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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO - SINDICATOS E PRINCÍPIOS

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DIREITO DO TRABALHO II
1. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
> é a parte que cuida dos conflitos coletivos e suas formas de solução. Trata da organização sindical
e representação dos interesses da classe trabalhadora.
> trata diretamente dos interesses do grupo profissional e indiretamente dos interesses individuais
dos indivíduos
> função: empreender a melhoria da condição social da classe trabalhadora, por meio de
● produção de fontes normativas (convenções e acordos coletivos de trabalho)
● pacificação de conflito coletivo
● distribuição de riqueza (verba adicional, etc.)
● adequação dos sujeitos da relação de trabalho às particularidades regionais
> Possui princípios, regras e institutos que regem a existência e desenvolvimento de suas
entidades, sua inter-relação, e regras jurídicas decorrentes de tais vínculos
> regulamento coletivo se dirige aos contratos individuais de trabalho, não fazendo parte do direito
coletivo, mas do direito individual do trabalho
> marco histórico é a Revolução Industrial na Inglaterra (séc. XVIII): desaparecimento das
corporações de ofício por choque de interesse entre os membros; máquina a vapor; urbanização
da cidade
● consequência: nova concepção de trabalho, condições de emprego e de meio ambiente
laboral
● trabalho nas fábricas: desigualdade, condições indignas de trabalho - gera indignação dos
trabalhadores e necessidade de organização
> início dos movimentos buscando condições mínimas de trabalho. Criam as coalizões com
representantes votados
> Sindicalismo: surgiu na Grã-Bretanha, sua consolidação se da junto de todo o Direito do Trabalho
● fase proibitória - interdição das associações sindicais
● fase da tolerância jurídica - descriminalização, liberdade de associação mas pune greve
● fase da afirmação - reconhecimento legal do direito à livre associação sindical
> CF/88:
● rompimento do controle político-adm do Estado sobre os sindicatos - não foi adotada a
liberdade sindical plena
● principais regulamentações
○ reconhecimento e incentivo jurídico ao processo negocial coletivo autônomo,
valorização da atuação sindical, participação operária nos locais de trabalho e
negociação
○ proibição de interferência estatal nos sindicatos
○ direito de greve como direito coletivo fundamental
○ institucionalização do MP do trabalho
○ garantia de emprego ao dirigente sindical e ao empregado diretor do CIPA
2. O SISTEMA SINDICAL
> estrutura do modelo sindical brasileiro: categoria
● categoria econômica: agrupamento de empregadores que realizam a mesma atividade
econômica
● categoria profissional: agrupamento de trabalhadores dependendo da atividade exercida
pelo empregador
● categoria profissional diferenciada: exercício de profissões ou funções singulares
> sindicato é pessoa jurídica de direito privado visto que sua criação é por iniciativa única dos
interessados, assim como sua administração e defesa de interesses - associação civil sem fins
lucrativos
> paralelismo sindical: um sindicato de categoria profissional para cada sindicato de categoria
econômica (Ex.: sindicato profissional dos metalúrgicos e a econômica referente aos empregadores
dos metalúrgicos)
> estrutura Externa dos sindicatos: estrutura de pirâmide - base sindicatos, meio federações e
cúpula confederações
> estrutura Interna dos sindicatos: Diretoria e Conselho Fiscal eleitos pela Assembleia Geral;
delegados sindicais designados pela Diretoria - liberdade sindical relativa
> FUNÇÕES:
● representação: representar as bases trabalhistas defendendo seus interesses no plano de
trabalho e social. Art 8º, CF/88 “III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”
● negociação: diálogo com empregadores ou sindicatos empresariais na celebração de
diplomas negociais coletivos compostos por regras jurídicas a serem seguidas. art 8º, CF/88
“VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho”
● assistencial: prestação de serviços a seus associados ou membros da categoria. Serviços
médicos, jurídicos, educacionais, etc.
● econômica/política: antigamente era vedado, hoje em dia é permitido.
> DEVERES:
● colaborar no desenvolvimento da solidariedade social;
● serviços de assistência judiciária aos membros;
● promover conciliação dos dissídios de trabalho;
● manter sempre que possível um assistente social atribuído de promover cooperação
operacional e integração de classe.
> modelo unidade sindical: autoriza apenas uma entidade representativa de categoria profissional
ou econômica dentro de certa região (definida pelos trabalhadores ou empregadores)
- maior união dos interessados na tomada de decisões e colocação de reivindicações perante
contraproposta
- desvantagem por se iniciar por norma, e não pela vontade do grupo; cerceamento da
criação de sindicatos não podendo, aqueles que discordam com as ideias pregadas, criar
outro; intervencionismo estatal exacerbado
> modelo pluralismo sindical: autoriza a coexistência de mais de uma entidade sindical na região.
- organização mais democrática e maior liberdade de associação dos trabalhadores; a
concorrência com outros sindicatos é vista de forma positiva;
- desvantagem ao reduzir defesa dos trabalhadores pela diluição da vontade; flexibilidade
do empregador escolher trabalhador não filiado ou de um sindicato mais afinado com os
interesses da empresa
> autonomia sindical - garantia de autogestão sem interferência estatal ou empresarial. É um
princípio especial do direito coletivo
> entidades sindicais de grau superior:
● federações - entidades sindicais formadas pela união voluntária de pelo menos 5 sindicatos
○ constituição facultativa
● confederações - entidade formada pela união voluntária de pelo menos 3 federações com
sede na capital da República
○ legitimidade para propor ADI e ADC
> centrais sindicais: entidades líderes do movimento sindical que atuam em toda a pirâmide.
Representação geral dos trabalhadores em âmbito nacional (exclusivamente)
● composta por organizações sindicais
● caracteriza-se por ser rede de organizações sindicais operárias - pluralismo
● requisitos cumulativos de filiação
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
a. Princípio da Liberdade Sindical: liberdade de constituição das organizações consideradas
convenientes, assim como a filiação a essas, sem distinção ou intervenção estatal
> defende o pluralismo sindical e sua independência do Estado
> princípio fundamental da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - Constituição de
1919 da OIT foi ratificada pelo Brasil em 1948 - Declaração dos Direitos e Princípios
Fundamentais no Trabalho em 1998.
> Convenção de 87 da OIT traz também como pilar desse princípio o direito ao trabalho
decente: promoção do emprego de qualidade, extensão da proteção social e diálogo social.
Em 2003 o Brasil firmou pelo Ministério do Trabalho junto da OIT o compromisso de
efetivação do trabalho decente no país.
> Agenda Nacional do Trabalho Decente 2006 - prioridades: gerar mais e melhores
empregos, com igualdade de oportunidade e tratamento; erradicar o trabalho escravo e
eliminar o trabalho infantil, em especial suas piores formas; fortalecer os atores tripartites
e o diálogo social como forma de governabilidade democrática.
> por esse princípio são reconhecidos os direitos de negociação coletiva e são eliminadas
todas as formas de trabalho forçado, trabalho infantil e discriminação no campo de
emprego
> Perspectiva individual: direito dos trabalhadores de se unirem; direito de se filiar; direito
de se retirar; direito de não se filiar
> Perspectiva coletiva: liberdade do grupo constituir o sindicato, com a estrutura e
funcionamento que desejar - ampla autonomia
> CF/88 traz uma liberdade sindical coletiva, pelas medidas de proteção engessadas e
normas uniformes para todo o país. Retrocesso à Convenção de 87.
> a obrigatoriedade do imposto sindical tirava a liberdade de associaçãopelo trabalhador
ser agregado logo na sua entrada no setor, não deixava escolha, tirando sua liberdade de
não se filiar. No entanto, com o fim dessa obrigatoriedade em 2017, de forma repentina,
muitos sindicatos fecharam por perder sua fonte principal de funcionamento.
> necessidade de se promover uma reforma sindical antes de uma reforma trabalhista - o
contrário (que é o que ocorre) leva a falência de sindicatos e supressão de direitos
b. Princípio da Preponderância do Interesse Coletivo frente ao Interesse Privado: importa o
interesse de uma categoria de trabalhadores.
> a negociação vincula as partes sempre preponderando o interesse do coletivo
c. Princípio da Autonomia Coletiva / Poder de Autorregulamentação: decorre do princípio
supracitado, determinando que o sujeito da relação é o coletivo, sempre buscando a melhoria
da condição social do trabalhador.
> os interesses coletivos podem repercutir nas esferas econômica, social e política do país
> é possível, em nome da função social da empresa, a negociação coletiva para
flexibilização, supressão ou alteração de direitos adquiridos
d. Princípio da Paz Social: busca-se com a negociação alcançar o equilíbrio da desigualdade
jurídica e patrimonial existente
> capital vs trabalho
> um empregador tem maior poder jurídico e econômico. O sindicato vem para unir os
empregados e juntos terem força suficiente para realizar negociações justas e reivindicar
direitos.
e. Princípio da Adequação: adequação dos direitos trabalhistas a cada categoria de acordo com
região, época e situação econômica
> a negociação coletiva cumpre o papel de adequação, visto que a Lei não poderia por ser
abstrata e geral
f. Princípio do Limite da Negociação Coletiva: a alteração de benefícios depende da
comprovação da necessidade econômica da empresa
> não há limites sobre a criação de benefícios, mas sim sobre a supressão e alteração de
direitos adquiridos.
> certas medidas esse ano foram justificadas pela crise econômica e social passada pelo
país em decorrência da Pandemia
g. Princípio da Boa Fé / Lealdade entre Negociantes: fidelidade a situação real da empresa e
necessidades apresentadas na pauta de negociação
> garantia do direito à informação
h. Princípio da Intervenção Obrigatória dos Sindicatos: a validade da negociação está vinculada a
participação do sindicato
> salvo quando não houver sindicato ou este se recusar a negociar
i. Princípio da Equivalência entre Negociantes: os trabalhadores da categoria profissional devem
ser equivalentes ao da categoria econômica
> paralelismo sindical
j. Princípio da Atuação de Terceiros: possibilidade de intermediação por um terceiro, podendo
ele ser perito para aconselhar e propor soluções, quando não houver consenso

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