÂMBITO BRASILEIRO
CUIABÁ
2019
THAYANE THAYS PINTO
DIREITO DE GREVE NO ÂMBITO BRASILEIRO
Monografia apresentada à Faculdade de Direito do Instituto de Ensino Superior de Mato Grosso, como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Direito, sob a orientação do Professor Esp. Rodolpho Vasconcellos.
CUIABÁ
2019
AGRADESCIMENTOS
Primeiramente, agradeço ao meu bondoso Deus, por ter me dado forças e por ter me proporcionado chegar até aqui. Agradeço imensamente, a minha mãe do coração, Doralice da Conceição Batista, a qual está comigo nessa batalha a todo momento, me apoiando, me compreendendo, ela é responsável por esse novo ciclo que estou finalizando. Meu mero agradecimento é para uma pessoa que está distante fisicamente, mais que sinto sua presença, a todo instante, especialmente no momento do choro, agonia, desespero, minha eterna mãe, Doraci da Conceição Batista Pinto. Agradeço de coração, a minha querida Tia Eva, a que me ajudou muito, principalmente em um período que eu passei apuro financeiro, cheguei a pensar em desistir do curso, mais Deus disse não, e essa pessoa incrível apareceu e não mediu esforços para me ajudar.
Agradeço as minhas grandes amigas, Marielly Martins e Jackeline Lima, por toda a dedicação e paciência, que estiverem durante essa etapa, sempre me ajudando de qualquer forma, e me incentivando a ir além mais, sou grata.
Agradeço de coração, aos colegas/amigos de turma por esses anos de convivência que serão sempre lembrados.
Gratidão ao meu orientador Prof. Rodolpho Vasconcellos, pela orientação, paciência e muita compreensão. Sou grata pelos ensinamentos, e por sempre estar presente para indicar a direção correta que o trabalho deveria chegar.
RESUMO
A pesquisa tem por objetivo analisar a aplicação do instituto da greve no âmbito brasileiro, abrangendo no setor privado e serviço público, descrevendo sobre o que vem ser a greve, seu contexto histórico, a sua concretização como direito fundamental, e como também a limitação desse direito, e a busca por melhores condições de trabalho e salário. Convém também, ressaltar os desconfortos gerado pelo os servidores públicos de uma ausência de uma norma regulamentar, por meio de lei específica, do direito de greve do servidor. Além disso possui finalidade de especificar esse direito que foi concedido através de Mandados de Injunção nº 670, 708 e 712, constituído pelo Supremo Tribunal Federal, o qual decidiu que, enquanto não regulamentado pelo legislador, aplica-se a Lei 7.783/89 que governa o movimento grevista na iniciativa privada, entretanto no que couber. Desta maneira fundamento também os serviços e atividades que são consideradas pela legislação como essenciais.
Palavras-chave: Greve. Direito dos Trabalhadores. Lei de Greve
ABSTRACT
The research aims to analyze the application of the strike institute in Brazil, covering the private sector and public service, describing what the strike is, its historical context, its implementation as a fundamental right, and also the limitation of this. law, and the search for better working conditions and salary. It should also be noted the discomfort generated by public servants of an absence of a regulatory rule, by specific law, the right of strike of the server. It also has the purpose of specifying this right which was granted by injunctions No. 670, 708 and 712, constituted by the Federal Supreme Court, which ruled that, while not regulated by the legislator, Law 7783/89 governing the strike movement in private enterprise, however it will fit. In this way we also base the services and activities that are considered by the legislation as essential.
Keywords: Strike. Worker law. Strike Law
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	6
2 ORIGEM HISTÓRICA NO MUNDO	7
2.1 No brasil	10
3 CONCEITO JURÍDICO DE GREVE	16
3.1Lei Regulamentar e Legitimidade	19
3.2 A Greve como Direito Fundamental	24
3.3 Fundamentos e Natureza jurídica	26
3.4 Garantia dos Empregados	29
3.5 Limitações ao Direito da Greve	31
3.6 Tipos de Greve	32
4 GREVE NO SETOR PRIVADO	34
5. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO	35
5.1 Serviços Essenciais	40
5.2 Greve Abusiva	42
5.3 Greve dos Magistrados	45
5.4 Greve dos Militares	48
6. CONCLUSÃO	50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	52
ANEXOS	55
1 INTRODUÇÃO
 O presente estudo tem por finalidade de discorrer uns dos temas que possui uma grande relevância na ordem jurídica, o direito de greve no Brasil.
O direito de greve é o resultado da classe trabalhadora, por lutas, garras e batalhas para melhorias de condições de trabalho, que de maneira imediata esse direito não estava amparado constitucionalmente, conforme demonstra a história da greve.
No capitulo inicial, traz essa concepção desse contexto histórico, onde surgiu a greve, relato diversas greves realizadas em países distintos, quais sejam: França, Chile, Índia, China e Estados Unidos. Ainda que no país dos Estados Unidos tornou o dia 01 de maio como o dia da luta da classe trabalhadora, visto que, com o desenvolvimento da classe trabalhadora, esse dia 01 de maio passou a ser vigente em outros países. Além disso, exponho a história da greve dentro do Brasil, discorrendo com as greves mais marcantes do movimento grevista brasileiro, as quais sejam: a greve geral de 1917 e a greve dos caminhoneiros de 2018, entre outras.
No segundo capitulo, o tema abrange o direito que o trabalhador possui para aderir à greve, quais os tipos de greve, a definição da greve, a fundamentação desse direito, a limitação que direito conserva, visto que, até aonde o empregado pode deflagrar a greve, a Lei 7.783/89 que regulamenta o exercício do trabalhador de forma geral, e também a garantia dos empregados que estão participando da movimentação grevista, e pôr fim a legitimidade da greve.
Já no capitulo terceiro, abrange apenas a greve no setor privado, uma vez que foi por esse ramo que a greve iniciou no Brasil e dentro deste respectivo capitulo, é comentado a greve é de forma geral.
Em razão do último capítulo, sendo o quarto, deixo um espaço reservado exclusivamente para a greve no serviço público, o qual é argumentado a respeito desse direito, que antes da Constituição de 88, o servidor não tinha direito de aderir à greve, a constituição emendou, entretanto, a Constituição de 88 emendou, porém ficou condicionada uma lei especifica para o servidor possuir o direito deflagrar a greve, portanto a omissão legislativa levou para o Supremo Tribunal Federal e por meios de Mandados de Injunção o Supremo decidiu que enquanto não aditar a lei, aplica a lei da iniciativa privada com o que couber. Nesse adequado capitulo, refiro as greves abusivas, os serviços essenciais, greve dos magistrados sendo que no mundo jurídico ainda é discutível e a greve dos militares onde a constituição veda.
2 ORIGEM HISTÓRICA NO MUNDO
O termo greve deu origem no País da França, onde existia uma simples praça com a referência de “Place de Grève”, na qual era feita reuniões entre os operários quando não estavam contentes com as suas condições de trabalho e com isso também ocorria a paralização de serviço. Segundo Martins, “os empregadores também iam a este local quando necessitavam de mão de obra. Os acordos eram feitos entre operários, funcionários e estudantes”. (Sérgio Pinto Martins, 2012, p.880). No qual eram os que se recusavam a trabalhar enquanto o pedido não foi atendido. Sérgio Pinto Martins (2012, p.880), relata que “naquela localidade acumulavam-se gravetos trazidos pelas enchentes do rio Sena (daí surgiu o nome greve, originário de graveto)[footnoteRef:1] ”. [1: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2012. p. 880.] 
A greve surgiu no século XIX, durante a Revolução Industrial, foi criada máquinas para economizar o tempo de trabalho do ser humano e com isso o serviço rendia e produzia muito mais, porém nessa época era muito raro acontecer o movimento grevista, pois não estava previsto em lei,e era considerado ilegais.[footnoteRef:2] Foi com a Revolução Industrial que os trabalhadores lutaram para ter um trabalho mais digno, podendo montar a sua própria fábrica, mas isso era impossível, pois existia a concorrência das grandes fábricas. Os operários entendiam que apenas iria ser operários, então deveriam lutar como operários para uma vida melhor. A luta começou, mas essa luta, não poderia acontecer apenas de um homem sozinho, mas de todo o pessoal da fábrica. Vianna ao citar Kleinwachter “quando vêm os maus tempos, os homens se reúnem para lamentar em conjunto seus sofrimentos e para encontrar os meios de ajuda mútua”.[footnoteRef:3] [2: Disponível em: <https://www.infoescola.com/sociologia/historia-das-greves> / Acesso em: 10 de março, 2019.] [3: KLEINWACHTER, apud VIANNA, Segadas. Greve: direito ou violência?, Freitas Bastos, São Paulo, 1959. P.30.] 
 Entretanto, foi no século XX, que literalmente a greve começou a fazer sentido no mundo dos trabalhadores, como ações coletivas, ou seja, foi a partir deste século que os trabalhadores se reuniram e organizaram para realizar as greves, com as melhores estratégias para obter as grandes realizações, como; condições de trabalho e aumento salarial...
O sindicato dos trabalhadores obteve um papel muito importante nesse período, foram eles que organizaram toda a greve, onde colocou no papel e em prática o direito de todos os trabalhadores. Foi nesse momento que o sindicato passou a fazer parte da história das greves. 
A França deixou marcada a história muito da greve e foi considerada como a maior greve do País, começou com os estudantes no ano de 1968, eles ordenavam vários acontecimentos, ocuparam as universidades da cidade, escolas e até mesmo teatro, sem conseguir chegar a um acordo com os estudantes, o governo resolveu restaurar a ordem pelos lugares ocupados por meio da força policial, os estudantes foram detidos nas operações, porém a situação estava complicada de se resolver. O movimento acabou virando uma bola de neve e o apoio da população aumentou, como a classe operária e agrícola. Durante dias, fabricas foram ocupadas, os transportes foram paralisados e alimentação ficaram em falta no supermercado assim como a gasolina nos postos.
A população Francesa, foram as ruas protestar e no final, ocorreu o resultado positivo para os protestantes foram ouvidos, os franceses tiveram suas reivindicações atendidas... como, o aumento do salário mínimo.
A greve também fez história no País do Chile, como “a greve dos caminhoneiros”, no ano de 1972. Contestavam contra uma prevenção de transportes impostas pelo governo, mas de imediato o governo resolveu negociar com os manifestantes, e os problemas foram resolvidos. Acontece que ano seguinte de 1973, a situação apareceu novamente, só que dessa vez foi pior, os caminhoneiros contavam com apoio de várias pessoas, todos a seu favor. As negociações do governo com os manifestantes, não desenvolviam e com isso a população cada vez mais sofria. Ou seja, a população não tinha alimentos, medicamentos, produtos, água chegando ao fim, nada era transportado porque a greve era geral, os caminhoneiros pararam 100%. No mesmo ano, as Forças Armadas do Chile resolveram intervir, a favor do seu povo, liderado por Augusto José Ramón Pinochet Ugarte, o Palácio Presidencial foi bombardeado por militares e no mesmo dia que o Palácio foi bombardeado, o Presidente do Chile Salvador Allende Gossens, cometeu suicídio. Entretanto ali mesmo se iniciava uma grande Ditadura que foi pelo General Pinochet. 
O movimento grevista também ocorreu no País da Índia, no ano de 2016. Os trabalhadores reivindicavam várias situações, como o aumento do salário mínimo, o baixo crescimento econômico, para não ocorrer a greve geral, o sindicato do trabalhador, passaram dias negociando com o governador, porém não obteve um resultado positivo, é como se fosse dias perdidos, ou melhor, tempo desperdiçado, o governo não aceitou nenhuma proposta feita pelo os sindicados. No mesmo ano, no mês de setembro, trabalhadores de diversas áreas realizou-se a greve geral, foram se manifestar as ruas.
O País da China também entrou para a história da greve, sabemos que na China os produtos são mais em conta, pois os fornecedores chineses daquelas marcas que são famosas, como Nike, adidas e puma, terceirizam a mão de obra para ter mais economia nos seus produtos. Acontece que no ano de 2014 os trabalhadores que fornecem a mão de obra dos calçados fizeram a greve acontecer, pediam o benefício que não era recebido e que eles tinham direito. E ainda foi até o governo para se reivindicar, pois o governo era convivente com aquela situação de ilegalidade.
Nos Estados Unidos ocorreu uma das greves mais fortes do mundo, a tal da greve geral foi nessa greve que surgiu o dia internacional do trabalhador, no dia 01 de maio de 1886 muitos trabalhadores foram as ruas contestar... a péssima condição de trabalho, e a diminuição da jornada de trabalho, de 13 horas para 8 horas diárias. A manifestação ocorreu por dias, foram muitos confrontos com os policiais e os manifestantes, no entanto que acabou muitas pessoas ficando feridos.
Por fim, no ano de 1889, um grupo de esquerda (partidário) reunidos em Paris decidiu tornar o dia 01 de maio como o dia da luta da classe trabalhadora, pelo motivo da qual a cidade de Chicago – Estados Unidos, passou pela grande luta. E assim em outros países com o tempo foi passado a adotar o dia do trabalhador.
Os historiadores relatam que a história da greve no antigo Egito, no século XII a.C ficou marcada com um registro de pernas cruzadas, pois o trabalhador não voltava a seus deveres enquanto o que foi prometido, não fosse cumprido. Entretanto, ficavam na praça sentados esperando o tal acordo ser cumprido.
Em conformidade com Sergio Pinto Martins (2008, p.821):
Na história mundial da greve verifica-se que ela foi cronologicamente considerada um delito, principalmente no sistema corporativo, depois passou a liberdade, no Estado liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes democráticos[footnoteRef:4]. [4: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2008 p. 821] 
O autor se refere a história da greve como uma infração, pois a greve acontecia contrariando algo que não estava amparado por uma norma, sem uma proteção para que ocorresse a greve. Na Antiguidade era desconhecido a greve, porque de greve não se pode falar onde liberdade de trabalho não existe.
A história das greves prova que a greve muda o rumo de seus países, para algo mais digno, mas para isso precisa de muita força, muita luta da classe trabalhadora, principalmente para enfrentar o governo e a injustiça.
2.1 No brasil
No ano de 1982, foi criado o Partido Operário e com isso surgiu as reinvindicações, como salário mínimo, jornada de 8 horas e a proibição do trabalho para menores de 12 anos.
Segundo, Thales Emanuel Fernandes Tavares relata em seu artigo:
Rogava ainda a insurreição operária, desejando que os trabalhadores se apropriassem dos meios de produção como forma de igualdade e justiça social, batendo diretamente contra as oligarquias e o coronelismo imperante. Na medida em que o ideal de igualdade socialista foi marchando pelo mundo, foram crescendo os movimentos operários, principais responsáveis pelos direitos trabalhistas até hoje conquistados em nosso país.[footnoteRef:5] [5: Disponível em: http://www.arcos.org.br/artigos/greve-um-direito-no-brasil/#topo Acesso. 6 maio, 2019.] 
Diante disso, o objetivo deste artigo são descrever, analisar e mostrar, que o Partido Operário foi a peça fundamental para os trabalhadores, pois lutaram por seus direitos, principalmente por igualdade e justiça social. 
Edgard Carone, expõe as greves que foram ocorridas no Brasil, no início da República, a famosa República velha, observamos:
 A República inicia-se com a greve na Estrada na Estrada de Ferro Central do Brasil; repete-se o fato em 1891 e 1893; em São Paulo, uma em 1890, duas em 1891, quatro em 1892; a partir de 1900 tornaram-semais frequentes e o Rio de Janeiro é campo de uma batalha de três dias, travada pelos cocheiros de bondes; em 1901, greve dos ferroviários da Sorocabana, em São Paulo; em 1902, lockout da Companhia Industrial do Rio de Janeiro e, em 1903, 800 trabalhadores das oficinas do Loyd Brasileiro paralisam as atividades por 8 dias; há repressões violentas em 1904; em maio de 1906, 3000 ferroviários da Companhia Paulista entram em greve em Jundiaí, Campinas e Rio Claro;[footnoteRef:6] [6: CARONE, Edgard. A República velha; instituições e classes sociais. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1972, p. 215.] 
Ao olhar para trás, vejamos que ocorreu as primeiras greves no Brasil no momento do império, o site da FGV confirma:
A deflagrada em 1858 na cidade de Rio de Janeiro pelos tipógrafos dos jornais Diário do Rio de Janeiro, Correio Mercantil, e Jornal do Comércio, naquela época eles reivindicavam o aumento salarial. A greve durou vários dias, mas os tipógrafos foram atendidos. Entretanto, a greve não parou por aí, no ano de 1863 ocorreu uma greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Pedro II em Barra do Piraí (RJ) e, em 1866, os caixeiros fluminenses paralisaram o trabalho tendo como exigência a extinção da jornada noturna e aos domingos. Em fins de 1888, trabalhadores de uma empresa construtora em Santos (SP) suspenderam suas atividades por falta de pagamento.[footnoteRef:7] [7: Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/greve/ Acesso. 6 de maio, 2019.] 
Poucos sabem, mas foi durante os anos de 1914 a 1916 que a greve começou a fazer história no Brasil, onde foram registradas, mas, entre junho e julho de 1917 ocorreu a maior greve do País, a famosa greve geral de 1917, na cidade de São Paulo. Foi um movimento liderado pela maior parte feminina, os homens eram minoria, pois as principais reinvindicações eram sobre o assédio sexual, no qual as mulheres sofriam dentro da fábrica Cotonifício Crespi, localizada na cidade de São Paulo, mais suas reinvindicações não pararam por aí, pois lutavam por melhorias de salário, redução da jornada de trabalho (16 horas), proibição do trabalho infantil, e proibição do trabalho feminino noturno. Depois de cinco dias de paralisação geral, os grevistas tiveram suas reivindicações atendidas.
A partir dessa grande manifestação, o movimento se espalhou em várias fábricas do bairro de São Paulo, provocando mais operários a entrar na manifestação. Entretanto, no dia 08 de julho foi criado o comitê de greve, e com isso deu apoio aos operários e principalmente os direitos que os mesmos tinham. Acontece que no dia seguinte, ocorreu a morte do sapateiro espanhol José Martinez, onde foi morto por um policial. A morte do sapateiro, causou uma grande revolta entre os grevistas.
No dia 12 de julho de 1917, foi legitimamente decretada a greve geral, portas de comércios fechados e transportes públicos parados 100%, braços e pernas cruzadas, paralisando todo o serviço, enquanto suas pautas não fossem atendidas.
O impacto da Greve Geral de 1917 foi de grande valor para a sociedade como um todo, foi capaz de mostrar não só a própria organização desses trabalhadores, mas, também, mostrar que uma greve geral em um país de grande extensão territorial, como é o caso do Brasil, também pode ser realizada.[footnoteRef:8] Afirma o site, que a greve de 1917, ficou marcado no Brasil como um contexto histórico, pois o operariado brasileiro adquire consciência de classe, desenvolvem-se os primeiros sindicatos a partir das ligas de classe dos bairros, e a resolução de conflitos sociais não deveria ser resolvida através da polícia. [8: Disponível em: https://www.resumoescolar.com.br/historia-do-brasil/greve-geral-de-1917/ Acesso. 6 de maio, 2019.] 
Para muitos historiadores, consideram a greve de junho e julho de 1917, o momento que os trabalhadores brasileiros, nasce, e se forma como classe, foi nessa luta que o grupo de trabalhadores se desenvolveu a ideia de um sindicato. Essa mobilização operária foi uma das mais abrangente ao longo da história do Brasil, essa greve não só mostrou a capacitação dos trabalhadores, mais também que uma greve geral era possível.
Conforme o site da FGV, ao citar Boris Fausto, a greve geral deflagrada em julho de 1917 tornou-se, “símbolo de uma mobilização de massa impetuosa, das virtualidades revolucionárias da classe operária, de organizações sindicais representativas, não contaminadas pela infecção burocrática”.[footnoteRef:9] [9: Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/greve/ Acesso. 6 de maio, 2019.] 
O contexto da greve geral de 1917, é o conflito da 1º guerra mundial, pois o Brasil vinha sofrendo com as consequências desse conflito porque os trabalhadores estavam sendo explorados, para as empresas brasileiras atender uma certa demanda para os países europeus e também a carestia de vida que era provocada pela guerra. O Brasil passou exportar os melhores produtos em grande quantidade para Europa, ou seja, no Brasil ficava os produtos de piores qualidades e um preço muito elevado.
Por fim, relato a greve mais recente do Brasil, a qual também comoveu o País deixando marcas e muitos registros, enfim. Convém lembrar que no ano de 2018 aconteceu a greve dos caminhoneiros, também chamada de Crise Diesel, conceituando com uma paralisação de caminhoneiros iniciada no dia 21 de maio de 2018, com o término no dia 30 de maio, durante o governo Michel Temer. A manifestação da greve foi contra os reajustes nos valores do combustível, principalmente do óleo diesel, visto que é o mais utilizado pelos caminhoneiros e reivindicavam também pelo fim da cobrança de pedágio para eixo suspenso, quando os caminhões circulam vazios. 
Vejamos um breve histórico resumidamente do acontecimento da greve dos caminhoneiros de 2018. No dia 21 de maio, estradas amanhecem fechada e bloqueada para a passagem de diversos veículos, principalmente veículos com mercadorias. A intenção dos grevistas, era apenas chamar atenção do governo, porém não obteve retorno, enquanto o governo não correspondia, os caminhoneiros continuavam bloqueando tudo, até que chegou o momento que a situação ficou precária para a sociedade, foram interrompidas várias atividades, fornecimento de gasolina, voos aéreos, aulas, distribuição de alimentos, remédios entre outras atividades. 
Vejamos um breve histórico resumidamente do acontecimento da greve dos caminhoneiros de 2018. No dia 21 de maio, estradas amanhecem fechada e bloqueada para a passagem de diversos veículos, principalmente veículos com mercadorias. A intenção dos grevistas, era apenas chamar atenção do governo, porém não obteve retorno, enquanto o governo não correspondia, os caminhoneiros continuavam bloqueando tudo, até que chegou o momento que a situação ficou precária para a sociedade, foram interrompidas várias atividades, fornecimento de gasolina, voos aéreos, aulas, distribuição de alimentos, remédios entre outras atividades. 
Em conformidade com Luis Henrique Pironcelli Tobler: 
o governo afirmou acordo com os caminhoneiros, redução a zero da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE-Combustíveis) sobre o óleo diesel, a manutenção da redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria até o final do ano, além de garantia da periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do preço do óleo diesel na refinaria, que hoje são feitas diariamente.[footnoteRef:10] [10: Disponível em: https://pironcellitobleradvocacia.jusbrasil.com.br/artigos/582547748/a-greve-dos-caminhoneiros-aspectos-juridicos / Acesso. 8 de maio, 2019.] 
E foi acordado também o fim do pedágio no momento que os caminhões circulam vazio na rodovia. Levando em consideração todos esses degastes que o Brasil sofreu, foi por um grande descuido durante o governo da Dilma Rousseff, a qual relato abaixo.
Em julho de 2017 ocorreu uma mudança de política da Petrobrás, a qual passou acompanhar a oscilação dos preços internacionais e isso gerou aumento acumulado nos preços dos combustíveisde 55%, de julho de 2017 até maio de 2018. Vejamos que isso foi um problema que aonde começou a ser perceptivo nesse período de quase um ano, onde a uma grande mudança de uma proposta, onde no passado parece que o governo subsidiava os preços e agora digamos que o Brasil ficou mais liberal nessa sua postura, ou seja nessa política de preço praticada pelo governo. Acontece que a Petrobrás como é uma empresa estatal, ela irá entrar nesse grande rol que é trabalhar dentro da oscilação do preço. Ou seja, o governo manteve a Petrobrás estatal para poder ter a vantagem estratégica de controlar o preço do petróleo e agora com essa nova política ela se abre para que qualquer tipo de situação internacional permita o preço disparar, ou melhor, aumentar o preço. 
Em razão da carga tributária, temos os impostos; a gasolina contém 45% de impostos federais cobrados sobre o combustível e o Diesel que possui subsidio contém apenas 29% de carga tributária, utilizado no caminhão, pois sabemos que é existe uma dependência do caminhão, portanto a alíquota do imposto é menor, e sobre a gasolina essa alíquota é maior. Porém, nesse período o governo estava passando por um momento difícil em relação a orçamento, e estava incompreensível o governo baixar esses impostos, que é o que os caminhoneiros estavam exigindo, redução de imposto. Acontece que o combustível estava caro, pois com a nova política da Petrobrás estava tendo uma alta internacional e é preço internacional é que hoje determina preço do petróleo no Brasil, mais é o momento que a população questiona, que o governo brasileiro deve baixar os impostos, porém sabemos que o governo não pode baixar os impostos, pois está numa situação precária de orçamento.
Entretanto, olhando para o lado do caminhoneiro, hoje ele tem vários ônus, é um ônus de combustível caro, ônus de tributos que faz com o que o lucro que adquire no frete hoje fique muito baixo, além mais temos as rodovias, que está em estado bem precário. De acordo com Gabriel Guedes:
É importante salientar, o Brasil é um dos países mais dependentes de rodovias no mundo. Ao todo, 58% de suas mercadorias são distribuídas por meio delas por todo o território nacional, segundo dados do Banco Mundial. No caso específico dos combustíveis derivados do petróleo, chega a 90% o total da produção que depende do transporte rodoviário para escoar.
Os caminhoneiros são a categoria capaz de tornar uma das maiores economias do mundo refém de seus anseios, como foi exposto com as paralisações e suas consequências para a economia nacional. Nos Estados Unidos, por exemplo, 43% do transporte do país é feito por meio de rodovias.[footnoteRef:11] [11: Disponível em: https://economia.ig.com.br/2018-12-19/greve-dos-caminhoneiros-retrospectiva.html / Acesso. 8 de maio, 2019.] 
3 CONCEITO JURÍDICO DE GREVE
Existem diversos conceitos de greve, estudados em vários ramos, a lei especifica um conceito, e os Doutrinadores entendem de outra forma, mas que no final o resultado é compreensivo para todos. Os conceitos em outros países são diferenciados, pois cada legislação contém um entendimento, podendo ser considerada licita ou ilícita, como também um direito, uma liberdade ou um delito. 
A greve é existente, tanto no setor público, como no privado e também nas atividades essenciais. Possui sua natureza jurídica, e subentende de formal geral um direito no âmbito jurídico.
A lei brasileira nº 7.783/1989 de greve, em seu artigo 2º, conceitua a greve “como um exercício de direito, suspensão coletiva, temporária e pacifica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”. Em conformidade com a lei, o conceito é extensivo, onde o empregado suspende suas atividades por tempo temporário, podendo todos (total) os empregados ou parcialmente (parcial) apenas alguns empregados, nem todos de uma determinada empresa, respeitando sempre os serviços essenciais. 
O professor Maurício Godinho Delgado (2010, p.149), argumenta que a greve deve ser compreendida como: 
 
A paralisação coletiva provisória, parcial ou total, das atividades dos trabalhadores em face de seus empregadores ou tomadores de serviços, com o objetivo de exercer lhes pressão, visando à defesa ou conquista de interesses coletivos, ou com objetivos sociais mais amplos.[footnoteRef:12] [12: DELGADO, Maurício Godinho. Direito Coletivo do Trabalho. 6a ed., São Paulo: LTr, 2010, p. 149.] 
Em conformidade com Delgado (2010), a finalidade da greve é a suspensão das atividades exercidas por trabalhadores mais que de forma coletiva, sem prejudicar ambas partes, empregador e empregado, com o objetivo de atender as reivindicações lideradas por trabalhadores. 
O autor Martins (2011), entende que a greve é, um conjunto de trabalhadores que se reúne para reivindicar seus direitos, e menciona caso for apenas uma pessoa, não constitui a greve e relata que a greve necessita ser temporária, portanto se for indeterminado corre o risco da cessação do contrato de trabalho. Refiro o entendimento do autor, Sergio Pinto Martins (2011, p. 868):
“Trata-se de suspensão coletiva, pois a suspensão do trabalho por apenas uma pessoa não irá constituir greve. A suspensão do trabalho deve ser temporária e não definitiva, visto que se for por prazo indeterminado poderá acarretar a cessação do contrato de trabalho”.[footnoteRef:13] [13: MARTINS, Sergio Pintos. Direito do Trabalho. São Paulo: Editora Atlas: 2011, p. 868.] 
Dando continuidade com o entendimento de Martins (2011, p. 868), o mesmo menciona um trecho. “A paralisação deverá ser feita de maneira pacífica, sendo vedado o empregado de violência. As reinvindicações deverão ser feitas com ordem, sem qualquer violência a pessoas ou coisas”.[footnoteRef:14] [14: MARTINS, op. Cit., p.868] 
Em razão da greve possuir diversos conceitos, os doutrinadores Amauri e Sônia (2015, p. 528), faz um breve resumo amplo.
Observa-se de modo geral que greve é, primeiro, a suspensão temporária do trabalhado; segundo, um ato formal condicionado à aprovação do sindicato mediante assembleia; terceiro, uma paralisação dos serviços que tem como causa o interesse de trabalhadores e não de qualquer pessoa, o que exclui do âmbito da disciplina legal paralisações de pessoas que não sejam trabalhadores; quarto um movimento que tem por finalidade a reivindicação e a obtenção de melhores condições de trabalho ou o cumprimento das obrigações assumidas pelo empregador em decorrência das normas jurídicas ou do próprio contrato de trabalho, definidas expressamente mediante indicação formulada pelos empregados ao empregador, para que não haja dúvidas sobre a natureza dessas reinvindicações”.[footnoteRef:15] [15: NASCIMENTO, Amauri Mascaro e Sônia Mascaro Nascimento. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 2015, p.528] 
Nesse entendimento, compreendemos que a greve é uma forma mais eficaz, o qual os operários busca, e luta pelo os seus interesses, provocando seus patrões a uma negociação coletiva de forma ágil. Digamos que a greve é um meio que os trabalhadores utilizam para chegar a classe patronal, para resolver questões pendentes divergência entre empregado e empregador, mais para chegar até a greve, exige uma organização da classe trabalhadora constituída pelo sindicato.
Conforme dito anteriormente, a greve possui inúmeros conceitos. O Edmilson Ferreira do Nascimento, responsável pela publicação no site jus.com ao tema (Aspectos relevantes do direito de greve), faz uma comparação vários conceitos doutrinários, vejamos:
Para Gerhard Boldt, “uma interrupção coletiva e combinada do trabalho por certo número de trabalhadores da mesma profissão ou empresa, tendo um objetivo de luta, a fim de que os seus fins venham a ser atingidos”.Já para Paul Hauriou, “como a abstenção combinada e coletiva do trabalho, por um grupo de assalariados, tendo o fim imediato de paralisar a atividade de uma ou mais empresas, para pressionar os empregadores ou terceiros”. No entendimento de Paul Durand, “toda interrupção de trabalho, de caráter temporário, motivada por reivindicaçõessuscetíveis de beneficiar todos ou parte do pessoal e que é apoiada por um grupo suficientemente representativo da opinião obreira”. Conforme Giovanni Tarello, “pela natureza, uma abstenção do trabalho que vem proclamada com o fim de obter a composição de uma controvérsia de interesses”. Definem Rivero e Savatier, “a greve é a cessação ajustada do trabalho pelos assalariados, para constranger o empregador, por meio dessa pressão, a aceitar seus pontos de vista sobre a questão que é objeto do litígio”. Conceitua Arnaldo Süssekind, “greve consiste na abstenção simultânea do trabalho, concertada pelos trabalhadores de um ou mais estabelecimentos, ou de suas seções, compreende.
É direito que se manifesta através das formalidades prescritas em lei, dependendo de assembleia do sindicato, convocada e realizada na forma do estatuto livremente estabelecido pelo sindicato. É direito cujo exercício depende da frustração da negociação coletiva ou da inviabilidade de recurso à via arbitral e de prévia comunicação ao sindicato representativo da categoria econômica ou às empresas diretamente interessadas, com o prazo mínimo de 48 horas.
Após as referências conceituais mencionada acima, concluímos que a greve é um conjunto de trabalhadores coletivo, decidida por assalariados para obtenção de benefícios materiais ou sociais, ou para conquistar direitos que estão expressos. 
Segundo Amauri e Sônia (2015, p.531): 
O conceito legal de greve sofreu modificações em nosso país. A partir de 1900, quando o sistema político caracteriza pela ideia liberal, a greve exerceu-se como uma liberdade dos trabalhadores, sem leis que a restringissem ou a disciplinassem. A partir de 1937, foi declarada pela Constituição recuo nocivo ao interesse social e prejudicial 
à economia, como nas concepções que consideram a greve como delito. Com a Constituição de 1946, foi reconhecida como direito dos trabalhadores. A Constituição de 1967 e a Emenda Constitucional de 1969 seguiram essa diretriz, porém, introduzindo limitações, em especial, quanto à paralisação das atividades essenciais e serviços públicos.[footnoteRef:16] [16: NASCIMENTO, Amauri Mascaro e Sônia Mascaro Nascimento. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 2015, p.531.] 
Vale relembrar, que a greve é uma suspensão coletiva, pois não existe greve individual com apenas um trabalhador a greve é da categoria, precisa ser temporária e pacifica, pois não se admite greve com violência física assim como destruição de patrimônio, a greve pode ser total ou parcial, em todos os setores ou em alguns setores, não a necessidade de todos os trabalhadores aderir à greve, fica como opcional. 
3.1Lei Regulamentar e Legitimidade
Inicialmente a greve foi e continua sendo assegurada pela a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 9º, onde prevê os direitos que estão previstos dos trabalhadores. “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Em seu artigo 10º, prevê também os direitos do servidor público constituir a greve. “É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”.[footnoteRef:17] [17: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> / Acesso. 24 de junho, 2019.] 
Em razão dessa previsão Constitucional, esse direito foi regulamentado por uma lei 7.783, 28 de junho de 1989, a qual é a lei específica de greve, portanto esclareço abaixo alguns pontos importantes.
O artigo 2º da Lei de greve expõe o conceito de greve, o qual já foi mencionado em outro contexto. “Para os fins desta Lei, considera-se legitimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”.[footnoteRef:18] [18: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.HTM> / Acesso. 24 de junho, 2019.] 
Com relação a participação a greve, a súmula 316 do Supremo Tribunal Federal relata que simples a adesão à greve não é falta grave, ou seja, não é motivo para rescisão de contrato de trabalho por justa causa, se o empregado está aderindo a greve é um direito constitucional, ficando assim, em virtude de o sindicato ter aprovado a greve daquela categoria, não pode o empregador rescindir o contrato de trabalho por justa causa, abaixo vejamos a jurisprudência.
Adesão à greve e reexame da matéria fático-probatória
Agravo regimental em recurso extraordinário. Direito do trabalho. Embargos para a SDI/TST. Pressupostos de admissibilidade. Matéria infraconstitucional. Greve. Participação efetiva dos empregados. Falta grave capaz de sustentar a rescisão unilateral do contratado. Reexame da matéria fática. Impossibilidade. 1. Saber se houve simples adesão à greve ou participação efetiva dos empregados no movimento paredista, capaz de sustentar a rescisão unilateral do contrato de trabalho, implica revolvimento da matéria fático-probatória, inadmissível no extraordinário. Incidência da Súmula 279/STF. (...) cumpre enfatizar que a Corte Trabalhista, nos autos do recurso de revista deduzido pela FOSFÉRTIL, assentou que "o Regional, após análise do contexto fático-probatório dos autos concluiu ter sido pacífica a participação do reclamante na greve. Com isto decidiu que mesmo declarada ilegal a greve, a participação dos empregados não constitui justa causa para dispensa" (fls. 552), invocando como fundamento a Súmula 316-STF (...).
[RE 252.876 AgR, rel. min. Maurício Corrêa, 2ª T, j. 29-2-2000, DJ de 19-5-2000.][footnoteRef:19] [19: STF AGRAVO REGIMENTAL : AgR 252.876. Relator Maurício Corrêa. DJ: 19/05/2000 STFJus, 2000. Disponível: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2332> / Acesso. 24 de junho, 2019.] 
Com base ao artigo 7º da Lei 7.783/89, a greve gera suspensão do contrato de trabalho. O período de greve é de suspensão do contrato de trabalho, em regra geral o que geraria era o não pagamento dos salários, visto que, não trabalha, não recebe, mas o artigo faz uma proteção ao empregado na medida em que estando suspenso o contrato de trabalho não pode haver a sua rescisão. Entretanto, o empregador não pode rescindir o vínculo de emprego daqueles empregados grevistas, ou seja, daqueles que aderiram à greve, pois estão com o contrato suspenso. O artigo menciona também que o empregador não pode substituir os empregados durante a greve, contratar outros empregados para substituir aqueles que estão em greve, observamos o artigo:
“Artigo 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais durante o período ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da justiça do Trabalho”.
Outro ponto importante, essa suspensão de trabalho pode ocorrer posteriormente um período de interrupção, portanto, irá acontecer o pagamento do salário dos dias parados. Acontece que a greve é realizada e as negociações continuam, para encerrar a greve, na maioria das vezes os empregados exige o pagamento dos dias parados, visto que naqueles dias não aconteceu trabalho e agora haverá salario e serão pagos, no momento ocorre o período de interrupção.
Em relação a comunicação da greve, vale ressaltar que para deflagrar a greve, a uma necessidade de um aviso prévio, ou seja, não é da noite para o dia se inicia uma greve, é obrigatório passar por um procedimento prévio. É necessário realizar assembleia da categoria que irá aderir à greve, a mesma para autorizar realizar essa greve e por último, o papel principal do trabalhador é comunicar seu patrão, assim como também a população, quando irá iniciar essa greve, é obrigatório essa comunicação prévia. Nesse sentido, encontramos dois dispositivos na Lei de greve que tratam dessa comunicação. Vejamos
Artigo 3º, parágrafo único “A entidade patronal correspondente ou os empregadoresdiretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação”.[footnoteRef:20] Já o artigo 13 menciona a antecedência das atividades essenciais, notemos: [20: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.HTM> / Acesso em: 24 de junho, 2019.] 
Artigo 13 Na greve em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais, ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas de paralisação.[footnoteRef:21] [21: VADE MECUM. Legislação Complementar. Saraiva 2017 23º Edição p.1521 
] 
Os referidos artigos expresso acima, ressalta dois prazos distintos a comunicação prévia, ou seja, existe duas comunicações, a primeira com 48h de antecedência e a segunda com 72h de antecedência, irá depender da atividade, sendo essenciais ou não essenciais, visto que essa atividade irá determinar a necessidade de um maior ou menor período para comunicação prévia. Ressalto que, nas atividades essenciais o empregado vai comunicar o empregador e os usuários daquele serviço, já nas atividades não essências o empregado vai comunicar apenas o empregador.
Nesse sentindo, os serviços essenciais também estão assegurados pela Lei de greve, onde o artigo 11, especifica que os serviços essenciais são obrigado, os sindicatos, empregadores, trabalhadores prestar serviços à população, poucos acham que o serviço precisa ser prestado com 50%, como por exemplo é necessário o transporte público estar circulando 50%, mas não é bem assim que funciona, isso vai depender de cada Estado, não existe porcentagem especifica para a prestação de serviço durante a greve, o que a Lei especifica que não pode deixar de prestar serviço à população.
“Artigo 11 Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
É de fundamental importância saber quem tem legitimidade para deflagrar a greve, sabemos que via de regra o direito de greve é do trabalhador, porém quem possui a legitimidade para deflagrar a greve diretamente é o sindicato, ou seja entenda o sistema sindical como todos sindicatos. 
Segundo o Edmilson Ferreira Nascimento (2014), autor da publicação no site jus.com, o qual refiro, a legitimidade da greve, existe milhares de divergência com as doutrinas, alguns entendem que é a legitimidade é do sindicato, outros dos trabalhadores, e por último a corrente majoritária, considerando que a titularidade é dos trabalhadores, com legitimidade do sindicato para a sua instauração (direito individual de exercício coletivo).[footnoteRef:22] O mesmo, faz uma comparação de entendimento dos doutrinadores, a respeito da legitimidade. [22: Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/30924/aspectos-relevantes-do-direito-de-greve> / Acesso em. 24 de junho, de 2019.] 
Para Elson Gottschalk:
“Em nenhum momento a atual Constituição deixa explícita a titularidade ativa do exercício do direito de greve, mas os termos amplos adotados permitem ao intérprete entender, sem esforço, que o sujeito ativo do direito subjetivo é o trabalhador”.
Já para Amauri Mascaro Nascimento, “a greve é um direito individual do trabalhador, de exercício coletivo declarado pelo sindicato. Para o doutrinador Barata Silva, “o sujeito da greve é o sindicato, a associação profissional ou uma comissão ou coletividade de trabalhadores”. No entendimento de Octavio Bueno Magano:
A titularidade do direito de greve é, no Brasil, atribuída às entidades sindicais, com exclusão dos grupos inorganizados e com banimento, portanto, das greves selvagens. Em nossa legislação, a greve se concebe a um só tempo como direito das entidades sindicais e dos trabalhadores considerados individualmente. Nunca como direito dos grupos inorganizados.
Com base ao site jus.com (Edmilson Ferreira Nascimento, 2014), concluímos a legitimidade da greve. Observamos:
A titularidade do direito de greve é dos trabalhadores, pois a eles compete à decisão do momento propício ao início da greve, além dos interesses a serem defendidos. A legitimidade, porém, para a instauração da greve pertence à organização sindical dos trabalhadores, pois trata-se de um direito coletivo.
3.2 A Greve como Direito Fundamental
É nítido sabermos que a greve é um direito dos trabalhadores, no qual está garantido por um direito Constitucional, conforme o artigo 9º caput da Constituição Federal de 88, visto que, o mesmo foi mencionado acima. “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.[footnoteRef:23] [23: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> / Acesso. 24 de junho, 2019.] 
Observamos que o artigo, assegura esse direito de uma forma ampla, para todos os trabalhadores, exceto os militares. Com o entendimento do artigo, a greve é considerada um direito fundamental social, por estar no Título II “Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Nesse entendimento, o Desembargador Carlos Henrique Bezerra, ao analisar um dissídio coletivo de greve, no TRT da 17ª Região, opinou-se:
A greve constitui, a um só tempo, direito de primeira, de segunda e de terceira dimensão, na medida em que enquadra-se simultaneamente como: a) direito de liberdade ou de primeira dimensão, pois implica um non facere por parte do Estado, ou seja, um status negativus estatal que reconhece as liberdades públicas e o direito subjetivo de reunião entre pessoas para fins pacíficos; b) direito de igualdade, ou de segunda dimensão, porque é pelo exercício do direito de greve que os trabalhadores pressionam os respectivos tomadores de seus serviços, visando à melhoria de suas condições sociais e corrigindo, dessa forma, a desigualdade econômica produzida pela concentração de riquezas inerente ao regime capitalista, mormente numa economia globalizada. Tanto é assim que a Constituição brasileira de 1988 (art. 9º) considera a greve um direito social fundamental dos trabalhadores; c) direito de fraternidade ou de terceira dimensão, na medida em que a greve representa inequivocamente uma manifestação de solidariedade entre pessoas, o que reflete, em última análise, a ideologia da paz, do progresso, do desenvolvimento sustentado, da comunicação e da própria preservação da família humana. Além disso, a greve, por ser um direito coletivo social dos trabalhadores, pode ser tipificada como uma espécie de direito ou interesse metaindividual ou, na linguagem do Código de Defesa do Consumidor (art. 81, par. único, II) um direito ou interesse coletivo. Ora, se a greve tem por escopo básico a melhoria das condições sociais do homem trabalhador, implica a inferência de que ela constitui um direito fundamental do trabalhador enquanto pessoa humana.[footnoteRef:24] [24: TRT 17 ACÓRDÃO: 0000033-69.2015.5.17.0000 Dissídio Coletivo De Greve. Relator : Desembargador Gerson Fernando Da Sylveira Novais. DJ 06/03/2015. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/172076309/andamento-do-processo-n-0000033-6920155170000-do-dia-06-03-2015-do-trt-17> Acesso. Junho 2019] 
No ponto de vista do autor Mauricio Godinho Delgado, também caracteriza a greve, como um direito fundamental.
A natureza jurídica da greve, hoje, é de um direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas. É exatamente nesta qualidade e com esta dimensão que a Carta Constitucional de 1988 reconhece esse direito (art. 9º). É direito que resulta da liberdade de trabalho, mas também, na mesma medida, da liberdade associativa e sindical e da autonomia dos sindicatos, configurando-se como manifestação relevante da chamada autonomia privada coletiva, própria às democracias. Todos esses fundamentos, que se agregam no fenômeno grevista,embora preservando suas particularidades, conferem a esse direito um status de essencialidade nas ordens jurídicas contemporâneas. Por isso é direito fundamental nas democracias.[footnoteRef:25] [25: DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 1445-1446.] 
Santiago Peres del Castillo, menciona em sua obra (O Direito de Greve), “a maior parte das constituições democráticas declara que fazer greve é um direito dos trabalhadores. Estabelecido como direito, resta precisar mais exatamente a natureza concreta do mesmo. A inclusão da greve nos textos constitucionais lhe dá uma categoria de direito fundamental que se deve considerar principalmente porque surge de um lado, a questão de tratar-se de um direito especifico e diferente do direito de livre do trabalho”.[footnoteRef:26] [26: CASTILLO, Santiago Peres Del. O Direito de Greve. Ed. São Paulo: Ltr 1994, p.55.] 
Analisando as definições fornecidas, o direito de greve defini perante a legislação do nosso País, como um direito do sindical, onde os mesmos manifestam, por meio da forma prescrita em lei, com a finalidade de alcançar os interesses da categoria.
3.3 Fundamentos e Natureza jurídica
O direito de greve está ligado a vários fundamentos, por um lado o princípio da liberdade de trabalho, por outro da liberdade associativa e sindical, e segundo Mauricio Delgado Godinho (2012, p. 1449) menciona em sua obra, “ao lado deste o princípio da autonomia dos sindicatos”. O princípio da liberdade de trabalho, está relacionado ao princípio da liberdade individual, mais que também aplica no direito coletivo.
A respeito de fundamento social, Segadas Vianna (1959, p. 40) opina em sua obra: 
Se na doutrina pura a greve, só como violação do direito, pode ser admitida como direito, é inegável que ela tem sua razão de existência sob o aspecto social. O reconhecimento da formação de grupos tem interesse próprio e não sendo este apenas a soma dos interesses individuais de seus componentes, a integração desses grupos na coletividade com direitos próprios, com “direitos grupais”, justifica um fundamento social da greve... e uma das armas desse grupo social é o entendimento entre seus integrantes, - muitas vezes mesmo com prejuízos imediatos para cada um deles -, a fim de impor o atendimento de suas reinvindicações como o meio mais eficiente para coagir a empresa a examina-las e atende-las: a greve.[footnoteRef:27] [27: VIANNA, Segadas. Greve ou Violência? Livraria Freitas Bastos s/a 1959, p.40.] 
Esta colocação do autor vem ao encontro, que um grupo estão ligados a uma força, onde todos estão unidos por direitos, com interesse a coletividade de todos, a base para esse grupo social é compreender o entendimento de seus integrantes, e atender suas reinvindicações, por meio da greve. O autor ainda refere que o meio de coagir está aprofundado com uma doutrina antissocial, ressalto o entendimento do autor abaixo. Segadas Vianna (1959, p. 40):
Esse meio de coação, também examinado sob o prisma da doutrina social pura, seria, na verdade, “antissocial”, porque a coletividade sofre, toda ela, de maneira menor ou maior, suas consequências. Reconhecendo-o e aceitando-o a própria sociedade demonstra que admite aquele menor ou maior sacrifício para permitir que se faça justiça a uma parcela, a um grupo que vem sendo espoliado por outro bastante forte para que se sinta capaz de sobrepor-se ao próprio interesse social. O que não deixa de ser uma confissão da sociedade de sua própria incapacidade de, por outros meios, assegurar o equilíbrio e o bem-estar a que todos têm direito.
Entretanto, o princípio da liberdade de trabalho fundamenta no direito de greve, pois o trabalhador insatisfeito com suas atividades, não pode ser constrangido a trabalhar contra a sua vontade. Dessa forma, a liberdade de trabalho é a peça fundamental para o direito de greve, visto que o princípio da autonomia da vontade também agrega a essa fundamentação. 
Nesse entendimento, Amauri Mascaro Nascimento (2011, p. 1369) fundamenta o direito de greve:
O fundamento da greve como direito está no princípio da liberdade do trabalho. Uma pessoa não pode ser constrangida a trabalhar contra a sua vontade e em desacordo com as suas pretensões. Se assim fosse, estaria irremediavelmente comprometida a liberdade de trabalho, valor central que divide dois períodos da história, a escravidão e o trabalho livre [...].[footnoteRef:28] [28: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 26 ed. Editora Saraiva: 2011. p.1369] 
Diante desta referida obra de Nascimento, a liberdade sindical está relacionada ao trabalho, é a peça fundamental para as relações trabalhistas, o trabalhador é livre para participar do mundo grevista, podendo recusar a paralisação.
Godinho Delgado vai mais além, e expõe que a liberdade de trabalho está assimilada ao direito de greve, vejamos:
[...] trata-se de um lado, da liberdade de trabalho. De outro, da liberdade associativa e sindical. Ao lado deste, o princípio da autonomia dos sindicatos. Finalmente, como resultado de todos esses fundamentos agregados, a denominada autonomia privada coletiva, que é inerente às democracias. [footnoteRef:29] [29: DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2012. p. 1449] 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 9º, a natureza jurídica da greve, conceitua em liberdade decorrente do exercício de uma determinação lícita, onde o direito do trabalhador é assegurado por um direito fundamental. Delgado Godinho (2002, p. 1414), esclarece melhor que a natureza jurídica “é de direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada inerente às sociedades democráticas”. [footnoteRef:30] [30: DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 3º ed. São Paulo: LTr, 2002. p. 1414] 
Em conformidade com o site central jurídica, a natureza jurídica é dividida em dois parâmetros, nos países em que é autorizado a greve, é direito ou liberdade, como no caso do Brasil que é amparado constitucionalmente pela Carta Magna, direito e deveres do empregado, ou seja, o empregado no Brasil tem seu direito assegurado para manifestação. Já do outro lado são em países que a greve é proibida, é ilícita, como uma infração penal.[footnoteRef:31] [31: Disponível em <https://www.centraljuridica.com/doutrina/44/direito_do_trabalho/greve.html> Acesso em. 01 de Julho, 2019.] 
Com base ao entendimento de Martins (2008), a greve se encaixa como uma liberdade, visto que determinada greve seja de um exercício lícita. Ainda Martins menciona “sob o ponto de vista da pessoa, do indivíduo, podemos considerá-la como uma liberdade pública, pois o Estado deve garantir seu exercício”.[footnoteRef:32] Nesse sentido, Martins considera a natureza jurídica da greve, uma liberdade, visto vez que o Estado é obrigado a garantir o direito que o empregado possui. [32: MARTINS, Sergio Pinto Martins. Direito do Trabalho. 24º ed. São Paulo: Editora: Atlas S.A, 2008. p. 826] 
Concluímos que a natureza é de direito de liberdade de trabalho, mas igualado a liberdade associativa e sindical da autonomia dos sindicatos, ajustar a manifestação da coletividade, chamada de autonomia privada coletiva.
3.4 Garantia dos Empregados
Assim como possui direitos para aderir à greve, os empregados envolvidos em paralisação, também possui suas garantias durante a manifestação grevista, e essa garantia está prevista no artigo 6º da própria Lei de greve 7.783/89, onde a mesma também determina direitos individuais e da sociedade como um todo. Vejamos o artigo abaixo:
Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 2º É vedado às empresas adotar meios para constrangero empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.[footnoteRef:33] [33: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.HTM> / Acesso em. 01 de julho, 2019.] 
Em razão do referido artigo citado acima, assegura os empregados no decorrer da greve, uma vez que o grevista é necessário respeitar o artigo, a classe trabalhadora ao aderir à greve, não pode ocorrer uma paralisação de meios não pacíficos, visto que a violência e intimidações não pode existir no momento da manifestação, por exemplo; na greve dos caminhoneiros aconteceu alguns atos de violência, o empregado que estava aderindo a greve, agia com violência com aqueles que não estavam aderindo a greve, murchando seus pneus, quebrando vidro dos caminhões e assim por diante.
Nesse sentindo, comentando ainda sobre o artigo, os sindicatos fazem a arrecadação de fundos para aquela determinada greve, arrecadam em si para se manter, como alimentação e também para divulgar a greve, e isso já vem ser acordado na assembleia sindical.
Ao mencionar o artigo 6, § 2º º da Lei 7.783/89, é proibido o patrão adquirir ou até mesmo planejar formas de obrigar o empregado a ir trabalhar, o motivo por ele estar participando da greve, em hipótese alguma as empresas podem obriga-lo a trabalhar durante a greve, assim como interromper a divulgação do movimento, por exemplo como denúncias. 
Amauri e Sônia (2015, p. 533) mencionam em sua obra, “os grevistas não podem proibir o acesso ao trabalho daqueles que quiserem fazê-lo”[footnoteRef:34]. Esta colocação dos autores vem ao encontro do artigo 6º, § 3º da Lei 7.783/89, o qual foi citado na página anterior. Observa, que os trabalhadores são livres para aderir ou não a greve, direito individual, o artigo garante aqueles empregadores que não querem aderir à greve e continuar com suas atividades. Em momento algum os grevistas possam impedir que o trabalho seja realizado por quem não quer participar da greve. [34: NASCIMENTO, Amauri Mascaro e Sônia Mascaro Nascimento. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 2015. p. 533.] 
Outro ponto importante, durante a greve, os grevistas estão assegurados em relação a perca de seu emprego, pois desde que o grevista não deflagra uma greve abusiva, o patrão não pode rescindir o contrato daquele seu empregado, assim como também o empregador é proibido contratar outros trabalhadores para substituir aqueles que estão em greve. Expõe o artigo 7º, parágrafo único da Lei 7.783/89. “Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14”.
Segundo Amauri e Sônia (2015, p. 533), “os salários e demais obrigações trabalhistas dos dias de prova serão reguladas por acordo com o empregador”. Com a compreensão dos autores, no momento que acontece a greve, ocorre a suspensão do contrato, os salários ficam suspenso, mas com a negociação na qual coloca o fim da greve ocorre a interrupção contratual, tendo em vista que não estava ocorrendo a prestação de serviço, porém a obrigações por parte do empregador. Assim, vejamos o artigo 7º da Lei 7.783/89:
“Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho”.
3.5 Limitações ao Direito da Greve
As limitações ao direito da greve, é um limite de direito individual, coletivo, pessoas e a forma da greve. Sergio Pinto Martins (2008, p. 828), conceitua da melhor maneira essa limitação. Vejamos:
A greve não é um direito absoluto. Só por se tratar de um direito já existem limitações. É possível dividir as limitações ao direito de greve sob o aspecto objetivo, da previsão da lei, e sob o aspecto subjetivo, dos abusos cometidos. As limitações ao direito de greve estão previstas na própria Constituição.[footnoteRef:35] [35: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24. Ed. São Paulo. Atlas, 2008, p.828.] 
Diante disso, o autor menciona a Constituição Federal, a qual está prevista essas limitações. Nesse sentindo, a constituição em seu artigo 5º, caput, “assegura o direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”, caso no decorrer da greve, a classe trabalhadora violar esses direitos constituídos constitucionalmente, estará ultrapassando os limites assegurados. 
Em outro contexto foi argumentado que a greve deve ser pacifica, ou seja, sem gerar violência, como por exemplo, danificar bens, seja ele público ou privado. Martins (2008, p.828) menciona o artigo 5º, XXII da Constituição, “da mesma norma ainda determina o direito de propriedade, não sendo possível que a greve venha danificar bens ou coisas”.[footnoteRef:36] A respeito de propriedade, a Lei de greve 7.783/89 em seu artigo 6º, § 3º, determina que os grevistas não poderão causar ameaça ou dando à propriedade ou pessoa, ou seja, os meios que são utilizados para a manifestação, não pode ser aproveitado para destruir um bem, coisa ou prejuízo de um terceiro. [36: Idem] 
Convém ressaltar, que é necessário a classe trabalhadora ressaltar quais os interesses irá ser defender e lutar na greve. Poucos sabem, mais esses interesses defendidos, é limitado, pois não é porque o trabalhador está reivindicando aumento salariais, que o Estado ou o empregador irá atender, visto que esse direito tem um limite e esse limite está previsto na Constituição. Amauri Mascaro Nascimento (1991, p.436) diz a esse respeito: 
A Constituição (art. 9º) dispõe que compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade e os interesses a defender através da greve, permite a greve nas atividades e serviços essenciais, desde que o condicionado o seu exercício ao atendimento das necessidades inadiáveis a comunidade, e transfere para a lei ordinária não só a listagem dessas atividades como, também a previsão das penalidades aplicáveis aqueles que incorrem em abuso de direito, sem defini-lo.[footnoteRef:37] [37: NASCIMENTO, Amauri Mascaro.. Comentários a Lei da Greve. São Paulo: Ltr, 1991, pg. 436.] 
Analisando o contexto de Amauri, o direito da greve está limitado, pois as atividades e serviços essenciais é a base da limitação para deflagrar a greve, visto que caso ao contrário, classifica como abuso de direito.
3.6 Tipos de Greve
As greves podem ser consideradas em diversos tipos, classificadas como licitas e ilícitas, para ser aplicada essas classificações, irá depender do resultado que a classe trabalhadora quer atingir, assim a identificação dessas modalidades é o alcance do movimento grevista. Segundo Nascimento (2014, p. 1078), “as greves são legais ou ilegais, com ou sem abuso de direito, tudo dependendo das características de cada ordenamento jurídico”.[footnoteRef:38] Em razão de existir várias modalidades, esclareço os tipos de greves possíveis abaixo: [38: Nascimento, Amauri Mascaro / Nascimento, Sônia Mascaro. Curso de Direito do Trabalho . 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 1078. ] 
A primeira delas, é a famosa greve geral, a mais conhecida para a sociedade, a qual decorre em âmbito nacional. É a paralisação de uma ou mais classes de trabalhadores, normalmente a manifestação acontece em um dia especial, assim chamando atenção, pela grande paralisação coletiva. (Manzione, 2013, p.789)[footnoteRef:39] [39: MANZIONE, Luiz. Direito do Trabalho - Material e Processual. 2 ª ed. Campo Grande: Contemplar. 2013, p. 789.] 
Outros tipos são a greve branca ou de braços cruzados, onde os trabalhadores paralisam suas atividades e permanece no local de trabalho, porém sem efetivamente trabalhar, ou seja, os trabalhadores ficam parados no lugar onde é para ser realizado o serviço, mais em virtude da greve, não exerce suas atividades. (Jusbrasil.com /publicado por Nana Morais, elaborado por Raphael Miziara)[footnoteRef:40] [40: Disponível em: <https://nanabritomorais.jusbrasil.com.br/artigos/114760397/greve-modalidades> / Acesso em: 01 de julho, 2019.] 
Outra modalidade, um pouco conhecida, é a greve de fome, os grevistas se recusa a se alimentar para chamar atenção de autoridades ou da sociedade. Esse tipo de greve acostuma acontecer, quando esgota todos as formas de alternativas para ser atendidos suas reinvindicações. (Delgado, 2011, p. 1353)[footnoteRef:41] [41: DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho 10º ed.São Paulo LTr 2011, p. 1353.
] 
Já a modalidade de greve de ocupação ou habilitação, conceitua em invasão de empresa pelos grevistas, a fim de impedir que o trabalho seja realizo pelos que se recusam a aderir ao movimento, a qual é considerada ilícita ou até mesmo abusiva. (Jusbrasil.com / publicado por Nana Morais, elaborado por Raphael Miziara)[footnoteRef:42] [42: Disponível em: <https://nanabritomorais.jusbrasil.com.br/artigos/114760397/greve-modalidades> / Acesso em: 01 de julho, 2019.] 
Convém ressaltar, que consiste em greve sem a participação do sindicato, chamada de greve selvagem, a mesma é iniciada e/ou elevada espontaneamente pela classe trabalhadora. (Messa, 2013, p. 561)[footnoteRef:43] [43: MESSA, Ana Flávia. Legislação Trabalhista Comentada. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 561.] 
O site jusbrasil menciona duas greves importantes no ordenamento jurídico, as chamadas greves de solidariedade e greves políticas. A primeira, é ocorrida em casos nos quais trabalhadores de outras empresas e outros segmentos aderem ao movimento para solidarizar-se com os obreiros grevistas, por exemplo; uma paralisação de trabalho empreendida por trabalhadores de uma filial em apoio a uma greve dos trabalhadores da matriz. Já a segunda, remete-se a utilização do instrumento de pressão com motivações de natureza política a fim de utilizar-se da força da categoria contra a política econômica do Governo. E ainda ressalta que essa greve é proibida por lei. “Assim, são permitidas para a defesa de interesses trabalhista-profissionais, como por exemplo, uma greve-protesto dos trabalhadores contra a política econômica empreendida pelo governo”, (Jusbrasil.com / publicado por Nana Morais, elaborado por Raphael Miziara)[footnoteRef:44] [44: Disponível em: <https://nanabritomorais.jusbrasil.com.br/artigos/114760397/greve-modalidades> / Acesso em: 01 de julho, 2019] 
Analisando as definições fornecidas, podemos classificar a greve de diversas maneiras, sejam em paralização geral ou parcial das atividades. A qual suas reinvindicações podem ser por melhores condições de salário e trabalho, ou, ainda, não paralização das atividades.
4 GREVE NO SETOR PRIVADO 
No ordenamento jurídico, a greve se deu início no setor privado, uma vez que as primeiras greves no Brasil foram constituídas por empresas privadas, como por exemplo, a famosa greve geral de 1917, a qual foi instituída por uma indústria em setor privado, visto que, num momento anterior foi argumentado a história dessa greve. 
A greve no mundo jurídico não caracteriza como direito absoluto, uma vez que esse direito é rígido e obrigatório, porém no entendimento jurídico, esse direito não cabe na greve, pois a greve possui condições e limites. Antes de tudo a Constituição Federal de 1988 aborda a primeira restrição a respeito da greve no referido artigo 5º, a greve jamais pode violar os direitos fundamentais, quais sejam: Direito à Vida, à Liberdade, à Segurança, à Propriedade.
Certamente, a greve no setor privado, isto é, em modo geral, é uma greve limitada, pois tem um limite até aonde essa greve pode ser aderida, sem prejudicar terceiros, como por exemplo as atividades essenciais, até porque esse direito pode sofrer restrições, sejam aquelas previsão legislativa e aspectos legislativos. Da mesma forma Maria Inez Cunha (1997, p. 215) esclarece que, algumas providências devam ser tomadas, para que evite ser barrada a greve: 
O que releva é que a doutrina não discrepa em admitir que o direito de greve é relativo. As preocupações instalam-se na perquirição das regulamentações, indagando-se até que ponto elas não acabam de desnaturar tal direito. Assente, porém, que qualquer que seja a regulamentação, as limitações, nela contidas, não poderão ser tais, nem tampouco que venham, na prática, anular o direito de greve.[footnoteRef:45] [45: CUNHA, Maria Inês Moura S.A. da. Direito do trabalho. 2. Ed., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1997, p.] 
A referida Lei 7.783 de 28 de junho de 1989, é a que regula direitos, obrigações e também limitações a greve, além disso, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.
Diante desta análise, a Lei expressa que para ser deflagrada a greve, precisará cumprir alguns requisitos, igualmente ao autor Sérgio Pinto Martins (2006, p. 839) relata: 
Antes de se deliberar sobre a greve, deverá haver negociação coletiva para a tentativa de solução de conflito coletivo. É possível se afirmar, então, que a negociação coletiva é uma fase antecedente e necessária da greve, ou seja: é uma condição para o exercício do direito de greve. As partes também poderão eleger árbitros para solucionar a pendência entre elas. Frustrada a negociação coletiva ou verificada a impossibilidade da arbitragem, será facultada a cessação coletiva do trabalho (art. 3º da Lei 7.783/89). A exigência da negociação ou arbitragem como procedimento obrigatório ou como etapa preliminar pode ser realçada com o exame do §2º do art. 114 da Lei Maior, ao mencionar que, se as partes se recusarem à negociação ou à arbitragem, será facultada a instauração do dissídio coletivo.[footnoteRef:46] [46: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 839.] 
Após a confirmação do movimento grevista, a Lei de greve tem um artigo especifico para o aviso prévio no setor privado, estabelecido e decidido, o aviso prévio desta se dará com antecedência de no mínimo 48 horas aos empregadores ou sindicato patronal, conforme o artigo 3º da Lei 7.783/89.
5. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO
Atualmente, o direito de greve dos servidores públicos civis é amparado pela Constituição Federal de 1988 em seu artigo 37, VII. Antes da Constituição de 1988, não havia essa previsão constitucional, ou seja, os servidores públicos eram proibidos de exercer a greve, a qual era Constituição de 1967, ainda Martins (2008, pg. 839) menciona que, “a Constituição de 1967 (§ 7º do art. 157) e a EC nº 1, de 1969 (art. 162) vedavam a greve no serviço público. ” A greve do servidor público foi por muito tempo proibida no Brasil. O artigo § 7º da Constituição de 1967 proibia a greve no serviço público, o qual expressava: “Não será permitida greve nos serviços públicos e atividades essenciais, definidas em lei”. E desta mesma forma o artigo 162 da Emenda Constitucional nº 1, de 1969 constitui a mesma redação do artigo § 7º da Constituição de 1967.
Ao olhar para atrás, a Constituição Federal de 1988, expressava a redação original do artigo 37, inciso VII da seguinte forma: 
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
(...)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar;
Em virtude da Emenda Constitucional número 19 de 1998, o artigo 37, inciso VII passou a expressar da seguinte forma:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;[footnoteRef:47] [47: Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>/ Acesso em: 15 de julho, 2019.] 
Entretanto, o artigo 37, VII, da Constituição, o qual foi mencionado na página anterior, “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;” Portanto, trata se de um direito Constitucional que não tenha eficácia plena, pois depende de uma regulamentação posterior para que aquele direito puder ser exercido. Nesse entendimento o professor José Afonso da Silva (2005, p. 700), compreende que o direito de greve do servidor público é uma norma constitucional de eficácia limitada e portanto, requer regulamentação.[footnoteRef:48] E ainda menciona; [48: SILVA, Jose Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p.700] 
(...) quanto à greve, o texto constitucional não avançou senão timidamente, estabelecendo que o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica, o que, na prática, é quase o mesmo que recusar o direito prometido, porque se a lei não vier, o direito existirá, mas seu exercício, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, fica dependendo da promulgação da lei estabelecendo os termos e limites, os servidores não podem deflagrar qualquer greve.[footnoteRef:49] [49: Idem] 
Em razão da Constituição exigir lei especifica, essa lei ainda não foi elaborada, é importante lembrar que a Constituição não exigi lei complementar, a redação originaria da Constituição dizia que o direito de greve dependia de uma lei complementar, porém a Constituição foi alterada e mudou para lei especifica. Poucos sabem, mas a lei especifica é aquela lei ordinária que cuida apenas de um tema. Aurélio Buarque de Holanda esclarece que “especifico tem o sentido de relativo, próprio espécie, especial”.[footnoteRef:50] [50: FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, supervisionado e aumentado até a 10º Edição por, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 11º Edição, Editora Gamma.] 
Nesse sentido, o servidor público civil tem o direito de aderir greve, mais esse direito está condicionado aos termos e limites de uma lei especifica que ainda não foi publicada, vemos que o servidor tem o direito de exercer, porém não podem exercer, ou seja, consiste um típico caso de falta de norma regulamentadora que impede o exercício do direito.
Em 2007 foram interpostos, impetrados pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Pará, mandado de injunção de números 670, 708 e 712 do Supremo Tribunal Federal para noticiar a omissão legislativa na regulamentação desse importante direito do servidor público. O Supremo Tribunal Federal decidiu, enquanto não houver lei de greve do serviço público, os servidores poderiam aderir greve no que couber a lei da iniciativa privada 7.783/89. O Supremo legisla no caso concreto, o qual foi de caráter geral, ou seja, de caráter erga omnes, em tese, alcançando toda a administração pública em todas as esferas de governo. Em razão da ementa de citação ser extensa, refiro abaixo apenas o assunto da ementa, e ao final deste trabalho, anexo as jurisprudências de mandado de injunção de números 670, 708 e 712 do STF.
MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. EMANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989.
(STF - MI: 670 ES, Relator: MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 25/10/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-206 DIVULG 30-10-2008 PUBLIC 31-10-2008 EMENT VOL-02339-01 PP-00001)[footnoteRef:51] [51: STF MANDADO DE INJUNÇÃO : MI 670. Relator Maurício Corrêa. DJ: 25/10/2007 STFJus, 2007. Disponível em: <https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2926661/mandado-de-injuncao-mi-670-es> / Acesso em: 15 de julho, 2019.] 
No mundo jurídico torna se emprestada a lei da iniciativa privada para reger a greve dos servidores públicos, contudo houve uma discussão que ficou divergente na doutrina e até mesmo na jurisprudência, a qual foi em relação aos dias parados, se poderá ser descontado. No ano de 2016, o Supremo Tribunal Federal decidiu quanto aos dias parados dos servidores públicos, visto que, aqueles servidores públicos que estão participando da movimentação grevista, se poderá ou não ser descontado do seu salário durante o movimento paredista, foi esse tema que elevou a discursão do Supremo. 
Vejamos abaixo a decisão do Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário 693.456:
Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Questão de ordem. Formulação de pedido de desistência da ação no recurso extraordinário em que reconhecida a repercussão geral da matéria. Impossibilidade. Mandado de segurança. Servidores públicos civis e direito de greve. Descontos dos dias parados em razão do movimento grevista. Possibilidade. Reafirmação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Recurso do qual se conhece em parte, relativamente à qual é provido.
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do próprio Poder Público.[footnoteRef:52] [52: Disponível em: STF RECURSO EXTRAORDINARIO: RE 693.456. Relator Ministro Dias Toffoli. DJ: 27/10/2016 STFJus, 2016 < https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/511009000/andamento-do-processo-n-693456-recurso-extraordinario-18-10-2017-do-stf> Acesso em: 15 de julho, 2019] 
Com base na decisão do Supremo, observamos que via de regra, durante os dias em greve a administração pública deve realizar os descontos, porém, na sua decisão foi determinada uma exceção, onde vai haver a paralisação mais não haverá o desconto. Quando o Supremo firmou a tese, foi decidido que não haverá o desconto, quando haja compensação ou quando haja um ato ilícito empregador que no caso é o poder público.
5.1 Serviços Essenciais
Na Constituição Federal de 1969, a greve nas atividades essências eram vedadas, assim como a greve nos serviços públicos, no qual já foi argumentado em outro contexto acima. O referido artigo 162 de Constituição de 1969, expressava da seguinte redação. “Art. 162. Não será permitida greve nos serviços públicos e atividades essenciais, definidas em lei. ”[footnoteRef:53] [53: Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc01-69.htm> / Acesso em: 17 de julho, 2019.] 
O autor Sergio Pinto Martins (2008, p.833) argumenta em sua obra (Direito do Trabalho), que “a EC nº 1, de 1969, não permitia a greve nos serviços públicos e atividades essências, definidas em lei (art. 162) ”.[footnoteRef:54] Martins (p. 833) ainda menciona as atividades essenciais que eram elencadas pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 1.632/78, as quais eram: “água, e esgoto, energia elétrica, petróleo, gás e outros combustíveis, bancos, transportes, comunicações, carga e descarga, hospitais, ambulatórios, maternidade, farmácias e drogarias e as indústrias”.[footnoteRef:55] [54: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24. Ed. São Paulo. Atlas, 2008, p.833.] [55: Idem] 
Salienta que com a

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