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Exame Neurológico Sintomas aos quais devemos ficar atentos: Cefaleia, vertigem, confusão mental, alterações de fala, alterações de marcha, diplopia (visão dupla), alterações de face; à partir dos quais deve-se procurar alteração focal. O exame neurológico é dividido em: 1: Exame cognitivo: analisa as funções corticais superiores; ● Atenção e memória; ● Inteligência; ● Linguagem; 2: Exame Somático; analisa as funções de mobilidade corporal; ● Motricidade; ● Sensibilidade; ● Força; ● Movimentos involuntários; ● Coordenação; ● Sinais meníngeos; 3: Exame dos nervos cranianos; ● II (nervo óptico); ● III, IV, V (MOE); ● VII (Facial); ● Paciente apresenta distúrbio de linguagem (dist. Cognitivo), podendo estar com alterações em lobo frontal do cérebro e até temporal esquerdo. ● Em exame de imagem apresenta TC sem alterações, no entanto, com base no exame clínico, é evidente que o paciente apresenta alterações estruturais, logo ou houve erro no exame ou o exame de imagem não é sensível o suficiente para localização da alteração. Alterações cognitivo-comportamentais podem ter origem em alterações neurológicas ou não neurológicas. Tratando-se de alterações neurológicas, pode ser neurodegenerativa, estrutural, inflamatória, compressiva (tumores cerebrais), vascular (AVC); dependendo da instalação; aplicando-se em domínios específicos (ex: linguagem e memória), podendo ser agudas (como ocorre em um AVC) ou progressivas (como no caso de tumores). Quadros não neurológicos, como hiponatremia, infecção urinária em um idoso, intoxicação por substâncias exógenas; causam uma disfunção em rede (difusa), manifestando-se com desatenção (principalmente); no exame físico observa-se uma desatenção ao examinador, pct apresenta-se flutuante, além de ter variações durante o dia. Estes quadros NN são conhecidos como Delirium (casos confusionais agudos) ou até mesmo a manifestação crônica de uma Depressão. Como se diferencia uma alteração neurológica (ex: afasia) de uma não neurológica (ex: delirium)? Por meio de um exame neurológico. No caso de uma alteração neurológica, a conduta seguinte é solicitar um exame de imagem; já no caso de delirium, é solicitado um exame clínico. Exame neurológico somático é realizado à partir da análise da motricidade - análise da força muscular, que pode ser feita a partir das manobras deficitárias, (ex:omo extensão dos braços para observar se algum cai antes que outro,; pode-se analisar a força à partir dos grupos musculares, devendo lembrar que sempre deve ser feito a partir da comparação bilateral; a perda da força sugere alteração piramidal). Pode ser analisada também a velocidade do movimento. Em seguida se analisa os demais elementos da motricidade, como os reflexos musculares, tônus, trofismo, reflexos primitivos (cutâneo plantar). Na análise da sensibilidade, faz-se o exame da sensibilidade superficial (dolorosa) e sensibilidade profunda (analisar se o pct tem noção da posição que o corpo ocupa no espaço). Avaliação da coordenação (alterações de mobilidade, marcha, sinais meníngeos). ● A dormência não indica necessariamente alterações neurológicas, no entanto os demais sintomas associados permitem, além de afirmar alteração neurológica, realizar uma localização topográfica do problema. ● A fraqueza muscular pode ser secundária a uma lesão de neurônio motor em toda a sua extensão. ● Quando essa lesão ocorre no neurônio motor central (lesão de neurônio motor superior), o paciente apresenta hipertonia elástica (espasticidade), reflexos exaltados e aparecimento de reflexos primitivos (Babinski positivo). Após localizar a síndrome piramidal como central, deve-se identificar se está no cérebro, tronco encefálico ou medula por meio dos indícios clínicos. Obs: quadros agudos do sistema nervoso central podem não manifestar essas alterações. Próxima conduta: exame de imagem ou análise do líquor (LCR), para auxiliar na identificação da etiologia (vascular, desmielinizante, infecciosa, neoplásica). A fraqueza muscular pode ser secundária à lesão periférica, apresentando reflexos hipoativos, atrofia muscular e hipotonia, podendo aparecer fasciculações. Exames: ENMG, CPK, Anticorpos, testes genéticos. FRAQUEZA MUSCULAR N. Motor Inferior Nervo Periférico JNM Músculo Motor puro Sensitivo- motor Motor puro Motor puro Assimétrico Simétrico Simétr Simétrico Prox. ou Distal Distal Proximal Proximal Atrofia e Fasciculação Bota e Luva Fadiga NNCC (ptose) -- ELA Metabólitos Imunes Genéticos Miastenia Miosites Genéticas Exame neurológico dos nervos cranianos: deve-se analisar a acuidade visual (nervo óptico), motricidade ocular (atuação da musc.extrínseca), e avaliação do nervo facial. Na paralisia de Bell, que acomete o nervo periférico, ocorre paralisia de toda hemiface contralateral ao nervo lesado; já numa lesão central, ocorre paralisia apenas da porção inferior da hemiface contralateral ao nervo lesado, já que a porção superior está sendo compensada, já que tem uma inervação cortical dupla (normalmente está lesão acompanha paralisia do braço também contralateral ao nervo lesado). EXAMES COMPLEMENTARES: Para investigar alterações do sistema nervosos central devem ser solicitados exames de imagem. Já para o periférico, deve ser solicitado a eletroneuromiografia, exame de líquor (em situações específicas), exames laboratoriais como a análise de CPK. Com isso pode-se concluir que a depender do sistema acometido, diferentes exames podem ser solicitados. O eletroencefalograma é solicitado para auxiliar no diagnóstico de epilepsia (possui biomarcador que será apontado no eletro), no entanto este por si só não estabelece diagnóstico de epilepsia e não específico para; no entanto é importante para especificar o tipo de epilepsia (focal ou generalizada). Uma observação importante a ser feita é que até 50% dos primeiros EEGs realizados em casos de epilepsia apresentam-se sem alterações; logo, a sensibilidade deste exame não é 100%, além de ser um exame operador dependente. ● Este deve ser solicitado quando se há suspeita de epilepsia, estado de mal epiléptico, desmame de antiepilépticos, quadros cognitivos rápidamente progressivos (alterações de comportamento, memória com progressão em semanas/meses); ● Anormalidades: ❏ Epileptiformes: descargas ou paroxismos epileptiformes, se manifestam com espículas e ondas agudas, mas têm sensibilidade limitada, podendo ser estimulada por meio de manobras como hiperventilação, fotoestimulação, ou até mesmo realizar este exame de forma seriada e também durante o sono, pode facilitar a identificação e manifestação dessas alterações. ❏ Inespecíficas: Alentecimentos, alterações de amplitude, assimetrias. O Exame do líquido cefalorraquidiano deve ser solicitado quando há suspeita de infecções, como meningites, sífilis, criptococose central, bem como hemorragia subaracnóide, doenças desmielinizantes, encefalites imunomediadas ou paraneoplásicas (que se manifestam com quadros progressivos e agudos), Guillain-Barré e CIDP (Guillain-Barré crônico), pseudotumor cerebral (aumento da pressão intracraniana, comum em mulheres jovens e obesas). Contra Indicações: Hipertensão intracraniana, plaquetas reduzidas (maior risco de sangramento local), bem como a presença de abscesso espinhal (maior risco de infecção generalizada). Quando solicitar exame de imagem antes de análise do líquor: em casos de lesões com aspecto que massa, no qual a retirada de líquor pode causar um desbalanço de pressão e fazer com que a massa desloque e comprima alguma estrutura (ex: tronco encefálico – centro cardio respiratório do corpo), quando há a presença de um sinal neurológico focal, edema de papila, alteração do nível de consciência, convulsões de início recente, pcts que fazem uso de imunossupressores, ou com história de doenças neurológicas. Referências: Silverthorn, Dee Unglaub (2010). Human Physiology: An IntegratedApproach. MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014. SNELL, R.S. Neuroanatomia Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. MARTIN, J.H. Neuroanatomia Texto e Atlas. 4 ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. NETTER, F.H. Atlas de Anatomia Humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier: 2015. Plataforma Sanar - Ciclo Clínico, curso de Neurologia.
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